CAPITALISMO EM PERSPECTIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE CRISES

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CAPITALISMO EM PERSPECTIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE CRISES"

Transcrição

1 A MARgem A MA evista gem Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Letras e Artes ISSN CAPITALISMO EM PERSPECTIVA: UM BREVE ESTUDO SOBRE CRISES Rodrigo Janoni Carvalho (UFU) [1] Introdução Neste trabalho buscamos discutir algumas características sobre importantes crises do capitalismo nos últimos séculos, com ênfase na Grande Depressão que assolou o mundo em 1929 e a recente crise imobiliária norte-americana de Além destes momentos de tensão econômica, podemos apontar também outras crises de destaque, como a do petróleo nos anos 1970 ou, mais distantes ainda, as primeiras crises capitalistas relacionadas com as grandes navegações durante os séculos XVII e XVIII. Consideramos este breve estudo como um breve artigo, uma vez que para uma abordagem maior de um tema tão expressivo seriam necessárias pesquisas profundas demandando muito mais fôlego do que o realizado. Contudo, ILEEL esta análise pode-se consolidar como insuflador de um tema fortemente presente nos meios de comunicação recentes. O diálogo com diversas fontes, como se observa ao longo do texto, nos permite pensar alguns efeitos sociais que as crises econômicas provocam e as medidas adotadas no meio político em nível mundial, sob diferenciados pontos de vista. Breve histórico do sistema capitalista As primeiras características do capitalismo apareceram desde os fins do medievo num processo de transferência do centro da vida econômica, social e política com

2 90 ênfase no crescimento das cidades. Num primeiro momento, considerado précapitalista, podemos perceber alguns fatores que contribuíram na formação do sistema. Neste período, basicamente compreendido entre os séculos XVI ao XVIII, encontrou-se um forte acúmulo de riquezas gerado principalmente pelo comércio de especiarias e matérias-primas para além do solo europeu. Um outro momento bastante característico da formação deste sistema econômico é o capitalismo fabril pautado na revolução industrial por volta da segunda metade do século XVIII inicialmente na Inglaterra. O acúmulo de riquezas originárias do comércio de produtos industrializados e a enorme capacidade de transformação do ambiente são algumas características deste industrialismo, onde houveram consideráveis avanços tecnológicos e uma multiplicação de lucros ainda maior. Nos fins do século XIX consolida-se uma nova fase capitalista: a monopolista financeira. Ocorre um crescimento acelerado da economia capitalista sob um forte processo de centralização de capitais em indústrias, bancos, casas comerciais e principalmente, na acirrada concorrência. Como aponta John Hobson, é nessa estrutura do capitalismo moderno que a figura do financista se torna uma autoridade no sistema, onde em muitas situações pequenos grupos financeiros controlam os destinos industriais e políticos de países inteiros (HOBSON, 1983). É nesse momento que as corporações ganham espaço e influência cada vez maiores. Situação esta que se torna mais complexa até os dias atuais e pode ser perceptível na força de grandes empresas e financistas. O filme documentário The Corporation ilustra bem este cenário ao descrever o surgimento das corporações como pessoas jurídicas e que tipo de pessoas seriam do ponto de vista psicológico, além de evidenciar alguns aspectos como exploração de mão-de-obra ou a devastação do meio ambiente. Seria simples recortar fases do capitalismo para explicar a constituição deste sistema econômico-social. Devemos considerar que sua história representa uma longa duração onde encontramos diversas experiências políticas, sociais e econômicas. Para além de pontuar alguns momentos característicos do capitalismo, precisamos olhar para os momentos de crise que fizeram parte do seu próprio crescimento. Compreender as crises que o sistema vivenciou é fundamental para análise de alguns marcos e caracterizações.

3 O século XX foi marcado por períodos fundamentais para a história do sistema capitalista. Primeiramente, dos anos 1910 aos 1940 alastrou-se a era da guerra total, como denomina Eric Hobsbawm. No período entre-guerras, a crise de 1929 marcou uma forte depressão, a maior então do capitalismo. Houvera um forte abalo na lógica capitalista pela superprodução resultando numa depressão ao longo dos anos A Segunda Guerra Mundial viria solucionar os problemas daqueles anos, isto é, a guerra fortaleceria o sistema com base na vitória das principais potências ocidentais. O pós-guerra ( ) é marcado pelo maior e melhor período de crescimento capitalista caracterizado como uma fase fordista-keynesiana ou era de ouro nas palavras de Hobsbawm. Este foi o segundo momento de destaque no século passado, representando bons ares ao sistema. Em seguida, na conflagração da conhecida crise do petróleo, temos a reformulação capitalista com base na fase de acumulação flexível perante uma era de crises e incertezas. O próprio petróleo, grande símbolo daquela crise, foi envolvido em diversas guerras político-ideológicas. Os anos 1970 e 1980, politicamente, foram marcados pela consolidação do neoliberalismo na Inglaterra (Margareth Thatcher), nos Estados Unidos (Ronald Reagan) e Chile (Augusto Pinochet). O Brasil experimentaria este modelo de gestão estatal nos anos À respeito das crises capitalistas Alexandre Versignassi aponta que estas acabam e voltam, pois a economia vive de ciclos, como as estações do ano, de acordo com o mesmo. Logo, o que acontece hoje em função do mercado imobiliário norte-americano é comum na história. O século passado foi marcado por diversas crises, onde se firmaram problemas para a lógica capitalista. Contudo, se renovando o capitalismo apresenta novas formas de rearticulação de políticas econômicas perante o louvado progresso tecnológico suportando novas fronteiras. Para alguns talvez seja possível um outro mundo fora do capitalismo; para outros um dia o sistema cairá por terra. Todavia, é complicado pensar em cenários futuros, principalmente diante de uma crise tão breve como a atual. Somente lançando mão do tempo e de suas transformações que podemos pensar em novas formas de desenvolvimento, dado que o capitalismo se faz presente em nossas vidas se reconfigurando numa velocidade ainda mais surpreendente a cada abalo que sofre. 91

4 Transformações capitalistas no século XX Como apontamos, a Grande Depressão de 1929 caracterizou um maior colapso capitalista até aquele momento então. Foi um período considerado o de maior recessão econômica causando altas taxas de desemprego, queda de produtos internos, quedas de produção industrial e de ações. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus se encontravam devastados e economicamente enfraquecidos mediante uma retração de consumo gritante. Os Estados Unidos, em contrapartida, foi beneficiado com os resultados de guerra, aproveitou o momento com lucros exorbitantes face às suas exportações, tornando-se assim o maior credor mundial e superando a posição ocupada pela Inglaterra durante tantos anos. [...] as guerras foram visivelmente boas para os EUA. Sua taxa de crescimento nas duas guerras foi bastante extraordinária, quando aumentou mais ou menos 10% ao ano. Em ambas os EUA se beneficiaram do fato de estarem distantes da luta e serem o principal arsenal de seus aliados, e da capacidade de sua economia de organizar a expansão da produção de modo mais eficiente que qualquer outro.[4] (HOBSBAWM, 1995, p. 55) 92 A produção norte-americana atingiu taxas de prosperidade nunca antes experimentadas caracterizando, num primeiro momento, o chamado American Way of Life, durante os anos 1918 e 1928, onde era perceptível níveis de qualidade de vida excelentes, geração de empregos, ILEEL queda de preços, aumento da produtividade da agricultura, consumo intensivo, expansão de crédito e parcelamento de pagamentos. Entretanto, com o passar dos anos as economias européias se reergueram e passaram a importar cada vez menos dos norte-americanos, caracterizando uma retração de consumo. Haviam mais mercadorias do que consumidores. Isto ocasionou uma forte queda da produção e o aumento do desemprego. Tal retração geral provocou a queda das ações no mercado em função da crise de superprodução deflagrada. Este cenário perdurou até 1933 sendo revertido após os primeiros efeitos provocados pelo New Deal, encabeçado por Keynes, com base em diversos programas de ajuda social. A Segunda Grande Guerra viria por solucionar economicamente os países vencedores,

5 93 liderados pela potência americana. O pós-guerra representou uma era de ouro e prosperidade único para o capitalismo, pelo menos aos países liberais ocidentais. As décadas de 1950 e 1960 foram marcadas pela organização fordista-keynesiana, pela estética modernista e a funcionalidade e eficiência do trabalho. A elevação do padrão de vida e de tecnologia modificou os hábitos das pessoas. Percebemos uma forte intervenção estatal pela tomada de frente por parte deste organismo no controle das políticas fiscais e monetárias. É este mesmo que determina as prioridades de investimentos em transportes, indústrias de base, políticas de seguridade social, educação, habitação, saúde, etc. Com base naquela prosperidade, a produção e o consumo são ampliados pelos fluxos de comércio internacional e de investimentos, em que os Estados Unidos assumiram uma posição hegemônica como grande banqueiro mundial chegando às partes mais extremas pelos braços das corporações. Se por um lado os benefícios foram grandes, nem todos foram atingidos de forma homogênea. A exclusão permaneceu e os serviços públicos de má qualidade também. Percebe-se uma extensão das periferias das cidades e freqüentes fluxos migratórios. Há ainda destruições de culturas locais pela massificação e globalização, ressaltando as contradições do capitalismo. O crescimento anteriormente apontado encontrou seus limites em torno da crise do petróleo nos anos Para alguns autores como David Harvey, aquele momento histórico de crise é caracterizado como uma fase de acumulação flexível face à uma era de incertezas e crises (HARVEY, 2009, p. 6-7). O embargo dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo OPEP foi fatal aos países europeus e os Estados Unidos, de modo que houve um déficit de oferta, nacionalizações de petrolíferas e uma série de conflitos envolvendo os grandes produtores árabes. Os preços do barril atingiram valores expressivos aumentando em torno de 400% e desestabilizando a economia mundial. Em 1956, o presidente do Egito nacionalizou o canal do Suez de antiga propriedade de capitais ingleses e franceses provocando uma crise devido a importância do canal como passagem de exportações na região. Em seguida, a então crise do petróleo de 1973 foi marcada pelo aumento considerável do preço do barril de

6 petróleo como forma de protesto antiamericano e antiisraelita. É nesta década ainda que ocorre uma crise política no Irã e guerra deste país com o Iraque, provocando uma desorganização do setor petrolífero. Posteriormente, em 1991, a Guerra do Golfo protagonizou episódios de incêndio de poços petroleiros por parte dos iraquianos, ocasionando impactos ambientais e econômicos enormes. A quadruplicação dos preços exigiu ajustes macroeconômicos em todos países industrializados, de modo que a acumulação flexíveis de capitais se tornou um marco decisivo nas gestões político-econômicas sejam pelas mudanças tecnológicas seja pela automação e constituição de novas linhas de produção. Como conseqüência houve uma flexibilidade dos processos de trabalho e dos padrões de consumo. O acesso à informação é vital na atualidade provocando mudanças nas noções de tempo e espaço, assim como uma maior pressão sobre a força de trabalho. Estes anos neoliberais apresentaram níveis altos de desemprego, ganhos modestos de salários e um sucateamento dos recursos materiais e humanos, principalmente pelo mercado terciarizado. A acumulação flexível é marcada pela sua rapidez de giro da produção e do consumo. Em função disto, ocorreu uma reorganização do sistema econômico em evidência do poder do Fundo Monetário Internacional FMI e do Banco Mundial. Percebemos mudanças na estrutura de poder, em que os Estados Unidos se tornaram mais dependentes que nos anos de Guerra Fria do comércio exterior com o crescimento do poder financeiro e a capacidade de produção européia, japonesa e chinesa. A crise de 2008 A atual crise financeira em função do mercado imobiliário norte-americano não tem nada de nova nem significa o começo do fim do capitalismo. A sua abrangência, em mesma medida que as crises anteriormente apontadas, é global pelo fato de hoje não existirem mais fronteiras econômicas. As crises são inerentes ao sistema capitalista e renovam este cada vez mais que se evidenciam. Apesar das interferências governamentais, a crise atual se alastrou pela queda de valores de imóveis. Os financiadores que contavam com uma valorização dos imóveis aumentaram as taxas de crédito; este acréscimo levou a um aumento da inadimplência em virtude de 94

7 95 mais imóveis terem sido retomados para saldar dívidas e ao serem colocados no mercado contribuíram para a baixa de preços. Quando era tarde e o mercado percebeu a bolha existente, o ciclo passou a operar em outra direção, desvalorizando os imóveis e aumentando taxas e devedores inadimplentes. No princípio, esta crise era encarada como apenas um pequeno problema de não-pagamento naquele setor específico estadunidense, caracterizada como crise do subprime. Na segunda metade de 2008, inúmeras notícias negativas derrubaram as principais bolsas de valores mundiais. O tesouro norte-americano assumiu o controle de companhias do setor hipotecário como as irmãs Fannie Mãe e Freddie Mac e o quarto maior banco americano, Lehman Brothers, que pediu concordata. Para se ter noção dos impactos, a American International Group AIG solicitou ajuda monetária na cifra de US$ 40 bilhões de dólares. A denominada crise do subprime ganhou destaques e se transformou numa recessão financeira internacional. Assim, derrubaram-se os arranjos sobre os quais as modernas políticas desenvolvimentistas se sustentavam. A crise necessitou de uma intervenção mais incisiva dos aparelhos estatais sobre a dinâmica econômica, pela busca de soberania dos Estados no zelo de suas políticas de seguridade de emprego, renda, consumo e investimento. Uma crise iniciada no mercado imobiliário se infiltrou no sistema financeiro e se espalho por vários setores econômicos. O enorme risco de falência mobilizou o governo norte-americano a propor pacotes bilionários de ajuda aos bancos com balanços comprometidos. O mercado de trabalho sofreu uma forte contração no aumento de taxas de desemprego, chegando a 2,6 milhões de pessoas nesta situação, uma taxa maior desde o fim da II Guerra (FOLHA, 2009). Neste cenário de crise surgiram os conflitos urbanos, que segundo Harvey, são decorrências da acumulação de capital. O mercado deveria ser regulado por algum órgão internacional e não ser deixado se auto-regular. Para além disso, os Estados Unidos deveriam ser monitorados de modo que agem livremente de qualquer controle sobre as leis de mercado (HARVEY, 2009, p. 6-7). Assim, a crise deve ser encarada com um fenômeno urbano do ponto de vista de Harvey. Esta recessão deveria ser discutida com base no super-aquecimento do mercado imobiliário americano desde os anos O consumidor americano teve seu

8 orçamento arrochado e o fornecimento de crédito aumentou, logo as pessoas não saldavam suas dívidas e continuavam gastando. O capital financeiro poderia assim atuar no cenário urbano fornecendo moradias e estimulando demanda pelas mesmas. Para o Brasil, os efeitos não foram imediatos devido à regulação bancária mais rígida que dos países desenvolvidos. O país não contaminado pelos títulos podres do sistema hipotecário americano e manteve patamares de crédito e liquidez aceitáveis. Todavia, ao ser atingido na esfera real da economia, grandes partes dos setores do aparto produtivo nacional demonstraram vulnerabilidade frente à crise deflagrada. As grandes evidências disto foram os níveis recordes de demissões registrados no início de 2009 como resultado da expressiva queda da atividade industrial. O ônus social do capitalismo Diante das massivas notícias sobre a crise atual nos mais variados meios de comunicação percebemos diversas variáveis relativas à queda da bolsa, ao risco país, às perdas de setores econômicos e incríveis taxas de desemprego. Contudo, perante tantas informações pouco se considera os impactos reais às vidas das pessoas frente essa avalanche de informações predominantemente marcadas por números e mais números. Dessa forma, precisamos pensar também a situação das pessoas que se envolvem com os efeitos diretos das crises econômicas e têm suas vidas transformadas, assim como seus sonhos e anseios pela quebra de uma montadora ou um grande banco, por exemplo. No estado de Minas Gerais, cidade que se dedicam exclusivamente às atividades mineradoras sofreram grande impacto com a perda de arrecadação proveniente em última análise da crise mundial. Pense no impacto que uma paralisação de uma grande siderúrgica ou mineradora provoca numa cidade que vive basicamente desta atividade. Socialmente os impactos são profundos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, a taxa de desemprego no Brasil saltou de 8,5 para 9,0 no mês de março de 2009 (BRASIL, 2009). Nos Estados Unidos 651 mil postos de trabalho foram fechados em fevereiro do mesmo ano e a Espanha possuía uma das maiores taxas de desemprego do mundo e a maior do continente europeu (UNITED STATES, 2009). São pessoas reais, nossos 96

9 vizinhos ou nós mesmos e não somente as perdas financeiras estimadas em 4 trilhões de dólares [2] que são afetadas. Estas são algumas razões para também pensarmos o lado social mediante os efeitos das recessões econômicas. Um olhar sobre as crises Para Alexandre Versignassi, a crise que estamos vivenciando vai acabar. E voltar. O autor cita como exemplo uma situação semelhante vivenciada a mais de 300 anos na Inglaterra. De uma hora para outra a crise surgiu, a bolsa de valores despencou e o dinheiro ficou raro. Os empréstimos sumiram e todos começaram a gastar menos. Não haviam créditos nem clientes e várias companhias fecharam, principalmente as de navegação. Naquele tempo, o governo precisou agir para evitar o colapso completo delimitando os grandes culpados pela crise: a ganância dos homens. Pode parecer incrível, mas tudo isto ocorreu em O estado inglês precisou intervir colocando rédeas no mercado financeiro após o estouro da bolha que deu lugar a maior crise dos primórdios do capitalismo. Aquele cenário nos traz semelhanças com o mundo de agora. A atual crise não tem nada de nova nem significa o começo do fim do capitalismo; somente é maior na medida em que hoje não existem mais barreiras econômicas. São basicamente quatro passos que as crises capitalistas enfrentaram: ) Novas oportunidades de investimento (Internet, imóveis, etc.) criam chances de lucros cada vez maiores no mercado financeiro; 2) Quanto mais lucro se espera, mais as ações sobem. Investidores novatos entram no negócio; 3) Companhias novas lançam ações para aproveitar a euforia. Pessoas e empresas fazem fortunas da noite para o dia. O crédito fica facinho; 4) As expectativas de lucro não viram realidade. Investidores fogem. Bancos tomam calote. O crédito some, a economia trava. E vem a crise. (VERSIGNASSI, 2009, p. 25-6) 97 Mesmo diante da crise citada, do século XVII, a mesma serviu de base para construção do mundo e fortalecimento do sistema econômico graças ao cassino de

10 98 ações e a invenção do comércio global. Depois disso vieram dezenas de crises e transformações para o capitalismo, de modo que este se revitaliza a cada abalo modificando-se às novas realidades que enfrenta. Frederico Mazzucchelli apresenta uma interessante análise em entre alguns aspectos da crise de 1929 e a de Num contexto de intensas incertezas que vivemos é inevitável este tipo de comparação na medida em que observamos o profundo impacto da recessão que assola parte significante do sistema financeiro global. Mais ainda, a produção, os empregos, os investimentos, de modo geral, a situação econômico-social foram fortemente afetadas. O peso das riquezas das operações financeiras e a interligação de vários segmentos de mercado em escala mundial são hoje infinitamente maiores do que no final da década de Estamos atualmente diante de um processo monumental de desvalorização de ativos superior àquele momento registrado. Por outro lado, a intervenção de governos no andamento da crise atual foi está sendo muito maior e imediata, principalmente no que diz respeito à concessão de capitais ou estatização de empresas quebradas. O fato é que tudo isto ocorre depois desta fase tão larga, sem paralelo na história do capitalismo, de 50 anos de acumulação ininterrupta (salvo uma pequeníssima ruptura em 1974/75) assim como também tudo o que os círculos capitalistas dirigentes, e em particular os bancos centrais, aprenderam da crise de 29, tudo isso faz com que a crise avance de maneira bastante lenta (CHESNAIS, 2009). Mazzucchelli considera a ação dos governos como tipicamente keynesiana pela busca do fortalecimento do circuito de crédito-gasto-renda, em que os líderes dos países buscam intervir na economia mediante absoluta preferência pela liquidez. Este cenário era impensável em Em contrapartida, há uma semelhança interessante naquelas duas situações de recessão: a fragilidade da regulação e o relaxamento da percepção de riscos. Durante a Grande Depressão, as respostas para a crise foram primeiramente desastradas e geraram problemas como a propagação de quebras, contração da produção e explosão do desemprego. Naquele caos econômico-social, os governos norte-americano e alemão, firmados em projetos disciplinadores, conseguiram reverter a situação de colapso com a regulação rígida do sistema financeiro. Roosevelt promoveu

11 o saneamento do setor bancário estadunidense e estabeleceu regulamentações financeiras abandonando o padrão-ouro e colocando o dólar em progressiva trajetória de queda. Assim, os juros estavam libertos do câmbio fixo e a expansão de crédito bancário pôde irrigar a economia e estimular a alta dos preços. Hitler converteu o sistema financeiro como um braço do Reichbank impondo controle absoluto nas transações de moedas estrangeiras oferecendo oxigênio para a economia alemã. Em ambos casos, a disciplina sobre as finanças privadas foi fundamental para a saída dos escombros da profunda depressão. Para hoje seria necessário uma imperiosa reintrodução de padrões mais rígidos para redimensionar o funcionamento do sistema financeiro mundial visando à estabilidade mínima das economias capitalistas. Mazzucchelli aponta uma diferença significativa entre os dois momentos históricos que não pode ser desconsiderada. No inicio dos anos 1930, a proporção da população economicamente ativa empregada nas atividades agrícolas e extrativas era próxima a um quarto nos Estados Unidos, e a um terço na Alemanha. Com a Depressão, dada a maior sensibilidade dos preços agrícolas às variações da demanda, a renda real da população empregada no campo despencou. [...] parcela relevante dos recursos públicos administrados pelo New Deal e pelos nazistas foi direcionada exatamente para a reversão do quadro devastador que se abateu sobre a agricultura. Hoje, esta questão nem se quer é colocada: nem a proporção da população empregada no campo é relevante, ILEEL nem a participação da agricultura na criação de renda tem uma expressão econômica digna de maiores preocupações. É provável, entretanto, que o mercado imobiliário de hoje seja a agricultura de ontem: a dimensão da crise dos ativos relacionados às hipotecas de alto risco (subprime) ainda não é mensurável. (MAZZUCCHELLI, 2008, p. 65) Dessa forma, é possível que na atual crise financeira a intervenção estatal seja tão intensa quanto foi para retirar a agricultura da depressão nos anos Não é previsível para a crise atual um desdobramento parecido com a Grande Depressão. Até porquê o mundo de hoje é diferente do mundo à 80 anos atrás. A intervenção tem 99

12 evitado maiores desastres em virtude da derrota fragorosa do liberalismo iludido pela regulação dos mercados e pela euforia das finanças desregulamentadas. Considerações finais Para pensarmos as recessões econômicas do sistema capitalista é importante direcionarmos nossos olhares para as diversas contribuições do conhecimento humano como a história, a economia, a ciência política, a geografia, as ciências sociais, etc. O acesso à inúmeras formas de pensar e conceber o mundo nos abrem portas para entendermos o que se passa em sociedade. As crises capitalistas são cíclicas, funcionais e agem no sentido de reestruturar e reformular o sistema, ainda que sejam necessários elementos considerados obsoletos e de tempos passados. Isto é, em determinados momentos, a recorrência ao Estado e sua intervenção se tornam necessárias. Muito criticada tal atuação estatal, o apoio estatal se tornou evidente quanto as ordens do livre-mercado dão sinais de limites. No atual momento de crise se fala na volta de práticas intervencionistas, como a estatização de bancos e a injeção de capital. Em linhas gerais, procuramos pontuar alguns aspectos notáveis entorno das crises capitalistas e a vida cotidiana das pessoas, na medida em que é preciso olhares atentos nos discursos interpretativos das crises e até onde uma recessão poderá afetar nossas vidas em sociedade. REFERÊNCIAS: A LUTA PELA ESPERANÇA. Direção: Ron Howard. Produção: Brian Grazer, Ron Howard e Penny Marshall. Intérpretes: Russell Crowe, Renée Zellweger, Paul Giamatti, Craig Bierko, Paddy Considine e outros. Los Angeles: Universal Pictures, Legendas em Espanhol, Francês e Português. 1DVD video (144 min). ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: Contraponto/UNESP, BEAUD, Michel. História do capitalismo de 1500 até os nossos dias. Tradu. Maria Ermantina Pereira. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, BEINSTEIN, Jorge. A crise na era senil do capitalismo: esperando, inutilmente, o quinto Kondratieff.

13 Carta Maior, São Paulo, 18 fev Disponível em: < materiamostrar.cfm?materia_id=15700>. Acesso em: 4 mai BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Taxa de desemprego. Disponível em: < Acesso em: 4 mai CHESNAIS, François. O capitalismo tentou romper seus limites históricos e criou um novo 1929, ou pior. Carta maior, São Paulo, 09 out Disponível em: < alterarhomeatual =1>. Acesso em: 5 mai DUPAS, Gilberto. O futuro do trabalho. Jornal Estado de São Paulo, São Paulo, 17 nov FOLHA Online. Entenda a evolução da crise que atinge a economia dos EUA. Folha online, São Paulo, 3 fev Disponível em: < Acesso em: 3 mai FOLHA Online. Veja os principais fatos ocorridos na economia em Folha online, São Paulo, 29 dez Disponível em: < Acesso em: 3 mai HARVEY, David. O neoliberalismo não acabou. Carta maior, São Paulo, 31 mar Disponível em: < Mostrar.cfm? materia_id=15895>. Acesso em: 3 mai HARVEY, David. Wall Street e o direito a cidade. Le monde diplomatique, São Paulo, n. 20, p. 6-7, mar HOBSBAWM, Eric. Além de injusto, o mercado absoluto é inviável. Trad. Katarina Peixoto. Carta maior, São Paulo, mar HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX ( ). 2. ed. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, HOBSON, John. A evolução do capitalismo moderno: um estudo da produção mecanizada. 2. ed. Trad. Benedicto de Carvalho. São Paulo: Nova Cultural, JUDT, Tony. Crise econômica abala crença no modelo ocidental. Folha online, São Paulo, 2 mar Disponível em: < Acesso em: 3 mai LAPAVITSAS, Costas. Crise econômica: um novo 1929 ou o novo Japão? Disponível em: < Acesso em: 3 mai

14 LIMA, Marcos Costa. Os condicionantes internacionais na crise brasileira. In: ARAÚJO, Rita de Cássia; BARRETO, Túlio Velho (Orgs.). 1964: o golpe passado a limpo. Recife: Massangana, MAZZUCCHELLI, Frederico. A crise em perspectiva: 1929 e Novos Estudos, São Paulo, n. 82, p , Disponível em: < idmateria=1301>. Acesso em: 3 mai NAKANO, Kassuo; ROLNIK, Raquel. As armadilhas do pacote habitacional. Le monde diplomatique, São Paulo, p. 4-5, mar OFFE, Claus. Capitalismo desorganizado: transformações contemporâneas do trabalho e da política. Trad. Wanda Caldeira Brant. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, OLIVEIRA, Carlos Alonso Barbosa de. Processos de industrialização: do capitalismo originário ao atrasado. São Paulo: Editora UNESP, PEREIRA, Ricardo. Crash de 1929, o New Deal e a crise de crédito de Disponível em: < crash-de-1929-o-new-deal-e-a-crise-de-credito-de- 2008/>. Acesso em: 3 mai POLANYI, Karl. A grande transformação: as origens de nossa época. Trad. Fanny Wrobel. Rio de Janeiro: Campus, RIZVI, Haider. Bancos recebem ajuda de US$ 4 trilhões. E o resto do planeta? Carta maior, São Paulo, 24 nov Disponível em: < materia_id=15401>. Acesso em: 3 mai ROBOTS. Direção: Chris Wedge. Produção: Jerry Davis, William Joyce e John C. Donkin. Intérpretes: Ewan McGregor, Halle Berry, Greg Kinnear, Mel Brooks, Drew Carey e outros. Los Angeles: 20th Century Fox Film Corp., DVD video (90 min). SADER, Emir. Onde estamos? In: SADER, Emir. A vingança da história. São Paulo: Boitempo Editorial, THE CORPORATION. Direção: Mark Achbar e Jennifer Abbott. Produção: Mark Achbar e Bart Simpson. Intérpretes: Mikela J. Mikael, Jane Akre, Ray Anderson, Maude Barlow, Chris Barrett e outros. Ontario: Zeitgeist Films; Imagem Filmes, DVD video (145 min). UNITED STATES, DOL (Department of Labor). Unemployement rate. Disponível em: < Acesso em: 7 abr VERSIGNASSI, Alexandre. A crise vai acabar. E voltar. Revista superinteressante, São Paulo, n. 264, p , abr

15 [1] [2] Cálculo estimado da crise mundial, publicado em noticia pela BBC em 21/09/2009. Disponível em: < _fmirelatorio2_bg_ac.shtml>. Acesso em: 06/04/

American Way Of Life

American Way Of Life Crise de 1929 Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial. O país criou um novo estilo de vida: o american way of life. Esse estilo de vida caracterizava-se

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

Nas sombras de 1929: A crise financeira nos EUA

Nas sombras de 1929: A crise financeira nos EUA Marketing Prof. Marcelo Cruz O MARKETING E A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL Nas sombras de 1929: A crise financeira nos EUA I O Impasse Liberal (1929) Causas: Expansão descontrolada do crédito bancário; Especulação

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO

ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO Indicadores de fragilidade da era da prosperidade nos Estados Unidos da América Endividamento e falência de muitos agricultores. Estes tinham contraído empréstimos para

Leia mais

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes.

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. A ECONOMIA GLOBAL Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. O século XX marcou o momento em que hábitos culturais, passaram a ser ditados pelas grandes

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

CRISE DE 29. Colapso do sistema financeiro americano

CRISE DE 29. Colapso do sistema financeiro americano CRISE DE 29 Colapso do sistema financeiro americano Antecedentes: Europa destruída pela grande guerra depende do capital americano; EUA responsável por 50% de toda produção industrial do mundo; American

Leia mais

UNIDADE 4 A CRISE DO GUERRA MUNDIAL. CAPITALISMO E A SEGUNDA. Uma manhã de destruição e morte.

UNIDADE 4 A CRISE DO GUERRA MUNDIAL. CAPITALISMO E A SEGUNDA. Uma manhã de destruição e morte. UNIDADE 4 A CRISE DO CAPITALISMO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. Uma manhã de destruição e morte. No início de agosto de 1945, os Estados Unidos tentavam, sem resultado, conseguir a rendição japonesa. A solução

Leia mais

Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 2008

Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 2008 Boletim de Conjuntura Econômica Outubro 008 PIB avança e cresce 6% Avanço do PIB no segundo trimestre foi o maior desde 00 A economia brasileira cresceu mais que o esperado no segundo trimestre, impulsionada

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Depressões e crises Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 22 Depressões e crises Uma depressão é uma recessão profunda e de longa duração. Uma crise é um longo período de crescimento baixo ou nulo,

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento,

Leia mais

27.03.12. Paulo Safady Simão Presidente da CBIC

27.03.12. Paulo Safady Simão Presidente da CBIC 27.03.12 Paulo Safady Simão Presidente da CBIC REPRESENTANTE NACIONAL E INTERNACIONAL DAS ENTIDADES EMPRESARIAIS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E DO MERCADO IMOBILIÁRIO SINDICATOS, ASSOCIAÇÕES E CÂMARAS 62

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA

5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA 5 ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA Os sinais de redução de riscos inflacionários já haviam sido descritos na última Carta de Conjuntura, o que fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidisse

Leia mais

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014

Nota de Crédito PJ. Janeiro 2015. Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 Nota de Crédito PJ Janeiro 2015 Fonte: BACEN Base: Novembro de 2014 mai/11 mai/11 Carteira de Crédito PJ não sustenta recuperação Após a aceleração verificada em outubro, a carteira de crédito pessoa jurídica

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

Administração Financeira. Mercado Cambial Parte 01 Taxas e regimes cambiais

Administração Financeira. Mercado Cambial Parte 01 Taxas e regimes cambiais Administração Financeira Mercado Cambial Parte 01 Taxas e regimes cambiais Taxa de Câmbio - Conceito É o preço de uma unidade de moeda estrangeira denominado em moeda nacional Exemplos: A) Para comprar

Leia mais

Monetary Policy. Economic Outlook - IMF. Seminário em Política Econômica Puc-Rio

Monetary Policy. Economic Outlook - IMF. Seminário em Política Econômica Puc-Rio The Changing Housing Cycle and the Implications for Monetary Policy Third Chapter of the World Economic Outlook - IMF Seminário em Política Econômica Puc-Rio -Introdução -Desenvolvimento no Financiamento

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Press Release. Voith promove constantes mudanças 2014-12-10

Press Release. Voith promove constantes mudanças 2014-12-10 Press Release Voith promove constantes mudanças 2014-12-10 Reversão da tendência em pedidos recebidos se estabiliza: volume de pedidos aumenta em 7% no ano fiscal de 2013/14 Vendas consolidadas e lucro

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 77 julho de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Sistema bancário e oferta monetária contra a recessão econômica 1 BC adota medidas para injetar

Leia mais

Lições para o crescimento econômico adotadas em outros países

Lições para o crescimento econômico adotadas em outros países Para o Boletim Econômico Edição nº 45 outubro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Lições para o crescimento econômico adotadas em outros países 1 Ainda que não haja receita

Leia mais

1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial;

1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial; 1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial; A Nova Ordem Econômica Mundial insere-se no período do Capitalismo Financeiro e a doutrina econômica vigente é o Neoliberalismo. Essa Nova Ordem caracteriza-se

Leia mais

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em * (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em desenvolvimento) A atual crise financeira é constantemente descrita

Leia mais

Redução da Pobreza no Brasil

Redução da Pobreza no Brasil Conferencia Business Future of the Americas 2006 Câmara Americana de Comércio Redução da Pobreza no Brasil Resultados Recentes e o Papel do BNDES Demian Fiocca Presidente do BNDES Rio de Janeiro, 5 de

Leia mais

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO

O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO MODO DE PRODUÇÃO: Pode ser entendido com a estrutura econômica de uma sociedade. Incluem-se nessa noção a maneira como essa sociedade produz, distribui, consome

Leia mais

Investimento no exterior: MORTGAGE

Investimento no exterior: MORTGAGE Investimento no exterior: MORTGAGE 01. Overview Crise do Subprime 2 01. Overview Crise Subprime Entendendo a Crise do Subprime Baixas taxas de juros levaram ao aquecimento do mercado imobiliários nos EUA

Leia mais

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos Como as taxas de juros dos Estados Unidos afetam os mercados financeiros das economias emergentes 15 de maio de 2014 Alexander Klemm, Andre Meier e Sebastián Sosa Os governos da maioria das economias emergentes,

Leia mais

INTRODUÇÃO. Fui o organizador desse livro, que contém 9 capítulos além de uma introdução que foi escrita por mim.

INTRODUÇÃO. Fui o organizador desse livro, que contém 9 capítulos além de uma introdução que foi escrita por mim. INTRODUÇÃO LIVRO: ECONOMIA E SOCIEDADE DIEGO FIGUEIREDO DIAS Olá, meu caro acadêmico! Bem- vindo ao livro de Economia e Sociedade. Esse livro foi organizado especialmente para você e é por isso que eu

Leia mais

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista.

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI Questão 1 Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. a) Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura por

Leia mais

Economia Internacional

Economia Internacional Economia Internacional Arilton Teixeira arilton@fucape.br 2011 1 Bibliografia Krugman, P. e Murice Obstfeld(2000), caps 13. Grabbe(1996), cap 1. Arranjos Monetários Internacionais Como evolui o sistema

Leia mais

Crise financeira internacional: Natureza e impacto 1. Marcelo Carcanholo 2 Eduardo Pinto 3 Luiz Filgueiras 4 Reinaldo Gonçalves 5

Crise financeira internacional: Natureza e impacto 1. Marcelo Carcanholo 2 Eduardo Pinto 3 Luiz Filgueiras 4 Reinaldo Gonçalves 5 Crise financeira internacional: Natureza e impacto 1 Marcelo Carcanholo 2 Eduardo Pinto 3 Luiz Filgueiras 4 Reinaldo Gonçalves 5 Introdução No início de 2007 surgiram os primeiros sinais de uma aguda crise

Leia mais

Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista

Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista Robson Gouveia, gerente de projetos do Lean Institute Brasil, detalha como vem evoluindo a gestão em empresas da região O eixo Anhanguera

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

Choques Desequilibram a Economia Global

Choques Desequilibram a Economia Global Choques Desequilibram a Economia Global Uma série de choques reduziu o ritmo da recuperação econômica global em 2011. As economias emergentes como um todo se saíram bem melhor do que as economias avançadas,

Leia mais

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda

A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda A estratégia para enfrentar o aprofundamento da crise mundial Guido Mantega Ministro da Fazenda Câmara dos Deputados Brasília, 23 de novembro de 2011 1 Economia mundial deteriorou-se nos últimos meses

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais

Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais Perspectivas para o desenvolvimento brasileiro e a indústria de commodities minerais João Carlos Ferraz BNDES 31 de agosto de 2008 Guia Contexto macroeconômico Políticas públicas Perpectivas do investimento

Leia mais

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO A CUT e as centrais sindicais negociaram com o governo

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 89 novembro de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Crise não afeta lucratividade dos principais bancos no Brasil 1 Lucro dos maiores bancos privados

Leia mais

2.7 Financiamento. Por que Financiamento? Comparação Internacional. Visão 2022

2.7 Financiamento. Por que Financiamento? Comparação Internacional. Visão 2022 2.7 Financiamento Por que Financiamento? O ritmo de crescimento de uma economia e a competitividade da sua indústria dependem da disponibilidade de recursos para investimento e da capacidade do sistema

Leia mais

Perspectivas da Economia Brasileira

Perspectivas da Economia Brasileira Perspectivas da Economia Brasileira Márcio Holland Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda Caxias do Sul, RG 03 de dezembro de 2012 1 O Cenário Internacional Economias avançadas: baixo crescimento

Leia mais

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação O processo de desindustrialização pelo qual passa o país deve-se a inúmeros motivos, desde os mais comentados, como a sobrevalorização

Leia mais

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750 BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR As crises econômicas que se sucederam no Brasil interromperam a política desenvolvimentista. Ocorre que o modelo de desenvolvimento aqui implantado (modernização conservadora

Leia mais

Ciências Econômicas. O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos:

Ciências Econômicas. O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos: Ciências Econômicas Padrão de Resposta O estudante deve redigir texto dissertativo, abordando os seguintes tópicos: A A ideia de que desenvolvimento sustentável pode ser entendido como proposta ou processo

Leia mais

Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014

Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014 Investimentos Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014 Como forma de manter os Participantes informados sobre a evolução do seu Plano no que diz respeito à rentabilidade dos

Leia mais

Workshop - Mercado Imobiliário

Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário Workshop - Mercado Imobiliário 1. O que está acontecendo com o Brasil? 2. Por que o Brasil é a bola da vez? 3. Por que o Mercado imobiliário

Leia mais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais

Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Uma política econômica de combate às desigualdades sociais Os oito anos do Plano Real mudaram o Brasil. Os desafios do País continuam imensos, mas estamos em condições muito melhores para enfrentálos.

Leia mais

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se:

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se: Macroeconomia Aula 2 1. Modelo Keynesiano Simples 1.1. Clássicos x Keynes Para os economistas clássicos, a economia de mercado era auto-regulável e tendia quase que automaticamente para o pleno emprego.

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

O PAPEL DA AGRICULTURA. Affonso Celso Pastore

O PAPEL DA AGRICULTURA. Affonso Celso Pastore O PAPEL DA AGRICULTURA Affonso Celso Pastore 1 1 Uma fotografia do setor agrícola tirada em torno de 195/196 Entre 195 e 196 o Brasil era um exportador de produtos agrícolas com concentração em algumas

Leia mais

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O MERCADO DE CÂMBIO E SEUS AGENTES C.M.N BACEN BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA CAMBIAL VIGENTE NO BRASIL. O regime cambial brasileiro é um regime controlado

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

Recessão e infraestrutura estagnada afetam setor da construção civil

Recessão e infraestrutura estagnada afetam setor da construção civil CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO RECONHECIDA NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO VIGENTE EM 16 DE SETEMBRO DE 2010 Estudo técnico Edição nº 21 dezembro de 2014

Leia mais

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno.

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno. 1. ASPECTOS GERAIS Comércio é um conceito que possui como significado prático, trocas, venda e compra de determinado produto. No início do desenvolvimento econômico, o comércio era efetuado através da

Leia mais

Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima

Estrutura Produtiva BOLETIM. Ribeirão Preto/SP. Prof. Dr. Luciano Nakabashi Rafael Lima O presente boletim trata da evolução da estrutura produtiva de regiões selecionadas, entre 2002 e 2014, a partir dos dados de empregos formais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro

Leia mais

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV INVESTIMENTOS Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV Uma questão de suma importância para a consolidação e perenidade de um Fundo de Pensão é a sua saúde financeira, que garante

Leia mais

9. o ANO FUNDAMENTAL PROF. ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE

9. o ANO FUNDAMENTAL PROF. ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE 9. o ANO FUNDAMENTAL PROF. ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE CONTEÚDOS E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES DESAFIO DO DIA Unidade I Tempo, espaço, fontes históricas e representações cartográficas. 2

Leia mais

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO

COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO COMO INVESTIR PARA GANHAR DINHEIRO Por que ler este livro? Você já escutou histórias de pessoas que ganharam muito dinheiro investindo, seja em imóveis ou na Bolsa de Valores? Após ter escutado todas essas

Leia mais

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO

APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO APRESENTAÇÃO NO INSTITUTO DO VAREJO 18 de Agosto de 2006 Demian Fiocca Presidente do BNDES www.bndes.gov.br 1 BRASIL: NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO Um novo ciclo de desenvolvimento teve início em 2004.

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007

Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007 Texto para Coluna do NRE-POLI da Revista Construção e Mercado Pini Julho 2007 A BOLHA DO MERCADO IMOBILIÁRIO NORTE-AMERICANO FLUXOS E REFLUXOS DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO Prof. Dr. Sérgio Alfredo Rosa da Silva

Leia mais

ser alcançada através de diferentes tecnologias, sendo as principais listadas abaixo: DSL (Digital Subscriber Line) Transmissão de dados no mesmo

ser alcançada através de diferentes tecnologias, sendo as principais listadas abaixo: DSL (Digital Subscriber Line) Transmissão de dados no mesmo 1 Introdução Em 2009, o Brasil criou o Plano Nacional de Banda Larga, visando reverter o cenário de defasagem perante os principais países do mundo no setor de telecomunicações. Segundo Ministério das

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2ª PROVA PARCIAL DE GEOGRAFIA Aluno(a): Nº Ano: 8º Turma: Data: 04/06/2011 Nota: Professor: Edvaldo Valor da Prova: 40 pontos Assinatura do responsável: Orientações

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 CAP. 02 A Dinâmica dos espaços da Globalização. (9º ano) *Estudaremos a difusão do modo capitalista de produção, ou seja, do modo de produzir bens e

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA Interação de três processos distintos: expansão extraordinária dos fluxos financeiros. Acirramento da concorrência nos mercados

Leia mais

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Novatec CAPÍTULO 1 Afinal, o que são ações? Este capítulo apresenta alguns conceitos fundamentais para as primeiras de muitas decisões requeridas de um investidor,

Leia mais

Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas

Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas Fernando A. Veloso Ibmec/RJ XII Seminário Anual de Metas para a Inflação Maio de 2010 Crescimento da Renda per Capita Entre 1960 e 1980, a renda

Leia mais

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas

O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas O processo de abertura comercial da China: impactos e perspectivas Análise Economia e Comércio / Desenvolvimento Carolina Dantas Nogueira 20 de abril de 2006 O processo de abertura comercial da China:

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Nacional e internacional

Nacional e internacional Nacional e internacional Crise de 2008 Explosão do mercado imobiliário nos EUA (subprime) Colapso no sistema econômico mundial Quebradeira de bancos e grandes empresas Queda vertiginosa nas taxas de lucratividade

Leia mais

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil

A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil 1 A Crise Internacional e os Desafios para o Brasil Guido Mantega Outubro de 2008 1 2 Gravidade da Crise Crise mais forte desde 1929 Crise mais grave do que as ocorridas nos anos 1990 (crise de US$ bilhões

Leia mais

X SEMINÁRIO SUL BRASILEIRO DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA. BENTO GONÇALVES / RS / Maio 2012

X SEMINÁRIO SUL BRASILEIRO DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA. BENTO GONÇALVES / RS / Maio 2012 X SEMINÁRIO SUL BRASILEIRO DE PREVIDÊNCIA PÚBLICA BENTO GONÇALVES / RS / Maio 2012 CENÁRIO INTERNACIONAL ESTADOS UNIDOS Ø Abrandamento da política monetária para promover o crescimento sustentável. Ø Sinais

Leia mais

PROVA MENSAL QUESTÃO 1

PROVA MENSAL QUESTÃO 1 PROVA MENSAL QUESTÃO 1 a) (0,5) O texto acima retrata uma característica urbana que virou uma tendência com o avanço da globalização. Identifique essa característica, utilizando-se de elementos do texto.

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

Oportunidades e Riscos

Oportunidades e Riscos 2.4b INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS DISCIPLINA: Negócios Internacionais FONTE: DIAS, Reinaldo. RODRIGUES, Waldemar. Comércio Exterior Teoria e Gestão. Atlas. São Paulo: 2004. 1 MOTIVOS (ou VANTAGENS)

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Empresas aéreas continuam a melhorar a rentabilidade Margem de lucro líquida de 5,1% para 2016

Empresas aéreas continuam a melhorar a rentabilidade Margem de lucro líquida de 5,1% para 2016 COMUNICADO No: 58 Empresas aéreas continuam a melhorar a rentabilidade Margem de lucro líquida de 5,1% para 2016 10 de dezembro de 2015 (Genebra) - A International Air Transport Association (IATA) anunciou

Leia mais

GESTÃO FINANCEIRA E A BUSCA PELO DESEMPENHO SUPERIOR ATRAVÉS DAS PESSOAS

GESTÃO FINANCEIRA E A BUSCA PELO DESEMPENHO SUPERIOR ATRAVÉS DAS PESSOAS http://www.administradores.com.br/artigos/ GESTÃO FINANCEIRA E A BUSCA PELO DESEMPENHO SUPERIOR ATRAVÉS DAS PESSOAS DIEGO FELIPE BORGES DE AMORIM Servidor Público (FGTAS), Bacharel em Administração (FAE),

Leia mais

O Brasil e a Crise Internacional

O Brasil e a Crise Internacional O Brasil e a Crise Internacional Sen. Aloizio Mercadante PT/SP 1 fevereiro de 2009 Evolução da Crise Fase 1 2001-2006: Bolha Imobiliária. Intensa liquidez. Abundância de crédito Inovações financeiras Elevação

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

(Securities-Backed Debt Financing)

(Securities-Backed Debt Financing) Apresentação Sucinta Programa de Fundos Lastreados em Valores Mobiliários (Securities-Backed Debt Financing) Empresas em Crescimento e Expansão Rápida são confrontadas com desafios significativos no aumento

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

Regras fiscais e o ajuste em curso no Brasil: comentários gerais

Regras fiscais e o ajuste em curso no Brasil: comentários gerais Regras fiscais e o ajuste em curso no Brasil: comentários gerais André M. Biancarelli IE-Unicamp Seminário O Desafio do Ajuste Fiscal Brasileiro AKB; Centro do Novo Desenvolvimentismo, EESP-FGV São Paulo,

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR

Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR Seminário RMC e os desafios para o século XXI OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES/UFPR : mudanças na estrutura produtiva e no mercado de trabalho no período 1991/2010 Paulo Delgado Liana Carleial Curitiba, 17

Leia mais

Entrevistado: Almir Barbassa Entrevistador: - Data:11/08/2009 Tempo do Áudio: 23 30

Entrevistado: Almir Barbassa Entrevistador: - Data:11/08/2009 Tempo do Áudio: 23 30 1 Entrevistado: Almir Barbassa Entrevistador: - Data:11/08/2009 Tempo do Áudio: 23 30 Entrevistador- Como o senhor vê a economia mundial e qual o posicionamento do Brasil, após quase um ano da quebra do

Leia mais

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

APURAÇÃO DO RESULTADO (1) APURAÇÃO DO RESULTADO (1) Isnard Martins - UNESA Rodrigo de Souza Freitas http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/rodrigosfreitas/conhecendocontabilidade012.asp 1 Apuração do Resultado A maioria das

Leia mais

Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo*

Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo* Capitalismo na China é negócio de Estado e no Brasil é negócio de governo* Carlos Sidnei Coutinho** Cenário Mundial na primeira década do século XXI Os Estados soberanos se destacam como garantidores,

Leia mais

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Carlos Nuno Castel-Branco carlos.castel-branco@iese.ac.mz Associação dos Estudantes da Universidade Pedagógica Maputo, 21 de Outubro

Leia mais