EDIFICAÇÃO DE USO MISTO COMERCIAL + RESIDENCIAL
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- Antônio Alcaide Esteves
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1 EDIFICAÇÃO DE USO MISTO COMERCIAL + RESIDENCIAL UFRGS Arquitetura e Urbanismo Trabalho de conclusão de curso 2013/2 Acadêmica Laura Goulart da Rocha orientador César Bastos de Mattos Vieira
2 SUMÁRIO 1.TEMA JUSTIFICATIVA DA TEMÁTICA ESCOLHIDA ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA, SÍTIO E TECIDO OBJETIVOS DA PROPOSTA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS E PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO PRETENDIDOS METODOLOGIA E INSTRUMENTOS DE TRABALHO DEFINIÇÕES GERAIS AGENTES DE INTERVENÇÃO E SEUS OBJETIVOS CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO ASPECTOS TEMPORAIS ASPECTOS ECONÔMICOS DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES, ORGANIZADAS POR GRUPAMENTOS E UNIDADES ESPACIAIS E DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO FIXA E VARIÁVEL POR ATIVIDADE E UNIDADE ESPACIAL ORGANIZAÇÃO DOS DIFERENTES FLUXOS LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO APRESENTAÇÃO DO TERRENO POTENCIAIS E LIMITAÇÕES DA ÁREA, IDENTIFICAÇÃO DE SUA DINÂMICA DE TRANSFORMAÇÃO, SITUAÇÃO ATUAL, DEMANDAS, TENDÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO, PLANOS E PROJETOS INCIDENTES MORFOLOGIA URBANA E RELAÇÕES FUNCIONAIS LOCAIS, URBANAS E REGIONAIS USO DO SOLO E ATIVIDADES EXISTENTES SISTEMA DE CIRCULAÇÃO VEICULAR REDES DE INFRAESTRUTURA: ÁGUA, DRENAGEM, ESGOTO, ENERGIA E ILUMINAÇÃO ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DA POPULAÇÃO RESIDENTE E USUÁRIA LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO, ORIENTAÇÃO SOLAR E MICROCLIMA CONDICIONANTES LEGAIS CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES E PLANO DIRETOR NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NORMAS DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL AOS ESPAÇOS DE USO NORMAS DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE ELETRICIDADE, TELEFONE, ÁGUA FONTES DE INFORMAÇÃO BIBLIOGRAFIA PORTFÓLIO HISTÓRICO ESCOLAR PRODUÇÃO DAS DISCIPLINAS DE PROJETO ARQUITETÔNICO E URBANISMO...23
3 1. TEMA 1.1 JUSTIFICATIVA DA TEMÁTICA ESCOLHIDA A cidade de Porto Alegre caracteriza-se pela presença de algumas zonas de usos bem definidas e delimitadas. Essa característica monofuncional de determinados espaços na cidade acarreta em áreas com pouca vitalidade urbana em determinados períodos. Além disso, o aumento do número de carros em circulação nas ruas de Porto Alegre tem implicado algo a mais que conforto e independência. Sem o devido acompanhamento de melhorias na infraestrutura urbana, este fenômeno tem se traduzido em perda de qualidade de vida para muitos. Diante disso, a mobilidade nas metrópoles só piora e faz com que as pessoas procurem maneiras de reduzir as horas perdidas em congestionamentos. 1.2 ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE PROGRAMA, SÍTIO E TECIDO Programa, sítio e tecido devem estar conectados de modo a permitir continuidade e ligação com as atividades que acontecem nas suas interfaces. A partir da análise das características dos lugares mais convidativos dos bairros Praia de Belas e Menino Deus, se reconheceu o valor do vazio e do interstício como principal denominador a considerar na escolha do terreno e na configuração programática-espacial. Na escolha do quarteirão localizado entre as Avenidas Praia de Belas e Borges de Medeiros e as Ruas Dr. Alter Cintra de Oliveira e Pery Machado foi considerada a opção por um terreno amplo e de fácil acesso. Além disso, é fácil perceber a diferença do grão urbano consolidado do bairro Menino Deus com a área de bordo ainda sem configuração urbana bem definida do bairro Praia de Belas. Assim, o projeto será uma transição entre as duas malhas e o novo edifício permitirá ser lido como um desenvolvimento ou uma reinterpretação da conformação do tecido urbano dos bairros, definindo os caminhos e as diversidades deste espaço. FONTE: ROGERS, 2001, p. 39 Mais do que um edifício a ser inserido num espaço inutilizado numa área de grande valorização em Porto Alegre, este projeto é uma proposta de ocupação nesta região que procura romper este zoneamento. Desta forma, este exercício se propõe a trabalhar com a promoção de diversidade na divisa entre os bairros Praia de Belas e Menino Deus, através da implantação de uma edificação multifamiliar de uso misto. Para reforçar a vontade de gerar atração à nova quadra proposta, a escolha é de localizar as residências e escritórios nos pisos superiores e implantar um programa de passeio comercial, cultural e habitacional com uma mesma premissa: os níveis de maior contato com o espaço público devem ter atividades que o retroalimente abrindo-se para o uso público. 1.3 OBJETIVOS DA PROPOSTA Esta proposta tem por objetivo a requalificação de uma parcela urbana não utilizada no limite entre os bairros Praia de Belas e Menino Deus em Porto Alegre. O sítio compreende alguns terrenos sem aproveitamento, fechados com tapumes e caracterizados como uma grande barreira entre os bairros e o Parque Marinha do Brasil. O projeto visa qualificar o espaço aberto e construído e tem por premissa estabelecer espaços para articulação e socialização entre a população residente e os demais usuários e transeuntes do bairro e promover a diversidade de uso e pessoas na área na qual está sendo implantado. 3
4 2. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 2.1 DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS E PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO PRETENDIDOS O trabalho será dividido em três etapas: pesquisa, estudo preliminar e anteprojeto. - Pesquisa: Entrega de um dossiê apresentando a temática e suas justificativas. Nesta etapa será feito o levantamento de dados necessários para o desenvolvimento do projeto. Serão analisados aspectos históricos, contextuais e técnicos que influenciarão nas tomadas de decisão das próximas etapas. - Estudo Preliminar: Nesta etapa, será apresentada uma solução geral para a edificação. Serão apresentados diagramas explicativos que devem conter o lançamento do partido, relação com o entorno, zoneamento de atividades, sistema construtivo adotado,... - Anteprojeto: Apresentação final de todo o projeto desenvolvido ao longo da atividade, com a definição de todos os itens necessários para o entendimento da proposta arquitetônica. Serão desenvolvidos os possíveis elementos gráficos para a compreensão do projeto: diagramas conceituais (implantação, zoneamento); planta de situação, inserção no contexto urbano; planta de localização; implantação e planta baixa do pavimento térreo; planta baixa dos demais pavimentos; cortes transversais e longitudinais; elevações; ampliações relevantes; detalhes construtivos; perspectivas internas e externas; maquete volumétrica com entorno e maquete do edifício; 2.2 METODOLOGIA E INSTRUMENTOS DE TRABALHO O desenvolvimento do projeto se dará a partir da análise e interpretação crítica das situações apresentadas pela pesquisa de dados e pela visita ao sítio, procurando a melhor solução de projeto para o local. Serão consultadas fontes bibliográficas de referências de projetos nacionais e internacionais de edificações híbridas e de uso misto para a busca de referências sobre o tema do método construtivo mais adequado. Para o desenvolvimento do trabalho serão utilizados recursos gráficos e ferramentas de desenho: plantas para determinação de fluxos e espaços, acompanhadas de estudos volumétricos com croquis e maquetes de estudo. As escalas serão definidas ao longo do desenvolvimento da proposta. 4
5 3. DEFINIÇÕES GERAIS 3.1 AGENTES DE INTERVENÇÃO E SEUS OBJETIVOS O agente de intervenção responsável pela captação de recursos é a iniciativa privada. A aquisição do terreno e a construção da edificação de uso misto deverão ser viabilizadas com a parceria de investidores e de uma incorporadora. Os investidores adquirem a área e permutam com a incorporadora por área construída no local. 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO A proposta de um edifício multifuncional apresenta atividades que atendem uma grande quantidade de usuários com diferentes perfis e faixas etárias, como por exemplo: Área residencial: casais, pessoas solteiras, estudantes; Escritórios: profissionais autônomos, empresas de pequeno porte, escritórios corporativos; Centro comercial: pequeno e médio comércio varejista, de alimentação e serviços. Tais características podem apresentar pequena variação, contudo o empreendimento tem como escopo atingir à população pertencente à classe média/média alta. Devido à proximidade com parques e áreas turísticas, o movimento de turistas e pessoas em busca de lazer também é previstos ASPECTOS TEMPORAIS Após as etapas e período de aprovação na prefeitura estima-se um prazo de 30 meses até a conclusão da obra. Contudo, esse prazo pode sofrer alterações, considerando a instabilidade climática característica da região e demais fatores que possam gerar algum imprevisto e atrasar o andamento da obra. 3.4 ASPECTOS ECONÔMICOS GALERIA ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL LOJAS CSL 16-N R$ 1.437,12 55 m² m² R$ ,00 DEPÓSITOS PP 4-N R$ 1.252,84 50 m² m² R$ ,00 RESIDENCIAL USO COMUM ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL HALL DE ENTRADA R 16-A R$ 1.370,22 75 m² 1 75 m² R$ ,50 ZELADOR PP 4-N R$ 1.252,84 30 m² 1 30 m² R$ ,20 UNIDADE ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL LOFT R 8-A R$ 1.329,65 60 m² m² R$ ,00 1 DORMITÓRIO R 8-A R$ 1.329,65 60 m² m² R$ ,00 DUPLEX R 16-A R$ 1.370, m² m² R$ ,00 COMERCIAL USO COMUM ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL HALL DE ENTRADA CSL 16-N R$ 1.437,12 75 m² 1 75 m² R$ ,00 SALA DE REUNIÕES CSL 8-A R$ 1.227,91 20 m² 2 40 m² R$ ,40 AUDITÓRIO CSL 8-A R$ 1.227,91 50 m² 1 50 m² R$ ,50 UNIDADE ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL SALA COMERCIAL CSL 8-A R$ 1.227,91 30 m² m² R$ ,40 ESTACIONAMENTO ESPAÇO DESCRIÇÃO CUB VALOR ÁREA UNIDADES ÁREA TOTAL CUSTO TOTAL VAGAS PP 4-N R$ 1.252,84 12,5 m² m² R$ ,00 CIRCULAÇÂO PP 4-N R$ 1.252,84 12,5 m² m² R$ ,00 TOTAL TOTAL R$ ,00 5
6 4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES, ORGANIZADAS POR GRUPAMENTOS E UNIDADES ESPACIAIS E DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO FIXA E VARIÁVEL POR ATIVIDADE E UNIDADE ESPACIAL 4. DEFINIÇÕES DO PROGRAMA GALERIA ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA Espaço aberto, coberto e descoberto, de áreas verdes, mobiliário PRAÇA circulação da galeria com espaços de estar e convivência urbando, recantos de estar m² LOJAS espaços modulares que podem ou não ser unidos, para a venda de mercadorias ao público ou espaço com mesas, com cozinha própria, depósito, mobiliário específico ara cada unidade m² SANITÁRIOS sanitário masculino, feminino e PNE vasos sanitários, lavatórios, mictórios e instalações para PNE m² DEPÓSITOS de lixo, de armazenamento de produtos e utensílios de limpeza armários, lavatório, torneira e ralo m² 6
7 4. DEFINIÇÕES DO PROGRAMA RESIDENCIAL USO COMUM ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA sofás, balcão, HALL DE ENTRADA lavatório recepção com portaria, área de espera e sanitário computador, de serviço vaso sanitário e 1-75 m² ÁREA DE LAZER INFRAESTRUTURA ZELADOR espaços de entretenimento exclusivos para os condôminos ar condicionado, transformadores, depósito de lixo, reservatórios inferior e superior, central de gás, casa de máquinas, gerador, medidores apartamento do zelador mobiliário específico ara cada espaço equipamento específico ara cada espaço estar/jantar, dormitório, cozinha, área de serviço e sanitário m² m² 2-30 m² UNIDADE ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA LOFT m² 1 DORMITÓRIO m² DUPLEX m² 7
8 COMERCIAL USO COMUM ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA sofás, balcão, HALL DE ENTRADA lavatório recepção com portaria, área de espera e sanitário computador, de serviço vaso sanitário e 2-75 m² SALA DE REUNIÕES espaço para reuniões a ser utilizado pelos proprietários das salas comerciais mesa e cadeiras m² AUDITÓRIO espaço para reuniões a ser utilizado pelos proprietários das salas comerciais cadeiras, telão m² INFRAESTRUTURA ar condicionado, tranformadores, depósito de lixo, reservatórios inferior e superior, central de gás, casa de máquinas, gerador, medidores UNIDADE equipamento específico ara cada espaço 4. DEFINIÇÕES DO PROGRAMA m² ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA SALA COMERCIAL sala com sanitário mesas, cadeiras, divisórias m² ESTACIONAMENTO ESPAÇO DESCRIÇÃO EQUIPAMENTOS POP. FIXA POP. VARIÁVEL ÁREA VAGAS uma vaga por unidade comercial/residencial e vagas rotativas ,5 m² BICICLETÁRIO espaço para bicicletas ,0 m² INFRAESTRUTURA sala de funcionários, depósito de lixo, reservatórios inferior, casa de máquinas, gerador m² 8
9 4. DEFINIÇÕES DO PROGRAMA 4.2 ORGANIZAÇÃO DOS DIFERENTES FLUXOS apartamentos lazer Salas comerciais zelador salas de reuniões auditório hall de entrada hall de entrada acesso residencial acesso comercial galeria rua estacionamento privacidade 9
10 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.1 APRESENTAÇÃO DO TERRENO A proposta de implantação situa-se em terreno localizado entre a Av. Borges de Medeiros e a Av. Praia de Belas, avenida que divide os bairros Praia de Belas e Menino Deus. A antiga proprietária, a construtora Maguefa, chegou a fazer alguns investimentos após o Plano Diretor de 1979, que permitiu à área grandes índices de aproveitamento, erguendo, nos terrenos ao lado, três torres. Após a falência da empresa Maguefa, os terrenos foram entregues ao Banco do Brasil. Por muitos anos, o terreno foi utilizado por um parque de diversões. Atualmente, o terreno pertence ao Grupo Zaffari e encontra-se desocupado e fechado por tapumes. AV. AURELIANO DE FIGUEIREDO PINTO / MAUÁ AV. PRAIA DE BELAS TERRENO AV. IPIRANGA AV. BORGES DE MEDEIROS ÁREA BRUTA DO TERRENO: m² 10
11 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Para maior permeabilidade e integração entre as áreas do Menino Deus e Praia de Belas, a Rua Botafogo será prolongada, dividindo o terreno existente e diminuindo a dimensão do quarteirão e lote de projeto. AV. BORGES DE MEDEIROS SHOPPING PRAIA DE BELAS PRAÇA ITÁLIA PARQUE MARINHA DO BRASIL R. BOTAFOGO SÍTIO PROPOSTO R. DR. ALTER CINTRA DE OLIVEIRA BAIRRO MENINO DEUS BAIRRO PRAIA DE BELAS 11
12 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.2 POTENCIAIS E LIMITAÇÕES DA ÁREA, IDENTIFICAÇÃO DE SUA DINÂMICA DE TRANSFORMAÇÃO, SITUAÇÃO ATUAL, DEMANDAS, TENDÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO, PLANOS E PROJETOS INCIDENTES HISTÓRICO DA ÁREA No século XIX, a região era ocupada por chácaras e sítios, onde uma das primeiras chácaras à beira do lago Guaíba era propriedade de Antônio Rodrigues Belas. Visando melhorar o acesso ao Centro, ele construiu uma estrada (Avenida Praia de Belas). Em 1870, com a construção de um cais de pedra, a cidade volta-se para a região, e a população que residia nas proximidades da estrada começa a aumentar. Em 1893 foi apresentado ao governador do Estado um projeto de urbanização de autoria de uma firma holandesa. Tal projeto visava a urbanização da Avenida Praia de Belas. Estas tentativas de organizar o crescimento da cidade levaram o arquiteto João Moreira Maciel a propor o "Plano Geral de Melhoramentos" em 1914, que estabelecia a necessidade de criação de vias de acesso suficientemente amplas que desafogassem o tráfego do Centro para a periferia e vice-versa. Assim, foram projetadas as avenidas Júlio de Castilhos, Otávio Rocha e Borges de Medeiros e a primeira ponte sobre o Arroio Dilúvio. Entre 1935 e 1937 surge a segunda tentativa de planificar a cidade. Edvaldo Pereira Paiva e Luiz Arthur Ubatuba de Farias apresentam o trabalho denominado "As Linhas Gerais do Plano Diretor - Contribuição ao Estudo de Urbanização de Porto Alegre" que partindo do plano elaborado por Maciel voltava-se, também, para as questões viárias. Em 1938, o urbanista Arnaldo Gladosch foi contratado para elaborar um Plano Diretor para Porto Alegre. Um ano depois, foi criado o Conselho do Plano Diretor (que atua até hoje), para o qual o arquiteto apresentava suas ideias. O chamado Plano Gladosch, que resultou numa proposta essencialmente viária, destacava a necessidade do "zoneamento" da cidade. Em 1955 foi aprovado pela Câmara Municipal o plano definitivo da Avenida Praia de Belas, de autoria dos urbanistas Edvaldo Pereira Paiva e Carlos M. Fayet, pela lei No ano seguinte, é iniciado o aterro local originando o bairro Praia de Belas. Em 1972 a Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) elabora um estudo de tratamento paisagístico, para utilização de área aterrada e em 1975 inicia-se o aterro do dique de proteção contra as enchentes do Guaíba. No mesmo ano, é lançado o Projeto Renascença, de autoria do Governo Federal, que recuperava áreas deterioradas na região central de grandes capitais. Porto Alegre investiu aqueles recursos nas regiões periféricas ao Bairro Praia de Belas, em especial contemplando os bairros Cidade Baixa e Menino Deus. 12
13 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO POTENCIAIS E LIMITAÇÕES DA ÁREA + Proximidade de pontos culturais (como o Museu Iberê Camargo), de serviços (Faculdade, Hospital, Shopping, Supermercado), do Parque Marinha do Brasil e do centro da capital; + Acessibilidade para toda a cidade através de ônibus, lotação, circulares, e táxi; + Frente para o Guaíba, proporcionando vista; + Necessidade de qualificar e dar movimento a um terreno de ótima localização, mas sem utilização e cercado por tapumes; + Lote sem divisas proporcionando a facilidade de uso de estratégias como ventilação cruzada e orientação solar adequada; - Violência: grande incidência de assaltos e roubos no entorno do terreno - Tráfego intenso e congestionamento de automóveis nos horários de pico PLANOS: As diretrizes de ocupação da Praia de Belas, por ser uma área criada a partir de aterros, estão inseridas em uma SUBSEÇÃO especial do PDDUA de Porto Alegre. III - Orla do Guaíba, que deverá ser objeto de planos e projetos específicos a fim de integrar a cidade com o seu lago através da valorização da paisagem e visuais urbanas, exploração do potencial turístico e de lazer e o livre acesso da população; IV - Praia de Belas - urbanização de iniciativa do Poder Público Municipal, objeto de regime urbanístico especial. Parágrafo único. Todos os planos, programas e projetos até agora elaborados para a Orla do Guaíba, no trecho entre a Usina do Gasômetro e a Divisa Sul do Município, serão reavaliados segundo as diretrizes explícitas no inciso III deste artigo.» SITUAÇÃO ATUAL O quarteirão é composto por 11 lotes, dos quais apenas dois possuem uma ocupação consolidada. Um dos lotes abriga o Terminal de Ônibus Sul Peri Machado, das linhas T2A, T2, T5 e T7 e o outro, a FDRH, este com possibilidade de desocupação, já que o Grupo Zaffari e a FDRH discutem a possibilidade de construir uma nova sede para a Fundação SUBSEÇÃO IV_Das Áreas de Revitalização. «Art. 81. São Áreas de Revitalização: I - os setores urbanos que, pelo seu significativo Patrimônio Ambiental ou pela sua relevância para a cidade, devam ter tratamento diferenciado a fim de valorizar suas peculiaridades, características e inter-relações; II - áreas que integrem projetos, planos ou programas especiais, e que, visando à otimização de seu aproveitamento e à reinserção na estrutura urbana, atenderão às normas específicas definidas. Art. 82. As Áreas de Revitalização serão instituídas por lei e detalhadas por resolução do Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano Ambiental, observado o disposto no art.164. Art. 83. Ficam identificadas, entre outras, as seguintes Áreas de Revitalização: 13
14 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.3 MORFOLOGIA URBANA E RELAÇÕES FUNCIONAIS LOCAIS, URBANAS E REGIONAIS Fazendo uma comparação com as relações de altura do entorno, é possível definir o período aproximado de construção de cada edifício. O bairro possui, em sua grande maioria, ocupação antiga, com edificações em sua maioria unifamiliares, que obedecem o alinhamento com recuo de jardim, ocupação do lote sem afastamento nas divisas laterais, afastamento na parte traseira do lote e alturas que vão de um a três pavimentos. Existe uma segunda etapa das edificações, essas multifamiliares, com alturas variando de quatro a seis pavimentos, com recuo de jardim, sem afastamento nas divisas laterais. A probabilidade é de que os edifícios com maior altura tenham sido construídos após o Plano Diretor de Por fim, encontramos grandes torres residenciais, soltas dentro do lote, caracterizando uma terceira etapa, construídas a partir do Plano Diretor de 1999 e fruto da urbanização com tendências modernistas. Podemos observar também que não existe um padrão nas dimensões e na orientação dos quarteirões presentes na área de intervenção. SÍTIO PROPOSTO 1 a 3 pavimentos 4 a 6 pavimentos Acima de 6 pavimentos 14
15 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.4. USO DO SOLO E ATIVIDADES EXISTENTES RESIDENCIAL COMÉRCIO INSTITUCIONAL MISTO PARQUE PRAÇA A partir da análise do levantamento de usos e funções das edificações no entorno da área de intervenção, é possível perceber o contraste formado entre a grande área verde do Parque Marinha do Brasil, a faixa sem uma ocupação bem definida onde está localizado o terreno e o bairro Menino Deus, densamente edificado. Nas proximidades do terreno, observamos que existem alguns edifícios institucionais, abrigando serviços públicos e instituições de ensino. Há alguns anos começaram a surgir edifícios comerciais nesta área, e estes se valorizaram, mostrando grande potencial da área para tal uso. O local é ainda bem abastecido de comércio e serviços, havendo academias, posto de gasolina, bares e pequenos restaurantes. Entretanto, a ocupação residencial é sua maior característica. O bairro possui uma malha bem consolidada de edificações residenciais uni e multifamiliares. CENTRO HISTÓRICO UFRGS SHOPPING TOTAL SÍTIO PROPOSTO PARQUE FARROUPILHA CENTRO JURÍDICO HOSPITAL DE CLÍNICAS 3 Km SHOPPING PRAIA DE BELAS 2 Km TERRENO ZERO HORA 1 Km PARQUE MARINHA DO BRASIL MILLENIUM FLAT GRÊMIO NÁUTICO GAÚCHO HOPITAL MÃE DE DEUS OLÍMPICO (FUTURO COMPLEXO OAS) BEIRA-RIO 15
16 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.5 SISTEMA DE CIRCULAÇÃO VEICULAR AV. BORGES DE MEDEIROS SHOPPING PRAIA DE BELAS PRAÇA ITÁLIA PARQUE MARINHA DO BRASIL R. BOTAFOGO SÍTIO PROPOSTO VIA ARTERIAL R. DR. ALTER CINTRA DE OLIVEIRA BAIRRO MENINO DEUS VIA COLETORA PROLONGAMENTO DE VIA EXISTENTE VIA DE ACESSO LOCAL BAIRRO PRAIA DE BELAS 16
17 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.6 REDES DE INFRAESTRUTURA: ÁGUA, DRENAGEM, ESGOTO, ENERGIA E ILUMINAÇÃO 5.8 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO O conjunto de terrenos da proposta de trabalho possui toda a infraestrutura básica, pois encontra-se em uma área consolidada da cidade: água potável, coleta de água pluvial, esgoto cloacal, rede de energia elétrica, telefonia e iluminação pública. 5.7 ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DA POPULAÇÃO RESIDENTE E USUÁRIA PRAIA DE BELAS Região de Orçamento Participativo: 16/Centro. Habitantes: (0,16% da população do município). Área: 204 ha Densidade demográfica: 11,18 habitantes por ha. Rendimento médio dos responsáveis por domicílio: 12,3 salários mínimos. MENINO DEUS Região de Orçamento Participativo: 16/Centro. Habitantes : (2,26% da população do município) Área: 2,31 km² Densidade demográfica: ,40 habitantes por km². Rendimento médio dos responsáveis por domicílio: 15,8 salários mínimos
18 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
19 5. LEVANTAMENTO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 5.9 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO, ORIENTAÇÃO SOLAR E MICROCLIMA Terreno plano. COTA: +2,00 Conforme o Atlas Ambiental de Porto Alegre, está zona tem como classificação o clima de parque, devido à proximidade com o Rio Guaíba, a presença de massa verde do Parque Marinah do Brasil e a presença constante de brisa lacustre. 19
20 6. CONDICIONANTES LEGAIS 6.1 CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES E PLANO DIRETOR CÓDIGO DE EDIFICAÇÕES DE PORTO ALEGRE Quanto à legislação vigente, em especial o Código de Edificações, destaca-se, dentro do Título XI Tipos Edilícios e Atividades, os Capítulos e Seções que orientarão o desenvolvimento do projeto. TÍTULO XI Tipos Edilícios e Atividades CAPÍTULO I - Edificações Residenciais SEÇÃO II - Edifícios Residenciais CAPÍTULO II - Edificações Não Residenciais SEÇÃO I - Condições Gerais SEÇÃO II - Edifícios de Escritórios SEÇÃO III - Lojas SEÇÃO IV - Galerias e Centros Comerciais SEÇÃO VIII - Cinemas, Teatros, Auditórios e Assemelhados SEÇÃO XIV - Garagens Não Comerciais SEÇÃO XX - Locais para Refeições PLANO DIRETOR Segundo o PDDUA, o terreno escolhido para o projeto encontra-se sob um único regimes urbanístico. 1 - Macrozona 01, UEU64, quarteirão 5; Os condicionantes legais são: Densidade 17 corredor de Urbanidade e de Centralidade Atividade 05 - Mista 02, Centro Histórico; IA 17 - índice de aproveitamento 1,9; Volumetria 11 Altura Máxima 52m 6.2. NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO De acordo com o código de proteção conta incêndio de Porto Alegre Lei complementar nº 420/2001 os usos definidos como habitação multifamiliar e serviços profissionais e técnicos são classificados como grau de risco 1 e 3 (risco pequeno) ; Nesse caso para A> 1600m² e para Amaior pavto entre 800m² e 1600m² serão exigidos: extintor, saída alternativa, sinalização da saída, iluminação de emergência, hidrante, alarme e 1 escada PF (em função da altura). Já os usos definidos como Local para refeições e Comercial varejista são classificados como grau de risco 7 e 8 (risco médio); Nesse caso para A>1600m² e para Amaior pavto entre 800m² e 1600m² serão exigidos: extintor, saída alternativa, sinalização da saída, iluminação de emergência, hidrante, alarme e 1 escada NE. A distância máxima a ser percorrida no pavimento quando não existirem sprinklers: 30m. Reservatório de incêndio de L para as área residenciais (risco pequeno) e de L para as área comerciais (risco médio) NORMAS DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL AOS ESPAÇOS DE USO Serão observadas as normas para correto dimensionamento, sinalização e utilização dos espaços conforme NBR9050 e NBR NORMAS DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE ELETRICIDADE, TELEFONE, ÁGUA O projeto levará em conta as considerações do Código de Obras Municipal e RIC MT: A subestação deve ser do tipo abrigada, estar localizada em área de domínio e no pavimento térreo. Quando não houver condições para tal, a subestação poderá estar localizada no subsolo, desde que tenha acesso permanente por rampa. Dimensões mínima internas das subestações: largura 2,5m comprimento 3,2m pé-direito: 2,8m, porta de acesso 1,4mx2,1m ventilação: 3,7m² 20
21 7. FONTES DE INFORMAÇÃO 7.1. BIBLIOGRAFIA, LEGISLAÇÃO, MANUAIS TÉCNICOS, ENTREVISTAS E ETC. PÁGINAS NA INTERNET: LEGISLAÇÕES, NORMAS E MANUAIS TÉCNICOS: Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Relatório Viva o Centro: Síntese do. Lei Complementar nº434/ Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. Lei Complementar nº284/ Código de Edificações de Porto Alegre. Lei Complementar nº420/ Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre. NBR 9050/ Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos. NBR 9077/ Saídas de Emergência de Edifícios BIBLIOGRAFIA Atlas ambiental de Porto Alegre. 3 ed. Rev. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, XIX, 228p. 21
22 8. PORTFÓLIO 8.1 HISTÓRICO ESCOLAR 22
23 8. PORTFÓLIO 8.2 PRODUÇÃO DAS DISCIPLINAS DE PROJETO ARQUITETÔNICO E URBANISMO P1 EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS equipe docente: Luis Henrique Haas Luccas Projeto de um edifício comercial no bairro Praia de Belas. ESCOLA FUNDAMENTAL equipe docente: Silvia Morel P2 Projeto de uma escola de ensino fundamental no bairro Cidade Baixa, entre a R. Avaí e Av. Loureiro da Silva. P3 MORADIA E TRABALHO equipe docente: Claudia Cabral Desenvolvido juntamente com Acad.Fernanda Basso. Projeto de um condomínio de residências com espaço para trabalho no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre. 23
24 8. PORTFÓLIO P4 HABITAR equipe docente: Fernando Fuão Desenvolvimento de uma cabana par o filósofo em local inusitado, considerando as teorias de Heidegger. TERMINAL INTERMODAL CAIRU equipe docente: Luis Carlos Macchi, Betina Martau e Sérgio Marques P5 Projeto de um terminal multimodal, contemplando metrô, ônibus convencional e BRT em Porto Alegre. Desenvolvido com ênfase no detalhamento dos sistemas construtivos e estruturais. P6 REVITALIZAÇÃO ENTORNO RODOVIÁRIA equipe docente: Glêncio Bohrer, Claudio Calovi e Sílvio Abreu Proposta de revitalização para o entorno da Estação Rodoviária de Porto Alegre. Torres comerciais e residenciais. Desenvolvido com a Acad, Luiza Bacchieri 24
25 8. PORTFÓLIO P7 HABITAÇÃO+COMÉRCIO+SERVIÇO equipe docente: Iara Castello, Clarice Maraschin e Cláudia Dall Igna Projeto de edificação de uso misto, comtemplando um hortomercado, lojas e blocos residenciais no Bairro Floresta em Porto Alegre. INTERVENÇÕES PARA A COPA DO MUNDO 2014 equipe docente: Carlos Furtado e Cláudia Dall Igna U1 Proposta de intervenção na região do entorno do estádio Beira-Rio em Porto Alegre, em função das mudanças previstas para a copa do mundo O Projeto se desenvolveu primeiramente em grande escala, propondo uma organização geral para a região. Em uma segunda etapa foi feito um detalhamento de uma parcela da área de estudo. U2 PROPOSTA DE LOTEAMENTO equipe docente: Iara Castello, Clarice Maraschin e Cláudia Dall Igna Proposta de loteamento residencial no bairro Jardim Itália em Porto Alegre. 25
26 8. PORTFÓLIO U3 PROPOSTA PARA A CIDADE DE TAPES/RS equipe docente: Leandro Andrade e João Rovati Projeto de reestruturação urbana para a cidade de Tapes por meio de propostas dentro da macro, meso e microescala, propondo diretrizes de expansão, melhoria na conexão do centro da cidade com a orla, propondo alternativas de lazer e requalificando o centro da cidade. INTERVENÇÃO NA ORLA DO GUAÍBA U4 equipe docente: Gilberto Cabral e Heleniza Campos Proposta urbanística para a Orla do Guaíba desde a Usina do Gasômetro até o Anfiteatro Pôr do Sol. Criação de novos usos em espaços subutilizados, novos espaços culturais e de lazer e o redesenho de parques e praças. A proposta também destina espaços para estacionamento e reorganiza fluxos de veículos e de pedestres. 26
Partido arquitetônico Método de projetação
Conceito geral PLANEJAMENTO ARQUITETÔNICO Projetar idealizar algo a ser feito Projeto Documento demonstrativo deste algo. Conceito (ótica da arquitetura) Projetar idealizar o edifício a ser construído
Ventos predominantes. Poente. P Ponto de ônibus
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