Distribuição das doenças e agravos segundo características relacionadas às pessoas, ao tempo e ao espaço (I): Séries temporais
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1 Distribuição das doenças e agravos segundo características relacionadas às pessoas, ao tempo e ao espaço (I): Séries temporais IESC/UFRJ Mestrado em Saúde Coletiva Especialização em Saúde Coletiva Modalidade Residência Professores: Antonio José Leal Costa e Pauline Lorena Kale 2009
2 Série Temporal (ST) um conjunto de observações ordenadas no tempo; desenho de estudo ecológico onde a unidade de análise é uma fração do tempo (hora, dia, semana, mês, ano etc); objetivos: descrição do comportamento, predição e controle; componentes: tendência; ciclos; sazonalidade e componente aleatório (irregularidades).
3 Tendência Variações da freqüência de uma doença que ocorrem gradualmente longos períodos no Distribuição transcurso de dos casos. de AIDS segundo o ano de diagnóstico, Brasil a Casos notificados Ano de diagnóstico Fonte: Brasil. Ministério da Saúde, 2006
4 Taxas anuais de mortalidade por tuberculose padronizadas por idade (p/ habitantes) - cidade de São Paulo quimioterapia (anos 50) HIV(anos 80) Antunes JLF & Waldman EA, 1999
5 Sazonalidade Variações regulares da freqüência de uma doença dentro do período de um ano, associadas às estações climáticas. Mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias: aumenta no inverno e diminui no verão (KUNST et al, 1993; SAEZ et al., 1995); Picadas de cobra e escorpião - maior incidência nos períodos chuvosos (os animais saem mais de seus refúgios à procura de locais secos) (PEREIRA, 1995); Diarréias infecciosas infantis guardam estreita relação com a etiologia e a forma predominante de transmissão: Protozoários e bactérias - transmissão fecal-oral (diarréia de verão) Vírus - predominante de transmissão respiratória (diarréia de inverno). (ROBINS-BOWNE, 1984) Dengue no verão epidemiologia da diarréia por rotavirus ~ à do sarampo
6 Sazonalidade /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
7 Ciclicidade Variações regulares da freqüência de uma doença em períodos maiores que um ano. Sarampo: ciclos bienais (antes das campanhas de vacinação) Incidência de Sarampo no Rio Grande do Sul a 1976 coef hab ano Fonte: Vigilância Epidemiológica - SES-RS apud: Rouquayrol (1994)
8 Ciclicidade /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
9 Irregularidades Alterações aleatórias ou inesperadas da freqüência da doença (não explicadas pelos demais componentes da série histórica) Variações na oferta e na cobertura dos serviços de saúde Mudanças nos procedimentos utilizados no diagnóstico Mudanças na definição de caso (vigilância epidemiológica) Alterações das regras para seleção da causa básica do óbito (estudos de mortalidade) Erros nas estimativas populacionais Variações na incidência das doenças (surtos, epidemias, pandemias) como resultado de fatores relacionados ao: agente hospedeiro ambiente
10 Monitoramento e Controle Detectar precocemente mudanças na freqüência das doenças Métodos (estatísticos) de análise de séries temporais Diagrama de controle (baseado na distribuição normal ou em percentis) - freqüentemente utilizado na vigilância epidemiológica
11 Diagrama de controle (distribuição normal) Doença meningocócica, município do Rio de Janeiro 1998 Série Histórica da Doença Meningocócica Casos de Doença Meningocócica por Mês e Ano no Município do Rio de Janeiro 1988 a 1998, índice endêmico e limites mínimo e máximo esperados para o ano de 1998 Índice Desvio Limite Mínimo Limite Máximo Casos Anos Meses endêmico padrão Esperado Esperado notificados (média) (IE 1,96 x dp) (IE + 1,96 x dp) em 1998 Jan ,6 9,7 11,6 49,6 19 Fev ,8 9,1 9,9 45,7 28 Mar ,0 8,3 13,8 46,2 25 Abr ,4 8,0 16,7 48,1 27 Mai ,9 9,8 12,7 51,1 36 Jun ,2 11,1 16,5 59,9 38 Jul ,9 12,7 20,0 69,8 35 Ago ,7 10,8 16,4 59,0 34 Set ,9 17,5 4,7 73,1 25 Out ,7 12,4 8,3 57,1 25 Nov ,3 14,1 5,7 60,9 22 Dez ,3 8,9 17,8 52,8 16 Total Fonte: Coordenação de Programas de Epidemiologia /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
12 Diagrama de controle (distribuição normal) Doença meningocócica, município do Rio de Janeiro ,0 70,0 60,0 Índice endêmico (média) Limite Mínimo Esperado (IE 1,96 x dp) Limite Máximo Esperado (IE + 1,96 x dp) Casos notificados em 1998 Número de casos 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez - Índice endêmico e limites mínimo e máximo esperados (baeados no período de 1988 a 1997); casos notificados em 1998 Meses /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
13 Diagrama de controle (percentis) Doença meningocócica, município do Rio de Janeiro 1998 Série Histórica da Doença Meningocócica Casos de Doença Meningocócica por Mês e Ano no Município do Rio de Janeiro 1988 a 1998, índice endêmico e limites mínimo e máximo esperados para o ano de 1998 Índice Limite Mínimo Limite Máximo Casos Anos Meses endêmico Esperado Esperado notificados (mediana) (percentil 10) (percentil 90) em 1998 Jan ,5 22,5 43,2 19 Fev ,0 18,8 35,6 28 Mar ,5 19,0 38,4 25 Abr ,0 22,6 41,3 27 Mai ,5 23,1 47,2 36 Jun ,0 24,9 53,1 38 Jul ,5 31,6 60,0 35 Ago ,0 27,2 54,1 34 Set ,5 18,2 56,9 25 Out ,5 18,0 41,5 25 Nov ,0 18,3 50,8 22 Dez ,5 24,4 47,1 16 Total Fonte: Coordenação de Programas de Epidemiologia /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
14 Diagrama de controle (percentis) Doença meningocócica, município do Rio de Janeiro ,0 60,0 Índice endêmico (mediana) Limite Mínimo Esperado (percentil 10) Limite Máximo Esperado (percentil 90) Casos notificados em ,0 Número de casos 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Meses /numeros_ dados_sinan_ doencas.htm
15 Modelo, simulado, da carta de controle de Shewhart para vigilância da malária, segundo a distribuição por percentis, com acompanhamento das metas do PNCM. Manaus, Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Percentil , , , , , , , , , , , ,3 Mediana 1.737, , ,0 992,5 740,0 833, , , , , , ,0 Casos Meta do PNCM BRAZ, Rui Moreira. Detecção precoce de epidemias de malária no Brasil: uma proposta de automação Dissertação de Mestrado (Mestrado Profissionalizante) - Escola Nacional de Saúde Pública.
16 Abrangência das epidemias Surto epidêmico - ex: infecção alimentar em uma creche devido a contaminação da caixa d água; Epidemia - ex: dengue no município do Rio de Janeiro em 2001/2002; Pandemia - ex: cólera, AIDS; Endemia - ex: casos de hanseníase no município do Rio de Janeiro
17 Aspectos diferenciais das epidemias -I Quanto à velocidade do processo na fase inicial: Epidemia explosiva (maciça) rápida progressão atingindo o pico de incidência em um curto período de tempo, declinando logo a seguir; população altamente suscetível. Ex: intoxicação alimentar Epidemia lenta a velocidade da etapa inicial é bem mais lenta; agentes com baixa resistência ao meio exterior, populações altamente resistentes ou imunes. Ex.AIDS
18 Aspectos diferenciais das epidemias - II Quanto ao mecanismo de transmissão Epidemia progressiva ou propagada transmissão pessoa-pessoa ou por vetores Ex: meningite meningocóccica, AIDS e sarampo (em populações altamente suscetíveis pode ser maciça) Epidemia por fonte comum inexistência de mecanismo de transmissão hospedeiro-hospedeiro; veículo comum Ex.infecção alimentar
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