19/09/2009. O propósito de uma pastagem é fornecer alimento aos animais, cujo valor deve ser medido em termos de produção animal.
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- Luís Joaquim Bandeira Carmona
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1 Aula 4 Estudo das Principais Gramíneas Forrageiras Pastagens O propósito de uma pastagem é fornecer alimento aos animais, cujo valor deve ser medido em termos de produção animal. Desta forma, uma boa escolha do capim para a formação de um pasto é de primordial importância, pois determinará a produtividade (quantidade e qualidade), longevidade e o manejo a ser adotado. Pastagens Escada da ilusão Em 1995: Pecuarista realiza exploração extrativista em suas pastagens; Colonião, Napier Pangola B. decumbens Fortalece-se o ciclo da pobreza da pecuária ; B. humidicola O ciclo dos capins novos, isto é, o período em que a nova planta forrageira monopoliza as atenções dos técnicos e produtores está cada vez mais curto. Isso reflete a capacidade com que as pastagens estão sendo degradadas e mede a intensidade do ciclo de pobreza. Andropogon B. brizantha Grama Batatais Rebrota de barba de bode, rabo de burro, sapé 1
2 Pastagens A atenção devota pelas espécies recém introduzidas e a facilidade com que os pecuaristas as experimentam revelam a sua insatisfação pelas espécies conhecidas. Em Não existe capim milagroso!!! Recursos: Solo Clima Planta Forragem produzida Forragem consumida Produto animal Principais atributos desejáveis na planta forrageira Produção de forragem (material verde ou material seco); Valor nutritivo (composição química e digestibilidade) e Crescimento Utilização Conversão aceitação pelo animal (palatabilidade); Persistência; Facilidade de propagação e estabelecimento PRODUÇÃO Resistente à pragas e doenças. 2
3 Gênero Cynodon Gênero Cynodon As gramíneas do gênero Cynodon são conhecidas como gramas bermuda e estrelas. O número de cultivares do gênero Cynodon representa cerca de 10 milhões de ha ao redor do mundo. No Brasil : PR >>> RS>> SC Na década 80, foram superados em importância apenas pela Brachiaria Brizantha Gênero Cynodon Ao longo dos anos as plantas do gênero Cynodon despertaram grande interesse e ganharam popularidade devido: à sua facilidade de cultivo; alta produção de forragem (20 a 25 t MS ha-1 ano-1); bom valor nutritivo (11 a 13% de proteína bruta e 58 a 65% de digestibilidade). Gramínea considerada como INVASORA. Difícil de tirar... 3
4 Principais espécies Cynodon dactylon, (L.) Pers = Coast cross variedade comum (grama seda, capim de burro ou grama paulista). Na década de 50 = melhoramento genético variedade dactylon Cynodon plectostachyus (K. Schum.) Pilger = capim estrela da áfrica Cynodon nlemfuensis, Vanderyst = capim estrela de porto rico Principais cultivares da espécie Cynodon dactylon 1. Bermuda comum 2. Coastal 3. Comum 4.Tift Bermuda 5. Santa Lúcia 6. Allicia 7. Callie 8. Tifton Oklan 10. Brazos 11.Grazer 12.Suwannee Bermuda 13. Coastcross Midland 15. Hardie 16.Greenfield 17. Tifton Tifton Tifton Florakirk 4
5 Caule Cresce até 40cm comprimento, glabro, apresenta estolão e rizoma. Perene. Folhas Lâmina foliar com 8cm comprimento e lígula membranosa (pequena), com cílios. Inflorescência Digitada, com arranjo de 3-6 espigas de 8 cm, com muitas espiguetas, dispostas em duas linhas ao longo do eixo. Flores espiguetas com 1 flor (floreta) perfeita. Glumas de 2 mm, lanceoladas. Cynodon dactylon Crescimento prostado; Estolonífero; Rizomas ou não; Colmos finos e folhas estreitas Altamente invasora (ocupa rapidamente a superfície do solo); Inflorescência formada de espigas (3 a 6), dispostas digitadamente na extremidade do colmo; 5
6 Cynodon dactylon ADAPTAÇÃO: Pouco exigente em fertilidade de solos. Adubação, especialmente nitrogenada para a cv. Coastcross1, quando utilizada mais intensivamente. PROPAGAÇÃO: Mudas (pedaços de estolão, com rizoma ou não) UTILIZAÇÃO: Coastal Bermuda e Suwannee Bermuda não são mais usados. Grama Paulista: piquetes se suínos. Coastcross 1: piquetes para animais jovens ou adultos. Fenação e pastagem. Cv. Coastcross 1 Cynodon dactylon = Não apresenta rizoma, o que facilita a sua erradicação. = Valor nutritivo é melhor, comparativamente às outras gramas bermudas. devido a preocupações com a resistência do Coastcross-1 ao frio = melhoramento desta variedade. Disto resultou o Coastcross-1M3, posteriormente chamado Coastcross-2, hoje é simplesmentedenominada de Coastcross. Diferenças morfológicas do Tifton 68 e 85. Tifton 68 Tifton 85 Folha Haste Maiores, com pêlos compridos. Largas, cor verde mais claro. Muito grossa e um pouco áspera. Menores, com pêlos bem curtos. Estreitas, cor verde garrafa. Delgada e lisa Estolão Grosso, com pigmentação roxa (antocianidina) Médios, vigorosos, com pouca pigmentação roxa. Rizoma Ausente Presente. Características gerais resistência ao frio, seca e pisoteio. elevado potencial produtivo 6
7 Cv. Florakirk Cynodon dactylon Cynodon plectostachyus Apresenta rizoma e estolões. Nó e entre nó glabros planta de maior tolerância ao frio e resistência à ferrugem Colmos folhosos e ramificados que podem atingir até 70 cm de altura. Capaz de suportar elevadas taxas de lotação com excelente ganho depeso para animais em crescimento ; Foi lançado, principalmente, para a produção de feno, devido às suas características de caule fino, persistência, boa produção, boa qualidade e relativa resistência ao frio. Capim estrela da África Perene, crescimento prostrado Estolonífero (estolões arqueados) Ausência de rizomas Colmos mais grossos e folhas mais largas que o C. dactylus. Verde mais claro que os C. dactylus. Inflorescência formada de espigas (mais longas), dispostas digitadamente na extremidade do colmo; Cynodon plectostachyus Cynodon plectostachyus. Nome comum: Capim estrela da África ADAPTAÇÃO: Pouco exigente em fertilidade de solos. Adubação, especialmente nitrogenada para a cv. Coastcross1, quando utilizada mais intensivamente. PROPAGAÇÃO: Mudas (pedaços de estolão) UTILIZAÇÃO: Fenação (pouco comum) e pastagem. Cynodon nlemfuensis Cynodon nlemfuensis cv. Estrela de Porto Rico (Roxa) Plantas estoloníferas, 30-70cm; Lâminas foliares glabras; lígula membranoso-ciliada. Gramínea plantada por mudas (sementes inférteis), sendo recomendada para a recuperação e melhoramento de pastagens já estabelecidas, principalmente em solos mais férteis. Tem apresentado excelente desempenho nos solos de baixa permeabilidade, onde o brizantão tem morrido. Também é recomendada para plantio em malhadouros e entorno de currais, devido à sua agressividade e boa tolerância ao pisoteio nestas condições, bem como em barragens de açudes. 7
8 Cynodon nlemfuensis Cv. Florona Cv. Florico O cultivar Florona é uma gramínea perene, estolonífera, sem rizomas, com hastes e folhas de cor verde clara e inflorescência roxa. Foi selecionado por sua persistência, alta produção de MS e habilidade para produzir forragem mais rapidamente do que o capim- Florico, no verão. Produção de matéria seca (MS) e de proteína bruta (PB) de Cynodon (média de 3 anos). Cultivar MS (kg/ha) PB (kg/ha) Tifton Florakirk Estrela Coastcross Características de adaptação introduzidos no Brasil. de capins do gênero Cynodon Características Tifton 68 Cynodon spp Tifton 85 Cynodon spp Florona C. nlemfuensis Florico, C nlemfuensis Florakirk C. dactylon Resist. geada Fraca Muito boa Fraca Fraca Muito boa Resist. fogo Fraca Boa Razoável Razoável Boa Resist. doenças Boa Muito boa Boa Boa Muito boa Resist. acidez Fraca Fraca Razoável Razoável Fraca Resist estr. hídrico Razoável Muito boa Razoável Razoável Boa Fechamento do solo Razoável Muito bom Muito bom Bom Ótimo Toler. cigarrinha Susceptível Moderada/ e susceptível Moderada/e susceptível Moderada/e susceptível Moderada/e susceptível 8
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10 Atributos positivos: -elevado valor nutritivo e alimentício; -elevada resposta à adubação; -boa resistência ao pastejo; -adequadas para uso tanto na forma de pastejo como na forma de feno; - boa tolerância ao frio. Atributo negativos: - propagação vegetativa, - exigente em fertilidade, -podem apresentar teor elevado de HCN (dose de risco > 200 mg de HCN/kg de matéria verde); - queda da qualidade da forragem após 5 semanas de rebrota e após a ocorrência de geada. 10
11 Gênero Penisetum Gênero Penisetum Espécie: Pennisetum purpureum, Schumach Origem: África Brasil: 1920, a partir de mudas provenientes de Cuba. Características gerais: planta vigorosa, de crescimento ereto, porte elevado (3-5m) caule grossos folhas largas e compridas. Inflorescência tipo panícula fechada Principais cultivares Para melhor compreensão, foram reunidas em grupos definidos em relação aos tipos básicos: 1-grupo Cameroon: touceiras densas, colmos grossos, predominância de perfilhos basais, folhas largas, florescimento tardio (ou não florescem); 2-grupo Napier: touceiras mais abertas, colmos menos grossos, folhas menos largas, florescimento intermediário (abril-maio). Exemplo: Napier, Mineirão, Taiwan A144, Taiwan A146, T A-148, T A-241, Gigante de Pinda; 3-grupo Mercker: plantas de menor porte, colmos finos, folhas menos largas e mais numerosas, muita pilosidade e florescimento precoce (março-abril). Exemplo: Mercker, Merckeron; 4-grupo Anão: plantas de porte baixo (1,5 m), internódios curtos e alta relação folha/caule. Exemplo: var. Anã cv. Mott 11
12 Pennisetum purpureum Capim Napier Capim-elefante (Pennisetum purpureum) devido ao fácil cultivo; elevada produção de matéria seca; bom valor nutritivo; resistência a pragas e doenças; boa palatabilidade É utilizada para a formação de capineiras. Capineira = corte e fornecimento da forragem verde no cocho. Também utilizado para ensilar, exclusivo ou em mistura com aditivos. Também utilizado em pastagens (cultivar de porte menor, pastejo a cm do solo, com freqüência a cada 45 dias, em condições de alta fertilidade) Capineira A capineira deve ser localizada em terreno plano ou pouco inclinado, bem drenado e próximo ao local de distribuição do capim aos animais. A área deve ser destocada, arada e gradeada para facilitar o desenvolvimento da planta e as atividades de manutenção e utilização. Em geral, um hectare de capineira, bem manejada, pode fornecer forragem para alimentar 10 a 12 vacas durante o ano. Manejo da Capineira O plantio deve ser realizado no início do período chuvoso. As mudas devem ser retiradas de plantas com 3 a 12 meses de idade. Deve-se aparar as plantas e retirar as folhas para que ocorra uma melhor brotação. A quantidade de mudas para o plantio varia de acordo com o espaçamento. Sistema de duas estacas/cova espaçamento de 1,0 m entre sulcos e 0,8 m entre covas, necessita-se cerca de estacas de 2 a 3 nós/ha. As mudas devem ser colocadas horizontalmente em sulcos com 10 a 15 cm de profundidade. 1 ha fornece mudas para o plantio de 10 ha de capineira. As cultivares recomendadas são Cameroon, Mineiro e Pioneiro. 12
13 O espaçamento pode ser em distribuição uniforme, de 1,00 ou 1,20 x 0,50 m, ou em linhas duplas, afastadas de 1,0 m, sendo o espaçamento nas linhas de 0,40 x 50 cm Manejo da Capineira A freqüência entre cortes afeta marcadamente a produção de forragem, valor nutritivo, potencial de rebrota e persistência (vida útil da capineira). O primeiro corte após o plantio deve ser realizado quando as plantas estiverem bem entouceiradas, o que ocorre cerca de 90 dias após o plantio. Os cortes devem ser realizados a intervalos de 45 a 60 dias, ou quando as plantas atingirem em torno 1,5 m de altura Fig. Espaçamentos das covas no plantio dos capins elefante, napier e cameron 13
14 Manejo da Capineira A altura de corte em relação ao solo depende do nível de fertilidade e umidade do solo. Quando as condições para as brotações basilares forem satisfatórias (solo bem adubado ou de alta fertilidade natural), o corte pode ser feito rente ao solo; caso contrário, deve ser efetuado entre 20 a 30 cm acima do solo. Os melhores resultados são obtidos com cortes feitos com terçado, foice ou enxada. Cortes mecanizados podem prejudicar a longevidade da capineira. Manejo da Capineira Por exemplo... Para facilitar o manejo a capineira deve ser dividida em talhões. Cada talhão deve ser totalmente utilizado numa semana e deve descansar por um período entre 45 e 60 dias até o próximo corte. Para um rebanho leiteiro de 25 vacas seria necessário 2,5 ha de capineira, a qual poderia ser dividida em oito talhões principais, mais dois de reserva para situações críticas. Quanto menor o período de descanso maior será o valor nutritivo e menor a produção de forragem. Se um talhão não for completamente utilizado em uma semana, o resto deve ser colhido e o material fornecido a outros animais ou distribuídos na área como cobertura morta, visando não comprometer o bom manejo da capineira. Deste modo, utilizando-se um talhão a cada sete dias, o período de descanso entre cortes, num mesmo talhão, seria de 49 dias. Neste caso, os talhões poderiam ter uma área de m 2 (50 x 50 m). 14
15 A utilização da capineira deve ser suspensa no final do período chuvoso (março-abril), visando o acúmulo de forragem de boa qualidadepara utilização durante o período seco. para capineiras de capim-elefante cv. Cameroon diferidas em abril e utilizadas em julho e agosto, obtiveram rendimentos de MS de 5,71 e 6,11 t/ha, teores de PB de 8,32 e 7,84% e coeficientes de digestibilidade in vitro da MS de 58,24 e 53,76%, respectivamente. Capim-elefante sob pastejo Devido à alta produção de nutrientes, o capimelefante proporciona elevadas produções de leite ou carne por animal e por área, desde que sejam adotadas práticas de manejo adequadas. No pastejo, é possível manter 5 vacas por hectare. 15
16 Capim-elefante sob pastejo Quando as plantas atingirem não mais 1,5 cm de altura, deve-se fazer um pastejo suave para uniformização da pastagem, seguida de uma roçagem realizada a 20 cm de altura. (Emprapa, CNPGL) Os animais devem entrar no pasto quando o capim estiver com altura entre 1,2 a 1,5 m. Nessa altura obtém-se maior equilíbrio entre produção e qualidade da forragem disponível. Devido as altas taxas de crescimento do capim-elefante, recomenda-se a utilização de carga animal entre 4 e 5 UA/ha. Capim-elefante sob pastejo Os animais devem ser retirados da pastagem quando as plantas estiverem com 0,60 a 0,80 m de altura, levando-se em conta o desfolhamento da pastagem. Deve deixar um resíduo de 15 a 20% de folha, para permitir uma rebrota mais rápida, mas sempre com permanência dos animais em torno de três dias em cada piquete. Não há necessidade de roçar o capim após a saída dos animais dos piquetes. As poucas folhas que permanecem nos caules favorecem a uma recuperação mais rápida da pastagem. Caso o resíduo de forragem após o pastejo seja elevado após os três dias de utilização, os animais podem permanecer mais tempo ou utilizar outros animais, como vacas secas ou novilhas, para ajudar a consumir a forragem ainda disponível. A Embrapa Gado de Leite recomenda: dividir em 11 piquetes de forma que os animais pastejem três dias em cada piquete, com descanso de 30 dias. Na Embrapa Gado de Leite Utilizando-se capim-elefante cv. Pioneiro sob pastejo rotativo foram obtidas produções de 10 e 12 litros de leite/vaca/dia, com lotação de 5 vacas por hectare e ganhos de peso entre 800 e 1.000g/animal/dia para gado de corte. 16
17 Cenchrus ciliaris, L. Capim Buffel 17
18 Chloris gayana, Kunth Capim de Rhodes Andropogon gayanus, Kunth 18
19 Capim Pojuca Paspalum atratum, swallen 19
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