DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 1

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1 -TRIBUNAL CPF: REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO MG DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 1 CONSTITUIÇÃO: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.

2 Olá, concurseiros de todo o Brasil! É uma imensa satisfação atender ao convite da coordenação do site C24h para ministrar o curso de para o cargo de Técnico Administrativo do TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO. Eu me chamo Cristiano Lopes, sou advogado e professor e Direitos Humanos, autor de obras relacionadas a concurso público e OAB pela Ed. Saraiva, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) e especialista em Direito Penal e Processual pela Escola Superior de Advocacia do Estado de Pernambuco (ESA/PE). 1. Sobre o curso Esse curso será na modalidade pós-edital e realizadas as devidas adaptações por ocasião da publicação do edital do certame. Vamos contemplar a forma mais ampla, porém direcionada, de abordagem do conteúdo teórico. Uma das vantagens dos cursos em.pdf é ser prático, com abordagem objetiva, clara e específica aos tópicos do edital. Assim será nosso curso! Não devemos passar superficialmente na matéria, pois isso pode ser suficiente para acertar algumas questões, no entanto, em uma questão mais elaborada, você pode cair. Nosso curso será ESQUEMATIZADO da seguinte maneira: Abrangeremos, de modo aprofundado, os aspectos mais relevantes de cada tópico do conteúdo exigido. As questões servirão também de revisão, pois iremos dispor, aula após aula, questões de assuntos de aulas anteriores. Tudo o que for posto aqui, por mais aprofundado que pareça, é necessário para o entendimento completo da disciplina. Por tudo que foi exposto, este curso será completo. É direcionado a você que está iniciando os estudos, bem como àqueles que desejam aprofundar os conhecimentos na

3 disciplina. E mais, ele foi elaborado visando sua única fonte de estudos, ou seja, basta apenas esse material para adquirir o conhecimento necessário para sua prova. 2. Sobre a banca A Fundação Carlos Chagas (FCC) costuma trazer em suas questões sempre algo relacionado com a letra da lei, então é importante memorizar todas as que são pedidas no edital. Ultimamente tem cobrado também poucos conceitos sobre a interpretação de doutrinas e jurisprudências, mas ainda assim utiliza mais a lei do que qualquer outra coisa. Bem, pessoal, sabemos que quanto mais difíceis são os concursos, maior a necessidade de nos prepararmos, tomando por base, obviamente, excelentes materiais. E o material PDF, professor, é suficiente? Nem sempre! E a lógica é simples de compreender. Os alunos, infelizmente, prezam materiais mais resumidos, sintéticos, direto ao ponto. E, dentro de uma lógica empresarial, os Professores acabam traduzindo no PDF a tendência (passada) das ilustres organizadoras, com materiais objetivos, pragmáticos. No entanto, o bom do PDF é não ter limitação de folhas. Nós, Professores, podemos avançar por doutrina, jurisprudência, questões de fixação. O problema é que as aulas ficam um pouco cansativas, e até enfadonhas. Mas é um mal necessário, em se tratando de um concurso tão concorrido como esse. Portanto, vamos realizar aprofundamentos teóricos apenas no estritamente necessário à sua prova. Então, amigos(as), nosso propósito é encurtar o seu caminho da aprovação! 3. Sobre o Conteúdo Esse curso abordará, de forma detalhada, a seguinte EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL: 1. Constituição Conceito, classificações, princípios fundamentais. 2. Direitos e garantias fundamentais Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos. 3. Organização políticoadministrativa. 3.1 União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. 4. Administração pública Disposições gerais, servidores públicos. 5. Poder legislativo Congresso nacional, câmara dos deputados, senado federal, deputados e senadores. 6. Poder executivo atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado. 7. Poder judiciário Disposições gerais Órgãos do poder judiciário Competências Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Composição e competências. 8. Funções essenciais à justiça. 8.1 Ministério público, advocacia e defensoria públicas. Vamos em frente, certos de que a vitória chegará para todos aqueles que perseverarem. Tenham fé! Forte abraço a todos! Cristiano Lopes

4 CRONOGRAMA DAS AULAS AULA DATA CONTEÚDO 01 11/05/15 Constituição: Conceito; Classificação. Princípios Fundamentais /05/15 Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos /05/15 Dos 04 01/06/15 Organização político-administrativa: União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios /06/15 Da Administração Pública: Disposições Gerais e Dos Servidores Públicos /06/15 Poder Legislativo: do Congresso Nacional; da Câmara dos Deputados; do Senado Federal; dos deputados e dos senadores /06/15 Poder Executivo: atribuições do presidente da República e dos ministros de Estado /06/15 Poder Judiciário: Disposições gerais; órgãos do poder judiciário; competências; Conselho Nacional de Justiça (CNJ); composição e competências /07/15 Das Funções Essenciais à Justiça: Ministério público, advocacia e Direitos Sociais; Nacionalidade; Cidadania e Direitos Políticos; Partidos Políticos Direitos e Garantias Fundamentais: defensoria públicas AULA 1 CONSTITUIÇÃO: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO é a ciência que propicia o conhecimento da organização fundamental do Estado. Ou seja, refere-se à estruturação do poder político, seus contornos jurídicos e limites de atuação (direitos humanos fundamentais e controle de constitucionalidade).

5 Segundo José Afonso da Silva o configura-se como Direito Público fundamental por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política. Em outras palavras, o busca interpretar as normas fundamentais do Estado, a sua organização e estruturação política, bem como os limites de atuação e os princípios fundamentais que o norteiam; e justamente por isso é tratado dentro do ramo de Direito Público Conceito e concepções de Constituição Começamos esse tópico com a seguinte pergunta: o que se entende por Constituição? A Constituição é a norma de maior hierarquia em um ordenamento jurídico, que organiza, estrutura e constitui o Estado e os direitos e garantias individuais. É a lei fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. E ela que determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias fundamentais. A concepção de constituição ideal foi preconizada por J. J. Canotilho. Trata-se de constituição de caráter liberal, que apresenta os seguintes elementos: Deve ser escrita; Deve conter um sistema de direitos fundamentais individuais (liberdades negativas); Deve conter a definição e o reconhecimento do princípio da separação dos poderes; Deve adotar um sistema democrático formal. Note que todos esses elementos estão intrinsecamente relacionados a limitação do poder coercitivo do Estado. Cabe destacar, por estar relacionado ao conceito de constituição ideal, o que dispõe o art. 16, da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão: Toda sociedade na qual não esta assegurada a garantia dos direitos nem determinada a separação de poderes, não tem constituição. A doutrina não e pacífica quanto a definição do conceito de constituição, podendo este ser analisado a partir de diversas concepções. Isso porque o Direito não pode ser estudado isoladamente de outras ciências sociais, como Sociologia e Politica, por exemplo É certo que o se desenvolve interrelacionado a outras ciências, principalmente a sociologia, a filosofia e a política. Em virtude disso, existem diversos sentidos para se conceituar a Constituição: Sentido sociológico de constituição Desenvolvido por Ferdinand Lassalle. Ele defende que uma Constituição só seria legítima se representasse a vontade popular, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não aconteça, a Constituição não passaria de uma folha de papel. Sentido político de constituição Desenvolvido por Carl Schmitt. Ele conceitua Constituição como a decisão política fundamental. Segundo Schmitt, a validade de

6 uma Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política que lhe dá existência. Sentido jurídico de constituição Desenvolvido por Hans Kelsen. Para ele, a Constituição estaria no mundo do dever ser, e não no mundo do ser, caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. A Constituição seria, assim, um sistema de normas jurídicas. Segundo Kelsen, a Constituição é considerada como norma pura, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico. Em consequência, a validade da norma é completamente independente de sua aceitação pelo sistema de valores sociais vigentes em uma comunidade. Sentido culturalista de constituição Desenvolvido por J.H. Meirelles Teixeira. Para ele, a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir. A concepção culturalista levaria ao conceito de Constituição Total, por apresentar na sua complexidade intrínseca, aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos. VAMOS TREINAR!?!? 1. (FCC / DPE-SP 2006) O termo "Constituição" comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido. a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político. b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político. c) Constituição e a norma fundamental hipote tica e lei nacional no seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico. d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico. e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o político. Ha uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente. Comentários: A letra A esta incorreta. E Lassalle, e não Schmitt, quem entende que no Estado coexistem duas Constituições: uma real, efetiva, e outra que consiste apenas numa folha de papel. Trata-se do sentido sociológico de Constituição. A letra B esta incorreta. Essa e a visão de Schmitt (e não de Lassalle!), que preconiza o sentido político de Constituição. A letra C esta incorreta. Trata-se do sentido jurídico de Constituição, preconizado por Kelsen. A letra E esta incorreta. Trata-se de uma análise política do sentido de Constituição. O gabarito e a letra D Classificação das Constituições Não há uniformidade entre os doutrinadores quanto a Classificação das Constituições. No entanto, dentre as classificações existentes, as mais recorrentes em concursos públicos são: a) quanto à origem; b) quanto à forma; c) quanto ao modo de elaboração; d) quanto à extensão; e) quanto ao conteúdo; f) quanto à estabilidade Quanto à origem: Promulgadas ou Outorgadas

7 Promulgada (democráticas ou populares) É a constituição de origem popular, decorrente do fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para exercer legitimamente o Poder Constituinte. São promulgadas as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e Outorgada É a Constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo. Trata-se daquela impostas, de maneira unilateral, pelo governante. Não tendo origem democrática. São outorgadas as Constituições brasileiras de1824, 1937, 1967/ Quanto à forma: Escrita ou Não-Escrita Escrita (instrumental) É a Constituição codificada e sistematizada num único texto. Formada por um conjunto de regras organizadas em um único documento. Por exemplo, a atual Constituição brasileira. Não-Escrita (consuetudinária ou costumeira) Formada por textos esparsos e se baseia nos usos, costumes, jurisprudência. O Exemplo clássico apresentado pela doutrina é a Constituição inglesa Quanto ao modo de elaboração: Dogmática ou Histórica Dogmática É a Constituição elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento. As Constituições Dogmáticas serão sempre escritas. Pode-se citar a atual Constituição brasileira. Histórica É aquela que resulta da lenta formação histórica, das tradições de uma sociedade, de um longo processo de evolução dos valores de um povo, em determinada sociedade, resultando em regras escritas e não escritas. As regras escritas serão leis e as não escritas usos e costumes Quanto à extensão: Analítica ou Sintética Analítica É aquela que aborda todos os assuntos considerados como fundamentais pelo povo, através de seu representante. Descrevem às minúcias. É muito extensa, havendo necessidade de maiores modificações para atender às mutações sociais. Normalmente, trazem regras que deveriam estar na legislação infraconstitucional. Por exemplo, a atual Constituição brasileira. Sintética É aquela que traz apenas os princípios fundamentais e estruturais do Estado. É muito enxuta e duradoura, pois os princípios estruturais são interpretados e adequados aos novos anseios da sociedade, pela atividade da Suprema Corte. Por exemplo, a atual americana, que dura mais de 200 anos Quanto ao conteúdo: Material ou Formal Formal É a Constituição que elege como critério definidor das normas constitucionais o processo de formação e não a natureza do conteúdo de suas normas. É aquela cujas normas possuem a natureza constitucional pelo simples fato de estarem prevista no texto escrito da Constituição, uma vez que o seu conteúdo não está relacionado ou não possui relevância para o estabelecimento da organização básica do Estado.

8 Material É a Constituição (ou o conteúdo constitucional) que é composta por princípios e regras que têm como objeto os direitos fundamentais, a estruturação do Estado e a organização dos Poderes. ATENÇÃO: Segundo Pedro Lenza, cabe observar (e este tema ainda não esta fechado) que, com a introdução do 3o no art. 5o, pela EC n. 45/2004, passamos a ter uma espe cie de conceito misto, ja que a nova regra só confere a natureza de emenda constitucional (norma formalmente constitucional) aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos (matéria), desde que observadas as formalidades de aprovação (forma) Quanto à estabilidade ou possibilidade de alteração: Imutável, Rígida, Flexível ou Semirrígida Imutável São aquela inalteráveis em virtude de terem sido criadas para reger de forma perpetua a vida de uma sociedade, constituindo-se em verdadeiras relíquias históricas. Rígida São aquelas Constituições que exigem, em relação às normas infraconstitucionais, para a sua alteração um processo legislativo mais complexo, mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais. Por exemplo, a atual Constituição brasileira. ATENÇÃO: Da rigidez constitucional decorre o princípio da supremacia da Constituição. E que, em virtude da necessidade de processo legislativo especial para que uma norma seja inserida no texto constitucional, fica claro, por consequência lógica, que as normas constitucionais estão em patamar hierárquico superior ao das demais normas do ordenamento jurídico. Assim, as normas que forem incompatíveis com a Constituição serão consideradas inconstitucionais. Tal fiscalização de validade das leis e realizada por meio do denominado controle de constitucionalidade, que tem como pressuposto a rigidez constitucional. Flexível É a Constituição que pode ser modificada livremente pelo constituinte derivado, utilizando-se do mesmo processo de elaboração das leis ordinárias, pois não possuem processo legislativo mais rigoroso em comparação às normas infraconstitucionais. Semirrígida (Semi-flexível) É aquela que o mesmo dispositivo Constitucional pode ser modificado segundo ritos distintos, a depender de que tipo de norma esteja para ser alterada. Para Nathalia Masson, neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto(os que abrigam os preceitos mais importantes) compõe a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento diferenciado e rigoroso, enquanto os demais (que compõe a parte flexível se alteram seguindo processo menos complexo, menos dificultoso).1 Assim, podemos concluir que a CRFB/88 é promulgada (democrática), escrita, dogmática, analítica, formal e rígida. VAMOS TREINA!?!? 1 MASSON, Nathalia. Manual de. Salvador: Jus podivm, 2013, p. 35.

9 2. (FCC / TRF 4a Região ) No que diz respeito a classificação das constituições, considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são denominadas, respectivamente, a) Analíticas e sintéticas. b) Outorgadas e históricas. c) Históricas e dogmáticas. d) Promulgadas e outorgadas. e) Dogmáticas e promulgadas. Comentários: O enunciado trata da classificação das Constituições quanto a origem. No primeiro caso, em que estas derivam de uma assembleia composta por representantes do povo, tem-se as constituições promulgadas, democráticas. No segundo caso, em que são elaboradas sem a participação popular, tem-se as outorgadas. O gabarito e a letra D. 3. (FCC / TCE-MG ) No que se refere a classificação das constituições, e certo que as promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável. Comentários: As constituições promulgadas contam, sim, com a participação popular. Questão incorreta. 4. (FCC / TCE-AM ) Considerando os vários critérios utilizados para classificar as constituições, elas podem ser classificadas quanto a forma, em escritas e não-escritas. Comentários: As constituições podem ser classificadas, quanto a forma, em escritas e não-escritas. Questão correta. 5. (FCC / ARCE ) Dispunha a Constituição brasileira de 1824, em seu artigo 178: "E só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não e Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas [em procedimento descrito nos artigos 174 a 177 da Constituição], pelas Legislaturas ordina rias. [grafia atualizada]. O dispositivo acima transcrito evidencia que a Constituição do Impe rio, quanto a estabilidade de suas normas, era: a) Outorgada, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 e democra tica. b) Semirrígida, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 e rígida. c) Histórica, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 e dogma tica. d) Sintética, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 e analítica. e) Flexível, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 e super-rígida. Comentários: Considerando que o procedimento de alteração de parte das normas da Constituição de 1824 era semelhante ao das leis ordinárias, enquanto a outra parte era submetida a processo mais dificultoso, em caso de alteração, tem-se que ela era semirrígida. Ja a CF/88, e rígida, pois só pode ser modificada por procedimento mais dificultoso do que aqueles pelos quais se modificam as demais leis. Portanto, a letra B e o gabarito da questão.

10 1.3. Aplicabilidade das Normas Constitucionais Algumas normas constitucionais possuem todos os elementos para serem aplicadas, imediatamente, a partir da edição da Constituição; em outros a aplicabilidades depende de norma posterior, e em outras a norma constitucional poderá ser aplicada, mas de forma restrita. Existem diversas classificações das normas constitucionais quanto à eficácia e à aplicabilidade. No Brasil, a mais conhecida, e também utilizada pelo Supremo Tribunal Federal (Mandado de Injunção n /GO, RT 723/231), é a seguinte classificação elaborada por José Afonso da Silva: a) normas constitucionais de eficácia plena, b) normas constitucionais de eficácia contida e c) normas constitucionais de eficácia limitada. Normas Constitucionais de eficácia plena APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS São auto-aplicáveis (não dependem de lei) e não podem se reduzidas. Ex.: CRFB/88, art. 2. Normas Constitucionais de eficácia contida São auto-aplicáveis e podem ter sua eficácia reduzida pelo legislador infraconstitucional. Ex.: OAB; CRFB/88, art. 37, I. Normas Constitucionais de eficácia limitada Não são auto-aplicáveis, dependendo de ato infraconstitucional posterior para inteira aplicabilidade. Ex.: CRFB/88, art Normas constitucionais de eficácia plena A normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que preenchem todos os requisitos necessários para que surtam eficácia total. Estas normas têm aplicabilidade imediata, pois estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição; direta, pois não dependendo de norma infraconstitucional regulamentadora para produção de seus efeitos e integral, porque já produzem seus integrais efeitos, sem sofrer quais restrições ou limitações. Por exemplo, os arts. 2º, 19, 20, 21, 22 e 69, todos da CRFB/ Normas constitucionais de eficácia contida A normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que, embora tenha eficácia imediata, podem ter sua aplicabilidade reduzida ou restringida por uma norma infraconstitucional e/ou outros atos do Poder Público. Trata-se de normas as quais o constituinte dotou de todos os elementos necessários à produção de efeitos concretos, sem prejuízo, porém, de regras de contenção ou de reserva de lei restritiva que lhes restrinjam parte da eficácia inicial. Estas normas têm aplicabilidade imediata, pois estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição e direta, pois não dependendo de norma infraconstitucional regulamentadora para produção de seus efeitos, mas,

11 possivelmente, não-integral, por não produzem seus integrais efeitos, já que estão sujeitas à restrições ou limitações. Por exemplo: o art. 5º, XIII, da Constituição assegura a liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. O que explica a constitucionalidade da aprovação em Exame de Ordem como condição ao exercício da profissão de advogado (art. 8º, IV, da Lei n /94), enquanto a ausência de lei restritiva torna possível o exercício de outras profissões sem necessidade de testes semelhantes de proficiência Normas constitucionais de eficácia limitada As normas constitucionais de eficácia limitada são normas que, por si sós, não reúnem as condições suficientes para que sejam imediatamente exigíveis. Só produzem seus pleno efeitos depois da exigida regulamentação, já que é imprescindível a edição, posterior, de lei ou de atos administrativos. Possuem eficácia limitada, como o próprio nome diz, pois precisam da intermediação do legislador ou da Administração Pública. Todavia, como já decidiu o STF, em linha de princípio e sempre que possível, têm a imediata eficácia negativa de revogar as regras preexistentes que sejam contrárias, pelo que tambe m podem ser utilizadas como normas interpretativas e como parâmetro para controlar a constitucionalidade de normas infraconstitucionais (ADInMC 2.381/RS). Estas normas tem aplicabilidade medita indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, apos uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. As normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade mediata subdividem-se em: Normas constitucionais de princípio institutivo e Normas de princípio programático. As normas constitucionais de princípio institutivo (princípio orgânico ou organizativo) são normas pelas quais o legislador constituinte esquematiza a estruturação e as atribuições de órgãos, entidades ou institutos, deixando para o legislador ordinário a tarefa de traçar a disciplina mais detalhada a respeito. Exemplos: arts. 20, 2º; 33; 88; 107; 131 e 224, da CRFB/88. Já as normas de princípio programático são normas nas quais o constituinte se limita a traçar princípios e diretrizes de atuação do Poder Público. Exemplos: arts. 3º; 7º, XX; 196 e 205, da CRFB/88. ATENÇÃO: As normas definidoras de Direito e Garantias Fundamentais tem aplicabilidade imediata, conforme estabelece o 1º do art. 5º da CRFB/88. VAMOS TREINAR!?!?

12 7. (FCC / TRT-PR ) O inciso XIII do artigo 5o da Constituição Federal brasileira estabelece que e livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos são, respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia: a) Plena e limitada. b) Plena e contida. c) Limitada e contida. d) Contida e plena. e) Contida e limitada. Comentários: No primeiro caso, a lei podera restringir a liberdade de exercício do trabalho, ofício ou profissão, por meio de exigência de cumprimento de determinadas qualificações profissionais. Tratase, portanto, de norma de efica cia contida. No segundo, o direito e plenamente exercita vel desde logo, sem qualquer exigência de lei para tanto. Tem-se uma norma de eficácia plena. A letra D e o gabarito da questão. 8. (FCC / TRT 18a Região ) Analise o Art. 2, da Constituição Federal de 1988:0São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Trata- se de norma de eficácia: a) Plena b) Contida c) Limitada d) Programática e) Exaurida Comentários: Trata-se de norma de eficácia plena, com produção de efeitos imediatos, independentemente de regulamentação. A letra A e o gabarito Princípios Instrumentais de Interpretação da Constituição Os princípios constitucionais, segundo Luís Roberto Barroso, são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui. Os princípios de interpretação constitucional têm como finalidade possibilitar ao intérprete o entendimento e o significado das normas de acordo com a nossa Constituição Federal. a doutrina estabelece alguns Princípios Instrumentais de Interpretação e que podem ser assim esquematizados: Princípio da Unidade da Constituição As normas constitucionais devem ser consideradas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados num sistema interno unitário de regras e princípios.

13 Como lembra Canotilho: O princípio da unidade da Constituição ganha relevo autônomo como princípio interpretativo quando com ele se quer significar que o Direito Constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias, antagonismos) entre as suas normas e, sobretudo, entre os princípios jurídicos-políticos constitucionalmente estruturantes. Como ponto de orientação, guia de discussão e factor hermenêutico de decisão o princípio da unidade obriga o inte rprete a considerar a Constituição na sua globalidade e procurar harmonizar os espaços de tensão [...] existentes entre as normas constitucionais a concretizar. Daí que o intérprete deva sempre considerar as normas constitucionais, não como normas isoladas e dispersas, mas sim como preceitos integrados num sistema interno unita rio de normas e princípios. Consoante o princípio da unidade da constituição, as normas constitucionais devem ser analisadas de forma integrada e não isoladamente, de forma a evitar as contradições aparentemente existentes Princípio do Efeito Integrador O princípio do efeito integrador é originário do princípio da unidade da Constituição. Pretende que ao solucionar questões jurídico-constitucionais, deva-se dar prioridade às interpretações que favoreçam a integração política e social e possibilitem o reforço da unidade política, posto que essa é uma das finalidades primordiais da Constituição Princípio da Eficiência ou Máxima Efetividade O princípio da máxima efetividade das normas constitucionais (ou princípio da Máxima Efetividade) consiste em atribuir na interpretação das normas oriundas da Constituição o sentido de extrair sua máxima abrangência e alcance, utilizando todas as suas potencialidades. Segundo Inocêncio Mártires, o cânone hermenêutico-constitucional da máxima efetividade orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em ordem a otimizar-lhes a efica cia, mas sem alterar o seu conteúdo. Cumpre destacar que esse princípio é utilizado com maior incidência no âmbito dos direitos fundamentais, embora devesse ser aplicado a todas as normas constitucionais Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional Conforme os ensinamentos de Marcelo Novelino, esse princípio atua no sentido de impedir que os órgãos encarregados da interpretação da Constituição, sobretudo o Tribunal Constitucional, cheguem a um resultado contrário ao esquema organizatóriofuncional estabelecido por ela. De outra maneira, pode-se afirmar que tal princípio aduz que não pode o intérprete da Constituição Federal, isto é, o Supremo Tribunal Federal, alterar a repartição de funções determinada pelo próprio Texto Constitucional Princípio da Concordância Prática ou Harmonização Por esse princípio pode-se entender que na ocasião em que houver um conflito entre bens e valores protegidos pela Constituição Federal, a solução que deve prevalecer é aquela

14 que propicie a realização de todos eles, impedindo que um seja totalmente desprezado em relação a outro Princípio da Força Normativa Tal princípio foi desenvolvido por Konrad Hesse, o qual declarava que toda norma presente no Texto Constitucional deve possuir o mínimo de eficácia, sob pena de tornar-se letra morta em papel. Assim, o princípio da força normativa reporta-se à total efetividade das normas previstas na Carta Magna Princípio da interpretação à luz da Constituição Neste sentido, a interpretação conforme a Constituição só e utiliza vel quando a norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma e unívoco. Nas palavras de Gilmar Ferreira Mendes, oportunidade para interpretação conforme a Constituição existe sempre que determinada disposição legal oferece diferentes possibilidades de interpretação, sendo algumas delas incompatíveis com a própria Constituição Elementos da Constituição Para José Afonso da Silva, as constituições possuem diversos elementos. Os da Constituição de 1988 são divididos da seguinte maneira: a) Elementos orgânicos são aqueles que estabelecem os próprios órgãos e a estrutura do Estado. Exemplos: normas do Título III da CRFB/88 Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo; Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança Pública); Título VI (Da Tributação e do Orçamento); b) Elementos limitativos são as normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação do Estado. Exemplos: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) da Constituição de 1988, com exceção do Capítulo II (Dos Direitos Sociais) e Título VIII (Da Ordem Social). c) Elementos socioideológicos são as normas que representam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. Exemplos: Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais); Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira); e Título VIII (Da Ordem Social). d) Elementos de estabilização constitucional são as normas que asseguram a supremacia da Constituição. Preveem instrumentos de preservação da ordem e mecanismo para situações de crise. Exemplos: arts. 102 e 103 (controle de constitucionalidade); arts (intervenção nos Estados e Municípios); art. 60 (emendas constitucionais); Título V (Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas). e) Elementos formais de aplicabilidade que estabelecem as regras de aplicação das normas constitucionais. Exemplos: o preâmbulo e o art. 5º, 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

15 1.6. Preâmbulo e Atos de Disposições Constitucionais Transitórias Para o STF, o preâmbulo da CRFB/1988 não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. Em consequência, ele não possui relevância jurídica, não sendo norma central da Constituição. ATENÇÃO: No julgamento da ADI n 2.076/AC, o STF decidiu que o preâmbulo não tem força normativa e que não é norma de repetição obrigatória pelas Constituições Estaduais. Assim, não se exige que as Constituições Estaduais invoquem a proteção de Deus. O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, contrário do que acontece com o preâmbulo, é norma constitucional e contém regras para garantir a uma transição harmônica entre o regime constitucional anterior (1969) e o atual regime (1988). Sendo assim, só pode ser alterado pela via da emenda constitucional. VAMOS TREINAR!?!? 9. (FCC / TCE-PI 2014) O Preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força normativa, nem criando direitos ou obrigações. Comentários: E isso mesmo. O preâmbulo não e norma jurídica; ele esta, na verdade, no domínio da política. Portanto, não tem força normativa e não cria direitos e obrigações. Serve, apenas, como elemento de interpretação do texto constitucional. Questão correta. 10. (FCC / TCE-PI 2014) O ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não tem natureza de norma constitucional, tratando-se de mera regra de transição, interpretativa e paradigmática. Comentários: O ADCT, ao contrário do que afirma o enunciado, tem natureza jurídica e, portanto, elenca normas constitucionais, as quais, inclusive, podem servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade de leis e atos normativos. Questão errada. 2. PODER CONSTITUINTE Pode ser conceituado como o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, mediante a supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. A teoria do poder constituinte foi desenvolvida pelo abade francês Emmanuel Joseph Sieyès na obra O que e o terceiro Estado? que defendia a tese de que o primeiro Estado era ocupado pelo Clero, o segundo, pela Nobreza e o terceiro, pela Burguesia. O manifesto serviu para a distinção entre poder constituinte e poder constituído. A CRFB/88, em seu art. 1º, diz que todo o poder emana do povo. Dessa forma, concluímos que a titularidade de qualquer poder é do povo. Entretanto quem exerce o poder normalmente não é povo, e sim, seus representantes.

16 O poder constituinte é gênero do qual são espécies o Poder Constituinte Originário (PCO) e o Poder Constituinte Derivado (PCD), conforme esquema abaixo: Poder constituinte originário PODER CONSTITUINTE Poder de criar uma nova constituição Reformador Emendas Constitucionais (CF, art. 60) Revisor Revisão (ADCT, art. 3º) Poder constituinte derivado Decorrente ou Poder Constituinte Estadual Institucionalizador (cria a Constituição Estadual) Reforma a Constituição Estadual 2.1. Poder Constituinte Originário (PCO) Para Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, e o poder de criar uma Constituição, quando o Estado é novo (poder constituinte originário histórico), ou quando uma Constituição e substituída por outra, em um Estado ja existente. Ele não é temporário, sendo comumente chamado de poder latente e permanente. Segundo Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco, ele está apto para se manifestar a qualquer momento. Podem-se enumerar as seguintes características: Inicial instaura uma nova ordem jurídica, rompendo com a ordem jurídica anterior; Autônomo pois a nova Constituição será estruturada de acordo com a determinação dos que exercem o poder constituinte. Incondicionado não tem de submeter-se a qualquer forma preestabelecida para sua elaboração; Ilimitado juridicamente ele não tem de respeitar os limites postos na Constituição anterior ou normas preexistentes. Costuma-se dizer que ele pode tudo. Cumpre destacar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de não admitir, em sede de fiscalização normativa abstrata, o exame de constitucionalidade de uma norma constitucional originária (RTJ 163/ , Rel. Min. MOREIRA ALVES) Poder Constituinte Derivado (PCD) O Poder Constituinte Derivado, também chamado Instituído, Reformador ou de segundo grau, é um poder secundário, pois é instituído pelo Poder Constituinte Originário, para modificar a Constituição, adequando-se às transformações da

17 realidade. É o próprio constituinte originário, portanto, que estabelece como a Constituição será alterada. Conforme ensinado pelo Constitucionalista Paulo Bonavides: O Poder de reforma constitucional exercitado pelo poder constituinte derivado é por sua natureza jurídica mesma um poder limitado, contido num quadro de limitações explícitas e implícitas, decorrentes da Constituição, a cujos princípios se sujeita, em seu exercício, o órgão revisor. Ao contrário do Poder Constituinte Originário, o Poder Constituinte Derivado é derivado, subordinado, condicionado e limitado: Derivado pois não inicia uma nova constituição, sendo capaz apenas de alterar aquela existente. Subordinado pois se subordina a ordem constitucional vigente; Condicionado fica condicionada a observância das normas constitucionais originárias; Limitado Encontra limites no texto constitucional podendo dispor sobre qualquer assunto, a qualquer tempo, sem observar um rito legislativo formal. O Poder Constituinte Derivado divide-se em três espécies: decorrente, revisor e reformador Poder Constituinte Derivado Reformador O Poder Constituinte Derivado Reformador tem a função de modificar as normas constitucionais por meio de emendas. As limitações impostas a este poder estão consagradas no artigo 60 da CRFB/88. a) Limitações procedimentais ou formais: referem-se aos órgãos competentes e aos procedimentos a serem observados na alteração do texto constitucional. Conforme o art. 60, da CRFB/88, a Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Além disso, a Proposta de Emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. b) Limitações circunstanciais: são limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a situações excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada. Assim, de acordo com o art. 60, 1º da CRFB/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. c) Limitações materiais: impedem a supressão de determinados conteúdos consagrados no texto constitucional. São as denominadas cláusulas pétreas. Conforme art. 60, 4º da CRFB/88, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais Poder Constituinte Derivado Decorrente

18 O Poder Constituinte Derivado Decorrente também obra do Poder Constituinte Originário. É a possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando os princípios da Constituição Federal, nos termos do art. 11 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) e art. 25 da CRFB/88. Conforme estabelecido no art. 11 do ADCT, que assim dispôs: Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Com vistas exclusivamente ao concurso público de Executivo Público, estabeleceremos que o poder constituinte derivado decorrente é aquele conferido apenas às Assembleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal para elaborar as suas respectivas Constituições Estaduais e Lei Orgânica, observados os princípios da Constituição Federal. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: Antes de adentrar no mérito da questão aqui debatida, anoto que, muito embora não tenha o constituinte incluído o Distrito Federal no art. 125, 2º, que atribui competência aos Tribunais de Justiça dos Estados para instituir a representação de inconstitucionalidade em face das constituições estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal apresenta, no dizer da doutrina, a natureza de verdadeira Constituição local, ante a autonomia política, administrativa e financeira que a Carta confere a tal ente federado. Por essa razão, entendo que se mostrava cabível a propositura da ação direta de inconstitucionalidade pelo MPDFT no caso em exame" (RE , voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j , Plenário, DJE de ). Este poder, portanto, não foi estendido aos Municípios que, ao elaborarem a Lei Orgânica, deverão observar a Constituição Federal e a Constituição Estadual respectiva. Por essa razão, ato local questionado em face da lei orgânica municipal enseja controle de legalidade, e não de constitucionalidade Poder Constituinte Derivado Revisor O Poder Constituinte Derivado Revisor, assim como o Reformador e o Decorrente, é fruto do trabalho de criação do originário, estando, portanto, a ele vinculado. É, assim, um poder condicionado e limitado. Assim, o art. 3.º do ADCT estabeleceu que a revisão constitucional seria realizada 5 (cinco) anos contados da promulgação da CRFB/88, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, em sessão unicameral. Como fácil de perceber, o poder constituinte derivado revisor pode manifestar-se uma única vez, observados os termos estabelecidos pelo poder constituinte originário, uma vez que a norma autorizadora teve a sua eficácia exaurida e sua aplicabilidade esgotada com a edição de 6 (seis) Emendas Constitucionais de Revisão, publicadas no DOU de e no DOU de

19 Cumpre destacar, as principais diferenças entre a as Emendas Constitucionais (EC) e as Emendas Constitucionais de revisão (ECR), no quarto a seguir: Emendas Constitucionais Emendas Constitucionais de revisão Poder Poder Constituinte Derivado Reformador Poder Constituinte Derivado Revisor Fundamento CRFB/88, art. 60 ADCT, art. 3º Votação Câmara dos Deputados e Senado Federal, separadamente Congresso Nacional, em sessão unicameral (Câmara dos Deputados e Senado Federal, conjuntamente) Turnos 2 (dois) turnos em cada casa do Congresso Nacional Turno único Quórum 3/5 dos membros Maioria absoluta 3. Mutação constitucional A Constituição não é uma norma imutável. Ao contrário, vinculada que é a uma sociedade dinâmica em suas relações e em suas escolhas políticas, adapta-se às mudanças que lhe sucedem na sociedade. Uadi Lammêgo Bulos, por sua vez, entende por mutação constitucional o processo informal de mudança da Constituição, por meio do qual são atribuídos novos sentidos, conteúdos até então não ressaltados à letra da Lex Legum, quer através da interpretação, em suas diversas modalidades e métodos, quer por intermédio da construção (construction), bem como dos usos e costumes constitucionais. Veja a seguinte decisão do Supremo Tribunal Federal: Tendo em vista que o STF, modificando sua jurisprudência, assentou a competência dos Tribunais de Justiça estaduais para julgar habeas corpus contra ato de turmas recursais dos juizados especiais, impõe-se a imediata remessa dos autos a respectiva Corte local para reinício do julgamento da causa, ficando sem efeito os votos ja proferidos. Mesmo tratando-se de alteração de competência por efeito de mutação constitucional (nova interpretação a CF), e não propriamente de alteração no texto da Lei Fundamental, o fato e que se tem, na espe cie, hipótese de competência absoluta (em razão do grau de jurisdição), que não se prorroga. Questão de ordem que se resolve pela remessa dos autos ao TJDFT, para reinicio do julgamento do feito. (HC QO, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em , Primeira Turma, DJ de ) 4. Efeitos da nova constituição A força exercida pelo Poder Originário sobre as normas anteriores acaba por gerar alguns efeitos. Tais efeitos são chamados fenômenos do Poder Constituinte, e são eles: Recepção, Repristinação e Desconstitucionalização. Recepção é um processo abreviado de criação de normas jurídicas, pelo qual a nova Constituição adota normas infraconstitucionais já existentes, se com ela compatíveis,

20 dando-lhes validade e evitando o trabalho de se elaborar toda a legislação infraconstitucional novamente. Repristinação é a restauração de lei revogada, por esse fenômeno, quando instituída uma nova Constituição, as normas revogadas pela antiga Constituição voltariam a viger. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. A repristinação só é admitida se for expressa. Desconstitucionalização ocorre quando da promulgação de uma Constituição, esta pode determinar que as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem jurídica, permaneçam em vigência, mas com status de norma infraconstitucional, sob a forma de lei ordinária. No Brasil, prevalece a ideia de que para haver a desconstitucionalização necessitaria de previsão expressa na nova Constituição. VAMOS TREINAR!?! 11. (FCC / TCE-RO ) O Poder Constituinte Reformador, no Brasil, e fundamento de validade para que os Estados- Membros da Federação promulguem Constituições próprias com a aprovação das respectivas Assembleias Legislativas. Comentários: O fundamento para que os Estados-membros elaborem suas próprias Constituições e o poder constituinte derivado decorrente. Questão incorreta. 12. (FCC / TRE-RS ) Em matéria de Poder Constituinte analise: I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente atribui aos estadosmembros para se auto organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições. II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e incondicionado. Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de poder constituinte: a) decorrente e originário. b) derivado e reformador. c) reformador e revisor. d) originário e revisor. e) decorrente e derivado. Comentários: O item I traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente, enquanto o II traduz o conceito de poder constituinte originário. A letra A e o gabarito da questão. 3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Princípios Fundamentais é o termo referente a um conjunto de dispositivos contidos na CRFB/88 destinados a estabelecer as bases políticas, sociais, administrativas e jurídicas da República Federativa do Brasil. São as noções que dão a razão da existência e manutenção do Estado brasileiro. São aqueles que sistematizam a Constituição escrita, de modo a promover a sua compreensão e a tornar mínimo as aparentes controvérsias existentes no texto constitucional. Isto porque, para a observação da lógica inteireza do ordenamento

21 jurídico, esses princípios operam servindo de critérios de interpretação das normas constitucionais na medida em que estabelecem valores considerados essenciais pelo legislador constituinte. Para Gomes Canotilho, constituem-se dos princípios definidores da forma de Estado, dos princípios definidores da estrutura do Estado, dos princípios estruturantes do regime político e dos princípios caracterizadores da forma de governo e da organização política em geral. Tais princípios apresentam-se entre os artigos 1º ao 4º, encampando uma gama substancial de definições e objetivos a serem respeitados, mantidos e alcançados dentro de todo 3.1. Dos Fundamentos da República Federativa do Brasil Conforme estabelece o art. 1o da CRFB/88, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. No art. 1o da CRFB/88 está fixado a forma de Estado, que é a federação, bem como a forma de governo, que e a republicana, na expressão República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios (entes federativos) Da Tripartição dos Poderes O art. 2o da Constituição Federal do Brasil consagra o princípio da tripartição dos poderes, consistente em distinguir as três funções que são atribuídas a três órgãos independentes e harmônicos entre si, que são, exatamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Extrai-se da expressão independentes e harmônicos a teoria dos freios e contrapesos, segundo a qual cada Poder teria autonomia para exercer sua função, mas seria controlado pelos outros poderes. Isso serviria para evitar que houvesse exagero no exercício de poder por qualquer um dos Poderes Dos Objetivos da Republica Federativa do Brasil O art. 3o da Constituição estabelece os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, vejamos: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais;

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