Sociais Aplicadas de Marabá, orientador pela Profª. Kelia Nakai 2 Graduada de enfermagem,formada na universidade Salgado de Oliveira-Universo,
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- Maria de Lourdes Aurora Dinis Nunes
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1 1 O TRABALHADOR DE ENFERMAGEM FRENTE AO ACIDENTE COM MATERIAL PERFURO-CORTANTE CONTAMINADO COM VÍRUS HIV/AIDS 1 Núbia Alcina Prado 2 Jordânia Gomes Pereira 3 RESUMO Este trabalho apresenta-se através de produção científica onde o trabalhador de enfermagem frente a acidente com material perfuro-cortante contaminado com material biológico pelo HIV, caracteriza a evolução do vírus de forma histórica até os dias atuais. Fatores predisponentes ao acidentes de trabalho assim como procedimentos de orientação ao enfermeiro que esta à frente da equipe e as informações a serem transmitidas. Constatou-se que os fatores predisponentes à ocorrência dos acidentes de trabalho com perfuro-cortantes estão relacionados tanto com as condições do trabalho, como condições individuais pelo fato dos profissionais saberem os métodos de precaução padrão e não executá-los. Conclui-se que além do HIV/AIDS que possa estar presente no material cortante e perfurante pode estar outras patologias associadas como HB e HC que também pode ser transmitidas através de material biológico. É fundamental a adoção das medidas de precaução padrão no trabalho na área da saúde, pois é o meio de segurança desses trabalhadores, sabendo que o número de HIV é crescente. Palavras chave: perfuro-cortante, patologias, HIV. ABSTRACT This work is presented through which the scientific worker of nursing after an accident involving cutting and piercing material contaminated with biological material and features the HIV virus evolution in a historical to the present day. Predisposing factors for occupational accidents as well as procedures for guidance to nurses who are ahead of the team and the information to be transmitted. It was found that the factors predisposing to the occurrence of accidents at workpiercing are related both to the conditions of work, as individual conditions because the professionals know the standard methods of caution and not run them. We conclude that in addition to HIV / AIDS that may be present in the sharp and piercing may be associated with other pathologies such as HB and HC which can also be transmitted through biological materials. It is essential to the adoption of precautionary measures in the standard work in the health field, because it means the security of these workers, knowing that the number of HIV is increasing. Keywords: drill-cutting, disease, HIV. 1 Trabalho de Pós Graduação (Enfermagem do Trabalho) Facimab Faculdade de Ciência Sociais Aplicadas de Marabá, orientador pela Profª. Kelia Nakai 2 Graduada de enfermagem,formada na universidade Salgado de Oliveira-Universo, campos:goiânia, Ano: 1º/2010- Pós Graduação Enf do trabalho. 3 Graduada de enfermagem,formada na universidade salgado de Oliveira- Universo,campos:Goiânia Ano:1º/2008- Pós Graduação Enf do trabalho.
2 2 1. INTRODUÇÃO A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS) é uma doença viral de grande distribuição mundial. A AIDS foi identificada pela primeira vez na França pelo Instituto Pateur refere-se como a mais nova pandemia da era atual. Esta doença emergente, apresenta-se um dos maiores problemas de saúde pública, em caráter pandêmico. O infectado por essa patologia evolui para uma grave disfunção do sistema imunológico à medida que vai sendo destruídos os linfócitos TCD4, uma das principais células alvo do vírus.quando o vírus ultrapassa essa barreira imunológica, o infectado fica debilitado podendo a chegar até a morte, isso quando o vírus passa ser a doença conhecida como a AIDS ( Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida). No Brasil, os primeiros casos da doença surgiram também no início da década de 80 e foram relacionados à contaminação fora do país, em geral nos indivíduos do sexo masculino e homossexuais, esses dados revelam recentemente uma mudança dessas características. (Ministério da Saúde, 1994). Os trabalhadores de enfermagem nesta grande evolução do trabalho estão também suscetíveis a danos a sua saúde referente à contaminação por HIV/AIDS através do material perfuro-cortante, pelo manuseio errado e o uso inadequado dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual). Frente à essa temática a integridade física dos trabalhadores de enfermagem por material perfuro-cortante nos locais de trabalho evidencia também um grave problema à saúde pública. (VIEIRA, et al. 2008). Isso pode ser evitado desde que os colaboradores de enfermagem recebam uma informação precisa em relação a importância do uso dos EPI e também sobre a evolução da doença através de treinamento adotando técnica e métodos práticos e medidas eficazes sobre higiene e segurança do trabalho no qual podem minimizar os riscos ocupacionais a esses profissionais. Para Vieira et al. (2008), a evolução dos riscos ocupacionais ressalta-se que deveriam criar planos de ação preventiva considerando os riscos e agravos a saúde dos trabalhadores, que são absolutamente preveníveis,desde que adotem as precauções padrão. Isso para a enfermagem
3 3 de maneira geral é um grande desafio devido a não aceitação por parte dos profissionais que estão categoricamente no processo, embora alguns aderissem às normas de biossegurança para proteção de contaminação com material perfuro-cortante e material biológico, pois ainda não permeia a prática diária com intensidade, fato resultante ao sentimento de vulnerabilidade dos trabalhadores. Outro fator que vem contribuindo atualmente para a escolha desta temática está na mudança do perfil epidemiológico do HIV/AIDS onde todos devem se considerar vulneráveis, principalmente aos trabalhadores de enfermagem, por estarem intimamente ligado as terapêuticas com os pacientes onde envolve procedimentos com fluidos corpóreos. Contudo, os cuidados que os profissionais devem ter em relação à contaminação do HIV/AIDS por material perfuro-cortante é a aderência precisa do uso de equipamento de proteção individual, adoção de medidas de saúde e segurança independente do conhecimento do diagnóstico para HIV positivo do cliente sob cuidados. Esta pesquisa, cujo objetivo geral é verificar a importância sobre o acidente de trabalho com material perfuro-cortante ao profissional de enfermagem pelo vírus HIV. Objetivo Específico de apresentar um breve histórico da evolução do HIV/AIDS até os dias atuais, Identificar os acidentes de trabalho pelo profissional de enfermagem com material biológico contaminado por HIV, caracterizar os fatores que levam ao acidente de trabalho e possivelmente a contaminação por HIV, proporcionar orientação aos trabalhadores como forma preventiva. O Trabalho será realizado através de revisão de literatura pelo levantamento de artigos científicos, pesquisados na base de dados como Scielo, Medline, Google acadêmico, revistas, livros, entre outros. As análises do material coletado ocorrem de modo que passou por todas as fases da leitura exploratória, seletivas, analíticas, reflexivas e interpretativas, possibilitando a formulação de um conceito e de definições a respeito das obras estudadas para uma posterior síntese dos assuntos. Foram utilizadas as seguintes palavras-chaves: perfuro-cortante, patologias, HIV, enfermagem, precaução padrão. Foram consultados 18 artigos científicos dos anos de 1994 a 2009 que trazem a contribuição de diversos autores.
4 4 2. FALANDO DO HIV/AIDS A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida), foi reconhecida em 1981, nos EUA, quando foram identificados em um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino e homossexuais, os primeiros casos de pneumonia por Pneumocytis Carinii e de Sarcoma.Esses pacientes apresentavam comprometimento do sistema imune, o que levou a conclusão de que seria uma nova doença ainda não classificada de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível. (RACHID E SHECHTER, 2000) O HIV/AIDS inicialmente atingiam os grupos sociais nos EUA onde o grande contingente de pessoas de identidade homossexual do sexo masculino, porém em pouco tempo surgiram casos registrados de usuário de drogas injetáveis, receptores de sangue, heterossexuais de ambos os sexos e crianças de várias idades. Compondo assim um cenário epidemiológico bastante complexo. (Ministério da Saúde, 2006) Em 1983 foi identificado o agente etiológico, denominado HIV, que a presença de enzimas transcriptase reversa, o que permite à transcrição do RNA viral em DNA, permitindo assim um maior conhecimento sobre sua patogenicidade. Segundo Valentin (2003), a manifestação clínica da doença apresenta e três estágios: o primeiro caracteriza pela latência do vírus, antes de sua replicação. Nessa fase o portador ainda se caracteriza como assintomática, pois não possui nenhum dos sintomas de soro positivo da AIDS. Apesar de não apresentar os sintomas o portador possui capacidade de infectar, podendo transmitir o vírus para outras pessoas. Este mesmo autor afirma que, existem casos de pessoas que permanecerão como portadores assintomáticos pelo resto da vida, sem manifestar a doença. (VALENTIN, 2003) No segundo estágio, o sistema imunológico ainda consegue combater precariamente algumas infecções, possuindo algum grau de defesa pelo organismo. Este já se encontra fraco e debilitado, mais ainda não está sujeito às doenças oportunistas e possui carga viral menos que a quantidade de células de defesa. Esta fase abrange uma série de distúrbios, condições
5 5 que debilitam, mas não são fatais, o que à distingue da AIDS propriamente dita, ou seja, o sistema imunológico ainda está atuando contra os patógenos. (VALENTIN, 2003) O terceiro estágio da infecção é a AIDS, nesta fase, ocorre o estabelecimento e desenvolvimento concreto do vírus no organismo humano, caracterizado pelas doenças oportunistas. (VALENTIN, 2003) Quando as infecções oportunistas ocorrem ou quando os níveis de linfócitos TCD4 alcançam determinado nível (abaixo de 200 células/mm 3 de sangue) dizemos que esta pessoa está com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), doença que pode comprometer diferentes órgãos e sistemas do organismo. (BATISTA; GOMES, 2000) O processo de transmissão do vírus HIV acontece pelo sêmen e secreções vaginais, através da relação sexual. O HIV se encontra no sangue e pode ser transmitido através do compartilhamento de seringas entre usuários de drogas, hemotransfusão ou por acidente com material perfuro-cortante com sangue contaminado. Há também possibilidade de transmissão de mãe para feto durante a gestação, no parto ou durante o aleitamento materno. (RACHID; ACHECHTER, 2004) De acordo com Brunner & Suddart (2005), consideram como fator de risco para a infecção por HIV o uso de drogas intravenosas ou injeções, ter relações sexuais com indivíduos infectados, pessoas que receberam sangue com HIV e os filhos de mulheres infectadas pelo vírus, conseqüentemente acometidos pela doença AIDS. Segundo Fonseca et al. (2000), afirma que a posição que o individuo ocupa na sociedade é um importante fator que irá contribuir para as suas condições de saúde, porque irá indicar o nível de escolaridade, acesso à informação, que interferem diretamente no nível socioeconômico, tendo impacto no acesso aos serviços de saúde. Um dos motivos da falta de informação é referente às condições sociais dos indivíduos portadores do HIV/AIDS. A escolaridade tem sido bastante utilizada como indicador no nível socioeconômico dos indivíduos. No
6 6 entanto, o que é a educação em saúde tendo como livramento o impacto à saúde (FONSECA et al., 2002) A incidência dessa patologia tem sido apontada com um aumento na tendência da proporção de casos femininos, em direção a regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, da categoria de exposição heterossexual e aumento de casos entre indivíduos com escolaridade igual ou menor há oito anos (1º grau e analfabeto), ou seja, vem mudando de características com o passar os anos. De acordo com Brunner & Suddart (2005), reafirmam que a incidência da infecção por HIV esta aumentando em mulheres, sendo que, muitas estão no grupo etário reprodutivo, sendo mais de 70% hispânicas e afro-americana. Mais da metade são usuários de drogas intravenosas, enquanto a outra metade foi através do contato sexual com parceiros HIV positivo. Hoje num cenário totalmente diferente essa incidência está se modificando, em relação ao contagio dessa doença. O ministério da saúde (MS) realiza campanhas contra o HIV para toda a sociedade de uma maneira em geral incluindo jovens adultos, idosos, pessoas de identidade heterossexual, homossexual e bissexual. Outro ponto a ser levantado nesta questão é que a ciência e tecnologia está avançando para diminuir a infecção podendo até mesmo chegar a cura total dessa doença. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que em dez anos mesmo um país como a áfrica do sul, com 10% da população infectada com o HIV, reduzira o patamar para menos de 1% devido aos investimentos que os governos estão fazendo para derrubar essa muralha que é o HIV/AIDS. Todas as pessoas de uma maneira geral estão vulneráveis a contaminação seja por relação sexual, seja por outras formas de contagio. O profissional de saúde mais precisamente o de enfermagem que lida com o paciente/cliente está sujeito a contaminar-se com o vírus na manipulação do material perfuro-cortante possivelmente contaminado com o vírus, mais isso pode ser evitado com o uso de EPIs.
7 7 3. DESTACANDO O TRABALHADOR DE ENFERMAGEM FRENTE AO ACIDENTE POR MATERIAL CONTAMINADO PELO VÍRUS HIV E OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS. No início da epidemia entre as pessoas acometidas, havia vários denominadores comuns: adultos jovens e sadios, homossexuais e usuários de drogas injetáveis. No entanto, verificou-se pouco tempo depois que a AIDS não estava restrita a grupos de homossexuais e bissexuais, e surgiram relatos de identificação em usuários de drogas endovenosa, hemofílicos, parceiros heterossexuais de pessoas com AIDS, trabalhadores de saúde através da exposição ocupacional e receptores de sangue e seus derivados através de transfusão. (VIEIRA et al. 2008). A mesma autora relata que tal fato verifica-se que o padrão de transmissão da AIDS no Brasil, vem realmente mudando independentemente de qual for o perfil epidemiológico do país, é preciso ter cautela, principalmente os trabalhadores de enfermagem e de saúde em geral, durante a prestação do cuidado, principalmente nos casos em que há exposição com conteúdo biológico, a fim de reduzir a chance da aquisição do HIV. (VIEIRA et al. 2008) Para Padilha et al. (2008), a sensação de vulnerabilidade é percebida pelos trabalhadores de enfermagem que contraíram o HIV, através da realização de procedimentos técnicos no paciente soropositivo para o HIV, visto que ao longo do tempo de serviço e a experiência nas habilidades das técnicas acabaram por transmitir um sentimento de proteção, dispensando o uso das precauções padrão. O trabalhador de enfermagem a não reconhecer sua vulnerabilidade frente à infecção, predispõe-se a exposição de patógenos, ou seja, passa a usar EPIs somente na prestação de assistência ao indivíduo, cujo diagnóstico para HIV positivo é conhecido. O profissional de enfermagem em especial, por sua vez, deve-se adotar medida de prevenção ao prestar cuidados a todos os pacientes/clientes contaminado pelo HIV, face ao elevado percentual de pessoas infectadas, que desconhece o seu estado de soropositividade. Outro ponto a ser levantado nessa temática é também em relação às horas que o profissional de enfermagem permanece no trabalho em instituições de saúde onde que se caracteriza ao cuidado às 24 horas do dia e a
8 8 continuidade da assistência prestada. Nesse contexto do trabalho esses profissionais utilizam instrumentos de trabalho como: agulhas, lâminas, bisturi, tesouras, pinças, materiais pontiagudos e cortantes. Prestam assistência muitas vezes a pacientes agressivo, agitado, ansioso ou em estado critico, onde encontram dificuldade de realizar os procedimentos com segurança. Às vezes com esse trabalho agitado desses profissionais e pela confiança por terem muito tempo de serviço e experiência deixam de se proteger não fazendo corretamente o uso de materiais que possam resguardar de perfuração com os matérias cortantes e exposição a fluidos corpóreos que possam estar contaminados com o HIV até mesmo com outras doenças. (SARQUIS et al. 2002) Os riscos ocupacionais são agentes existentes no ambiente de trabalho, capazes de causar doenças, no qual o risco pressupõe elementos isolados entre si da dinâmica global do processo do trabalho. Para entendermos o processo saúde-doença subordinado ao trabalho, faz-se necessário construir outra análise que consiste na carga de trabalho. De acordo com Felli (2002), diz que, a carga de trabalho é conhecida pelos elementos e processo de trabalho, que interatuam entre si e como o corpo de trabalhador gerando os processos de adaptação que se traduz em desgaste. As cargas de trabalho se dividem em físicas, químicas, biológicas e mecânicas que podem levar o trabalhador de enfermagem contaminação por material perfuro-cortantes que estejam infectados com material biológico. Assim, a exposição dos trabalhadores de enfermagem a cargos físicas são exemplificados pelos ruídos interno e externo ao ambiente de trabalho, temperaturas externa do ambiente, radiações ionizantes e não ionizantes e pelos efeitos da eletricidade. Já as cargas químicas abrangem as substâncias que estão presentes no processo de trabalho de enfermagem, como as utilizadas no processo de esterilização e desinfecção de materiais, em anestesia e tratamentos com medicamento dos pacientes.
9 9 As biológicas estão incluídas os microorganismos patogênicos, que podem causar danos a saúde dos trabalhadores, provenientes de contato com pacientes portadores de doenças infecciosas, infecto-contagiosas, parasitária e da manipulação de materiais contaminados. E as de cargos mecânicas, podem ser desencadeados pela ruptura instantânea do corpo em forma de ferida; fraturas; ferimentos cortantes, perfurantes entre outros. A exposição a cargos mecânicas caracterizam o acidente de trabalho. (SARQUES et al. 2002) Pode-se dizer que o mecanismo da atividades que o profissional de enfermagem desenvolve no seu dia-a-dia pode levar a cargos excessivos, ocasionando assim um desgaste laboral, podendo a partir daí está vulnerável à acidentes com material perfuro-cortante e também levando ao esquecimento do uso dos artefatos que protegem sua integridade física tornando essa classe de trabalho vulnerável à doença ocupacional. Outro agravante que pode ocorrer nesse processo de contaminação ao profissional de enfermagem são as outras doenças que podem estar presentes como hepatite B e C. Segundo Marziale et al. (2002), afirma que, quando ocorre o acidente com material contaminado pode acarretar doenças como hepatite B (transmitida pelo vírus HBV), Hepatite C ( transmitida pelo vírus HCV), isso sem contar com o risco de contrair o HIV/AIDS. Além dessa exposição e possibilidade de adquirir essas patologias, a autora ainda afirma que o acidente pode causar repercussões psicossociais, levando mudança nas relações sociais, familiares, e principalmente no trabalho. Outra reação psicossomática pós-profilático, utilizada devido à exposição ocupacional e ao impacto emocional, também são aspectos preocupantes. De acordo com Ferreira et. al (2004), explica que após a exposição ocupacional com presença de sangue, ou fluidos corpóreos, uma criteriosa avaliação deve ser feita quanto ao risco de transmissão do vírus HIV, em função do tipo de acidente acorrido e em relação a toxidade das medicações utilizadas na quimioprofilaxia. O acompanhamento sorológico anti-hiv deverá ser realizado no momento do acidente, sendo após 6 a 12 semanas e pelo menos 6 meses depois.
10 10 A soro conversão é alta para exposição envolvendo ferimentos profundos, sangue visível sobre o objeto que causou o ferimento, agulha que havia estado na veia ou artéria, do paciente fonte ou morte por AIDS de paciente fonte. (FERREIRA et al., 2004) Para Marziale (2002), a quimioprofilaxia para HB, uma das principais medidas de prevenção é a vacinação pré-exposição indicada a todos os profissionais da área de saúde. A vacina segue em 3 doses, administrado em 0 (zero) a 6 (seis) meses. Quando da ocorrência de exposição ocupacional, maior eficácia na profilaxia é obtida com o uso precoce de Gomaglobulina Hiperimune (HBIG), dentro do periodo de 24 a 48 horas após acidente. Quando à hepatite C, não existe nenhuma medida especifica para redução do risco de transmissão pós-exposição à HCV. Nenhuma imunoprofilaxia tem provocado ser efetiva para a pré e pós-exposição ao referido vírus, como prevenção a essa patologia. Ferreira et al. (2004), evidencia que o risco de infecção por HCV entre trabalhadores de enfermagem, que tem a exposição ocupacional a sangue HCV positivo e baixo devido a soro conversão. O ponto relevante, vem ao encontro dos crescentes casos da aquisição ocupacional ao HIV e as doenças associadas ao material biológico contaminado e aos perfuro-cortantes entre os trabalhadores de enfermagem, está relacionado ao estudos cada vez mais aprofundados acerca das terapias com anti-retrovirais, o que favorece o aumento da sobrevida do individuo soropositivo para HIV/AIDS e por maior conseqüência há uma maior exposição destes trabalhadores da saúde mais expressadamente a enfermagem. (VIEIRA et al., 2008) Segundo Vieira et al. (2008), completa que em relação a tecnologia com anti-retrovirais há um aumento da expectativa devido da pessoa soropositiva para HIV e como conseqüência estudo são levantados sobre a exposição do HIV de maneira ocupacional. Visto que o profissional de enfermagem no âmbito geral passa a prestar, mais cuidados aos indivíduos soropositivo para HIV, o que de maneira geral proporciona uma maior
11 11 probabilidade da ocorrência de acidentes ocupacionais com material perfurocortante contaminado. Por fim, com base nesse contexto expresso, percebe-se que a transmissão ao HIV/AIDS não escolhe em quem irá ocorrer e muito menos quando, ou seja, todos estão sujeitos a aquisição desta doença. A idéia de considerar incurável, ou seja de que o HIV e outras doenças associadas ocorrem somente em bissexuais e usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo, deve ser abandonado, visto que hoje outros profissionais de saúde, em especial os trabalhadores de enfermagem, por mais que obtenha uma carga de trabalho grande é que esta exposto a riscos ocupacionais. Pois o aumento da sobrevida das pessoas soro positiva para HIV, cresce também a exposição, é possível aquisição do HIV entre trabalhadores de enfermagem, através de acidentes com material perfuro-cortante, sendo muito destes ocorrência dos seu comportamento de risco, ao não adotarem as precauções padrão. 4. FATORES OCUPACIONAIS ASSOCIADOS AO ACIDENTE DE TRABALHO ACOMETIDO PELO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM, COM MATERIAL CONTAMINADO PERFURO-CORTANTE PELO HIV/AIDS Os riscos nos serviços de saúde existem em virtudes das inúmeras áreas de insalubridade com graduação, sendo influenciada a partir da complexibilidade do tipo de atendimento prestado, assim como, da função do trabalhador de enfermagem. O destaque, a ser enfatizado são os riscos biológicos pela exposição HIV/AIDS pois é crescente o número de acidentes de trabalho por material perfuro-cortante contaminado pelo HIV, entre os trabalhadores de enfermagem. (VIEIRA et al. 2008) O processo saúde-doença também é um fator que representa pelo equilíbrio e desequilíbrio orgânico e/ou comportamental do individuo não sendo, portanto uma questão unicamente pessoal mais bio-psico-socio-cultural. (RODRIGUES et al., 2009) A epidemiologia social tem o dever de investigar o processo saúdedoença como produto resultante dos diferentes modos de vida da pessoa em
12 12 sociedade, logo podemos atribuir, investigações relativas à saúde do trabalhador. O trabalhador de enfermagem em sua pratica está exposto a diversos riscos ocupacionais, que se torna de suam importância a atenção, em relação a possibilidade de ocorrência de agravo à saúde, no intuito de evitar fatores que predispunham o trabalhador ao fato de serem acometidos por esses riscos. (RODRIGUES et al., 2009) Para Vieira (2008), os acidentes ocupacionais ocasionados por materiais perfuro-cortante contaminado, entre os trabalhadores de enfermagem sai freqüentes devido ao elevado nível de manipulação com agulhas, e tais riscos representam prejuízos tanto para os trabalhadores quanto para a instituição que atuam. Neste sentido acredita-se que tal fato leve a considerar que os trabalhadores necessitam voltar maior atenção ao problema, direcionar medidas para notificação de acidentes, melhorar o encaminhamento dos trabalhadores acidentados e principalmente adotar medidas preventivas para redução dos números dos acidentes, com material perfuro-cortante contaminado com HIV. (VIEIRA et al. 2008) A mesma autora expõe que devido à exposição ocupacional ao HIV, ser o foco do estudo, a cultura e crenças possa ser apontado como aquele que levam o crescimento de acidentes com perfuro-cortante por material contaminado entre os trabalhadores de enfermagem. Como exemplo disto, podemos citar alguns comportamentos estabelecidos no decorrer do cuidado do individuo soropositivo para HIV, tais como reencapar as agulhas contaminadas, também pelo fato de considerar-se experiente pata execução das técnicas de enfermagem sem o uso de EPIs, quando em contato com sangue e/ou outros fluidos corpóreos. (VIEIRA et al. 2008) A proposta de educação em saúde sustentada na idéia de risco de determinadas prática ocupacionais desprotegidos apresentam-se insuficientes para o controle dos acidentes com perfuro-cortante. É preciso que além do fornecimento dos EPIs e das informações quando do seu uso, seja dedicada uma atenção particularizada, voltada para cada trabalhador de enfermagem, enfatizando a importância da adesão de medidas de segurança. Um dos principais fatores que podem influenciar a ocorrência de acidentes com material
13 13 perfuro-cortante, está na não adesão as precauções pelo trabalhadores de enfermagem durante o cuidado prestado. E o condicionamento para esta não adesão está relacionado tanto aos fatores institucionais (relacionado ao trabalho) com os indivíduos (relacionado ao trabalhador). Para Padilha (2008), baseado nos condicionamentos que interferem para não adesão das precauções padrão, há de salientar que as causas dos acidentes não devem ser meramente apontadas aos trabalhadores de enfermagem. Mas ao processo de trabalho, ou seja, é preciso considerar a correria/agitação do serviço; falta de recipiente adequado para desprezo de objetos perfuro-cortante contaminado, falta de inadequação dos EPI s, agitação do próprio paciente, sobrecarga de trabalho, por isso que a educação e orientação, treinamento são importante para eliminar fatores que levam aos acidentes ocupacionais. 5. ORIENTAÇÕES AO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO À CONTAMINAÇÃO COM MATERIAL PERFURO-CORTANTE CONTAMINADO COM HIV E OUTRAS DOENÇAS ASSOCIADAS. A vulnerabilidade do profissional de saúde a exposição a vários agentes biológicos predispõe riscos de infecção a patôgenos. A maioria da contaminação esta relacionada a acidentes com perfuro-cortante e fluido orgânicos, destaque para o sangue. Os agentes infecciosos mais relevantes na aquisição de infecções por via sanguínea são o vírus da Hepatite B (HBV), Hepatite C (HCV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). (SOUSA et al., 2008) Um dos desafios da enfermagem consiste em consolidar a prevenção, também no ambiente de trabalho desenvolvendo ações educativas que minimizem a exposição a riscos de acidentes, atuando como profissionais comprometidos com a melhoria da saúde e o direito ao trabalho com dignidade e segurança por todos o que implica e um envolvimento diferenciado com relação ao processo de trabalho em saúde pois envolve relacionamento humano no trabalho. A partir desse pressuposto, a integração da educação em saúde e orientações aos profissionais de saúde que estão diretamente ligados ao
14 14 processo de trabalho e que desenvolve no dia-a-dia uma dinâmica constante faz-se necessário exemplificar orientações em relação aos cuidados que deve ser tomado na manipulação de materiais contaminados com fluidos corpóreos e também o manejo com paciente que seja soropositivo confirmado: Em primeiro momento realizar a precaução padrão como exemplo realizar bem a lavagem das mãos nas técnicas corretamente. Utilizar os EPI s, como luvas, avental, óculos; Realizar procedimentos devidamente paramentado e sempre com luva na hora de inserção de cateter venoso, a administração de medicamentos intravenosos; Destacar de modo correto o material perfuro-cortante no descartex; Não reencapar de forma alguma as agulhas; Utilizar roupas adequadas e sapatos fechados para evitar que o material biológico entre em contato com a pele do profissional; Trabalhar com profissionais soropositivos e questionar em relação ao uso de preservativo nas relações sexuais; Dar apoio psicológico aos portadores e HIV/AIDS; Notificar os acidentes acometidos nas unidades hospitalares, ambulatoriais, por material perfuro-cortante contaminado; Para os enfermeiros que estão à frente do serviço trabalha com educação continuada sobre o tema abordado aos profissionais da equipe; Manter-se atualizado sobro o tema acidente de trabalho por material contaminado com o vírus HIV/AIDS. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O vírus da imunodeficiência humana HIV e a síndrome da imunodeficiência humana adquirida se destacam nos anos 80 nos EUA, onde a essas patologias eram referenciadas aos homossexuais do sexo masculino. Como evolução, essa identidade foi diferenciada incluindo na era atual a heterossexuais e profissionais do sexo, crianças e até mesmo o vírus congênito de mães que não fazem o tratamento.
15 15 A busca de material de referência bibliográfica, considera que essa doença e as relacionadas como HBV e HCV, é a contaminação de profissionais de enfermagem com material biológico se tornando um problema de saúde pública e também causa trabalhista. A produção cientifica tem como relevância na adoção de medida de biossegurança durante a prática do cuidado executada pela enfermagem, visto serem os profissionais que passam a maior parte do tempo com pacientes. Além disso, são os responsáveis pela execução de procedimentos, os quais incluem contato com material biológico, exemplo do sangue, apesar do conhecimento por parte de alguns profissionais da enfermagem quanto à importância da utilização dos métodos de prevenção no momento de cuidar do outro, a adoção desse equipamento não ocorre regularmente, e como conseqüência amplia o número de acidentes de trabalho. Destaca-se ainda que a equipe de enfermagem precise ser orientada, tendo como meta a sua proteção pessoal, durante o cuidado com o outro. Este orientar significa extrapolar a informação e intervir com diferentes estratégias, visto que os trabalhadores da enfermagem já conhecem alguma das medidas de biossegurança, porém não se empregam temática constantemente. No entanto, acredita-se que a prática dos trabalhadores de enfermagem no cuidado da pessoa soropositiva para HIV/AIDS precisa continuar com enfoque humanístico, que visam o trabalho de orientação aos trabalhadores na hora de prestar o cuidado. Finalizando, à adoção da medida de EPI s no trabalho em saúde é condição fundamental para a segurança dos trabalhadores, seja qual for à área se atuação, pois é crescente o número de casos de HIV/AIDS, como, de outras doenças infecto-contagiosas. Ademais, o trabalho de enfermagem no âmbito do cuidado ao individuo soropositivo para o HIV não deve aumentar as medidas de biossegurança por saber tal diagnóstico. O importante é praticá-la de maneira sistemática e adequada, com competência técnica e de forma universal, visando a uma assistência ética, humana, com respeito a todo os cidadãos, indiferente do diagnóstico.
16 16 7. REFERÊNCIAS BATISTA, R.S. ; GOMES, A.P. AIDS: Conhecer é transformar. Petropólis. Rio de Janeiro. Vozes, BRASIL, Ministério Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS: semana epidemiológica. Julho a Setembro de BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção a saúde do adulto HIV/AIDS. 1ª Ed. Belo Horizonte, BRUNNER & SUDDART. Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 10ª Ed. Vol. 3, Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, FELLI, V.E.A. et al. Acidente de trabalho com instrumento perfuro-cortante entre os trabalhadores de enfermagem. Revista de Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP. Vol. 36 nº 3. São Paulo, setembro de FERREIRA, M.M. et al. Risco de contaminação ocasionado por acidente de trabalho com material perfuro-cortante entre os trabalhadores de enfermagem. Revista Latino Americana de Enfermagem. Vol.12, nº 1. Ribeirão Preto. Janeiro/Fevereiro de FONSECA, M.G. et al. AIDS e grau de escolaridade no Brasil: Evolução temporal de 1986 a Caderno de Saúde Pública. Vol. 16, Rio de Janeiro, GALILEU, Revista o Globo. O fim da AIDS. Ed nº 213. Exemplar de assinante, Ed. O Globo. Abril, MARZIALE, M.H.P. et al. A produção científica sobre os acidentes de trabalho com material perfuro-cortante entre trabalhadores de
17 17 enfermagem. Revista Latino Americana de Enfermagem. Vol.10, nº4, Ribeirão Preto. Julho/Agosto de PADILHA, M.I.C.S., et al. O HIV e o trabalhador de enfermagem. Artigo Revisão, USP, São Paulo, RACHID, M.; SCHECHTER, M. Manual de HIV/AIDS. 4ª ed. Rio de Janeiro. Revinter RACHID, M.; SCHECHTER, M. Manual de HIV/AIDS. 8ª ed. Rio de Janeiro. Revinter RODRIGUES, M.N.G.et al. Trabalho de enfermagem e exposição aos riscos ocupacionais. Revista de Pesquisa, Cuidado é Fundamental. Online. Setembro/Dezembro de SARQUIS, L.M.M. et al. Acidente de trabalho com instrumentos perfurocortante entre os trabalhadores de enfermagem. Revista de Enfermagem. USP, Vol.36, nº 3. São Paulo, Setembro de SOUSA, J.V. et al. Relato de experiência quanto a orientação de conduta frente a acidente de trabalho com perfuro-cortante e fluídos orgânicos. Universidade Federal do Vale de Mucuri e Jequitinhonha (UFVJM). Outubro/Dezembro de VALENTIN, J.H. AIDS e relações de trabalho: O efetivo direito aos trabalhadores. Rio de Janeiro: IM Petus, VIEIRA, M. O HIV e o trabalho de enfermagem frente ao acidente com material perfuro-cortante. Artigo Revisão de Enfermagem, USP. São Paulo, 2008.
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