Extinção da Punibilidade

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Júlio César Fraga Lopes
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1 LEGALE

2 Extinção da Punibilidade

3 É a extinção da capacidade de punir pertencente ao Estado.

4 Como se sabe, a ação pode ser pública ou privada, mas quem pune o agente é o Estado, único detentor do jus puniendi.

5 Ocorre que às vezes o Estado perde o direito de punir, independente da existência ou não do crime. É o caso da EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

6 As causas de extinção da punibilidade estão previstas o art. 107 do Código Penal em rol meramente exemplificativo (existem outras causas de extinção da punibilidade na lei e na jurisprudência)

7 São causas do artigo 107 do CP:

8 I Morte do agente

9 Morte do agente - Se o agente morrer não poderá ser punido e nem os seus herdeiros, pois a pena é intransmissível, sendo o processo penal intranscendente

10 II Anistia, Graça ou Indulto

11 anistia A anistia é uma lei votada no Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. Promove o esquecimento oficial acerca de um fato.

12 anistia Entretanto, é bom lembrar que se o beneficiado cometer outro crime idêntico, não será beneficiado, pois a anistia se refere a fato determinado

13 anistia * A Lei /11 concede anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de Alagoas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, do Rio de Janeiro, de Rondônia, de Sergipe, da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina e do Tocantins e do Distrito Federal punidos por participar de movimentos reivindicatórios.

14 graça e indulto A graça e o indulto são de atribuição do Presidente da República, através de um decreto presidencial. Porém, essa atribuição poderá ser delegada ao Ministro da Justiça, ao Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União.

15 Graça A graça é individual Precisa ser requerida Indulto O indulto é coletivo Pode ser dado de ofício Pode ser parcial (caso em que não extingue a punibilidade)

16 Anistia, graça ou indulto Os crimes hediondos e os assemelhados são insuscetíveis de anistia, graça ou indulto

17 III Abolitio criminis

18 abolitio criminis É uma lei descriminalizante, ou seja, que deixa de considerar como crime, um crime que existia anteriormente (P. ex: lei /05 extinguiu os crimes de adultério e sedução)

19 IV - Prescrição, Decadência e Perempção

20 perempção é uma causa de extinção da punibilidade consistente em uma sanção processual ao querelante desidioso que não promove o regular andamento da ação exclusivamente privada

21 V Renúncia e Perdão

22 renúncia e perdão Tanto a renúncia quanto o perdão são demonstrações por parte da vítima no desinteresse em processar o ofensor

23 renúncia e perdão Dessa forma, a mesma demonstração pode ser tanto renúncia quanto perdão. A diferença é que a renúncia é ANTES DO RECEBIMENTO DA QUEIXA e o perdão É APÓS O RECEBIMENTO DA QUEIXA

24 renúncia e perdão Por ser antes do recebimento da queixa, a renúncia é um ato unilateral (não precisa ser aceita). Por ser após o recebimento da queixa, o perdão é um ato bilateral (para valer, precisa ser aceito pelo ofensor querelado)

25 renúncia e perdão ATENÇÃO Tanto a renúncia quanto o perdão podem ser expressos (por escrito) ou tácitos (com atos que demonstre o desinteresse em processar o ofensor). A renúncia ou o perdão a um dos ofensores se estende a todos os demais

26 VI Retratação

27 retratação Retratar-se é admitir que errou, desdizer, voltar atrás no que disse. Alguns crimes admitem retratação. São eles: falso testemunho, falsa perícia, calúnia e difamação.

28 VII Revogado VIII - Revogado

29 IX Perdão Judicial

30 perdão judicial Perdão judicial é o perdão dado pelo Juiz, que deixa de aplicar a pena

31 perdão judicial Na verdade, não se trata de ato discricionário do Juiz. Para que o mesmo deixe de aplicar a pena, é necessário:

32 perdão judicial Que a lei expressamente preveja a possibilidade de concessão do perdão; Que o Juiz verifique uma excepcionalidade no caso em concreto, que justifique a concessão do benefício.

33 perdão judicial São exemplos de infrações passíveis de perdão judicial: - homicídio culposo; - lesão corporal culposa; - receptação culposa; - parto suposto (adoção à brasileira)

34 perdão judicial - subtração de incapazes; - pindura (art. 176 do CP); - injúria com retorsão imediata; - apropriação indébita previdenciária; - alguns crimes ambientais; - contravenções penais.

35 perdão judicial O perdão judicial não gera reincidência (art. 120 do CP) e tem por natureza jurídica ser uma sentença declaratória de extinção da punibilidade.

36 Art. 107 do CP... IV - Prescrição, Decadência e Perempção

37 prescrição é uma causa de extinção da punibilidade consistente na perda do prazo por parte do Estado para punir o agente (impor uma sentença condenatória) ou executar a punição (fazer valer a sentença condenatória)

38 prescrição Como são dois os direitos pertencentes a o Estado nesse caso, são duas as espécies de prescrição: PPP (prescrição da pretensão punitiva); PPE (prescrição da pretensão executória)

39 prescrição Quando se dá o início da PPP?

40 prescrição com a consumação do crime;

41 prescrição Se for tentativa: no último ato de execução;

42 prescrição No caso de crime permanente: quando cessar a permanência;

43 prescrição Nos crimes relacionados a registros públicos: quando for descoberto o registro público

44 prescrição Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes: da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.

45 prescrição Quando se inicia a PPE?

46 prescrição com o trânsito em julgado da condenação para a acusação

47 prescrição Há causas que suspendem e que interrompem a prescrição

48 prescrição Suspendem Quando a causa suspender, o prazo prescricional ficará suspenso e quando voltar, volta a contar de onde parou Interrompem Quando a causa interromper, o prazo prescricional é interrompido e a contagem reinicia do começo

49 prescrição São causas de suspendem a PPP: - questão prejudicial; - enquanto o réu estiver preso no estrangeiro; - suspensão condicional do processo;

50 prescrição - imunidade parlamentar; - carta rogatória; - art. 366 do CPP (réu citado por edital que não comparece e não constitui defensor)

51 prescrição São causas que suspendem a PPE: - enquanto o réu estiver preso por outro motivo; - enquanto o réu gozar de sursis ou livramento condicional

52 prescrição São causas que interrompem a PPP: - recebimento da denúncia ou queixa; - pronúncia; - acórdão que confirma a pronúncia; - sentença condenatória recorrível; - acórdão condenatório.

53 prescrição São causas que interrompem a PPE: - o Início do cumprimento de pena; - a fuga; - a recaptura; - a revogação do sursis ou do livramento condicional; - a reincidência.

54 prescrição OBS: - se o condenado evadir-se a prescrição se conta pelo restante da pena

55 prescrição Tabela de prescrição

56 prescrição I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

57 prescrição IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em três anos, se o máximo da pena é inferior a um ano

58 prescrição Prescrição na pena de multa - Sozinha, em dois anos - cumulada com pena mais grave, no prazo da pena mais grave

59 prescrição Proibição da Prescrição Virtual Súmula 438 do STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal

60 prescrição ATENÇÃO São imprescritíveis os crimes de: - Racismo - Ação de grupos armados, civis ou militares contra a Ordem Constitucional e o Estado democrático

61 prescrição Se o réu for menor de 21 anos na data dos fatos e maior de 70 anos na data da sentença, a prescrição cai pela metade (art. 115 do CP)

62 prescrição A prescrição aumenta em um terço se o agente for reincidente

63 prescrição No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente

64 prescrição São três espécies de PPP: - propriamente dita - retroativa - intercorrente

65 prescrição Não conta-se a prescrição retroativa da data dos fatos ao recebimento da denúncia ou queixa

66 decadência é a perda do prazo por parte da vítima para ingressar com a queixa-crime (na ação penal privada) ou oferecer a representação (na ação pública condicionada à representação).

67 decadência Em regra, o prazo decadencial é de 6 (seis) meses e nos crimes contra a propriedade imaterial é de 30 (trinta) dias (art. 529 do CPP)

68 decadência OBS: Na ação privada subsidiária da pública a contagem é diferente

69 decadência OBS: Não há decadência pela falta de requisição

70 decadência OBS: Só há um crime de ação penal privada personalíssima: induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Vejamos:

71 decadência Art. 236 do CP Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento

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