FAMÍLIA DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: FATORES DE RISCO E PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO.
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- Tiago Espírito Santo Benevides
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1 FAMÍLIA DE USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: FATORES DE RISCO E PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO. Dra. Joseane de Souza Psicóloga Diretora da Associação Psicointerage
2 O QUE É FAMÍLIA?
3 ENTENDO A FAMÍLIA Primeiramente, vamos perceber o que é uma família na sua complexidade. Composto por um grupo de pessoas que compartilham uma relação de cuidado, proteção, alimentação e socialização. Este grupo estabelece afeto, convivência, de parentesco consanguíneo ou não, condicionados pelos valores socioeconômicos e culturais predominantes em um dado contexto geográfico, histórico e cultural.
4 CONVÍVIO FAMILIAR Nosso primeiro relacionamento acontece na nossa FAMÍLIA. Aprendemos a nos relacionar quando exercitamos vários papeis nas relações familiares. Por exemplo, a mulher assume o papel de filha em sua família de origem. Depois quando inicia um relacionamento afetivo assume o papel de companheira e ao nascimento de um filho o papel de mãe (Minuchin, 1990).
5 ORGANIZAÇÃO FAMILIAR Papéis Regras Comunicação
6 ORGANIZAÇÃO FAMILIAR Família monoparental Famílias separadas Família nuclear Família chefiada por avôs
7 COMO UMA PESSOA APRENDE CERTOS COMPORTAMENTOS PREJUDICIAIS À SAÚDE COMO O CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS?
8 Naturalizando o uso de drogas para aliviar a dor. Diversão sem bebida não é diversão.
9 FATORES DE RISCO DAS FAMÍLIAS Conflitos conjugais, problemas financeiros, dificuldade de comunicação, ausência de coesão, pouco monitoramento dos pais, papéis confusos podem contribuir para a iniciação ao uso de drogas. Experiência precoce com uso de drogas no âmbito familiar, com pais, irmãos ou parentes próximos.
10 BUSCA DE UM CULPADO
11 FATORES GENÉTICOS Filhos biológicos de alcoolistas têm um risco duas a nove vezes mais elevado de se tornarem alcoolistas, mesmo quando adotados e educados em um ambiente familiar livre do álcool. Quando o pai biológico é ou foi um dependente de álcool o risco para o filho homem é cerca de quatro vezes maior. (Schuckit et al, 1972; Goodwin, 1985)
12 Alcoolismo, assim como outras farmacodependências, surge em conseqüência de fatores ambientais e genéticos. Conforme estimativas, cerca de 28 milhões de crianças nos EUA são filhos de alcoolistas cerca de 11 milhões abaixo de 18 anos (No Brasil: 4,5 milhões). Kumpfer KL, 1999)
13 VIOLÊNCIA EMOCIONAL Mara, tem 27 anos, conta que quando conviveu com o pai lembra que ele bebia muito. Sabia se ele chegava alcoolizado em casa pelo jeito que ele chegava em casa pelo jeito que ele abria aporta. Quando ele bebia ficava muito nervoso. Lembra que quando ia na piscina o pai colocou boia nela e a jogou na piscina. Ela se debatia e não conseguia nadar e nem sair da piscina e do outro lado o pai, alcoolizado, gritava com ela.
14 RELATO DE PACIENTES Meu pai estava alcoolizado, eles brigaram e meu pai depois da briga dizia que ia embora. Eu ficava acordada, chorando, esperando ele voltar.... Até hoje quando ele sai fico esperando ele voltar com medo de receber uma ligação dizendo que ele sofreu acidente e tinha morrido. A probabilidade dessa doença deixar cicatrizes nos filhos é grande, qual a memória que os pais querem deixar? De uma pessoa doente ou com pai companheiro, amigo? (Roberto) Eu sempre tenho mais carinho pela minha mãe que pelo meu pai. Eu não consigo falar nada para ele. Ele sempre me deu presentes para compensar (Renata). Nunca conversei sobre isso. Acho que seria bom (Roberto).
15 CRENÇAS E ATITUDES FAMILIARES Não contrariar quando ele chega alcoolizado não pode estressar ele pode senão ele vai beber. Ele bebe porque é fraco. Ele só é agressivo quando bebe. Eu sou o problema existe sempre um culpado" Um dia ele vai mudar. Ele bebe porque tá estressado. Meu pai quando bebe fica bonzinho. Papéis - o filho é responsável para retirar o pai do bar e a filha dá apoio a mãe Estratégia de solução do problema - não compram bebidas alcoólicas nas festas, filhos correm para o quarto e fingem que estão dormindo
16 SUPER-RESPONSÁVEL PARENTAL PROXIMIDADE- CUIDADOR CONFLITO- VIOLÊNCIA RELAÇÃO DISTANTE- CONFLITOS DOENTE
17 SITUAÇÕES PERTURBADORAS PARA OS FILHOS Inconsistência de afeto por parte do pai; A mãe está preocupada em salvar o marido e esquece dos filhos Oscilações entre beber e abstinência-desconfiança que interfere nos seus relacionamentos, sentimentos de ambivalência amor/ódio, culpa por odiar o pai e sensações de rejeição
18 REAÇÕES DOS FAMILIARES NEGAÇÃO X MANTÉM SECREDO APATIA PÂNICO CONTROLE ISOLAMENTO - receio do alcoolista beber, os filhos não levam amigos para casa, rompe laços importantes SENTIMENTO DE VERGONHA DESESPERNÇA ABANDONO
19 SAÚDE MENTAL DOS CONJUGES Expectativas o meu amor fará com que ele mude, ele vai parar de beber. Casal estabelece sua relação em torno do alcoolismo dificulta o conhecimento de ambos. Mantém uma relação distante repetindo o padrão dos pais. O alcoolismo protege o casal, pois nega as outras dificuldades conjugais (dificuldades sexuais, depressão). Dificuldade de estabelecer limites entre as famílias, conflitos entre as famílias. Insatisfação conjugal está associada ao alcoolismo no homem e depressão nas esposas.
20 HISTÓRICO FAMILIAR SEU JOSÉ E DONA ANA X Souza, 2008
21 2.O ALCOOLISMO E A SAÚDE MENTAL DOS FAMILIARES Problema de comportamento Depressão
22 FATORES DE RISCO Fator de risco segundo a Epidemiologia como discriminar fatores familiares que podem estar associando ao consumo de álcool na gestante? Fator de risco representa uma característica do indivíduo ou do seu ambiente (condições ou situações) que quando presentes aumentam a probabilidade de aparecimento e/ou agravamento de doenças.
23 ESTAR ATENTO Escuta empática Observar crenças e expectativas sobre o tratamento Conversar sobre ambiente familiar Discriminar momentos de lazer Compreender a dinâmica familiar (onde mora, com quem) Observar as formas de lidar com situações problemáticas Discriminar Rede de apoio
24 Três em cada quatro assistentes sociais, em instituições para crianças de risco, defendem a opinião de que o consumo de álcool e drogas é responsável pelo aumento nos casos de maus-tratos. Enquanto o abuso de álcool está mais associado a maustratos corporais, o consumo de cocaína parece estar mais relacionado a abuso sexual. (Reid et al, 1999; Famularo et al, 1992)
25 Filhos de alcoolistas têm um risco mais elevado para transtornos psiquiátricos (que ocorrem ainda antes do início de consumo de álcool). Filhos de alcoolistas são mais agitados, têm medo, aprender comportamento de risco (relação sexual precoce) gravides indesejada.
26 INTERVENÇÕES NA COMUNIDADE
27 INTERVENÇÕES DA PSICOINTERAGE 1.CAMPANHAS EDUCATIVAS- Dia Mundial de Prevenção da Síndrome Fetal do Álcool - 09/09/2017. II. Intervenções em Grupos Grupos Familiares de Dependentes químicos Grupos de crianças em situação de Vulnerabilidade - "Eu também quero ser Criança. III. Participação dos Conselhos Municipais da Mulher, Juventude, de drogas e da Assistência Social. IV. Projetos nas escolas V Tratamento psicológico individual para familiares com transtornos emocionais
28 TEMAS QUE PODEM SER ABORDADOS COM A FAMÍLIA Dependência química Efeitos das drogas Negação x culpa Conflito conjugal Comunicação na família A descoberta do uso do álcool e a busca por auxilio Retomando a vida familiar após uso Consequências do consumo de álcool na relação familiar conflito conjugal, papéis familiares, regras. Ambigüidade de sentimentos pelo dependente químico Papel da família como suporte Filhos de alcoolistas Espiritualidade
29 GRUPO FAMILIAR Mostrar para os familiares que a dependência química é uma doença (não é maldade ou mau caráter). Fortalecer vínculos familiares Diminuir a culpa dos membros, ninguém é responsável pelo que está acontecendo. Trabalho em equipe Parar de beber depende do dependente químico e da aceitação de ajuda. Mas lembre-se ele faz parte da família. Todos precisam de ajuda. 1.Buscar suporte social e espiritual, grupos de auto ajuda 2.Reconhecer seus limites e dificuldades
30 CAMPANHAS
31 CURSO EDUCANDO CRIANÇAS
32 PROJETO SAÚDE MENTAL INFANTIL
33 Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe. (Rubem Alves)
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