EMENTA. a) Não é atribuição do Presidente da comissão do

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1 Certificado digitalmente por: LEONEL CUNHA AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO Nº /01 Agravente :JURANDIR AVAHE MESSIAS JUNIOR Agravado :PRESIDENTE DA COMISSÃO DO CONCURSO PÚBLICO PARA OUTORGA DE DELEGAÇÕES DAS SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E REGISTRO DO ESTADO DO PARANÁ DES. MÁRIO HELTON JORGE Relator : Des. LEONEL CUNHA EMENTA 1) AGRAVO REGIMENTAL CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA BUSCANDO EXCLUIR TABELIONATO DO ROL DE SERVENTIAS A SEREM OUTORGADAS POR CONCURSO PÚBLICO. AUTORIDADE IMPETRADA QUE NÃO DETÉM ATRIBUIÇÃO PARA ALTERAR O OBJETO DO CONCURSO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DIRIGIDO CONTRA DECISÃO QUE INDEFERE MEDIDA LIMINAR. QUESTÕES AVENTADAS QUE NÃO SE MOSTRAM SUFICIENTES À MODIFICAÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. a) Não é atribuição do Presidente da comissão do Página 1 de 10

2 concurso determinar-lhe o objeto, incluindo ou excluindo Serventia a ser outorgada, razão pela qual é ilegítimo a figurar no pólo passivo de Mandado de Segurança que tem este objetivo. b) A argumentação do Impetrante-Agravante de que interpretou manifestação do Presidente da Comissão como indicação de que este seria o competente para definir o objeto do Concurso não se reveste da relevância exigida pelo art. 7º, III, da Lei nº / ) AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Vistos, RELATÓRIO 1) Valho-me do relatório que fiz na decisão de fls. 70/75v, que aqui reproduzo para mais fácil compreensão do caso. 1) JURANDIR AVAHE MESSIAS JUNIOR impetrou, em , MANDADO DE SEGURANÇA, com pedido liminar, contra ato atribuído ao SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO DO CONCURSO PÚBLICO PARA OUTORGA DE DELEGAÇÕES DAS SERVENTIAS Página 2 de 10

3 EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E REGISTRO DO ESTADO DO PARANÁ DESEMBARGADOR MÁRIO HELTON JORGE, alegando que: a) ingressou, em 1989, por concurso público, no cargo de Escrivão Distrital deiolópolis, na Comarca de Dois Vizinhos (Decreto Judiciário nº 435/1989); b) posteriormente, mediante permuta, foi removido para sua lotação atual, no Tabelionato de Notas de Pitanga (decreto Judiciário nº 643/1989); c) a Resolução nº 80, do CNJ, declarou a vacância da Serventia atualmente ocupada pelo Impetrante, determinando que o removido suportasse os ônus do processo irregular do qual participou, tendo em vista que sua Serventia de origem foi extinta pela Lei Estadual nº 14277/2013 (f. 05); d) contra a decisão do CNJ, impetrou mandado de segurança perante o STF, segurança que restou denegada, inclusive em Agravo Regimental manejado naquela Corte, a qual determinou: 6. É legítima, portanto, a decisão da autoridade impetrada que considerou ilegítimo o provimento de Serventia extrajudicial, sem concurso público, decorrente de permuta com cargo público de outra natureza, realizada entre membros da mesma família, sem ofensa ao art. 236, 3º, da Constituição. Em consequência, deve se retornar ao status quo ante (f. 06); e) nada deverá ser feito com relação ao removido [Impetrante] neste caso, [eis que sua Serventia Página 3 de 10

4 de origem foi extinta], salvo se o cargo deorigem vir a ser recriado ou reativado (f. 06). 2) Formulou o Impetrante, então, requerimento administrativo dirigido ao Eminente Desembargador Corregedor-Geral de Justiça deste Tribunal pleiteando a exclusão da Serventia que ocupa da lista daquelas vacantes, oferecidas pelo Concurso Público para outorga de delegações extrajudiciais descrito no Edital nº 01/ ) Inobstante ter direcionado o requerimento ao Corregedor-Geral de Justiça, ele foi distribuído ao Desembargador Presidente do referido concurso, ora Impetrado, o qual entendeu por bem indeferir o pleito, sob a seguinte fundamentação (f. 34): Primeiro, porque não houve qualquer determinação judicial de exclusão do certame do Tabelionato de Notas nem do Tabelionato de Protesto de Títulos da Comarca de Pitanga, tampouco subsiste decisão reconhecendo ao Sr. JURANDIR AVAHE MESSIAS JUNIOR o direito de permanecer no exercício de tais funções delegadas até que seja possível o retorno à origem, como alega. Veja-se que a segurança impetrada pelo requerente contra o ato do Conselho Nacional de Justiça foi denegada. Interposto recurso de Agravo Página 4 de 10

5 Regimental no Mandado de Segurança n , foi-lhe negado provimento pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, conforme evidencia o próprio Acórdão, por cópia, às folhas 14/25 do ID n E o simples fato de se ter lá consignado, num parágrafo isolado, que o agente deveria retornar ao status quo ante, como negritado pelo requerente à folha 25 da Petição objeto do ID n , não lhe dá o direito de permanecer no exercício da função delegada correlata ao Tabelionato de Notas e ao Tabelionato de Protesto de Títulos da Comarca de Pitanga. Repise-se, foi negado provimento ao recurso interposto contra a denegação da segurança. Nenhum direito foi reconhecido. 4) Ante o indeferimento do requerimento administrativo supra, impetrou o presente Mandado de Segurança, no qual expende a argumentação já relatada e requer, inclusive liminarmente, seja excluído o Tabelionato de Notas e Protesto de Pitanga da lista de vacância do Concurso já referido, mantendo-o no exercício do cargo, bem como seja promovida a anotação de pendência judicial relativa à Serventia até decisão definitiva a respeito. É o relatório. Página 5 de 10

6 2) Decidi, ao apreciar o pedido de liminar no Mandado de Segurança, que a competência para o efeito era do Conselho da Magistratura. Sobreveio, entretanto, decisão daquele Órgão (fls. 95/98) julgando não detê-la. 3) Voltando-me os autos, indeferi, então, a liminar (fls. 102/104), não divisando hipótese de a Autoridade Impetrada, o Senhor Presidente da Comissão do Concurso, alterar o objeto do certame. 4) Contra esta decisão interpõe o Impetrante JURANDIR AVAHE MESSIAS JUNIOR Agravo Regimental (fls. 108/110), alegando que: a) de fato endereçou o requerimento administrativo para o Corregedor de Justiça. Entretanto, diante da confecção do ato coator por parte do Presidente da Comissão de Concurso, interpretou o agravante que este trata-se de autoridade competente para julgar tal requerimento (f. 109). No mais, reiterou a argumentação expendida na inicial do Mandado de Segurança. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO Os argumentos esposados no Agravo Página 6 de 10

7 Regimental não têm o condão de alterar a entendimento firmado na decisão pretérita. A decisão agravada, que indeferiu a concessão de medida liminar em sede de mandado de segurança, é de ser mantida nos moldes em que foi proferida, pois devidamente fundamentada, valendo, por certo, reproduzir seus trechos fundamentais. Como anotei na decisão citada, entendo que a Autoridade apontada Coatora não detém, em seu rol de atribuições, competência para definir o objeto do Concurso. É dizer, não é a Comissão Organizadora do Concurso (nem, por óbvio, seu Presidente) competente para estabeler quais Serventias serão oferecidas no certame. Ainda, a decisão do Conselho da Magistratura apontou que a eventual ilegitimidade da autoridade apontada como coatora não tem o condão de transmudar a natureza da causa e mandado de segurança para recurso administrativo, podendo conduzir, talvez, a eventual emenda da petição inicial ou extinção do processo sem julgamento de mérito (f. 97, destaquei). Página 7 de 10

8 Veja-se que o ato que indeferiu o pedido administrativo do Impetrante, e contra o qual se volta com o presente Mandado de Segurança, provém, de fato, do Senhor Presidente da Comissão do Concurso (f. 34), muito embora o pedido tenha sido, originariamente, dirigido ao Corregedor-Geral de Justiça deste Tribunal (fls. 28/32). Como já observado e valendo repetir, não vejo hipótese de o Presidente da Comissão do Concurso alterar seu objeto. À duvidosa legitimidade passiva da Autoridade apontada coatora, acrescente-se o fato de que o eminente Desembargador Presidente da Comissão independentemtne de ter atribuição para apreciar o pedido administrativo originário indica que o Conselho Nacional de Justiça, em decisão confirmada pelo STF, denegou a segurança invocada pelo ora Impetrante, acrescentando que o simples fato de se ter lá consignado, num parágrafo isolado, que o agente deveria retornar ao status quo ante, como negritado pelo requerente à folha 25 da Petição objeto do ID n , não lhe dá o direito de permanecer no exercício da função (f. 34). Página 8 de 10

9 A argumentação expendida no Agravo, segundo a qual o Impetrante interpretou ser o Senhor Presidente da Comissão a Autoridade legitimada, não altera em nada o fato de que, a meu sentir, o Presidente desta Comissão ou de qualquer outra não detém atribuição para alterar o o bjeto do concurso cuja comissão preside. Reitero, pois que os elementos descritos são bastantes e suficientes para concluir pelo não preenchimento do requisito do relevante fundamento exigido pelo art. 7º, III, da Lei nº /2009, além de, no mínimo, duvidosa a legitimidade passiva da Autoridade Impetrada. provimento ao Agravo. ANTE O EXPOSTO, voto por que seja negado DECISÃO ACORDAM os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Cível deste TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ, em Composição Integral, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Agravo Regimental. Página 9 de 10

10 Participaram do julgamento os Desembargadores LEONEL CUNHA, Presidente com voto, NILSON MIZUTA, LUIZ MATEUS DE LIMA, e os Juízes Substitutos em 2º Grau EDISON DE OLIVEIRA MACEDO FILHO e ROGÉRIO RIBAS. CURITIBA, 08 de março de Desembargador LEONEL CUNHA Relator Página 10 de 10