Rio São Francisco e o Projeto de integração
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- Mariana Figueira Medina
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1 U F B A Instituto de Geociências UFBA Departamento de Geografia Laboratório rio de Estudos Ambientais e Gestão do Território rio Rio São Francisco e o Projeto de integração
2 A água é provavelmente o único recurso natural que afeta a todos os aspectos da civilizaçã ção o humana desde o desenvolvimento da indústria e da agricultura até os valores culturais e religiosos arraigados na sociedade. Koichiro Matsuura, Diretor Geral da UNESCO Fonte: ONU Ano Internacional da Água Doce, 2003
3 1,1 bilhão de pessoas sem acesso a água potável no mundo Os mais pobres são sempre os mais vulneráveis Seminário da GWP Buenos Aires Janeiro/2003
4 20% das espécies de peixes de água doce estão extintas ou ameaçadas barragens dificultaram a migração de algumas espécies rio acima, dentre elas: piau, matrinchão, curimatá, pacu, pira e as espécies marinhas, robalo e pilombeta. (CRA)
5 Participação de estados na bacia Área da Bacia: km 2 7 Estados PERNAMBUCO (10,6%) ALAGOAS (2,3%) SERGIPE (1,1%) BAHIA (47,2%) DF (0,2%) GOIÁS (0,4%) MINAS GERAIS (38,2%) Limite estadual Limite da bacia
6 Setores usuários Navegação Irrigação Geração de energia elétrica Abastecimento humano Diluição de efluentes Pesca e piscicultura
7 Qualidade da água para os diversos usos Mais exigente Proteção das comunidades aquáticas Abastecimento doméstico Dessedentação de animais Irrigação Menos exigente Navegação
8 Demanda por Setor - m 3 /s Alto Médio Sub-Médio Baixo Trecho da Bacia Irrigação Industrial Urbana Animal Área irrigada: ha (11% irrigação do Brasil)
9 tapa 1 evantamento das legislaçõ ções e propostas de nquadramento existentes Portaria IBAMA nº 715 de 20/9/89
10 BACIA e SUB-BACIAS DO RIO SÃO FRANCISCO 32 sub-bacias Rio Grande Riacho das Garçasl Riacho do Pontal Riacho Jardim Riacho Grande Riachão Pilão Arcado Rio Verde Riacho da Brígida Rio Jacaré Riacho Terra Rio Nova Pajeu Riacho da Vargem Rio Moxotó Rio Ipanema Riacho Macucuré Rio Curaça Riacho do Poço Rio Salitre Rio Urucuia Rio Corrente Rio Cariranha Rio Paramirim Rio São Onofre Rio das Ras Rio Verde Grande Vale do Rio São Francisco Rio Paracatu Rio Jequitai Rio Abaete Rio Indaia Rio das Velhas Rio Pará Rio Paraopeba
11 Algumas carcterísticas da bacia Trecho navegável Juazeiro/Petrolina Principais barragens Itaparica, Moxotó, Xingó, Paulo Afonso Bacia Leiteira, AL Principais hidrelétricas Barreiras Navegável em trechos que cobrem km Potencial de pesca de ha (espelho d água, rios e reservatórios) Montes Claros Potencial energético instalado: MW 17% do potencial instalado no país Três Marias
12 Juazeiro/Petrolina Itaparica, Moxotó, Xingó, Paulo Afonso Bacia Leiteira, AL ossibilidade de transposição Barreiras Conflitos entre irrigação e geração de energia Pólos de desenvolvimento Áreas de irrigação Potencial mineral Principais conflitos Montes Claros Conflitos entre usos consuntivos Nos rios Verde Grande e Mosquito Fruticultura Bovinocultura e piscicultura Área irrigada: ha (11% do país) Conflito entre usos consuntivos Qualidade inadequada das águas 60% da produção nacional de Pb, Cu, Au, Gipsita, Cd 95% da produção nacional de ardósia, diamante 75% da produção nacional de Zn, S, outros
13 Uso não consultivo: navegação Pirapora - Juazeiro/Petrolina: 1.313km Piranhas - Foz: 208km
14 Geração de sedimentos Mineração Erosão das margens
15 Assoreamento do leito do São Francisco
16 Objetivos do projeto de Integraçã ção o do rio São S o Francisco Geral Promoçã ção o do equilíbrio de oportunidades e o desenvolvimento sustentável da região o semi-árida para a populaçã ção o residente. Específicos Promover e assegurar o abastecimento humano; Assegurar safras agrícolas, atividades industriais e o turismo; Fixar a populaçã ção o rural na região; Promover o crescimento das atividades produtivas; Diminuir gastos públicos p blicos com medidas emergenciais durante as freqüentes entes secas; Garantir água para uma infra-estrutura de reserva e distribuiçã ção o jáj existente (açudes, rios e adutoras). Complementar soluçõ ções es e programas governamentais (Municipal, Estadual e Federal) de distribuiçã ção o de água; Aumentar a oferta de água para atender o semi-árido.
17 O projeto pretende: Implantaçã ção o de 720 Km de canais (revestidos de concreto) ao longo de 2 eixos denominados Norte e Leste, que captarão um volume máximo m de 127 m3/s de água do rio São S Francisco, no trecho entre as barragens de Sobradinho e Itaparica (Luiz Gonzaga), 510 Km de percurso em leito de rio. Geraçã ção o de energia: a captaçã ção o da água para o projeto prevê a reduçã ção o de 2,4% na geraçã ção o de energia da CHESF, perda a ser compensada com o Sistema Interligado e implantaçã ção o de usinas a gás s natural. Custo oficial estimado: Total: US$ 4,5 Bilhão
18 CARACTERISTICAS FISIOGRÁFICAS LANDSAT-EMBRAPA)
19 BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO entificação de Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável Repartição de Benefícios da Biodiversidade do Bioma Caatinga MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - PROBIO Universidade Federal de Pernambuco Conservation International Fundação Biodiversitas Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco - BRASIL BAIXO SÃO FRANCISCO 2 - ALTO SÃO FRANCISCO 3 MÉDIO SÃO FRANCISCO 4 SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO CHAPADA DO APODI -4-6 CHAPADA DO ARARARIPE BORBOREMA CHAPADA DIAMANTINA
20 LINHAS DA INTERVENÇÃO PROPOSTA Eixo Norte é composto por, aproximadamente, 02 km de canais artificiais, 4 estações de ombeamento,22 aquedutos, 6 túneis e 26 eservatórios de pequeno porte. Nesse Eixo, ainda stão previstas duas pequenas centrais idrelétricas junto aos reservatórios de Jati e talho, no Ceará, com, respectivamente,40 MW e 2 MW de capacidade. Eixo Leste é chamado também de Trecho V. Compõe-se de 5 estações de bombeamento, 5 aquedutos, 2 túneis e 9 reservatórios de pequeno porte.
21 ESQUEMA GERAL DA ENGENHARIA DA INTEGRAÇÃ ÇÃO
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23 OS PROBLEMAS E CONTRADIÇÕES Documentos avaliados
24 OS PROBLEMAS E CONTRADIÇÕES Para beneficiar a região mais seca do País, a captação de água do rio São Francisco será de cerca de 3,5% da sua vazão disponível. Em outras palavras, dos m³/s de água do rio São Francisco, 63,5 m³/s serão retirados. Desse volume, 42,4 m³/s serão destinados às bacias do Jaguaribe, Apodi, Piranhas-Açu e Paraíba, e 21,1 m³/s, ao Estado de Pernambuco, que compartilha a bacia do São Francisco. RIMA; p. 02.
25 UMA CONFUSÃO DE NÚMEROS Na realidade, deve-se fazer ressalva a: a) Disponibilidade Hídrica Total: m3/s; b) Vazão o de Restriçã ção a ser mantida na foz: m3/s Fazendo a subtração da vazão mínima a ser mantida na foz da disponibilidade total, tem-se um saldo de 580 m3/s. Com esta simples conta pode-se concluir que a "vazão disponível" citada no referido texto não seria os m3/s, e o comprometimento passaria de 3,5% para cerca de 11%, um aumento percentual de mais de 300%. Percebe-se uma tentativa de confundir "Disponibilidade Hídrica Total" com "Vazão Disponível".(CRA)
26 FALSA JUSTIFICATIVA DE MATAR A SEDE Admitindo o índice de m³/hab/ano como necessidade mínima de um ser humano, os cerca de 8 milhões de habitantes da região beneficiada pelo empreendimento, sem considerar João Pessoa, necessitariam de pelo menos 250 m3/s continuamente. Esta disponibilidade deveria ser obtida dos recursos locais, sabidamente insuficientes, e de outras fontes alternativas. EIA, p Se considerarmos este número para justificar a demanda, vemos uma incoerência: m3/hab.ano equivalem a aproximadamente 2,74 m3/hab.dia ( = 2,7397). Ou seja, uma demanda de l/hab. dia, número 30 vezes maior que a demanda real para o Nordeste brasileiro, que é da ordem de 100 l/hab.dia. (CRA)
27 Outras contradições Balanço hídrico das bacias receptoras
28 Mais contradições O Ceará apresenta uma capacidade de armazenamento de m 3, tendo em outubro de 2004 cerca de m 3 acumulados ou seja, 77,13% da sua capacidade. Só o Castanhão possui m 3 acumulados. 120l/dia= m 3 dia m 3 ano total = 50 anos Se avaliarmos que o atendimento seria para 8 milhões de habitantes, com uma demanda per capta de 120 l/hab.dia, Portanto, a água acumulada no estado do Ceará ou, apenas, no Castanhão, daria para abastecer toda população da região, durante 39 anos e 13 anos, respectivamente.
29 Alternativas para o Abastecimento da População Rural difusa Seminário da GWP Buenos Aires Janeiro/ DOMICÍLIOS RURAIS DO NORDESTE NÃO DISPÕEM DE ÁGUA DE BOA QUALIDADE Deslocamento e tempo gasto na obtenção de água FONTES DE ÁGUA 3 km média (mulheres e crianças) 1 HORA / DIA
30 Seminário da GWP Buenos Aires Janeiro/2003 Abastecimento da população Rural Difusa Alternativas tecnológicas 1. CISTERNAS RURAIS 2. SISTEMAS SIMPLIFICADOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA COMUNIDADES RURAIS 3. DESSALINIZAÇÃO DE ÁGUAS 4. BARRAGENS SUBTERRÂNEAS 5. MOBILIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL,CAPACITAÇÃO,PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO
31 POR FIM umerar as contradições hoje existentes não é tão simples: Argumentos de ordem técnica: RIMA - Apresentam-se contraditórios e confusos hidrologia (superficial e subterânea), clima, população (saúde, renda, oportunidades, comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, etc), e outros. - Custo ambiental X Custo econômico empreiteiras e estado X população) Argumentos legais (políticos) Argumentos políticos (eleitoreiros)
32 Dos 44 impactos listados,apenas 12 são positivos e 32 são negativos. Que conta é essa?
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