ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro
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- Eduarda Brezinski Camilo
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1 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança. Uso de moedas de ouro como meio de troca, unidade de conta e reserva de valor. No padrão ouro a responsabilidade principal de um banco central era preservar a paridade oficial entre sua moeda e o ouro; para manter o seu preço o Banco Central necessitava de um estoque suficiente de reservas em ouro. Fixando os preços das moedas em ouro, o padrão ouro objetivava limitar o crescimento monetário na economia mundial e assim assegurar a estabilidade dos níveis de preços mundiais. Porém o padrão ouro não assegurava o pleno emprego. O grande problema é que os governos não assumiram a responsabilidade de manter o equilíbrio interno. Os Anos Entre Guerras ( ) Os governos suspenderam o padrão ouro durante a primeira guerra mundial e financiaram parte de seus gastos militares emitindo moeda. Além disso a força de trabalho e a capacidade produtiva haviam sido muito reduzidas por meio das perdas da guerra: resultando em níveis de preços mais elevados. Os países passaram por um processo inflacionário, conforme seus governos tentavam auxiliar no processo de reconstrução por meio dos gastos públicos : os governos emitiam moedas, resultando em grande aumento na oferta monetária e nos níveis de preços. Em 1925 a Inglaterra volta ao padrão ouro. Porém os níveis de preços eram os mais altos. Com a volta do padrão ouro, com este atrelado a libra pelo preço de antes da guerra, o país adotou políticas contracionistas, gerando desemprego, e iniciando a depressão sustentada. O elevado nível de preços e a taxa de câmbio obsoleta significou uma valorização da libra em relação às moedas estrangeiras, que diminuiu a demanda por produtos ingleses. A estagnação da Inglaterra nos anos 20
2 acelerou o declínio, tornando problemática a estabilidade financeira do padrão ouro, pois resultou na queda de confiança da Inglaterra atender as suas obrigações internacionais. As grandes guerras mundiais, assim como os conturbados anos da Grande Depressão provocaram grandes perturbações na economia de praticamente todos os países, e nas relações econômicas internacionais. Já ao final da Segunda Guerra Mundial evidenciava se a necessidade de mudanças no sistema de pagamentos internacionais. Em 1931 a Inglaterra foi obrigada a entregar seu ouro, já que os países passaram a trocar suas libras. De Bretton Woods À Crise Da Dívida Dos Anos 80 O objetivo de criar se um Sistema Monetário Internacional foi o de viabilizar as transações entre países, estabelecendo regras e convenções que regulassem as relações monetárias e financeiras e não criassem entraves ao desenvolvimento mundial. Nesse sentido define se o ativo de reserva internacional, sua forma de controle, sua relação com as diferentes moedas nacionais (regime cambial), os mecanismos de financiamento e ajustamento dos desequilíbrios dos balanços de pagamentos, o grau de movimentação dos capitais privados e o sistema de relações jurídicas que garantem o funcionamento desse mecanismo internacional. Tais eram as preocupações dos últimos anos da Segunda Guerra Mundial, quando se via no comércio mundial um importante instrumento para potencializar o desenvolvimento do mundo capitalista. A globalização tem origem nos fatos que sucederam a 2ª Guerra Mundial, como as rodadas de negociação multilaterais (GATT), que levaram à redução das barreiras ao comércio internacional. Firmou se nessa época, o acordo de Bretton Woods, onde surgiram propostas de remodelagem do sistema monetário internacional. Dessa conferência que aconteceu em 1944 nasceu um novo sistema monetário internacional, que criou FMI e tornou o dólar norte americano referência para a paridade das moedas. O dólar passou a constituir a principal moeda reserva de vários países. Somando se a isso os gastos dos Estados Unidos com importações, o Plano Marshall e outros programas de auxílio aos países necessitados, o resultado foi a acumulação de dólares fora dos EUA.
3 No início esses dólares eram depositados em bancos nos EUA, em depósitos a prazo com taxa de juros reduzida. Na década de 1950, a URSS encontra uma solução para depositar seu dinheiro nos EUA sem sofrer retaliações com a guerra fria: deposita seu dinheiro em banco inglês e estes depositam nos EUA. Os primeiros bancos que aceitaram depósitos em dólar estavam na Europa. Eram os chamados Eurodólares. Em 1958, a Europa dá mais um passo para promover uma maior interdependência financeira, trata se da Assinatura do Acordo Monetário Europeu. Na década de 60 dos EUA passa a financiar seu déficit público com a emissão de moeda. Como o dólar era referência para o sistema de paridade fixa, o aumento de sua oferta gerou excesso de liquidez internacional. Para se precaver contra a provável desvalorização da moeda norte americana, os bancos centrais de vários países passaram a trocar os dólares de suas reservas por ouro. Isso agravou a situação dos EUA e provocou o sistema de Bretton Woods, em Seguiu se um período conturbado e tentou se ainda preservar o sistema de paridades fixas, mas as especulações contra o dólar levaram à sua desvalorização e, a partir de 1973, as moedas das maiores economias passaram a flutuar livremente. A esses acontecimentos, seguiu se a crise do petróleo, que provocou forte expansão na liquidez internacional e comprometeu o desempenho de muitos países menos desenvolvidos, conduzindo à crise da dívida do terceiro mundo. Os países do terceiro mundo passaram a tomar crédito nos bancos comerciais, aumentando a dívida externa. Os empréstimos eram realizados a taxa de juros flutuantes. O sistema funcionou bem até final dos anos 70, quando o governo norte americano optou por uma política contracionista para combater o processo inflacionário, baseada no pagamento de taxas de juros mais elevadas, e com isso, os EUA passaram a atrair capitais estrangeiros, provocando brusca liquidez e conseqüentemente, alta das taxas de juros internacionais. Nesse contexto os débitos dos países em desenvolvimento, pactuadas a taxas flutuantes, tornaram se impagáveis. Em 1982 o México assume que não pode pagar seus empréstimos, detonando a crise da dívida do terceiro mundo. Década De 80 Da Crise Da Dívida Ao Consenso De Washington
4 O avanço tecnológico propiciou os meios para que a ampla desregulamentação dos mercados resultasse em formidável mobilidade de capitais internacionais e em espetacular crescimento da riqueza financeira. O processo de eliminação de controle sobre fluxos internacionais de capitais e de serviços teve início nas principais economias industrializadas Alemanha, Japão, EUA e Inglaterra. Ao longo da década de 80, as barreiras foram sendo gradativamente removidas também em outros países, ampliando a interdependência financeira internacional. Todas essas transformações foram respaldadas pelo pensamento neoliberal, que defende a remoção das diferentes formas de intervenção pública na economia e apregoa que o mercado deve ter ampla liberdade de ação porque somente a concorrência pe capaz de conduzir a uma alocação mais eficiente dos recursos mundiais. O Consenso de Washington tinha como meta a redução do papel do Estado na economia e os meios para alcançá la seriam as privatizações, a liberalização dos mercados de bens e capitais e ampla desregulamentação. Surge o Plano Brady, que possibilitou a renegociação dos débitos antigos dos países subdesenvolvidos em situação cambial frágil. Desde então países ricos e pobres se envolveram no processo de crescente interdependência financeira, correndo todos os riscos envolvidos. A Década De 90 Da Desregulamentação Dos Mercados À Crise Financeira Internacional À medida que o mundo foi reduzindo os controles sobre os movimentos de capitais, os mercados foram criando formas de convivência com a nova realidade. Como, por exemplo, hoje, novos agentes financeiros especializados no gerenciamento e administração de carteiras de seus clientes substituem a intermediação financeira do passado. O lado positivo dessa nova configuração econômica é a possibilidade de uma alocação mais eficiente dos recursos mundiais. Na medida em que os deslocamentos de fatores têm sua lógica na busca de maiores retornos, as
5 carências de capital dos países menos desenvolvidos, por exemplo, podem ser supridas pelo ingresso de recursos externos. Por outro lado aumentam as chances de riscos e incertezas. Num primeiro momento seria apenas nos países em desenvolvimento. Porém as diversas crises observadas: asiática (1997) teve efeitos danosos sobre a economia japonesa; a crise da Rússia (1998) resultou em perdas para diversos países, principalmente a Alemanha; e o próprio financiamento do FMI ao Brasil, com receio do nosso país levar outros à crise, demonstrou que o risco se estendia para todos os países do mundo. No entanto os países em desenvolvimento continuam sendo os mais vulneráveis a choques externos, problema agravado pelas idas e vindas dos capitais especulativos. Para aumentar a rentabilidade os países aceitam riscos elevados. Porém qualquer acontecimento pode reverter a lucratividade dos capitais investidos. Situação Atual A crescente interdependência financeira mundial causou transformações no comportamento das nações, como também no de todos os agentes econômicos. Atualmente um indivíduo de qualquer país pode aplicar sua poupança em empresas administradoras de fundos. Quanto maior o investimento maior o retorno, assim os investidores tornam se ousados, procurando grandes retornos com grandes riscos. Assim, os investidores internacionais buscam aplicações financeiras sem medir fronteiras, buscando as melhores rentabilidades tentando calcular os riscose trocando os investimentos produtivos pela especulação pura e simples nos mercados financeiros internacionais. São estes investidores que vêm às praças financeiras do Brasil buscando as altas taxas de juros oferecidas pelo governo brasileiro. Mas a qualquer sinal de crise, estes especuladores retiram seu capital do país, e fragilizando a situação cambial do Brasil. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO Seria possível se pensar numa volta ao padrão ouro e das taxas fixas de câmbio à realidade do mercado financeiro internacional?
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