A assinatura do autor por MARCELO GOBBO DALLA DEA:7615 é inválida

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1 A assinatura do autor por MARCELO GOBBO DALLA DEA:7615 é inválida AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº , DE MATINHOS - VARA CÍVEL, DA FAZENDA PÚBLICA, ACIDENTES DO TRABALHO, REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO EXTRAJUDICIAL, JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA NÚMERO UNIFICADO: AGRAVANTE: JANDIR FRANDOLOSO AGRAVADOS: JOSÉ CARLOS DOS SANTOS SADERI E OUTRO RELATOR: DES. MARCELO GOBBO DALLA DEA AGRAVO DE INSTRUMENTO AVERBAÇÃO DE AÇÃO ANULATÓRIA NA MATRICULA DO IMÓVEL CABIMENTO PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ FINALIDADE DE CIENTIFICAR A TERCEIROS ACERCA DO PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS RECURSO IMPROVIDO. VISTOS, examinados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº , de Matinhos - Vara Cível, da Fazenda Pública, Acidentes do Trabalho, Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial, Juizado Especial Cível e Juizado Especial da Fazenda Pública, em que é Agravante JANDIR FRANDOLOSO e Agravados JOSÉ CARLOS DOS SANTOS SADERI E OUTRO. I RELATÓRIO Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo Juízo da Vara Cível, da Fazenda Pública, Acidentes do Trabalho, Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial, Juizado Especial Cível e Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de Matinhos que, nos autos Página 1 de 7

2 Agravo de Instrumento nº fls. 2 de embargos de terceiro nº , indeferiu a liminar de manutenção de posse pleiteada pela agravante (fls. 24/25-TJ mov.13.1). Insatisfeita, o agravante interpôs o presente recurso alegando, em síntese: a)- que o agravante adquiriu em 2011 o imóvel objeto da demanda, e antes da compra certificou-se de que o imóvel estava livre de qualquer ônus; b)- que em 2015 foi surpreendido com a averbação nº na matrícula do imóvel, advinda da ação anulatória autuada sob nº 1595/2011 ( ); c)- que descobriu que nesta demanda os agravados pretendem que seja anulada a sentença que declarou o direito de propriedade de Nely Miranda, sob argumentos absolutamente despidos de efetiva relevância jurídica; d)- que o agravante adquiriu onerosamente o imóvel há anos atrás, e hoje, por conta de uma ação claramente equívoca, sofre com o esbulho perpetrado contra o seu direito fundamental a propriedade; c)- que mesmo a mudança de entendimento quanto à sentença proferida na ação de usucapião, concernente ao objeto da ação anulatória, não seria capaz de afastar a boa-fé do agravante na aquisição do imóvel e consequentemente não denegriria a perfeição do negócio jurídico alvejado; d) que está presente a verossimilhança das alegações do agravante; e) que quanto ao risco de dano, destaque-se que a averbação realizada sobre a matricula do imóvel impede o agravante de gozar de importantes faculdades jurídicas afetas ao direito real regularmente adquirido; Página 2 de 7

3 Agravo de Instrumento nº fls. 3 f) que não há fraude na aquisição do imóvel pelo agravante, visto que o mesmo se precaveu em diligenciar quando da aquisição do bem, não havendo na época, nenhuma ação pendente contra o antigo proprietário do bem. Por tais razões, requer, liminarmente, a antecipação da tutela recursal e, no mérito, o conhecimento e provimento do recurso para reformar a decisão agravada (fls. 04/20- TJ). Na sequência, os autos foram conclusos ao Relator Convocado Juiz Substituto em Segundo Grau, Dr. Helder Luis Henrique Taguchi, que indeferiu a antecipação dos efeitos da tutela, ocasião em que também requisitou informações (fls. 59/60-TJ), que não foram prestadas. fls. 70/77-TJ. Intimado, o agravado apresentou contrarrazões a É a breve exposição. II - VOTO E SUA FUNDAMENTAÇÃO: conheço do recurso. Presentes os pressupostos de admissibilidade Requer o agravante a retirada da averbação que fez constar a referida ação Declaratória de Nulidade de Ato jurídico, existente na matrícula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Matinhos. Página 3 de 7

4 Agravo de Instrumento nº fls. 4 Sem razão. A averbação de protesto destina-se a tornar público a terceiros eventuais direitos existentes sobre o imóvel de forma que, se este for alienado, a venda corre o risco de ser desfeita. Ou seja, a justificativa para que seja deferida a averbação no registro imobiliário é a existência de direitos a serem preservados, além de tornar de conhecimento de terceiros, eventuais interessados, que o bem imóvel é objeto de litígio entre as partes, que discutem sua situação. No caso dos autos, verifica-se que os agravados ajuizaram Ação Declaratória de Nulidade de Ato Jurídico, onde afirmam que são os legítimos proprietários do imóvel de matrícula nº do Registro de Imóveis de Matinhos, desde , o qual foi usucapido pelo réu (Sr. Nely Miranda) nos autos nº 531/2006. O Sr. Nely Miranda vendeu o seu imóvel ao agravante, conforme verifica-se na matrícula acostada a fls. 47/48- TJ. Ocorre que os agravados tiveram a procedência na demanda de nulidade de ato jurídico (autos nº mov.2.61), ou seja, todos os atos realizados no processo de usucapião de nº 531/2006 são nulos. Ressalta-se que a averbação de protesto contra a alienação do bem no Cartório de Registro de Imóveis está dentro do Página 4 de 7

5 Agravo de Instrumento nº fls. 5 poder geral de cautela, visando proteger o direito de terceiros, prevenir responsabilidade, bem como prejuízos para eventuais adquirentes do bem. Ademais, o protesto ou sua averbação não impedem a alienação do imóvel em questão. Em casos análogos, assim decidiu este Tribunal: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PROTESTO JUDICIAL CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS - AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL - POSSIBILIDADE - PROVIDÊNCIA QUE NÃO OBSTA A DISPOSIÇÃO SOBRE O BEM - PROTEÇÃO DO CREDOR E TERCEIROS - PRECEDENTES - DECISÃO MANTIDA. - Diante da controvérsia posta, com o escopo em garantir o resultado útil do processo, possível a mera averbação da demanda no cartório de registro de imóveis com a finalidade de informar compradores acerca da presente discussão. Contudo, tal providência não tem força para impedir a alienação, visto que ofenderia o direito de propriedade tutelado constitucionalmente. (TJ-PR, Agravo de Instrumento nº Relator: Gamaliel Seme Scaff, Data de Julgamento: 02/07/2014, 11ª Câmara Cível) AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AVERBAÇÃO DO PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS. POSSIBILIDADE. PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ (ART. 798 CPC). O ESCOPO DA AVERBAÇÃO É CINETIFICAR TERCEIROS ACERCA DO PROTESTO CONTRA A ALIENAÇÃO DE BENS. ALCANÇE MAIOR PELA AVERBAÇÃO DO QUE PELA PUBLICAÇÃO DE EDITAIS. RECURSO PROVIDO 1. Admite-se a averbação do protesto no registro imobiliário tendo em vista o poder geral de cautela do juiz. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 2. Busca-se com a averbação, dar ciência do protesto a terceiros, o que confere maior Página 5 de 7

6 Agravo de Instrumento nº fls. 6 efetividade ao referido ato, do que a publicação de editais, conferindo maior efetividade à medida. Agravo de Instrumento provido. (TJ-PR - AI: PR , Relator: Albino Jacomel Guerios, Data de Julgamento: 04/03/2010, 10ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 350) Bem como o Egrégio STJ: PROTESTO CONTRA ALIENAÇÃO DE BENS. AVERBAÇÃO NO REGISTRO IMOBILIÁRIO. ADMISSIBILIDADE. PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ. - "A averbação, no Cartório de Registro de Imóveis, de protesto contra alienação de bem, está dentro do poder geral de cautela do juiz (art. 798, CPC) e se justifica pela necessidade de dar conhecimento do protesto a terceiros, prevenindo litígios e prejuízos para eventuais adquirentes." (REsp nº SP). Recurso especial conhecido, ao qual se nega provimento. (STJ - REsp: RS 2002/ , Relator: Ministro BARROS MONTEIRO, Data de Julgamento: 03/10/2002, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ p. 345) Desta forma, levando-se em consideração que a averbação é a medida mais eficiente para dar ciência à terceiros de que eventual alienação do bem poderá vir a ser desconstituída, e estando dentro do poder geral de cautela do juiz, não há que se falar em reforma da decisão atacada. desprovimento do presente recurso. Portanto, voto pelo conhecimento e III - DECISÃO: Diante do exposto, acordam os Desembargadores da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por Página 6 de 7

7 Agravo de Instrumento nº fls. 7 unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Presidiu o julgamento o Desembargador VITOR ROBERTO SILVA, sem voto, e dele participaram o Desembargador LUIS ESPÍNDOLA e o Juiz Convocado HELDER LUIS HENRIQUE TAGUCHI. Curitiba, 11 de novembro de Des. MARCELO GOBBO DALLA DEA Relator Página 7 de 7