A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes
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- Oswaldo Damásio Veiga
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1 A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes Quelita Araújo Alves Freitas¹*(IC), Paulo Fabrício dos Santos Lima ²(IC), Emanuel Bruno da Silva Cruz³ (IC), Camila Pinheiro Pereira 4(PQ), Kamila Maria Oliveira Sales 5(PQ), Luana Maria Castelo Melo Silva 6 (PQ) 1. Faculdades Nordeste NUPEN 2. Faculdades Nordeste NUPEN 3. Faculdades Nordeste NUPEN 4. Faculdades Nordeste NUPEN 5. Faculdades Nordeste NUPEN 6. Faculdades Nordeste NUPEN qlitamqv@hotmail.com Palavras-chave: Adolescente. Estado Nutricional. Atividade Física Resumo: O estado nutricional pode ser influenciado por diversos fatores, e dentre eles temos a prática de exercícios físicos que podem trazer benefícios, principalmente, para o período da adolescência, pois segundo alguns estudos a prática de atividade física está associada ao crescimento e desenvolvimento adequado nesse período. Visando avaliar a influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes, os pesquisadores desenvolveram esse trabalho, que foi realizado com uma amostra de 51 adolescentes na faixa etária de 14 a 19 anos. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário contendo alguns dados pessoais como nome e idade, dados antropométricos para análise do estado nutricional como peso, altura e IMC e também uma pergunta, questionando o adolescente sobre a prática de atividade física. Os resultados obtidos mostraram que dos 51 adolescentes, 5% que praticavam atividade física apresentaram obesidade, 9% estavam com sobrepeso e 37% estavam eutróficos. Em contrapartida, aqueles que não praticavam nenhum tipo de atividade física apresentaram o estado nutricional da seguinte maneira: 7% sobrepeso, 1% obesidade e 37% eutrofia. Os resultados obtidos não foram os esperados pelos pesquisadores, uma vez que os mesmos demonstraram que a prática de atividade física não influenciou no estado nutricional dos adolescentes. Conclui-se com esse estudo que se faz necessário a realização de outros trabalhos e pesquisas com métodos mais completos e eficazes para a análise do estado nutricional, como também um questionário que avalie o estilo de vida do adolescente de forma mais detalhada.
2 Introdução O termo adolescência vem do verbo latino onde significa para crescer e essa fase se dá pela transição para maturidade onde são observadas alterações morfológicas (PREVEDELLO et al., 2015). Ela é compreendida entre os pontos etários que vai de 10 a 19 anos de idade, e marcada por várias alterações complexas que envolvem o crescimento e desenvolvimento biológico e social (ARAÚJO; GUEDES; ALMEIDA,2013). Essa faixa etária é caracterizada inicialmente por alterações corpóreas visíveis e psicológicas sendo as mais visíveis o rápido desenvolvimento na estatura (PEREIRA et al., 2015). E nessa fase onde se apresenta os melhores aspectos saudáveis do ser humano, podendo este fato ser mantido pelo próprio indivíduo através da sua percepção e valorização desses aspectos. O processo de transição nutricional na adolescência tem sido destacado como um ponto chave para promoção da saúde e, consequentemente, para a prevenção de doenças (PREVEDELLO et al., 2015). A obesidade já foi documentada como um problema epidêmico no mundo, observado através de estudos que mostram uma transição do estado de desnutrição outrora visto como problema de saúde pública, para o estado de sobrepeso e obesidade. Esta última, por sua vez está associada com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), e quando presente nesta faixa etária tem alto percentual de prevalecer na fase adulta, sendo as mesmas influenciadas pelo estilo de vida, fatores socioambientais e a genética. Estudos já relatam que futuramente haverá mais idosos e que estes por sua vez apresentarão distúrbios pregressos (ARAÚJO; GUEDES; ALMEIDA, 2013). Existem vários métodos de avaliação corporal, sendo os mais utilizados em estudos populacionais os métodos antropométricos por serem de baixo custo e fácil aplicação. Esses incluem alguns parâmetros específicos que podem determinar o estado nutricional, bem como a existência de risco para doenças crônicas não transmissíveis (PEREIRA et al., 2015). A inatividade física é considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública do século
3 XXI. Além de representar um componente importante para um estilo de vida saudável e para promoção da saúde, a atividade física atua na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (JUNIOR et al.,2012). A atividade física bem planejada é um fator relevante no crescimento e desenvolvimento adequado durante a adolescência, além de reduzir o risco de futuras morbidades. Possíveis desajustes entre o balanço alimentar e o consumo de energia causam impacto sobre a saúde geral do adolescente, levando à transtornos como obesidade, anorexia nervosa, bulimia, dentre outros (GUIMARAES et al.,2007). Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar a influência da prática de atividade física sobre o estado nutricional de adolescentes. Metodologia O presente trabalho consiste em um estudo transversal com abordagem quantitativa, que foi realizado com 51 adolescentes na faixa etária de 14 a 19 anos, e teve por objetivo avaliar a influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário contendo alguns dados pessoais como nome e idade, dados antropométricos para análise do estado nutricional como peso, altura e IMC e também uma pergunta, questionando ao adolescente sobre a prática de atividade física. Os resultados da pesquisa foram tabulados no software Microsoft Excel e avaliados pelos pesquisadores. Resultados e Discussão Dos 51 adolescentes que participaram da pesquisa, 5% que praticavam atividade física apresentaram obesidade, 9% que também praticavam atividade física estavam sobrepeso e 37% estavam com estado nutricional de eutrofia. Em contrapartida, aqueles que não praticavam nenhum tipo de atividade física apresentaram o estado nutricional da seguinte maneira: 1% obesidade, 7% sobrepeso e 37% eutrofia. A tabela 1 mostra de forma resumida os resultados da pesquisa.
4 Tabela 1 - Distribuição da população estudada segundo prática de atividade física e estado nutricional, Fortaleza, Ceará ESTADO NUTRICIONAL PRATICAM ATIVIDADE FÍSICA NÃO PRATICAM ATIVIDADE FÍSICA n % N % Eutrofia 19 37% 19 37% Sobrepeso 5 9% 4 7% Obesidade 3 5% 1 1% Os resultados obtidos não foram os esperados pelos pesquisadores, uma vez que os mesmos demonstraram que a prática de atividade física realizada por esses adolescentes não influenciou no seu estado nutricional, o que pode ser percebido no percentual de não praticantes de exercício físico (37%) que foram classificados com eutrofia, da mesma forma que a mesma quantidade de adolescentes praticantes de atividade física também apresentou eutrofia. Além disso, 5% dos adolescentes que realizavam a prática de atividade física estavam obesos. No entanto, somente 1% dos que não eram praticantes de exercícios físicos estava com obesidade. E em relação aos que foram classificados com sobrepeso, 9% eram desportistas enquanto que 7% não. Os resultados apresentados podem ser explicados devido à limitação dos métodos utilizados para a realização desse estudo, uma vez que na antropometria só foi verificado peso, altura e IMC que são consideradas ferramentas básicas e nem sempre podem refletir o verdadeiro estado nutricional do avaliado. Outra limitação foi o questionário que constava apenas uma pergunta sobre a prática ou não da atividade física dos adolescentes, o que torna o questionário incompleto, pois deveria ter sido analisado a frequência, o tipo de atividade física praticada e também há quanto tempo o avaliado é praticante. Além disso, seria interessante avaliar o real significado de pratica de exercícios
5 físicos pelos adolescentes, pois os mesmos podem confundir uma atividade física frequente de apenas uma atividade esporádica. Conclusão Conclui-se com esse estudo que os resultados demonstraram que a prática de atividade física não influenciou no estado nutricional dos adolescentes. Além disso, faz-se necessário a elaboração de métodos mais completos e eficazes para a análise do estado nutricional, como também um questionário que avalie o estilo de vida do adolescente de forma mais detalhada, como também seria muito relevante realizar a avaliação do consumo alimentar dos adolescentes estudados para relacionar com a prática de atividade física e o estado nutricional. Referências ARAÚJO. E.S.S. GUEDES. M.V.C. ALMEIDA. P.C. Sobrepeso e Obesidade em adolescentes de escolas públicas. Fortaleza, CE, Disponível em: <revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/download>. Acesso em: 10 de Agosto de PEREIRA. P.F. SERRANO. H.M.S. CARVALHO. G.Q. RIBEIRO. S.M.R. PELUZIO. M.C.G. FRANCESCHINI. S.C.C. PRIORE. S.E. Medidas de localização da gordura corporal: uma avaliação da colinearidade com massa corporal, adiposidade e estatura em adolescentes do sexo feminino. Revista Paulista de pediatria. Minas Gerais, Disponível em: < Rev Paul Pediatr. 2015;33(1): >. Acesso em: 9 de Agosto de ISSN PREVEDELLO. C.F. CORBELLINI. V.A. RECKZIEGEL. M.B. COUTINHO. R.X. DONADEL. N.J. POHL. H.H. Perfil antropométrico, cardiorrespiratório e bioquímico de adolescentes estudantes de um instituto federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, Disponível em: < Acesso em: 9 de Agosto de GUIMARÃES. M. COELHO. H.O. NOLLI. I.A. SOUZA. E.C.G. Atividade física e aspectos nutricionais relacionados à adolescência. São Paulo, Revista
6 Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. V.1, n. 2, p.45-54, Mar/Abril, ISSN JÚNIOR. J.C.F. LOPES. A. S. MOTA. J. HALLAL. P.C. Prática de atividade física e fatores associados em adolescentes no Nordeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, Disponível em: < Agradecimentos Agradecemos aos professores/orientadores que estiveram empenhados a orientar a execução desse trabalho, também aos escritores colaboradores que redigiram com dedicação e aos adolescentes que participaram da pesquisa. Não poderíamos deixar de agradecer ao nosso grupo de pesquisa NUPEN (Núcleo de Pesquisa em Nutrição) que sempre nos estimula à busca de novos conhecimentos e à prática de pesquisas científicas. Nosso agradecimento também vai à Instituição de ensino Fanor (Faculdades Nordeste) pelo apoio e incentivo.
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