ENESEB V ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA. 23 à 25 de julho de 2017 PAINEL/POSTER
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- Cacilda Mangueira Antas
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1 ENESEB V ENCONTRO NACIONAL SOBRE O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 23 à 25 de julho de 2017 PAINEL/POSTER JUVENTUDE SEUS SABERES, SUA CULTURA E SUA IDENTIDADE. Mirian Gomes de Souza Cristiane Santos Ribeiro Emerson Francisco Moreira INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS PARANAGUÁ
2 INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda a temática Juventude seus saberes, sua cultura e sua identidade. Desse modo, realizamos esta oficina como recurso metodológico para analisar como os alunos entendem e se percebem dentro deste processo de construção de sua identidade e cultura; visando contribuir para a prática do ensino de Sociologia, conectando teoria e prática. O tema escolhido se justifica por uma compreensão de hierarquização simbólica (Bourdieu, 2010 apud Marques) do conceito de cultura, culminando num processo de construção social identitário do sujeito. Para isso, será relatada a experiência proporcionada através das atividades pedagógicas desenvolvidas, essas atividades tiveram o intuito de trabalhar as demandas que emergem referente a essa temática, propor novas metodologias didáticas para trabalhar com os alunos, através de oficinas, exposições e questionários. OBJETIVO Verificar com os alunos o que eles entendem por cultura e identidade partindo da prática social inicial para assim se produzir conjuntamente um plano de aula que além de explicar os conceitos teóricos, façam o jovem refletir sobre a importância desses temas para sua vida. DESENVOLVIMENTO Foi utilizada como base uma pesquisa qualitativa por amostragem junto a alunos de um Colégio Estadual de Ensino Médio e Profissionalizante na cidade de Paranaguá durante o processo de ocupação das escolas estaduais do Paraná, denominado OCUPA PARANA, que foi um ato político de repúdio e resistência à Medida Provisória 746/2016. Com o proposito de verificar os conhecimentos dos alunos do ensino médio no que se refere à temática Identidade e Cultural na disciplina de sociologia.
3 METODOLOGIA A metodologia está baseada na aplicação de um questionário aberto, com perguntas de opinião, onde os alunos que participaram da pesquisa puderam desenvolver suas respostas de acordo com suas convicções, preocupou-se em levantar os dados pessoais somente em relação ao sexo e a idade. Trata-se, portanto de uma metodologia essencialmente qualitativa realizada através de uma pesquisa por amostragem. Após a análise dos dados foi montada uma oficina trazendo as respostas dadas pelos alunos, fazendo então uma relação com as teorias que versão sobre essa temática. Para entender essa categoria de análise demos voz ao sujeito para que o mesmo coloca-se em evidencia as questões referentes a cultura e identidade que permeiam seu convívio social, trazendo assim um arcabouço teórico para fundamentar nosso estudo de caso. Partiu-se do pressuposto metodológico da construção social da identidade para discutir com os estudantes: como se dá esse processo e o que os influencia. Segundo Berger (2007, p. 171) o caráter processual de toda construção identitária é entender que a sociedade define o ser humano, mas também que o ser humano define a sociedade. A identidade de cada indivíduo também deve ser respeitada, sendo esta uma construção social, e sendo assim, deve-se procurar compreender como essa é formada e como é influenciada pela cultura e sociedade de determinada época na qual o ser humano se encontra. Foi utilizado como referencial teórico Stuart Hall, autor que parte de três pilares para falar em identidade: O sujeito do Iluminismo, o sujeito sociológico e o sujeito pósmoderno. Simplificações utilizadas pelo autor para demostrar como o individuo encara sua identidade, sem muitas vezes ter consciência completa dessa escolha e como essa é influenciada pela sua cultura, pois não há como falar em identidade sem falarmos em cultura, pois ambas se encontram muito próximas uma da outra. Trazemos também, Roque Laraia (1932, p.67) para discutir essa temática e embasar nosso referencial teórico; segundo o autor: o modo de ver
4 o mundo, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são produtos de uma herança cultural. Para Franz Boas Tomando como ponto de partida o estudo da arte, chegase não somente a compreensão do fenômeno artístico, mas também das diferentes culturas por meio dele, da historicidade de cada uma delas. Os diferentes estilos artísticos são, por conseguinte, registros históricos das dinâmicas culturais. (FRANZ BOAS, 1947, p.07). Ruth Benedict em seu livro O crisântemo e a espada (1972) nos diz que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, tem visões desencontradas das coisas. O professor tem essa função importantíssima para com os seus alunos, ou seja, colocar-lhes lentes para que eles percebam, compreendam e respeitem essas diferenças. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise dos dados verificamos que há uma confusão em relação aos conceitos de cultura e identidade e que os alunos tem dificuldade em diferenciar um conceito do outro, fato que demonstra que estas temáticas devem ser abordadas com mais frequência nas salas de aula. Essa ferramenta de ensino pode ser utilizada como alternativa às aulas convencionais (expositivas), principalmente quando determinadas disciplinas apresentam uma densidade grande de conteúdos. Pode contribuir no sentido de haver maior fixação de conteúdos e consequentemente maior aprendizagem, maior participação dos alunos em sala de aula, estreitamento da relação professoraluno, entre outros. O conceito de juventude foi utilizado por décadas como um modelo de transição da vida infantil para vida adulta. Entender esse processo transitório é um desafio para nós futuros docentes, pois devemos levar em conta as especificidades do sujeito. Esses sujeitos hora são tidos como o futuro do país,
5 que somente eles são capazes dessa mudança, hora é tido como influenciáveis, principalmente quando se encontram em uma posição mais crítica perante a sociedade. Foi neste contexto de influenciáveis que nos deparamos com os jovens que ousaram ocupar suas escolas contra a reforma do ensino médio, neste momento eles foram subjugados e humilhados por aqueles que disseram serem eles o futuro do país. A sociologia nestes dois contextos tem a função de fazer com que o aluno entenda esses dois processos que são a Cultura e a Identidade como algo pertinente a ele, influenciada constantemente pela sociedade em que vive, mas que pode ser mudada conforme suas escolhas, porém que deve ser respeitada por todos como parte integrante do indivíduo, por ele mesmo. REFERÊNCIAS BENEDICT. Ruth, O Crisântemo e a espada. Editora Perspectiva S. A. São Paulo. BOAS, Franz - Antropologia Cultural. Trad. Celso de Castro 6º ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed, 2010 HALL, Stuart. - A identidade cultural na pós-modernidade, DP&A Editora, 1ª edição em 1992, Rio de Janeiro, 11ª edição em 2006, 102 páginas, tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. LARAIA, Roque de Barros, 1932 Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro. MARQUES. Marcelo de Souza - Democracia Cultural: Ruptura com o modelo hierarquizado de cultura. III Seminário Políticas para Diversidade Cultural. UFES.
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