DIAGNÓSTICO SOCIAL REDE SOCIAL. Conselho Local de Acção Social do Cadaval. Maio Câmara Municipal Cadaval SEGURANÇA SOCIAL
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- Luiza Ferreira Schmidt
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1 REDE SOCIAL DIAGNÓSTICO SOCIAL Conselho Local de Acção Social do Cadaval Maio 2005 VILA DO CADAVAL Câmara Municipal Cadaval SEGURANÇA SOCIAL GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA
2 ÍNDICE pág. Introdução... 4 Metodologia... 5 Parte I Enquadramento Geo-demográfico do Concelho... 8 Parte II Eixos Temáticos Emprego/Formação Caracterização Económica Emprego Desemprego Matriz SWOT Priorização de Problemas Análise Transversal de Problemas Análise de Causas Educação Pré-Escolar º Ciclo º Ciclo º Ciclo Ensino Secundário Ensino Recorrente Abandono e Insucesso Escolar Matriz SWOT Priorização de Problemas Análise Transversal de Problemas Análise de Causas Saúde Matriz SWOT
3 pág. 2. Priorização de Problemas Análise Transversal de Problemas Análise de Causas Acção Social Câmara Municipal População Idosa Creche Actividades de Tempos Livres Segurança Social Famílias Acompanhadas (Acção Social Famílias Beneficiárias (RMG/RSI) Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Cadaval População Portadora de Deficiência Cruz Vermelha Portuguesa Núcleo do Cadaval Matriz SWOT Priorização de Problemas Análise Transversal de Problemas Análise de Causas Parte III Prioridades de Intervenção no Concelho do Cadaval 1. Eixo Emprego/Formação Eixo Educação Eixo Saúde Eixo Acção Social Bibliografia Anexos 1. Relatório do Workshop de Diagnóstico e Priorização de Problemas Relatório do Workshop de Análise Transversal de Problemas Apresentação dos Resultados do Inquérito Aplicado às Associações do Concelho
4 INTRODUÇÃO Segundo o Núcleo da Rede Social (in Plano de Desenvolvimento Social Programa Rede Social, 2002) o Diagnóstico Social é um instrumento dinâmico que permite uma compreensão da realidade social, inclui a identificação das necessidades e a detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como dos recursos e potencialidades locais, que constituem reais oportunidades de desenvolvimento. É um documento chave do Programa Rede Social que aponta para uma visão interpretativa da situação social a partir da sistematização e tratamento das informações quantitativas e documentais recolhidas, e onde são elencadas as prioridades de intervenção para o concelho, com os contributos de todos os agentes locais envolvidos. O conteúdo do Diagnóstico Social do concelho do Cadaval está estruturado em três partes distintas que passamos a apresentar: I Enquadramento Geo-demográfico do concelho. II Eixos Temáticos Emprego/Formação, Educação, Saúde e Acção Social onde é feita uma análise dos dados estatísticos existentes, por forma a caracterizar o concelho relativamente a cada área. Por outro lado, são apresentados os resultados dos trabalhos elaborados pelos diferentes grupos constituídos: a matriz Swot com a análise das fraquezas, forças, oportunidades e ameaças; a priorização dos problemas por cada eixo temático segundo a sua importância e os recursos existentes; a análise transversal de problemas avaliando o impacto destes nos diferentes Eixos; e, por último, a análise das causas subjacentes aos problemas identificados. III Prioridades de intervenção no Concelho do Cadaval por cada Eixo Temático. Salienta-se que a construção de um Diagnóstico Social é um processo dinâmico uma vez que a realidade está em constante mutação, e como tal obrigará a uma actualização constante. No entanto, este Diagnóstico pretende ser o mais aproximado possível da realidade e contribuir para um conhecimento mais aprofundado das dinâmicas sociais concelhias e dos fenómenos que as integram, por forma a garantir cada vez mais a adequabilidade das acções às necessidades locais. 4
5 METODOLOGIA A implementação do Programa Rede Social no Concelho do Cadaval e a respectiva produção do Diagnóstico Social assenta numa metodologia de investigação-acção, valorizando a participação, implicação e co-responsabilização dos actores sociais locais. Foi com base neste pressuposto que elaboramos o nosso documento, neste sentido, passamos a enumerar os passos que seguimos na preparação do mesmo. 1. Com base nos problemas já identificados no Pré-Diagnóstico, o Núcleo Executivo organizou as problemáticas em quatro Eixos Temáticos, sendo estes, Emprego/Formação, Educação, Saúde e Apoio Social (que mais tarde passa a ser designado por Acção Social). 2. A partir daqui o Núcleo Executivo convidou a constituir Grupos de Trabalho os Parceiros do CLAS e alguns elementos da comunidade que de alguma forma têm conhecimento da realidade social do concelho. 3. Constituíram-se assim quatro Grupos de Trabalho de acordo com os Eixos Temáticos pré-definidos no ponto um, que reuniram diversas vezes até construírem a matriz de SWOT, onde estão identificadas as fraquezas, forças, oportunidades e ameaças para cada um dos Eixos, é no entanto de salientar, que alguns dos problemas identificados no Pré-Diagnóstico caíram, dando lugar a outros. Convém referir que estes grupos foram sempre dinamizados por elementos do Núcleo Executivo. 4. O Núcleo Executivo reuniu com o CLAS e elementos que participaram nos Grupos de Trabalho para discussão e validação das Matrizes SWOT elaboradas pelos quatro Grupos de Trabalho. 5. Reunião com Grupos de Trabalho e CLAS para priorização de problemas por Eixo. Para a priorização dos problemas recorremos a dois factores que nos pareceram essenciais, a importância dos problemas e o nível de recursos existentes para os ajudar a resolver. 5
6 Tendo sido estipulado pelo grupo que os dois factores (importância/recursos existentes), deveriam ter o mesmo peso relativo para a tomada de decisão, e, assim sendo, a priorização foi efectuada sem que fosse necessário encontrar qualquer factor de ponderação. Para melhor esclarecimento consultar anexos Relatório do Workshop de Diagnóstico e Priorização de Problemas. 6. Reunião com Grupos de Trabalho e CLAS para efectuarmos uma Análise Transversal dos Problemas. Nesta reunião foi efectuado um trabalho de consensualização sobre o nível/intensidade que cada um dos problemas tem nas problemáticas que não aquela em que se encontra inscrito. Consultar anexos Relatório do Workshop de Análise Transversal de Problemas. 7. Reuniões individuais com os Grupos de trabalho para identificarmos as causas dos problemas, ou seja, o que é que está na origem do problema, quais são os factores que fazem com que determinado problema exista no nosso concelho. Mais uma vez cada Grupo de trabalho foi dinamizado por elementos do Núcleo Executivo. 8. Actualização dos dados já existentes no Pré-Diagnóstico e recolha de novos dados que nos pareceram pertinentes para a fundamentação das problemáticas identificadas. 9. Com base nos resultados obtidos pelos Grupos de Trabalho nas diversas etapas, o Núcleo Executivo procedeu a uma priorização final dos problemas em cada um dos Eixos Temáticos Emprego/Formação, Educação, Saúde e Acção Social. 6
7 PARTE I ENQUADRAMENTO GEO-DEMOGRÁFICO DO CONCELHO 7
8 ENQUADRAMENTO GEO-DEMOGRÁFICO Município da Estremadura, pertencente ao Distrito de Lisboa, à Associação de Municípios do Oeste e à Região de Turismo do Oeste. Situa-se próximo da capital Lisboa, abrangendo toda a vertente ocidental da Serra de Montejunto. É limitado a Norte pelo concelho de Caldas da Rainha, a Sul pelos concelhos de Torres Vedras e Alenquer, a Poente pelos concelhos de Bombarral e Lourinhã e a Nascente pelos concelhos de Rio Maior e Azambuja. É limitado a Norte pelo concelho de Caldas da Rainha, a Sul pelos concelhos de Torres Vedras e Alenquer, a Poente pelos concelhos de Bombarral e Lourinhã e a Nascente pelos concelhos de Rio Maior e Azambuja. 8
9 O Concelho tem uma superfície de 174 Km 2, e uma densidade populacional de 80,1Hab/Km 2 (Censos 2001), sendo constituído por dez Freguesias. A maioria das freguesias ocupa entre 7% e 20% da área total. A maior é Lamas, com uma área de 37,7 Km 2, o que representa cerca de 22% da área do Concelho. Seguem-se-lhe, respectivamente com 25,4 Km 2 e com 21 Km 2, as freguesias de Pêro Moniz e Cercal. Entre os 20 Km 2 e os 10 Km 2 de área, temos as freguesias de Alguber, com 18,5 Km 2, Vilar, com 16,9 Km 2, Peral, com 16 Km 2, Cadaval, com 13 Km 2, e Vermelha com 12 Km 2. Finalmente, abaixo dos 10 Km 2 contam-se apenas duas freguesias, Figueiros com 5,1 Km 2, e Painho com 8,4 Km 2, como podemos observar através do quadro apresentado. Freguesia População Área (Km 2 ) Densidade Populacional (Hab/Km 2 ) Alguber ,5 54,8 Cadaval ,2 Cercal ,5 Figueiros 765 5,1 149,6 Lamas ,7 83,7 Painho ,4 163,4 Peral ,4 Pêro Moniz ,4 25,4 Vermelha ,8 Vilar ,9 99,7 Total ,1 Fonte: INE, Retratos Territoriais, Infoline, 2001 A população residente no Concelho, de acordo com os Censos 2001 é de habitantes, verificando-se assim um aumento de 3,2% relativamente a Não nos podemos esquecer que o Concelho do Cadaval tem benefícios com a proximidade a Torres Vedras e a Lisboa resultante da construção da A8. O que leva a que presentemente, parte da população residente no concelho, trabalhe, quer nestes dois concelhos, quer noutros concelhos vizinhos. No que diz respeito à sua distribuição pelas Freguesias, podemos dizer que as mais populosas são: Lamas, Cadaval, Vilar, Vermelha, Painho e Alguber, sendo as menos populosas, isto é, abaixo dos mil habitantes, Peral, Figueiros, Pêro Moniz e Cercal. 9
10 Evolução da População Residente O quadro apresentado permite-nos visualizar a evolução da população residente nos últimos 40 anos. Como podemos constatar houve uma significativa diminuição da população da década de 60 para 70, essencialmente devido à corrente emigratória para a Europa e ex-colónias. Na década de 80 a população sofre um ligeiro aumento, primeiro devido à corrente migratória de retorno das antigas colónias, da diminuição da emigração e de uma taxa de natalidade bastante positiva. Em 90 volta a existir um decréscimo e em 2001 um ligeiro aumento. Este último deve-se essencialmente à forte imigração para Portugal de indivíduos provenientes dos países de Leste que se têm fixado um pouco por todo o país, assim como da transferência de população, nomeadamente do concelho de Lisboa. No entanto, podemos referir que em termos absolutos, o concelho do Cadaval perdeu habitantes entre 1960 e
11 Evolução da Estrutura Etária Grupos Etários Valor % Valor % Valor % 0 14 Anos ,7% % ,4% Anos ,5% ,1% ,1% 65 e Mais Anos ,8% ,9% ,5% Total % % % Fonte: Airo, Estudo Estratégico da Região Oeste, Abril 2002 Fazendo uma análise dos dados referentes à população residente nos últimos vinte anos, segundo os grupos etários e a sua evolução podemos constatar que, a estrutura etária da população apresenta uma tendência de envelhecimento ao longo dos anos, que se consubstancia no aumento do peso relativo da faixa etária com mais de 65 anos e numa redução do peso relativo da faixa etária mais jovem. Este é de facto um problema para o Concelho, sendo resultante da conjuntura de dois factores distintos, o aumento da esperança média de vida e a redução da fecundidade/natalidade visível através da diminuição do número de crianças. De destacar ainda, o facto do concelho do Cadaval ser o concelho com menor peso na faixa etária dos jovens (13,4%) e simultaneamente o maior peso na faixa etária mais idosa (23,5%). Relativamente a toda a Sub-região Oeste estes dados são de facto preocupantes, dado que possuímos uma Taxa de Natalidade inferior (8,1 ) e uma Taxa de Mortalidade (16,6 ) e Índice de Envelhecimento (177,4%) superiores, como podemos verificar através do quadro apresentado. Taxas de Natalidade/Mortalidade e Índice de Envelhecimento (2002) Cadaval Oeste Taxa de Natalidade 8,1 10,8 Taxa de Mortalidade 16,6 11,5 Índice de Envelhecimento 177,4 117,5 Fonte: 11
12 Para conseguirmos perceber melhor a evolução da população residente no Concelho e a sua variação entre , segundo Grupos Etários, apresentamos o seguinte quadro: Indicador Valor Unidade População Residente HM, em Indivíduos População Residente H, em Indivíduos População Residente HM, em 1991 menos de 14 anos Indivíduos População Residente HM em a 24 anos Indivíduos População Residente HM em a 64 anos Indivíduos População Residente HM em ou mais anos Indivíduos População Residente HM, em Indivíduos População Residente H, em Indivíduos População Residente HM, em 2001 menos de 14 anos Indivíduos População Residente HM, em a 24 anos Indivíduos População Residente HM, em a 64 anos Indivíduos População Residente HM, em ou mais anos Indivíduos Variação População Residente, entre 1991 e ,2 Percentagem Variação População Residente, entre 1991 e a 14 anos -18,3 Percentagem Variação População Residente, entre 1991 e a 24 anos -1,9 Percentagem Variação População Residente, entre 1991 e a 64 anos 4,5 Percentagem Variação População Residente, entre 1991 e ou mais anos 21,4 Percentagem Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, 2001 Como já foi referido verificamos que por um lado, há um aumento da população residente na ordem dos 3,2%, por outro há uma diminuição de 18,3% da população na faixa etária dos 0 aos 14 anos, e de 1,9% na faixa etária dos 15 aos 24 anos. Podendo-se constatar ainda, um crescimento da população na faixa etária dos 25 aos 64 anos na ordem dos 4,5% e outro, este mais acentuado, na faixa dos 65 ou mais anos na ordem dos 21,4%. Este tipo de comportamento demográfico, tal como referimos anteriormente, evidência uma forte tendência para o envelhecimento da população motivado não só pela diminuição da natalidade, mas também da mortalidade e do aumento da esperança média de vida. 12
13 Distribuição da População Residente, por Grupo Etário e Sexo e + Masculino Feminino Ao analisarmos a população residente no concelho segundo a variável sexo, verificamos que o segmento populacional feminino é maioritário (51,1%). Contudo, se fizermos uma análise por grupos etários verificamos que existe um maior número de indivíduos do sexo masculino nas idades mais jovens, enquanto que a partir dos 65 anos predomina o sexo feminino. 13
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