UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPI RIBEIRÃO PRETO - SP FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DIREITO GERALDO DOMINGOS COSSALTER QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL
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- Stella Barreto Mangueira
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1 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CAMPI RIBEIRÃO PRETO - SP FACULDADE DE CIÊNCIAS DO DIREITO GERALDO DOMINGOS COSSALTER QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL Ribeirão Preto 2015
2 GERALDO DOMINGOS COSSALTER QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL Questionário apresentado ao Prof Daniel José De Angelis, titular da matéria Extinção de Punibilidade, do curso de Direito da UNIP-Universidade Paulista Campi Ribeirão Preto Faculdade de Ciências do Direito, objetivando a concessão de 02 (duas) horas de atividades complementares. Ribeirão Preto 2015
3 INTRODUÇÃO O objetivo maior deste questionário é promover a compreensão acerca da forma de cálculo prescricional dos casos aventados. Mais do que computar horas de atividades complementares, ou até mesmo outros benefícios, o maior deles, sem sombra de dúvidas, é o aprendizado que se poderá obter por intermédio da solução dos problemas ora apresentados. Ao solucionar os casos propostos, certamente haverá um esclarecimento quanto ao formato e forma de se calcular e aplicar a prescrição ou as penas que estão previstas em lei, o que será de fundamental importância para futuras provas, exames e principalmente para o exercício no campo do Direito Penal. Embora pareça algo muito pequeno, em razão das poucas questões formuladas, o mais importante é o da obtenção da compreensão do sistema de cálculo adotado pelo Código Penal. Ademais, não é tão simples o entendimento, já que é preciso um estudo meticuloso que exige atenção, principalmente quanto aos critérios que o Código Penal adotou. Vale ainda lembrar, que o valor deste questionário poderá ser auferido quando dos resultados positivos obtidos em provas e exames. Portanto, mais que um simples questionário, temos aqui uma oportunidade de aprendizado que deve ser aproveitada por intermédio de uma investigação minuciosa e, não apenas pela escolha de uma das assertivas.
4 QUESTIONÁRIO 01) [Vunesp TJMG - Juiz] João Teodoro foi condenado a 1 (um) ano de reclusão, pela prática de furto tentado, por fato ocorrido em Na fixação da pena, foi considerada a circunstância agravante da reincidência. A sentença transitou em julgado para as partes em Foi expedido mandado de prisão e o réu não foi encontrado. Quanto à prescrição da pretensão executória da pena, pode-se afirmar que ela ocorrerá em: a) 4 (quatro) anos; b) 3 (três) anos; c) 2 (dois) anos; d) 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses. Resposta: Neste caso, aplica-se o art. 109 do CP (pretensão condenatória, levando em conta a pena já aplicada) assim: 1 ano de reclusão = 04 anos de prescrição + 1/3 de acréscimo em razão da reincidência, ficando assim: 4 anos são 48 meses, somados mais 16 meses que são 1/3 de 48 meses, obtemos um total de 64 meses. 60 meses são cinco anos + os 4 meses que sobraram totalizam Cinco anos e quatro meses. Portanto, a resposta correta é a alternativa d. 02) [FCC TRE-SP - Analista] Rubens está sendo processado por crime de peculato, praticado no dia 03 de fevereiro de 2008, quando tinha 20 anos de idade. A denúncia foi recebida no dia 05 de junho de Por sentença judicial, publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de 2011, Rubens foi condenado a cumprir pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa. A pena privativa de liberdade aplicada pelo Magistrado foi substituída, na forma
5 do artigo 44, do Código Penal, por uma pena restritiva de direitos de prestação de serviços à comunidade, pelo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e por 10 (dez) dias-multa, no valor unitário mínimo. A sentença transitou em julgado no dia 1o de janeiro de Nesse caso, após o trânsito em julgado, a prescrição para as penalidades aplicadas ao réu verifica-se no prazo de: a) 02 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas. b) 08 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas c) 04 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas d) 04 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas. e) 08 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas RESPOSTA: Como o apenado tinha menos de 21 anos, logo, de acordo com o art. 115 do CP, haverá uma redução pela metade em razão da idade do réu (menos de 21 anos na época do crime). Assim ficando: 02 anos e 06 meses de reclusão, aplica-se a tabela do art 109 do CP que nos mostra 8 anos de prescrição, logo, serão 4 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas, que acompanham os prazos das penas privativas em razão da idade do réu, portanto são aplicados uma redução pela metade. Portanto, a resposta correta é a alternativa c 03) [FGV Exame de Ordem Unificado] No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa em transação comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida. O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença foi publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado em julgado para a acusação. A defesa de Eratóstenes, por sua vez,
6 que objetivava sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia tido seu definitivo julgamento, ou seja, não houve trânsito em julgado final. Levando-se em conta as datas descritas e sabendo-se que, de acordo com o art. 109, incisos III e V, do Código Penal, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, verifica-se em 12 (doze) anos se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito anos e em 4 (quatro) anos se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não exceda a dois, com base na situação apresentada, é correto afirmar que: a) não houve prescrição da pretensão punitiva nem prescrição da pretensão executória, pois desde a publicação da sentença não transcorreu lapso de tempo superior a doze anos. b) ocorreu prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois, após a data da publicação da sentença e a última data apresentada no enunciado, transcorreu lapso de tempo superior a 4 anos. c) ocorreu prescrição da pretensão punitiva superveniente, que pressupõe o trânsito em julgado para a acusação e leva em conta a pena concretamente imposta na sentença. d) não houve prescrição da pretensão punitiva, pois, como ainda não ocorreu o trânsito em julgado final, deve-se levar em conta a teoria da pior hipótese, de modo que a prescrição, se houvesse, somente ocorreria doze anos após a data do fato. RESPOSTA; Neste caso, o MP poderia ter interposto recurso pretendendo uma pena maior do que a aplicada. Assim, perdeu o prazo, já que não mais poderia questionar o trânsito em julgado da sentença. Diante da situação apresentada, a defesa interpôs diversos recursos, até a data de 15/05/2011, ou seja, quase cinco anos e meio depois da denúncia recebida e um pouco mais de quatro anos após a publicação da sentença. Assim, a resposta correta é a alternativa c, já que houve a prescrição da pretensão punitiva superveniente ou intercorrente, o que significa que o cálculo da prescrição deve ser pela
7 pena aplicada em concreto e não pela pretensão máxima expressa no art. 109 do CP. 04) [VUNESP TJSP - Juiz] Por furto qualificado acontecido em 10 de janeiro de 2004, A e B foram processados (denúncia recebida em 03 de fevereiro de 2005), sobrevindo, em 24 de maio de 2006, sentença que condenou o primeiro às penas de 02 (dois) anos de reclusão e 10 dias-multa, sem recurso das partes. Quanto a B, menor de 21 anos à data do crime, o processo foi desmembrado para a instauração de incidente de insanidade mental que, ao final, o considerou plenamente imputável. B, então, foi condenado, pelo mesmo delito, às penas de 02 (dois) anos de reclusão e 10 dias-multa, por sentença publicada em 21 de março de 2007, que se tornou definitiva para as partes em abril do mesmo ano. É correto afirmar, quanto a B, que: a) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva em face da pena aplicada e de sua menoridade relativa à data do delito. b) ocorreu a prescrição da pretensão executória em face da pena aplicada e de sua menoridade relativa à data do crime. c) não ocorreu a extinção da punibilidade, em qualquer dessas modalidades, em razão da interrupção do curso da prescrição pela instauração de incidente de insanidade mental. d) não ocorreu a extinção da punibilidade em qualquer dessas modalidades, em razão da interrupção do curso da prescrição pela sentença condenatória proferida contra A. RESPOSTA Ao ser desmembrado o processo para instauração de incidente de sanidade mental, a prescrição é interrompida. Como houve a condenação de A logo após o desmembramento do processo como já citado anteriormente, logo, ao
8 se constatado que B não era inimputável e, em seguida, teve a pena aplicada em definitivo em 21 de março de 2007, então calculamos a prescrição: 02 anos de pena aplicada, de acordo com o art109 do CP, são 04 anos de pretensão condenatória. Logo, b tendo menos de 21 anos, teve reduzida pela metade a prescrição. Como houve a interrupção da prescrição entre a denúncia e a sentença final que não cabia recurso, portanto, transitou em julgado, logo estava dentro do prazo prescricional, prazo este que terminaria em 2008 apenas. A resposta correta é a alternativa d. 05) [VUNESP OAB-SP] João, em 20 de maio de 2000, culposamente atirou em sua mulher que veio a falecer em 23 de maio de Em 23 de maio de 2004, o juiz recebeu a denúncia contra João. A sentença transitada em julgado condenou João à pena privativa de liberdade de 2 anos de detenção. Levando-se em conta que a pena privativa de liberdade de 2 anos prescreve em 4 anos e que o termo inicial do prazo prescricional se inicia no dia em que o crime se consumou, assinale a alternativa correta. a) O fato se deu em 20 de maio de Entre o fato e o recebimento da denúncia (23 de maio de 2004), passaram- se mais de quatro anos. Assim, temos a prescrição a pretensão punitiva in abstracto. b) O fato se deu em 20 de maio de Entre o fato e o recebimento da denúncia (23 de maio de 2004), passaram- se mais de quatro anos. Assim, temos a prescrição da pretensão punitiva retroativa. c) O fato se deu em 23 de maio de Entre o fato e o recebimento da denúncia (23 de maio de 2004), passaram- se mais de quatro anos. Assim, temos a prescrição da pretensão punitiva in abstracto. d) O fato se deu em 23 de maio de Entre o fato e o recebimento da denúncia (23 de maio de 2004), passaram- se mais de quatro anos. Assim, temos a prescrição da pretensão punitiva retroativa. REPOSTA:
9 O fato consumou-se em 23 de maio de Pelo art 121, a pena seria de 06 a 20 anos em regime fechado, o que dariam 20 anos de prescrição, porém com o trânsito em julgado em 23 de maio de 2004, portanto pouco mais de 04 anos após a consumação do crime e, com a sentença condenatória que determinou 02 anos de reclusão em regime fechado, portanto, 04 anos de prescrição, o réu poderá ser solto, já que houve prescrição da punição punitiva retroativa, que é o fenômeno que ocorreu neste caso, onde a pena aplicada foi muito menor do que a pretendida. Predomina o entendimento doutrinário que ainda temos a prescrição retroativa na persecução penal judicial (após recebimento da denúncia ou queixa), porque o 1º do artigo 110 afirma: A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. Portanto, a contagem deve ser realizada de forma retroativa da publicação da sentença condenatória recorrível até a data do recebimento da denúncia ou queixa. A resposta correta é a alternativa d. 06) [FCC DPE-SP - Defensor Público] À Rosilda, reincidente e presa em flagrante, pela prática de três crimes em concurso material foram impostas as seguintes penas: três anos; dois anos; seis meses. Essas penas, somadas, em razão do concurso material, totalizaram cinco anos e seis meses de reclusão. Ela tinha vinte anos na data dos fatos e vinte e quatro anos na data da sentença condenatória. O recebimento da denúncia se deu no dia e, a sentença condenatória proferida e publicada no dia , transitou em julgado para as partes sem recurso. Nos termos do art. 109 do Código Penal, os lapsos prescricionais correm em: III. 12 (doze) anos, se o máximo da pena é superior a 4 (quatro) anos e não excede a 8 (oito); IV. 8 (oito) anos, se o máximo da pena é superior a 2 (dois) anos e não excede a 4 (quatro); V. 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois); VI. 2 (dois) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Pode-se afirmar:
10 a) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, pois a reincidência é causa interruptiva e a prisão é causa suspensiva do curso do lapso prescricional. b) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva de todas as penas, entre a data do recebimento da denúncia e a data da sentença, porque a sentenciada era menor de 21 anos à época dos fatos e, no caso de concurso de crimes, a prescrição incide sobre a pena de cada um, isoladamente, e não sobre as penas somadas. c) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, entre a data do recebimento da denúncia e a data da sentença, apenas em relação às penas de dois anos e a de seis meses de reclusão, pois, embora no caso de concurso de crimes a prescrição incida sobre a pena de cada um isoladamente, a sentenciada era maior de 21 anos à época da sentença. d) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, pois a sentenciada era maior de 21 anos à época da sentença; a pena total é de cinco anos e seis meses de reclusão e não decorreu lapso superior a doze anos entre a data do recebimento da denúncia e da sentença. e) Não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, pois, embora a sentenciada fosse menor de 21 anos à época dos fatos, a pena total é de cinco anos e seis meses de reclusão e não decorreu lapso superior a seis anos entre a data do recebimento da denúncia e a da sentença. RESPOSTA Pelo fato de te menos de 21 anos, o Art 115 do CP determina a redução pela metade da prescrição. Portanto, o maior prazo do crime cometido entre todos eles, seria o de 8 anos, que pela metade dariam 04 ano apenas, já que não se somam no caso de concurso de crimes. Portanto, passaram-se pouco mais de 04 anos da data dos fatos. A reposta correta é a alternativa b.
11 07) [ESAF CGU] O agente "F", no dia 01 de novembro de 2000, praticou o crime de contrabando. Referido tipo penal é apenado com reclusão de um a quatro anos. O agente foi preso em flagrante na data dos fatos dando ensejo à abertura de inquérito policial. No dia 02 de dezembro de 2000, o Juiz recebe a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Em 01 de dezembro de 2003, foi o acusado condenado a pena de dois anos de reclusão. Diante disso, pode-se afirmar quanto à prescrição que: a) o crime está prescrito, visto que a conduta foi praticada em 01 de novembro de 2000 e o crime prescreve em dois anos. b) o crime não está prescrito, pois o prazo de prescrição para este crime é de oito anos. c)o crime está prescrito, visto que da data do recebimento da denúncia até 01 de dezembro de 2003 já se passaram mais de dois anos. d) o crime não está prescrito, pois o prazo de prescrição para este crime é de dezesseis anos. e) é um instituto que atinge exclusivamente o exercício do direito à jurisdição. RESPOSTA O artigo 109 do CP é claro, entre 02 a 04 anos de pena, a prescrição será de 08 anos. Então, passaram-se apenas 03 anos, resultando ainda em mais 05 anos para a prescrição. Sendo assim, a resposta correta é a alternativa b. Entretanto, com o recebimento da denúncia em DEZ de 2000, houve a interrupção da prescrição, que começa a contar novamente. Com a sentença condenatória em DEZ 2003, novo prazo começa a ser contato em razão da interrupção. Assim, considerando-se que a defesa não entrou com recurso, então, a prescrição será de 04 anos, contados da sentença condenatória, que é a regra estipulada pela lei /2010, em relação ao art. 110, 1º do CP, que diz: prescrição depois da sentença condenatória transitada em julgado para acusação, ou depois de improvido o seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denuncia ou queixa. Assim, se contarmos da data da denúncia ou queixa, ainda assim faltaria cerca de um ano para prescrever o crime.
12 Considerações finais: Mais um objetivo foi alcançado! De degrau em degrau, de passo em passo, seguirei em frente, rumo ao eterno aprendizado.
13 Bibliografia: Vade Meccum Acadêmico de Direito Rideel 14 ed, 2012, São Paulo, Rideel.
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