IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN:

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1 PERTENCIMENTO: A (RE)CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DO NEGRO EXPATRIADO E ESCRAVIZADO EM UM DEFEITO DE COR Tayza Cristina Nogueira ROSSINI (UEM) Marcela Giseli BATALINI (UEM) Introdução A literatura afro tem conquistado seu espaço no cenário da literatura brasileira e por meio de sua escritura, em grande parte de cunho historiográfico, transporta o negro, antes deixado a margem, para o centro da narrativa. Neste processo, um novo relato a respeito da história da formação da cultura nacional é concebido sob a perspectiva de um sujeito que teve sua identidade marcada por um processo de colonização, expatriação e escravidão. Valioso não apenas por seus diversos prêmios recebidos e por sua qualidade estética que funde conteúdo e forma, o romance Um defeito de cor (2011), além de abarcar diversos domínios, contribui para restabelecer o olhar que se é dado à literatura quando apresentada concomitantemente a questões sociais, políticas, históricas e ideológicas, na tentativa de suprimir o que fica entre o aquém e o além no texto literário. Publicado pela escritora mineira Ana Maria Gonçalves, no ano de 2006, Um defeito de cor retrata em suas mais de 900 páginas a sociedade brasileira escravocrata do século XIX. A narrativa propõe uma reflexão acerca das estruturas sociais da época, assim como as ideologias, preconceitos e estereótipos engendrados na identidade e manutenção da cultura do negro, em um período declaradamente escravocrata, moralmente conservador e patriarcal. Constituído a partir dos relatos da protagonista, observamos que a narração se apresenta em forma de retrospectiva, fazendo uso de um discurso memorialista, onde ficção e realidade se fundem em um enredo ordenado de forma linear e verossimilhante. Cuidadosamente, a verossimilhança se garante por meio da focalização empregada na estruturação do texto, sendo que, a partir do olhar e reminiscências da própria personagem a narrativa se edifica.

2 Esse processo de estruturação de uma narrativa confessional, onde um eu faz um relato de sua própria vida rememorando o passado, justifica, consequentemente, a descoberta no final do romance de que a escrita na realidade se trata do relato de uma senhora idosa e cega, que dita suas lembranças para a composição de um diário direcionado ao próprio filho, vendido pelo pai ainda criança, na tentativa de preservar sua memória e registrar sua história para que seja para sempre lembrada. Outra marca relevante, e que contribui para o desfecho da obra, é o fato de conceituarmos o romance, neste momento inicial, como uma metaficção historiográfica. Tal característica é notada por meio dos relatos, que embora sejam literários, permitem observar semelhanças com relatos históricos e biográficos compatíveis com o tempo da fábula. Kehinde, protagonista da estória, vive em terras brasileiras entre os anos de 1816 e 1847, quando parte para África, retornando posteriormente ao Brasil no ano de Os acontecimentos históricos que marcaram a história do país durante este período, como por exemplo, a revolta dos malês e os sucessivos acordos na tentativa de abolir a escravatura, estão registrados cronologicamente no romance. Por este aspecto, observamos que Um defeito de cor (2011) propõe um encontro fictício entre personagens em um contexto histórico (tempo) que realmente ocorreu, em um espaço que realmente existiu, podendo, portanto, ser considerado como um romance histórico. Gonçalves, desta maneira, traduz através de sua narrativa a realidade vivida pela sociedade brasileira do século XIX. Por se tratar de uma obra que possibilita a reflexão de conceitos e eventos que tiveram grande influência na construção da cultura brasileira, a razão pela escolha de Um defeito de cor (2011) como objeto de estudo, dentre tantas obras ilustres inseridas no cânone ocidental, se deu pela oportunidade da problematização voltada à questão da (re)construção da identidade do sujeito diaspórico em relação ao olhar do Outro, tão bem quanto os discursos ideológicos refletidos e engendrados na identidade do negro escravo durante esse processo. Considerando a história e a trajetória pela qual a protagonista, tomada como referencial para observação, percorre, o artigo se propõe a analisar as marcas ideológicas que se refletem na (re)construção da identidade do negro escravo no contexto do século

3 XIX, tão bem quanto a problematização e representação de sua identidade fragmentada enquanto sujeito diaspórico; a condição da raça e os estereótipos formados pela sociedade em decorrência da política de escravidão; assim como, a tentativa frustrada de preservação da cultura africana em oposição ao discurso hegemônico de imposição da cultura branca. Nesse sentido, a estrutura deste trabalho se fundamenta em um arcabouço teórico que perpassa por conceitos de cultura, identidade, pós-colonialismo, raça, chegando ao pensamento pós-estruturalista dos Estudos Literários, que leva em consideração, não somente o texto pelo texto, mas sim, o conteúdo e o contexto histórico, social, político e discursivo em que o texto literário se insere. 1. Cultura que ecoa na (re)construção da identidade do sujeito expatriado Refletindo sobre a (re)construção de uma identidade literária afro-brasileira, é importante considerar que o negro cativo que fora trazido da África para terras brasileiras, não desempenhou apenas o papel de trabalhador escravizado, mas sim, foi figura preponderante para a reestruturação da cultura nacional. Ainda, deve-se ter em mente que todo esse processo não deixou reflexos somente na cultura nacional, mas, concomitantemente, na cultura do negro que fora marcada pelo processo de colonização e aculturação. No caso de Um defeito de cor (2011) e o próprio contexto sócio-político recorrente no Brasil no século XIX evidenciam que a escravidão, empenhada na figura do negro por cerca de trezentos anos no país, marca culturas e povos que sofreram com o processo de colonização e diáspora. Como reflexo desse princípio de deambulação exógena e de seus efeitos são concebidos preconceitos, mitos e estereótipos sobre a figura do negro, a partir de um discurso ideológico hegemônico. Partindo do conceito de cultura, Geertz pondera por meio de uma representação semiótica que o homem é um animal amarrado a teias de significação que ele mesmo teceu. O antropólogo assume a cultura como sendo essas teias e a sua análise; portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura de significado (GEERTZ 2008, p.4).

4 A etnografia, ramo da antropologia, permite uma melhor compreensão do imbricamento das ações entre indivíduo e sociedade e, portanto, encara a cultura como um conjunto de manifestações aprendidas e desenvolvidas pelo ser humano como membro de uma sociedade. A partir desse ponto, o sujeito está condicionado a se tornar vulnerável a uma série de fatores que contribuirão para a formação de ideologias e, logo, de sua própria consciência social e identitária. Considerando as palavras de Tylor (1871), o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes, hábitos e tradições são exemplos que designam a identidade de um povo e, por conseguinte, sua cultura. A (re)construção identitária e cultural de um povo, enquanto sujeito diaspórico, é utilizada na narrativa como estratégia de questionamento a respeito de como o discurso hegemônico cria ideologias que são empenhadas na figura do sujeito expatriado e outremizado, traduzindo a fragmentação de identidades. O trânsito da protagonista, Kehinde, partindo de sua infância nas terras africanas, a travessia a bordo de um navio negreiro as terras do Brasil onde é vendida como escrava, sua vida, luta e resistência em relação às violências das quais foi sujeitada durante sua trajetória, derrotas, conquistas, retorno ao seu país de origem e, por fim, a volta às terras brasileiras no final da narrativa, são parte integrante e fundamental para que se entenda o processo de (re)construção da identidade da personagem, mas, não obstante, a de milhares de pessoas que tiveram suas identidades marcadas pelo processo de colonização e escravidão. Tal fator nos sugere que todo esse processo, além de influenciar na questão da identidade, também influencia na questão do pertencimento, pois, por propiciar a dispersão de pessoas de um local para outro (diáspora), é responsável também por gerar traumas e fragmentar a identidade do sujeito colonizado e expatriado, causando a sensação de estranhamento e não pertencimento à nova cultura em que fora inserido. O deslocamento do sujeito, de seu contexto social e cultural, é visto por Hall (2003) como responsável por constituir no indivíduo uma crise de identidade. A relação com os outros indivíduos dentro de uma sociedade é fator imprescindível para a (re)construção da identidade. Heidegger (2002) insistia na ideia de que o ser humano é incapaz de se comportar como uma ilha. Entendia o ser humano, portanto, como um ser-

5 com, ou seja, um indivíduo que se relaciona com outros indivíduos e com tudo o que há em sua volta. Neste sentido, Bonnici (2007, p.146) teoriza a identidade como um conjunto de características pessoais ou comportamentais pelas quais o indivíduo é reconhecido como membro de um grupo, sendo que, a partir do reconhecimento e identificação é que se dá o pertencimento. Especificamente na obra, a sensação do não pertencimento pode ser observada no início da narrativa, ainda nos primeiros anos da infância de Kehinde. A violência empenhada pela colonização e escravidão, o esvaziamento do indivíduo, o abandono das tradições e o reflexo na própria memória cultural, são experienciadas pela protagonista e por milhares de negros, apanhados como escravos, no momento de introdução a uma cultura totalmente diferente. Ao chegar a um novo continente o sujeito diaspórico se vê sem seu país, família, nome, cultura, memória, história e religião, justificando a sensação de estranhamento e não pertencimento. O indivíduo perde seu caráter de sujeito histórico, passando por um processo de aculturação no instante em que se vê sujeitado a assumir os hábitos culturais, religiosos e a língua do dominador. É neste momento de crise identitária, em que o sujeito se vê diante de sua identidade estilhaçada, que o processo de (re)construção da identidade e a tentativa de reconhecimento e pertencimento enquanto sujeito dentro dessa nova cultura acontece. Em Um defeito de cor (2011) as questões de gênero e raça, assim como a própria cultura brasileira do século XIX, são imprescindíveis para refletirmos sobre o processo de identificação (termo usado por Hall para substituir o termo identidade) da protagonista. Conceitos resultantes de construções ideológicas concebidas, por exemplo, a partir de perspectivas como raça e gênero, são atribuídas aos indivíduos na (re)construção de suas identidades e são encaradas por Bauman (2005) como aflições sociais. Neste sentido, Bauman (2005, p.44) assevera que pairamos sobre dois pólos sem termos certeza do tempo de duração de nossa liberdade em escolher o que desejamos e rejeitar o que nos desagrada, ou ainda se seremos capazes de manter a posição que atualmente desfrutamos pelo tempo que julgarmos satisfatório. Em um dos pólos se encontram as identidades que foram escolhidas e constituídas de acordo com as escolhas feitas pelo próprio indivíduo. Do outro lado, se encontram as identidades que tiveram

6 negado o acesso e escolha do indivíduo e que por conta disso se encontram oprimidos pela imposição de outros, identidades que eles se ressentem, mas que não tem permissão de abandonar ou se livrar. Para Hall (2001) o sujeito assume diferentes identidades em diferentes momentos, identidades que não são unificadas em um eu coerente, mas que são contraditórias e que proporcionam um deslocamento nos processos de identificação. As decisões, os caminhos percorridos e até mesmo o modo de agir são imprescindíveis para a determinação do pertencimento e da identidade do sujeito. A crise identitária do negro surge e se justifica exatamente a partir da negação dos valores humanos e culturais impostos pela cultura dominante. Constituindo-se em algo flúido e que está em constante interação com a sociedade e cultura em que está integrada, a identidade deve ser vista como inacabada, sendo um processo em constante andamento, passivo a alterações pelas mais diversas influências e planos. Hall (2005, p.12-3) ressalta que a identidade torna-se uma celebração móvel, formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. Por meio das escolhas tomadas e que, portanto, se refletem na identidade do sujeito, Bauman (2005) apresenta dois cominhos que podem levar o indivíduo para a integração dentro de uma sociedade, ou para uma marginalização maior ainda, definidas por ele como libertação e/ou opressão. No romance Um defeito de cor (2011), exemplificando, Kehinde se vê diante da condição de se identificar com a cultura branca para obter certa aceitação pela sociedade e receber determinados privilégios concedidos apenas ao indivíduo de cor branca. A partir deste ponto, observamos que a estrutura social brasileira do século XIX, os preconceitos, mitos e estereótipos engendrados na figura do negro escravo, nos leva a refletir e a compreender o caminho percorrido pelo negro para sua libertação. Refletindo sobre a cultura negra torna-se imprescindível ponderar acerca da conceituação do termo raça. É a partir deste princípio ideológico que se passa a acreditar na existência de heranças físicas, psicológicas, biológicas e genéticas diferentes em meio aos grupos humanos.

7 Um dos discursos ideológicos que surge a partir deste pensamento e que fora apropriado pela cultura brasileira é que, diferenças como a cor da pele, textura do cabelo, características físicas e corporais, por exemplo, seriam capazes de provar a superioridade de certos grupos em detrimento a outros. Para Hall a raça é uma categoria discursiva e não uma categoria biológica, ou seja, ela é a categoria organizadora daquelas formas de falar, daqueles sistemas de representação e práticas sociais (discursos) que utilizam um conjunto frouxo, frequentemente pouco específico, de diferenças em termos de características físicas [...] como marcas simbólicas, a fim de diferenciar socialmente um grupo de outro (HALL 2005, p.63). A partir deste princípio é que a cultura do mais forte é imposta sobre a cultura do mais fraco justificando o domínio e a divisão refletidas na sociedade. E é nesta relação entre o individuo e a sociedade que se criam as ideologias, e, consequentemente, as identidades que estereotipam, humilham, desumanizam, estigmatizam... (BAUMAN 2005, p.44). Observamos que a identidade do indivíduo negro é ameaçada a partir do contato com o homem europeu. Antes de ter contato com o branco, o colonizado/negro não se sentia inferior a nenhuma outra raça. Toda crise identitária surge da negação dos valores humanos e culturais impostos pela colonização (FIGUEIREDO 1998, p.64). É neste ponto que podemos refletir, a partir dos relatos de Kehinde nos capítulos iniciais da narrativa, a sensação de estranhamento, não-pertencimento e silenciamento do negro, fundamentais para a percepção sobre o processo de objetificação a que o negro escravo esteve submetido. Um dos exemplos mais marcantes da tentativa de excisão cultural e identitária em Um defeito de cor (2011) é o ato do batismo como cristã, onde Kehinde se depara com a exigência em adotar um novo nome ( [...] os brancos tinham batizado todos eles com nomes que chamavam de nomes cristãos, nomes brancos [...] (GONÇALVEZ 2011, p. 49); uma nova língua e a religião do colonizador ( [...] a partir daquele momento, eles deveriam acreditar apenas na religião dos brancos, deixando em África toda a fé nos deuses de lá, porque era lá que eles deveriam ficar, visto que os deuses nunca embarcam para o estrangeiro. (GONÇALVEZ 2011, p. 50).

8 É por meio deste processo de imposição de uma cultura e, por conseguinte, uma ideologia eurocêntrica que o negro tem extinguido sua memória cultural, tradições, religião etc. asseverando, e exemplificando a partir da narrativa, a perda da identidade, a imposição e aceitação de uma nova ideologia que inevitavelmente é refletida em sua nova identidade. Embora um discurso hegemônico embasado em uma justificativa ideológica seja empenhado no processo de colonização e escravidão, observamos certa resistência do negro na tentativa de preservação da tradição cultural africana. Na ficção, não compreendendo direito o que todas essas mudanças significavam, Kehinde procura manter em um primeiro momento, mesmo que escondido, suas tradições africanas, religião, nome, apenas se ajustando as regras impostas, pois, ao mesmo tempo, já havia concluído que se dispondo delas recebia inúmeras vantagens. Esse processo de aculturação e imposição de uma nova ideologia, e a reação denotando resistência, justifica as diferenças que são criadas a partir de modelos ideológicos simbólicos de representação no contato entre grupos distintos. Destarte, os sistemas simbólicos serão os responsáveis por informarem o modo como a diferença é marcada e a sua significação em relação a formação e (re)construção da própria identidade. 2. O discurso simbólico da ideologia traduzido na identidade Sendo o comportamento avaliado por Geertz (2008) como uma ação simbólica, e retomando o pensamento de Bonnici (2007) quando define identidade como o conjunto dessas ações comportamentais que garantem ao sujeito o direito de ser reconhecido como membro de um grupo, elucubramos que, por meio das relações interpessoais, o ser humano apresentará uma tendência a internalizar e a se adaptar às formas que são culturalmente ofertadas e estabelecidas pela cultura dominante. Por esse principio, o individuo assevera o constante processo de readequação de sua identidade ao meio em que está inserido e a própria teoria de Lyra (1979), ao tratar a ideologia como uma falsa consciência, como uma máscara que na realidade não geram uma consciência a respeito da realidade histórica, mas, sim, adversa a verdade e justificada nos interesses e privilégios que são concedidos a classe dominante e que servem como norte ao restante da sociedade.

9 Assim sendo, a cultura é definida como um conjunto de mecanismos simbólicos que se refletem no controle do comportamento e que direciona nossas vidas, não obstante, como estruturas de significado através das quais os homens dão forma à sua experiência (GEERTZ 2008, p.135). Notando a cultura como uma seara composta por estruturas psicológicas por meio das quais os indivíduos têm seu comportamento guiado, Geertz (2008) pondera que descrever uma cultura seria, respectivamente, como o ato de elaborar regras sistemáticas que permitiriam a um indivíduo tornar-se hábil a ser visto como membro de outra cultura. Esse processo justifica o modo como o negro se enquadra e se ajusta na cultura branca, e como o desenrolar de todos os eventos cooperam para a (re)construção de sua identidade. O estudioso ainda afirma que, as ideias, valores e atos são produtos formados através dos significados. Os significados por sua vez são formados a partir dos sistemas simbólicos que, não obstante, são responsáveis por marcarem a diferença em relação à identidade e, por conseguinte, fundamentar a cultura de um determinado povo (GEERTZ 2008). Neste sentido, os estereótipos, preconceitos e mitos formados em relação ao negro são formulados por discursos simbólicos, empenhados em sua imagem, e são resultantes da apropriação e internalização de um sistema simbólico elaborado pela cultura brasileira do século XIX, a partir do processo de colonização e escravidão, que, seguramente, se refletem na identidade do indivíduo negro até os dias de hoje. Um defeito de cor (2011) constitui-se em uma narrativa onde as ideias e os modelos simbólicos engendrados pela sociedade na figura do negro escravo são fundamentais para entendermos o processo de elaboração e prática de um caráter discriminatório e de interesse, fundamentados em ideologias e valores estabelecidos pela cultura dominante e por seus sistemas, e como estes se refletiram na identidade do negro. Gonçalvez (2011) aponta como um dos discursos de caráter ideológico decorrentes na narrativa a violência simbólica empenhada na figura da mulher. De acordo com Bourdieu (2002, p. 44), a violência simbólica imposta na figura feminina pela ordem estabelecida e pelas relações de dominação impostas pelo homem, visto como matriz das percepções, dos pensamentos e das ações de todos os membros da sociedade, passam a serem vistas, entendidas e finalmente assimiladas, em sua maioria, como aceitáveis ou até

10 mesmo como naturais. Nessa linha de pensamento, a violência simbólica sofrida especificamente pela mulher negra acontece não somente pelo simples fato de ser mulher, mas pela opressão imposta pelo patriarcalismo, colonialismo e escravidão. Especificamente na obra há mulheres que, assim como Kehinde, não possuem família, mas sim um Sinhô ; não possuem lugar dentro da sociedade, mas possuem seu lugar reservado em uma cozinha ou em alguma função dentro de um engenho; são abusadas sexualmente por seus donos e obrigadas a carregarem filhos produtos destas relações. Mulheres que, representadas pela protagonista da narrativa, tiveram sua identidade irremediavelmente marcada e comprometida pela violência simbólica imposta pela dominação masculina. Com isso, Kehinde traduz a mulher que se posiciona contrária a esta condição, assumindo uma posição de luta em busca de seus ideais, de sua liberdade e conquistas enquanto mulher e escrava em uma sociedade escravocrata e patriarcal. Outro discurso ideológico, traduzido na (re)construção da identidade do negro, está relacionada à imagem do homem branco, visto como ser supremo, poderoso, perfeito, modelo a ser seguido pelo negro escravo caso queira se tornar um indivíduo ativo e aceito dentro da sociedade. O clareamento da raça passa a ser objetivo buscado por muitos negros, justificando o ato do pedido de dispensa do defeito de cor que possibilitava aos negros, pardos e mulatos exercerem qualquer cargo importante na religião, no governo ou na política (GONÇALVEZ 2011, p. 337). Esse pensamento, não obstante, justifica a alteridade manifestada por alguns negros, que pelo simples fato de estarem próximos aos brancos, sentiam como se esse fato mudasse a cor da pele deles ( Alguns eram até mais pretos que eu [...] mas agiam como se não fossem, como se trabalhar ao lado de brancos mudasse a cor da pele deles e os fizesse melhores do que nós (GONÇALVEZ 2011, p. 53), se apropriando da condição de branco e outremizando outros negros que se encontravam justamente na mesma posição hierárquica que eles. A questão do clareamento da raça e a adesão da condição de branco sustentam um dos momentos mais marcantes da infância de Kehinde e, consequentemente, justifica o processo pelo qual sua identidade se moldará em busca de um pertencimento no futuro. Gonçalvez (2011) dá destaque ao primeiro encontro entre Kehinde e sinhazinha Maria Clara, onde a justaposição da imagem das duas meninas é destoante. De um lado a imagem

11 de Maria Clara, bonita sinhazinha, com os olhos que pareciam de vidro ou de água do mar, enquanto que do outro, a imagem da negrinha de pele escura e cabelo duro. Concomitantemente a este evento, Kehinde se depara pela primeira vez com um espelho e se acha diferente do que imaginava que era e, compartilhando da ideia da sinhazinha, começa a achar os negros feios, assim como os brancos a diziam que eram. Tal circunstância exemplifica o discurso ideológico engendrado na identidade do negro, visto como desprovido de características que o torne mais humano ou mais aceitável pelo branco, justificando ao mesmo tempo o processo de coisificação do homem de pele escura. Sucede que na tentativa de encontrar reconhecimento e pertencimento Kehinde, já adulta, molda sua identidade e adota os valores e costumes que aprendera na convivência com o branco. Sua identidade física é marcada por um diferente corte de cabelo, por vestidos e sapatos, assemelhando-se as sinhás. Destarte, sua identidade enquanto modo de ser, agir e pensar também passa por reestruturações, ela se torna mais séria, instruída, sabe ler e escrever e se torna quase uma estrangeira por conta da companhia dos ingleses com quem tivera oportunidade de trabalhar. Dentro da perspectiva de identidade, vemos como ideologias carregadas de modelos simbólicos se refletem na identidade do sujeito e, portanto, justificam o modo como os indivíduos têm suas identidades moldadas, aceitando muitas vezes construções ideológicas transformadas em ilusões compensadoras. A ideologia fornece, segundo Geertz (2008, p.114), uma saída simbólica para as perturbações emocionais geradas pelo desequilíbrio social, ou seja, podem ser traduzidas como as ilusões compensadoras que faz com que o negro se aproprie da cultura do branco e, embora tenha sua identidade profundamente modificada, passe a ser identificado dentro de uma cultura particular. Em detrimento do trânsito da personagem, quando Kehinde retorna a sua terra de origem, constrói uma casa, com móveis e até mesmo uma cama e um jardim, costume adquirido pelo contato com os brasileiros. Nesta linha de pensamento, a personagem se integra, portanto, à cultura, assume sua nova identidade enquanto brasileira e se considera como tal ao dizer que era um costume nosso, dos brasileiros, e gostávamos de ter em

12 nossos terrenos jardins bem-cuidados que, por si, já mostravam que ali morava um patrício (GONÇALVEZ 2011, p. 859). A questão do nome é outro fator relevante, pois, é ele o responsável por registrar a existência e a identidade de um indivíduo dentro de uma sociedade. O nome designa um papel fundamental na identidade de Kehinde, pois, por ser uma ibêji (gêmea) seria este um dos elos mais fortes, de acordo com as tradições africanas, em mantê-la para sempre ligada a sua outra metade, sua irmã. Com o processo de aculturação Kehinde é batizada como cristã e obrigada a atender por Luísa. Embora a personagem tenha a consciência de que em terras de branco deveria usar os nomes novos, assim como louvar os deuses dos brancos (GONÇALVEZ 2011, p. 63), e tenha mostrado a princípio certa resistência em aceitar a imposição dessa nova cultura que seria responsável por separá-la ainda do que já havia se perdido, acaba por adotar o novo nome que lhe foi dado. Na ficção, depois de muitos anos vividos em terras brasileiras, Kehinde se desvincula de seu nome africano e passa a ser chamada por seu nome de branca e acrescenta a ele ainda mais dois apelidos: Andrade, que a sinhazinha tinha herdado da mãe dela, e Silva, muito usado no Brasil (GONÇALVEZ 2011, p. 789). Passa a ser reconhecida na África por Luísa Andrade da Silva, a dona Luísa, ou ainda, sinhá Luísa, evidenciando a força e a identificação com a cultura dominante, a cultura do homem branco. Um defeito de cor (2011) nos direciona a uma reflexão em relação à questão da (re)construção e manutenção do âmbito identitário. Bauman (2005) defende a ideia de que as identidades flutuam pelo ar sendo que algumas são de nossa escolha, enquanto outras não. A partir deste ponto, confirmamos a concepção de que haja certa fluidez em relação à formação de nossa identidade sendo que, uma ideologia que defendíamos anteriormente pode, em um determinado momento, ser modifica e passar a não mais fazer parte de nossa identidade. Considerações finais A estratégia utilizada por Gonçalves para a elaboração da obra, articulando valores ideológicos e estéticos, torna o romance literariamente rico, tão bem quanto o assinala

13 como uma fonte frutífera para a investigação e análise da questão da identidade do sujeito diaspórico inserido na cultura escravocrata do século XIX. Um texto como Um defeito de cor (2011) nos instiga a refletir sobre como as ideologias operam e o modo como são refletidas na construção das identidades que se valem delas. A narrativa reflete, ao fim e ao cabo, o modo como a questão da identidade e da própria memória estão interconectadas por um discurso ideológico onde se perpetua o poder da elite branca, eurocêntrica e cristã. A estratégia simbólica elaborada pelo homem branco suscita ideologias que são responsáveis por ditar as condições e a direção a ser seguida pela sociedade. É a partir da construção de ideologias e de imagens esquemáticas da ordem social que o homem faz de si mesmo, para o bem ou para o mal, um animal político, ou seja, é a partir das experiências em sociedade e da busca pelo pertencimento que o indivíduo aceita se enquadrar aos modelos simbólicos propostos ideologicamente, tendo, para o bem ou para o mal, sua identidade modificada (GEERTZ 2008, p.124). Não é tarefa fácil interpretar as culturas e suas ações que são refletidas diretamente no ser humano, mas também, é improvável definir um indivíduo carente de qualquer característica imposta por sua cultura. Geertz (2008) propõe a cultura como um conjunto de mecanismos de controle, e, portanto, responsáveis em auxiliar nas escolhas dentro de um contexto social. Por certo, procede-se daí o pensamento de designar o homem como um animal, um indivíduo que por ser incompleto, necessita da cultura e de suas instruções e regras para se completar e, sendo assim, pertencer. Como fechamento, interessa elucubrar sobre o motivo pela qual o processo de aculturação e aceitação da ideologia propostos pela cultura eurocêntrica se dera. Estariam eles vinculados à crise identitária e a uma forma de anular o processo traumático gerado pela excisão cultural e expatriação do negro? Seriam justificados pelo desejo de sentir-se mais branco, sendo que por meio da reprodução das atitudes dos brancos assegurariam o fator do pertencimento e reconhecimento dentro da sociedade branca?

14 Justificativas podem ser apresentadas e até mesmo exemplificadas a respeito das circunstâncias que levaram, e que levam até hoje, os indivíduos a recorrerem a determinadas escolhas e aceitarem determinadas ideologias, contudo, nunca se saberá ao certo o fato que leva o sujeito a internalizar e a se adaptar a formas e regras ofertadas e estabelecidas pela sociedade, nos levando, por fim, a reestruturar as identidades e a considerá-las, afinal, como produtos culturais. Referências BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi; tradução, Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., BONNICI, Thomas. Teoria e crítica literária feminista: conceitos e tendências. Maringá: Eduem, BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina/ Pierre Bourdie; tradução Maria Helena Kühner. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, FIGUEIREDO, A. Construções de Identidades Pós-coloniais na literatura Antilhana. Niterói: EDUFF, GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas 1.ed., 13.reimpr. Rio de Janeiro: LTC, GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. - 7 ed. - Rio de Janeiro: Record, HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, LYRA, Pedro. Literatura e Ideologia. Ensaios de Sociologia da Arte. Petrópolis: Editora Vozes, TYLOR, Edward Burnett. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, Disponível em: < Acesso em: 30 de junho de HALL, Stuart. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro 10 ed. - Rio de Janeiro: DP & A, 2005.

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