CONSIDERAÇÕES GERAIS. Este Plano é constituído por duas partes:
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- Adelino Galindo Bergler
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1 CONSIDERAÇÕES GERAIS O Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, é realizado com base na estrutura definida pela Portaria do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas, n.º 1139/2006 de 25 de Outubro, onde são estabelecidos os capítulos de suma importância para a elaboração deste plano. Este Plano é constituído por duas partes: PMDFCI: Caderno I Plano de Acção Enquadramento do plano no âmbito do sistema de gestão territorial e no Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios Análise do risco, da vulnerabilidade aos incêndios e zonagem do território Eixos estratégicos Anexo Cartografia de Pormenor PMDFCI: Caderno II Informação Base Caracterização Física Caracterização Climática Caracterização da população e caracterização do uso do solo e zonas especiais Análise do histórico e da causalidade dos incêndios Anexo Cartografia de enquadramento CADERNO II Informação Base 1
2 ÍNDICE ÍNDICE DE FIGURAS...3 ÍNDICE DE QUADROS...4 ÍNDICE DE GRÁFICOS...4 I. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO ENQUADRAMENTO HIPSOMÉTRICO DECLIVE NO CONCELHO DO BOMBARRAL EXPOSIÇÕES HIDROGRAFIA (OROGRAFIA, GEOLOGIA E HIDROLOGIA)...10 II. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA TEMPERATURA PRECIPITAÇÃO HUMIDADE VELOCIDADE E DIRECÇÃO DOS VENTOS...18 III. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DENSIDADE POPULACIONAL ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO POPULAÇÃO ACTIVA POR SECTOR DE ACTIVIDADE TAXA DE ANALFABETISMO...28 IV. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS USO E OCUPAÇÃO DO SOLO POVOAMENTOS FLORESTAIS INFLUÊNCIA DOS COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS NO COMPORTAMENTO DOS FOGOS ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 (ZEP+ZEC) E REGIME FLORESTAL INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL ZONAS DE RECREIO FLORESTAL, CAÇA E PESCA ROMARIAS E FESTAS...34 V. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS DISTRIBUIÇÃO ANUAL ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS DISTRIBUIÇÃO MENSAL ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS DISTRIBUIÇÃO SEMANAL ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS DISTRIBUIÇÃO DIÁRIA...41 CADERNO II Informação Base 2
3 5.5 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA ÁREA ARDIDA EM ESPAÇOS FLORESTAIS ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO PONTOS DE INICIO DE CAUSAS FONTES DE ALERTA GRANDES INCÊNDIOS (ÁREA> 100HA)...47 VI. REFERÊNCIAS...47 VII. LEGISLAÇÃO...47 VIII. ANEXOS CARTOGRAFIA DE ENQUADRAMENTO...48 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Enquadramento nacional do concelho do Bombarral...6 Figura 2 Enquadramento do concelho do Bombarral (Anexo I)...7 Figura 3 - Hipsometria do Concelho do Bombarral...8 Figura 4 - Relevo do Concelho, perspectiva tridimensional. (PDM do Bombarral)...9 Figura 5 Mapa dos declives do concelho do Bombarral...9 Figura 6 Mapa de exposições do concelho do Bombarral...10 Figura 7 Mapa hidrográfico do concelho do Bombarral (Anexo V)...12 Figura 8 Quantidade de Precipitação do Concelho do Bombarral (Fonte:Atlas do Ambiente)..16 Figura 9 % de Humidade do Concelho do Bombarral (Fonte: Atlas do Ambiente)...18 Figura 100- Variação da População na Região Oeste, por Freguesia, entre 1991 e 2001 (Fonte: INE, Censos 1991, 2001)...21 Figura 111 Mapa da população residente e densidade populacional do concelho do Bombarral (Fonte: Censos, 2001) (Anexo VI)...23 Figura 12 - Lugares com Mais de 100 habitantes no Concelho do Bombarral, em Figura 13 - Variação da População no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desenvolvimento Estratégico, 2002)...24 Figura 14 Mapa de Índice de Envelhecimento e sua evolução do concelho do Bombarral...26 Figura 15 Mapa da população por sector de actividade do concelho do Bombarral (Anexo VIII).26 Figura 16 Mapa da taxa de analfabetismo do concelho do Bombarral...28 Figura 17 Mapa de Uso e Ocupação do solo do Concelho do Bombarral (GTF, 2007)...29 Figura 18 Carta de Ocupação dos Povoamentos Florestais do Concelho do Bombarral (2007) 31 Figura 19 Mapa de Instrumentos de Gestão Florestal do concelho do Bombarral (Anexo XII).33 CADERNO II Informação Base 3
4 Figura 20 Mapa das Zonas de Caça e Pesca do Concelho do Bombarral...34 Figura 21 Mapa das áreas ardidas no concelho do Bombarral e nos concelhos limítrofes...38 Figura 22 Mapa dos Pontos de Inicio de Incêndios do concelho do Bombarral...45 Figura 23 Mapa das grandes áreas ardidas nos concelhos limítrofes ao concelho do Bombarral...47 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1- Área das Freguesias do concelho do Bombarral...7 Quadro 2 - Lista dos Marcos geodésicos (localização e altitude) do concelho do Bombarral...8 Quadro 3 População Residente no concelho do Bombarral (Fonte: INE, Censos 2001)...22 Quadro 4 Densidade Populacional em 2001 (Hab/Km 2 ) (Fonte: INE, Censos 2001)...23 Quadro 5 - Variação da população entre 1999 e Quadro 6 Taxa de Desemprego no Bombarral e no Oeste (H= homem; M= Mulher; HM= Homem e Mulher)...28 Quadro 7 Uso e Ocupação do solo no concelho do Bombarral...30 Quadro 8 Espécies Florestais do concelho do Bombarral...31 Quadro 9 - Lista de Zonas de Caça Associativa existente no concelho do Bombarral...34 Quadro 10 Romarias e Festas do concelho do Bombarral...35 Quadro 11 N.º total de Incêndios e Causas por freguesia ( )...45 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho do Bombarral ( )...15 Gráfico 2 Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral ( )...17 Gráfico 3 Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral ( )...19 Gráfico 4 - Evolução da População Residente no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desnvolvimento Estratégico do Bombarral, 2002)...21 Gráfico 5 Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências ( )...38 Gráfico 6 Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio , por freguesia Gráfico 7 Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio , por espaços florestais em cada 100 ha...40 Gráfico 8 Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média de CADERNO II Informação Base 4
5 Gráfico 9 Distribuição semanal da área ardida e do número de ocorrências em 2006 e média de Gráfico 10 Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências ( )...42 Gráfico 11 Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências ( )...43 Gráfico 12 - Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências ( )...44 Gráfico 13 Distribuição da área ardida e do número de ocorrências por classes de extensão ( )...44 Gráfico 14 Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta ( ) Gráfico 15 Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta e hora de alerta ( )...46 ANEXOS CADERNO II Informação Base 5
6 I. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA 1.1 Enquadramento Geográfico e Administrativo O Bombarral é um concelho de natureza rural, com área florestal de pequena dimensão mas com áreas de matos mais significativas, devido a algum abandono da actividade agrícola. Este concelho, pertence ao distrito de Leiria, e está integrado em termos europeus na NUT III, Região de Lisboa e Vale do Tejo, Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste, (DRARO), Circunscrição Florestal do Sul, Núcleo Florestal do Ribatejo, Oeste e Área Metropolitana de Lisboa. O concelho do Bombarral tem nos seus limites as seguintes coordenadas geográficas: Limite a Norte: 36º 11 3,7 N/09º 08 31,7 W Limite a Sul: 50º 18 6,8 N/09º 02 48,6 W Limite a Este: 40º 98 3,9 N/09º W Limite a Oeste: 39º 63 7,2 N/09º 53 53,6 W O Bombarral situa-se na região Oeste do País e é limitado a Norte pelo concelho de Óbidos, a Noroeste, a Oeste e Sudoeste pelo concelho da Lourinhã, a Este e Sudeste pelo concelho de Cadaval, e a Nordeste pelo concelho de Caldas da Rainha. Bombarral Área do PROF Oeste Figura 1 Enquadramento nacional do concelho do Bombarral CADERNO II Informação Base 6
7 Figura 2 Enquadramento do concelho do Bombarral (Anexo I) O concelho do Bombarral está representado nas cartas militares do Serviço Cartográfico do Exército, folhas nº 338, 350 e 362, na escala 1/ O concelho do Bombarral encontra-se inserido na Região Oeste, pertence ao distrito de Leiria e divide-se em cinco freguesias: Bombarral Carvalhal, Pó, Roliça a Vale Covo (figura 2). Possui uma área total de 9 128ha. (Anexo I) Quadro 1- Área das Freguesias do concelho do Bombarral Freguesia Área Ha % Pó 676,9 7,4 Roliça 2263,4 24,8 Carvalhal 3233,4 35,4 Bombarral 1835,4 20,1 Vale Covo 1119,2 12,3 1.2 Enquadramento Hipsométrico O mapa hipsométrico do concelho do Bombarral apresenta a repartição espacial das classes de altitude. A divisão das altitudes em 9 classes (0-25 a metros) reflecte-se na existência CADERNO II Informação Base 7
8 de uma freguesia com elevação acima dos 200 metros (Carvalhal) sendo que zona centro do concelho com altitudes abaixo dos 75 metros, caracterizadas por suaves declives. Figura 3 - Hipsometria do Concelho do Bombarral As altitudes no concelho do Bombarral não são elevadas, registando-se no Quadro 2, a identificação do único marco geodésico existente no concelho e a sua altitude. Quadro 2 - Lista dos Marcos geodésicos (localização e altitude) do concelho do Bombarral Localidade Altitude (m) Tracalaia 172, Declive no concelho do Bombarral O relevo de um concelho, é sem dúvida, um factor que por si só, influência a propagação de um incêndio florestal. Afecta também, o vento, a temperatura e a humidade do ar, consequentemente a propagação de um incêndio florestal. Uma encosta com maior ou menor inclinação é um factor determinante na propagação de um incêndio, pois, quanto maior a inclinação, maior o efeito das colunas de convecção que aquecem a vegetação acima do incêndio, aumentando a velocidade de propagação no sentido ascendente. CADERNO II Informação Base 8
9 Figura 4 - Relevo do Concelho, perspectiva tridimensional. (PDM do Bombarral) Assim, os declives são moderadamente acentuados, conforme se pode observar no Anexo III. Figura 5 Mapa dos declives do concelho do Bombarral 1.4 Exposições A exposição de uma encosta em relação a sol, afecta a sua temperatura e humidade. Por exemplo, as encostas expostas a Sul, apresentam temperaturas mais elevadas nas maiores horas de calor, do que encostas viradas a Norte (Anexo IV). CADERNO II Informação Base 9
10 Figura 6 Mapa de exposições do concelho do Bombarral 1.5 Hidrografia (Orografia, Geologia e Hidrologia) O concelho do Bombarral insere-se numa área onde a influência da Serra de Montejunto se revela dominante, com a Serra de Aire e Candeeiros a Nordeste e grosso modo, pertence ao vale tifónico das Caldas da Rainha, estando inserido na bacia hidrográfica do lago de Óbidos, sendo percorrido no sentido Sul/Norte, pelo rio Real e seus afluentes. Na parte Norte e Noroeste do concelho existem pequenas manchas do Pliocénio, constituídas por areia com seixos sobrepostos ao grés do Jurássico Superior, constituindo zonas de grande permeabilidade e máxima infiltração. Geologicamente, no concelho, estamos em presença de formações do Jurássico superior, sendo característica a reduzida permeabilidade, excepto nos complexos margosos e grés argiloso, onde a permeabilidade é média, tendo como consequência natural caudais fracos nos cursos de água existentes. Predominam no concelho as formações conglomeráticas, areníticas, calcários margosos e margas, merecendo destaque os aluviões, areias, arenites e argilas do vale tifónico. Em consequência, assume particular acuidade neste concelho o risco potencial de erosão, em particular na zona Norte do concelho, nas vertentes mais abruptas de encaixe do rio real, onde há até, probabilidade de erosão elevada. Este facto assume particular destaque, considerando o CADERNO II Informação Base 10
11 facto de os terrenos de grande aptidão agrícola se situarem junto às principais linhas de água do concelho, com relevo para o Rio Real, perda de solo, deslizamentos ou quebra de blocos, sendo este facto potenciador de riscos. Assim, serve de factor agravante deste risco, quer a prática agrícola, quer a desflorestação que estes declives têm conhecido. O concelho do Bombarral está inserido na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos, e é atravessado pelo Rio Real, pelo Rio Bogota e pelo Rio Corga e seus afluentes. O Rio Real, de extensão total de 31,20 km, nasce na Serra de Montejunto e atravessa longitudinalmente o centro do Concelho no sentido Sudeste/Norte, percorrendo-o durante 13,7 Km. Atravessa as freguesias do Bombarral, Carvalhal e Roliça, junto aos aglomerados da Portela, Famões, Sanguinhal, Bombarral, Baraçais, Delgada, Roliça e São Mamede. O Rio Bogota (17,9 km) nasce no concelho do Cadaval e atravessa transversalmente o Sul da freguesia do Carvalhal no sentido Nascente/Poente, passando junto dos aglomerados de A-dos- Ruivos, Sobral do Parelhão e Bombarral, indo desaguar no Rio Real, próximo do aglomerado do Bombarral. O Rio Corga (9 km) corre paralelamente à EN8 e via-férrea, atravessando longitudinalmente o Sul do Concelho no sentido Sul/Norte numa extensão de seis mil metros. Serve a freguesia do Bombarral e passa junto aos aglomerados de Cintrão e Bombarral, desaguando também junto ao aglomerado do Bombarral. Pode ser considerado uma ribeira dado que o seu leito, na época estival, está seco ou sem caudal contínuo. O regime hidrológico da região está estreitamente dependente do regime pluviométrico e da geomorfologia do Concelho. A intensificação da agricultura, está na origem da formação de lagoas artificiais, situadas no limite Norte do concelho, a Norte da povoação do Pó e Roliça. A exploração de recursos naturais (argila, calcário e gesso) é também efectuada e as ravinas declivosas que esta actividade origina, são geradoras de riscos, merecedores de referência, pois a intervenção de socorro nestes locais, exige equipamento específico e instrução técnica de momento não existentes. CADERNO II Informação Base 11
12 Figura 7 Mapa hidrográfico do concelho do Bombarral (ANEXO V) CADERNO II Informação Base 12
13 II. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA O clima é um elemento do meio natural sobre o qual o homem não tem controle, sobretudo quando estão em causa áreas grandes e extensivas. Assim funciona como uma imposição, uma variável exógena relativamente aos sistemas florestais. A floresta é composta por plantas vivas, que, tal como todos os seres vivos estão adaptadas a determinadas condições climáticas para se desenvolverem e subsistirem. Assim, terá de existir um equilíbrio entre a gama de variação de elementos climáticos suportada por cada espécie, e as condições que esta encontra no ambiente que a rodeia, para que o seu desenvolvimento se processe com o mínimo de sobressaltos e se possam atingir os melhores desempenhos produtivos. Sendo que, não se pode alterar o clima para adaptá-lo à floresta pretendida, resta-nos a opção que envolve conhecer bem o clima e escolher as espécies/variedades, operações e tratamentos culturais que a ele melhor se adeqúem, de maneira a que se atinja o equilíbrio exigências climáticas da floresta clima existente. Por um lado deveremos considerar uma acção directa do clima sobre a floresta a acção do clima sobre os processos vitais das plantas. Mas, por outro lado, também deveremos considerar a sua acção indirecta sobre a floresta, que resulta da sua influência sobre: os processos de erosão do solo, a ocorrência de incêndios e também o regime hidrológico das áreas florestadas, três aspectos fortemente relacionados com as funções dos sistemas florestais. A influência das características climáticas nos incêndios florestais, pode ser vista em termos indirectos, na medida em que afecta o crescimento e acumulação de carga combustível, e também em termos de influência directa no início e propagação dum incêndio. Temos assim que o clima afecta duas arestas do célebre triângulo de comportamento do fogo o qual é composto por três arestas: meteorologia, topografia e combustível. Os factores meteorológicos a ter em conta neste âmbito são: temperatura, humidade, precipitação, velocidade e direcção dos ventos. CADERNO II Informação Base 13
14 O aumento da temperatura atmosférica tende a elevar a probabilidade de ignição. Ao subir a temperatura do ar, os combustíveis, especialmente os finos e mortos, tendem a perder humidade para alcançar o equilíbrio higroscópio com o ar que os rodeia, o que os deixa em condições mais favoráveis para que se inicie e se propague um incêndio. Quanto à humidade relativa, o seu aumento faz diminuir a possibilidade de início de incêndio, e dificulta a sua propagação, já que a atmosfera cede humidade aos combustíveis dificultando assim a sua combustão. A precipitação é fundamental para recarregar a reserva hídrica do solo e assim possibilitar o crescimento das plantas. Mas se essa precipitação se verificar com uma intensidade superior à capacidade de infiltração, verifica-se o escorrimento superficial, e surge a erosão hídrica do solo. Por último, o vento aumenta a velocidade de propagação dos incêndios, já que fornece oxigénio para a combustão, transporta o ar quente, seca os combustíveis e dispersa as partículas em ignição. Por outro lado, os ventos fortes limitam a produtividade florestal; ou por diminuírem a taxa de crescimento anual, ou por poderem provocar o derrube das plantas Temperatura O concelho do Bombarral, à semelhança da zona do Oeste, possuiu um clima nitidamente mediterrânico, caracterizado por verões secos e quentes e Invernos amenos e húmidos, A precipitação apresenta grande irregularidade inter anual, pois a Invernos chuvosos, sucedem-se Invernos secos, facto derivado da situação do território de Portugal, na região de transição entre as altas pressões subtropicais e as baixas pressões polares. A presença do Oceano Atlântico, influi no ritmo climático da região Oeste. Num primeiro momento destacaremos como resultado dessa influência a humidade relativa, pois as massas de ar marítimas, provenientes do Oeste (factor predominante dos ventos), influenciam fortemente esta Zona. Num segundo momento, referiremos a inércia térmica dos oceanos, tornando o clima mais ameno, com um Inverno pouco rigoroso e um verão menos quente. CADERNO II Informação Base 14
15 A caracterização climática do concelho do Bombarral, foi realizada com base nos valores climatológicos disponibilizados pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), relativos aos anos de Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho do Bombarral ( ) ºC Janeiro Feverei ro M arço Abril M aio Junho Julho Agost o Setemb ro Outubr o Novem bro M édia M ensal M édia das M áximas Valores M áximos Gráfico 1 Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho do Bombarral ( ) Dezem bro Os valores de temperatura no gráfico apresentado acima, traduzem um padrão semelhante ao restante território nacional, ou seja, temperaturas elevadas a verificarem-se durante o período estival, ocorrendo as menores durante a época invernal Precipitação A análise da termopluvimetria da estação de Caldas da Rainha, permite-nos distinguir 3 estações. Três meses de Verão (Junho, Julho, Agosto) com temperaturas elevadas (Agosto 19.8ºC) e precipitações quase nulas. Climatologicamente são meses secos, pois a precipitação é inferior a metade do dobro da temperatura, com elevados valores de evapotranspiração. Os meses de Inverno, de Novembro a Março, apresentam precipitações mais elevadas, sendo as temperaturas mais baixas, observando-se que os restantes meses fazem partes das Estações intermédias da Primavera e Outono, porém o mês de Setembro é seco e relativamente quente, tornando assim mais brusca a transição Verão/Inverno. CADERNO II Informação Base 15
16 Os nevoeiros de adversão litoral, cuja influência também aqui se faz sentir, embora de forma atenuada, são mais frequentes no verão e, sobretudo, de madrugada, avançando para o interior mais ou menos ao nível do solo, fazendo-se sentir a sua influência no concelho ao originar manhãs frescas. Apesar do quadrante de ventos dominante ser o NW, durante o Verão e no período da tarde, é de realçar a existência de Nortada (vento forte do Norte). Os ventos dos restantes quadrantes são pouco significativos. A precipitação anual varia entre os 500 e 800mm, que se reparte de forma desigual ao longo do ano, como se pode observar no Gráfico 2, onde os valores mais elevados de precipitação decorrem durante o período Outonal e Invernal. Figura 8 Quantidade de Precipitação do Concelho do Bombarral (Fonte:Atlas do Ambiente) Os valores analisados para o concelho do Bombarral, encontram-se expressos no gráfico abaixo apresentado. CADERNO II Informação Base 16
17 Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral ( ) Precipitação (mm) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Gráfico 2 Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral ( ) Em termos mensais, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro são os meses mais chuvosos, com precipitações médias acima dos 80mm. Contrariamente, Julho e Agosto apresentam os valores de precipitação mais baixos, sendo o mês de Julho a apresentar o menor valor, abaixo dos 5mm. Em termos de geadas o concelho do Bombarral, relativamente ao enquadramento no território nacional, localiza-se numa zona pouco propensa a geadas, com um valor de 5-10 dias por ano com geada, na metade Norte do concelho e de 1-5 dias por ano na metade Sul. Este valor relativamente baixo explica-se pela significativa influência marítima que se faz sentir no concelho Humidade A humidade relativa anual no concelho situa-se entre os 75% e 85 % (medida ás 9 T.M.G.), com humidades mais elevadas a zona a NO do concelho. CADERNO II Informação Base 17
18 Figura 9 % de Humidade do Concelho do Bombarral (Fonte: Atlas do Ambiente) Velocidade e Direcção dos Ventos A existência de temperaturas elevadas e valores de precipitação baixos, fazem com que aumentem as condições propícias aos incêndios florestais, devido à situação de secura que é proporcionada, aumentando a temperatura dos combustíveis vegetais existentes, facilitando, consequentemente, as condições de ignição e propagação dos fogos florestais. A velocidade do vento, é um factor que sem dúvida, poderá potenciar a propagação dos fogos florestais. A velocidade dos ventos, dados recolhidos no Instituto Superior de Agronomia, está apresentada no gráfico seguinte. CADERNO II Informação Base 18
19 Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral ( ) Velocidade (km/h) 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Gráfico 3 Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral ( ) Da análise gráfica observamos que é nos meses de verão que as velocidades dos ventos verificadas no concelho do Bombarral são mais baixas. III. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO A caracterização demográfica do concelho do Bombarral, baseou-se em dados obtidos no Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo os parâmetros utilizados: População Residente por Freguesia, Densidade Populacional, Índices de Envelhecimento, Taxa de analfabetismo, e População Activa por Sector de Actividade, com o intuito de avaliar o peso do sector agrícola e silvícola neste concelho nos dias de hoje. 3.1 Densidade populacional O estudo da análise populacional, definida pelo INE como intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território, revela-se fundamental, pois permite os antagonismos da ocupação, existentes dentro desse território. A evolução da população residente no Concelho do Bombarral manteve um ritmo de crescimento constante durante a primeira metade do Século XX. CADERNO II Informação Base 19
20 As décadas de 50 e 60, marcadas por diversos fenómenos político-sociais (Êxodo rural, emigrações para a Europa e África, Guerra Colonial...) e pelo rápido crescimento populacional das áreas urbanas de Lisboa e Porto, tiveram fortes impactes sobre as áreas rurais verificandose um decréscimo significativo no efectivo demográfico do Bombarral. Os anos 70, à semelhança da generalidade do país, foram novamente marcados por taxas de crescimento positivas resultantes da diminuição da emigração, do retorno de portugueses das ex-colónias que estimularam a economia local, e do aumento significativo das taxas de natalidade. Ainda assim, os ritmos de crescimento verificados foram inferiores aos dos principais concelhos da Sub-Região Oeste, como as Caldas da Rainha ou Torres Vedras, com vantagens locativas e áreas urbanas e oportunidades empresariais mais atractivas. O acentuar do processo de metropolização acompanhado da afirmação das Cidades Médias, verificado em Portugal, na década de 80, teve importantes impactes sobre as dinâmicas demográficas dos concelhos com estruturas económico-sociais mais ruralizadas. Por este facto, o Concelho do Bombarral registou neste período uma diminuição de -7,5% no efectivo populacional. Embora esta tendência nacional tenha permanecido nos anos 90, a melhoria das acessibilidades rodoviárias contribuiu para uma melhor integração do Bombarral no sub-sistema urbano Torres Vedras-Caldas da Rainha e para o fortalecimento das relações com a Área Metropolitana de Lisboa, incutindo um novo impulso à vila do Bombarral, com reflexos no crescimento da população do concelho. A melhoria das acessibilidades estimulou também a procura de habitação de segunda residência na região, um fenómeno que, no Bombarral, tem tido mais expressão nos lugares do Carvalhal, Azambujeira dos Carros e Delgada (os dois últimos na Freguesia da Roliça). CADERNO II Informação Base 20
21 População Residente Anos Gráfico 4 - Evolução da População Residente no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desnvolvimento Estratégico do Bombarral, 2002) Em 2001, no Concelho do Bombarral, residiam habitantes (resultados preliminares), o que traduz um crescimento populacional nos anos 90 de 4,7%. Este valor, que contraria as tendências negativas estimadas ao longo da década pelo INE, deve-se sobretudo ao saldo migratório positivo, responsável por um crescimento de 8,3% (Os dados relativos aos saldos natural e migratório referem-se aos Resultados Preliminares dos Censos 2001). O saldo natural manteve-se negativo (-3,7%) e inferior à média da Sub-região (-1,2%), o que reflecte o relativo envelhecimento da população. Figura 10- Variação da População na Região Oeste, por Freguesia, entre 1991 e 2001 (Fonte: INE, Censos 1991, 2001) CADERNO II Informação Base 21
22 Os factores que sustentam o crescimento populacional recente do Bombarral são semelhantes aos do Oeste, em particular, a existência de um saldo migratório positivo, na ordem dos 10%. Impulsionada por processos de urbanização e periurbanização, relacionados com a integração deste território nas dinâmicas metropolitanas e com a fixação de imigrantes, a sub-região apresenta um desempenho demográfico positivo. No concelho do Bombarral, e particularmente nas freguesias da Roliça e do Pó, têm-se instalado nos últimos anos imigrantes oriundos de países da Europa de Leste, que encontram aqui trabalho essencialmente na agricultura e no sector da construção civil e obras públicas. O acolhimento e os incentivos à fixação destes imigrantes e das suas famílias no concelho poderão representar uma oportunidade de suprir algumas das principais debilidades estruturais do Bombarral, mais precisamente em termos da disponibilidade e qualificação dos recursos humanos. O grosso do efectivo populacional do concelho está essencialmente concentrado nos povoados que formam as sedes de freguesia, de entre as quais se destaca, a vila do Bombarral. A freguesia do Bombarral, com um efectivo populacional de habitantes, representando cerca de 41% da população concelhia, foi a única que registou um aumento do número de residentes entre 1991 e 2001, com uma variação de 20,1% (mais 922 habitantes). Ao invés, a Freguesia do Carvalhal, com características de grande ruralidade, foi a que registou maiores perdas nos efectivos demográficos. Estas variações diferenciadas reflectem precisamente a dicotomia existente no concelho, nomeadamente entre o núcleo urbano do Bombarral e as áreas rurais periféricas, o que, por sua vez, está relacionado com a maior acessibilidade à sede de concelho e o seu maior dinamismo económico. Quadro 3 População Residente no concelho do Bombarral (Fonte: INE, Censos 2001) Freguesia ANO Variação (%) Freguesia do Bombarral ,1% Freguesia do Carvalhal ,3% Freguesia da Roliça ,8% Freguesia do Vale Covo ,9% Freguesia do Pó ,2% Concelho do Bombarral ,7% CADERNO II Informação Base 22
23 Com uma densidade populacional de 147,4 hab/km 2, o Concelho do Bombarral apresenta um valor muito próximo da densidade média da Sub-Região Oeste (157 hab/km 2 ). A freguesia do Bombarral, com maior dimensão urbana e populacional, destaca-se no contexto do concelho com 320,6 hab/km2, seguida da freguesia do Pó, criada em 1984, com uma área de apenas 5,5 km2 e uma densidade de 170,9 hab/km2. A densidade mais baixa verifica-se na Freguesia do Carvalhal (91,4 hab/km2) que sendo a segunda mais populosa é contudo a mais vasta, com uma área de 32,1 km2. Quadro 4 Densidade Populacional em 2001 (Hab/Km 2 ) (Fonte: INE, Censos 2001) Freguesia Densidade Populacional Freguesia do Bombarral 320,6 Freguesia do Carvalhal 91,4 Freguesia da Roliça 118,3 Freguesia do Vale Covo 99,4 Freguesia do Pó 170,9 Concelho do Bombarral 147,4 Figura 11 Mapa da população residente e densidade populacional do concelho do Bombarral (Fonte: Censos, 2001) (Anexo VI) CADERNO II Informação Base 23
24 Figura 12 - Lugares com Mais de 100 habitantes no Concelho do Bombarral, em 1991 Figura 13 - Variação da População no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desenvolvimento Estratégico, 2002) No Anexo VI, apresenta a densidade populacional nas diversas freguesias que compõem o concelho do Bombarral, com indicação da população residente em cada freguesia (dados obtidos pelos Censos de 1991 e 2001, INE). Do ponto de vista demográfico, o concelho do Bombarral contabiliza habitantes (INE, 2001). Desde 1991 existiu um crescimento muito pequeno da população residente, em cerca de 597 habitantes (+4,48%). CADERNO II Informação Base 24
25 No que respeita à densidade populacional, Bombarral é o concelho menos densamente povoado da região Oeste ao apresentar 150,2 Hab/Km 2. É da região do Oeste o 8º concelho mais habitado. 3.2 Índice de Envelhecimento Como é possível analisar nos indicadores demográficos recolhidos, no concelho do Bombarral, a taxa de envelhecimento é muito elevada, rondando os 155% (Anexo VII, INE, 2001), em parte em virtude da diminuição acentuada da natalidade ao longo dos últimos anos, onde a taxa actual é diminuta, 8,6%. Esta diminuição na Taxa de Natalidade, conduz à quebra da população mais jovem e ao progressivo aumento da idade da População Residente, cada vez apresentando idades mais avançadas. Os dados obtidos dizem respeito aos Censos de 2001; não existindo dados anteriores para comparação. Todas as freguesias apresentam índices acima dos 100%, 3 das quais com índices superiores aos 150%: Roliça, Carvalhal e Vale Covo. Quadro 5 - Variação da população entre 1999 e 2001 Intervalos de Idade % 0-14 Anos -15, Anos -6, Anos 8,5 65 Anos 22,5 CADERNO II Informação Base 25
26 Figura 14 Mapa de Índice de Envelhecimento e sua evolução do concelho do Bombarral 3.3. População Activa por Sector de Actividade Procedeu-se à análise dos sectores de actividade no concelho do Bombarral, dividindo-se estes em três sectores de actividade: Primário, Secundário e Terceário. Figura 15 Mapa da população por sector de actividade do concelho do Bombarral (Anexo VIII) Como ponto prévio à melhor caracterização da população e actividade do concelho, não poderemos deixar de referir a inexistência de estatísticas recentes e actuais, que permitam um CADERNO II Informação Base 26
27 rigor de caracterização dos diferentes sectores de actividade económica, pois em algumas das actividades exercidas não há dados oficiais. É de referir que o sector primário foi até há bem pouco o predominante no concelho. A sua dimensão e importância, está todavia ainda sujeita a várias condicionantes: a estrutura fundiária assente na pequena propriedade (47% a variar de 1-4ha), e apenas 0,2% das explorações possuírem áreas superiores a 100ha. A superfície média das explorações ronda os 3,5ha, inferir à média nacional. O sector secundário e até mesmo o terciário, têm absorvido ao longo dos anos, excedentes do sector primário e consequentemente a actividade está muito relacionada com a transformação e comercialização de produtos agrícolas. Contudo, dados não actuais, apontavam para um valor inferior a 25% da população a ele afecto, demonstrando que ainda se trata de um sector incipiente neste concelho, contrariando a tendência do distrito onde este município se insere. Este sector, secundário, no Bombarral, assenta numa malha industrial que tem por base indústrias tradicionais: alimentação, bebidas e tabacos, indústrias de minerais não metálicas, construção civil e obras públicas, máquinas e equipamentos e material de transporte, madeira e cortiça. As freguesias do Carvalhal, Pó e vale Covo não possuem indústria, estando as existentes concentradas na freguesia do Bombarral (serralharia civil, metalomecânica, mobiliário e cerâmica), e na freguesia de Roliça (serralharia civil e mecânica). Até há poucos anos o sector terciário tinha a ele afecto cerca de 42% da sua população e será o sector de maior crescimento no futuro. Grande parte da actividade deste sector encontrasse nas povoações de menores dimensões, sob a forma de locais de venda de produtos alimentares e bebidas, e pequenas lojas e mercearias, que procuram satisfazer a procura natural de produtos quotidianos necessários às populações da povoação, freguesia ou povoados vizinhos. Estes estabelecimentos revelam-se a de menor dimensão, face ao desejável e necessário, mas certo é que a pulverização dos aglomerados populacionais é razão directa desta situação. Diremos em síntese que a oferta corresponde a níveis essenciais de obtenção de serviços em que o consumidor não está disposto a procurar uma situação de melhor resposta e qualidade, exigindo qualquer outra situação, a deslocação para fora da zona. CADERNO II Informação Base 27
28 Esta situação mantém-se ao nível da oferta turística, com recurso a pólos urbanos vizinhos: Caldas da Rainha, Óbidos e Torres Vedras, não se verificando fluxo turístico que possa alterar esta situação. Quadro 6 Taxa de Desemprego no Bombarral e no Oeste (H= homem; M= Mulher; HM= Homem e Mulher) H M HM Bombarral 3,0 13,6 6,8 Oeste 2,7 8,4 4,8 Bombarral 3,4 13,8 7,5 Oeste 3,4 8,4 5,6 De salientar, que são as mulheres as mais afectadas com o fenómeno do desemprego apresentado valores cerca de quatro vezes superiores ao desemprego masculino Taxa de Analfabetismo Como podemos observar por análise no Anexo IX, a Taxa de Analfabetismo no concelho do Bombarral sofreu uma redução de cerca de 3.4% segundo os Censos de 1991 e 2001, sendo a redução mais acentuada nas freguesias do Carvalhal (de 17,65% para 15,55%), da Roliça (de 14,68% para 12,16%) e Vale Covo (19,64% e 15,55%). Figura 16 Mapa da taxa de analfabetismo do concelho do Bombarral CADERNO II Informação Base 28
29 IV. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS O estudo do uso e ocupação do solo tem relação directa com a problemática do risco de incêndio. A sua caracterização permite avaliar tanto as áreas de risco de incêndio, devido à carga de combustível, como identificar as áreas de perigo devido à presença humana. 4.1 Uso e Ocupação do solo Tal como já tinha sido mencionado no PMDFCI anterior, a carta de uso e ocupação do solo foi actualizada. Esta actualização foi efectuada em duas fases: trabalho de gabinete e trabalho de campo. O trabalho de gabinete consistiu em digitalizar parcelas com mancha de ocupação do solo homogéneas, tendo por base ortofotomapas datados de Posteriormente houve uma validação dessas manchas no campo, onde se procedeu à classificação de cada uma dessas manchas de acordo com a sua ocupação, bem como ao modelo de combustível presente (Anexo X). Figura 17 Mapa de Uso e Ocupação do solo do Concelho do Bombarral (GTF, 2007) Com a metodologia utilizada, obteve-se a Carta de Uso e Ocupação do Solo do concelho do Bombarral actualizada. CADERNO II Informação Base 29
30 Quadro 7 Uso e Ocupação do solo no concelho do Bombarral Uso e ocupação do solo (ha) Áreas Sociais Áreas Industriais Agricultura Floresta Pousio Matos Pontos de água Freguesias Bombarral 218,8 49,7 878,4 251,3 213,6 219,1 5,3 Carvalhal 193,5 10,3 1957,6 251,5 481,7 334,1 5,3 Pó 68,7 3,4 365,1 12,7 52,3 168,7 5,6 Roliça 169,4 17,5 1199,2 214,6 275,5 380,2 7,3 Vale Covo 84,5 8,6 668,6 160,6 94,2 101,6 1,3 TOTAL 734,9 89,5 5068,9 890,7 1117,2 1203,7 24,8 Pela observação do Quadro 5, podemos concluir que mais de 50% do território do Bombarral é ocupado por áreas agrícolas, 25% do concelho divide-se entre áreas de pousio e matos, sendo 10% ocupado por floresta, localizada essencialmente pelas freguesias do Bombarral, Carvalhal e Roliça. Dos dados estatísticos anteriores, concluiu-se que a área florestal do concelho do Bombarral tem vindo a aumentar, bem como as áreas de pousio e matos resultantes do abandono de grande parte das pequenas explorações agrícolas, agora votadas ao abandono, tendendo a sua reconversão para áreas florestais. De salientar ainda, a presença nas encostas mais declivosas do concelho, um coberto arbustivo de grande importância em termos ecológicos, pela abundância de biodiversidade arbustiva, que é de todo o interesse conservar, evitando a passagem sucessiva dos incêndios, que destroem toda a vegetação, aumentando os riscos de erosão e perda de solo, provocando, a jusante, o assoreamento da lagoa de Óbidos. 4.2 Povoamentos Florestais A área florestal presente neste concelho é constituída maioritariamente por eucalipto (Eucalyptus globulus) seguindo-se o pinheiro bravo (Pinus pinaster), este último tem registado um aumento significativo dos seus povoamentos nesta região nos últimos anos, bem como área constituídas por uma diversidade mista de folhosas, Anexo XI). CADERNO II Informação Base 30
31 Figura 18 Mapa de Ocupação dos Povoamentos Florestais do Concelho do Bombarral (2007) Quadro 8 Espécies Florestais do concelho do Bombarral Freguesias Eucalipto Pinheiro bravo Pinheiro manso Sobreiro Outras resinosas Outras Folhosas Carvalhos Sobreiro/ Pinheiro bravo Área florestal total (ha) Bombarral 197,0 34,1 4,0 3,6 3,4 2,9 6,2 0,0 251,3 Carvalhal 158,5 7,5 3,1 13,6 3,4 57,7 0,0 7,7 251,5 Pó 12,6 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 12,7 Roliça 67,8 24,7 52,6 23,3 24,0 21,0 1,2 0,0 214,6 Vale Covo 129,4 25,0 2,6 1,0 0,8 1,8 0,0 0,0 160,6 TOTAL 565,4 91,3 62,4 41,5 31,6 83,3 7,4 7,7 890,7 4.3 Influência dos combustíveis florestais no comportamento dos fogos Quando falamos em combustíveis florestais, incluímos todos aqueles materiais vegetais provenientes das plantas que existem na floresta. Quando o objectivo visa a prevenção dos incêndios florestais, é importante perceber que formações vegetais constituem uma floresta de determinada região, bem como estão distribuídas no espaço, e por que espécies são constituídas. A maior ou menor facilidade de combustão de determinado combustível, isto é a sua combustibilidade, é determinada pelas suas características físicas e químicas, e pela quantidade por hectare. CADERNO II Informação Base 31
32 Os combustíveis vegetais podem ainda se dividir em combustíveis vivos ou mortos, diferenciando essencialmente no teor de humidade que estes apresentam. A forma como os combustíveis se distribuem no espaço é bastante variável, e influência o comportamento de um incêndio florestal, pois encontra-se dependente de diversos factores como: solo, quantidade de água disponível, luz, exposição, declive, forma de exploração florestal, entre outros. Estes distribuem-se ainda de forma vertical e horizontal, por isso a importância que a promoção das descontinuidades verticais e horizontais nos combustíveis na prevenção de um incêndio florestal, essencialmente no que diz respeito à capacidade de propagação deste. A carga de combustível existente numa determinada área, ou seja, a quantidade de combustível, por exemplo: a folhada, ramos e troncos mortos, a vegetação herbácea e arbustiva, influência igualmente o comportamento de um incêndio. 4.4 Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZEP+ZEC) e Regime Florestal No concelho do Bombarral não existem áreas pertencentes à Rede de Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZEP+ZEC), ou áreas sujeitas a regime florestal. Podemos encontrar neste concelho, parte do Planalto das Cesaredas, uma área que se estende aos concelhos vizinhos: Óbidos, Lourinhã e Peniche. Trata-se de um local de grande interesse, pela sua riqueza natural, caracterizado pelos seus afloramentos de calcário compactos e de grande extensão. Nesta zona, encontramos grandes manchas de carrasco, pinheiros mansos e bravos, carvalhos, sobreiros e medronheiros, que formam um ecossistema cuja prioridade será a sua preservação. Para além da sua fauna e flora características, o Planalto das Cesaredas, possui ainda uma riqueza de património de grande interesse, com as suas grutas, castros, moinhos de vento, azenhas, casario rural, palácios, fontanários, mães de água, pontes, igrejas, capelas e árvores monumentais. CADERNO II Informação Base 32
33 A predominância de matos, no Planalto das Cesaredas, representa uma preocupação, pela elevada carga de combustível que comporta e a grande inflamabilidade das espécies presentes, resultando num elevado risco de incêndio. Aliás nos últimos anos tem sido no Planalto das Cesaredas que tem ocorrido o maior número de incêndios florestais do concelho de Óbidos, provando o elevado risco que esta área representa. 4.5 Instrumentos de Gestão Florestal Actualmente existe a decorrer o processo de constituição da Zona de Intervenção Florestal da Linha do Oeste (Z.I.F. 126/2007) que abrange parte da freguesia do Bombarral, nomeadamente a área florestal aí existente, uma mancha florestal contínua à mancha existente nos concelhos do Cadaval, Torres Vedras e Lourinhã. As zonas de intervenção florestal, não são mais que manchas territoriais maioritariamente ocupadas os espaços florestais, tendo por objectivos a promoção do ordenamento e gestão florestal. Com a constituição desta Z.I.F., os proprietários aderentes e não aderentes da mesma, terão de possuir um Plano de Gestão Florestal e cumprilo. Figura 19 Mapa de Instrumentos de Gestão Florestal do concelho do Bombarral (Anexo XII) No mapa apresentado no Anexo XII também é possível observar o enquadramento da área projectada para a Zona Industrial do Oeste, que abrange parte de 4 concelhos do Oeste (Bombarral, Cadaval, Lourinhã e Torres Vedras), estando já prevista no PDM do Bombarral. CADERNO II Informação Base 33
34 4.6 Zonas de Recreio Florestal, Caça e Pesca No concelho do Bombarral, existem 3 Zonas de Caça Associativa num total de 6253,31ha, cerca de 73% do território (Anexo XIII). Figura 20 Mapa das Zonas de Caça e Pesca do Concelho do Bombarral Quadro 9 - Lista de Zonas de Caça Associativa existente no concelho do Bombarral Zona de Caça Freguesias Hectares ZCA Carvalhal Carvalhal 2439,858 ZCA Bombarral e Vale Covo Bombarral e Vale Covo 1949,18 ZCA Roliça e Pó Roliça e Pó 1864, Romarias e Festas A realização de festas e romarias em espaços rurais, é uma prática típica da região do Oeste onde se insere o concelho do Bombarral. Contudo, associados a estes festejos estão comportamentos que podem influenciar o risco de incêndio florestal. CADERNO II Informação Base 34
35 Com a identificação destes festejos, será possível planear de forma estratégica, a organização de mecanismos de prevenção. Quadro 10 Romarias e Festas do concelho do Bombarral Mês de Realização Dia de Inicio/ Fim Freguesia Lugar Designação Observações Janeiro 17/17 Roliça Baraçais Festa ao Orago S. Braz Fevereiro 2/2 Carvalhal Famões Festa Popular Março 19/19 Carvalhal Carvalhal Festa e Luminárias ao orago S. Joaé Abril 24/25 Bombarral Bombarral Comemorações do 25 de Abril A definir Carvalhal Barrocalvo Festa ao orago Nª Sª dos Prazeres 3/3 Carvalhal Casal do Avenal Festa ao orago Stª Cruz Maio 13/13 Carvalhal Santuário do Bom Jesus Dia de Nª Sª de Fátima Todos os Sábados Carvalhal Sobral do Parelhão Maio com Musica 1/1 Bombarral Bombarral Dia Mundial da Criança A definir Carvalhal Carvalhal Corpo de Deus Junho 23/25 Bairro do Olival Festa ao orago S. Antóni 24/24 Carvalhal Salgueiro Festa ao orago S. João Baptista 29/29 Bombarral Bombarral Comemorações do dia do Concelho 28/30 Bombarral Bombarral Festas da Vila 29/29 Carvalhal Santuário do Bom Jesus Celebrações a S Pedro 3º Fim-de- Carvalhal Sobral do Festa ao orago Sr. CADERNO II Informação Base 35
36 semana Parelhão Jesus Julho 3º Fim-desemana Roliça S. Mamede Festa ao orago S. Mamede 2º Fim-desemana Carvalhal A dos Ruivos Tradicional festa Agosto 15 Bombarral Cintrão Festa ao orago Sto. António 15 Roliça Azambujeira Festa ao orago Nª Sª da Oliveira 3º Fim-desemana Carvalhal Sanguinhal Festa ao orago Mártir S. Sebastião 1º Domingo Carvalhal Santuário do Bom Jesus Círio de Adão Lobo Setembro 2º Fim-desemana Carvalhal Carvalhal Festa ao orago Sr. Jesus 4º Fim-desemana Carvalhal Santuário do Bom Jesus Círio de Ferrel Outubro 1º Domingo Carvalhal Santuário do Bom Jesus do Carvalhal Círio dos Campelos ao Bom Jesus do Carvalhal Outubro/ Novembro A definir Bombarral Bombarral XIV Festival da Musica do Bombarral 1/1 Carvalhal Santuário do Bom Jesus do Carvalhal Festa de Todos os Santos Novembro 2/2 Carvalhal Santuário do Bom Jesus do Carvalhal Dia de Finados 11/11 Roliça Delgada Festa ao orago de S. Martinho 3º Domingo Carvalhal Santuário do Bom Jesus Círio da Atouguia da Baleia 1º Fim-desemana Pó Pó Festa ao orago Santa Catarina Dezembro 1º Fim-desemana Carvalhal Salgueiro Festa ao orago Nª Sª do Livramento A definir Bombarral Bombarral Concerto de Natal CADERNO II Informação Base 36
37 V. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS 5.1 Área Ardida e N.º Ocorrências Distribuição Anual Os incêndios florestais, na actualidade, são o principal problema com que se debate a floresta na Região Oeste e como tal o concelho do Bombarral não é excepção, como o confirma a área devastada em Apesar da reduzida área florestal do concelho, os incêndios verificam-se com alguma frequência. A causa mais comum para esta situação é a realização de trabalhos agrícolas e de queimas para eliminação dos resíduos de exploração agrícola, que são totalmente proibidas nos meses de Verão, mas que mesmo assim se praticam. A causa menos comum, mas mesmo assim muito importante, é o facto de se deixar nas áreas florestais do concelho os desperdícios do abate de árvores, que rapidamente se transformam em matéria altamente combustível. A análise detalhada das ocorrências permite uma visão pormenorizada das condições em que os incêndios decorreram e deflagraram. O histórico das ocorrências de um determinado período de tempo poderá ajudar-nos também a planear melhor as acções de vigilância para se atingir um objectivo comum a redução do número de ocorrências e da área ardida. Na Figura 21, Anexo XIV, podemos verificar as áreas em que ocorreram incêndios nos últimos anos. CADERNO II Informação Base 37
38 Figura 21 Mapa das áreas ardidas no concelho do Bombarral e nos concelhos limítrofes. As freguesias situadas a Noroeste, são as mais afectadas pelos incêndios florestais, apresentando maiores áreas ardidas para o período referido. No Gráfico 5, podemos verificar que na última década o registo do número de ocorrências é elevado, embora a área ardida seja relativamente baixa. Desde 1996 a área ardida total é de 322 hectares com 433 ocorrências. Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências ( ) 120, ,00 60 Área Ardida (ha) 80,00 60,00 40, N.º de Ocorrências 20, , Área Ardida ( ) 18,78 36,37 19,41 32,90 22,66 32,80 6,73 17,35 34,27 97,50 2,91 N.º de Ocorrências ( ) Gráfico 5 Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências ( ). Devido ás condições climatéricas que se fizeram sentir, o ano de 2005 foi o ano com mais área ardida, embora o número de ocorrências seja bastante aproximado do número do verificado em 2006, ano em que a área ardida é bastante inferior, apenas 2,91 hectares. CADERNO II Informação Base 38
39 Ao compararmos a área ardida e o número de ocorrências em 2006 com os valores médios do quinquénio por freguesia do concelho (Gráfico2), verificamos que é a freguesia do Pó a mais fustigada no período e 2001 a 2005, embora no ano de 2006 não se tenham registado quaisquer ocorrências nessa freguesia. As freguesias do Bombarral e da Roliça são as freguesias onde se verificam mais ocorrências no ano de 2006, e no período analisado ( ), as freguesias da Roliça e do Carvalhal. Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio Área Ardida (ha) 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 BOMBARRAL CARVALHAL PÓ ROLIÇA VALE COVO Área ardida ,38 1,27 0,00 0,25 0,01 Média da área ardida ( ) 0,80 2,24 27,39 5,92 1,38 N.º Ocorrências Média de ocorrências ( ) N.º de Ocorrências Gráfico 6 Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio , por freguesia. Em função da área florestal de cada freguesia, podemos verificar a percentagem de área ardida e de ocorrências em área florestal. Desta análise, considerando que as ocorrências têm início no espaço com a mesa classificação, isto é, dentro do espaço florestal, que dentro destas áreas há comportamentos por parte da população ou de visitantes que terão que mudar, por não considerarem a perigosidade dos espaços. No Gráfico 7 observa-se que em percentagem, a maior área ardida de floresta é nas freguesias do Carvalhal e Roliça e a maior percentagem de ocorrências nas freguesias da Roliça e do Bombarral. CADERNO II Informação Base 39
PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS ( ) CADERNOI INFORMAÇÃO DE BASE. Índice
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