Etnografia A prática etnográfica torna-se uma descrição preconceitual da cultura de uma raça a partir de pressupostos hegemônicos dos conquistadores
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- Maria do Mar Nobre Casqueira
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1 COLONIZAÇÃO OLONIZAÇÃO & D & DESCOLONIZAÇÃO Professora Ms. Claudiana Soerensen Poder e Controle Etnografia A prática etnográfica torna-se uma descrição preconceitual da cultura de uma raça a partir de pressupostos hegemônicos dos conquistadores Outro O sujeito hegemônico europeu Hegemonia Outro Etnicidade Discurso Além de significar o domínio de um estado sobre outro, hegemonia é o poder da classe dominante para convencer as outras classes de que os interesses dela são interesses comuns; consequentemente, são aceitos por todas as outras classes. O sujeito marginalizado pela hegemonia européia; uma pessoa de raça ou etnia diferente, ou seja, não-branca e não-européia. Distinta de identidade racial, a etnicidade da pessoa inclui seus aspectos culturais, como a religião, tradições de vestimenta e comida, etc. O texto transformado pelo contexto ou interpretação; portanto, altamente carregado pela ideologia dominante, que exclui e degrada qualquer outro discurso. 1
2 Poder e Controle Nativo Império Panótico Frequentemente, é um termo degradante para significar a pessoa primitiva, pagã, não-educada, desprovida de literatura ou cultura. A prática política e ideológica de uma nação hegemônica para outremizar o não-europeu É um sistema de supervisão, consequência do poder sobre o sujeito outremizado, o qual é ameaçado por todo tipo de reprovação moral e cultural e de exclusão. Poder e Controle Descolonização I ( ) Movimentos ( ) Independência no Commonwealth britânico ( ) Descolonização II ( ) Movimentos préindependência (década de 1930) Descoloniza ção III ( ) Estados Unidos; América Central; América do Sul Renasciment o do Harlem, Estados Unidos; Négritude, na África Canadá; Austrália Índia; Paquistão; Indonésia; Oriente Médio Négritude, na África; guerrilhas África do Norte; África equatorial e subequatorial; ilhas do Caribe e colônias na América do Sul; sudeste asiático 2
3 Tipos de Colônias e Línguas Colônia de povoadores Colônia de sociedades invadidas Colônias de sociedades duplamente colonizadas Américas espanhola e Índia e África As ilhas do Caribe: o portuguesa, Estados genocídio praticado Unidos da América, contra os indígenas Canadá, Austrália, Nova Zelândia efetivou o deslocamento de populações da África, Índia, Ásia, Oriente Médio e da Europa para aregião Línguas nativas quase Línguas nativas Línguas originais extintas, prevalecendo as línguas européias praticadas intensamente; língua européia apropriada suprimidas totalmente, prevalecendo as línguas européias O Outro no Sistema Colonial Outro (o colonizador) Outro (o colonizado) 1. O centro imperial (a) constrói 1. O outro é formado por o sistema pelo qual o sujeito discursos de (a) primitivismo; colonizado forma a sua (b) canibalismo; (c) separação identidade como dependente ou outro; (b) torna-se a única binária entre o colonizador e o colonizado; (d) afirmação da estrutura pela qual o sujeito supremacia da cultura, colonizado compreende o ideologia e visão do mundo do mundo. colonizador. 2. Representa o Outro Simbólico e a Lei do Pai (conforme a terminologia de Lacan) 2. O sujeito colonizado é filho do império e o sujeito degradado do discurso imperial. 3
4 O Subalterno e sua Voz Subalterno: literalmente significando sujeito de categoria inferior, o termo foi criado por Gramsci; trata-se de qualquer sujeito sob a hegemonia das classes dominantes. Em termos pós-coloniais, i os estudos subalternos se referem à análise da subordinação na sociedade devido à classe, casta, idade, gênero, profissão, religião e outros. O fator mais importante nos estudos subalternos são os métodos de resistência adotados contra o colonizador ou a elite dominadora. Pode o subalterno falar? É a pergunta mais importante. Em sociedades pós-coloniais, a mulher é duplamente subalterna: ela é objeto da historiografia colonialista e da construção do gênero. O discurso pós-colonial e a apropriação da linguagem pelo subalterno constituem métodos para que a voz marginalizada possa ser ouvida. Feminismo em Sociedades Pós-coloniais A mulher é duplamente colonizada pela sociedade indígena e pelo poder colonial Frequentemente as questões de gênero são minimizadas ou relegadas asegundo plano na análise pós-colonial. l A objetificação da mulher torna-se a metáfora da degradação das sociedades sob o colonialismo. Avozdamulhernaficçãoenodesenvolvimentodocanôneliterário rompe os pressupostos masculinos. Questões de identidade, controle, poder (agência) e de autoria tornam-se mais relevantes. Consolida-se o estilo literário caracterizado pela diferença, diversidade e imprevisibilidade. Há a necessidade de constante vigilância contra as manobras do Outro (a sociedade branca ou homens negros). 4
5 Literatura Pós-Colonial Tensão com o poder colonial Experiência da Colonização Diferenças com os pressupostos do centro imperial Literatura pós-colonial Momentos Literatura Pós-colonial 1. Textos literários produzidos por representantes do poder colonial (viajantes, administradores, esposas dos colonizadores, religiosos). 2. Textos literários produzidos por nativos, mas sob supervisão colonial (religiosos nativos, classe intelectual educada na metrópole, protegidos dos colonizadores). 3. Textos literários escritos por nativos a partir de certo grau de diferenciação dos padrões da metrópole, até sua ruptura total. 5
6 Estratégias de Análise Pós-Colonial Passar de uma atitude que define a literatura como enaltecedora e transcendente para uma visão de literatura inserida no contexto histórico e no espaço geopolítico. Perceber como as obras de certos autores aprofundam o imperialismo, o colonialismo e o patriarcalismo, especialmente quando supõem que os leitores sejam do sexo masculino e brancos. Classificar o autor segundo o esquema representando os três momentos da literatura pós-colonial. Detectar na ficção a ambiguidade ameaçadora do nativo e da mulher diante da ideologia dominante da conquista. Descobrir o silêncio absoluto, escondendo o sistema escravagista, a objetificação da mulher e o aviltamento de nativos, embora mascarados atrás de manifestações de riquezas e de patriarcalismo Investigar o aprisionamento do espaço colonial e pós-colonial pelo texto europeu ou pela teoria literária oriundos das metrópoles renascentistas ou modernas. Princípios da Descolonização 1. Contestação das interpretações eurocêntricas. 2. Desafio à 1. Reescritura auto-reflexiva da história da colônianaqualsepercebequearealidadedo passado tem influenciado o presente. 2 D fi à 2. A marginalidade d ou excentricidade tiidd (raça, centralidade, à gênero, normalidade psicológica, exclusão, universalização e às distância social, hibridismo cultural) é uma forças hegemônicas. fonte de energia criativa. 3. Instalação do contradiscurso pela transgressão e dissolução das formas literárias européias ou suas fronteiras. 3. A ironia e a paródia trabalham com os discursos existentes e, ao mesmo tempo, os contestam. 6
7 Opiniões sobre Métodos de Descolonização Apropriação da língua colonial pelo escritor oriundo da ex-colônia. (ACHEBE, 1975) Recusa de adotar a língua do colonizador Recuperação e reconstrução da cultura pré-colonial O escritor [africano] deve ser capaz de moldar a língua do colonizador para que possa transmitir a sua experiência específica (ACHEBE 1975) Qual é a diferença entre um político que afirma que a África não se desenvolve sem o imperialismo e o escritor que afirma que a África necessita de línguas européias? (NGUGI, 1986) Spivak (1995) e Bhabha (1984) argumentam sobre a impossibilidade dessa recuperação devido a processos de miscigenação cultural durante o período colonial. Opiniões sobre Métodos de Descolonização Aceitação pelo escritor de uma O império retruca ao centro identidade transnacional e, ao (Salman Rushdie) mesmo tempo, o aprofundamento da crítica diante da cultura contemporânea influenciada pela globalização e pelo neocolonialismo. Os dirigentes intelectuais, Conclusão de Fanon (1990) a especialmente os escritores, partir de seu estudo sobre os devem reconstruir radicalmente a efeitos da dominação colonial sociedade sobre os alicerces da sobre os colonizados e da análise tradição do povo e seus valores. marxista do controle social e econômico. 7
8 Opiniões sobre Métodos de Descolonização A descolonização é um processo complexo e contínuo; não é algo automático a partir da independência política. Vigilância contra formas contemporâneas de colonização (neocolonialismo, globalização, neoliberalismo). Conclusão de B. Ashcroft, G. Griffiths e H. Tiffin (1991) em seus estudos sobre as sociedades pós-independência. A descolonização frequentemente significa a desocidentalização empreendida pelo homem branco (Trinh Minh-ha). Referência bibliográfica: BONNICI, Thomas. Teoria e crítica pós colonialistas. In: BONNICI, Thomas e ZOLIN, Lúcia Osana (orgs.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem,
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