Análise da Colaboração Científica sobre Empresas de Base Tecnológica. Analysis of Scientific Collaboration on Technology-Based Firms
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- Nelson Olivares Alencastre
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1 Análise da Colaboração Científica sobre Empresas de Base Tecnológica Analysis of Scientific Collaboration on Technology-Based Firms Meire Ramalho de Oliveira, mestranda, UFSCar, Roberto Ferrari Júnior, doutor, UFSCar, Resumo O artigo identifica as relações de cooperação científica entre pesquisadores da área de Empresas de Base Tecnológica, por meio de indicadores da Web of Science. A análise demonstrou que pesquisadores dos Estados Unidos mantêm relações de cooperação principalmente com pesquisadores do Reino Unido, Canadá e China. Os resultados demonstram também que os institutos de pesquisa mais atuantes no assunto desenvolvem poucas relações de parceria: a Chalmers University of Technology com University of Nottingham. O objetivo é identificar a colaboração científica internacional sobre o tema Empresas de Base Tecnológica. Isto porque as relações que se formam entre os cientistas podem ser importantes para a percepção de oportunidades, trocas de informação e aumento do número de publicações. Palavras-chave colaboração científica; empresa de base tecnológica; EBT Abstract This paper identifies the scientific-cooperation relations among researchers studying technologybased firms. Data has been obtained from Web of Science. Results show that researchers from the United States develop cooperative research with researchers from the United Kingdom, Canada, and the China. Results also show that the major research institutes on the subject keep just a few scientific cooperation: Chalmers University of Technology cooperate with University of Nottingham. The objective is identify the international scientific collaboration about technologybased companies issue. This is because the relationships that form between scientists can be important for the perception of opportunities, information exchange and increase the number of publications. Key-words - scientific collaboration; technology-based companies; TBF 1. Introdução A colaboração científica ocorre por meio de um esforço conjunto e coordenado por resultados e responsabilidades compartilhadas, visando maximizar o potencial entre os grupos. Assim a colaboração científica cria uma fonte de apoio para melhorar o desempenho (BALANCIERI et al., 2005, p.1). 1
2 As relações de intercâmbio também podem ocorrer entre cientistas em eventos internacionais, parcerias em laboratórios e cooperação em projetos de pesquisa, culminando com aumento de produtividade entre todos os participantes (LIMA, FARIA E VELHO, 2007, p. 52). Dessa forma, os cientistas compartilham equipamentos, informações e ideias que podem resultar em pesquisas publicadas conjuntamente. Assim a colaboração ocorre quando se compartilha recursos intelectuais, econômicos ou físicos. Esta prática pode ser favorável para todos os lados, já que resulta em pesquisas mais aprofundadas e com visões diferenciadas entre os envolvidos. Além disso, é justificada pela interdisciplinaridade da ciência, e não se limita a proximidade física devido aos recursos tecnológicos atuais. (VANZ e STUMPF, 2010, p. 48) O objetivo desta pesquisa é identificar a colaboração científica internacional na área de empresas de base tecnológica. Isto porque as relações que se formam entre os cientistas podem ser importantes para a percepção de oportunidades, trocas de informação e aumento do número de publicações. 2. Importância da Análise da Cooperação Científica Segundo Balancieri et al. (2005, p.1), as redes científicas resultam em ganhos sociais, quando se compara a atuação de cientistas em separado ou trabalhando isoladamente, já que se resulta em uma ampliação de repertório de abordagens e ferramentas provenientes das trocas de informação e conhecimento entre os grupos, compartilhando esforços em busca de um determinado resultado. O estudo das redes sociais surge como uma forma de compreender as relações de colaboração científica, valendo-se de indivíduos, grupos e instituições, tanto nacionais, como as internacionais. (OLIVEIRA, SANTAREM e SANTAREM, 2009, p.311) Dessa maneira, as pesquisas que ocorrem de forma cooperativa acabam se tornando instrumentos de desenvolvimento e difusão tecnológica, podendo ser considerada como um estágio avançado das relações entre os atores (universidade, centros de pesquisa, órgãos de governo e empresas). Esse tipo de parceria contribui tanto para países desenvolvidos, quanto para os pertencentes ao grupo dos em desenvolvimento. Entretanto sua importância para países em desenvolvimento é ainda maior, já que os investimentos em pesquisa por parte das empresas é 2
3 relativamente baixo e eles não dispõem de estrutura e amadurecimento tecnológico, tendo como solução o envolvimento com universidades e empresas. Assim a cooperação pode surgir entre universidades e empresas. E tem por intuito de redução de custos e tempo de pesquisa, acesso a laboratórios, recursos humanos qualificados e aumentar a competividade. (LONGO e OLIVEIRA, 2000, p.4) 3. Metodologia Para a coleta de dados utilizou-se a base ISI Web of Science, com a expressão de busca truncada, ou seja, utilizando o sinal (*), com a finalidade de recuperar documentos com os seguintes radicais: "TECHNOLOG* BASE* ENTERPRISE*" OR "TECHNOLOG* BASE* COMPAN*" OR "TECHNOLOG* BASE* FIRM*" OR "TBF*" OR "TECHNOLOG* FIRM*" OR "TECHNOLOG* ENTERPRISE*" OR "TECHNOLOG* COMPAN*" OR "TECHNOLOG* BASE* SMALL* FIRM*" A busca foi realizada através do campo Topic da Web of Science, onde se puderam recuperar documentos que continham a expressão de busca no título, abstract e palavras-chave. A etapa de análise de resultados foi realizada com o software Vantage Point, uma vez que esse software é uma ferramenta utilizada para a contagem de volumes de texto estruturados visando obter padrões de relacionamentos entre os dados. Em seguida as redes foram construídas com o auxílio dos softwares Ucinet e NetDraw (VANTAGE POINT, 2010). 4. Resultados e Discussões O levantamento realizado a partir da Web of Science forneceu indicadores de publicações e ligações, através de mapas de co-autoria, úteis para a compreensão das parcerias que envolvem os estudos sobre empresas de base tecnológica. A Figura 1 fornece o número de publicações por países, onde os Estados Unidos aparece como líder, seguidos do Reino Unido e China. O gráfico representa apenas os países principais, ou seja, com maiores números de publicação. 3
4 Figura1: Número de Publicações por Países 4.1. As Relações de Cooperação entre Países Por meio da Figura 2 é possível perceber que os estudos sobre empresas de base tecnológica se concentram nos Estados Unidos e possuem ligações com Reino Unido. Existem também relações com o Canadá e China. A ligação com o Canadá pode ser favorecida pela proximidade geográfica. 4
5 Figura 2: Mapa de Co-autoria entre Países sobre Empresas de Base Tecnológica A Tabela 1 demonstra a produção científica dos países, bem como as relações que se formam entre eles. É possível notar que os Estados Unidos se relacionam com os principais países em número de publicações. Enquanto que o Reino Unido e a China também desenvolveram relações de parcerias entre os principais países. A relação com o Canadá é a segunda de maior importância e pode ser facilitada pela proximidade geográfica, uma vez que Oliveira, Santarem e Santarem (2009, p.311) indicam a proximidade geográfica, política e cultural como fatores que influenciam as colaborações na comunidade internacional. Enquanto que Vanz e Stumpf (2010, p.48) descrevem a proximidade física como um fator que encoraja a colaboração. 5
6 Tabela 1: Publicações por Países (Co-Autoria) Estados Reino China Suécia Canadá Unidos Unido Estados Unidos Reino Unido China Suécia Canadá As Relações entre as Instituições de Pesquisa Em relação aos institutos de pesquisa, os que apresentavam maior número de publicações são Chalmers University of Technology, University of Nottingham e Politecnico di Milano. Chalmers University of Technology é a instituição de pesquisa com maior número de publicações, empatada com a University of Nottingham (16 publicações), mantendo as principais relações de parceria e University of Nottingham com a instituição Politecnico di Milano.. 6
7 Figura 3: Relações entre as Instituições de Pesquisa 7
8 Por meio da Tabela 2 é possível perceber, que as principais universidades, em número de publicações mantêm poucas parcerias entre si. Tabela 2: Publicações por Instituição de Pesquisa (Co-Autoria) Chalmers UnivTechnol Univ Nottingham Politecn Milan Helsinki UnivTech Univ Cambridge Chalmers Univ 16 4 Technol Univ Nottingham Politecn Milan 1 15 Helsinki UnivTech 12 Univ Cambridge Relações entre os Autores Os autores que apresentaram maior número de publicações na área de empresas de base tecnológica foram Colombo, MG (Politecnico de Milano), Lindelof, P (Chalmers University of Technology) e Lofsten, H (Chalmers University of Technology) As relações de parceria entre Lindelof e Lofsten é facilitada por pertencerem a mesma instituição de pesquisa e são as maiores apresentadas nesta análise. 8
9 Figura 4: Relações entre os Autores De acordo com a Figura 4 é possível perceber outra relação de parceria entre Grilli, L e Colombo, MG, que também ocorre porque os dois pesquisadores pertencem também a mesma instituição de pesquisa, o Politecnico de Milano. Tabela 2: Publicações por Autores (Co-Autoria) COLOMBO, MG LINDELOF, P LOFSTEN, H AUTIO, E WRIGHT, M COLOMBO, 12 1 MG LINDELOF, P LOFSTEN, H AUTIO, E 9 WRIGHT, M Conclusão As instituições de pesquisa que produzem conhecimento sobre empresas de base tecnológica possuem poucas parcerias, representadas principalmente pela Chalmers University of Technology com University of Nottingham e Politecnico di Milano. Os Estados Unidos detêm o maior número de estudos sobre o tema e demonstra relações de parceria científica com Reino Unido, Canadá, e Finlândia. Os autores com maiores taxas de publicação são Colombo, MG (Politecnico de Milano), Lindelof, P (Chalmers University of Technology) e Lofsten, H (Chalmers University of Technology). Entre os principais autores participantes deste levantamento, as maiores relações de parceria ocorrem entre Lindelof e Lofsten, por atuarem na mesma instituição e manterem relações de cooperação. Melhorar as relações de parceria científica pode resultar em fortalecimento da área, isto porque os recursos tanto físicos, humanos, como de capital financeiro podem ser compartilhados, enquanto novas pesquisas podem ser estimuladas. 9
10 6. Referências Bibliográficas BALANCIERI et al. A Análise de Redes de Colaboração Científica sob as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo na Plataforma Lattes. Ciência da Informação, Brasília, v.34, n.1, p , jan./abr LIMA, R. A.; VELHO, L. M. L. S.; FARIA, L. I. L. Indicadores bibliométricos de cooperação científica internacional em bioprospecção. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p , jan./abr. 2007b. LONGO, W. P.; OLIVEIRA, A. R. P. Pesquisa Cooperativa e Centros de Excelência. Parcerias Estratégicas nr.9 outubro/2000. SANTAREM, L. G. da S. ; OLIVEIRA, E. F. T. ; SANTAREM SEGUNDO, J. E.. Análise das redes de colaboração científica através do estudo das co-autorias, nos cursos de pósgraduação do Brasil no tema Tratamento Temático da Informação. In: Nuria Lloret. (Org.). Nuevas perspectivas para la difusión y organización del conocimiento. 1 ed. Valencia: Universidad Politécnica de Valência, 2009, v. 2, p VANZ, Samile ; Stumpf, Ida Regina Chittó. Colaboração científica: revisão teóricoconceitual. Perspectivas em Ciência da Informação (Impresso), v. 15, p ,
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