COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM NADADORES ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO DO SUL DE MINAS GERAIS
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- Matilde Amarante Fraga
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1 COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM NADADORES ADOLESCENTES DO SEXO MASCULINO DO SUL DE MINAS GERAIS COMPARISON OF CORPORAL COMPOSITION IN ADOLESCENT MALE SWIMMERS FROM SOUTHERN MINAS GERAIS Alessandro de Oliveira* Arthur Paiva Neto** Andréia Cristina de Oliveira*** Resumo Este trabalho estabelece o perfil da composição corporal dos nadadores do sexo masculino entre 12 e 16 anos de idade de cidades do sul de Minas Gerais. Foram avaliados 54 nadadores, divididos em dois grupos: infantis, com idade média de 13,3 anos, e juvenis, com idade média de 16,4 anos. Os dados foram coletados entre junho e setembro de 2005, sendo avaliadas as seguintes variáveis: peso, altura, peso da massa magra e da massa gorda, e percentual de gordura pela técnica de dobras cutâneas. Os parâmetros utilizados na determinação do perfil dos atletas foram: somatório de nove dobras, somatório das dobras de tronco e membros e índice de massa corporal. A análise foi descritiva e comparativa, sendo utilizados, de acordo com a normalidade dos dados, os testes de Mann- Whitney e test t Student-Newman-Kells para a comparação entre as médias com índice de significância de 5%. Após a análise, foi verificado na dobra biciptal um índice maior no grupo infantil. A média da soma das dobras dos membros, e da soma das dobras dos membros superiores e inferiores também apresentou maiores valores no grupo infantil. No grupo juvenil, somente o valor do IMC, do peso total e do peso da massa magra foi maior em relação ao grupo infantil. Os resultados evidenciam que os atletas dos dois grupos apresentam perfis antropométricos dentro da normalidade do crescimento e desenvolvimento e que a prática de exercícios físicos regulares parece estar contribuindo para o maior ganho de massa magra e a diminuição dos valores de massa gorda nesses atletas. Palavras-chave: Antropometria, Composição Corporal, Nadadores. Abstract This work establishes the body composition profile of male athlete swimmers from southern Minas Gerais aged between 12 and 16 years. Fifty-four swimmers, divided into two groups were evaluated: children, with an average age of 13,3 years and adolescents with an average age of 16,4 years. Data were collected between June and September, 2005, and the following variables were monitored: weight; height; free and fat mass; percentage of fat using the technique of skin folds. The following parameters were used in the determination of the athletes' profile: total sum of nine folds, sum of trunk and members folds, and body mass index (BMI). A descriptive and comparative analysis was carried out using either Mann-Whitney test or Student-Newman-Kells test t, depending on the normality of the data, for the comparison of averages with a 5% significance index. After analysis, a higher biciptal fold was found in the children's group as compared with the adolescent group. The average sum of members' folds, the average sum of superior and inferior members' folds also showed greater values in the children's group. Among the adolescents, only the BMI value, total weight and lean mass weight were higher as compared to the children's group. The results indicate that in both groups athletes present normal anthropometric profiles as regards growth and development and that regular physical exercises seem to contribute for their gain of free mass and reduction of fat mass. Key words: Anthropometry, Body Composition, Swimmers.
2 1 Introdução A prática da atividade física vem sendo considerada uma das melhores formas para a melhoria da qualidade de vida da população em geral. Diversos desportos, dentre eles a natação, têm contribuído para esse objetivo. A avaliação da composição corporal proporciona um referencial das alterações do peso corporal, sendo, assim, a forma ideal de monitorar a saúde, o condicionamento físico e os ganhos ou perdas da gordura corporal (Robergs e Roberts, 2002). Maglischo (1999) afirma que vem ocorrendo enorme interesse com relação à determinação da composição corporal dos nadadores desde o início da década de A crença tem sido a de que o aumento do tecido muscular dos homens ajudaria os desempenhos. Para Malina e Bouchard (2002), o estudo da composição corporal busca dividir e quantificar os principais componentes dos tecidos da massa corporal. Os métodos mais comuns para estimar a composição corporal in vivo (no indivíduo vivo) são indiretos. Vários grupos de pesquisadores têm utilizado dados indiretos para se estimar o cálculo para as referências de composição corporal de crianças e adolescentes. A utilização da medida da composição corporal é de extrema importância, porque, com a sua aplicação, conseguimos saber se o atleta está com sua estrutura (corpo) equilibrada, sendo importante indicador para o treinador se o atleta está em boas condições de desempenho; e quanto à aplicação dos testes de capacidades físicas, a medida da composição corporal tem importante papel na avaliação dos resultados, podendo-se, por exemplo, saber se um atleta teve um desempenho abaixo do seu potencial (Machado e Fernandes Filho, 2001). A quantidade de gordura corporal é determinada avaliando-se a massa gorda (MG), ou seja, tecido adiposo, e a massa livre de gordura (MLG), que consiste em todos os tecidos e substâncias residuais, incluindo água, músculos, ossos, tecidos conjuntivos e órgãos internos. Para classificar os níveis de gordura corporal, a gordura relativa (%GC) pode ser obtida dividindo-se a massa magra pelo peso total do peso corporal (PC): %GC = (MG/C) x 100 (Heyward e Stolarczyk, 2000). Uma medida de composição corporal adotada universalmente é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é a relação entre o peso corporal (em quilogramas) e a altura (em metros) ao quadrado: IMC = peso (kg) + altura (m2). No entanto, a não possibilidade de cálculo da massa muscular é um fator limitante desse índice (Powers e Howley, 2006). O estudo da composição corporal constitui-se em um valioso instrumento para avaliação e prescrição criteriosa de atividade física, visando à melhoria do desempenho físico, da estética corporal e da saúde. É útil também para monitorar o crescimento e o envelhecimento e na formulação de recomendações nutricionais (Monteiro e Farinatti, 2000). Tanto o excesso como a falta de gordura corporal podem causar riscos à saúde. Quando a gordura corporal de um indivíduo está muito baixa, as funções fisiológicas podem ser afetadas. Por outro lado, o
3 excesso de gordura acumulada no corpo pode levar o indivíduo a desenvolver doenças do coração, hipertensão, diabetes do tipo II e certos tipos de câncer. Para o esporte, altos níveis de gordura corporal significam desempenho ruim. Os atletas magros geralmente apresentam melhor performance (Heyward e Stolarczyk, 2000). A participação em competições atléticas organizadas é um fato comum na infância e na adolescência em todo o mundo. As competições entre escolas para meninas e meninos começam no ensino fundamental, em comunidades, e estão bem estabelecidas no ensino médio. Além disso, a freqüência com que os jovens participantes competem em eventos esportivos, nacionais e internacionais está aumentando. O treinamento é um fator importante no peso, na composição corporal, na força e na eficiência funcional dos músculos esqueléticos. O jovem que participa regularmente de programas de atividade física geralmente tem mais massa magra e menos gordura que aqueles que não são regularmente ativos (Malina e Bouchard, 2002). A porcentagem de gordura corporal para os meninos permanece bastante estável ao longo de toda a infância e até a fase adulta. A taxa aumenta em 3% ou 4% durante a infância, de 10% para aproximadamente 15%, cai em torno de 2% durante a puberdade e, em seguida, cresce em média 2% a 3% no início da fase adulta. O exercício afeta enormemente a quantidade de gordura que uma pessoa carrega (Maglischo, 1999). A compreensão do estudo da composição corporal nessa faixa etária passa pela necessidade da subdivisão do corpo em massa magra e massa gorda. No caso dos adolescentes, o grande crescimento corporal e os altos níveis hormonais vivenciados durante essa etapa da vida promovem um aumento da massa magra, sendo que a gordura corporal se mobiliza com velocidade inversamente proporcional aos ganhos em altura (Escoda e Pinheiro, 1995). O treinamento regular não tem algum efeito aparente sobre o crescimento em altura, sendo insuficiente para alterar esse processo programado genotipicamente. De maneira semelhante, a atividade regular não tem efeito negativo sobre o crescimento em altura. No entanto, ele afeta a composição e o peso corporal. Geralmente, o treinamento regular acarreta em menor massa gorda total, maior massa isenta de gordura e maior massa corporal total (Wilmore e Costill, 2001). A propósito da inatividade física durante o crescimento, Malina e Bouchard (2002) afirmam que geralmente são encontradas mais crianças obesas entre indivíduos sedentários, assim como aqueles que têm baixos níveis de condicionamento muscular e resistência cardiovascular. A inatividade física leva a implicações, a longo prazo, para a saúde, como: alta taxa de colesterol sérico, alto colesterol LDL, alta pressão sangüínea, obesidade e alta taxa de glicose no sangue (Dietz, 1993). Wilmore e Costill (2001) dizem que é importante avaliar detalhadamente o condicionamento físico e a gordura corporal, pois, quando os níveis de atividade diminuem abaixo de um determinado patamar e os níveis de gordura aumentam acima de certo índice, as crianças e os adolescentes apresentam maior risco de incapacidade física e de doenças crônicas. Um estilo ativo deve ser estimulado muito precocemente na vida! Um treinamento regular com exercícios para adolescentes está associado a mudanças favoráveis no perfil de lipídios e lipoproteínas no sangue, redução na gordura, melhor desempenho de resistência, pequena redução nas pressões sangüíneas e aumento na sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos, entre outras mudanças (Malina e Bouchard, 2002). O treinamento desde a tenra idade poderá desenvolver ossos e músculos mais resistentes às tensões específicas dos esportes aquáticos. Parece que a maioria dos nadadores de classe mundial começam seus
4 treinos, pelo menos, por volta dos dez anos de idade. Por essa razão, é possível que as chances de êxito sejam maiores se as crianças tiverem algum contato com o esporte antes de sua adolescência (Maglischo, 2000). Em síntese, este estudo, cujo problema de pesquisa é a caracterização da composição corporal dos nadadores adolescentes do sexo masculino da região do sul de Minas Gerais, constitui-se em um instrumento essencial para a avaliação e a prescrição de treinamentos visando à melhoria do desempenho físico. 2 Metodologia O projeto original deste estudo foi submetido à análise do Comitê de Ética da Universidade do Vale do Sapucaí e aprovado sob o número 401/05. O consentimento para participação foi obtido de cada indivíduo e respectivo responsável em declaração subscrita pelos mesmos. Foram avaliados 54 adolescentes na faixa etária de 12 a 16 anos de idade, do sexo masculino, nadadores participantes de torneios de natação no sul de Minas Gerais. Os voluntários foram subdivididos em dois grupos: grupo infanto-juvenil (INJ), com média de idade de 13,3 anos, e o grupo juvenil (JUV), com média de idade de 16,4 anos, com tempo de treinamento não inferior a seis meses. A coleta foi feita sempre antes do treinamento, e os atletas estavam trajando apenas sunga. Foi observada a técnica descrita por Petroski et al. (1999) para a padronização das medidas. Foram coletadas as medidas de peso corporal por meio de uma balança da marca Tanita com precisão de mensuração de 50g; estatura, por meio de um estadiômetro da marca Alturexata com precisão de mensuração de 1cm. Além disso, foi mensurado o percentual de gordura dos voluntários por meio do método de aferição das dobras cutâneas, com o auxílio de um plicômetro da marca Lange com precisão de um milímetro, sendo os pontos de referência anatômica (subescapular, triciptal, peitoral, biciptal, médio axilar, supra-ilíaca, abdominal, coxa medial e panturrilha medial) marcados com um lápis dermográfico da marca Sanny. Visando a obter a densidade corporal, foi utilizada a estratégia de Slaughter (1988) (equação para crianças e adolescentes do sexo masculino), descrita pelo seguinte modelo matemático: %G = 1,21 x (TR + SB) - 0,008 x (TR + SB)2-1,7, sendo que %G é a densidade corporal, TR é dobra triciptal e SB é dobra subescapular. Índice de massa corporal (IMC): foi obtido pela divisão do peso pelo quadrado da altura do vértex (estatura). Somatório de nove dobras (Σ9): obtido pela soma das dobras subescapular, triciptal, peitoral, médio axilar, biciptal, supra-ilíaca, abdominal, coxa medial e panturrilha medial. 3 Análise Estatística O delineamento estatístico foi descritivo e comparativo intergrupos. Os resultados antropométricos foram descritivos por meio de média e desvio-padrão. Para a análise comparativa, primeiramente os dados foram submetidos ao teste de normalidade (Shapiro-Wilk). Após esse teste, as variáveis consideradas normais [peso corporal (PC), índice de massa corpórea (IMC), percentual de gordura (%G), dobra cutânea biciptal (BIC), triciptal (TRI), peitoral (PT), supra-ilíaca (SI), abdominal (ABD), coxa (CX) e panturrilha (PAN); massa corporal magra (MM) e massa gorda (MG);
5 somatório das nove dobras (Σ9)] foram comparadas utilizando-se o teste t Student-Newman-Kells. As variáveis não-paramétricas [estatura, dobras cutâneas subescapular (SB) e médio axilar (MDAX)] foram comparadas pelo teste de Mann-Witney. Para a realização das análises, foram utilizados o pacote computacional SAS na averiguação da normalidade dos dados e utilização de testes paramétricos (SAS, 1995) e o pacote computacional SAEG para o cálculo dos testes não-paramétricos. Em todas as comparações, o índice de significância do estudo foi de 5%. 4 Análise dos Resultados O método de dobras cutâneas tem demonstrado ser vantajoso devido à facilidade de ser administrado ao seu custo relativamente baixo e por ser possível obter medidas de um número grande de indivíduos (D. Guedes e J. Guedes, 2006). Gráfico 1 - Média e desvio-padrão da mensuração do peso corporal total (kg), massa magra (kg) e massa gorda (kg) dos atletas dos grupos infanto-juvenil e juvenil. * Diferença significativa encontrada em relação ao grupo de atletas infanto-juvenis (p 0,05). Conforme pode ser observado no Gráfico 1, houve diferença significativa entre os parâmetros de peso corporal total e massa magra (p?0,05). No entanto, não foi encontrada neste estudo diferença entre os grupos quanto aos valores de massa gorda. Guedes e Guedes (1997) ressaltam que crianças e adolescentes submetidos a exercícios físicos regulares apresentam maiores proporções de massa magra e menor gordura. As flutuações estão diretamente relacionadas com o estímulo do esforço a que são submetidos. Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo relatado por Malina e Bouchard (2002), realizado na antiga Tchecoslováquia, em que as mudanças na massa magra e na gordura corporal, analisadas em meninos de diferentes níveis de treinamento ao longo de um período de sete anos, dos 11 aos 18 anos de idade, demonstraram que os grupos só diferiram ligeiramente quanto à composição corporal no começo do estudo, mas, ao término, os meninos mais ativos apresentavam diferença significativa, mais massa magra e
6 menos gordura. Schneider e Meyer (2005), ao avaliarem nadadores pré-púberes e púberes, encontraram maiores valores de massa magra e peso corporal nos nadadores púberes. Tais achados reforçam relatos da literatura mundial nos quais se afirma que, durante a fase da puberdade, a presença de maiores níveis hormonais, principalmente de androgênios, pode contribuir na maior síntese protéica e conseqüentemente proporcionar um ganho acentuado de massa magra (Escoda e Pinheiro, 1995; Gallahue e Ozmun, 2005). Gráfico 2: Média e desvio-padrão da mensuração de estatura (cm) dos atletas dos grupos infanto-juvenil e juvenil. No entanto, não houve diferença entre os grupos estudados quanto à estatura (Gráfico 2). A estatura aumenta numa velocidade progressivamente lenta após os dois anos de idade e até o início do estirão adolescente (Payne e Isaacs, 2007). Esses autores relatam que, um pouco antes da puberdade, a taxa de alteração da estatura aumenta acentuadamente, seguida por uma diminuição exponencial até a estatura total ser atingida numa idade média de aproximadamente 18 anos para os meninos. A taxa máxima de aumento de estatura ocorre aproximadamente aos 14 anos (Wilmore e Costill, 2001). No entanto, cabe salientar que nos últimos o início da puberdade vem sendo observado de forma cada vez mais antecipada dentro de uma tendência secular evidente de maior aceleração no crescimento da população em geral (Gallahue e Ozmum, 2005). Além disso, a velocidade de chegada ao pico de altura refere-se ao ritmo anual máximo de crescimento em altura no surto de crescimento adolescente. Por fim, o baixo número de voluntários, bem como a heterogeneidade da amostra demonstrada na não-normalidade dos dados obtidos, pode ter contribuído para os resultados pouco precisos (Arango, 2005). Deve-se destacar que a estatura é uma das características físicas determinantes na natação. Os atletas mais altos têm maiores possibilidades de melhores resultados nas competições. Carter (1984) afirma que nadadores, nos níveis mais altos de competição, têm aumentado a estatura nos últimos trinta anos. Os nadadores de elite são geralmente mais pesados e mais altos. Gráfico 3 - Média e desvio-padrão da mensuração de índice de massa corpórea (IMC; kg/m2) e percentual de gordura (%G) dos atletas dos grupos infanto-juvenil e juvenil. * Diferença significativa em comparação com o grupo juvenil (p<0,05).
7 Os valores de índice de massa corpórea para essa faixa etária correspondem a valores entre 16kg/m2 e 24kg/m2 (AAHPERD, 1998). O IMC, apesar de ser um indicador amplamente utilizado na comunidade científica e padronizado com uma forma de mensuração rápida e eficaz pela Organização Mundial de Saúde, possui algumas limitações, principalmente em casos de populações específicas (Glanner, 2005). No presente estudo, apesar de se encontrarem diferenças no IMC, o %G não demonstrou a mesma tendência (Gráfico 3). Tal parâmetro ratifica os achados nesse mesmo estudo da massa gorda (MG). Malina e Bouchard (2002), no entanto, relatam que a porcentagem de gordura alcança seu ponto mais baixo em torno dos 16 a 17 anos e, então, aumenta gradualmente até o início da idade adulta. O valor do IMC leva em consideração o peso corporal total. Dessa forma, pode demonstrar valores conflitantes sendo que, além da prática regular de exercícios físicos, durante a fase púbere, existe o aumento considerável da massa corporal magra e forma um aumento considerável no peso corporal total (Willmore e Costill, 2001). Gráfico 4: Média e desvio-padrão das dobras individuais (mm) dos atletas dos grupos infanto-juvenil (preto) e grupo juvenil (branco). * Diferença significativa em relação ao grupo juvenil p 0,05. O Gráfico 4 apresenta a média dos valores encontrados nas mensurações das dobras cutâneas e a somatória das nove dobras (Σ9) nos grupos avaliados. Somente a dobra biciptal apresentou uma diferença significativa entre os dois grupos (p?0,05). Os resultados das comparações entre as nove dobras não demonstraram diferenças entre os grupos, exceto em relação à medida da dobra biciptal do grupo infantojuvenil, que apresentou valor maior. Malina e Bouchard (2002) afirmam que, nos meninos, as espessuras de dobras cutâneas aumentam, aproximadamente, dos 7 ou 8 até os 13 anos de idade, e depois apresentam pequena diminuição a partir dos 15 anos, seguindo um padrão mais irregular. D. Guedes e J. Guedes (1997) acrescentam que, durante o pico de velocidade da estatura (PVE), o diâmetro da gordura do braço e da perna dos adolescentes diminui. A gordura subcutânea do braço inicia seu declínio um ano antes do PVE e coincide seu índice máximo de diminuição com o PVE. 5 Conclusão Os resultados indicam que os atletas dos dois grupos estão dentro de uma faixa normal de peso e que a prática de exercícios físicos regulares está contribuindo de forma efetiva para um melhor perfil antropométrico nesses atletas. Com relação à soma das dobras dos membros inferiores e superiores, o grupo infanto-juvenil apresentou maiores concentrações de gordura, sendo que esse achado ratifica a literatura encontrada e demonstra a influência da maturidade na diminuição da massa gorda e aumento da massa magra.
8 Referências AAHPERD (American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance). Physical best. Reston, VA: AAHPERD, ARANGO, H. G. Bioestatística teórica e computacional. 2. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, CARTER, J. Physical structure of olympic athletes. Medicine and Sports Science. Karger, Basel, ESCODA, M. S. Q.; PINHEIRO, D. C. Repercussões nutricionais sobre o crescimento e desenvolvimento do adolescente. Rio, II Manual de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria. v. 1, cap. 3. DIETZ, W. H. Do we fatten our children at the television set? Obesity and television viewing in children and adolescents. Pediatrics, v. 75, GALLAHUE, D. L.; OZMUN J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor. 3. ed. São Paulo: Phorte, GLANER, M. F. Body mass index as indicative of body fat compared to the skinfolds. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 4, p , GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor de crianças e adolescentes. São Paulo: CLR Balieiro, HEYWARD, V.; STOLARCZYK, S. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole, MACHADO, J. F. V.; FERNANDES FILHO, J. Caracterizações dos critérios de seleção utilizados para a formação de equipes esportivas: análise preliminar no contexto de esportes coletivos e individuais. v. 1, Disponível em: < Acesso em: 25 nov MAGLISCHO, E. W. Nadando ainda mais rápido. Barueri: Manole, MALINA, R. M., BOUCHARD, C. Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São Paulo: Roca, MONTEIRO, W. D.; FARINATTI, P. T. V. Fisiologia e avaliação funcional. Rio de Janeiro: Sprint, PAYNE, V. G.; ISAACS L. D. Desenvolvimento motor humano: uma abordagem vitalícia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, PETROSKI, E. L; LOHMAN, T. G; CABALLERO, B.; HIMES, J. H.; HUNSBERGER, S.; RAID, R. Antropometria: técnica e padronizações. Porto Alegre: Palotti,1999. POWERS, S. K; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5. ed. Barueri: Manole, ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para aptidão, desempenho e saúde. São Paulo: Phorte, SAS. SAS User's guide: statistics. 5. ed. Cary, NC: SAS Institute, SCHNEIDER, P.; MEYER, F. Avaliação antropométrica e da força muscular em nadadores pré-púberes e púberes. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 4, p , ago SLAUGHTER, M. H. et al. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Human Biology, v. 60, WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte do exercício. 2. ed. Barueri: Manole, Dados dos autores: *Alessandro de Oliveira Mestre em Treinamento Esportivo UFMG e Professor da Universidade Federal de São João del-rei/ufsj Endereço para contato: Universidade Federal de São João del-rei Campus Tancredo Neves BR 494 km 02 Colônia do Bengo São João del-rei, MG Brasil Endereço eletrônico: alessandro@ufsj.edu.br
9 **Arthur Paiva Neto Mestre em Educação Física Universidade Metodista de Piracicaba/UNIMEP e Professor do Centro Universitário da Fundação Educação Guaxupé/UNIFEG ***Andréia Cristina de Oliveira Graduada em Educação Física Universidade do Vale do Sapucaí/UNIVÁS Data de recebimento: 20 dez Data de aprovação: 15 jun. 2007
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