UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ASSÉDIO MORAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Por: Milena Bárbara Domingos Orientadora Profª: Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2009

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ASSÉDIO MORAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO AMBIENTE DE TRABALHO Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de Pós- Graduação Lato Sensu em docência do Ensino Superior, Gestão de Recursos Humanos, Por: Milena Bárbara Domingos

3 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, aos meus pais e ao meu marido pelo apoio e incentivo. Aos professores que me ensinaram o caminho da profissão.

4 4 DEDICATÓRIA A todos pela compreensão e incentivo aos meus ideais, pela participação deste momento em minha vida, a vitória é nossa.

5 5 RESUMO O objetivo deste trabalho foi explicar que o assédio moral é um tipo de violência sutil, que muitas vezes passa quase imperceptível ao mundo que rodeia a vítima. No Brasil a tortura psicológica tem feito do assédio moral um problema em evolução e propagação, podendo ser verificado em quase todos os setores da sociedade, consequentemente, alcançando sujeitos de todas as classes sociais. A pressão psicológica para bater as metas, a ganância pelo lucro, a concorrência entre os pares, o abuso de poder e o medo de perder o emprego são os principais fatores influenciadores deste tipo de violência. Os empregados estão cada vez mais pressionados, pelas chefias, a ultrapassarem metas estipuladas pela direção da empresa, de forma desumana, a até mesmo cruel, visto que fazem mais do que sua capacidade física e psicológica aguentam. Os trabalhadores vivem constantemente assombrados com o fantasma de perder o emprego e produzem cada vez mais, sendo assim, temos uma realidade falsa do ambiente de trabalho, os trabalhadores aparentemente sadios mostram esforço e saúde quando na verdade estão esgotados e doentes. As humilhações, os constrangimentos e o rebaixamento no ambiente de trabalho são fatores que causam aos empregados inúmeras doenças físicas e psicológicas, causando, também, a desagregação entre colegas, estes por medo de perder o emprego entram no jogo do assédio. Concluímos que o assédio moral é uma forma contínua de humilhação que é feita por superior ou qualquer pessoa, com o propósito de prejudicar e até mesmo afastar do local de trabalho.

6 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada visa orientar as pessoas de forma geral sobre o assédio moral no ambiente de trabalho. Muitas vezes as pessoas passam por esse tipo de problema, porém como a maioria não tem conhecimento e se sujeitam a tal fato, ou, como necessitam de seus empregos, ficam com medo de denunciar. A pesquisa tem um caráter bem didático, através de levantamentos bibliográficos, utilizando um método explicativo, com a definição do assédio moral e suas consequências no ambiente de trabalho. O primeiro passo que tomamos para começar a monografia foi realizar pesquisas pela internet, ler livros sobre o assunto, além de já ter vivenciado algo desse tipo em uma empresa na qual trabalhei. O estudo visa à abordagem do assédio moral dentro das organizações. A exposição do empregado a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração de um ou mais chefes, dirigidas a um os mais subordinados. Durante a presente pesquisa conversamos com alguns colegas da área jurídica da empresa na qual eu trabalho, a fim de saber, se existem muitos casos de audiências por danos morais causados pelo assédio moral no ambiente de trabalho.

7 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O que é assédio moral 9 1 O que é assédio moral no ambiente de trabalho? 11 2 O que não é assédio moral no ambiente de trabalho, mas vem sendo confundido como tal O estresse As virtudes do conflito A gestão por injúria As agressões pontuais As más condições de trabalho As imposições profissionais 16 3 a humilhação no ambiente de trabalho é caracterizada por fenômenos de modo vertical e horizontal 18 4 Fases de humilhação no ambiente de trabalho 19 CAPÍTULO II As consequências do assédio moral no ambiente de trabalho Para a empresa Para o assediado 22 CAPÍTULO III Aspecto Jurídico sobre o Assédio Moral Conceito de dano moral Competência para julgar Prescrição do direito de reclamar a indenização na justiça do trabalho 31 CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRAFIA 33 ÍNDICE 34

8 8 INTRODUÇÃO A presente pesquisa aborda o tema, Assédio Moral e suas consequências no ambiente de trabalho, que nos demonstrará as situações constrangedoras ocorridas no ambiente de trabalho e suas consequências. Trata-se de um tema polêmico, pois o Assédio Moral normalmente se caracteriza pelos maus tratos aos indivíduos, de forma autoritária, nas relações entre empregado e empregador, pelo proveito do alto índice de desempregos no Brasil, que gera uma desvantagem ainda maior entre as partes, visto que o empregador já possui o poder diretivo e econômico. Demonstraremos o que é o Assédio Moral e o que não é e vem sendo confundido como tal. Ainda temos como objetivos mostrar as consequências causadas pelo assédio moral para o empregado, e até mesmo para a empresa. Como hipótese ainda não é possível darmos respostas ao problema, visto que encontramos muito material definindo o assédio, porém não encontramos material que visa a preocupação das empresas em resolver o problema. Muitas empresas passam a trabalhar em cima do código de ética, mas ainda há profissionais no comando despreparados, pessoas que não conseguem vivenciar a equação adequada entre a lucratividade/produtividade e o clima organizacional tranquilo. Delimitamos o estudo do assédio moral nas empresas e suas consequências. O que pode acontecer com um empregado que sofre esse tipo de situação e com a empresa que gera absenteísmo, queda de produtividade e rotatividade de pessoal.

9 9 CAPITULO I O QUE É ASSÉDIO MORAL O assédio moral pode ser conceituado como uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica do indivíduo, de forma reiterada, tendo efeito a sensação de exclusão do ambiente e do convívio social. Esse conceito busca no sentido de generalidade, pois o assédio moral não é somente detectado na relação de emprego, podendo ser praticado em qualquer ambiente onde haja uma coletividade, como, por exemplo, em escolas, comunidades, etc. Observa-se que o assédio faz ocorrer conflito entre as pessoas, pois ocorre a perseguição, a insistência. Por sua vez, a moral, diz respeito à conduta e o bom costume da pessoa. Logo, quando levamos o assédio no âmbito da moral, podemos traduzir o mesmo como sendo ofensas, afrontamentos e discussões a determinada pessoa. Tem várias situações em que o assédio moral pode ser confundido, pois, no mundo tecnológico e globalizado, há vários motivos para que o trabalhador se estresse com o cotidiano, fazendo ocorrer também com essa perturbação a intolerância no trabalho e surgindo também problemas de saúde. Segundo Hirigoyen (2001) o assédio moral é toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer dano à personalidade, a dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, por em perigo seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho (p.65)

10 10 Assediar normalmente, segundo Barreto (2000), significa colocar os trabalhadores em situações prolongadas e repetitivas a condições de trabalho marcadas pelo abuso do poder e manipulações perversas. Nesta situação entendemos que o superior hierárquico ou o agressor tem o objetivo de desqualificar e desestabilizar emocionalmente a vítima no ambiente de trabalho e perante os colegas. O que no Brasil denomina-se assédio moral e tem por cenário o ambiente de trabalho possui as seguintes expressões em outros países, como por exemplo: harcèlement moral (assédio moral), na França; bullying (tiranizar), na Inglaterra; mobbing (molestar), nos Estados Unidos e na Suécia; murahachibu, ijime (ostracismo social), no Japão; psicoterror laboral, acoso moral (psicoterror laboral, assedio moral), na Espanha; Na visão de Margarida Barreto, o assédio moral é revelado por atos e comportamentos agressivos que visam a desqualificação e desmoralização profissional e a desestabilização emocional e moral do assediado, tornando o ambiente de trabalho desagradável, insuportável e hostil. Pamplona Filho (2006) define assédio moral como uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica do indivíduo, de forma reiterada, tendo por efeito a exclusão desse indivíduo do ambiente e do convívio social.

11 11 1- O que é assédio moral no ambiente de trabalho? É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Segundo Silva, o objetivo final do assédio moral é que através do desequilíbrio gerado na vítima, eliminá-lo do local do trabalho, quer seja através do pedido de demissão ou quer seja por intermédio de longos períodos de licença médica. É possível também, que o objetivo do assediador seja manter a vítima sob seu controle, satisfazendo assim seu espírito não havendo interesse no afastamento do assediado. (2005,p.27) Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de emprego em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua auto-estima.

12 12 Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este, pressupõe: 1. Repetição sistemática 2. intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego) 3. direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório) 4. temporalidade (durante a jornada, por dias e meses) 5. degradação deliberada das condições de trabalho Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos. O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do novo trabalhador: autônomo, flexível, capaz, competitivo, criativo, agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde perfeita. Estar apto significa responsabilizar os trabalhadores pela formação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos trabalhadores um sofrimento perverso. A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho. A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos países desenvolvidos. A pesquisa aponta para distúrbios da saúde mental relacionado com as condições de trabalho em países como

13 13 Finlândia, Alemanha, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e Organização Mundial da Saúde, estas serão as décadas do mal estar na globalização", onde predominarão depressões, angústias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais. Contudo, independente da definição, o importante é compreender que o assédio moral se caracteriza pelo abuso de poder de forma repetida e sistematizada. É importante ressaltar que apesar dos fatos isolados não parecerem violências, o acúmulo dos pequenos traumas é que geram a agressão. Surge e se propaga em relações hierárquicas assimétricas, desumanas e sem ética, marcadas pelo abuso de poder e manipulações perversas. O cerco contra um trabalhador ou mesmo uma equipe pode ser explícito ou direto, sutil ou indireto. Esse fenômeno assédio moral, se classifica em quatro tipos: - Assédio Horizontal: é aquele praticado entre sujeitos que estejam no mesmo nível hierárquico, sem nenhuma relação de subordinação entre si. - Assédio Ascendente: é aquele praticado quando o hierarquicamente inferior agir com intuito de assediar o seu superior. Esta violência de baixo pra cima não é tão rara como se pode imaginar, a primeira vista. Como exemplos, podemos citar situações em que alguém é designado para um cargo de confiança, sem a ciência de novos subordinados (que, muitas vezes,esperavam a promoção de uma colega para tal posto). No serviço público, em especial, em que os trabalhadores, em muitos casos, gozam de estabilidade no posto de trabalho, esta modalidade se dá com maior frequência do que na iniciativa privada.

14 14 - Assédio Descendente: é aquele praticado pelo hierarquicamente pelo superior, com intuito de atingir o seu subordinado, salientando que é o tipo de assédio moral que mais ocorre no ambiente de trabalho. - Assédio Vertical: é aquele que ocorre entre o superior hierárquico ao seu subordinado. 2- O que não é assédio moral no ambiente de trabalho, mas vem sendo confundido como tal 2.1 O Estresse O assédio moral no ambiente de trabalho emerge mais facilmente em contextos particularmente submetidos ao estresse. Mesmo que o estresse constitua verdadeiro desgaste psíquico e sofrimento, não constitui, em si, assédio moral, mas somente o terreno fértil que pode favorecer sua instalação. O assédio moral é muito mais do que estresse, mesmo que ele passe por uma fase de estresse. Neste caso, se uma pessoa está sobrecarregada, incumbida de tarefas sem lhe terem dado os meios para executá-la, portanto estressada, precisa de um certo tempo para julgar se é ou não tratamento exclusivamente destinada a ela. As consequências dessa agressão sobre sua saúde serão pouco diferentes das de uma sobrecarga de trabalho, pois, mesmo que seu corpo reaja fortemente, ela não terá consciência do que lhe sucede. Esta fase pode se prolongar desde que a agressão não seja tão intensa ou se a pessoa se recusar a abrir os olhos para a especificidade do que está tendo de suportar (HIRIGOYEN,2002,p.18 e p.19). A situação evolui para conotadora de assédio, propriamente dito, quando a pessoa tomada como alvo percebe a má intenção de que é o objeto, isto é, logo que a recusa de comunicação é manifesta e humilhante, quando críticas a respeito do seu trabalho se tornam maldosas e as atitudes e palavras se tornam injuriosas. As consequências sobre o psiquismo são muito mais graves

15 15 a partir do momento em que se toma consciência de existir um claro objetivo de prejudicar. De início, é difícil de acreditar que isso seja possível e depois as interrogações ansiosas: O que foi que eu fiz para que me queiram tão mal?, e as tentativas desesperadas para alterar o quadro. Isto gera uma ferida que não tem correspondência com o estresse. Trata-se de uma ferida na auto estima, um atentado à dignidade, mas também uma brutal desilusão ligada à perda súbita da confiança que se tinha depositado na empresa, na hierarquia ou nos colegas. Segundo Hirigoyen o estresse só se torna destruidor pelo excesso, mas o assédio é destruidor por si só As virtudes do conflito É extremamente importante a distinção entre o assédio moral no ambiente de trabalho e o conflito. Em um conflito as recriminações são faladas, ao contrário, por trás de todo procedimento de assédio existe o não falado e o escondido. No conflito, teoricamente, cada um dos protagonistas pode defender sua posição. O que caracteriza um conflito é a escalada simétrica, ou seja, uma igualdade teórica entre os protagonistas. Já no assédio moral no ambiente de trabalho não se observa uma relação simétrica, mas em relação dominante/dominado, na qual aquele que comanda o jogo procura submeter o outro até fazê-lo perder a identidade. Quando isto se passa no âmbito de uma relação de subordinação, transforma-se em um abuso de poder hierárquico, e a autoridade legítima sobre um subordinado se torna a dominação da pessoa (HIRIGOYEN, 2002, p.24, 25 e 27) A gestão por injúria Gestão por injúria é a forma de tratamento que alguns administradores utilizam para com seus subordinados. Nesta, os administradores lidam com seus subordinados de forma desrespeitosa e bruta.

16 16 Segundo Hirigoyen, muitos administradores não sabem lidar com as suas suscetibilidades individuais e manejam melhor o chicote do que a carroça. O que diferencia a gestão por injúria do assédio moral é que esta é notada por todos e todos os empregados são maltratados, sem distinção As agressões pontuais O assédio moral caracteriza-se antes de tudo pela repetição. São atitudes, palavras, comportamentos, que, tomados separadamente, podem parecer inofensivos, mas cuja repetição e sistematização os tornam destruidores. Uma agressão verbal pontual, a menos que tenha sido precedida de múltiplas pequenas agressões, é um ato de violência, mas não é assédio moral, enquanto que reprimendas constantes o são, sobretudo se acompanhadas de outras injúrias para desqualificar a pessoa (HIRIGOYEN,2002,p.30) As más condições de trabalho Frequentemente, é muito difícil a distinção entre o assédio moral e más condições de trabalho. É neste caso que a noção de intencionalidade adquire toda a sua importância. Trabalhar em um espaço exíguo, mal iluminado e mal instalado não constitui um ato de assédio em si, salvo se um único funcionário for tratado, que não significa assédio, a não ser quando é exagerada ou se o objetivo, consciente ou inconsciente, é prejudicar o empregado(hirigoyen,2002,p.33) As imposições profissionais

17 17 O assédio moral no trabalho é uma abuso e não pode ser confundido com decisões legítimas que dizem respeito à organização do trabalho, como transferências e mudanças de função, no caso de estarem de acordo com o contrato de trabalho. Da mesma maneira, críticas construtivas e avaliações sobre o trabalho executado, contando que sejam explícitas, e não utilizadas com um propósito de represália, não constituem assédio, sendo natural que todo trabalho apresente um grau de imposição e dependência (HIRIGOYEN, 2002, p.34 e 35). O poder de direção consiste na faculdade atribuída ao empregado de determinar o modo como a atividade do empregado, em decorrência do contrato de trabalho, deve ser exercida. Esse poder de direção manifesta-se de três formas: o poder da organização, o de controle sobre o trabalho e o poder disciplinar sobre o trabalhador. O poder da organização da atividade do empregado se dá em combinação com os demais fatores de produção, tendo em vista os fins objetivados pela empresa. O poder de controle dá ao empregador o direito de fiscalizar o trabalho de empregado. Essa fiscalização não se dá somente quanto ao modo como o trabalho é exercido, mas também quanto ao comportamento do trabalhador no ambiente de trabalho. Por fim, o poder disciplinar é o direito do empregador, nos limites da lei e de forma a não causar constrangimentos e humilhações injustificadas ao trabalhador, não configura assédio moral. Entendemos com base nas observações da Drª. Sonia A.C. Nascimento, consultora jurídico trabalhista, mestre e doutora em Direito, que mesmo não configurando assédio moral algumas dessas vivências podem vir a ser um ato violador dos direitos personalíssimos do indivíduo, ofendendo sua moral, cabendo, portanto, pleito judicial da reparação por danos morais. A consultora afirma que a diferença entre eles reside justamente no modo como se verifica a lesão, bem como a gravidade do dano. Ela defende ser o assédio moral uma situação de violação mais grave que a mera lesão do direito de personalidade, eis que, acarreta um dano à saúde psicológica da pessoa, à sua higidez mental, o que deve ser mais severamente repreendido

18 18 pelo judiciário. Tal repressão se revela, principalmente, no tocante, à valoração da indenização advinda do assédio moral, que deve ser analisada de modo diverso daqueles critérios comumente utilizados para as demais formas de pleito do dano moral. Faz ela questão marcar esta diferenciação para que se possa delimitar com precisão os limites que o assédio moral se dá, a fim de que não haja generalização do instituto e uso inadequado do termo. 3- A humilhação no ambiente de trabalho é caracterizada por fenômenos de modo vertical e horizontal. O fenômeno vertical é caracterizado por relações autoritárias, desumanas e antiéticas, onde predominam os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade, os programas de qualidade total associados à produtividade. O fenômeno horizontal está relacionado à pressão para produzir com qualidade e baixo custo, os empregados doentes com medo de perder o emprego, ocultam a doença, passando assim a produzir menos, enquanto empregados sadios, passam a discriminar os improdutivos, humilhando-os. Também, são características do fenômeno horizontal as dificuldades de interação de equipes, a falta de prazer no trabalho e sentimento de inutilidade, a instauração do pacto de silêncio coletivo e a queda de produtividade. O abuso de poder é outra forma de agressão com a justificativa de manter o bom andamento da empresa, sobrecarregando o trabalhador com exigências desnecessárias. Ainda temos vários outros fatores, tais como, prorrogação da jornada de trabalho, críticas sistemáticas sobre tudo que a vítima faz, sem jamais indicar que deveria ser feito. A pressão é um estilo de administração ineficaz, onde o único resultado é o aumento do nível de estresse ocasionando erros profissionais. A direção das empresas tem a ilusão de que obtém o máximo de rentabilidade atuando nesse estilo.

19 4- Fases de humilhação no ambiente de trabalho 19 Como já dito, a humilhação no trabalho envolve fenômenos vertical e horizontal. O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias e desumanas, onde predominam os desmandos, a manipulação do medo. Com a reestruturação e reorganização do trabalho, novas características foram incorporadas à função: qualidade, visão sistemática do processo produtivo, rotação das tarefas, autonomia de flexibilização. Exige-se do empregado maior escolaridade, competência, eficiência, espírito competitivo, criatividade, qualificação, responsabilidade pela manutenção do seu próprio emprego. A flexibilidade inclui a agilidade das empresas diante do mercado, hoje, globalizado sem perder os conteúdos tradicionais e as regras das relações industriais. Se para os empresários competir significa dobrar elegantemente perante as flutuações do mercado, com os trabalhadores não acontece o mesmo, pois são obrigados a adaptar-se e aceitar as constantes mudanças e novas exigências das políticas competitivas dos empregados no mercado global

20 CAPITULO II 20 As consequências do assédio moral no ambiente de trabalho Estudaremos as consequências do assédio moral no ambiente de trabalho, na relação de emprego deve ser demonstrado de forma sistemática, de acordo com o indivíduo envolvido. Isto porque, as consequências são geradas para ambos os lados, tanto para a empresa (assediador), quanto para o empregado(assediado). 1.1 Para a empresa Um ambiente de trabalho sadio é fruto das pessoas que nele estão inseridas, do relacionamento pessoal, do entrosamento, da motivação e da união de forças em prol de um objetivo comum: a realização do trabalho. Com isso, podemos afirmar que a qualidade do ambiente de trabalho, sob o aspecto pessoal, muito mais do que relacionamentos meramente produtivos, exige integração entre todos os envolvidos. Esta integração, todavia, está irremediavelmente comprometida quando os empregados se sentem despersonificados, perseguidos, desmotivados, assediados moralmente. O assédio moral inevitavelmente instala um clima desfavorável na empresa, de tensão, apreensão, competição. Segundo Zimmermann, as estatísticas feitas pelos estudiosos no assunto apontam que a primeira consequência a ser sentida é a queda da produtividade, seguida pela redução da qualidade do serviço, ambas geradas pela instabilidade que o empregado sente no posto de trabalho.

21 21 Dependendo do perfil do empregado assediado este pode se tornar absenteísta (tanto física como psicologicamente), improdutivo, doente, acomodado, numa situação constrangedora, suportada pela necessidade de se manter no emprego, ou então, não se sujeita a tal situação, preferindo retirar-se da empresa e registrar a reparação do dano na via judicial. De toda forma, as duas hipóteses deságuam na mesma consequência, prejuízos econômicos para o empregador. Isto sem mencionar o comprometimento da imagem externa da empresa, a sua reputação junto ao público consumidor e ao próprio mercado de trabalho. Segundo Zimmermann, resumem-se as perdas para o empregador nos seguintes custos: Custo Tangível: queda de produtividade, alteração na qualidade do serviço e produto final, menor eficiência, absenteísmo físico aumenta, doenças profissionais, acidentes de trabalho, danos aos equipamentos, alta rotatividade de pessoal, gerando aumento de despesas com rescisões contratuais, seleção e treinamento de pessoal, aumento das demandas trabalhistas com pedidos de reparação pró danos morais na justiça, retrabalho e menor produtividade das testemunhas. Custo Intangível: má reputação da empresa perante o público consumidor e o próprio mercado de trabalho, deficientes relações com o público, resistência entre trabalhadores, menor criatividade, perda de motivação, menos iniciativas, clima de tensão, surgimento de absenteísmo psicológico(o trabalhador estar trabalhando e não estando ao mesmo tempo). 1.2 Para o assediado As consequências que irá sofrer o assediado dependem muito do seu perfil psicológico.

22 22 A vítima do assédio moral sofre graves danos, tanto na saúde física, quanto na mental, logo que o constrangimento prolongado e em repetitivos ataques deixa marcas que muitas vezes o mesmo não consegue esquecer, mesmo não trabalhando mais no local em que ocorreram as humilhações, pois permanecem na memória. A consequência do assédio moral pode fazer a vítima chegar ao ponto de se desvincular das pessoas que gosta, buscando algo para esquecer os momentos tristes e humilhantes e caindo na tentação do tabaco, drogas e álcool, perdendo sua integridade física e moral. Salientamos que não é um estresse comum da vida laborativa moderna, mas um estresse por consequência da submissão da vítima ao processo do assédio moral, que acaba sendo um propulsor de outras doenças relacionadas. Segundo Silva, estresse causado pelo assédio moral, despontam sintomas como: tendências suicidas, hiperatividade, depressão profunda, insônia, problemas cardíacos, síndrome do pânico, ansiedade permanente sensação de debilidade, agressividade, dores reumáticas e musculares, dentre outros. (2005, p.42) O assediador desencadeia na vítima uma reação de medo, de ser agredida outra vez. Ocorre um tipo de fobia perante seu perseguidor, tornando-se incapaz de se defender adequadamente, pois o principal medo da vitima é o de perder o emprego. Segundo Barreto, os trabalhadores, de uma forma geral, e os adoecidos em particular, sabem que o caminho para o desemprego, fica em aberto após adoecer, acontecimentos que alteram não somente valores identificatórios, mas os fazem perder a fonte de sobrevivência, a saúde e a própria vida. Trabalha-se doente por medo de ser demitido, não encontrar novo emprego e para não se sentir inútil. O medo de perder o emprego aumenta a dependência à empresa, entregando- se a produção e silenciando a própria dor. (2000, p. 144) O sofrimento vai destruindo o sentido da vida da vítima, fazendo-o sentir-se um inútil, incapaz, inferior, fracassado, fazendo muitas vezes

23 23 ocorrer agravação de doenças pré-existentes ou desencadeando outras, sendo que uma das principais doenças que aflora na vitima é o stress. Observamos que é por causa do medo e do clima pesado no ambiente de trabalho que o rendimento do trabalhador assediado vai se agravando cada vez mais, deixando o empregador insatisfeito com sua atuação e consequentemente humilha, persegue, ofende até conseguir que o empregado acabe pedindo demissão. Segundo Hirigoyen, quando o assédio moral é recente e existe ainda uma possibilidade de reação, os sintomas são, no início, parecidos com os de estresse, o que os médicos classificam de perturbações funcionais: cansaço, nervosismo, distúrbios do sono, enxaquecas, distúrbios digestivos, dores na coluna,etc. É a auto defesa do organismo a uma hiperestimulação e a tentativa de a pessoa adaptar-se para enfrentar a situação. Mas, se o assédio moral se prolonga por mais um tempo, um estado depressivo mais forte pode se solidificar. A pessoa assediada apresenta então apatia, tristeza, complexo de culpa, obsessão e até desinteresse por seus próprios valores. Após um certo tempo de evolução dos procedimentos de assédio, os distúrbios psicossomáticos ganham a cena. Os registros da pesquisa bibliográfica enumeram como principais danos e agravos causados à saúde do assediado a irritação constante, falta de confiança em si, cansaço exagerado, diminuição da capacidade para enfrentar o estresse, pensamentos repetitivos, dificuldades para dormir, pesadelos interrupções frequentes de sono, insônia, amnésia psicógena, diminuição da capacidade de recordar os acontecimentos, anulação dos pensamentos ou sentimentos que relembrem a tortura psicológica, como forma de se proteger e resistir, anulação de atividades ou situações que possam recordar a tortura psicológica, tristeza profunda, interesse claramente diminuído em manter atividades consideradas importantes anteriormente, sensação negativa do futuro, vivência depressiva, mudança de personalidade, passando a praticar a violência moral, sentimento de culpa, pensamentos suicidas, aumento ou diminuição de peso, tremores,

24 24 aumento de consumo de bebidas alcoólicas, dores de cabeça, e notadamente, o estresse. Barreto registrou em um dos seus trabalhos que mulheres e homens reagem diferentemente à violência moral: Nas mulheres predominam as emoções tristes, mágoas, ressentimentos, vontade de chorar, isolamento, angústia, ansiedade, alterações do sono e insônia, sonhos frequentes com o agressor, alterações da memória, distúrbios digestivos e náuseas, diminuição do libido, cefalea, dores generalizadas, palpitações, hipertensão arterial, tremores e medo ao avistar o agressor, ingestão de bebida alcoólica para esquecer a agressão, pensamentos repetitivos. Já os homens assediados, tem dificuldade em verbalizar a agressão sofrida e ficam em silêncio com sua dor, pois predomina o sentimento de fracasso. Sentem-se confusos, sobressaindo os pensamentos repetitivos das agressões sofridas. Envergonhados, se isolam evitando comentar o acontecido com a família ou amigos mais próximos. Sentem-se traídos e tem desejos de vingança. Hirigoyen enfatiza que as consequências, o impacto dos procedimentos, serão mais fortes se partirem de um grupo aliado contra uma só pessoa do que se vier de um único indivíduo, bem como que o assédio de um superior hierárquico é mais grave do que o de um colega, pois a vítima tem o sentimento, na maioria justificado, de que existem menos recursos possíveis dos casos e que existe muitas vezes uma chantagem implícita na ação (HIRIGOYEN,2002,P.118). Em todas as outras formas de sofrimento no trabalho e, em particular, no caso de uma pressão profissional excessivamente forte, quando cessa o estimulo, cessa também o sofrimento, e a pessoa consegue recuperar o estado do estresse pós-traumático até uma sensação de vergonha recorrente ou mesmo modificações duradouras de personalidade. A desvalorização persiste mesmo que a pessoa esteja afastada de seu agressor (HIRIGOYEN, 2002,p.164). Entretanto, a recuperação depende também do coletivo, dos laços de afeto, do

25 25 reconhecimento e solidariedade do outro, que o possibilitarão resistir, ganhar visibilidade social e resgatar sua dignidade.

26 CAPITULO III 26 ASPECTO JURÍDICO SOBRE O ASSÉDIO MORAL Embora não haja legislação especifica sobre o assédio moral, o número de trabalhados que ingressam na Justiça do Trabalho é cada vez maior em busca de indenizações por danos morais, levando em consideração atos praticados por seus empregadores ou colegas de trabalho, ou ainda, praticados por empregados em relação ao empregador. Há uma necessidade cada vez maior, por parte dos magistrados, no fato de analisar cada caso, cada fato, com cuidado crescente, afim de evitar equívocos, visto que nem tudo que chega ao judiciário pode, realmente, ser enquadrado como assédio moral, pois na justiça se tornou comum o pedido de indenização por danos morais, em virtude dos mais variados motivos. Podemos destacar uma simples musica, cantada no ambiente de trabalho, no início das atividade (como forma de incentivo às vendas) levando em consideração o ponto de vista do assediado, pois a dor é pessoal, sendo assim, o indivíduo que ao sentir-se humilhado pode ingressar na Justiça do Trabalho requerendo o dano moral, decorrente do assédio moral. O Dano Moral, que estamos abordando neste caso, tem como seu maior pressuposto a dor moral causada por um ato ilícito cometido por uma das partes de uma relação contratual, trata-se de uma relação de emprego.

27 27 O Direito do Trabalho tem como objetivo a paz social e visa disciplinar a relação de trabalho, mediante aplicação do conjunto de princípios e normas legais dirigidas a garantir os interesses coletivos e individuais, proporcionando a segurança jurídica, o respeito e a dignidade do trabalhador. E como dito, acima, a nossa legislação é carente no trato do assédio moral, porém podemos recorrer aos variados princípios, além do advento da Constituição Federal de 1988, onde foi o marco de todo o reconhecimento do direito de personalidade, através do artigo 5º, incisos V e X, deste mencionado ordenamento, veio como mecanismo de defesa para garantir os direitos constitucionais de cada cidadão. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) V- é assegurado o direito de respostas, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material; (...) X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Lembrando se sempre que a relação entre empregado e empregador deverá ser pautada nos princípios da boa fé e no respeito mútuo, onde deverá desta forma resguardar os direitos de cada cidadão.

28 28 Concluímos que a simples exigência para cumprimento de metas no trabalho, o uso de uniformes, a postura do empregado diante dos colegas de trabalho e dos próprios clientes, são exemplo que decorrem do poder diretivo e das normas internas de procedimento do empregador, normas estas, de pleno conhecimento do empregado e que devem ter-lhe sido passadas quando de sua própria admissão, não fazendo jus o empregado ao ser desligado, e por esta se sentindo magoado a ingressar no judiciário a procura de indenizações inexistentes. Assim como o empregado o empregador também tem direito ao dano moral, decorrente de assédio moral praticados pelo empregado que venha a ferir a esfera de moralidade do empregador, sua boa fama, reputação, tradição e nome no mercado, etc., requerendo a devida reparação junto à Justiça do Trabalho. Nos casos de assédio moral praticado pelo empregado é necessário que se faça o levantamento da imputação ofensiva, visto que esta pode se restringir a pessoa do empregador, fazendo com que a indenização sobre o assédio moral seja requerido na Justiça Comum e não na Justiça do trabalho, levando em consideração que a Justiça do Trabalho só tem competência para casos oriundos de relação empregatícia. Sendo assim, o assédio moral sofrido pelo empregado ou pelo empregador, deverá ser submetido a apreciação da Justiça do Trabalho, desde que devidamente provado, achando-se delimitado na esfera das relações laborais.

29 29 Desta forma, fica claro que a responsabilidade na reparação do dano moral, no âmbito trabalhista, pode se dar tanto em relação ao empregado como ao empregador, pessoa física ou jurídica. No que tange esta última, o dano moral seria representado por uma ofensa à fama, reputação, com reflexos no seu crédito junto ao mercado. Logo provoca ensejo à reparação por danos morais o empregado que levanta acusações infundadas ao empregador, que provoca dano ao bom nome e reputação no mercado Conceito de Dano Moral Segundo Bastos, Dano moral é qualquer lesão sofrida por um indivíduo, através de um ato ilícito, que venha atingir os valores de um ser humano, como: a moral, a dignidade, a honra, a intimidade, a vida privada, o nome, dentre outros. (2003, p.125) A ocorrência de Dano Moral equivale a um indivíduo colocar o outro em situação de desequilíbrio, seja psíquico ou mental, através de um ato lesivo, ilícito e que deve ser reparado pelo ordenamento jurídico. A palavra dano significa mal ou ofensa pessoal; prejuízo moral causado a um indivíduo, por alguém. Frequentemente o dano é um prejuízo material ou moral causado a outra pessoa no que seja referente ao seu patrimônio. O patrimônio significa dizer que é o somatório de bens patrimoniais e morais de uma pessoa.

30 3.2 Competência Para Julgar 30 Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 45, de , dando nova redação ao art. 114 da Constituição Federal, foi atribuída à Justiça do Trabalho a competência para processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de emprego. As ações tendentes à indenização por dano moral na Justiça Trabalhista têm cabimento sempre que decorrentes do contrato de trabalho, ou seja, quando se trata de alegação de ofensa a dever contratual acessório, relativo ao resguardo da personalidade moral do empregado ou ex-empregado, e, também, do empregador. O que importa é conhecer a natureza das alegadas acusações feitas pelo empregado a respeito do empregador, ou vice-versa. Se diz respeito ao relacionamento que tiveram enquanto empregado e empregador, então concluise que a controvérsia sobre possível dano moral delas decorrentes deriva do vínculo empregatício e, portanto, competente é a Justiça do Trabalho, e não a Justiça Comum (Cível). Para definir a competência em favor da Justiça do Trabalho a respeito do assédio moral, é necessário que se saiba identificar a causa da lesão moral fundada na relação de trabalho ou emprego. Após a Emenda Constitucional nº 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho ficou mais clara, devido ao inciso I do Art. 114 da Constituição Federal que dispõe, que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as

31 31 ações oriundas da relação de trabalho. Da mesma forma, o inciso VI remete à esfera trabalhista as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho. Porém, continua sendo da competência da Justiça Comum as ações acidentárias contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), às quais se exige a perícia médica do próprio órgão acidentário, para configuração da lesão sofrida pelo empregado, os seus efeitos nas relações do trabalho e no plano previdenciário. 3.3 Prescrição do Direito de Reclamar a Indenização na Justiça do Trabalho Atualmente, os debates acerca da indenização por danos morais decorrente de relação existente entre empregado e patrão, encontram-se no campo da aplicação da prescrição. Aplica-se aquela prevista na norma civil (de 20 anos, conforme art. 177 do antigo Código Civil, até janeiro de 2003, de 03 anos, conforme dispõe o art. 206, 3º, V do novo código) ou a estatuída no artigo 7º, inciso XXIX da Constituição Federal que trata da prescrição no direito do trabalho (de 05 anos, até o limite de 02 anos após a extinção da relação de emprego). Com efeito, a controvérsia decorre, necessariamente, da existência de um contrato de trabalho, constituindo este o antecedente necessário, sem o qual não haveria se falar em indenização por dano moral. O dano emerge, justamente, da relação jurídico trabalhista, por isso alguns autores opinam no sentido de ser da Justiça do Trabalho a competência para examinar e julgar a responsabilidade daquele a quem se reputa o ato violador da honra ou dignidade do outro. Assim, embora o substrato da reparação do dano esteja esculpido no Código Civil, o prazo prescricional para se buscar a indenização correspondente é o do artigo 7º, inciso XXIX da Constituição Federal, pois a reparação pretendida se funda no descumprimento de obrigações específicas inerentes do contrato de trabalho.

32 32 CONCLUSÃO Podemos concluir que depois de analisar diversos materiais, que o assédio moral é uma forma contínua de humilhação que é feita por um superior ou até mesmo um colega de trabalho do mesmo nível, com o fim específico de afastar a vítima do local de trabalho, afetando a saúde, o seu emprego a até mesmo a própria vida. Uma forma de diminuir o assédio moral seria os assediados terem coragem de denunciar os seus agressores e entrarem na justiça requerendo seus direitos. A partir do momento que as empresas sentirem que tem a possibilidade de sofrerem condenações de valores altos, as mesmas tomarão uma atitude para se prevenir. Nos dias de hoje, em virtude do grande índice de desemprego, o assédio moral está propenso a existir, pois os empregados tem medo de denunciar seu agressor, por receio de represálias e, por consequência, a demissão. Mas quando o empregado entender que a luta contra o assédio moral é uma luta pela preservação da dignidade e do ambiente de trabalho saudável, muitos dramas poderão ser evitados e muitos abusos poderão ser contidos. Um outro problema sério é a falta de material existente para a orientação e defesa dos empregados a respeito do assédio moral, seja por parte das empresas, dos sindicatos, das classes dos trabalhadores ou das instituições públicas, como o Ministério de Trabalho, visando à proteção do trabalhador contra este tipo de conduta abusiva, por parte do empregador.

33 33

34 34 BIBLIOGRAFIA BARRETO, M. M. Silveira. Violência, saúde, trabalho: Uma jornada de trabalho e humilhações. São Paulo: Educ, 2003 BASTOS, Guilherme Augusto Caputo. O Dano Moral no Direito do Trabalho, Ed. LTr São Paulo,2003 HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. Ed. Bernard Brasil: Rio de Janeiro, PAMPLONA, Rodolfo Filho. Noções Conceituais sobre o Assédio Moral na Relação de Emprego. Disponível em: Acesso em SILVA, Jorge Luiz de Oliveira. Assédio Moral no Ambiente de trabalho, Ed. Rio de Janeiro, Editora e Livraria Jurídica do Rio de Janeiro, ZIMMERMANN, Silvia Maria. Assédio Moral no Trabalho. Disponível em : < Acesso em acesso em

35 SUMÁRIO 35 AGRADECIMENTOS 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O que é assédio moral 9 1 O que é assédio moral no ambiente de trabalho? 11 2 O que não é assédio moral no ambiente de trabalho, mas vem sendo confundido como tal O estresse As virtudes do conflito A gestão por injúria As agressões pontuais As más condições de trabalho As imposições profissionais 16 3 a humilhação no ambiente de trabalho é caracterizada por fenômenos de modo vertical e horizontal 18 4 Fases de humilhação no ambiente de trabalho 19 CAPÍTULO II As consequências do assédio moral no ambiente de trabalho Para a empresa Para o assediado 22 CAPÍTULO III Aspecto Jurídico sobre o Assédio Moral Conceito de dano moral Competência para julgar Prescrição do direito de reclamar a indenização na justiça do trabalho 31 CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRAFIA 33 ÍNDICE 34

36 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CURSO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: Assédio Moral e suas consequências no Ambiente de Trabalho Autor: MILENA BARBARA DOMINGOS Data da entrega: 10 de outubro de 2009 Avaliado por: Fabiane Muniz Conceito:

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO O QUE É Exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. É mais

Leia mais

Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional

Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional Violência Moral e Psicológica no Trabalho: uma violência organizacional ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Um dos principais fatores de risco à saúde mental presentes no trabalho na atualidade Violência Reduz um

Leia mais

O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? O QUE É O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? O Assédio Moral, muitas vezes confundido com stress ou conflito natural entre colegas e ou agressões pontuais é, também, conhecido por assédio psicológico do trabalho,

Leia mais

Sobre o assédio moral. pessoas. Adriana Cristina Guimarães

Sobre o assédio moral. pessoas. Adriana Cristina Guimarães Sobre o assédio moral como fazer a gestão de pessoas. Adriana Cristina Guimarães 2 O que importa para todo ser humano é ser feliz! 3 Ser feliz no trabalho! Trabalho faz parte da vida; Trabalho é necessário

Leia mais

Ficha Informativa + Segurança. Saúde no Trabalho. Edição N.º 14 Assédio Moral no Local de Trabalho. + Segurança. Saúde no Trabalho.

Ficha Informativa + Segurança. Saúde no Trabalho. Edição N.º 14 Assédio Moral no Local de Trabalho. + Segurança. Saúde no Trabalho. Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho Edição N.º 14 Assédio Moral no Local de Trabalho O Assédio Moral no Trabalho não é um fenómeno novo. Podemos dizer que é um problema tão antigo como o trabalho.

Leia mais

Cartilha Assédio Moral. Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho.

Cartilha Assédio Moral. Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. Cartilha Assédio Moral Introdução 1 O que é assédio moral? Assédio moral ou Violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na

Leia mais

CARTILHA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NO ESPORTE

CARTILHA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NO ESPORTE CARTILHA DE PREVENÇÃO AO ASSÉDIO SEXUAL E MORAL NO ESPORTE cob.org.br O que é assédio? De forma simplificada, assédio pode ser entendido como qualquer comportamento abusivo ou agressivo de uma pessoa,

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Violência Moral e Psicológica Prof Ass Dra Maria Dionísia do Amaral Dias I SEMANA DE SAÚDE DO TRABALHADOR DE BOTUCATU E REGIÃO Abril de 2010 Violência Reduz um sujeito à condição

Leia mais

O que é e como combater

O que é e como combater Assédio moral O que é e como combater Fenômeno antigo sempre presente Embora seja um fenômeno tão antigo quanto o próprio trabalho, somente nos últimos anos, após pesquisas recentes atestarem os efeitos

Leia mais

ASSEDIO MORAL Assedio Moral Assédio Moral

ASSEDIO MORAL Assedio Moral Assédio Moral ASSEDIO MORAL Assunto este, que muito vem gerando polêmica nas relações hierárquicas autoritárias existentes nas empresas públicas e privadas. A partir de 2002, a Justiça do Trabalho começou a considerar

Leia mais

O que é assedio moral?

O que é assedio moral? ASSÉDIO MORAL O que é assedio moral? Especializandos: O que é as escolas o bulling- HUMILHAÇÃO, DESVALORIZAÇÃO Sexual Moral Tom de brincadeira- constrangendo Difícil de definir. relatos Vi pessoas que

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO INTRODUÇÃO

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO INTRODUÇÃO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO INTRODUÇÃO As agressões e os castigos físicos que se praticavam contra os trabalhadores praticamente desapareceram no final do século XX. Como forma de atingir o trabalhador,

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO. WorkShop Juridico SESCON-RJ Nov /2016

ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO. WorkShop Juridico SESCON-RJ Nov /2016 ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO WorkShop Juridico SESCON-RJ Nov /2016 1 O que é Assédio? Toda conduta abusiva, manifestando-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos gestos escritos que

Leia mais

Andréia de Conto Garbin

Andréia de Conto Garbin Andréia de Conto Garbin Promoção: DVST - CEREST ESTADUAL/SP São Paulo, 12 de novembro de 2015 O nexo causal dos Transtornos mentais relacionados ao trabalho e a importância da anamnese ocupacional Por

Leia mais

Circular CBCa 043/2018 Curitiba, 21 de maio de Assunto: COB Cartilha de prevenção ao assédio sexual e moral no esporte

Circular CBCa 043/2018 Curitiba, 21 de maio de Assunto: COB Cartilha de prevenção ao assédio sexual e moral no esporte Circular CBCa 043/2018 Curitiba, 21 de maio de 2018. Aos Filiados Assunto: COB Cartilha de prevenção ao assédio sexual e moral no esporte Prezados, A Confederação Brasileira de Canoagem CBCa, através do

Leia mais

AUTOR(ES): FERNANDA BAGGIO LANGER, LAIS CRISTINA OLIVEIRA SILVA, TATIANE DA SILVA GONÇALVES

AUTOR(ES): FERNANDA BAGGIO LANGER, LAIS CRISTINA OLIVEIRA SILVA, TATIANE DA SILVA GONÇALVES 16 TÍTULO: DISTINÇÃO ENTRE ASSÉDIO MORAL E ASSÉDIO SEXUAL CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS SUBÁREA: ADMINISTRAÇÃO INSTITUIÇÃO: FACULDADE ENIAC AUTOR(ES): FERNANDA BAGGIO LANGER,

Leia mais

III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Assédio Moral: Conseqüências a Empresa e a Saúde do Trabalhador.

III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Assédio Moral: Conseqüências a Empresa e a Saúde do Trabalhador. III SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Assédio Moral: Conseqüências a Empresa e a Saúde do Trabalhador. Vanessa Barco dos Santos Santana Discente do Curso de Pós- Graduação em Processo

Leia mais

O ambiente hospitalar e o entusiasmo pela vida

O ambiente hospitalar e o entusiasmo pela vida O ambiente hospitalar e o entusiasmo pela vida Gestor em Saúde Gerir o maior recurso da empresa enorme cobrança por parte do acionista cobrança por parte do colaborador Gestor em Saúde função, por vezes,

Leia mais

STJ Marcelo Rodrigues Prata ASSEDIO MORAL. SOB NOVO ENFOnUE. Cyberbullying, "Indústria do Dano Moral", Carga Dinâmica da Prova e o Futuro CPC

STJ Marcelo Rodrigues Prata ASSEDIO MORAL. SOB NOVO ENFOnUE. Cyberbullying, Indústria do Dano Moral, Carga Dinâmica da Prova e o Futuro CPC Marcelo Rodrigues Prata, ASSEDIO MORAL NO TRABALHO SOB NOVO ENFOnUE Cyberbullying, "Indústria do Dano Moral", Carga Dinâmica da Prova e o Futuro CPC Curitiba Juruá Editora 2014 Visite nossos sites na Internet

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 6.625, DE 2009 (Do Sr. Aldo Rebelo)

PROJETO DE LEI N.º 6.625, DE 2009 (Do Sr. Aldo Rebelo) CÂMARA DOS DEPUTADOS PROJETO DE LEI N.º 6.625, DE 2009 (Do Sr. Aldo Rebelo) Dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho. DESPACHO: APENSE-SE À (AO) O PL-2369/2003. APRECIAÇÃO: Proposição Sujeita

Leia mais

Assédio Moral e Sexual

Assédio Moral e Sexual Assédio Moral e Sexual Introdução O assédio moral e sexual nas relações de trabalho ocorre freqüentemente, tanto na iniciativa privada quanto nas instituições públicas. A prática desse crime efetivamente

Leia mais

Saúde e Segurança do Trabalho. Assédio Moral, Saúde metal no trabalho, Justiça do Trabalho.

Saúde e Segurança do Trabalho. Assédio Moral, Saúde metal no trabalho, Justiça do Trabalho. Saúde e Segurança do Trabalho Assédio Moral, Saúde metal no trabalho, Justiça do Trabalho. Assédio Moral Uma forma de violência no trabalho Dimensões não materializadas 2 Assédio Moral O que é assédio

Leia mais

III Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho. 30 de setembro e 01 de outubro de 2013

III Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho. 30 de setembro e 01 de outubro de 2013 III Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho 30 de setembro e 01 de outubro de 2013 1 2 ASSÉDIO MORAL Assédio Moral Conceito: Comportamentos agressivos que visam, sobretudo a desqualificação

Leia mais

CURSO DE ATUALIZAÇÃO. Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde ASSÉDIO MORAL: CONHECER, PREVENIR E COMBATER

CURSO DE ATUALIZAÇÃO. Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde ASSÉDIO MORAL: CONHECER, PREVENIR E COMBATER CURSO DE ATUALIZAÇÃO Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde ASSÉDIO MORAL: CONHECER, PREVENIR E COMBATER Elizabete da Silva Betim/MG Julho/2012 1 1 PROBLEMA E JUSTIFICATIVA

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES E SEUS EFEITOS PARA OS TRABALHADORES ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO DE PESSOAS RESUMO EXPANDIDO

ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES E SEUS EFEITOS PARA OS TRABALHADORES ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO DE PESSOAS RESUMO EXPANDIDO ASSÉDIO MORAL NAS ORGANIZAÇÕES E SEUS EFEITOS PARA OS TRABALHADORES 1 INTRODUÇÃO ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO DE PESSOAS RESUMO EXPANDIDO Denise Hasselmann de Oliveira 1 Grabrile Dionizio Machado 2 Paola Luiza

Leia mais

POLÍTICA POLÍTICA DE ANTIDISCRIMINAÇÃO E ANTIASSÉDIO Número MNV-POL-ADM Revisão 01. Departamento ADM. Aprovado em 20/02/2019

POLÍTICA POLÍTICA DE ANTIDISCRIMINAÇÃO E ANTIASSÉDIO Número MNV-POL-ADM Revisão 01. Departamento ADM. Aprovado em 20/02/2019 DE ANTIDISCRIMINAÇÃO E ANTIASSÉDIO MNV-POL--0002 20/02/29 1 / 5 1.0. DESCRIÇÃO 1.1. Esta Política tem como objetivo fornecer orientações para o estabelecimento de um ambiente livre de qualquer tipo de

Leia mais

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado

SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado SÍNDROME DE BURNOUT das causas ao cuidado PELA MANHÃ VOCÊ SE SENTE ASSIM? E NO TRABALHO, VOCÊ SE SENTE ASSIM? SUA VIDA ESTA ASSIM? OU TUDO ESTA ASSIM? ESTRESSE Ocorre diante de uma situação (real ou imaginária)

Leia mais

ASSÉDIO MORAL A INTERFERÊNCIA DAS RELAÇÕES PESSOAIS NA EMPRESA CAROLINA RONCATTI PATRICIA CANHADAS WILDE C. COLARES

ASSÉDIO MORAL A INTERFERÊNCIA DAS RELAÇÕES PESSOAIS NA EMPRESA CAROLINA RONCATTI PATRICIA CANHADAS WILDE C. COLARES ASSÉDIO MORAL A INTERFERÊNCIA DAS RELAÇÕES PESSOAIS NA EMPRESA CAROLINA RONCATTI PATRICIA CANHADAS WILDE C. COLARES 1 1. O QUE É O ASSÉDIO MORAL? Definições: Marie-France Hirigoyen Toda e qualquer conduta

Leia mais

SINTEST/BA (UNEB-UEFS) SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO 3º GRAU DO ESTADO DA BAHIA PROJETO UNEB SEM ASSÉDIO:

SINTEST/BA (UNEB-UEFS) SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO 3º GRAU DO ESTADO DA BAHIA PROJETO UNEB SEM ASSÉDIO: PROJETO UNEB SEM ASSÉDIO: ENTENDENDO SUAS CAUSAS, (RE) CONHECENDO SEUS EFEITOS. Salvador, BA. Setembro, 2013. PROJETO UNEB SEM ASSÉDIO: ENTENDENDO SUAS CAUSAS, (RE) CONHECENDO SEUS EFEITOS. Projeto de

Leia mais

8 I Candy Florencio Thome

8 I Candy Florencio Thome SUMÁRIO APRESENTAÇÃO - Pedro Vidal Neto... 13 PREFÁCIO - Rodrigo Garcia Schwarz 15 NOTA À SEGUNDA EDIÇÃO... 19 INTRODUÇÃO 21 1. ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE EMPREGO: CAUSAS E ORIGENS 23 1.1 Assédio moral

Leia mais

Fórum de Avaliação da Violência no Trabalho Em Saúde. Salvador, 15 de dezembro de 2017 Elias Abdalla-Filho

Fórum de Avaliação da Violência no Trabalho Em Saúde. Salvador, 15 de dezembro de 2017 Elias Abdalla-Filho Fórum de Avaliação da Violência no Trabalho Em Saúde Salvador, 15 de dezembro de 2017 Elias Abdalla-Filho Declaração Não há conflito de interesses. Impacto da violência na saúde do trabalhador em saúde

Leia mais

ASSÉDIO SEXUAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

ASSÉDIO SEXUAL NO AMBIENTE DE TRABALHO ASSÉDIO SEXUAL NO AMBIENTE DE TRABALHO SUMÁRIO 1. Introdução 2. O que é Assédio Sexual? 3. A legislação brasileira. 4. Por que assédio sexual é crime? 5. O que a Organização Internacional do Trabalho fala

Leia mais

(Lopes Neto, 2005) Manual adaptado por Prof. Ms. Maria Lucia Dondon

(Lopes Neto, 2005) Manual adaptado por Prof. Ms. Maria Lucia Dondon BULLYING O Bullying pode ser entendido como um balizador para um nível de tolerância da sociedade com relação à violência. Portanto, enquanto a sociedade não estiver preparada para lidar com Bullying,

Leia mais

ASSÉDIO MORAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE DOS TRABALHADORES

ASSÉDIO MORAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE DOS TRABALHADORES Universidade Tuiuti do Paraná ASSÉDIO MORAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE DOS TRABALHADORES CIBELE GOMES DE AZEVEDO CURITIBA - PARANÁ 2011 2 CIBELE GOMES DE AZEVEDO ASSÉDIO MORAL E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 - A conduta do João constitui um crime; 2 - Crime de Violência Baseada no Género segundo a Lei Cabo-verdiana; 3 - Já foi contemplado como Crime de Maus tratos, no âmbito do Código Penal

Leia mais

STRESS NO TRABALHO Anabela M. Sousa Pereira

STRESS NO TRABALHO Anabela M. Sousa Pereira STRESS NO TRABALHO Anabela M. Sousa Pereira anabelapereira@ua.pt Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (PFN/EU-OSHA) Healthy Workplaces Managing Stress 2015/2016 Trabalho Saudável em qualquer

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO sindicato dos bancários Estado de Goiás Saiba o que é Assédio Moral no Trabalho e como enfrentá-lo Vamos conhecer o ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Sergio Luiz da Costa, presidente

Leia mais

BURNOUT NA EQUIPE DE SAÚDE: Como lidar? Dra. Patricia Dalagasperina

BURNOUT NA EQUIPE DE SAÚDE: Como lidar? Dra. Patricia Dalagasperina BURNOUT NA EQUIPE DE SAÚDE: Como lidar? Dra. Patricia Dalagasperina COMO LIDAR? 1 CONHECER burn - queima out - exterior Processo consumindo física e emocionalmente Falta de combustível Ministério da Saúde

Leia mais

Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas

Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas Isabel Dias Audição Parlamentar - Assembleia da República 25.06.2013 Conceito de abuso de idosos/as Comportamento destrutivo dirigido a um/a idoso/a;

Leia mais

Assédio moral EDITORIAL INTRODUÇÃO EDITORIAL ÍNDICE DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL

Assédio moral EDITORIAL INTRODUÇÃO EDITORIAL ÍNDICE DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL EDITORIAL EDITORIAL INTRODUÇÃO DIGA NÃO AO ASSÉDIO MORAL 1 Sérgio Butka Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba Um trabalhador caminha deprimido para exercer sua função na linha de

Leia mais

JORNAL DO TRABALHADOR. nossa luta Campanha salarial Benefícios para o associado

JORNAL DO TRABALHADOR. nossa luta Campanha salarial Benefícios para o associado JORNAL DO TRABALHADOR FILIADO À Edição nº 2 - Abril/Maio 2017 www.sintrecesp.org.br Tel: (11) 5095-9600 nossa luta Campanha salarial 2017 Os trabalhadores e empregados em cooperativas do Estado de São

Leia mais

CÓDIGO DE BOA CONDUTA PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO NO TRABALHO

CÓDIGO DE BOA CONDUTA PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO NO TRABALHO CÓDIGO DE BOA CONDUTA PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO NO TRABALHO PREÂMBULO O presente Código de Boa Conduta, para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho, pretende estabelecer, nos termos da

Leia mais

Direito Trabalhista 1

Direito Trabalhista 1 Direito Trabalhista 1 Dispensa indireta. Dano Moral. Outras modalidades de extinção do contrato de trabalho A despedida indireta Considera-se despedida indireta a falta grave praticada pelo empregador

Leia mais

LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA

LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA Rescisão com justa causa, sem justa causa e indireta Profa. Silvia Bertani CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO término do vínculo do emprego com a extinção das obrigações para

Leia mais

PROC. Nº 2498/13 PLCL Nº 031/13 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

PROC. Nº 2498/13 PLCL Nº 031/13 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A evolução recente das condições de trabalho tem se dado sob o influxo de condições extremamente desfavoráveis ao trabalhador. O problema que os anglo-saxões denominam mobbing, nos

Leia mais

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Débora Caroline dos Santos, Cynthia Arantes Silva, Giselen Maciel, Juliete da Silva, Luciana Santos Paulino, Luís Felipe Vilela, Matheus de Almeida Rodrigues, Roseane Queren de

Leia mais

COMO PODEM SER IDENTIFICADOS OS ASSÉDIOS MORAL E SEXUAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO? Ministra Cristina Peduzzi fala sobre assédio sexual e assédio moral

COMO PODEM SER IDENTIFICADOS OS ASSÉDIOS MORAL E SEXUAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO? Ministra Cristina Peduzzi fala sobre assédio sexual e assédio moral COMO PODEM SER IDENTIFICADOS OS ASSÉDIOS MORAL E SEXUAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO? Ministra Cristina Peduzzi fala sobre assédio sexual e assédio moral Ministra Peduzzi - Todos nós sabemos que há uma dificuldade

Leia mais

Conceito e definição

Conceito e definição Sinais de alerta Conceito e definição BULLYING conceito Ainda não apresenta tradução consensual ( abuso de colegas, vitimizar, intimidar, violência na escola ou agressão sistemática e intencional entre

Leia mais

Legislação Social e Trabalhista

Legislação Social e Trabalhista Legislação Social e Trabalhista Profa.Dra. Silvia Bertani silviabertani@gmail.com www.silviabertani.wordpress.com O contrato caracterizase pela vontade das partes e o equilíbrio entre os contratantes,

Leia mais

VAMOS PRAGA! ACABAR COM ESTA

VAMOS PRAGA! ACABAR COM ESTA VAMOS ACABAR COM ESTA PRAGA! Af inal, o que aconteceu com Roger, Carlos, Luciana, Beatriz e Pedro? QUEM É O RESPONSÁVEL? Roger sempre sentiu muito orgulho de vestir a camisa do banco, mas tudo mudou após

Leia mais

Estresse. O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no

Estresse. O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no Estresse O estresse tem sido considerado um problema cada vez mais comum, tanto no contexto profissional quanto na vida pessoal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% da população mundial sofre

Leia mais

BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES BULLYING VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Alessandra Gouvêa 1 Resumo: O presente artigo discute o tema bullying, contra crianças e adolescentes, no ambiente escolar, os sujeitos envolvidos, as

Leia mais

Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho

Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho Preâmbulo CENTRO DE DIA de S. SILVESTRE, dando cumprimento ao previsto na Lei n 73/2017 de 16 de Agosto, retificada pela Declaração

Leia mais

ASSÉDIO MORAL: COMO SE DEFENDER DO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

ASSÉDIO MORAL: COMO SE DEFENDER DO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? ASSÉDIO MORAL: COMO SE DEFENDER DO ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO? O QUE É ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO? Assédio Moral é toda e qualquer conduta abusiva que, intencional e frequentemente, fira a dignidade

Leia mais

DIREITO DO TRABALHO. Dos contratos de natureza trabalhista

DIREITO DO TRABALHO. Dos contratos de natureza trabalhista DIREITO DO TRABALHO Dos contratos de natureza trabalhista Contrato de trabalho e de emprego: formação do vínculo précontratual, contratual e pós-contratual Parte 8 Prof. Guilherme de Luca - TÉRMINO DO

Leia mais

1 O EDITORIAL INTRODUÇÃO EDITORIAL ÍNDICE COMBATA O ESTRESSE

1 O EDITORIAL INTRODUÇÃO EDITORIAL ÍNDICE COMBATA O ESTRESSE EDITORIAL EDITORIAL INTRODUÇÃO COMBATA O ESTRESSE 1 O trabalhador precisa ficar atento ao estresse. Portanto, quanto mais cedo identifica-lo melhor. Nesta cartilha você vai saber quais são os sintomas

Leia mais

Humilhação é o sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro.

Humilhação é o sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro. Humilhação é o sentimento de ser ofendido, menosprezado, rebaixado, inferiorizado, submetido, vexado, constrangido e ultrajado pelo outro. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil. Magoado, revoltado,

Leia mais

Uma Visão do Ministério Público do Trabalho. Patrícia de Mello Sanfelici Procuradora do Trabalho

Uma Visão do Ministério Público do Trabalho. Patrícia de Mello Sanfelici Procuradora do Trabalho Uma Visão do Ministério Público do Trabalho Patrícia de Mello Sanfelici Procuradora do Trabalho Introdução Bullying ou Mobbing terror psicológico O termo mobbing provém do verbo inglês to mob, que significa

Leia mais

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 Conceito... 5 Características da Responsabilidade Internacional... 5 Formas de Responsabilidade Internacional...7 2. NATUREZA

Leia mais

Sinttel-DF RESPEITA AS MINA. Assedio Sexual e caso de policia. Denuncie

Sinttel-DF RESPEITA AS MINA. Assedio Sexual e caso de policia. Denuncie Sinttel-DF RESPEITA AS MINA Assedio Sexual e caso de policia Denuncie Assedio Sexual e nojento Denuncie O Assédio Sexual é considerado a pior forma de Assédio Moral e sempre foi combatido duramente pelo

Leia mais

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XVI Contrato de Trabalho

Instituições de Direito Público e Privado. Parte XVI Contrato de Trabalho Instituições de Direito Público e Privado Parte XVI Contrato de Trabalho 1. Contrato de Trabalho Conceito ... contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física

Leia mais

Veja os motivos que podem levar a uma demissão por justa causa

Veja os motivos que podem levar a uma demissão por justa causa Veja os motivos que podem levar a uma demissão por justa causa Assim como existem empresas que ferem e não cumprem direitos trabalhistas na outra ponta há colaboradores que quebram regras e causam desconforto

Leia mais

Guiade. Orientação Ética

Guiade. Orientação Ética Guiade Orientação Ética Apresentação O Guia de Orientação Ética é resultado de um rico processo de reflexões e entendimentos que visa fortalecer o diálogo e as relações interpessoais da Empresa Municipal

Leia mais

RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS

RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS AULA 16 RESPONSABILIDADE CIVIL NA SAÚDE DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS ERRO DE DIAGNÓSTICO 1. Conceito de diagnóstico 2. Conceito de prognóstico Diagnóstico é a palavra da área da medicina que significa a qualificação

Leia mais

A LEI E A ESCOLA NOÇÕES GERAIS

A LEI E A ESCOLA NOÇÕES GERAIS A LEI E A ESCOLA NOÇÕES GERAIS & ASSÉDIO MORAL ASSÉDIO SEXUAL CÓDIGO DE CONDUTA FUNCIONAL DOS AGENTES PÚLICOS E DA ALTA ADMINISTRAÇÃO INASSIDUIDADE - FALTAS REITERADAS AO SERVIÇO OU DE USO DE SUSBSTÂNCIAS

Leia mais

Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007

Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007 Resenha rpot VOLUME 7 NÚMERO 1 JANEIRO - JUNHO 2007 Assédio moral: a coerção tem muitos graus Assédio moral: a coerção tem muitos graus¹ Nádia Kienen² Sílvio Paulo Botomé³ Coerção, uma das principais vilãs

Leia mais

Autor: Deputado Romualdo Junior 1º Vice-Presidente

Autor: Deputado Romualdo Junior 1º Vice-Presidente Estado de Mato Grosso Assembléia Legislativa Despacho Protocolo Projeto de Lei N.º 69 /2011 Autor: Deputado Romualdo Junior 1º Vice-Presidente Dispõe sobre a tutela das práticas de assédio moral no serviço

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 a 8 Na legislação timorense a difamação ou injúria não constituem crime. Nos termos do art. 35º da Lei nº 7/2010, de 7 de Julho, apenas se consideram crimes de violência doméstica: a) Os

Leia mais

Direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e não discriminação (Código de trabalho artº 24º, nº 4)

Direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e não discriminação (Código de trabalho artº 24º, nº 4) Direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e não discriminação (Código de trabalho artº 24º, nº 4) Igualdade e não discriminação DIVISÃO I Disposições gerais sobre igualdade e não discriminação

Leia mais

12 Meses 12 Temas. Riscos Psicossociais no Trabalho Stress Ocupacional. SST Outubro de 2018

12 Meses 12 Temas. Riscos Psicossociais no Trabalho Stress Ocupacional. SST Outubro de 2018 12 Meses 12 Temas Riscos Psicossociais no Trabalho Stress Ocupacional SST Outubro de 2018 O que são os riscos psicossociais do trabalho? Os riscos psicossociais podem ser definidos como aqueles aspetos

Leia mais

ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL: VISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL: VISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ASSÉDIO MORAL ORGANIZACIONAL: VISÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO Exposição versará acerca da: INTRODUÇÃO 1. origem da prática conhecida como assédio moral, a sua caracterização, elementos que o integram e formas

Leia mais

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos

Ansiedade Generalizada. Sintomas e Tratamentos Ansiedade Generalizada Sintomas e Tratamentos Sumário 1 Ansiedade e Medo ------------------------------------ 03 2 Transtorno de ansiedade generalizada----------06 3 Sintomas e Diagnóstico-------------------------------08

Leia mais

3.15 As psicoses na criança e no adolescente

3.15 As psicoses na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.15 As psicoses na criança e no adolescente Introdução As psicoses são doenças mentais raras que, geralmente, se iniciam no fim da adolescência

Leia mais

1.1. Atos da Administração que não são Atos Administrativos

1.1. Atos da Administração que não são Atos Administrativos Atos Administrativos 1. DEFINIÇÃO Ato jurídico, segundo o art. 81 do CC, é todo ato lícito que possui por finalidade imediata adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Ato administrativo

Leia mais

IMPACTOS DO DESEMPREGO NA SAÚDE, EMOÇÕES E RELACIONAMENTOS FEVEREIRO 2018

IMPACTOS DO DESEMPREGO NA SAÚDE, EMOÇÕES E RELACIONAMENTOS FEVEREIRO 2018 IMPACTOS DO DESEMPREGO NA SAÚDE, EMOÇÕES E RELACIONAMENTOS FEVEREIRO 2018 DESEMPREGO GERA CONSEQUÊNCIA NA SAÚDE E EMOÇÕES O trabalho é uma das ocupações humanas que mais dão sentido à vida em sociedade.

Leia mais

Informações de Impressão

Informações de Impressão Questão: 70771 O setor de gestão de pessoas de determinado órgão público, alarmado com os altos índices de rotatividade e absenteísmo recentemente constatados no órgão, decidiu intervir no caso. Com relação

Leia mais

se recuperar perante a adversidade Resiliência

se recuperar perante a adversidade Resiliência AULA 4: A resiliência é a capacidade que tem uma pessoa ou um grupo de se recuperar perante a adversidade e ultrapassá-la para continuar a seguir com a sua vida. Em certas ocasiões, as circunstâncias difíceis

Leia mais

Entenda sua ansiedade. Novembro

Entenda sua ansiedade. Novembro Entenda sua ansiedade Novembro 2016 http://mizuji.com Por que "entender ansiedade"? Palavra da moda Mais popular que "estresse" A importância de entender o que é ansiedade ansiedade não é "o" problema

Leia mais

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO

AUTOR(ES): REGIANE DE MORAIS SANTOS DE ASSIS, EDNADJA CARVALHO DO NASCIMENTO GALDINO 16 TÍTULO: AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLING PARA APRENDIZAGEM CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO - UNIAN-SP AUTOR(ES):

Leia mais

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado.

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado. O QUE É SAÚDE? É o nosso estado natural. Segundo a O.M.S. saúde é mais do que a ausência de doença ou enfermidade: É o estado de perfeito bem-estar físico, mental e social. Depressão Em nossa sociedade,

Leia mais

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. III - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho. Professor: Dr. Rogério Martir

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO. III - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho. Professor: Dr. Rogério Martir LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO Professor: Dr. Rogério Martir III - Lesões Acidentárias / Acidente do Trabalho Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad Del Museo Social Argentino,

Leia mais

O QUE É O STRESS? Stress é não ser capaz de lidar com a situação.

O QUE É O STRESS? Stress é não ser capaz de lidar com a situação. O QUE É O STRESS? Stress é não ser capaz de lidar com a situação. As pessoas sentem stress no trabalho quando se apercebem que existe um desequilíbrio entre as exigências que o seu trabalho lhes impõe

Leia mais

DIREITO DO TRABALHO. Professora: Dulcinéia

DIREITO DO TRABALHO. Professora: Dulcinéia DIREITO DO TRABALHO Professora: Dulcinéia CONTRATO DE TRABALHO Por prazo Indeterminado: Art. 452 CLT - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro

Leia mais

STRESSOCUPACIONAL E PRÁTICAS MINDFULNESS

STRESSOCUPACIONAL E PRÁTICAS MINDFULNESS de Higiene e Segurança no Trabalho STRESSOCUPACIONAL E PRÁTICAS MINDFULNESS Sara Ponte Mestrado em Medicina Tradicional Chinesa ICBAS UP Medicina Geral e Familiar - Médica Interna de Formação Especifica

Leia mais

DEPRESSÃO, O QUE É? A

DEPRESSÃO, O QUE É? A DEPRESSÃO, O QUE É? A depressão é uma doença que pode afetar pessoas de todas as idades. Ela é diferente de tristeza e surge devido a fatores biológicos e emocionais (perdas, traumas, estresse, etc.).

Leia mais

DOCENTE: LUCIANA CASTRO. Graduada em Psicologia UERJ. Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos. Pós-graduada em Educação Infantil e Desenvolvimento

DOCENTE: LUCIANA CASTRO. Graduada em Psicologia UERJ. Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos. Pós-graduada em Educação Infantil e Desenvolvimento DOCENTE: LUCIANA CASTRO Graduada em Psicologia UERJ Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos Pós-graduada em Educação Infantil e Desenvolvimento Pós-graduada em Educação especial Surdez Docente e autora

Leia mais

Cenário e perfil dos desempregados no Brasil

Cenário e perfil dos desempregados no Brasil Cenário e perfil dos desempregados no Brasil OBJETIVOS DO ESTUDO Compreender os impactos causados pelo desemprego nas esferas sociais, emocionais e na saúde. DEFINIÇÃO DOS DESEMPREGADOS O ponto de partida

Leia mais

Versão: 1 ( ) Pág. 3/7

Versão: 1 ( ) Pág. 3/7 Versão: 1 (30-11-15) Pág. 3/7 PREÂMBULO A APPACDM de Coimbra, com o presente Código de Conduta para prevenção e combate da prática de assédio no trabalho, pretende constituir nos termos da Lei n.º 73/2017

Leia mais

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL

DIREITO E JORNALISMO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL Responsabilidade é a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outra. A palavra responsabilidade deve ser entendida como restituição ou compensação de algo que foi retirado

Leia mais

3.5 Medos e ansiedade na criança e no adolescente

3.5 Medos e ansiedade na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.5 Medos e ansiedade na criança e no adolescente Introdução À medida que cresce e descobre o mundo à sua volta, a criança vai-se apercebendo como

Leia mais

Benefícios Fiscais, Planejamento Tributário e Efeitos Concorrenciais. Rodrigo Maito da Silveira 01/08/2018

Benefícios Fiscais, Planejamento Tributário e Efeitos Concorrenciais. Rodrigo Maito da Silveira 01/08/2018 Benefícios Fiscais, Planejamento Tributário e Efeitos Concorrenciais Rodrigo Maito da Silveira 01/08/2018 Livre Concorrência e a sua Proteção Livre Concorrência: igualdade de condições Direito da Concorrência:

Leia mais

Mente Sã Corpo São! Abanar o Esqueleto - Os factores que influenciam as doenças osteoarticulares. Workshop 1

Mente Sã Corpo São! Abanar o Esqueleto - Os factores que influenciam as doenças osteoarticulares. Workshop 1 Abanar o Esqueleto - Os factores que influenciam as doenças osteoarticulares. Workshop 1 Mente Sã Corpo São! Unidade de Cuidados na Comunidade Centro de Saúde de Alfândega da Fé Elaborado por: Rosa Correia

Leia mais

ASSÉDIO MORAL. Bacharelanda do Curso de Direito do Centro Universitário de Votuporanga/SP UNIFEV. 2

ASSÉDIO MORAL. Bacharelanda do Curso de Direito do Centro Universitário de Votuporanga/SP UNIFEV. 2 Marilis Alexandre Ferreira 1 Marlon Marcelo Murari 2 RESUMO O assédio moral dentro das relações de trabalho tem se revelado frequente. Para a identificação desse problema é necessário conceituar assédio

Leia mais

ASSÉDIO MORAL: PERCEPÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

ASSÉDIO MORAL: PERCEPÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO ASSÉDIO MORAL: PERCEPÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO Priscila Prazeres Faculdade Dom Bosco priprazeres@yahoo.com.br Priscilla Vieira Santos Faculdade Dom Bosco pri_v_s@hotmail.com M. Sc. Neuzi Barbarini

Leia mais

DISTÚRBIO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO

DISTÚRBIO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO DISTÚRBIO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO A cada dia, escutamos essas três palavras com mais frequência. De fato, hoje em dia esses são os três transtornos psicológicos mais habituais. O estresse, a depressão

Leia mais

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana PREÂMBULO O presente Código de Boa Conduta, para a Prevenção e Combate ao Assédio no Trabalho, pretende constituir, nos termos da Lei 73/2017 de 16 de agosto, uma referência para todos os membros dos Órgãos

Leia mais

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Seção 4.1 Conceitos de QVT Seção 4.2 QVT: problemas 1 Seção 4.1 CONCEITOS DE QVT 2 Qualidade de vida (QV) Impossível falar de QVT sem antes falar de QV QV, termo definido pelo

Leia mais

O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro. Marcelo Leoni Schmid

O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro. Marcelo Leoni Schmid O desastre ambiental de Mariana: análise sob a ótica do Direito Ambiental Brasileiro Marcelo Leoni Schmid marcelo@indexflorestal.com.br Aula 02 Responsabilidade civil no Direito Ambiental Brasileiro O

Leia mais

Medo, Fobia, Vergonha e Estresse no Esporte

Medo, Fobia, Vergonha e Estresse no Esporte Medo, Fobia, Vergonha e Estresse no Esporte Curso de Ed. Física Prof. Ana Catarina Correia Mesquita Medo Estado emocional desencadeado no sistema nervoso central ante a um perigo iminente, que gera uma

Leia mais

O DIREITO DE VIVER E TRABALHAR EM UM MEIO AMBIENTE SADIO DEVE SER CONSIDERADO COMO UM DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM

O DIREITO DE VIVER E TRABALHAR EM UM MEIO AMBIENTE SADIO DEVE SER CONSIDERADO COMO UM DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM O DIREITO DE VIVER E TRABALHAR EM UM MEIO AMBIENTE SADIO DEVE SER CONSIDERADO COMO UM DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM Carta de Brasília 25/08/71 VII Reunião do Conselho da União Internacional de Magistrados

Leia mais