Adolescentes e jovens preparados para tomar suas próprias decisões reprodutivas
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- Luiz Gustavo Gorjão Angelim
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1 Adolescentes e jovens preparados para tomar suas próprias decisões reprodutivas Andrea da Silveira Rossi Brasília, 15 a 18 out 2013
2 Relato de adolescentes e jovens vivendo com HIV Todo adolescente pensa em um dia ter uma família. Não há abordagem da sexualidade, nem orientação em relação à menstruação e prevenção de outras DST. Os pediatras não abordam nem sobre o uso de preservativo... Os profissionais não consideram a sexualidade e a possibilidade da gravidez na adolescência. Quando engravidei, me senti discriminada no serviço, tive que mudar de médico.
3 Relato de adolescentes e jovens vivendo com HIV O início da vida sexual passa por vários medos, como o da revelação do diagnóstico para o parceiro sorodiscordante. O cara usa o preservativo para se proteger, para não pegar. Mas para quem vive, o sentido do preservativo é outro... Jovem de TV cresce entendendo que a vivência da sexualidade está relacionada ao uso do preservativo. Jovem vivendo entende o preservativo como sintoma de restrição, diferente do jovem que não tem HIV, que associa o preservativo à prevenção.
4 Recomendação para atenção integral ao adolescente e jovem vivendo com HIV/Aids Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Marcos conceituais ECA 1990 regulamenta a artigo 227 da Constituição Federal (1988) e incorpora princípios adotados na Convenção dos Direitos das Crianças (ONU 1989) CAIRO 1994 (Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento): garantia do direito dos adolescentes e jovens à educação, informação e à assistência a saúde reprodutiva Lei de 12 jan 1996: Lei do Planejamento Familiar - garante atenção integral à saúde em todos os ciclos vitais CAIRO : Garantia de privacidade, sigilo, consentimento informado, educação (sexual), informação e assistência à saúde sexual e reprodutiva Manual de Rotinas para a Assistência de Adolescentes Vivendo com HIV Marco Legal/MS 2007 instrumentos legais de proteção ao direito à saúde de adolescentes e jovens
5 Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos de adolescentes e jovens vivendo com HIV e aids Os Direitos Sexuais e os Direitos Reprodutivos de adolescentes e jovens que vivem com o HIV e aids são os mesmos de qualquer jovem. Incluem: a preservação da autonomia, o sigilo e a privacidade e seu acesso aos serviços, independentemente da anuência ou presença dos pais e responsáveis.
6 Direitos e desafios para o cuidado Pesquisa qualitativa ( ) com 21 adolescentes e jovens entre anos e 13 cuidadores, acompanhados em 6 serviços de referência em SP e Santos. Expressiva a vontade de construir família e ter filhos concomitante ao temor de levar adiante esses projetos; Importância atribuída ao amor, incluindo o namoro e a constituição de sua família ou o cuidado dos filhos: uma das questões centrais em seus projetos para o futuro; Desafio central: lidar com o risco concreto da transmissão da infecção e também com o estigma e o preconceito associados à Aids; Despreparo para o tema da sexualidade entre os adultos envolvidos (PVHA não são consideradas aptas a construir família e permanecem significadas com perigosas. Limitado conhecimento sobre prevenção da transmissão sexual e vertical do HIV no planejamento reprodutivo. (A sexualidade de Adolescentes Vivendo com HIV: direitos e desafios para o cuidado. Paiva et al. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 16, núm. 10, octubre, 2011, pp )
7 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva A experimentação da sexualidade e da afetividade compõem, com outras vivências, aspectos importantes de serem abordados na consulta. Importância do profissional de saúde oferecer um ambiente acolhedor, livre de preconceitos, discriminações e estigmas e aproveite a oportunidade do atendimento para conhecer o adolescente ou jovem que está a sua frente.
8 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Sexualidade e vida com HIV A sexualidade está presente como desejo e dificuldade. Prevalecendo a omissão diante das dificuldades, os desejos continuarão emergindo e sendo geridos sem a informação e os apoios necessários, gerando sofrimentos desnecessários e na direção contrária à integralidade e humanização que se tem buscado na construção do SUS. (A sexualidade de Adolescentes Vivendo com HIV: direitos e desafios para o cuidado. Paiva et al. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 16, núm. 10, octubre, 2011, pp )
9 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Sexualidade e vida com HIV Além dos desafios comuns a essa fase da vida, adolescentes e jovens vivendo com HIV/Aids necessitam: Compreender a importância do tratamento, os riscos e consequências da não adesão; Ter boa adesão ao tratamento; Ter conhecimento das estratégias de prevenção; Enfrentar o preconceito e a discriminação; Se sentir aceito pelos amigos para que se sintam a vontade para namorar; Vencer o medo da discriminação para perceber o melhor momento de revelar à parceria sexual sua soropositividade.
10 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Sexualidade e vida com HIV Desafios para os profissionais: Oferecer um ambiente acolhedor e favorável, livre de julgamentos, para que o adolescente ou jovem se sinta a vontade para falar sobre sexualidade; Aproximações sucessivas em relação ao tema; Orientar sobre todas as estratégias de prevenção; Estar atento a comportamentos de risco e de maior vulnerabilidade às DST e à transmissão do HIV; Estar atento à baixa autoestima e autoimagem, comportamentos de isolamento e depressão, associados à lipodistrofia; Conversar abertamente sobre os medos e dificuldades frente a revelação diagnóstica.
11 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva A promoção da saúde não se trata apenas de garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade, mas também de promover o bem-estar individual e coletivo, e a garantia dos outros direitos dos cidadãos. Para diminuição da incidência das DST e do HIV na população adolescente e jovem, é necessário conhecer os diferentes contextos de vulnerabilidade e avaliar objetivamente as diferentes chances que cada adolescente ou jovem tem de se proteger ou de se infectar por essas doenças.
12 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Falando de prevenção Importância do profissional abordar sobre as estratégias de prevenção de maneira natural e acolhedora, evitando julgamentos morais e falas impositivas. O adolescente precisa encontrar na equipe que o assiste, um refúgio confiável para solucionar suas dúvidas e expor seus anseios. Uso do preservativo TARV como prevenção PEP sexual Gestão de risco
13 Santos, K.A. Gravidez na adolescência em contexto: entendendo intenções reprodutivas em uma favela brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(4): , Gravidez na adolescência: entendendo intenções reprodutivas Pesquisa qualitativa 25 mães adolescentes e jovens (18-26 anos), favela de BH/MG. Apenas 2 gestações planejadas, todas desejadas. O desejo de ser mãe atua através do não uso de contracepção baseado na crença de que a maternidade trará satisfação e um outro nível de maturidade. P/ 95% das entrevistadas a maternidade é considerada como inevitável, associado ao desejo de ter filhos. P/ maioria das meninas que ficaram grávidas antes dos 18 anos, a gravidez aconteceu logo após a 1ª rel. sexual: conhecimento insuficiente sobre sexualidade e reprodução e prevenção; Ninguém se sentia a vontade p/ conversar sobre sexo com seus familiares;
14 Santos, K.A. Gravidez na adolescência em contexto: entendendo intenções reprodutivas em uma favela brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(4): , Gravidez na adolescência: entendendo intenções reprodutivas 90% não havia passado p/ ginecologista ou conversado c/ profissional da saúde antes de engravidar (Razões: falta de privacidade e serviços voltados p/ adolescentes, profissionais conhecidos/vizinhos, exigência de estar acompanhado por um familiar); 90% optou por DIU após a gestação. Alta incidência de DST observada pela equipe de saúde pelo não uso de preservativo; Entrada no mercado de trabalho e abandono da escola relacionados a realidade financeira, necessidade de ajudar a família Maternidade positiva: propósito na vida, responsabilidade, aceitação social, representando a início (precoce) na vida adulta
15 Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva e o planejamento reprodutivo... Oportunidade para falar sobre o futuro, das relações afetivas, de autocuidado e adesão ao tratamento, cuidado com o outro... Oportunidade para avaliar o desenvolvimento puberal, conversar sobre as modificações corporais, a autoestima, os ciclos menstruais, prevenção do câncer de mama e de colo uterino, avaliar situações de violência doméstica e sexual e... Orientar sobre contracepção, prevenção da transmissão sexual e vertical do HIV e das DST, estratégias de redução de risco p/ transmissão sexual do HIV no planejamento da gravidez.
16 Oferecer uma atenção à saúde de jovens e adolescentes vivendo com HIV/Aids centrada exclusivamente no tratamento da infecção e na sobrevida dos infectados é desconsiderar necessidades fundamentais, sua saúde integral e sua qualidade de vida (...) (Paiva et al. A sexualidade de Adolescentes Vivendo com HIV: direitos e desafios para o cuidado. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 16, núm. 10, octubre, 2011, pp )
17 Por do sol no Parque da Cidade - Niterói Praia de Itacoatiara - Niterói
18 Obrigada!
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ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO COTIDIANDO DE PESSOAS SOROPOSITIVAS AO HIV/AIDS NA MATURIDADE E NA VELHICE Josevânia da Silva; Ana Alayde Werba Saldanha Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa PB, Brasil.