Compreender as Idades da Vida. e encontrar seu sentido

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Victor Paiva Capistrano
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3 Laura Winckler Compreender as Idades da Vida e encontrar seu sentido 2ª edição Belo Horizonte, Edições Nova Acrópole,

4 Produção geral: Beatriz Quaglia Pereira Projeto Gráfico: Silvana Perri Paoluzzi Dias Capa: Vicente Passos Ribeiro e Silvana Perri Paoluzzi Dias Tradução e revisão de texto: Dolores Belico, Letícia Schlitler Vieira, Márcio Martinho de Oliveira, Mariane Antunes, Ruth Maria Fortes Andalafet Colaboração: Rafael José Dias Imagem de capa: Busto de Hermes Janiforme. W762c Winckler, Laura, Compreender as idades da vida e encontrar seu sentido / Laura Winckler; 2. ed. -- Belo Horizonte: Edições Nova Acrópole, p.; 13,5 cm Tradução do original em francês Título original: Comprendre les ages de la vie et en trouver le sens ISBN: (broch.) 1. Filosofia 2. Psicologia 3. Comportamento humano I. Winckler, Laura II. Título Tarcila Peruzzo Bibliotecária CRB CDD 150 Foi feito o depósito legal Outros números de CDD sugeridos:

5 CONTATOS Associação Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil Av. Doutor Mário Galvão, 420, sala 06, Jardim Bela Vista, São José dos Campos, SP - telefone (12) Edições Nova Acrópole faleconosco@editoranovaacropole.com.br - fones (13) Atendimento ao Professor faleconosco@editoranovaacropole.com.br - fones (13)

6 Sumário Prólogo Parte I A Vida: um Jogo de Dados? CAPÍTULO I A lei dos ciclos Vida e ciclo. Os ciclos no Universo e na Natureza... Os ciclos na vida do homem... CAPÍTULO 2... A busca da realização pessoal... Hoje: a morte é uma questão sem resposta?. Ontem: aprender a morrer é aprender a viver Amanhã: conhecer-se para realizar-se... CAPÍTULO

7 Os caminhos da mutação ou iniciação: uma morte simbólica... Os componentes da personalidade humana... O processo de individuação... O desafio da iniciação... As pequenas vozes e as vozes da mutação... As regras do jogo... da vida... Quadro sintético das cinco idades da vida (I). Parte II... O Percurso do Labirinto... CAPÍTULO 4... As cinco idades da vida... As etapas do desenvolvimento humano... CAPÍTULO 5... A infância... O BEBÊ... O desenvolvimento físico: nascer e crescer... 6

8 O desenvolvimento intelectual: princípios da aprendizagem e da linguagem... O desenvolvimento afetivo: as primeiras emoções... Erro! Indicador não definido. A PRIMEIRA INFÂNCIA... O desenvolvimento físico: ciclo das doenças e novos medos... O desenvolvimento intelectual: a brincadeira e a função simbólica... O desenvolvimento social: tornar-se uma pessoa... A INFÂNCIA... O desenvolvimento físico: um crescimento regular... O desenvolvimento intelectual: o despertar moral... O desenvolvimento social: a procura da autoestima... Erro! Indicador não definido. CAPÍTULO

9 A adolescência... O desenvolvimento físico: da pubescência à puberdade... O desenvolvimento intelectual: o espelho do narcisismo... O desenvolvimento afetivo: a busca de sua identidade... CAPÍTULO 7... O jovem adulto... O desenvolvimento físico: construir sua saúde O desenvolvimento intelectual: da realização pessoal à responsabilidade... O desenvolvimento social: intimidade ou isolamento... CAPÍTULO 8... O adulto na idade madura... O desenvolvimento físico: adaptação às mudanças... 8

10 O desenvolvimento intelectual: a idade do pragmatismo... O desenvolvimento social: assumir a "crise da meia-idade"... CAPÍTULO 9... O processo de envelhecimento do adulto... O desenvolvimento físico: causas do envelhecimento... O desenvolvimento intelectual: saber conservar suas faculdades... O desenvolvimento social: integridade ou desespero; alienação ou atividade... Para sair do Labirinto... Quadro Sintético (II)... Referências Bibliográficas... 9

11 10 Prólogo

12 F ui uma criança feliz, acolhida com ternura nos braços de minha mãe, levada em meus primeiros passos pelas mãos fortes e seguras de meu pai. Fui uma aluna estudiosa, companheira, fiel, inocente e lutadora; uma irmã carinhosa e às vezes autoritária; uma neta respeitadora e admiradora dos meus avós, possuidores de tesouros de sabedoria e de memória. Conheci uma infância cheia de amor e maravilhas. Tudo na Natureza me atraía e despertava inúmeras perguntas. Minha adolescência foi cheia de entusiasmo, rica em revoltas e contradições, mas também em confidências e pudores. Muitas coisas aconteceram rapidamente naquela época, e tomei decisões irrevogáveis. Quanto mais eu descobria como era o mundo, mais forte se tornava meu desejo de combater as desgraças humanas e a injustiça, e mais incompreensível se tornava o 11

13 universo confortável de minha família e de meu entorno. Nessa idade, experimentei a desilusão de constatar que meu pai era humano, demasiadamente humano, e eu teria que desconstruir as estátuas de meus ídolos de então. Entrei no mundo dos adultos. Imediatamente soube que o ninho doce e protetor de minha família e da escola não existia mais. Não havia mais redes para as quedas, e as chances de equivocar-me nos jogos era maior, e as armas já não eram de brinquedo. As palavras, as ações, as intenções, de repente se tornaram ferinas e às vezes mortais. Percebi que eu não tinha mais o direito de errar; encontreime limitada e pequena, semelhante àquelas pessoas que eu havia apressadamente julgado. Senti a força da mediocridade, e que eu poderia me tornar igual a esse mundo, cinza, frio, impiedoso, desalmado; no entanto, algo dentro de mim me incitou a manter confiança nos meus sonhos e ideais da juventude, enquanto 12

14 aprendia a ser mais forte, mais coerente e mais lúcida. Aprendi a viver minha relação matrimonial e a assumir o mundo dos adultos sendo parte de um casal, com ajuda e provas mútuas para aprender a comunicação além das palavras. Vivi novas experiências. Após cada descoberta e após cada medo vencido, constatei a necessidade de distanciar-me dos acontecimentos para compreendê-los melhor, e de não dar a eles mais importância que a justa e necessária. Também assumi a responsabilidade ante os demais, especialmente ante os jovens, a quem eu via inocentes - como eu mesma havia sido - e interessados em abrir caminhos na vida mas sem trair a essência existente em seu interior. Dediquei-me então ao ensino, a aprender a aprender, a aprender a escutar, a aprender a ser fiel a alguém e a seus respectivos valores, sob quaisquer circunstâncias. 13

15 Os anos decorreram, algumas pessoas importantes em minha vida me deixaram, o que me obrigou a uma nova reflexão sobre o efêmero, sobre o tempo que passa, sobre questões que raramente nos propomos quando somos jovens: "Consegui transmitir, sempre, o melhor de mim mesma a cada um que se aproximou de mim? Atuei considerando que poderia ser a última vez que nos encontraríamos?". Infelizmente, quando respondemos a essas perguntas, geralmente constatamos que esquecemos que uma parte da nossa existência é passageira, e continuamos a ser crianças, brincando, como se amanhã pudéssemos começar tudo de novo, sem deixar rastros nem marcas. Então entendi que o tempo que me restava viver era infinitamente longo e infinitamente curto... E foi assim que decidi viver minha velhice, independentemente de minha idade; vivê-la fazendo com que minhas ações e pensamentos fossem mais concretos, e meus sentimentos e emoções mais duradouros, na 14

16 esperança de convergirem a um só lugar. A criança, a adolescente e a adulta que haviam vivido em mim desejavam dirigir-se a esse lugar o do meu ser interior, que teria que estar ali, presente e atento a cada sinal do meu entorno. A força dessa constatação fezme tomar distância do mundo do parecer e reconciliar-me com meu ser. A vida, então, pousou na palma de minha mão, como um pássaro confiante, ao qual alimentamos, serenamente, e que não nos teme, porque percebe que iremos servi-lo, reanimá-lo e amá-lo, sem pedir nada em troca. Assumir a vida com renúncia é compreender que esse ciclo de existência tem duração eterna, se sabemos escutar os mundos infinitos que existem no presente. Aqui está o que compreendi e quis compartilhar com vocês, leitores desconhecidos, para que possam, por sua vez, realizar com plenitude a viagem única e extraordinária de sua própria existência. 15

17 16 Parte I

18 A Vida: um Jogo de Dados? Por sua natureza, os homens se assemelham; é na prática que divergem. Confúcio 17

19 CAPÍTULO I A lei dos ciclos 18

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