Bartolomeu F. Santos Jr. Depto. de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Piauí , Teresina, PI, Brasil.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Bartolomeu F. Santos Jr. Depto. de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Piauí , Teresina, PI, Brasil."

Transcrição

1 ALOCAÇÃO DAS ARCELAS DE FLUXOS DE INTERCÂMBIO DE OTÊNCIA BASEADA NA MATRIZ IMEDÂNCIA DE BARRA Bartolomeu F. Santos Jr. Depto. de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do iauí , Teresina, I, Brasil Abstract In this study, a methodology based on network matrices is used to assign parcels of the power flow in tie lines to buses of distinct areas. This type of assignment allows both the identification of buses with the greatest influence on the power interchange, and the charging of every bus in these areas for the use of specific transmission lines. From these results, it is also possible to determine control actions to alleviate power flow in interchange lines. In this paper a linear approach is proposed for this control action. Numerical results obtained with two test systems illustrate the features of the proposed methodology. Key Words impedance matrix, allocation, power flow. Resumo Neste estudo, uma metodologia baseada na matriz impedância de barra é usada para alocar parcelas dos fluxos de potência em linhas de intercâmbio entre geradores e cargas de áreas distintas. Este tipo de alocação permite a identificação das barras com maior influência nos fluxos de potência de intercâmbio, e o carregamento de todas as barras no uso de uma linha de transmissão específica. A partir desses resultados, é possível determinar ações de controle que visem aliviar o carregamento das linhas de intercâmbio. Neste artigo uma aproximação linear é proposta como ação de controle. Resultados numéricos obtidos para dois sistemas testes ilustram as características da metodologia proposta. Key Words Matriz impedância, alocação, fluxo de potência. 1 Introdução Estudos sobre o fluxo de potência de intercâmbio tipicamente avalia os benefícios econômicos da compra e venda de energia em diferentes áreas do sistema. Em geral a energia é transferida de uma área para outra através de linhas de intercâmbio (tie-lines), sob certas restrições, tais como limites térmicos, limites de magnitude de tensão e limites de estabilidade permanente, de acordo com o comprimento da linha de transmissão. Neste tipo de estudo, torna-se importante determinar a contribuição de cada barra de geração ou carga para a quantidade de potência elétrica transferida. É particularmente interessante quantificar a porção de cada fluxo de intercâmbio que corresponde a todas as barras de cada uma das áreas envolvidas no intercâmbio de potência. Similarmente, alguma atenção tem sido direcionada para o problema da alocação das parcelas de fluxo para aliviar o congestionamento nas linhas de transmissão. Embora seja virtualmente impossível decompor as parcelas dos fluxos de potência, algumas aproximações fornecem indicações razoáveis sobre como atribuir parcelas de fluxo de potência para cada injeção de potência nodal. Em (Fradi et al., 2001) apresenta-se uma técnica baseada apenas no fluxo de potência ativa. Estudos sobre o rastreamento dos fluxos de potência ativa e reativa para recuperar os custos fixos de transmissão são reportados por (Kirschen et al., 1997) e (Bialek, 1998), respectivamente. Estes estudos propõem os chamados métodos de rastreamento recursivo, os quais utilizam o princípio da divisão proporcional, não considerando com o rigor desejável determinadas leis de circuitos elétricos. Os métodos Generalized Generation/Load Distribution Factors (GGDFs e GLDFs), baseados no cálculo de fatores de sensibilidade a partir da solução de um fluxo de potência CC, são apresentados em (Rudnick et al., 1995). A sua finalidade é estimar a contribuição das injeções das barras no fluxo de potência nas linhas do sistema de transmissão. Em (Zobian e Ilic, 1997) é proposto um algoritmo baseado na superposição de todas as transações de energia que ocorrem no sistema. Os fluxos e as perdas associados a cada transação individual são estimados, incluindo-se um componente que considera a natureza não linear do fluxo de potência. A injeção de potência da barra de folga é expressa em função das injeções de potência das demais barras do sistema por meio de combinações lineares baseadas nas equações do fluxo de potência. Em (Wu e Chen, 2001), é apresentado um método que emprega a teoria básica de circuitos elétricos para a dedução de fatores que representam a contribuição de geradores e/ou cargas no fluxo de potência de cada linha de transmissão. Em (Chang e Guo, 2002), generaliza-se a idéia básica de alocação de funções escalares não lineares para decompor os fluxos entre os agentes do mercado de energia. Recentemente em (Santos e Salgado, 2011) foi proposta uma metodologia 2700

2 de atribuição de parcelas dos fluxos de potência ativa das linhas de transmissão às barras do sistema elétrico, baseada na integração dos fatores de sensibilidade dos fluxos de potência ativa com relação as injeções nodais de potência, obtidos como extensão de uma solução do fluxo de potência CA. Em (Conejo, Contreras, Lima e adilha- Feltrin, 2007; Daniel et al., 2005) é apresentada uma metodologia de alocação de custo e um esquema de alocação de perdas baseados nas matrizes de impedância e admitância de barras, respectivamente, de forma similar à estratégia de alocação de perdas proposta em (Conejo, Galiana e Kockar, 2007). Estas abordagens utilizam como ponto de partida uma solução de fluxo de potência para estimarem as parcelas de alocação por meio das matrizes de rede. A aplicação destes métodos é muito simples. As parcelas do custo e das perdas de transmissão calculadas com o auxílio das matrizes de impedância e admitância de barra são fortemente afetadas pela magnitude das injeções de corrente nas barras. Uma estratégia para dar flexibilidade para este tipo de metodologia, com o objetivo de modificar a fração total alocada aos conjuntos de barras de geração e carga, que pode ser visto como uma melhoria deste tipo de estratégia, é proposta em (Santos et al., 2009; Santos et al., 2010; Salgado et al., 2012). Neste trabalho é proposta uma metodologia para alocar parcelas de fluxo de potência ativa e reativa de linhas de transmissão selecionadas, entre barras de diferentes áreas, com base em formulações obtidas a partir da matriz impedância de barra. É mostrado que estas formulações fornecem uma indicação razoável das parcelas de fluxo de potência atribuídas a cada uma das barras, bem como a identificação das barras que mais influenciam no valor destes fluxos. Isto permite que ações que visem aliviar o carregamento das linhas de transmissão sejam tomadas. Com o objetivo de ilustrar as principais características da metodologia proposta, resultados numéricos obtidos a partir da simulação de dois sistemas teste (com 6 e 30 barras) são mostrados. 2 Formulação Teórica A equação que representa a operação do sistema de potência em regime permanente é dada por, I = YV (1) onde I é o vetor de injeções de corrente complexa das barras de geração e carga, Y é a matrix admitância de barra e V é o vetor das tensões complexas nodais. A Equação (1) pode ser escrita na forma particionada como, [ ] Ig = I l [ ] [ ] Ygg Y gl Vg Y lg Y ll V l (2) onde os índices g e l referem-se a gerador e carga, respectivamente. Os fluxos de corrente complexa nas linhas de transmissão são dados por, [ ] Vg I br = (Y pr1 A + Y pr2 A 1 ) (3) V l onde Y pr1 é a matriz admitância primitiva dos elementos séries das linhas de transmissão; A é a matriz de incidência ramo-nó; Y pr2 é a matriz admitância primitiva dos elementos shunt das linhas de transmissão e; o elemento (i, j) da matriz A 1 é dado por, { 1, se a LT ij inicia na barra i [A 1 ] ij = 0, caso contrário A Equação (2) pode também ser reescrita na forma compacta como, onde Z = V = ZI (4) [ ] 1 Ygg Y gl = R + jx Y lg Y ll é a matrix impedância de barra, e R e X correspondem aos componentes real e imaginário desta matriz. Alternativamente, [ ] [ ] [ ] Vg Zgg Z = gl Ig (5) V l Z lg Z ll I l tal que a substituição da Eq. (4) na Eq. (3) fornece I br = (Y pr1 A + Y pr2 A 1 ) ZI (6) ou na forma compacta, onde I br = C 1 ZI (7) C 1 = (Y pr1 A + Y pr2 A 1 ) As componentes da matriz C 1 Z representam a distância elétrica entre as barras i e j (Conejo, Contreras, Lima e adilha-feltrin, 2007). Em termos de potência complexa, os fluxos de potência nas linhas de transmissão podem ser determinados com o auxílio da Equação (6) como, S br = D Ve (C 1 ZI) (8) 2701

3 onde D Ve é uma matriz diagonal, cujos elementos são as tensões complexas nas barras iniciais das linhas de transmissão. Alternativamente, S br = br + jq br (9) onde br e Q br são vetores cujos componentes são os fluxos de potência ativa e reativa nas linhas de transmissão. A partir das Eqs. (8) e (9), e desde que, br + jq br = D Ve (C 1 Z) I (10) I = D V S onde D V é a matriz diagonal cujos elementos são o inverso das tensões complexas nodais, então br + jq br = D Ve (C 1 Z) D V ( + jq) (11) Os elementos de D Ve (C 1 Z) D V indicam como as injeções de potência complexa contribuem para os fluxos de potência complexa na rede de transmissão. As parcelas definidas por meio desse produto de matrizes fornecem informações a respeito do uso da rede de transmissão por cada barra. Estas parcelas podem ser usadas para estabelecer a fração do custo total de cada usuário da rede de transmissão (gerador ou carga). ode-se representar a matrix complexa D Ve (C 1 Z) D V da Equação (11) por suas componentes real e imaginária, na forma D Ve (C 1 Z) D V = [MD real ] + j[md imag ] (12) Aplicando-se esta relação à Eq.(11), tem-se br + jq br = {[MD real ] + j[md imag ]} ( + jq) (13) Desenvolvendo-se a Eq.(13), e organizando-a algebricamente, obtém-se como resultados, br = [MD real ] [MD imag ]Q (14) Q br = [MD real ]Q + [MD imag ] (15) Os elementos das matrizes [MD real ] e [MD imag ] são fatores de distribuição das injeções equivalentes de potência nos fluxos de potências ativa e reativa das linhas de transmissão. Note que as matrizes são as mesmas para o fluxo de potências ativa e reativa, e seus valores dependem das tensões nodais das barras. ode-se considerar que para pequenas variações no ponto de operação do sistema, estes fatores permanecem inalterados, visto que a variação das tensões nodais será mínima. Isto permite estabelecer uma relação linear entre os fluxos de potências ativa e reativa nas linhas de transmissão e as injeções complexas nodais das barras do sistema, além de uma estratégia que possibilite atuar sobre esses fluxos por meio de uma adequada variação nas injeções complexas das barras. Neste trabalho adotou-se uma estratégia de atuação simples, baseada no cálculo de fatores lineares, conforme se descreve a seguir. 2.1 Fatores de variação Agora, suponha que o fluxo de potência ativa brl na linha de transmissão l, pode ser representado pelas parcelas de fluxo que o compõem, devido as injeções complexas das barras do sistema. brl = 1 br l + + i br l + + n br l e adicionalmente, que ocorra uma variação da parcela de contribuição de fluxo referente à injeção complexa na barra i, i br l, tal que o fluxo de potência modificado é expresso como, br l = 1 br l + + i br l (1 ± α pi ) + + n br l onde α pi é a variação percentual da parcela do fluxo de potência ativa br i l, da linhas de transmissão l. Assim, a variação do fluxo de potência ativa no ramo l é dada por ( brl br l brl ) = β pl = ( i brl brl A partir da Equação (14), ) α pi (16) i br l = M rli i M ili Q i (17) tal que a combinação das Eqs. (17) e (16) fornece β pl = 1 brl (M rli α pi i M ili α pi Q i ) (18) Adotando-se os mesmos procedimentos para o caso do fluxo de potência reativa tem-se β ql = 1 Q brl (M rli α qi Q i + M ili α qi i ) (19) As Equações (18) e (19) fornecem uma aproximação linear para a relação entre a variação dos fluxos de potência ativa e reativa nas linhas de transmissão e a variação das injeções de potência complexa nas barras. Note que, é assumido que as variações nos fatores de distribuição fornecidos pelas matrizes MD r e MD i são suficientemente pequenos. 2702

4 3 Resultados Numéricos Com o objetivo de ilustrar as principais características da metodologia proposta, esta seção apresenta resultados numéricos obtidos para dois sistemas teste de 6 e 30 barras. Os sistemas foram arbitrariamente divididos em duas áreas, referidas como Área 1 e Área Sistema de 6 barras Considere o sistema de 6 barras mostrado na Figura 1 dividido arbitrariamente em duas áreas distintas, sendo definidas como linhas de intercâmbio as linhas 5-6 e 3-4. Na Tabela 1 são mostrados os fluxos de potências ativa e reativa nas linhas de transmissão obtidos a partir da solução de um programa de fluxo de potência. Deseja-se determinar a contribuição de cada barra para os fluxos de potências ativa e reativa nas linhas de intercâmbio, bem como o ajuste necessário para minimizar estes fluxos conforme os estudos de caso. da linha 3-4 e o sinal da parcela associada à barra 3 têm sinais negativos, então um incremento na demanda da barra de carga 3 resulta em um incremento no valor do fluxo de potência ativa. or outro lado, se a demanda na barra 3 é reduzida, então haverá uma consequente redução no fluxo de potência. A parcela de fluxo associada com a injeção de potência da barra de geração 2 tem o sinal oposto ao do fluxo de potência na linha 3-4. Assim um aumento na geração desta barra, resulta em uma redução no valor do fluxo de potência ativa desta linha. No caso da linha 5-6, as maiores influências no valor do fluxo de potência ativa, correspondem às injeções de potência complexa das barras 2 e 5, respectivamente. Trata-se de um caso similar ao caso anterior, ou seja, as injeções em cada uma destas barras tem uma influência inversa sobre o fluxo de potência ativa da linha 5-6. Tabela 2: Sistema teste de 6 barras: parcelas de fluxo de potência ativa - caso base arcelas de fluxo de potência ativa (MW) Linhas Total Figura 1: Sistema teste de 6 barras dividido em duas áreas Tabela 1: Sistema teste de 6 barras: fluxos de potência ativa e reativa - caso base Linha br Q br # De-ara (MW) (Mvar) L L L L L L L Nas Tabela 2 são mostradas as parcelas dos fluxos de potência ativa das linhas de transmissão. Algumas considerações particulares podem ser feitas com relação às linhas 3-4 e 5-6. A maior influência no fluxo de potência da linha 3-4 corresponde às injeções de potência da barra de carga 3 e da barra de geração 2. Os sinais das parcelas de fluxo correspondentes a estas barras indicam que as injeções tem diferentes efeitos sobre os fluxos de potência. Desde que o fluxo de potência ativa Na Tabela 3 são mostrados resultados análogos aos da Tabela 2, em termos de decomposição do fluxo de potência reativa. Note que as injeções de potência complexa que mais influenciam nos valores dos fluxos de potência reativa das linhas 3-4 e 5-6, correspondem às barras 3, 2 e 5, respectivamente. Tabela 3: Sistema teste de 6 barras: parcelas de fluxo de potência reativa - caso base arcelas de fluxo de potência reativa(mvar) Linhas TOTAL A análise prévia fornece uma base para a determinação das ações de ajuste com relação ao monitoramento dos fluxos nas linhas de intercâmbio. Assim, a informação sobre as injeções de potência complexa que têm a maior influência nos fluxos das linhas pode ser usada para aliviar o carregamento das linhas de intercâmbio, conforme estudos de casos descritos a seguir. 2703

5 3.1.1 Estudo de caso - fluxo de potência ativa Suponha que os valores dos fluxos de potência ativa nas linhas de transmissão 3-4 e 5-6 ( MW e 1.92 MW, respectivamente) devem ser reduzidos em torno de 5%. Baseando-se nas análises realizadas previamente, existem duas alternativas disponíveis para efetuar esta ação de ajuste: incrementar a geração de potência ativa na barra 2; reduzir a demanda de potência nas barras 3 e 5. A partir da Eq. (16) e dos dados fornecidos na Tabela 1, as variações nas injeções de potência complexa das barras 2, 3 e 5 (para a linha de transmissão 3-4) são dadas por: α p2 = βp 3 4 br 3 4 = br = 9.65% α p3 = βp 3 4 br 3 4 = br = 3.93% α p5 = βp 3 4 br 3 4 = br = 32.85% Note que, em razão de seu valor, a variação na barra 3 é a que se apresenta mais adequada para a redução do fluxo de potência ativa na barra 3-4. Na Tabela 4 são mostrados os resultados do fluxo de potência para uma redução de 4.0% no valor da demanda da barra 3. Tabela 4: Sistema teste de 6 barras: arcelas de fluxo de potência ativa da linha 3-4 (redução de 4.0% na demanda da barra 3) arcelas de fluxo de potência ativa(mw) Linha TOTAL A partir dos resultados mostrados na Tabela 4, pode-se observar que a redução de 4.0% na demanda da barra 3 levou o valor do fluxo de potência ativa da linha 3-4 de -38,56 MW para -36,54 MW, correspondendo a uma redução percentual de aproximadamente 5,2%, que é muito próximo do valor desejado que era de 5%. Esta pequena diferença pode ser atribuída à aproximação lienar utilizada para determinar a variação aplicada. Agora, considere uma redução de 5% no fluxo de potência da linha 5-6. Neste caso, as seguintes alternativas estão disponíveis: α p2 = βp 5 6 br 5 6 = br = 0.39% α p3 = β p 5 6 br5 6 = br = 1.66% α p5 = β p 5 6 br5 6 = br = 0.40% Note que todos os valores de variação são relativamente pequenos, o que indica uma alta sensibilidade do fluxo de potência na linha de transmissão 5-6 em relação às injeções de potência complexa das barras 2, 3 e 5. Aqui, a alternativa escolhida foi a redução da demanda na barra 3 em aproximadamente 1,6%. Os resultados desta redução são mostrados na Tabela 5. Observa-se que o fluxo de potência na linha 5-6 sofreu uma redução de -1,9171 MW para MW, ou seja, muito próxima da redução desejada. Tabela 5: Sistema teste de 6 barras: arcelas de fluxo de potência ativa da linha 5-6 (redução de 1.6% na demanda da barra 3) arcelas de fluxo de potência ativa(mw) Linhas TOTAL Estudo de caso - fluxo de potência reativa Neste exemplo considera-se que se deseja reduzir o valor do fluxo de potência reativa das linhas de transmissão 3-4 e 5-6. ara esta proposta, as seguintes alternativas estão disponíveis: (1) aumentar a geração de potência reativa na barra 2; (2) reduzir a demanda de potência na barra 3 (para a linha de transmissão 3-4) ou barra 5 (para a linha de transmissão 5-6). Com relação à linha de transmissão 3-4, tem-se as seguintes alternativas: α q2 = βq 3 4 Q br 3 4 = Q br = 14.02% α q3 = βq 3 4 Q br 3 4 = Q br = 3.92% Observa-se que a variação da injeção de potência da barra 2, é muito grande, o que a torna impraticável. Assim a redução no fluxo de potência reativa da linha de transmissão 3-4 será alcançada por meio de uma redução na demanda da barra 3, como mostrado na Tabela 6. Note que o fluxo na linha de transmissão 3-4 foi reduzido de Mvar para Mvar, (aproximadamente 5.5%), ou seja, muito próximo do valor desejado. 2704

6 Tabela 6: Sistema teste de 6 barras: parcelas de fluxo de potência reativa na linhda 3-4 (redução de 3.92% na demanda de potência da barra 3) arcelas de fluxo de potência reativa(mvar) Lines TOTAL No caso da linha de transmissão 5-6, as alternativas correspondem em alterar as injeções de potência reativa nas barras 2 ou 5, tal que os seguintes coeficientes são obtidos: α q2 = β q 5 6 Q br5 6 = Q br = 2.48% α q5 = β q 5 6 Q br5 6 = Q br = 1.65% Os resultados correspondentes à redução de 1,65% na demanda da barra 5, que resultou no decréscimo de 5,8% no valor do fluxo de potência reativa da linha 5-6, são mostrados na Tabela 8. Tabela 7: Sistema teste de 6 barras: parcelass do fluxo de potência reativa na linha 5-6 (redução de 1.65% na demanda da barra 5) arcelas de fluxo de potência reativa (Mvar) Linhas TOTAL Sistema IEEE 30 barras As duas áreas nas quais o sistema IEEE - 30 barras foi dividido arbitrariamente, bem como as correspondentes linhas de intercâmbio (selecionadas como 2-5, 2-6, 4-6, 16-17, 10-20, e 23-24) são mostradas na Figura 2. A Área 1 é composta por 2(dois) geradores, 1(um) compensador síncrono e 10(dez) barras de carga, ao passo que a Área 2 compreende 3(três) compensadores síncronos e 8(oito) barras de carga. Os dados de geração e demanda destas áreas podem ser sumarizados como: Area 1: Geração: 302,82 MW e 27,75 Mvar; Demanda: 78,9MW e 35,50 Mvar. Area 2: Geração: 149,45 Mvar; Demanda: 204,50 MW e 90,70 Mvar. Note que na Área 2 não existe geração de potência ativa, desta forma, toda sua demanda de potência Figura 2: Sistema IEEE 30 barras - linhas de intercâmbio ativa é suprida pela Área 1, por meio das linhas de intercâmbio. Os fluxos de potência ativa e reativa que circulam pelas linhas de intercâmbio são mostrados na Tabela 8. Tabela 8: sistema teste IEEE 30 barras - fluxo de potência nas linhas LT br Q br Ini-Fin (MW) (Mvar) , , ,1171-4, , ,8844 6, ,4980-4, ,5189-2,3221 ode-se observar que as linhas de intercâmbio com os maiores níveis de carregamento são as linhas 2-5 e 4-6, que serão escolhidas para exemplificar a aplicação da metodologia proposta. or meio da da Eq. (14) pode-se identificar as cinco barras com maiores influências no fluxo de potência ativa destas linhas de transmissão. Os resultados são apresentados na Tabela 9. Observa-se que a barra 5 tem a maior influência nos fluxos de potência ativa das linhas de transmissão 2-5 e 4-6. Nos dois casos, tratase de uma influência direta, ou seja, um aumento ou redução na demanda desta barra provocará um consequente e respectivo aumento ou redução nos fluxos de potência ativa das referidas linhas de transmissão (intercâmbio). Resultados similares 2705

7 para o fluxo de potência reativa são mostrados na Tabela 10. Tabela 9: sistema teste IEEE 30-barras: parcelas dos fluxos de potência das linhas de transmissão 2-5 e caso base arcelas de fluxo de potência ativa (MW) Linha , ,7065 2,5431-2,2882-1,0805 arcelas de fluxo de potência ativa (MW) Linha Tabela 10: Sistema teste IEEE 30-barras: parcelas dos fluxos de potência das linhas de transmissão 2-5 e caso base arcelas de fluxo de potência reativa (Mvar) Linha arcelas de fluxo de potência reativa (Mvar) Linha Neste caso, a barra 2 tem a maior influência no fluxo de potência reativa da linha de transmissão 2-5, tendo sobre este fluxo uma influência direta, ou seja um aumento ou redução da geração desta barra provocará um respectivo aumento ou redução no valor do fluxo de potência reativa da referida linha. ara a linha de transmissão 4-6, verifica-se que a maior influência está relacionada à barra 8, tratando-se agora de uma influência inversa, ou seja, um aumento ou redução na injeção de potência desta barra, provocará uma consequente redução ou aumento no valor do fluxo de potência reativa na linha, respectivamente Estudo de caso Considere um incremento de 50% na demanda total da Área 2. Os resultados obtidos para esta nova condição de operação são mostrados na Tabela 11. Tabela 11: Sistema IEEE 30 barras: fluxo de potência nas linhas de intercâmbio - incremento de 50% na demanda da Área 2) LT br Q br Ini-Fin (MW) (Mvar) O aumento na demanda da Área 2 resultou em um aumento no fluxo de potência ativa de ambas as linhas de intercâmbio 2-5 e 4-6, uma vez que toda a demanda de potência ativa da Área 2 é suprida pela Área 1. As parcelas dos fluxos de potência ativa destas linhas de intercâmbio associadas às cinco barras cujas injeções apresentam as maiores influências nestes fluxos são mostradas na Tabela 12. Tabela 12: Sistema teste IEEE 30 barras: parcelas dos fluxos de potência das linhas de transmissão 2-5 e aumento de 30% na demanda da Área 2 arcelas de fluxo de potência ativa (MW) Linha arcelas de fluxo de potência ativa (MW) Linha A barra 5 tem a maior influência nos fluxos de intercâmbio de potência. Desta forma, uma ação de controle nos fluxos de intercâmbio das linhas 2-5 e 4-6 pode ser realizada por meio da variação da injeção de potência na barra 5. Suponhamos que com o aumento da demanda na Área 2, o fluxo de potência ativa na linha de intercâmbio 2-5 encontra-se no limite, e deseja-se reduzir este fluxo em aproximadamente 3 % deste valor. A partir da Eq. (16) e dos resultados mostrados nas Tabelas (12) e (13), a variação na injeção de potência complexa na barra 5 é dada por α p5 = βp 2 5 br br 2 5 = = 6.47% Na Tabela (13) são mostrados os resultados dos fluxos de intercâmbio para uma redução de 6,47 % na demanda da barra 5. Tabela 13: Sistema IEEE 30 barras: fluxo de potência nas linhas de intercâmbio - incremento de 50% na demanda da Área 2) LT br Q br De-ara (MW) (Mvar) A partir dos resultados mostrados na Tabela (13), nota-se que com a redução de 6,47 % no valor da demanda da barra 5, o fluxo de potência ativa na barra 2-5 passou de 125,90 MW para 119,98 MW, uma redução de aproximadamente 4,7% que é próximo do valor da redução pretendida que era de 3%. ode-se atribuir esta pequena diferença à aproximação linear utilizada para a estimativa. 2706

8 4 Conclusões As relações de sensibilidade de primeira ordem entre os fluxos nas linhas de transmissão e as injeções de potência nas barras podem ser facilmente obtidas por meio da matriz impedância de barra. Estas relações fornecem percepções qualitativas e quantitativas sobre como efetuar um controle dos fluxos de potência nas linhas de transmissão, modificando as injeções de potência complexa nas barras, ou seja, a geração e a carga. A atribuição de parcelas do fluxo de potência para cada barra permite identificar quais as barras que possibilitam um controle mais eficiente dos fluxos de potência das linhas de intercâmbio selecionadas. Os resultados numéricos apresentados neste estudo enfatiza o potencial da metodologia proposta para ser aplicada em problemas de alocação, tal como o custo do congestionamento e o uso das linhas de transmissão. Referências Bialek, J. (1998). Alocation of transmission supplementary to real and reactive loads, IEEE Transactions on ower Systems 13(3): Chang, N. e Guo, Z. (2002). Decomposition of power flow in bilateral/multilateral and poolco power markets, ower System Technology - roceedings owercon 4: Conejo, A. J., Contreras, J., Lima, A. D. e adilha-feltrin, A. (2007). Zbus transmission network cost allocation, IEEE Transactions on ower Systems 22(1): transmission open acess, IEEE Transactions on ower Systems 10(2): Salgado, R. S., Santos, B. F. e Saavedra, O. R. (2012). New Series - Advances in Energy Research Vol. 8 - Chapter 15, Nova ublishers. Santos, B. F. e Salgado, R. S. (2011). Alocação de fluxos e custos do sistema de transmissão via fatores de sensibilidade integrados, In: IX Congresso Latino-Americano de Geração e Transmissão de Energia Elétrica - CLAG- TEE Santos, B. F., Salgado, R. S. e Saavedra, O. R. (2010). Alocação de perdas de transmissão via matriz admitância de barra modificada, roceedings of the 3o. Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos - SBSE, Belém-A, Brasil. Santos, B., Salgado, R. e Saavedra, O. (2009). Alocação de custos de transmissãoo via teoria de circuitos, roceedings of the 8th Latinamerican congress on electricity generation and transmission - CLAGTEE, Ubatuba-S, Brasil. Wu, Z. Q. e Chen, G. Z. (2001). Mva power flow and loss analysis for electricity market, IEEE roceedings on Generation, Transmission and Distribution 148(2): Zobian, A. e Ilic, M. (1997). Unbundling of transmission and ancillary services part i: technical issues, IEEE Transactions on ower Systems 12(2): Conejo, A. J., Galiana, F. D. e Kockar, I. (2007). Zbus loss allocation, IEEE Transactions on ower Systems 16(1): Daniel, J. S., Salgado, R. S. e Irving, M. R. (2005). Transmission loss allocation through a modified ybus, roceedings of the IEE - Generation, Transmission and Distribution 152(2): Fradi, A., S.Brignone e Wollenberg, B. F. (2001). Calculation of energy transaction allocation factors, IEEE Transactions on ower Systems 16(2): Kirschen, D. S., Allan, R. N. e Strbac, G. (1997). Contributions of individual generators to loads and flows, IEEE Transactions on ower Systems 12(1): Rudnick, H., alma, R. e Fernández, J. E. (1995). Marginal pricing and supplement cost in 2707

7 Referências Bibliográficas

7 Referências Bibliográficas 7 Referências Bibliográficas ANEEL, Resolução n 0 265, de 10 de junho de 2003. Estabelece os procedimentos de serviços ancilares de geração e transmissão. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

Leia mais

2 Métodos de Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão

2 Métodos de Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão 2 Métodos de Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão Neste capítulo serão apresentados os métodos de alocação de custos utilizados na análise de resultados no Capítulo 4. Os métodos apresentados

Leia mais

4 Determinação da Sub-Rede, Avaliação do Caminho e do Ramo de Transmissão mais Carregado: Novas Ideias

4 Determinação da Sub-Rede, Avaliação do Caminho e do Ramo de Transmissão mais Carregado: Novas Ideias 4 Determinação da Sub-Rede, Avaliação do Caminho e do Ramo de Transmissão mais Carregado: Novas Ideias Uma vez avaliado o carregamento do sistema e detectada uma barra crítica, seja de carga ou geração,

Leia mais

1 Introdução. 1.1 Considerações Iniciais

1 Introdução. 1.1 Considerações Iniciais 1 Introdução 1.1 Considerações Iniciais O setor de energia elétrica em diferentes países do mundo, assim como no Brasil, está passando por grandes mudanças estruturais e de regulamentação. Os sistemas

Leia mais

9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015

9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015 MATPOWER COMO FERRAMENTA PARA ANÁLISE DO FLUXO DE POTÊNCIA EM SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA Pablo Henrique Camilo Capuchinho 1 ; Edilberto Pereira Teixeira 2 1, 2 Universidade de Uberaba pablo.henriquecamilo@gmail.com¹;

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA. Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA. Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Bartolomeu Ferreira dos Santos Junior APLICAÇÃO DAS MATRIZES DE REDE EM PROBLEMAS DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS, PERDAS E FLUXOS NO SISTEMA

Leia mais

O estudo do fluxo de carga

O estudo do fluxo de carga Análise de Sistemas de Potência (ASP) O estudo do fluxo de carga Fluxo de carga ferramenta de análise de redes (regime permanente) Utilização operação em tempo real e planejamento da operação e expansão

Leia mais

Modelagem e Análise de. Sistemas Elétricos em. Regime Permanente. Sérgio Haffner

Modelagem e Análise de. Sistemas Elétricos em. Regime Permanente. Sérgio Haffner Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente Sérgio Haffner http://slhaffner.phpnet.us/ haffner@ieee.org slhaffner@gmail.com Desenvolvido para ser utilizado como notas de aula para a

Leia mais

3 Método para Cálculo dos Caminhos de Transmissão e Escolha do Ramo Crítico

3 Método para Cálculo dos Caminhos de Transmissão e Escolha do Ramo Crítico 3 Método para Cálculo dos e Escolha do Ramo Crítico Uma vez avaliado o carregamento do sistema e detectada uma barra crítica seja de carga ou geração, deve-se determinar a sub-rede para transmitir potência

Leia mais

EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência

EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência Antonio Simões Costa UFSC - LABSPOT A. Simões Costa (UFSC - Labspot) 1 / 35 Introdução Fluxo de Potência: aplicativo mais utilizado no apoio à operação de

Leia mais

2 Caracterização do Fenômeno de Estabilidade de Tensão e Índices de Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão

2 Caracterização do Fenômeno de Estabilidade de Tensão e Índices de Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão 2 Caracterização do Fenômeno de Estabilidade de Tensão e Índices de Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão 2.1. Introdução O objetivo deste capítulo é caracterizar o fenômeno de estabilidade

Leia mais

EEL 7100 Exercício: Fluxo de Potência pelo Método de Newton-Raphson

EEL 7100 Exercício: Fluxo de Potência pelo Método de Newton-Raphson EEL 7100 Exercício: Fluxo de Potência pelo Método de Newton-Raphson Antonio Simões Costa UFSC - LABSPOT A. Simões Costa (UFSC - Labspot) 1 / 21 Exercício: Fluxo de Potência pelo método de N-R (I) Dados

Leia mais

Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão em Sistemas Multiárea

Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão em Sistemas Multiárea Juan Carlos Vargas Parra Alocação de Custos pelo Uso do Sistema de Transmissão em Sistemas Multiárea Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre

Leia mais

PUC-Rio. Subestações. Fluxo de Potência (Trabalho 2) PROFESSOR : Delberis Araujo Lima

PUC-Rio. Subestações. Fluxo de Potência (Trabalho 2) PROFESSOR : Delberis Araujo Lima PUC-Rio Fluxo de Potência (Trabalho 2) PROFESSOR : Delberis Araujo Lima 1 Considere os 19 consumidores fornecidos com as demandas representativas em carga leve, média e pesada alocados no alimentador na

Leia mais

Fluxo de Potência Ótimo

Fluxo de Potência Ótimo Fluxo de Potência Ótimo Djalma M. Falcão Programa de Engenharia Elétrica COPPE/UFRJ Parte 1 Abril 2008 1 / 26 Definição O Fluxo de Potência Ótimo (FPO) tem como objetivo a otimização da condição estática

Leia mais

Modelagem e Análise de. Sistemas Elétricos em. Regime Permanente. Sérgio Haffner

Modelagem e Análise de. Sistemas Elétricos em. Regime Permanente. Sérgio Haffner Modelagem e Análise de Sistemas Elétricos em Regime Permanente Sérgio Haffner http://slhaffner.phpnet.us/ haffner@ieee.org slhaffner@gmail.com Desenvolvido para ser utilizado como notas de aula para o

Leia mais

3 Avaliação da Existência do Fenômeno

3 Avaliação da Existência do Fenômeno 3 Avaliação da Existência do Fenômeno 3.1 Descrição e Importância do Problema Os geradores síncronos são fontes primárias de potência reativa e são em grande parte responsáveis pela manutenção de um adequado

Leia mais

8 Referências Bibliográficas

8 Referências Bibliográficas 8 Referências ibliográficas bdelkader S., 2007, "Transmission Loss llocation through Complex Power Flow Tracing", IEEE Transactions on Power Systems, vol. 22, no. 4, pp. 2240-2248. NCOMER, 2002, pertura

Leia mais

Análise de Sensibilidade de Primeira Ordem Aplicada a Sistemas Elétricos de Potência

Análise de Sensibilidade de Primeira Ordem Aplicada a Sistemas Elétricos de Potência Análise de Sensibilidade de Primeira Ordem Aplicada a Sistemas Elétricos de Potência William M. da Rosa 1, Priscila Rossoni 2, Edmarcio A. Belati 3, Edmea C. Baptista 4 (1,2,3) - Centro de Engenharia,

Leia mais

4 Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Após Atuação Inversa dos Equipamentos de Controle

4 Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Após Atuação Inversa dos Equipamentos de Controle 103 4 Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Após Atuação Inversa dos Equipamentos de Controle 4.1. Introdução Neste capítulo o objetivo é avaliar as condições de estabilidade de tensão após

Leia mais

Marcelo de Melo Araújo. Método de Alocação de Custos de Suporte de Potência Reativa Baseado em Leis de Circuitos. Dissertação de Mestrado

Marcelo de Melo Araújo. Método de Alocação de Custos de Suporte de Potência Reativa Baseado em Leis de Circuitos. Dissertação de Mestrado Marcelo de Melo Araújo Método de Alocação de Custos de Suporte de Potência Reativa Baseado em Leis de Circuitos Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título

Leia mais

Despacho Econômico Considerando as Perdas de Transmissão

Despacho Econômico Considerando as Perdas de Transmissão Capítulo 1 Despacho Econômico Considerando as Perdas de Transmissão 1.1 Introdução Até agora, os métodos de despacho econômico apresentados têm ignorado as perdas de transmissão. Entretanto, as perdas

Leia mais

EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência

EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência EEL 7100 Matrizes de Rede e Fluxo de Potência Antonio Simões Costa UFSC - LABSPOT A. Simões Costa (UFSC - Labspot) 1 / 26 Introdução Fluxo de Potência: aplicativo mais utilizado no apoio à operação de

Leia mais

V x P,Q. Também deseja-se verificar o porquê do índice

V x P,Q. Também deseja-se verificar o porquê do índice 5 Casos Especiais Neste capítulo realiza-se uma análise de algumas barras do sistema elétrico brasileiro onde ocorrem índices não esperados. Deseja-se verificar que fatores poderiam estar levando as barras

Leia mais

UPFC. Unified Power Flow Controller. Marcel Shunji Aoki Rafael Nogara

UPFC. Unified Power Flow Controller. Marcel Shunji Aoki Rafael Nogara UPFC Unified Power Flow Controller Marcel Shunji Aoki Rafael Nogara O que é: É um dispositivo elétrico projetado para compensar potência reativa rapidamente em redes de transmissão de alta tensão. É o

Leia mais

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIODÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO, CAMPUS III ARACAJU, SERGIPE MATERIAL PARA AULA DO ENAD ÁREA ESPECÍFICA

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIODÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO, CAMPUS III ARACAJU, SERGIPE MATERIAL PARA AULA DO ENAD ÁREA ESPECÍFICA ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIODÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO, CAMPUS III ARACAJU, SERGIPE MATERIAL PARA AULA DO ENAD ÁREA ESPECÍFICA SISTEMAS ELÉTRICOS II ENGENHARIA ELÉTRICA Prof. José Valter Alves Domingues

Leia mais

Equivalentes Externos

Equivalentes Externos Equivalentes Externos Antonio Simões Costa e Roberto Salgado LABSPOT A. Simões Costa e R. Salgado (LABSPOT) Equiv. Externos 1 / 49 Equivalentes Externos -Introdução (I) Problemas de análise de redes que

Leia mais

4 Teoria de Circuitos Elétricos

4 Teoria de Circuitos Elétricos 4 Teoria de Circuitos Elétricos 4.1 ntrodução Neste capítulo apresenta-se uma revisão de conceitos necessários para o desenvolvimento deste trabalho, onde são determinadas as bases para a análise de circuitos

Leia mais

3 Análise da Estabilidade de Tensão em um Sistema Elétrico de Potência

3 Análise da Estabilidade de Tensão em um Sistema Elétrico de Potência 3 Análise da Estabilidade de Tensão em um Sistema Elétrico de Potência O problema de estabilidade de tensão normalmente ocorre em sistemas muito carregados. Uma perturbação que leva ao colapso de tensão

Leia mais

Contribuição de Geradores no Carregamento de Sistemas de Distribuição

Contribuição de Geradores no Carregamento de Sistemas de Distribuição XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Contribuição de Geradores no Carregamento de Sistemas de Distribuição Edgardo G.C.Palomino

Leia mais

Fluxo de Potência via Método de Newton-Raphson

Fluxo de Potência via Método de Newton-Raphson Fluxo de Potência via Método de Newton-Raphson Fluxo de Potência via Método de Newton- Raphson Visão Genérica Joinville, 2 de Maio de 2013 Escopo dos Tópicos Abordados Solução do Fluxo de Potência via

Leia mais

4 Modelo Proposto para Transformador com Tap Variável e Impacto em Estudos de Estabilidade de Tensão

4 Modelo Proposto para Transformador com Tap Variável e Impacto em Estudos de Estabilidade de Tensão 4 Modelo Proposto para Transformador com Tap Variável e Impacto em Estudos de Estabilidade de Tensão A representação de equipamentos elétricos através de simples combinações de resistências e reatâncias

Leia mais

4 Análise em Regime Permanente e no Domínio do Tempo de Problemas de Estabilidade de Tensão em Sistemas Reais

4 Análise em Regime Permanente e no Domínio do Tempo de Problemas de Estabilidade de Tensão em Sistemas Reais 4 Análise em Regime Permanente e no Domínio do Tempo de Problemas de Estabilidade de Tensão em Sistemas Reais 4.1 Introdução O objetivo deste capítulo é o entendimento das situações operativas reais de

Leia mais

6.1.1 Fluxo de Potência do Lado de Baixa para o Lado de Alta Tensão

6.1.1 Fluxo de Potência do Lado de Baixa para o Lado de Alta Tensão 6 Resultados 6.1 Teste em Laboratório Com o objetivo de se verificar os efeitos reais da variação do tap de um transformador com tap variável, para cada sentido do fluxo de potência através do mesmo, foram

Leia mais

P Q7R S T U V R WS X X YZ X T [ Y \ ] X [ Q*Y ^ _

P Q7R S T U V R WS X X YZ X T [ Y \ ] X [ Q*Y ^ _ ! " # $! &%'! ()*) ( +!, -*. /*0 1*- 4 5 /76 8:9; 6 < 8 /*6 =!; 6 < 5 ; >? ; 0 1*- @ A*BA*CA = A =! D ; 6'E FG C 974HI+ A 4/* ;, J /E FG C 974KL AIM&A*N ; 5 ;.OFG C 974 E-mailP Q7R S T U V R WS X X YZ

Leia mais

Implementação de Metodologias de Alocação de Perdas de Transmissão para a Rede Básica Brasileira

Implementação de Metodologias de Alocação de Perdas de Transmissão para a Rede Básica Brasileira Implementação de Metodologias de Alocação de Perdas de Transmissão para a Rede Básica Brasileira Carlos Fernandes-Filho, Gustavo Barreto, Juan Carlos Mateus, Student Member IEEE, Pablo Cuervo, Senior Member

Leia mais

COMPARAÇÃO DE PROPOSTAS PARA ALOCAÇÃO DOS CUSTOS DE PERDAS NA TRANSMISSÃO

COMPARAÇÃO DE PROPOSTAS PARA ALOCAÇÃO DOS CUSTOS DE PERDAS NA TRANSMISSÃO COMPARAÇÃO DE PROPOSTAS PARA ALOCAÇÃO DOS CUSTOS DE PERDAS NA TRANSMISSÃO Delberis Araujo Lima UNESP Campus de Ilha Solteira Av. Barsil 56, Ilha Solteira - SP Fone: (18) 3743 1150 delberis@aluno.feis.unesp.br

Leia mais

ET720 Sistemas de Energia Elétrica I. Capítulo 4: Transformadores de potência. Exercícios

ET720 Sistemas de Energia Elétrica I. Capítulo 4: Transformadores de potência. Exercícios ET720 Sistemas de Energia Elétrica I Capítulo 4: Transformadores de potência Exercícios 4.1 Um transformador monofásico de dois enrolamentos apresenta os seguintes valores nominais: 20 kva, 480/120 V,

Leia mais

Análise crítica do aspecto locacional da alocação de custos de utilização da rede de transmissão de energia elétrica

Análise crítica do aspecto locacional da alocação de custos de utilização da rede de transmissão de energia elétrica 1 Análise crítica do aspecto locacional da alocação de custos de utilização da rede de transmissão de energia elétrica Elias K. Tomiyama e Carlos A. Castro, Senior Member, IEEE Resumo--O objetivo deste

Leia mais

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014

Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 DESAGREGAÇÃO DO USO DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO UTILIZANDO TEORIA DOS JOGOS Gabriel A do Nascimento, Osvaldo R Saavedra, Yuri P Molina Av dos Portugueses, 1966, Bacanga Instituto de Energia Elétrica, Universidade

Leia mais

LT como Quadripolos. Os parâmetros ABCD são conhecidos como constantes genéricas do quadripolo equivalente de uma LT de parâmetros distribuídos:

LT como Quadripolos. Os parâmetros ABCD são conhecidos como constantes genéricas do quadripolo equivalente de uma LT de parâmetros distribuídos: LT como Quadripolos LT como Quadripolos LT como Quadripolos Os parâmetros ABCD são conhecidos como constantes genéricas do quadripolo equivalente de uma LT de parâmetros distribuídos: LT como Quadripolos

Leia mais

Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Considerando a Regulação Primária e Parâmetros da Rede Variáveis com a Frequência

Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Considerando a Regulação Primária e Parâmetros da Rede Variáveis com a Frequência Diana Margarita Garcia Martinez Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão Considerando a Regulação Primária e Parâmetros da Rede Variáveis com a Frequência Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada

Leia mais

Fluxo de Potência Ótimo

Fluxo de Potência Ótimo Fluxo de Potência Ótimo Antonio Simões Costa GSP - Labspot A. Simões Costa (GSP-Labspot) FPO 1 / 61 Fluxo de Potência Ótimo Formulação generalística para diversos problemas de otimização da operação de

Leia mais

étodos uméricos SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES (Continuação) Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

étodos uméricos SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES (Continuação) Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA étodos uméricos SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES (Continuação) Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE DE JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA CENTRO

Leia mais

Suporte de Potência Reativa como um Serviço Ancilar

Suporte de Potência Reativa como um Serviço Ancilar Suporte de Potência Reativa como um Serviço Ancilar T. Sousa, J. A. Jardini, M. Masuda, R. A. de Lima Resumo A partir do processo de desverticalização do Setor Elétrico surgiu a necessidade de atribuir

Leia mais

2 Estabilidade de Tensão

2 Estabilidade de Tensão 2 Estabilidade de Tensão 2.1 Caracterização do Fenômeno de Estabilidade de Tensão 2.1.1 Introdução Considere que o sistema elétrico apresentado na Figura 2.1 não apresenta qualquer limitação: capacidade

Leia mais

5 Análise do Efeito do Controle de Tensão com LTCs

5 Análise do Efeito do Controle de Tensão com LTCs 92 5 Análise do Efeito do Controle de Tensão com LTCs 5.1 Introdução Neste capítulo será avaliado o efeito de ações de controle de tensão através de transformadores de tapes variáveis em regime permanente

Leia mais

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4.1 Introdução O crescimento do sistema de energia elétrica, o aumento do número de interligações e a sofisticação dos modelos para representação dos componentes de

Leia mais

LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA LTE. Fluxos de Potência entre dois Barramentos

LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA LTE. Fluxos de Potência entre dois Barramentos LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA LTE Fluxos de Potência entre dois Barramentos Tópicos da Aula (parte 1) Modelos de Linhas de Transmissão Linhas Curtas: Fluxos da LT sem perdas ativas Diagrama Fasorial

Leia mais

3 Equação de Estado. 3.1 Introdução

3 Equação de Estado. 3.1 Introdução Equação de estado 3 Equação de Estado 3.1 Introdução No capítulo anterior, foi apresentado um método para representação de redes elétricas. O método apresentado contém integrais de tensão e corrente, que

Leia mais

Um Novo Filtro para a Norma ABNT 10303

Um Novo Filtro para a Norma ABNT 10303 Um Novo Filtro para a Norma ABNT 0303 André Luís Dalcastagnê andre@linse.ufsc.br LINSE: Circuitos e Processamento de Sinais Departamento de Engenharia Elétrica, UFSC Campus Universitário, 88040-900 - Florianópolis

Leia mais

2 Análise e simulação de redes elétricas lineares

2 Análise e simulação de redes elétricas lineares Análise e simulação de redes elétricas lineares 2 Análise e simulação de redes elétricas lineares 2.1 Introdução Neste capítulo será feita uma revisão de conceitos fundamentais de redes elétricas. Também

Leia mais

Controle de Sistemas Interligados. Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ

Controle de Sistemas Interligados. Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ Controle de Sistemas Interligados Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ Regulação de Tensão Curso EEE612 CSI (Prof. Glauco Taranto) 2 Diagrama esquemático de um gerador

Leia mais

7.0 Representação Matricial de Redes P r o f. F l á v i o V a n d e r s o n G o m e s

7.0 Representação Matricial de Redes P r o f. F l á v i o V a n d e r s o n G o m e s UIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Análise de Sistemas Elétricos de Potência 7. Representação atricial de Redes P r o f. F l á v i o V a n d e r s o n G o m e s E - m a i l : f l a v i o. g o m e s @

Leia mais

3 Análise do Efeito do Controle de Tensão em Geradores

3 Análise do Efeito do Controle de Tensão em Geradores 3 Análise do Efeito do Controle de Tensão em Geradores O interesse é avaliar o efeito de ações de controle em regime permanente e no domínio do tempo. Para tal é necessário conhecer as características

Leia mais

Neste capítulo são apresentados os modelos de carga mais representativos e a descrição das perdas elétricas nos sistemas de distribuição.

Neste capítulo são apresentados os modelos de carga mais representativos e a descrição das perdas elétricas nos sistemas de distribuição. 2 Fundamento Teórico Neste capítulo são apresentados os modelos de carga mais representativos e a descrição das perdas elétricas nos sistemas de distribuição. 2.1 Modelos de carga Para apresentar os modelos

Leia mais

SVC Static VAr Compensator. Juliano Menezes Luis Gustavo Dias de Souza

SVC Static VAr Compensator. Juliano Menezes Luis Gustavo Dias de Souza SVC Static VAr Compensator Juliano Menezes Luis Gustavo Dias de Souza Introdução Excesso de reativo: Baixo FP; Aumento das correntes que percorrem os condutores, levando a maiores perdas; Punições, multas;

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA ESTUDOS DE CURTOS-CIRCUITOS, FLUXO DE POTÊNCIA E CÁLCULO DE TENSÃO EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA ESTUDOS DE CURTOS-CIRCUITOS, FLUXO DE POTÊNCIA E CÁLCULO DE TENSÃO EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA ESTUDOS DE CURTOS-CIRCUITOS, FLUXO DE POTÊNCIA E CÁLCULO DE TENSÃO EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA Johnny S. Andrade*¹, Lauro de V. B. M. Neto¹, Nilo S.

Leia mais

SENDI Aplicação de Fluxo de Potência Ótimo na Operação e Planejamento de Curto Prazo

SENDI Aplicação de Fluxo de Potência Ótimo na Operação e Planejamento de Curto Prazo SENDI 2004 Aplicação de Fluxo de Potência Ótimo na Operação e Planejamento de Curto Prazo José Henrique de Oliveira Vilela Companhia Energética de Brasília CEB Brasília/DF Brasil josehenrique@ceb.com.br

Leia mais

5 Formulação Dinâmica Não Linear no Domínio da Frequência

5 Formulação Dinâmica Não Linear no Domínio da Frequência 129 5 Formulação Dinâmica Não Linear no Domínio da Frequência No Capítulo 2, foram apresentadas as formulações para a análise dinâmica de estruturas reticuladas no domínio do tempo, sendo uma informação

Leia mais

3 Avaliação do Modelo Usual de Transformador com Tap Variável em Estabilidade de Tensão

3 Avaliação do Modelo Usual de Transformador com Tap Variável em Estabilidade de Tensão 3 Avaliação do Modelo Usual de Transformador com Tap Variável em Estabilidade de Tensão 3.1 Modelo Usual de Transformador com Tap Variável 3.1.1 Transformadores em Regime Permanente A partir dos ensaios

Leia mais

1 Introdução. 1.1 Considerações Gerais

1 Introdução. 1.1 Considerações Gerais 1 Introdução 1.1 Considerações Gerais Depois de seguidas ocorrências de colapso em sistemas elétricos devido ao fenômeno de estabilidade de tensão, o assunto tornou-se tema de muitos estudos. O sistema

Leia mais

4 Métodos para Alocação de Custo de Capital de Fontes de Potência Reativa

4 Métodos para Alocação de Custo de Capital de Fontes de Potência Reativa 4 Métodos para Alocação de Custo de Capital de Fontes de Potência Reativa 4 Considerações Gerais O suporte de potência reativa [Prada, 2000] é um serviço de provisão de capacidade de geração/absorção de

Leia mais

OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA. TEE Aula 01 Prof. Vitor Hugo Ferreira

OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA. TEE Aula 01 Prof. Vitor Hugo Ferreira Universidade Federal Fluminense Centro Tecnológico Escola de Engenharia Departamento de Engenharia Elétrica OPERAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA TEE-04091 Aula 01 Prof. Vitor Hugo Ferreira Principais tópicos

Leia mais

TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Graduação em Engenharia Elétrica TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA PROF. FLÁVIO VANDERSON GOMES E-mail: flavio.gomes@ufjf.edu.br Aula Número: 06 2 - 3 4 5 6 7 8 9 10

Leia mais

MODELAGEM PARA SIMULAÇÃO EM TEMPO REAL DE UM CONVERSOR CA-CC

MODELAGEM PARA SIMULAÇÃO EM TEMPO REAL DE UM CONVERSOR CA-CC MODELAGEM PARA SIMULAÇÃO EM TEMPO REAL DE UM CONVERSOR CA-CC Raoni de Araújo Pegado 1 ; Karcius Marcelus Colaço Dantas 2. 1 Aluno da Universidade Federal de Campina Grande, raoni.pegado@ee.ufcg.edu.br;

Leia mais

Distribution System Analysis with Wind Generation by Means of Sensitivity Technique

Distribution System Analysis with Wind Generation by Means of Sensitivity Technique 476 IEEE LATIN AMERICA TRANSACTIONS, VOL. 16, NO. 2, FEB. 2018 Distribution System Analysis with Wind Generation by Means of Sensitivity Technique E. A. Belati, L. C. O. Molina, W. M. da Rosa and T. Sousa

Leia mais

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4.1. Introdução Os sistemas de potência interligados vêm adquirindo maior tamanho e complexidade, aumentando a dependência de sistemas de controle tanto em operação

Leia mais

XLVI Pesquisa Operacional na Gestão da Segurança Pública

XLVI Pesquisa Operacional na Gestão da Segurança Pública ESTUDO DE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA UTILIZANDO ANÁLISE DE SENSIBILIDADE Priscila Rossoni Universidade Federal do ABC (UFABC) e-mail: priscila.rossoni@ufabc.edu.br William Moreti da Rosa

Leia mais

6 Circuito Equivalente de Thévenin em Estabilidade de Tensão

6 Circuito Equivalente de Thévenin em Estabilidade de Tensão 80 6 Circuito Equivalente de Thévenin em Estabilidade de Tensão O teorema de Thévenin estabelece que qualquer sistema elétrico linear, de determinada complexidade, pode ser representado, a partir de dois

Leia mais

Projeto e Implementação de um Módulo Didático para Controle PID de Processos Industriais: Estudo de Caso Aplicado a um Sistema de Nível de Líquido

Projeto e Implementação de um Módulo Didático para Controle PID de Processos Industriais: Estudo de Caso Aplicado a um Sistema de Nível de Líquido Projeto e Implementação de um Módulo Didático para Controle PID de Processos Industriais: Estudo de Caso Aplicado a um Sistema de Nível de Líquido Allan Martins¹, Jéssica Aguiar¹, Paulo Henrique Melo¹,

Leia mais

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO X GRUPO DE ESTUDOS DE DESEMPENHO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GDS

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GRUPO X GRUPO DE ESTUDOS DE DESEMPENHO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GDS XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Versão 10 XXXYY 22 a 25 Novembro de 2009 Recife - PE GRUPO X GRUPO DE ESTUDOS DE DESEMPENHO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - GDS EQUIVALENTES

Leia mais

Fausto de Marttins Netto. Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão para Avaliação da Segurança de Tensão DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Fausto de Marttins Netto. Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão para Avaliação da Segurança de Tensão DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Fausto de Marttins Netto Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão para Avaliação da Segurança de Tensão DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Departamento de Engenharia Elétrica Programa de Pós-Graduação

Leia mais

Controle Digital: Sempre é Possível Projetar um Controlador via Análise do Lugar das Raízes?

Controle Digital: Sempre é Possível Projetar um Controlador via Análise do Lugar das Raízes? Controle Digital: Sempre é Possível Projetar um Controlador via Análise do Lugar das Raízes? Junho de 2016 I Uma das técnicas mais utilizadas para projeto controladores é a Alocação de Polos e Zeros via

Leia mais

Compensador Ativo de Reativos - SVC

Compensador Ativo de Reativos - SVC Compensador Ativo de Reativos - SVC CEN : Condicionadores de Energia Julho 2013 Compensadores Ativos de Reativos Um compensador de reativos ideal é um dispositivo capaz de realizar ajuste contínuo de sua

Leia mais

TE045 CIRCUITOS ELÉTRICOS II

TE045 CIRCUITOS ELÉTRICOS II TE045 CIRCUITOS ELÉTRICOS II O QUE SÃO? Duas portas separadas para entrada e saída; Não há ligações externas; Elementos lineares; Não contém fontes independente. Dois pares de terminais funcionando como

Leia mais

Análise de Observabilidade baseada em Variâncias de Medidas Estimadas

Análise de Observabilidade baseada em Variâncias de Medidas Estimadas Análise de Observabilidade baseada em Variâncias de Medidas Estimadas W. A. Oliveira e M. C. de Almeida Resumo--Neste trabalho é apresentado uma metodologia completa para análise de observabilidade de

Leia mais

SISTEMAS ELÉTRICOS. CURTO CIRCUITO Aula 2 Prof. Jáder de Alencar Vasconcelos

SISTEMAS ELÉTRICOS. CURTO CIRCUITO Aula 2 Prof. Jáder de Alencar Vasconcelos SISTEMAS ELÉTRICOS CURTO CIRCUITO Aula 2 Prof. Jáder de Alencar Vasconcelos Corrente inicial de curto circuito A corrente logo após a ocorrência de curtos circuitos tem duas componentes, uma senoidal e

Leia mais

Palavras-chave: distribuição de energia elétrica; fluxo de potência; regulador de tensão.

Palavras-chave: distribuição de energia elétrica; fluxo de potência; regulador de tensão. Desenvolvimento e Modelagem de Regulador de Tensão para Fluxo de Potência em Redes de Distribuição de Energia Elétrica Rodrigo Mendonça de CARVALHO; Antônio Cesar Baleeiro ALVES Escola de Engenharia Elétrica

Leia mais

Fluxo de carga para redes radiais por injeção de correntes e técnica BFS. Abordagem matricial proposta por Teng

Fluxo de carga para redes radiais por injeção de correntes e técnica BFS. Abordagem matricial proposta por Teng Universidade Federal de Goiás Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação Fluxo de carga para redes radiais por injeção de correntes e técnica BFS Abordagem matricial proposta por Teng Método

Leia mais

A utilização da Modelagem didática do Software PowerWorld como recurso do aprendizado de fluxo de carga em engenharia

A utilização da Modelagem didática do Software PowerWorld como recurso do aprendizado de fluxo de carga em engenharia A utilização da Modelagem didática do Software PowerWorld como recurso do aprendizado de fluxo de carga em engenharia Alex Sebaje - E-mail: alex.sebaje@net.crea-rs.org.br Resumo: A utilização de tecnologias

Leia mais

TEOREMAS: - SUPERPOSIÇÃO

TEOREMAS: - SUPERPOSIÇÃO TEOREMAS: - SUPERPOSIÇÃO - THEVENIN e NORTON - MILLMAN - MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA Professor: Paulo Cícero Fritzen E-mail: pcfritzen@utfpr.edu.br TEOREMAS PARA ANÁLISE EM CIRCUITOS ELÉTRICOS Os

Leia mais

FLUXO DE CARGA EM REDES CA

FLUXO DE CARGA EM REDES CA 4 FLUXO DE CARGA EM REDES CA 4.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo será abordado o problema de fluxo de carga em regime permanente. Na representação do sistema nesse tipo de problema, supõe-se, em geral, que a

Leia mais

8.0 Cálculo Matricial de Curto-Circuito

8.0 Cálculo Matricial de Curto-Circuito UNVERSDADE FEDERAL DE JU DE FORA Análise de Sistemas Elétricos de Potência 1 8.0 Cálculo Matricial de Curto-Circuito P r o f. F l á v i o V a n d e r s o n G o m e s E - m a i l : f l a v i o. g o m e

Leia mais

Teoria de Eletricidade Aplicada

Teoria de Eletricidade Aplicada 1/25 Teoria de Eletricidade Aplicada Teoremas dos Circuitos Elétricos Prof. Jorge Cormane Engenharia de Energia 2/25 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Princípio de Superposição 3. Transformações de Fontes 4. Teorema

Leia mais

Dispositivos e Circuitos de RF

Dispositivos e Circuitos de RF Dispositivos e Circuitos de RF Prof Daniel Orquiza de Carvalho Análise de Redes de Micro-ondas (Páginas 74 a 88 do Livro texto) Tópicos: Matrizes de Impedância [Z] e Admitância [Y] (cont) Matrizes de Espalhamento

Leia mais

6 Referências Bibliográficas

6 Referências Bibliográficas 6 Referências Bibliográficas 1 PIRES DE SOUZA, E. J. S.; JARDIM, J. L.; MACEDO, N. J. P. Power System ransient Stability Assessment Using Dynamic Equivalents and ransient Energy Functions, V Symposium

Leia mais

Controle de Sistemas Interligados. Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ

Controle de Sistemas Interligados. Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ Controle de Sistemas Interligados Prof. Glauco Nery Taranto Departamento de Engenharia Elétrica POLI/UFRJ Sistema de Transmissão 2 Bacias Hidrográficas Brasileiras 3 Bacias Hidrográficas 4 Bacias Hidrográficas

Leia mais

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4.1 Introdução Com o elevado índice de expansão dos sistemas elétricos de potência, os freqüentes aumentos nas interligações e o alto número de variáveis que envolvem

Leia mais

TE 131 Proteção de Sistemas Elétricos. Capitulo 7 Proteção de Linhas de Transmissão

TE 131 Proteção de Sistemas Elétricos. Capitulo 7 Proteção de Linhas de Transmissão TE 131 Proteção de Sistemas Elétricos Capitulo 7 Proteção de Linhas de Transmissão 1. Introdução São os equipamentos do sistema elétrico de potência mais susceptíveis à incidência de defeitos; Provocados

Leia mais

5 Análise experimental e numérica de membranas cilíndricas hiperelásticas

5 Análise experimental e numérica de membranas cilíndricas hiperelásticas 5 Análise experimental e numérica de membranas cilíndricas hiperelásticas 5.1. Análise experimental para aferição da formulação apresentada: Ensaio de tração e pressão interna uniforme em membranas cilíndricas

Leia mais

METODOLOGIA PARA TARIFAÇÃO DE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO CONSIDERANDO CONTINGÊNCIAS NA REDE ELÉTRICA

METODOLOGIA PARA TARIFAÇÃO DE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO CONSIDERANDO CONTINGÊNCIAS NA REDE ELÉTRICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA RODOLPHO LOPES LIMA METODOLOGIA PARA TARIFAÇÃO DE SISTEMAS DE TRANSMISSÃO CONSIDERANDO CONTINGÊNCIAS NA REDE ELÉTRICA Dissertação

Leia mais

4 Índices de Estabilidade de Tensão

4 Índices de Estabilidade de Tensão Índices de Estabilidade de Tensão.. Introdução O problema de estabilidade tensão é inerente aos sistemas dinâmicos quando a rede de transmissão está operando muito carregada. Deseja-se identificar se a

Leia mais

GRUPO IV GRUPO DE ESTUDO DE ANÁLISE E TÉCNICAS DE SISTEMAS DE POTÊNCIA GAT

GRUPO IV GRUPO DE ESTUDO DE ANÁLISE E TÉCNICAS DE SISTEMAS DE POTÊNCIA GAT GAT-019 21 a 26 de Outubro de 2001 Campinas - São Paulo - Brasil GRUPO IV GRUPO DE ESTUDO DE ANÁLISE E TÉCNICAS DE SISTEMAS DE POTÊNCIA GAT AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS GERADORES NA CAPACIDADE DE TRANSFERÊNCIA

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ALOCAÇÃO ÓTIMA DE FILTROS E CAPACITORES NO CONTEXTO DA QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA JOSÉ RUBENS MACEDO JR. AGOSTO

Leia mais

3 Sistema de Apoio à Decisão para o Controle de Tensão (SADECT) Baseado em Redes Neurais

3 Sistema de Apoio à Decisão para o Controle de Tensão (SADECT) Baseado em Redes Neurais 3 Sistema de Apoio à Decisão para o Controle de Tensão (SADECT) Baseado em Motivado pela importância do estabelecimento de um sistema de apoio à decisão que auxiliasse o operador de tempo real durante

Leia mais

ESPARSIDADE. Portanto é evidente que processando e armazenado apenas os elementos não nulos pode-se melhorar consideravelmente a eficiência.

ESPARSIDADE. Portanto é evidente que processando e armazenado apenas os elementos não nulos pode-se melhorar consideravelmente a eficiência. SPARSIA Revisão abril - Introdução A prática de engenharia requer muitas vezes a análise de problemas grandes e complexos que são definidos por uma série de equações algébricas lineares envolvendo milhares

Leia mais