EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. Prof. Ms. Newton Cruz. Punibilidade

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1 1 EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Punibilidade Prof. Ms. Newton Cruz Punibilidade é a possibilidade jurídica de o Estado impor uma sanção ao responsável (autor, coautor ou partícipe) pela infração (MASSON, op, cit., p. 829). Causas de extinção da punibilidade As causas de extinção da punibilidade são hipóteses que fazem desaparecer do mundo jurídico o poder punitivo estatal. Segundo Greco (2007, p. 708), mesmo que, em tese, tenha ocorrido uma infração penal, por questões de política criminal, o Estado pode, em algumas situações por ele previstas expressamente, entender por bem em não fazer valer o seu ius puniendi. Essas causas encontram-se elencadas no art. 107 do Código Penal, a saber: Art Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº , de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº , de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. Análise das causas extintivas da punibilidade Morte do agente: Fundamento no art. 5º XLV da CF (princípio da personalidade da pena), a morte do agente afasta todos os efeitos penais e extrapenais. Mas se a morte do agente ocorrer após o trânsito em julgado da condenação, subsistem os efeitos secundários extrapenais, autorizando a execução da sentença penal no juízo cível contra os seus herdeiros (MASSON, op. cit., p. 833). Anistia A anistia atinge o fato (como se o agente nunca o tivesse praticado). Presta-se para crimes comuns ou políticos. A qualquer tempo, tanto para crimes de ação penal pública, quanto para crimes de ação penal privada. Depende de lei ordinária do Congresso Nacional (Lei penal retroativa), devidamente sancionada pelo executivo, através da qual o Estado, por razões políticas, esquece um fato criminoso, apagando todos os seus efeitos penais. Os efeitos extrapenais permanecem (execução da sentença no juízo cível). Não gera reincidência. Diferente da abolitio criminis, a anistia recai sobre o fato e não sobre a lei, assim, o crime continua existindo. Se revogada a lei que anistiou, não apaga a extinção da punibilidade. De acordo com a doutrina, a anistia pode ser: a. Própria: quando concedida antes da condenação; b. Imprópria: quando concedida depois da condenação;

2 2 c. Irrestrita: quando dirigida a sujeitos indeterminados; d. Restrita: quando excepciona determinados fatos ou sujeitos (primariedade); e. Incondicionada: quando não exige nenhuma condição do beneficiário; f. Condicionada: quando exige condição do beneficiário (reparar o dano); g. Comum: atinge crimes comuns; h. Especial: atinge crimes políticos. Graça A graça, também chamada de indulto individual (LEP), é extensiva a uma pessoa. Atinge apenas a sanção. Sua concessão é feita através de ato privativo do Presidente da República (decreto), passível de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado Geral da União. Impede o cumprimento da pena. Depende de provocação, a partir do trânsito em julgado da condenação. Gera reincidência. Indulto O indulto, por sua vez, é extensivo a uma generalidade de pessoas (indulto de natal). Atinge apenas a sanção. Também é ato privativo do executivo federal, concedido por decreto pelo Presidente da República ou por seu delegado, que impede o cumprimento da pena. Não depende de provocação, basta o trânsito em julgado da condenação para a acusação. Gera reincidência. Graça e Indulto podem ser: a. Plenos: extinguem totalmente a pena; b. Parciais: diminuem a pena ou substituem a pena por outra menos onerosa (comutação); c. Incondicionados: quando não exige nenhuma condição do beneficiário; d. Condicionados: quando exige condição do beneficiário (caso em que poderá ser recusado). Atenção! A anistia afasta todos os efeitos penais de uma sentença condenatória, enquanto a graça e o indulto afastam apenas os efeitos penais principais, subsistindo os efeitos penais secundários (reincidência). Abolitio criminis É a lei nova que não mais considera o fato como criminoso. Encontra previsão legal no art. 2º, caput do CP: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Prescrição

3 Prescrição é a perda do poder de punir do Estado pelo não exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória num determinado período de tempo. Encontra-se regulada no Código Penal nos arts. 109 a 119. Em face de sua complexidade, será tratada especificamente no próximo capítulo. Decadência Decadência é a perda do direito de agir em face do decurso do tempo previsto em lei, gerando assim a extinção do direito de punir. Incide nas ações penais privadas e na pública condicionada à representação. Encontra previsão no art. 103 do Código Penal: Art Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. O prazo decadencial, salvo disposição em contrário, é de 06 meses. Nos crimes processados mediante queixa ou representação, esse prazo é contado a partir do momento em que a vítima (ou seu representante) sabe do autor do crime. Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública, conta-se o prazo no dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia. Para tanto, excluise o dia do início, computando o dia do fim. Perempção A perempção é a perda do direito de prosseguir na ação penal privada, por inércia processual do querelante. As causas de perempção estão previstas no art. 60 do Código de Processo Penal: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. De acordo com Greco (2007, p. 716), para que seja decretada a perempção com base na inércia do querelante é preciso que este tenha sido intimado para o ato, deixando, contudo, de promover o regular andamento do processo pelo período de trinta dias. O inciso II prevê a perempção no caso de falecimento ou incapacidade do querelante, quando as pessoas determinadas por lei não o puderem fazer. No inciso III, o legislador destacou duas situações: a) se o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato processual; b) nas alegações finais, se deixar de formular pedido de condenação. Por fim, considera-se perempta a ação penal quando o querelante for pessoa jurídica e se extinguir sem deixar sucessor. Renúncia à queixa 3

4 Art O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 4 A renúncia ao direito de queixa, previsto no art. 104 do CP, decorre do princípio da oportunidade da ação penal de iniciativa privada. Trata-se de ato unilateral que não depende da concordância da outra parte. Após o advento da Lei 9.099/95, cabe renúncia em ação penal pública condicionada à representação, quando se tratar de infração penal de menor potencial ofensivo. A renúncia pode ser expressa ou tácita. O Código de Processo Penal regula a renúncia expressa, em seu art. 50: A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. A tácita, nos moldes do parágrafo único do art. 104 do CP, resulta da prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo. Em regra, aceitar indenização não acarreta renúncia tácita (104, parágrafo único). De acordo com a Lei 9.099/95, art. 74, parágrafo único, no entanto, acarreta (composição dos danos/acordo homologado). Outras considerações importantes: a) A renúncia é sempre um ato extraprocessual; b) Se a vítima renuncia quanto a um dos autores, tacitamente renuncia quanto aos demais (art. 49, CPP); c) Havendo mais de uma vítima, a renúncia de uma não prejudica o direito da(s) outra(s); d) Se a vítima é menor de 18 anos, a legitimidade para renunciar é do representante legal. Após os 18 anos, só a vítima pode exercer o direito de renúncia; e) O termo final para a renúncia é até o oferecimento da queixa ou representação. A exceção é a renúncia ao direito de representação previsto na Lei Maria da Penha, em seu art. 16, que permite a renúncia à representação perante o juiz, antes do recebimento da denúncia. Retratação Retratar-se é retirar o que foi dito, confessar que errou (ISHIDA, op. cit., p. 197). O art. 107, VI, estabelece que a retratação é cabível nos casos previstos em lei, são eles: art. 138 (calúnia), art. 139 (difamação) e art. 342, 2º (falso testemunho), todos do CP. O termo final para a retratação varia de acordo com os crimes: na calúnia e na difamação, até a data da sentença; no falso testemunho, até a sentença do processo em que a testemunha mentiu. Atenção! A retratação é unilateral e incomunicável. Perdão judicial É o instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um injusto penal por um sujeito comprovadamente culpado, deixa de aplicar a pena, em face de circunstâncias que tornam a ação desnecessária (ISHIDA, op. cit., p. 198).

5 O perdão judicial aplica-se exclusivamente às hipóteses expressamente previstas em lei. É o caso do art. 121, 5º do CP: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária ; bem como do art. 129, 8º: Aplica-se à lesão culposa o disposto no 5º do art O perdão judicial também é cabível nos crimes dolosos, a exemplo dos artigos 168 A, 3º; e 242, parágrafo único, ambos do Código Penal. O perdão judicial é unilateral, não precisa ser aceito. No perdão judicial, como acontece na revisão criminal, o ônus da prova é da defesa. Natureza da sentença concessiva do perdão judicial: 1ª Corrente sentença condenatória (interrompe a prescrição; título executivo judicial; não serve para arquivar inquérito policial). Código Penal (art. 120): A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 2ª Corrente sentença declaratória extintiva da punibilidade (não interrompe a prescrição; não serve como título). Súmula 18 do STJ: a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Perdão (aceito) do ofendido O perdão do ofendido, denominado pela doutrina de perdão aceito, é o ato pelo qual, iniciada a ação penal privada, ofendido ou seu representante legal desiste de seu prosseguimento (ISHIDA, op. cit., p. 196). Na forma do art. 105 do CP, o perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. Logo, só cabe perdão aceito nos crimes de ação privada. Outras considerações importantes: a) Ato bilateral: oferecido pelo ofendido e aceito pelo ofensor; b) Pode ser extra-processual (realizado em cartório) ou processual (no bojo dos autos); c) A recusa só pode ser expressa: o silencio é aceitação tácita. d) A aceitação pode ser expressa ou tácita; e) Havendo mais de um autor, se a vítima perdoar um dos autores, tacitamente perdoa os demais. Todavia, o processo só se extingue com a aceitação; f) É possível o perdão parcial (perdoa calúnia, mas não a difamação); g) Não é possível o perdão do ofendido em queixa subsidiária (ação penal indireta em que o MP retoma sua titularidade); h) O termo final do perdão é o trânsito em julgado da sentença condenatória. 5 PRESCRIÇÃO Na definição de Mirabete e Fabbrini (op. cit., p. 386) a prescrição é a perda do poder de punir do Estado pelo decurso do tempo. Assim, praticado um crime, o Estado passa a deter exclusivamente o direito de punir o criminoso (pretensão punitiva). Com a inércia do Estado durante o tempo estabelecido por lei, ocorre a prescrição da pretensão punitiva. Previsão legal: a prescrição encontra-se insculpida nos arts 109 a 119 do CP.

6 6 Prescrição da pretensão punitiva: ocorre antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Efeitos: impede todos os efeitos possíveis de uma condenação (efeitos penais principais e secundários, bem como os extrapenais). Prazos: os prazos prescricionais da pretensão punitiva estão dispostos no art. 109 do CP. Art A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Com base no artigo supracitado, calcula-se o prazo prescricional aplicando o máximo da pena abstrata à tabela do art Ex.: No crime de furto simples, a pena máxima é de 04 (quatro) anos. Dirigindo-se inciso IV do art. 109, essa pena prescreve em oito anos. Se qualificado o furto, a pena máxima de oito anos prescreve em 12 (doze) anos (cf. inciso III). Causas de diminuição do prazo prescricional Art São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. São duas as causas de diminuição do prazo pela metade: a menoridade relativa e senilidade. A primeira ocorre quando o crime é praticado por agente menor de 21 (vinte e um) anos na data do fato. A segunda, quando o criminoso é maior de 70 (setenta) no momento da sentença. Contagem do prazo A contagem do prazo prescricional segue a regra do art. 10 do CP, ou seja, o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. O termo inicial da contagem do prazo, por sua vez, (art. 111 do CP) Termo inicial da prescrição da pretensão punitiva Art A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. As regras sobre o início da contagem do prazo prescricional encontram-se dispostas nos incisos do art Da análise do referido artigo, concluímos: a) Nos crimes consumados: a data da consumação;

7 7 b) Nos crimes tentados: a data do último ato executório; c) Nos crimes permanentes (ex.: sequestro): a data da cessação da permanência; d) Nos crimes de bigamia, falsificação e alteração de registro civil: da data que o fato se tornou conhecido. Causas interruptivas Para Ishida (op. cit., p. 202), as causas interruptivas da prescrição, com previsão no art. 117 do CP, são aquelas que obstam o curso da prescrição, fazendo com que se reinicie do zero, desprezando o tempo já decorrido ( zeram a contagem, ou seja, inicia-se do zero a contagem da prescrição). Art O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. (Grifo nosso) Análise das causas interruptivas da pretensão punitiva a) Recebimento da inicial: inicial aqui pode ser denúncia ou queixa. Conta-se o prazo a partir da publicação do despacho que recebe a inicial. b) Pronúncia: é decisão interlocutória, fundada em prova da materialidade do fato e indícios suficientes de autoria, que remete ao Tribunal do Júri o julgamento de responsáveis por crimes dolosos contra a vida. O prazo é contado da data da publicação da decisão; c) Confirmação da pronúncia: ocorre quando, em crime de competência do Tribunal do Júri, a defesa do pronunciado recorre ao órgão superior e este nega provimento ao recurso. Nesse caso, o prazo é contado da data da sessão de julgamento; d) Sentença ou acórdão condenatórios recorríveis: no caso da sentença, a interrupção se dá no momento de sua publicação. Já em relação ao acórdão, se opera a partir da data da sessão de julgamento pelo Tribunal. Comunicabilidade das causas interruptivas da prescrição da pretensão punitiva 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. O art. 117, 1º, indica expressamente a comunicabilidade das causas de interrupção da prescrição da pretensão punitiva. As causas que interrompem a prescrição da pretensão executória, no entanto, são incomunicáveis. Termo inicial para contagem do prazo interrompido 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

8 8 Interrompida a prescrição, o prazo zera e começa a correr do dia da interrupção. A única exceção é a hipótese do inciso V do art. 117: pelo início ou continuação do cumprimento da pena. Causas impeditivas ou suspensivas As causas suspensivas da prescrição da pretensão punitiva são aquelas que, nas palavras de Ishida (op. cit., p. 204), paralisam a contagem. O Código Penal chama de causas impeditivas as hipóteses do art. 116 do CP: Art Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. São duas as causas impeditivas ou suspensivas previstas no referido artigo: a) O inciso I trata de questões prejudiciais (a solução importa em prejulgamento da causa). Exs.: No crime de bigamia (alegação de nulidade do primeiro casamento) e no crime de furto (alegação de furto quando a coisa pertencia ao réu), previsão nos arts. 92 e 93 do CPP, respectivamente. b) Prisão no estrangeiro por qualquer motivo, salvo se o fato é atípico no Brasil. Causas impeditivas e suspensivas previstas fora do Código Penal: a) Art. 366 do CPP: quando o réu, citado por edital, não é localizado; b) Art. 89, 6º da L /95: crimes cuja pena mínima não superam um ano; c) Art. 368 do CPP: acusado no estrangeiro citado por carta rogatória; d) Art. 53, 5º, da Constituição Federal: sustação dos processos criminais contra Deputado Federal ou Senador. Prescrição da pretensão punitiva superveniente, intercorrente ou subsequente Na precisa definição de Masson (op. cit., p. 878), prescrição superveniente (intercorrente ou subseqüente) é a modalidade de prescrição da pretensão punitiva (não há trânsito em julgado para ambas as partes) que se verifica entre a publicação da sentença condenatória recorrível e o trânsito em julgado para a defesa. Daí seu nome: superveniente, ou seja, posterior à sentença. Art A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regulase pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº , de 2010). 2o (Revogado pela Lei nº , de 2010).

9 9 Cálculo: calcula-se a prescrição superveniente com base na pena efetivamente aplicada, conforme disposto no 1º do art. 110 do CP. Termo inicial: começa fruir com a publicação do trânsito em julgado para a acusação ou do improvimento de seu recurso. Atenção! A prescrição superveniente ocorre entre a decisão de primeiro grau e a do tribunal. Assim, a demora em se intimar o réu da sentença ou a demora no julgamento do recurso de defesa permite a incidência da prescrição. Prescrição retroativa Greco (op. cit., p. 735) chama de retroativa a prescrição quando, baseada na pena aplicada com trânsito em julgado para a acusação, é feita a recontagem dos prazos prescricionais. A lei nº , de 2010 alterou o 1º e revogou o 2º, ambos do art. 110 do CP. A nova redação do 1º estabelece novo termo inicial para a recontagem dos prazos: a) antes: iniciava a partir da data do fato até o primeiro marco interruptiva da prescrição; em seguida, calculava-se novamente da data do recebimento da denúncia ou queixa, até a data da sentença condenatória recorrível. b) agora: a lei veda expressamente ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Portanto, a recontagem do prazo prescricional retroativo deve iniciar exclusivamente da data do recebimento da inicial, até a data da sentença condenatória recorrível. Prescrição das penas restritivas de direitos Em conformidade com parágrafo único do art. 109 do CP, aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Prescrição da pena de multa Art A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. O art. 114 do CP prevê dois prazos prescricionais para a pena de multa: a) para a pena de multa cominada ou aplicada isoladamente: 02 (dois) anos; b) para a pena de multa cominada ou aplicada cumulativamente: mesmo prazo da pena privativa de liberdade. Atenção! No ensinamento de Masson (op. cit., p. 896), em relação à prescrição da pretensão executória, as causas suspensivas e interruptivas são as previstas nas normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, isto é, na Lei 6.830/1980 (CP, art. 51). Prescrição da pretensão executória

10 10 A pretensão da prescrição executória é aquela que ocorre depois do trânsito em julgado da sentença. É a perda, em razão da omissão do Estado durante determinado prazo legalmente previsto, do direito e do dever de executar uma sanção penal definitivamente aplicada pelo Poder Judiciário (MASSON, op. cit., p. 884). Efeitos: Só impede os efeitos penais principais. Prazo: Pena concreta aplicada na sentença e tabela do art. 109 do CP, verificando as regras os arts. 115 e 119 do CP. Ex.: No crime de furto, a prescrição da pretensão punitiva, calculada com base na pena máxima abstrata, é de oito anos. No entanto, se na sentença, o juiz condenou o réu a dois anos de prisão, a pretensão executória do Estado prescreverá em quatro anos. Contagem do prazo: art. 10 do CP. Termo inicial (art. 112 do CP) Art No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Da leitura do art. 112 e incisos do CP, extraímos quatro momentos de início de contagem, são eles: a) Trânsito em julgado para o Ministério Público: com o trânsito em julgado para a acusação, a prescrição é calculada com base na pena fixada na sentença. Considerando que o recurso da defesa não pode agravar a pena (art. 617 do CPP), na pior das hipóteses, esta permanecerá no patamar estipulado pelo juiz de primeiro grau. Logo, ainda que não tenha havido o trânsito em julgado para a defesa, não existe mais justificativa para continuar calculando a prescrição pela pena máxima cominada. b) Revogação do sursis: com a revogação da suspensão condicional da pena o juiz decreta a prisão do condenado. A partir de então começa a contar o prazo para o Estado executar a pena imposta. c) Revogação do livramento condicional: diferente da revogação do sursis, a do livramento condicional poderá considerar ou não o tempo em que o condenado esteve solto. d) Interrupção da execução da pena: hipóteses de fuga do condenado ou superveniência de doença mental. Causas interruptivas As causas interruptivas da pretensão executória também estão previstas no art. 117 do CP, em seus incisos V e VI. a) Início ou continuação do cumprimento de pena: o início se dá com condenação, enquanto a continuação ocorre com a recaptura do evadido. b) Reincidência: só interrompe a prescrição a reincidência subsequente à condenação transitada em julgado. A reincidência antecedente, aumenta em 1/3 o prazo prescricional (art. 110, parte final). Causas impeditivas ou suspensivas

11 Dispõe o parágrafo único do art. 116 que: Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. Essa é a causa suspensiva prescrição da pretensão executória. Além dessa causa legal, a doutrina, em consonância do Supremo Tribunal Federal, elenca duas outra causas impeditivas: o cumprimento do sursis e do livramento condicional (MASSON, op. cit., p. 888). 11 Prescrição no concurso de crimes No caso de haver concurso de crimes, consoante o disposto no art. 119 do CP, a extinção da punibilidade incide sobre cada um, isoladamente. Ex.: A é condenado por dois crimes em concurso material. Somada a pena do primeiro, quatro anos, com a do segundo, seis anos, a pena de A totalizou 10 (dez) anos. Para o cálculo da prescrição despreza-se a pena total, considerando cada uma das penas isoladamente. Assim, o primeiro crime prescreve em oito anos e o segundo em doze. Situações de imprescritibilidade Atenção! Crime de racismo e ações de grupos armados civis ou militares contra ordem constitucional e estado democrático são imprescritíveis, como dizem os incisos XLII e XLIV do art. 5º, da CF: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITENCOURT, Cezar R. Tratado de Direito Penal. Parte geral 1. 13ª. ed. atua. São Paulo: Saraiva, GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. v. 1. 9ª. ed. Niterói, Rj: Impetus, Código Penal Comentado. 4ª ed. Niterói, Rj: Impetus, ISHIDA, Válter Kenji. Curso de Direito Penal. São Paulo: Atlas, JESUS, Damásio E. Código Penal Anotado. 17. ed. rev. e atua. São Paulo: Saraiva, MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal: parte geral. v. 1. 3ª. ed. rev. e atua. São Paulo: Método, MIRABETE, J. F. e FABBRINI, R. N. Manual de Direito Penal. Parte geral. v ª ed. rev. e atua. São Paulo: Atlas, 2009.

12 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: Parte Geral: Parte especial. 5ª. ed. rev. atual e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 2ª ed. rev. e atua. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

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