4 Acessibilidade a Edificações
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- Emanuel Marroquim Bastos
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1 4 Acessibilidade a Edificações 4.1 Introdução A norma brasileira NBR 9050 (2004) fixa critérios exigíveis para o projeto e detalhamento de espaços físicos destinados a portadores de necessidades especiais. Segundo a NBR 9050 (2004) todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis. Seguem abaixo outras colocações da referida norma: Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis. Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível. As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem ser acessíveis em suas áreas de uso comum, sendo facultativa a aplicação do disposto nesta Norma em edificações unifamiliares. As unidades autônomas acessíveis devem ser localizadas em rota acessível. As entradas e áreas de serviço ou de acesso restrito, tais como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico etc., não necessitam ser acessíveis. 4.2 Pessoas em Pé A Figura 4.1 apresenta as dimensões físicas mínimas a serem consideradas para pessoas se deslocando em pé com ou sem o uso de algum equipamento de auxílio de deslocamento (órtese). Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 49
2 Figura 4.1 Dimensões de referência para pessoas se deslocando em pé (NBR 9050, 2004) 4.3 Pessoas em Cadeira de Rodas Neste caso várias dimensões mínimas devem ser levadas em consideração tomando-se o caso de deslocamentos em linha reta (Figura 4.2), transposição de obstáculos (Figura 4.3), área de manobra sem deslocamento (Figura 4.4) e área de manobra com deslocamento (Figura 4.5). Figura 4.2 Dimensões de referência para cadeiras de rodas em linha reta (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 50
3 Figura 4.3 Dimensões de referência para transposição de obstáculos (NBR 9050, 2004) Figura 4.4 Dimensões de referência para áreas de manobra sem deslocamento (NBR 9050, 2004) Figura 4.5 Dimensões de referência para áreas de manobra com deslocamento (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 51
4 Segundo a NBR 9050 (2004) objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem ter seção circular com diâmetro entre 3,0 cm e 4,5 cm e devem estar afastados no mínimo 4,0 cm da parede ou outro obstáculo. A Figura 4.6 ilustra esta situação. Figura 4.6 Dimensões de referência para corrimãos (NBR 9050, 2004) 4.4 Simbologia e Sinalizações Segundo a NBR 9050 (2004) os símbolos são representações gráficas que, através de uma figura ou de uma forma convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto ou a informação e sua representação. Todos os símbolos podem ser associados a uma sinalização direcional. A Figura 4.7 ilustra os símbolos internacionais de acessibilidade que podem ser usados em edificações. Existe a obrigatoriedade da orientação à direita dos símbolos. Figura 4.7 Símbolos internacionais de acessibilidade (NBR 9050, 2004) Esta sinalização, segundo a norma, deve ser usada nos seguintes locais quando acessíveis, ou seja, salvo as recomendações facultativas para as áreas de acesso restrito (casa de máquinas, barriletes, dentre outros). Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 52
5 a) entradas; b) áreas e vagas de estacionamento de veículos; c) áreas acessíveis de embarque/desembarque; d) sanitários; e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência; f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas; g) equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência. Nas portas deve haver informação visual (número da sala, função etc.) ocupando área entre 1,40 m e 1,60 m do piso, localizada no centro da porta ou na parede adjacente, ocupando área a uma distância do batente entre 15 cm e 45 cm. A sinalização tátil (em Braille ou texto em relevo) deve ser instalada nos batentes ou vedo adjacente (parede, divisória ou painel), no lado onde estiver a maçaneta, a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m (NBR 9050, 2004), conforme as Figuras 4.8 e 4.9. Figura 4.8 Sinalização visual e tátil nas portas (NBR 9050, 2004) Figura 4.9 Detalhe da sinalização tátil em mm (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 53
6 Segundo a norma é facultativo porém desejável a colocação de sinalização tátil em corrimãos que atendam as seguintes diretrizes: a) anel com textura contrastante com a superfície do corrimão, instalado 1,00 m antes das extremidades, conforme Figura 4.10; b) sinalização em Braille, informando sobre os pavimentos no início e no final das escadas fixas e rampas, instalada na geratriz superior do prolongamento horizontal do corrimão. Figura 4.10 Detalhe da sinalização tátil (NBR 9050, 2004) Os degraus e escadas devem ter sinalização visual na borda do piso, em cor contrastante com a do acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura. Essa sinalização pode estar restrita à projeção dos corrimãos laterais, com no mínimo 0,20 m de extensão (NBR 9050, 2004), localizada conforme Figura Figura 4.11 Sinalização em escadas (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 54
7 A sinalização tátil deve obedecer as dimensões indicadas na Figura Figura 4.12 Detalhe da sinalização em escadas em mm (NBR 9050, 2004) Para o rebaixamento de calçadas, escadas e alerta junto à porta do elevador devem ser usadas as especificações respectivamente das Figuras 4.13, 4.14 e Figura 4.13 Detalhe da sinalização em rampas (NBR 9050, 2004) Figura 4.14 Detalhe da sinalização em escadas (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 55
8 Figura 4.15 Detalhe da sinalização em elevadores (NBR 9050, 2004) A porta de acesso às áreas de resgate deve ser identificada com sinalização em material fotoluminescente ou ser retroiluminada conforme indica a Figura Figura 4.16 Área de resgate para pessoas com deficiência (NBR 9050, 2004) 4.5 Rampas A inclinação de rampas deve ser calculada da seguinte forma: i = h. 100 c Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 56
9 onde: i é a inclinação em percentual h é a altura do desnível c é o comprimento da projeção horizontal, conforme a Figura Figura 4.17 Exemplo de dimensionamento de rampas As rampas devem ter inclinação segundo o disposto na Tabela 1. Tabela 1 Níveis de inclinação para rampas (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 57
10 Ainda segundo a norma No início e no término da rampa devem ser previstos patamares com dimensão longitudinal mínima recomendável de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m, além da área de circulação adjacente, conforme Figura Figura 4.18 Patamares para rampas (NBR 9050, 2004) Para os corrimãos devem ser usadas as dimensões especificadas na Figura Figura 4.19 Dimensões de corrimãos para rampas (NBR 9050, 2004) 4.6 Circulação Interna: Corredores e Portas Segundo a NBR 9050 (2004) os corredores devem ser dimensionados de acordo com o Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 58
11 fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos são: a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m; b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com extensão superior a 10,00 m; c) 1,50 m para corredores de uso público; d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas, conforme aplicação da fórmula apresentada adiante. As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura mínima de 2,10 m conforme a Figura Figura 4.20 Dimensões mínimas para portas (NBR 9050, 2004) Ainda segundo a NBR 9050 (2004) As portas de sanitários, vestiários e quartos acessíveis em locais de hospedagem e de saúde devem ter um puxador horizontal, associado à maçaneta. Deve estar localizado a uma distância de 10 cm da face onde se encontra a dobradiça e com comprimento igual à metade da largura da porta conforme ilustra a Figura Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 59
12 Figura 4.21 Dimensões para portas com revestimento (NBR 9050, 2004) 4.7 Sanitários A NBR 9050 (2004) permite a utilização de uma série de disposições para as bacias sanitárias conforme a Figura Figura 4.22 Disposições para as bacias sanitárias (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 60
13 Devem ser previstas barras de apoio lateral segundo as dimensões ilustradas na Figura Figura 4.22 Disposições para barras de apoio lateral (NBR 9050, 2004) A altura da bacia deve ser de 0,45m, o acionamento da descarga deverá estar a 1,0m e a papeleira a 0,50m do piso acabado. As dimensões mínimas para o sanitário podem ser vistas na Figura Para os lavatórios devem ser atendidas as especificações constantes na Figura Figura 4.23 Dimensões mínimas para o sanitário (NBR 9050, 2004) Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 61
14 Figura 4.23 Dimensões mínimas para lavatórios (NBR 9050, 2004) Projeto 04: Realizar uma visita técnica a uma edificação qualquer (preferencialmente espaços de uso comum, públicos ou privados) e avaliar a aplicabilidade da norma nestes locais. Preparar um relatório técnico e apresentar os resultados oralmente em sala de aula. Projeto 05: Realizar um projeto parcial (plantas) de uma clínica de geriatria contendo quatro salas de consulta acessíveis, sala de fisioterapia, sala de pequenos procedimentos, copa, dois sanitários (masculino e feminino) para público em geral, dois sanitários para portadores de necessidades especiais (masculino e feminino), recepção e sala de espera. Considerar um terreno retangular de dimensões 13 m x 28 m para implantação da clínica. Levar em consideração o atendimento a TODAS as disposições normativas de acessibilidade relacionadas à NBR 9050 (2004) apresentadas nesta apostila. Prever uma calçada de 2,60 m de largura com rebaixamento (rampa) e sinalização de acordo com o previsto em norma. Utilizar uma diferença de nível de 0,60 m entre a sarjeta e a sala de recepção. Desenho Arquitetônico data:out/2016 fl. 62
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