3. INFLAÇÃO, DESEMPREGO E REGRAS MONETÁRIAS

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1 NOTAS TRADUZIDAS DO LIVRO MACROECONOMICS DE WENDY CARLIN E DAVID SOSKICE OXFORD UNIVERSITY PRESS, INFLAÇÃO, DESEMPREGO E REGRAS MONETÁRIAS O objetivo deste capítulo é ir além dos modelos apresentados no cap. 2 tal que nós possamos analisar inflação e regras monetárias que são usadas pelos bancos centrais contemporâneos. Para fazer isto precisamos introduzir as curvas de Phillips e mostrar como elas são derivadas do diagrama do mercado de trabalho. A chave para entender as curvas de Phillips é que quando o desemprego está no nível de equilíbrio, a inflação é constante; quando desemprego está abaixo, a inflação sobe e quando o desemprego for maior a inflação desce. Isto sugere que talvez seja possível levar a economia para uma taxa de desemprego menor mas com uma taxa de inflação maior. Entretanto, como veremos, esta escolha só é possível no curto prazo porque os controladores de salário estão preocupados com o salário real e eles irão reagir, quando o seu salário real for reduzido pela inflação, barganhando por salários mais elevados. No longo prazo, não há escolha entre desemprego e inflação: isto é visto pela curva de Phillips vertical no longo prazo. Banco centrais são vistos como operando a política monetária através da taxa de juros para manter a economia próximo à sua meta inflacionária no nível de equilíbrio do produto. Já que a inflação é somente constante no produto de equilíbrio, isto parece lógico. A razão do banco central ter um papel ativo na administração da economia é porque a economia está sujeita a todos os tipos de perturbações que deslocam a inflação de sua meta ou o produto de seu nível de equilíbrio. Esses choques ou distúrbios produzem mudanças na inflação que são persistentes e custosos para eliminar e neste caso há motivo para uma intervenção do banco central para minimizar as flutuações. Se nós tomamos como um exemplo um deslocamento para a direita da curva IS como resultado de uma expansão de investimento, isto vai elevar a inflação. A Inflação mais elevada será incorporada nas decisões futuras de salário e preços e só será reduzida através de um período de desemprego acima do equilíbrio. O objetivo do banco central é minimizar o custo deste choque na economia em termos da inflação mais elevada causada pelo choque e um desemprego mais elevado requerido para reduzi-la. Ele irá aumentar a taxa de juros para reduzir a demanda agregada e guiar a economia de volta a meta inflacionária e ao desemprego de equilíbrio. Este comportamento do banco central é muitas vezes

2 descrito como usando uma função de reação ou uma regra de política monetária. Combinando a curva de Phillips, a curva IS e a regra monetária do Banco Central, nós temos o chamado modelo de três equações, IS-PC-MR. Este modelo é uma versão de livro texto dos modelos usados contemporaneamente em bancos centrais e em tratamentos mais avançados de macroeconomia monetária. Na seção 1, a curva de Phillips é desenvolvida e as consequências da inércia inflacionária são explicadas. Na seção 2, o modelo de 3 equações é apresentado. A regra monetária do banco central é derivada e o modelo IS-PC- MR é usado para analisar inflação e choques de demanda agregada. Olhamos os custos relativos das estratégias de desinflação do tipo 'cold turkey' e 'gradualista'. Na seção 3 analisamos a taxa de inflação de equilíbrio de médio prazo determinado sob duas políticas monetárias alternativas: regra monetária baseada na taxa de juros e uma política onde o banco central mira a oferta monetária. A seção 4 mostra como a inflação pode ser analisada usando o modelo IS/LM padrão. 3.1 INFLAÇÃO E CURVAS DE PHILLIPS Inflação é a taxa de mudança de preços, que significa que o nível de preços hoje reflete o padrão da inflação passada. A menos que a inflação seja negativa, que é chamada de deflação, o nível de preços não cai. Se P é o nível de preços hoje e P 1 é o nível de preços do último período, então a taxa de inflação em relação ao ano passado é : P P 1 P 1 Fig. 1.4 do cap. 1 apresenta as taxas de inflação de diversos países de 1960s ao presente: enquanto a inflação na década passada tem sido baixa em 2 a 3% em muitos países da OECD, era muito mas elevada, em geral a taxas entre 10 a 20% nos anos Os que fazem política estão preocupados com a inflação. Inflação elevada tende também a ser volátil e isto cria incerteza e enfraquece a maneira pela qual os preços trazem informação. Como veremos reduzir inflação elevada é custoso, i.e um aumento do desemprego é requerido normalmente para controlar a inflação. Estas razões estão por trás dos chamados regimes de meta inflação Inércia Inflacionária O peso da evidência que tem sido acumulado sobre dinâmica inflacionária em

3 muitos países sobre as décadas passadas sugerem que mudanças no produto e emprego são seguidas por mudanças na inflação que é sumarizada dizendo que o produto lidera a inflação. Consistente com esta evidência está o modelo básico no qual a inflação depende da inflação passada, t 1 e do hiato entre o desemprego corrente e o ERU Há duas interpretações do termo da inflação passada: um em termos de expectativas e o outro em termos de inércia. Neste livro, vamos usar o segundo. Entretanto, uma forma comum de racionalizar a inclusão da inflação passada é supor que os que estabelecem o salário esperam que a inflação deste período continue a ser o que foi no período passado. Isto é interpretado como um exemplo de formação de expectativas adaptativas. Quando aplicado à inflação expectativas são formadas adaptativamente quando a inflação esperada neste período é igual à inflação esperada do último período mais um termo de correção que leva em conta o montante pelo qual a previsão do último período estava errada: E = E 1 a 1 E 1 onde a é uma constante positiva menor ou igual a um. Se os erros de previsão passados são corrigidos plenamente a=1, temos E = 1 Esta forma de expectativas adaptativas oferece uma interpretação do termo de inflação atrasado,, como um determinante da inflação. Entretanto, esta é 1 uma forma não inteligente e não plausível de formar expectativas: porque olhar inteiramente ao passado para formar uma visão a respeito do futuro? Uma interpretação mais palatável e realista de porque a inflação passada incluída como um determinante da inflação é em termos de inércia que caracteriza a determinação de salários e preços numa economia complexa. Uma visão comum é que os que determinam salários incorporam a inflação passada em suas demandas por salários correntes para evitar qualquer erosão nos seus padrões de vida (i.e. em seus salários reais) que tem ocorrido desde a negociação passada. Nós iremos assumir geralmente que os que determinam salários não são capazes de incorporar mudanças futuras esperadas de inflação em suas negociações correntes. O debate teórico e empírico sobre inércia e hipóteses de expectativas é revisto no cap. 15, onde um modelo mais geral que inclui ambas inflações passada e inflação futura é desenvolvido. Neste capítulo, nós trabalhamos com o modelo básico no qual o termo da inércia é definido como

4 I = 1. Já que inflação inercial soa meio estranho, nós vamos nos referir à inflação com atraso e denota-la por I para enfatizar o papel da inércia em suas interpretações. Temos então: = I y y e = 1 y y e Esta é a curva de Phillips inércia aumentada. Quando o termo da inflação atrasada é interpetada como refletindo inflação esperada na hipótese de expectativas adaptativas ( E = 1 ) o termo Curva de Phillips Expectativa aumentada é utilizado: = E y y e = 1 y y e Vamos estender o modelo macro derivando as curvas de Phillips Derivando as curvas de Phillips Como vimos anteriormente, há uma taxa de desemprego única na qual o mercado de trabalho está em equilíbrio. Neste equilíbrio, as curvas WS e PS se cruzam, o que significa que os que determinam o salário e os preços estão contentes com o salário real que prevalece e não tem incentivo para alterar o seu comportamento. Nossa tarefa aqui é examinar a relação entre desemprego e inflação: porque a inflação é constante `a taxa de desemprego de equilíbrio e porque, quando o desemprego se desvia do equilíbrio, é acompanhado por uma mudança na inflação? Começamos com um exemplo numérico no qual a inflação na economia é 4% por ano e o desemprego está no ERU: emprego é E 1 e o salário real é w 1 (veja Fig. 3.1).

5 Figura 3.1 Pressão para cima da inflação quando o emprego está acima do emprego de equilíbrio; pressão para baixo da inflação quando o emprego está abaixo do emprego de equilíbrio Os salários monetários são estabelecidos tais que a curva WS representa o salário real. Para manter o salário real constante em w 1 os que estabelecem salário requerem que o aumento do salário monetário cubra o aumento de preços sobre o último ano. Já que os preços aumentaram 4% (i.e. a inflação passada é 4%), os salários monetários deverão aumentar de 4%. As firmas estabelecem os preços de acordo com a regra de preços. Já que os preços são estabelecidos com um mark up constante sobre o custo unitário do trabalho ( W / ), isso depende em quanto os custos unitários do trabalho aumentaram. Já que P= 1 W No caso simples em que a média da produtividade do trabalho ( ) é constante, o único determinante da mudanças no custo unitário do trabalho são as mudanças de salários monetários: (veja Fig. 3.1). P P = W W P P = W W

6 Os salários monetários aumentaram de 4% então os custos unitários do trabalho também aumentaram de 4%. Portanto as firmas devem aumentar os preços de 4% para manter a sua margem de lucro. Nós deduzimos que a inflação de preços e salário mantem-se constante em 4% por ano e a economia fica no ponto A (veja Fig. 3.1). Isto está ilustrado como Caso 1 na Tabela 3.1. Suponha agora que o emprego esteja em E 2, que é maior do que o equilíbrio e que a inflação do período anterior seja 4%. Com emprego de E 2 o salário real na curva WS está em 2% acima de w 1 (mostrado pelo hiato na Fig. 3.1 e Tabela 3.1). Salários monetários serão aumentados de 4% para manter o salário real constante; eles aumentarão de outros 2% para levar o salário real para w 2 na curva WS (salários monetários vão aumentar em 6%) Com o aumento do salário monetário de 6% as empresas irão aumentar os preços de 6% para preservar a sua margem de lucro. Então observamos que salários e preços aumentam de 6% i.e. a inflação é maior do que no período prévio. Outra coisa para se notar é que já que os salários e preços aumentaram da mesmo montante, o salário real é w 1 e não w 2 antecipados pelos que determinam os salários. Desemprego mais baixo do que ERU é associado com uma inflação em alta de 4% para 6%. Mas inflação não vai permanecer em 6% porque o mercado de trabalho não está em equilíbrio. O salário real era w 1 mas os trabalhadores requerem um salário real de w 2. Na próxima vez que os salários são negociados os salários deverão aumentar 6% para compensar a inflação passado de forma que os salários crescerão por 8% para levar o salário real para w 2. Por outro lado os preços vão aumentar de 8%. Nós observamos que o fenômeno de desemprego abaixo da taxa de equilíbrio é associada com uma inflação crescente (veja Tabela 3.1).

7 Tabela 3.1 Se nós tomamos o caso contrário de desemprego acima de ERU e emprego de E 0 o mesmo raciocínio leva a uma inflação cadente. Com elevado desemprego o poder dos trabalhadores no mercado de trabalho é enfraquecido, que se reflete na declividade positiva da curva WS. Com emprego menor do que E 1, a curva WS está abaixo da curva PS. Em tal situação a concorrência crescente por trabalhos significa que os trabalhadores não serão capazes de conseguir aumentos no salário monetário de 4% para manter o seu salário real.

8 Figura 3.2 Derivando as curvas de Phillips Esses resultados podem ser ilustrados usando o diagrama da curva de Phillips. Este apresenta inflação no eixo vertical e produto o horizontal. Como as curvas SAS do cap. 2 que se referiam ao nível de preços e não à taxa de inflação, as curvas de Phillips estão intimamente relacionados às curvas de determinação de salários e preços e são melhor entendidos quando desenhadas em um diagrama diretamente abaixo do diagrama WS/PS (veja Fig. 3.2). Na realidade, não há uma relação de um para um entre um aumento no produto e uma queda no desemprego. Quando o produto aumenta, os trabalhadores que foram mantidos na folha mas não tem sido plenamente empregados podem ser plenamente utilizados com o resultado de que um maior produto, pelo menos inicialmente, não levam a um aumento no emprego. Este é o chamado entesouramento de trabalho. Segundo, mesmo se o emprego aumenta, o desemprego não necessariamente cai se novos trabalhos são feitos por aqueles que não estavam previamente na força de trabalho. Pessoas de idade de trabalho que não estão empregados nem desempregados são chamados de economicamente inativos e a decisão de participar ou não no mercado de

9 trabalho responde às condições econômicas. A combinação de entesouramento e mudanças na força de trabalho significa que uma mudança de 1% no crescimento do produto acima ou abaixo de sua tendência pode ser associado com respectivamente uma queda ou aumento na taxa de desemprego de menos de 0.5% pontos percentuais. Esta relação empírica entre mudanças na taxa de crescimento relativa a sua tendência e mudanças na taxa de desemprego é chamada de Lei de Okun. A resposta do desemprego a mudanças no crescimento é menor em países com regulações mais apertadas sobre empregar e desempregar e com tradições mais fortes de emprego assegurado ao longo da vida, como é característica do Japão. Para facilidade de exposição, entretanto, nós mostraremos mudanças no emprego e desemprego se movimentando m por um com mudanças no produto. Uma curva de Phillips aumentada por inércia ou expectativas é definida como um conjunto viável de pares de inflação e produto para uma dada taxa de inflação passada, I = 1. Construimos as curvas de Phillips para os exemplos na Tabela 3.1. Com I = 1 = 4%, identificamos três pares factíveis de inflação e produto: em E 1, =4%; em E 2, = 6%; e em E 0, = 2%. Esta é a curva de Phillips para I = 4% que mostramos na Fig Para enfatizar que a curva de Phillps é somente definida para um dado I, é chamada de PC( I = 4%). Usando dados da tabela 3.1, podemos desenhar as outras curvas de Phillips e elas são mostradas na Fig Cada curva de Phillips é definida por duas características: a taxa de inflação que é igual a taxa de inflação passada e fixa a altura da curva de Phillips na linha vertical acima do nível do produto associado com o ERU, e a declividade da curva WS, que fixa sua declividade. A curva de Phillips será mais inclinada se a curva WS for mais inclinada e vice versa. A representação diagramática da curva de Phillips é útil. Nós argumentamos que os salários monetários aumentam com um atraso, pela inflação passada mais um montante para fechar o hiato da percentagem entre o salário real existente e o sallário real da curva WS. Os preços aumentam pelo mesmo montante dos salários. O hiato percentual é uma função da diferença entre o emprego corrente e de equilíbrio, além disso, com produtividade constante, emprego e produto são proporcionais, então por simplicidade nós usaremos a expressão linear simples: = I y y e = 1 y y e

10 onde é uma constante positiva. O desvio do produto do equilíbrio de médio prazo deveria ser pensado em termos de percentagem (isto é aproximadamente igual a diferença entre y e y e se eles são medidos em logs). Se o produto está acima do equilíbrio de médio prazo então y y e é positivo e isto aumentará a inflação acima da inflação do último período. Semelhantemente se y y e é negativo a inflação irá cair abaixo da inflação do último período, somente com y=y e a inflação será constante e igual a taxa de inflação do último período. Podemos ver com esta expressão que a curva de Phillips se desloca para cima e para baixo sempre que a inflação do último período muda e que sua declividade depende de que por sua vez reflete a declividade da curva WS A curva de Phillips original Agora consideramos o caso interessante onde a inflação média na economia em muitos anos é zero e a economia é afetada por choques aleatórios não previsíveis na demanda agregada. Por aleatório, nós queremos dizer que alguns choques são positivos e alguns são negativos de tal maneira que o produto está algumas vezes acima e algumas vezes abaixo do ERU. Se esses choques são de vida curta, é razoável esperar que os que determinam o salário vejam um aumento temporário nos preços como uma experiência passageira e não incorporem a inflação passada em suas demandas salariais. Se isto acontece a economia seria observada nos pontos mostrados na Fig Esta é uma forma de apresentar a curva de Phillips original publicada por A.W.Phillips usando dados para o Reino Unido entre 1861 e Fig. 3.4 reproduz os pontos de Phillips para o periodo entre 1861 e Note que como Phillips tem desemprego medido no eixo horizontal medido da esquerda para a direita, a curva de Phillips é negativamente inclinada.

11 Figura 3.3 A curva de Phillips original Figura 3.4 Curva de Phillips original UK

12 3.1.4 A curva de Phillips original pode existir mas não pode ser explorada Tendo visto a curva de Phillips do tipo original, nós perguntamos as seguintes questões: O governo pode usar política para deslocar a economia de sua posição costumeira no ponto A para um nível de atividade mais elevado no ponto B (na Fig. 3.3)? O que faz política pode ser tentado a fazer isto para reduzir desemprego a um custo de um pequeno aumento na inflação. Suponha que o governo aumente a oferta de moeda (para deslocar a curva LM para a direita) A taxa de juros cai e o produto aumenta pelo maior gasto de investimento. Diferente dos choques aleatórios que deslocavam a economia de A para D para B para C para A etc. no mundo da curva de Phillips original, temos aqui uma situação diferente: o governo está procurando manter o produto em y 2 porque prefere esta situação com menor desemprego mesmo se há alguma inflação. Eventualmente, a tendência para a economia para estar próximo ao ponto B pode estar nos cálculos dos trabalhadores i.e. eles irão colocar os 2% ao ano de inflação em suas demandas salariais: a inflação esperada vai aumentar de 0% para 2%. Neste ponto a escolha entre inflação e desemprego de longo prazo desaparece porque a curva de Phillips se desloca para cima. Se o governo persiste com sua política de manter o produto em y 2 a curva de Phillips continuará a se deslocar para cima como no Caso 2 na Tabela 3.1 e o menor desemprego será associado com inflação crescente. Este exemplo provê uma ilustração importante de algo em economia chamado de critica de Lucas. Enquanto a relação estimada originalmente por Phillips parecia sugerir a existência de uma escolha entre inflação e desemprego, esta desapareceu tão logo o governo tentou explorá-la. Uma curva de Phillips estável somente existia porque os governos não tentavam fazer uso dela sistematicamente. A conclusão que os que fazem política não podem escolher qualquer ponto outro que aquele da linha vertical acima do nível de produto no ERU, levou a noção de uma curva de Phillips de longo prazo vertical Desinflação é custosa Uma implicação importante da curva de Phillips, = 1 y y e é que se as autoridades quizerem reduzir a taxa de inflação haverá um custo na medida em que haverá um período em que o desemprego estará acima de ERU. Nós supomos que a economia está numa situação em que a inflação está alta e constante; desemprego está em ERU. Se quisermos que a inflação esteja abaixo do que estava no último período, desemprego deve ser empurrado para cima de ERU. Isto é porque como a curva de Phillips mostra, inflação é igual ao

13 que era no último período mais um montante que depende em quão longe a economia está do ERU. Lembre que um mercado de trabalho com uma taxa de desemprego maior significa que o salário real corrente não pode ser mantido e isto vai desencadear salários menores e deflação de preços. Outra forma de por isto é que quando o desemprego está acima de ERU, há um hiato negativo entre a curva WS e a curva PS. Da equação da curva de Phillips, Se 1 0 = 1 y y e 1 = y y e então y y e 0 E = 1 Figura 3.5 Desinflação é custosa Nós podemos também demonstrar o ponto usando um exemplo e um diagrama. Na Fig. 3.5, a economia está no ponto B com inflação alta de 8% (em PC I =8. Supomos que o banco central deseja reduzir a inflação para sua meta que é 2%. A curva de Phillips mostra a inflação factível e os pares de produto, dado a inflação do último período de 8%. Os únicos pontos da curva com inflação abaixo de 8% estão a esquerda de B, i.e. com desemprego mais elevado. Com a curva de Phillips como esta, desinflação irá sempre ser custosa. Deveria ser claro que se a influência do passado dos negociadores de salário poderia ser desfeita e a possibilidade de uma desinflação sem custo emerge:

14 isto significa dizer que o que faz política poderia deslocar a PC I =8 para baixo, por exemplo para PC I =2. Neste caso, a economia iria pular de B para A. Retornando a curva de Phillips PC I =8, nós supomos que o banco central escolhe aumentar o desemprego ao ponto F. A inflação cai para 6% e a nova curva de Phillips PC I =6 aparece. O banco central então escolhe um ponto em PC I =6 ponto F'. isso leva a um deslocamento para baixo da curva de Phillips, que não é mostrado. Eventualmente, o objetivo de inflação de 2% é atingido e a economia permanece em ERU Desinflação e preferências do banco central Embora qualquer ponto na curva inicial de Phillips tal como PC I =8 na Fig. 3.5 é factível a questão que naturalmente surge é que ponto ao longo desta curva o banco central iria escolher quando implementar a política de desinflação. Nós supomos que o objetivo do banco central é levar a economia para ERU com uma taxa de inflação de 2%. Figura 3.6 Desinflação e preferencias do banco central Num extremo o Banco Central pode escolher o ponto C, veja Fig Isto leva a inflação para baixo em direção a meta no período seguinte mas à um custo de um aumento substancial de desemprego como indicado no baixo produto do ponto C. Uma vez que a inflação tenha caído para 2% a curva de Phillips se desloca e o banco central pode cortar a taxa de juros de forma segura para estabilizar o produto em ye. A economia iria mover de B para C para A. Um

15 enfoque menos forte seria se o banco central escolhesse o ponto F como no caso discutido acima, a queda da inflação e o aumento no desemprego no primeiro período seria menor. Podemos ver que na medida em que mudam as preferências do banco central de uma menor disposição para sacrificar o o emprego para uma maior disposição, com o objetivo de reduzir a inflação, nos movemos na curva de Phillips de B para C. Nós resumimos isto dizendo que a aversão à inflação do banco central aumenta na medida em que escolhe um ponto mais próximo de C. A preferência do banco central entre o desvio da inflação em relação a meta e o desemprego em relação ao ERU pode ser representado por curvas de indiferença. As curvas de indiferença de dois bancos centrais diferentes são mostradas na fig As curvas de indiferença de um banco central mais avesso a inflação são mais planas. Esse banco central escolhe o ponto D e o outro escolhe o ponto F. O banco central mais avesso a inflação escolhe D pois ele está disposto a sacrificar um aumento maior de desemprego para reduzir mais a inflação. Quando a curva de Phillips se desloca para baixo o banco central escolhe a sua posição preferida onde a curva de indiferença tangencia a nova curva de Phillips e dessa forma a economia se ajusta ao ponto A. O banco central avesso a inflação guia a economia ao longo da trajetória de D para A. Exatamente da mesma forma o banco central menos avesso a inflação, com curvas de Phillips mais inclinadas, guia a economia de F para A. Para ambos os bancos centrais, já que a sua posição preferida é com a inflação igual a meta, e o produto igual ao produto de equilíbrio, as curvas de indiferença se transformam num ponto, ponto A. A derivação das curvas de indiferença do banco central será explicada em detalhe no cap Desinflação sem custos e expectativas racionais Notamos acima que, se a influência do passado naqueles que determinam salário estivesse ausente, seria possível para a economia pular do ponto B para o ponto A na Fig. 3.5 sem qualquer aumento no desemprego. Que hipóteses adicionais sobre a economia precisamos fazer para eliminar o custo da desinflação? a inércia da inflação é ausente. Isto significa que não existe rigidez nominal na economia, no salário ou no comportamento dos preços ou instituições que operam para produzir inércia inflacionarias. Expectativas adaptativas não tem papel na determinação dos salários. Em vez disso a chamada hipótese das expectativas racionais se mantém. Então nós temos = E y y e Onde (epsilon) é um termo do choque aleatório.

16 quando o banco central anuncia uma nova meta de inflação baixa, T todos os participantes do mercado acreditam. Outra forma de dizer isto é que a política anunciada pelo banco central é crível. Para que a meta seja crível ela deve ser consistente com = T Isto é com a inflação permanecendo constante na meta à parte de choques não previstos. Expectativas racionais de inflação significa que a diferença entre o que os agentes na economia esperam que seja a inflação e aquilo que ela acaba sendo é alguma coisa aleatória: eles não cometem erros sistemáticos. Outra forma de expressar isto é que a expectativa subjetiva dos agentes da inflação é igual a expectativa objetiva dada toda a informação disponível a respeito da estrutura da economia e a respeito da política que é disponível no momento em que as expectativas são formadas, porque toda a informação disponível é utilizada para a formação das expectativas e não existe correlação entre o termo do erro e a informação disponível quando a expectativa é formada. Quando aplicada a inflação em nosso modelo a hipótese das expectativas racionais significam que E =E =E T = T E = T logo E = T onde E é o valor objetivo esperado e a curva de Phillips é agora: = T y y e Isto significa que com expectativas racionais quando o produto está em equilíbrio a inflação está na meta à parte de um choque aleatório. Nós podemos expressar isto de outra forma rearranjando os termos como segue: y y e = 1 T y y e = 1 E Logo y=y e 1 E y=y e

17 onde (ksi) é um termo aleatório. Isto é chamado por equação de oferta surpresa de Lucas, conforme o seu criador, Robert Lucas. O produto somente desvia do equilíbrio quando há uma surpresa à inflação (ou mais geralmente ao nível de preços). Surpresa ou inflação não antecipada é normalmente interpretada como deslocando o produto para fora do equilíbrio porque uma firma terá dificuldades em conhecer se esta é uma inflação que ocorre na economia como um todo ou no preço do seu produto relativo ao nível geral de preços. Se for um aumento na inflação da economia como um todo a empresa não vai querer aumentar a sua oferta, entretanto, se a inflação mais elevada refletir um aumento na demanda do produto da empresa relativamente às demais ela irá aumentar a sua oferta. Em geral não será possível para as empresas distinguir com certeza entre uma mudança de preços geral e uma mudança de preços relativo tendo como resultado que alguma resposta de aumento de oferta ocorrerá seguindo-se a uma surpresa inflacionária. Nós deveríamos observar a possibilidade que os que determinam salários e preços podem suspeitar que um aumento na inflação seja o resultado de uma tentativa deliberada do banco central ou do governo para levar a economia a uma taxa de desemprego abaixo do equilíbrio de forma que dúvidas podem aparecer a respeito da credibilidade da meta de inflação. Esta é uma outra forma de expressar a discussão da seção 1.4 a respeito da crítica de Lucas e se o trade off da curva de Phillips pode ser explorado pelo governo. Neste caso nós podemos dizer que a meta de inflação de 2% não é crível. Mesmo com expectativas racionais e na ausência da inércia inflacionária não haveria uma redução da inflação sem custo. Ao contrário o governo teria que demonstrar a sua preferência por inflação mais baixa mesmo a um custo de um aumento do desemprego escolhendo um ponto a esquerda de B na fig A questão da credibilidade da política monetária é mais explorada no cap. 5. Nós podemos resumir dizendo que num mundo onde a informação disponível é utilizada por todos os participantes do mercado para formar as suas expectativas (expectativas racionais) onde não existem fontes de inércia inflacionária e onde o compromisso do governo com a meta inflacionária é crível então choques aleatórios de inflação conhecidos como surpresas levarão o produto a desviar do seu nível de equilíbrio. Isto significa um contraste com o modelo basico da inércia inflacionária pois até os movimentos temporários ao longo da curva de Phillips em resposta a mudanças anunciadas da política do governo deixarão de se verificar. Desinflação não será custosa. A seguinte distinção entre os dois enfoques deveria ser observada: quando usar a curva de Phillips inércia aumentada a causalidade vai do desvio do produto de equilíbrio (por ex. uma mudança na demanda agregada) a uma mudança na inflação relativa a inflação defasada.

18 AD y relativo a y e relativo a 1 na equação da oferta de surpresa de Lucas a causalidade vai do desvio da inflação do seu valor esperado à mudança do produto relativo ao equilíbrio. relativa a E y relativa a y e A equação de oferta de Lucas esclarece o fato de que sob as hipóteses de expectativas racionais, credibilidade de política e ausência de inércia inflacionaria já que somente mudanças não antecipadas na inflação podem afetar o produto, política monetária sistemática não é efetiva para alterar o nível de atividade da economia. Não há necessidade para política sistemática porque a economia retorna diretamente ao equilíbrio uma vez que o choque de inflação desapareceu. Essas hipóteses, entretanto, são muito fortes. Como veremos, no resto desse cap. e no cap. 5 em virtude da presença da inércia inflacionária, uma variedade de distúrbios econômicos deslocam a economia do equilíbrio que não retorna sem custo ao equilíbrio por conta própria. Como consequência os bancos centrais se engajam em políticas monetárias sistemáticas para estabilizar a economia. 3.2 REGRAS MONETÁRIAS NO MODELO DE 3 EQUAÇÕES IS-PC-MR Nós estamos agora em posição para introduzir o chamado modelo de três equações. As três equações são: 1) A equação da IS 2) A equação da curva de Phillips, e 3) a regra monetária derivada da política do banco central ou do governo de trade off entre produto e inflação Neste capítulo a ênfase é em ganhar familiaridade com o modelo de três equações usando diagramas. As equações são definidas para clareza. No cap. 5 uma análise mais ostensiva da política monetária que faz uso das equações é feita e no cap 15 passos adicionais para desenvolver versões mais sofisticadas desse modelo são explicadas. Aqui nós vamos enfatizar o desenvolvimento de uma forma bem intuitiva do processo de ajustamento. Nos já mostramos os diagramas da curva IS e da curva de Phillips e apresentamos eles na forma explicita de equações. A regra de política monetária não tinha aparecido

19 explicitamente em um diagrama ou como uma equação. Entretanto como veremos na próxima seção a regra de política monetária pode ser representada no diagrama da curva de Phillips juntando os pontos F, F', A na fig Semelhantemente, na Fig. 3.6 se nós ligarmos os pontos F,F' A nós temos uma regra de política monetária para um banco central menos avesso a inflação e para um banco central mais avesso a inflação juntando os pontos D, D' e A O modelo de 3 equações: IS-PC-MR Antes de analisar a regra de política monetária, nós resumimos a equação IS e a equação da curva de Phillips na forma mais útil para analise de choques e respostas de política. 1) A equação IS vai ter uma forma mais simples do que aquela da seção 2 do cap. 2. A simplificação é escrever como y= A ar onde A é a soma das demandas exógenas multiplicadas incluindo a demanda exógena privada e do setor público, e r é a taxa real de juros. y= A ar Além disso estaremos particularmente interessados na taxa real de juros que iguala y=y e esta é definida como r s a taxa de juro de estabilização, ou a taxa de juros estabilizadora. y e =A ar s Pode-se verificar que r s muda sempre que A ou y e mudam. Assumindo que A e y e não mudam a equação do y e pode ser subtraída da equação da IS para obter: y y e = a r r s A diferença entre o produto corrente e o produto de equilíbrio é conhecido como o hiato do produto. Considerando que os componentes exógenos da demanda agregada não mudam esta equação torna claro que o produto desviará do produto de equilíbrio na extensão em que a taxa de juros difere da taxa de juros estabilizadora. Esta forma de representação da equação IS é especialmente adequada para entender a forma em que a regra monetária funciona. O banco central irá escolher a taxa de juros de forma a influenciar o hiato do produto no intuito de buscar o objetivo de estabilização. É importante notar que o Banco Central não pode produzir uma mudança instantânea no produto alterando a taxa de juros. Leva tempo para que mudanças na taxa de juros afetem o investimento e o produto. Vamos olhar isto com mais detalhe no cap. 5.

20 2) a equação da curva de Phillips Inércia Aumentada, PC, não necessita de modificação = 1 y y e 3) A terceira equação, a regra monetária, MR, é derivada do trade off inflação produto do banco central discutido na última seção. Esta pode ser escrita como y y e = b T Esta equação mostra a combinação de produto e inflação que o banco central escolherá dada a curva de Phillips com que ele se defronta. Quando a inflação é alta, o banco central decidirá reduzir a demanda agregada (aumentando a taxa de juros) de forma que a inflação caia. Da Fig. 3.6 nós podemos ver que um b mais elevado está associado com um banco central mais avesso a inflação. Para construir a linha da política monetária MR em um diagrama, nós simplesmente tomamos a curva de Phillips e encontramos a melhor combinação produto inflação do banco central ao longo da curva de Phillips. Isto significa encontrar a tangencia entre as curvas de indiferença do banco central e a restrição da curva de Phillips relevante: juntando esses pontos de tangência, a MR é formada. Em cada ponto de tangência, a equação MR se mantém. Note também que a linha MR passa por y=y e e = T. Por exemplo, na Fig. 3.6 a MR para o banco central mais avesso a inflação seria encontrado juntando os pontos D, D', e A e para o banco central menos avesso a inflação juntando os pontos F,F', e A. A chave para o entendimento do papel da linha MR na análise macroeconômica é que ela mostra a trajetória ao longo da qual a economia será guiada pelas ações do banco central para leva-la de volta para o produto de equilíbrio na inflação meta. Sempre que a economia é deslocada do par ( y e, T ) de equilíbrio por um choque de demanda ou oferta, o papel da autoridade monetária é utilizar uma mudança na taxa de juros para trazer a economia para a linha MR; uma vez na linha ele deve continuar a ajustar a taxa de juros até que a economia retorne para y e, T. É fácil mostrar isto no diagrama de Phillips (Fig. 3.7). Primeiro olhamos para o caso em que a inflação aumentou acima da meta para 6% mostrado pelo ponto B. O ponto B está na curva de Phillips PC I =6 e isto mostra o trade off ao longo da qual o banco central pode escolher seu ponto preferido. Para trazer a inflação de volta a meta de 2% o produto terá que cair abaixo do equilíbrio. A linha MR mostra que o banco central irá escolher o ponto F: ele faz isto aumentando a taxa de juros de forma que a demanda agregada cai levando o produto abaixo de y e. Uma

21 vez que a economia está na linha MR, o ajustamento de volta ao ponto Z é fácil de seguir: com inflação de 5%, a nova curva de Phillips que o banco central se defronta é uma rotulada de PC I =5 e o banco central escolhera o ponto F'. O processo de ajustamento passo a passo leva a economia ao ponto Z. Figura 3.7 A regra monetária: a linha da MR No caso de uma queda da inflação abaixo da meta, o processo funciona da mesma forma. Se a inflação cai para zero (ponto B' ) isto define a curva de Phillips PC I =0 e o ponto preferido pelo banco central é G: note que como a inflação caiu abaixo da meta a demanda agregada deverá ser aumentada pelo banco central de forma que o produto suba acima do equilíbrio para trazer a inflação de volta para 2%. O ajustamento ao longo da linha MR para o ponto Z ocorre através da mesma seqüência de eventos como no caso anterior. Uma vez que a linha MR seja bem entendida é um passo curto juntar a regra monetária no diagrama de Phillips com a curva IS para mostrar explicitamente a taxa de juros que o banco central deve estabelecer em cada estágio para produzir o nível requerido de demanda agregada. Isto não introduz novos conceitos. É simplesmente uma forma de ir do nível de produto escolhido na linha MR para a curva IS para ver a taxa de juros que o banco central deve estabelecer. Porque a linha MR é mostrada no diagrama de Phillips? Embora seja possível apresentar a regra monetária no diagrama IS, não é o nosso método preferido de apresentação. A razão é que a essência da regra monetária é identificar a melhor resposta de política do banco central dada a curva de Phillips com que

22 ele se defronta. Para fazer isto precisamos saber: as preferências do banco central entre os desvios de produto e inflação (que podem ser representadas por curvas de indiferença como vimos) e o trade off objetivo entre produto e inflação mostrado pela curva de Phillips. Ambos aparecem no diagrama de Phillips. Além disso, trabalhando no diagrama de Phillips, a importância para a regra monetária da estrutura do lado da oferta, que determina a posição da curva de Phillps vertical e a declividade da curva de Phillips aumentada pela inércia, é posta em evidência. Uma vez que o banco central tenha calculado a sua resposta desejada de demanda agregada usando a curva de Phillips relevante e a curva de indiferença, veremos que é fácil ir para o diagrama da IS e descobrir que taxa de juros deve ser estabelecida para atingir o nível desejado de produto. Na prática o banco central estabelece a taxa de juros nominal mas ele faz isto para escolher a taxa de juros real na curva IS que irá produzir o seu nível escolhido de demanda agregada. A taxa de juros real é a taxa de juros real de curto prazo, r. O banco central pode estabelecer a taxa de juros nominal diretamente mas como a taxa de inflação esperada é dada no curto prazo, o banco central consegue controlar r indiretamente Um choque inflacionário É fácil examinar um choque de inflação usando o modelo de 3 equações. A parte de cima do diagrama da Fig. 3.8 é o diagrama da IS, a parte de baixo é o diagrama de Phillips. Das três equações a equação da IS é mostrada na parte de cima do diagrama e a regra monetária (MR) e as curvas de Phillips na parte de baixo. Vamos começar no ponto A com y=y e e inflação no nível da meta de 2%. Vamos supor que há um choque inflacionário na economia, que eleva a inflação para 4%. A economia se move para o ponto B em PC I =4.

23 Figura 3.8 Choque inflacionário e regra monetária Podemos ver explicitamente que o banco central escolhe a taxa de juros r' na curva IS (ponto C' ) para atingir o ponto C na curva de Phillips PC I =4. No período seguinte, a curva de Phillips se desloca para baixo como resultado da queda na inflação: a nova curva de Phillips é indexada por I =3 (i.e. ela intercepta a VPC em y e com =3 ). Então, a economia é levada para baixo ao longo da linha MR para o sudeste na media em que o banco central implementa a regra de política monetária. Nós podemos também ver a trajetória para baixo ao longo da curva IS quando o banco central reduz a taxa de juros de volta para a taxa de juros de estabilização, r s. Eventualmente a economia retorna ao produto de equilíbrio com meta de inflação no ponto Z. Note que o banco central comporta-se de uma maneira ativa embora baseada em regra: ajustamentos freqüente da taxa de juros são requeridos pela regra de política monetária Choque de demanda temporário

24 Vamos supor que a economia começa em equilíbrio com produto em equilíbrio e inflação na meta de 2% (ver Fig. 3.9). A economia é perturbada então por um choque temporário de demanda agregada. Por um choque temporário de demanda agregada queremos dizer que a curva IS que reflete o choque é IS' e permanece em IS' somente por um período. O produto é aumentado tal que y ' y e. A consequência de um produto acima de y e é que a inflação aumentará acima da meta neste caso de 4%. Isto define a curva de Phillips PC I =4 ao longo da qual o banco central deve escolher o seu ponto preferido: ponto C. Subindo verticalmente para o ponto C' no diagrama da IS, o banco central pode determinar que a taxa de juros apropriada é r'. A trajetória de ajustamento subseqüente para baixo na linha MR para o ponto Z é exatamente como descrita no caso do choque inflacionário. Figura 3.9 Choque temporário de demanda agregada e a regra monetária Resumindo, a economia é deslocada de A para B como um resultado do choque da demanda agregada. Este aumento no produto leva a um aumento na inflação

25 acima da meta. Por causa da inércia da inflação, isto só pode ser eliminado provocando uma queda do produto abaixo (e do desemprego acima ) do equilíbrio. O banco central portanto aumenta a taxa de juros em resposta ao choque da demanda agregada. Ele deve aumentar a taxa de juros para deprimir a demanda sensível ao juro e reduzir o produto. O banco central tem um olhar para frente e leva em conta toda a informação disponível para tomada de decisões Um choque de demanda permanente No caso de um choque de demanda permanente a curva IS se desloca para IS' e permanece lá. Figura 3.10 Choque permanente de demanda agregada e a regra monetária

26 A economia começa em equilíbrio com produto em equilíbrio e inflação na meta de 2%. No diagrama da IS, a taxa de juros inicial de estabilização é r s.a curva IS se desloca para a direita para IS'. Como no caso do choque temporário de demanda, o produto sobe para y': a economia está no ponto B no diagrama de Phillips e em B' no diagrama da IS (Fig. 3.10). A análise subseqüente no diagrama de Phillips é exatamente como no caso anterior: a única diferença diz respeito ao diagrama da IS. Por que o choque da IS é permanente, a taxa de juros de estabilização se eleva para r ' s. com demanda exógena mais elevada, uma taxa de juros real mais elevada é requerida para reduzir a demanda sensível a taxa de juros tal que o produto seja igual a y e. De forma similar, para colocar a economia na linha MR no ponto C, o banco central tem que definir a taxa de juros em r', consideravelmente mais elevada do que era necessária no caso do choque temporário de demanda. Uma vez que a economia está nos pontos C e C', o ajustamento ao longo de MR e IS' ocorre da forma usual. O novo equilíbrio é no ponto Z no diagrama de Phillips e no ponto Z' no diagrama IS. No cap. 4, examinaremos como o choque de oferta pode ser analisado usando o modelo de 3 equações. 2.5 A linha MR e a taxa de juros real Para ilustrar que um banco central que usa meta de inflação determina a taxa de juros para atingir uma taxa de juros real particular, nós retornamos ao exemplo na Fig Como já vimos, para levar a inflação de volta para a meta depois de um choque permanente de demanda o banco central aumenta a taxa de juros e a economia se move para C e C'. Isto representa um aumento da taxa real de juros de r s para r'. Nós contrastamos isto com duas alternativas: manter a taxa real de juro constante e manter a taxa nominal de juros constante. Se o banco central mantem a taxa real de juros constante em r s então o produto permanece em y' acima do equilíbrio e a inflação continuará a aumentar na medida em que a curva de Phillips se desloca para cima cada período. Se o banco central mantem a taxa nominal de juros constante, a economia se move de B' para um ponto na nova curva IS (IS' ) ao sudeste do ponto B'. A razão é que o aumento da inflação sinalizado pela persistência do produto acima de y e reduz a taxa real de juros: com uma taxa de juros nominal dada e inflação mais elevada, a taxa real de juros cai. Em outras palavras, se i=r E então r =i E de forma que maior E reduz r abaixo de r S. Uma queda na taxa real de juros irá estimular mais ainda o produto, levando a economia mais distante ainda da meta de inflação. Este exemplo ilustra que é a taxa real de juros que o banco central foca quando

27 determina a taxa nominal: quando respondendo ao aumento da inflação esperada, associada com um deslocamento da curva IS, o banco central leva em conta o efeito de inflação esperada mais elevada na taxa real de juros e levanta a taxa nominal o suficiente. 2.6 Taxas de sacrifício e estratégias de desinflação Nós vimos que a resposta imediata de um banco central mais avesso a um choque de inflação é conter o produto aumentando a taxa de juros mais do que um banco menos avesso a inflação. Ele está disposto a ter um aumento mais forte no desemprego para obter uma queda mais rápida na inflação. E isto significa que desemprego pode, em consequência disso, retornar mais rapidamente ao equilíbrio. Os termos 'cold turkey' ou 'terapia de choque' são algumas vezes aplicados a esta estratégia e são contrastados com enfoques mais gradualistas em que o desemprego aumenta menos mas o processo de desinflação é mais demorado. Uma questão interessante é se o desemprego cumulativo é maior sob cold turkey ou gradualismo: em outras palavras, se nós somarmos as taxas de desemprego em cada período depois do choque inflacionário até o retorno da inflação à meta e o desemprego ao equilíbrio, com que estratégia haveria uma montante maior de desemprego? Nós veremos que se as curvas de Phillips são lineares e paralelas, o montante acumulativo de desemprego para obter a redução de inflação para a meta é a mesma sob ambas estratégias. Em outras palavras neste caso, a razão de sacrifício (o desemprego acumulado para atingir uma dada redução na inflação) é independente do grau de aversão à inflação do banco central. Para ilustrar isto, assuma um governo que opera uma regra monetária simples y y e = b T onde b reflete a força da resposta do banco central à uma taxa de inflação acima de sua meta. Intuitivamente, mais duro é o governo, maior será o aumento no desemprego em resposta a um choque de inflação esperada. Por outro lado maior o aumento no desemprego, mais rápido a economia retorna para o equilíbrio com = T. Não é, portanto, claro como o montante total de desemprego ao longo do tempo (i.e. desemprego acumulado) se relaciona a b.

28 Figura 3.11 Estratégias de desinflação e taxas de sacrificio Mas com hipóteses bem simples resulta que o desemprego cumulativo é independente de b. Esta hipótese é que a curva de Phillips aumentada pela inércia é linear: com = I y y e I = 1 A prova pode ser mostrada geometricamente na Fig Primeiro nós supomos aperto máximo da parte do governo tal que b= : sua preferência é trazer imediatamente a inflação de volta a meta, sem considerar o aumento do desemprego que esta ocasiona. Isto implica que a regra monetária é uma horizontal como mostrada por MR 1. Suponha que inicialmente economia está em equilíbrio com inflação igual a meta e ocorre um choque sobre a taxa de inflação i.e. I = 0 T. Com MR 1 o produto cai de y e para y 0 como o aumento forte na taxa de juros tem efeito. cai de 0 para T ; no período seguinte então I = T, tal que o banco central pode cortar a taxa de juros de volta para a taxa de juros de estabilização com segurança e o produto aumento de volta para y e. Se medimos desemprego pela diferença do produto atual do produto de equilíbrio, então há desemprego de y e y 0 por um período, depois do qual o desemprego é novamente zero: então desemprego cumulativo é simplesmente y e y 0.

29 Suponha agora que o governo tem uma regra monetária mais leniente, MR 2. Como um resultado do choque inflacionário, o produto é cortado de y e para y 1 tal que no primeiro período depois do choque o desemprego é y e y 1. Inflação é 1, e isto implica no período seguinte que I cai de I = 0 para I = 1. Usando MR 2 a curva de Phillips com I = 1 implica que o produto aumenta de y 1 para y 2. Isto quer dizer que o desemprego no segundo período é y e y 2. Então o desemprego cumulativo depois de dois períodos é y e y 1 y e y 2. A prova da assertiva de que desemprego cumulativo não depende do valor de b pode ser visto agora do diagrama (Fig. 3.11). y e y 1 é exatamente y A y 0 no eixo horizontal; y e y 2 é exatamente y B y A. Podemos ver que se adicionamos o desemprego em cada período subseqüente no caso gradualista para y A y 0 y B y A... o total é exatamente y e y 0 ; em outras palavras, é igual ao desemprego cumulativo no caso 'cold turkey' com b=. Já que esta demonstração não dependeu no valor particular de b que usamos, é verdade para qualquer valor de b. A prova depende criticamente na linearidade das curvas de Phillips. Se um pequeno crescimento no desemprego tem um efeito disproporcional maior do que um maior crescimento no desemprego (ou vice versa) o resultado não se mantém. Isto é mostrado na Fig Vamos supor que as curvas de Phillips lineares são ainda uma boa aproximação na região de MR 2, a regra monetária menos avessa a inflação. Isto significa que eles podem ser usados como antes para calcular o desemprego cumulativo como y e y 0. Para ver o que acontece quando as curvas de Phillips são convexas, nós usamos a regra monetária com b= e a curva de Phillips preta para I = 0. Esta curva de Phillips convexa reflete o resultado empírico que a inflação se torna menos sensível a um aumento no desemprego maior é o desemprego. Não é difícil ver que isto implica uma redução maior do produto do que a queda para y 0. Então o desemprego cumulativo com uma regra monetária mais avessa a inflação será maior do que uma mais fraca. A intuição é que a estratégia de um banco central, muito avesso a inflação, de reduzir a inflação para a meta muito rapidamente será mais custoso do que uma gradualista se for o caso que a inflação responda menos a um aumento no desemprego quando o desemprego é elevado: elevando o desemprego para um nível muito alto o leva para uma região onde o seu efeito no estabelecimento do salário é mais fraco.

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