RELATÓRIO MAIO Apoio Meteorológico na Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

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1 RELATÓRIO MAIO 2010 Apoio Meteorológico na Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais CONTEÚDOS 03 Risco meteorológico de incêndio florestal 04 Caracterização Meteorológica e Climatológica 05 Análise dos resultados 10 Anexos Relatório Maio 2010 Produzido por Instituto de Meteorologia Também disponível em Índices e Classes de Risco de Incêndio Florestal Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 1/28

2 Índice 1. Risco Meteorológico de Incêndio Florestal Análise Mensal Caracterização Meteorológica e Climatológica Análise dos Resultados Avaliação do índice FWI e classes de risco de incêndio (RCM) observados em Maio de Avaliação das previsões dos índices de risco de incêndio e respectivas classes de risco ICRIF observado em Maio de Anexos 10 I - Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho..11 II - Avaliação das previsões dos índices de risco de incêndio e respectivas classes de risco14 III - Mapas diários de imagens de ICRIF em Maio de IV - Número de pixels com valor ICRIF >25 e valor ICRIF >35 para Maio de 2010, e área ardida (em ha)..27 V - Número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010, valor médio, valor médio mais um desvio padrão e percentil 95%, para o mês de Maio no período Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 2/28

3 IM à frente do nosso tempo 1. Risco Meteorológico de Incêndio Florestal Análise Mensal Em termos climatológicos o mês de Maio caracterizou-se por valores médios da temperatura do ar máxima e média superiores aos respectivos valores normais , em todo o território do Continente. Neste mês ocorreu uma onda de calor em muitos locais do litoral e parte do Alentejo. A média da quantidade de precipitação em Portugal Continental foi inferior ao valor médio As temperaturas elevadas que se verificaram no período de 17 a 24 de Maio tiveram repercussões ao nível do FWI, notando-se nesse período uma subida significativa do índice, associado a uma massa de ar quente gerada na circulação de leste que afectou o Continente. Os valores mais baixos do índice ocorreram entre 8 e 15 de Maio o que coincidiu com o período em que houve instabilidade no Continente. Comparando com os anos anteriores verifica-se que o valor médio de FWI foi superior ao valor observado respectivamente nos anos de 2007 e 2008, mas inferior ao ocorrido no ano passado no mês de Maio e ao valor médio no período de A evolução diária do risco de incêndio no mês de Maio acompanha a evolução das ocorrências, destacando -se os períodos de 2 a 6, 18 a 24 e 30 a 31, com um total do número de ocorrências superior a 20 a que corresponde os valores mais elevados do risco. Em relação ao risco de incêndio médio para o mês de Maio de 2010 este apresenta um valor intermédio comparativamente aos anos anteriores, no entanto os valores de área ardida e do número de ocorrências foram os mais baixos do período em análise. Relativamente à análise dos mapas diários do ICRIF, observa-se que em Maio deste ano os valores do risco de incêndio estiveram, em geral, abaixo do valor médio diário para Maio, estimado a partir do reprocessamento do período No entanto destaca-se o período de 19 a 24 de Maio. Os valores médios mensais, por Distrito neste mês foram inferiores aos respectivos valores médios para Maio (1998/2007) pelo que Maio pode ser considerado de fraco risco de incêndios florestais para Portugal Continental Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 3 28

4 IM à frente do nosso tempo 2. Caracterização Meteorológica e Climatológica O estado do tempo no continente foi influenciado alternadamente por núcleos anticiclónicos e por regiões depressionárias, por vezes associadas a sistemas frontais entre os dias 7 e 15. Registou-se uma alternância entre períodos de céu pouco nublado ou limpo e períodos de maior nebulosidade. Ocorreram aguaceiros entre os dias 7 e 15, em especial nas regiões norte e centro, e entre os dias 23 e 29. Em particular, os aguaceiros foram fortes e acompanhados de trovoada no dia 8 e entre os dias 23 e 25, período em que foram também de granizo. Ocorreu ainda queda de neve nos pontos mais altos da serra da Estrela entre 12 e 14. O vento foi fraco a moderado, soprando de todos os rumos ao longo do mês, temporariamente do quadrante leste de 19 a 23, tendo soprado com frequência forte nas terras altas e no litoral oeste. A temperatura do ar apresentou frequentes oscilações. Período 1 a 6 7 a a 22 Tabela 1- Resumo Sinóptico Mensal Regime Tempo Céu pouco nublado ou limpo e vento do quadrante norte Aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoadas Céu pouco nublado ou limpo e subida da temperatura Aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e 23 a 25 acompanhados de trovoada; descida acentuada da temperatura 26 a 29 Aguaceiros fracos e pouco frequentes 29 a 31 Céu pouco nublado ou limpo e subida acentuada da temperatura O mês de Maio, em Portugal Continental, foi caracterizado por valores baixos de precipitação e por um período quente entre 17 e 23 de Maio e no qual ocorreu uma onda de calor em muitos locais do litoral e parte do Alentejo (Figura 1). Neste período ocorreram valores muito elevados da temperatura máxima do ar, o que contribuiu para que no final do mês o número de dias com temperatura superior ou igual a 25ºC e a 30ºC tenha sido superior ao valor normal. Desta forma, no Continente, o valor médio da temperatura máxima do ar foi superior ao valor médio , com uma anomalia de +0.6ºC, enquanto os valores médios da temperatura média e mínima do ar este foram próximos da normal, com anomalias de +0.3ºC e -0.2ºC, respectivamente. Quanto ao valor da quantidade de precipitação ocorrida em Maio (36.3mm) foi inferior ao valor da normal (anomalia de -34.9mm), classificando-se como um mês seco a normal no Continente. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 4 28

5 IM à frente do nosso tempo 3. Análise dos Resultados 3.1 Avaliação do índice FWI 1 e classes de risco de incêndio (RCM 2 ) observados em Maio de 2010 Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho O risco de incêndio apresentou valores dentro da gama do elevado nos dias 3 e 4 nalguns concelhos do Norte e do Algarve, assim como nalguns concelhos do interior Centro (apenas no dia 4). No entanto foi no período de 18 a 24 de Maio que se observou um risco mais alto, na gama do elevado a muito elevado: nos dias 20 a 24 em quase todos os concelhos do Norte e Centro; e entre os dias 18 e 22 nos concelhos do Algarve (ANEXO I). Na região do Alentejo foi onde se verificou as classes de risco mais baixas. Concelhos que atingiram as classes mais altas durante o mês em análise Na Tabela 2 apresentam-se os concelhos com maior número de dias nas classes mais altas do índice FWI (classes 4 e 5, risco muito elevado e máximo) durante o mês de Maio e os concelhos que tiveram a média do risco (RCM) mais elevado no mês de Maio. Os concelhos que apresentaram mais número de dias nas classes 4 e 5 foram S. Brás de Alportel no Algarve e Gavião no alto Alentejo. Os concelhos que tiveram o índice médio mais elevado estão incluídos no sotavento Algarvio, dado que 10 desses concelhos apresentaram o nível 5. Tabela 2 - Concelhos com maior número de dias nas classes mais altas do índice FWI e os com a média do RCM mais elevado Número de dias com Concelho Concelho Risco Médio classe 4 ou 5 S. Brás de Alportel 10 S. Brás de Alportel 2.83 Gavião 7 Loulé 2.37 Abrantes 6 Tavira 2.31 Sardoal 6 Gavião 2.27 Chamusca 5 Abrantes 2.26 Loulé 5 Sardoal 2.24 Tavira 5 Ponte de Sôr 2.24 Vila de Rei 5 Chamusca 2.18 Alvaiázere 4 Monchique 2.17 Ansião 4 Silves FWI = Fire Weather Index índice meteorológico de risco de incêndio florestal, desenvolvido pelo Serviço Meteorológico Canadiano. Para mais informações consultar 2 RCM = Risco Conjuntural Meteorológico - classes de risco de incêndio, resultam da integração do índice FWI para Portugal Continental, com o risco conjuntural (risco estrutural actualizado anualmente com as áreas ardidas) da AFN Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 5 28

6 IM à frente do nosso tempo Evolução do Risco de Incêndio (RCM) Na Figura 1 apresenta-se a evolução diária do risco de incêndio e do número de ocorrências no mês de Maio de Verifica-se que as ocorrências acompanham a evolução do risco. Destacam-se neste mês os períodos de 2 a 6, 18 a 24 e 30 a 31, com um total do número de ocorrências superior a 20 a que corresponde os valores mais elevados do risco. Figura 1 - Evolução diária do risco de incêndio e do número de ocorrências no mês de Maio de 2010 Efectuou-se uma análise do comportamento da média do risco de incêndio, da área ardida e do número de ocorrências, para o mês de Maio, ao longo dos últimos 5 anos (Figura 2). Desta análise verifica-se que a área ardida e as ocorrências acompanham grosso modo as flutuações do risco de incêndio, com excepção do ano 2007 em relação à área ardida. O mês de Maio de 2010 apresentou um valor médio do risco de incêndio intermédio comparativamente aos anos anteriores, no entanto os valores de área ardida e do número de ocorrências foram os mais baixos do período em análise, o que poderá estar relacionado com facto de o Inverno 2009/10 ter sido bastante chuvoso e com valores de temperatura muito inferiores ao normal (conforme figuras do Relatório Inverno , Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 6 28

7 IM à frente do nosso tempo Figura 2 Risco de incêndio médio, área ardida e número de ocorrências, para o mês de Maio em Portugal Continental no período de Evolução diária do FWI e Comparação com o valor médio Na Figura 3-a apresenta-se a evolução diária do FWI no mês de Maio. Nos primeiros dias do mês os valores de FWI foram altos seguidos de um período com valores mais baixos em quase toda a segunda década do mês, coincidindo com o período em que houve instabilidade tal como no período de 24 a 29 de Maio. Entre dia 17 e 23 e nos últimos dias do mês sobe novamente, respondendo ao facto do Continente ter sido influenciado por uma circulação de leste, ou seja uma massa de ar mais quente e seca. Comparando com os anos anteriores (Figura 3 - b), verifica-se que o valor médio mensal do FWI foi superior ao valor observado respectivamente nos anos de 2007 e 2008, mas inferior ao ocorrido o ano passado no mês de Maio. Em relação ao valor médio para o mês de Maio entre 2003 e 2009 o FWI de 2010 foi inferior a este valor médio. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 7 28

8 IM à frente do nosso tempo a) b) Figura 3 a) Evolução média diária do FWI e número de ocorrências (em cima). b) FWI médio do mês de Maio entre 2005 e 2010 e valor médio do FWI entre (em baixo) 3.2 Avaliação das previsões dos índices de risco de incêndio e respectivas classes de risco No ANEXO II faz-se a comparação do Índice FWI observado, com as respectivas previsões a 24 e a 48 horas baseadas no modelo ALADIN. Verifica-se em geral que as previsões a 24h estão mais próximas dos valores observados do que as previsões a 48 h. Observa-se no entanto que a diferença entre as observações e as previsões a 24 horas é maior nos distritos do Sul; e que nalguns distritos nos dias 3, 4, 11 e 24 há diferenças maiores entre o observado e as previsões a 24 e 48 horas. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 8 28

9 IM à frente do nosso tempo 3.3 ICRIF 3 observado em Maio de 2010 Da análise dos mapas diários do ICRIF (ver Anexo III) e do número de pixels com valor de ICRIF superior a 25 por Distrito (ver Anexo IV) observa-se que em Maio deste ano os valores do risco de incêndio estiveram, em geral, abaixo do valor médio diário para Maio, estimado a partir do reprocessamento do período (ver Anexo V). No entanto, apresenta, uma excepção no período de 19 a 24 de Maio, em particular nos Distritos de Viana do Castelo, Porto e Faro, ultrapassando o percentil 95. Também se, observam alguns valores elevados em alguns Distritos nos dias 3 e 4 de Maio, embora de forma menos evidente. A área ardida no período de 3 e 4 de Maio foi mais gravosa do que o seria de esperar pelo índice. Os dois últimos dias de Maio apontam para um início de um período com valores mais elevados do índice de risco de incêndios florestais que poderá ter continuação em Junho. A Figura 4 apresenta os valores médios mensais, por Distrito, para Maio de 2010, em comparação com os respectivos valores médios para Maio calculados a partir do reprocessamento para o período de 1998/2007. Pode verificar-se que para todos os Distritos os valores de 2010 foram inferiores aos valores médios. Pode assim concluir-se que Maio de 2010 pode ser considerado de fraco risco de incêndios florestais para Portugal Continental. Figura 4 - Valor médio do número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010 por Distrito e o respectivo valor médio calculado para o período 1998/2007 e quadro com o valor máximo diário do ICRIF por Distrito 3 ICRIF = O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal baseado em 3 sub-índices: índice estrutural, associado ao tipo de coberto vegetal baseado no CORINE; índice ligado ao risco conjuntural calculado diariamente com base no FWI; Um sub-índice que representa um agravamento do risco ligado ao estado da vegetação, representada pelo valor do NDVI, calculado com base na melhor das imagens NOAA. Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 9 28

10 IM à frente do nosso tempo Anexos Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 10 28

11 IM à frente do nosso tempo Anexo I Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 11 28

12 IM à frente do nosso tempo Figura A1a - Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho no mês de Maio Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 12 28

13 IM à frente do nosso tempo Figura A1b - Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho no mês de Maio Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 13 28

14 IM à frente do nosso tempo Anexo II Comparação do Índice FWI distrital observado, com as respectivas previsões a 24 e a 48 horas baseadas no modelo ALADIN Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 14 28

15 Figura A2a - Comparação do Índice FWI distrital observado, com as respectivas previsões a 24 e a 48 horas baseadas no modelo ALADIN Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 15 28

16 Figura A2b - Comparação do Índice FWI distrital observado, com as respectivas previsões a 24 e a 48 horas baseadas no modelo ALADIN Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 16 28

17 Figura A2c - Comparação do Índice FWI distrital observado, com as respectivas previsões a 24 e a 48 horas baseadas no modelo ALADIN Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 17 28

18 Anexo III Mapas diários de imagens de ICRIF em Maio de 2010 Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 18 28

19 Figura A3a - Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho no mês de Maio Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 19 28

20 Figura A3b - Mapas das Classes de Risco de Incêndio observadas ao nível do Concelho no mês de Maio Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 20 28

21 Anexo IV Número de pixels com valor ICRIF >25 e valor ICRIF >35 para Maio de 2010, e área ardida (em ha) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 21 28

22 Figura A4a - Número de pixels com valor ICRIF >25 e valor ICRIF >35 para Maio de 2010, e área ardida (em ha) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 22 28

23 Figura A4b - Número de pixels com valor ICRIF >25 e valor ICRIF >35 para Maio de 2010, e área ardida (em ha) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 23 28

24 Figura A4c - Número de pixels com valor ICRIF >25 e valor ICRIF >35 para Maio de 2010, e área ardida (em ha) Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 24 28

25 Anexo V Número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010, valor médio, valor médio mais um desvio padrão e percentil 95%, para o mês de Maio no período Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 25 28

26 Figura A5a - Número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010, valor médio, valor médio mais um desvio padrão e percentil 95%, para o mês de Maio no período Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 26 28

27 Figura A5b - Número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010, valor médio, valor médio mais um desvio padrão e percentil 95%, para o mês de Maio no período Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 27 28

28 Figura A5c - Número de pixels com valor ICRIF >25 para Maio de 2010, valor médio, valor médio mais um desvio padrão e percentil 95%, para o mês de Maio no período Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 28 28