RISCOS CLIMÁTICOS EM PORTUGAL. UMA LEITURA GEOGRÁFICA. LÚCIO CUNHA
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1 RISCOS CLIMÁTICOS EM PORTUGAL. UMA LEITURA GEOGRÁFICA LÚCIO CUNHA
2 ENQUADRAMENTO Riscos Climáticos diretos: - Secas - Ondas de calor e de frio - Tempestades - Geadas - Neve e formação de gelo
3 Incêndios florestais 15 Mai Fonte: EM-DAT: The OFDA/CRED International Disaster Database Université Catholique de Louvain - Brussels - Belgium ENQUADRAMENTO OS 10 EVENTOS NATURAIS MAIS MORTÍFEROS EM PORTUGAL EVENTO PERIGOSO DATA Nº MORTOS Onda de Calor Ago Inundação 26 Nov Inundação 20 Fev Onda de Calor Jul Inundação 29 Dez Tempestade 30 Out Inundação Jan Inundação 18 Nov Incêndios florestais 15 Jun
4 ENQUADRAMENTO OS 10 EVENTOS NATURAIS RESPONSÁVEIS POR MAIS PREJUÍZOS ECONÓMICOS EM PORTUGAL EVENTO PERIGOSO DATA PREJUÍZO (1000 US$) Incêndios florestais Jan Incêndios florestais 15 Mai Inundação 20 Fev Seca Set Tempestade 27 Fev Inundação 18 Nov Seca Abr Incêndios florestais 09 Set Inundação Jan Tempestade 30 Out Fonte: EM-DAT: The OFDA/CRED International Disaster Database Université Catholique de Louvain - Brussels - Belgium
5 OBJECTIVOS Chamar a atenção para a importância dos riscos climáticos diretos Determinar e cartografar a suscetibilidades a alguns riscos climáticos - À escala regional: Região Centro de Portugal Continental - À escala local: Municípios de Torres Novas e Alvaiázere CONCETUALIZAÇÃO DO RISCO (PERSP. OPERACIONAL) PROBABILIDADE Tempo SUSCEPTIBILIDADE Espaço POPULAÇÃO EXPOSTA VALOR DOS BENS VULNERABILIDADE SOCIAL PERIGOSIDADE (Aléa, Hazard) VULNERABILIDADE (Danos, Consequências)
6 CONCEITOS RISCOS CLIMÁTICOS SECA: Corresponde a um período de tempo seco anormal, suficientemente longo para causar impactes nas actividades económicas, devido à ausência ou escassez de precipitação, a qual causa um sério desequilíbrio hidrológico. ONDA DE CALOR: Corresponde a um período de tempo de pelo menos 6 dias em que a temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio das temperaturas máximas, no período de referência. ONDA DE FRIO: Corresponde a um período de tempo de pelo menos 6 dias em que a temperatura mínima diária é inferior em 5ºC ao valor médio das temperaturas mínimas, no período de referência. PRECIPITAÇÃO SOB A FORMA DE NEVE E FENÓMENOS EXTENSIVOS DE GELO: Consiste na ocorrência de precipitação sob a forma de neve, em volume significativo, de modo a permitir a sua acumulação e permanência na superfície terrestre. Por efeito de compactação poderá originar a formação de gelo. O gelo pode também formar-se localmente quando a temperatura mínima vem abaixo dos 0ºC
7 SECA Classes de susceptibilidade Expressão territorial km 2 % Muito elevada ,7 Elevada ,8 Moderada ,3 Baixa ,1 Suporte: -Normais climatológicas no período 1961/1990 e dados diários de 100 estações do INAG. - Cartografia dos episódios de seca (IM) de: Dezembro de 1980 a Fevereiro de 1981; Novembro de 1991 a Março de 1993; Março a Outubro de 1995; Outubro de 1998 a Fevereiro de 1999; Janeiro a Março de 2000; Novembro de 2004 a Setembro de 2005 Incidência: - Índices muito elevados no Alto Mondego e na Beira Serra -Índices baixos no Baixo Vouga
8 MORTALIDADE ASSOCIADA A ONDAS DE CALOR Fonte: Direcção Geral de Saúde Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
9 MORTALIDADE ASSOCIADA A ONDAS DE CALOR 2003: óbitos F: 1317 (67%) >75: 1742 (89%) >65: 1903 (97%) Distritos do Interior Centro e Sul (Portalegre; Évora; Branco;Guarda) Castelo
10 MORTALIDADE ASSOCIADA A ONDAS DE CALOR Fonte: Dados de PAIXÃO e NOGUEIRA (2003) e da Direcção Geral de Saúde Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
11 ONDAS DE CALOR REFERENCIAL HISTÓRICO DESDE 1981 A 2010 Fonte: Adaptação da cartografia publicada nos Boletins Climatológicos do Instituto de Meteorologia disponíveis [online] em www. meteo.pt
12 ONDAS DE FRIO REFERENCIAL HISTÓRICO DESDE 1981 A 2011
13 SUSCETIBILIDADE REGIONAL A ONDAS DE CALOR E ONDAS DE FRIO METODOLOGIA ONDAS DE CALOR Cartografia das principais ondas de calor registadas em Portugal Continental (à escala 1: ), desde 1981 a 2010, publicadas pelo Instituto de Meteorologia (IM). ONDAS DE FRIO Cartografia das principais ondas de frio identificadas através das temperaturas mínimas diárias das estações meteorológicas do IM e do SNIRG. RESULTADOS Nº de dias Muito Baixo Baixo Moderado Elevado Muito Elevado Nº de dias Muito Baixo Baixo Moderado Elevado Muito Elevado <
14 SUSCETIBILIDADE REGIONAL A ONDAS DE CALOR E ONDAS DE FRIO METODOLOGIA ONDAS DE CALOR Cartografia das principais ondas de calor registadas em Portugal Continental (à escala 1:100000), desde 1981 a 2010, publicadas pelo Instituto de Meteorologia (IM). ONDAS DE FRIO Cartografia das principais ondas de frio identificadas através das temperaturas mínimas diárias das estações meteorológicas do IM e do SNIRG. RESULTADOS Nº de dias Muito Baixo Baixo Moderado Elevado Muito Elevado < Baixo Moderado Elevado Nº de dias <
15 METODOLOGIA ESCALA LOCAL Dados de temperatura do ar e humidade relativa recolhidos durante percursos de observação itinerante de automóvel: Situação de calor acentuado: 29 de Julho de 2011, entre as 13h e as 15h Situação de frio acentuado: 11 Fevereiro de 2011, com inicio às 5 h Termohigrómetro com sensor externo (Tinytag TV-4505 data loger) Velocidade : < 40km/hora Características topográficas (posição topográfica, exposição e orientação dos vales), tipo de ocupação do solo.
16 SUSCETIBILIDADE LOCAL TORRES NOVAS ONDAS DE CALOR ONDAS DE FRIO Áreas críticas: Topo das colinas e planaltos (45%) Contrastes térmicos: 2 C a 4,5 C entre as colinas do Alvorão e a planície aluvial; 1 C a 2 C entre o topo e fundo dos vales Áreas críticas: Fundo de vales e áreas topograficamente deprimidas (16%) Contrastes térmicos: 2 C a 4 C entre o topo das colinas e o vale do Alvorão; 4 C entre o topo da Serra de Aire e as depressão da base; 10 C entre o topo da Serra de Aire e o vale do Alvorão.
17 VULNERABILIDADE A ONDAS DE CALOR E A ONDAS DE FRIO POPULAÇÃO EXPOSTA COM > 65 ANOS VULNERABILIDADE > 150 idosos /km² Aglomerados rurais Torres Novas Riachos Lapas VULNERABILIDADE SOCIAL INDICADORES: Demografia Literacia Emprego Edificado Alojamentos Famílias Vias de comunicação Classe Baixo Moderado Elevado Área (%)
18 RISCO ONDAS DE CALOR ONDAS DE FRIO Classe Baixo Moderado Elevado Área (%) Classe Baixo Moderado Elevado Área (%)
19 SUSCETIBILIDADE LOCAL MUNICÍPIO DE ALVAIÁZERE ONDAS DE CALOR ONDAS DE FRIO
20 SUSCETIBILIDADE A PRECIPITAÇÃO DE NEVE E FORMAÇÃO DE GELO METODOLOGIA PRECIPITAÇÃO SOB A FORMA DE NEVE Número de dias com neve Número de dias com temperatura inferior a 0 C Precipitação total Altimetria Distância à linha de costa EPISÓDIOS EXTENSIVOS DE GELO Suscetibilidade à precipitação sob a forma de neve Número de dias com temperatura inferior a 0 C Exposição de vertentes RESULTADOS Nº de dias Expressão territorial km2 % Muito elevada > ,50 Elevada ,80 Moderada ,38 Baixa < ,31 Nº de dias Expressão territorial km2 % Muito elevada > ,4 Elevada ,35 Moderada ,19 Baixa < ,04
21 VULNERABILIDADE A PRECIPITAÇÃO DE NEVE E FORMAÇÃO DE GELO
22 Baixa Moderado Elevado Baixa Moderado Elevado Percentagem (%) Baixa Moderado Elevado Baixa Moderado Elevado Percentagem (%) CONCLUSÕES A ocorrência de ondas de calor e de ondas de frio depende das condições sinópticas, nomeadamente do deslocamento e das características das massas de ar que influenciam as condições meteorológicas regionais. Por outro lado, à escala local, são os factores físicos e funcionais do território quem determinam a intensidade e duração com que estes fenómenos se manifestam, ao atenuarem ou intensificarem localmente as condições térmicas regionais ONDAS DE CALOR Dada a sua posição geográfica, o relevo suave e as fracas altitudes, o concelho de Torres Novas apresenta uma maior susceptibilidade a ondas de calor do que a ondas de frio; O risco de onda de frio é particularmente importante nas povoações situadas nos fundos de vale (Vale da Serra; Bezelga; Fungalvaz e Riachos); Susceptibilidade ONDAS DE FRIO Risco O risco de onda de calor é particularmente importante nas povoações situadas no topo das plataformas gresosas da parte central do município Susceptibilidade Risco
23 A Geografia, vista como capacitada a entender as intimidades entre a Sociedade e a Natureza, nestes momentos de grandes crises, poderia adquirir foros de aplicabilidade como uma Medicina da Terra. Carlos Augusto Monteiro Geografia sempre. O Homem e seus mundos, p. 120
24 RAMOS, A. (2003) Fenómenos extremos: onda de calor em Portugal em Bibliografia: BOTELHO, J., CATARINO, J., CARREIRA, M., CALADO, R. (2004) Onda de calor de Agosto de 2003: os seus efeitos sobre a mortalidade da população portuguesa. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Observatório Nacional de Saúde. DGS, Lisboa, pp CUNHA, Lúcio (2012) Riscos climáticos no Centro de Portugal. Uma leitura geográfica. Revista Geonorte, Edição Especial, Manaus, V.4, N.4, p
25 MUITO OBRIGADO! LÚCIO CUNHA
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