PROGRAMA DE PORTUGUÊS: CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA*
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- Micaela Rijo Camilo
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1 II PROGRAMA DE PORTUGUÊS: CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA* de acordo com o Dicionário Terminológico (DT) 1.º CICLO _ 1.º e 2.º anos > Plano fonológico (DT. B1) Sons e fonemas Vogais: Oral Nasal Consoantes Ditongos Sílaba: Monossílabo Dissílabo Trissílabo Polissílabo > Plano morfológico (DT. B2) Morfologia flexional Flexão nominal e adjetival: Género (masculino, feminino) Flexão pronominal: Género (masculino, feminino) Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) Flexão verbal: Tempos verbais: presente, futuro, pretérito (perfeito) Alguns verbos irregulares > Plano das classes de palavras (DT. B3) Classe aberta de palavras Nome: Próprio Comum (coletivo) Adjetivo Verbo > Plano sintático (DT. B4) Frase e constituintes da frase Frase, não frase Sujeito e predicado [concordância] Grupo nominal e grupo verbal Expansão do grupo verbal e nominal > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Léxico, vocabulário e relações semânticas entre palavras Vocabulário Família de palavras Sinónimos, antónimos * Em negrito encontra-se a terminologia que os alunos deverão conhecer e utilizar. Os sublinhados são do estrito interesse do professor, ao estabelecerem os títulos e subtítulos das áreas e hierarquias da gramática, que organizam os tópicos a tratar, não constituindo, por isso, terminologia a reter pelos alunos. As etiquetas que aparecem em cinzento albergam tanto títulos e subtítulos estruturantes de interesse para o professor, como tópicos da terminologia que apenas serão explicitados aos alunos nos ciclos de ensino seguintes. 31
2 Da teoria à prática Ensino do Português 1.º CICLO _ 1.º e 2.º anos 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano discursivo e textual (DT. C) Análise do discurso e princípios reguladores da interação discursiva Princípio de cortesia Formas de tratamento Texto oral e texto escrito > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) Letra: Maiúscula Minúscula Manuscrita Imprensa Dígrafos Ordem alfabética (alfabeto) Acento gráfico: Agudo Grave Circunflexo Sinais diacríticos: Til Cedilha Sinais de pontuação: Ponto (final) Ponto de interrogação Ponto de exclamação Reticências Dois pontos Travessão Vírgula: Utilização da vírgula em situação de enumeração Configuração gráfica: Espaço Margem Período Parágrafo > Plano fonológico (DT. B1) Sons e fonemas Vogais: Orais Nasais Consoantes Ditongos: Orais Nasais Sílaba: Monossílabo Dissílabo Trissílabo Polissílabo Sílaba tónica e sílaba átona Palavras: Agudas Graves Esdrúxulas Entoação: Declarativa Interrogativa Exclamativa Imperativa 32
3 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano morfológico (DT. B2) Morfologia flexional Palavras variáveis e invariáveis Flexão nominal: Género (masculino, feminino) Grau (aumentativo, diminutivo) Flexão adjetival: Género (masculino, feminino) Grau (normal, comparativo, superlativo) Flexão pronominal: Género (masculino, feminino) Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) Flexão verbal: Conjugação (1.ª, 2.ª, 3.ª) Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) singular, plural Vogal temática Tempos verbais: Presente Futuro Pretérito (perfeito, imperfeito) Modos verbais: Indicativo Imperativo Condicional Infinitivo Palavra: Simples Complexa Radical Sufixo Prefixo Derivação prefixação, sufixação Composição > Plano das classes de palavras (DT. B3) Classe aberta e classe fechada de palavras Determinante: Artigo (definido, indefinido) Possessivo Demonstrativo Quantificador numeral Nome: Próprio Comum (coletivo) Pronome: Pessoal (forma tónica e átona) Possessivo Demonstrativo Interrogativo Quantificador numeral Adjetivo: Numeral Qualificativo Verbo: Principal Copulativo Auxiliar Advérbio: Negação Afirmação Quantidade Grau Preposição Conjunção: Coordenativa copulativa Subordinativa: Temporal Causal Final LETPP_F03 33
4 Da teoria à prática Ensino do Português 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano sintático (DT. B4) Frase, constituintes de frase e tipos de frase Processos de concordância Frase simples, frase complexa Tipos de frase: Declarativa Interrogativa Exclamativa Imperativa Funções sintáticas: Sujeito: Simples Composto Predicado Complemento direto Modificador Predicativo do sujeito Frase e constituintes da frase: Grupo nominal (GN) Grupo verbal (GV) Grupo adverbial (GAdv) > Plano discursivo e textual (DT. C) Comunicação e interação discursivas Registo: Formal Informal Diálogo Discurso: Direto (verbos introdutores do relato do discurso) Indireto Texto oral e texto escrito Princípios reguladores da interação discursiva Princípio de cortesia Formas de tratamento Língua padrão Variedade: Geográfica Social Situacional > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Léxico, vocabulário e relações semânticas entre palavras Léxico e vocabulário Família de palavras Significação; relações semânticas entre palavras Sinónimos, antónimos Polissemia Valores semânticos da frase: Afirmativa Negativa Tempo: Anterior Simultâneo Posterior 34
5 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos 2.º CICLO _ 5.º e 6.º anos > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) Configuração gráfica, relações entre palavras, ortografia, acentuação e pontuação Acento gráfico: Agudo Grave Circunflexo Diacríticos: Hífen Sinais auxiliares de escrita: Parênteses curvos Aspas Sinais de pontuação: Ponto (final) Ponto de interrogação Ponto de exclamação Reticências Vírgula (não utilização entre o sujeito e o predicado) Dois pontos Travessão Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia: Homonímia Paronímia Homofonia Homografia Configuração gráfica: Espaço Margem Período Parágrafo Formas de destaque: Itálico Negrito Sublinhado > Plano da língua, variação e mudança (DT. A) Mudança linguística Fatores internos e externos e tipos de mudança Variedades do português: Africanas Brasileira Variação e normalização linguística: Língua padrão > Plano fonológico (DT. B1) Sons, fonemas e sílabas Fonema Sequências de sons Semivogal Ditongo: Crescente Decrescente Hiato Estrutura silábica Sílaba métrica e sílaba gramatical (segmentação) 35
6 Da teoria à prática Ensino do Português 3.º CICLO _ 7.º, 8.º e 9.º anos > Plano sintático (DT. B4) Frase e constituintes da frase: funções sintáticas, tipos de frase, coordenação e subordinação Grupo nominal Grupo verbal Grupo adjetival Grupo preposicional Grupo adverbial Concordância Elipse Funções sintáticas ao nível da frase Sujeito frásico Sujeito composto Funções sintáticas: Sujeito Predicado Modificador Vocativo Funções sintáticas internas ao grupo verbal Complemento Predicativo Modificador Funções sintáticas internas ao grupo nominal Complemento do nome Modificador Complemento do adjetivo Funções sintáticas internas ao grupo adjetival Complemento do adjetivo Frase passiva Coordenação assindética Coordenação: Oração coordenada: Conclusiva Explicativa Subordinação: Oração subordinada substantiva (completiva) Oração subordinada adjetiva (relativa restritiva e relativa explicativa) Oração subordinada adverbial: (concessiva e consecutiva) > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Léxico, vocabulário e semântica lexical Vocabulário Neologismo Arcaísmo Acrónimo Sigla Extensão semântica Empréstimo Amálgama Truncação Estrutura lexical Campo semântico Significação lexical Monossemia e polissemia Hiperonímia, hiponímia Valor temporal Valor aspetual / Classes aspetuais: Evento Situação estativa Aspeto lexical / Aspeto gramatical Valor modal Modalidade 42
7 3.º CICLO _ 7.º, 8.º e 9.º anos > Plano discursivo (DT. C) Análise do discurso e áreas disciplinares correlatas Prefácio Posfácio Epígrafe Bibliografia Enunciação Enunciado Enunciador / Destinatário Intenção comunicativa Contexto: Extraverbal Paraverbal Verbal Universo do discurso Ato de fala: Direto Indireto Monólogo Discurso indireto livre Princípio de pertinência Princípio da cooperação Máximas conversacionais: De quantidade De qualidade De modo Pressuposição Implicação Implicatura conversacional Macroestruturas textuais / Microestruturas textuais Progressão temática Dêixis: Pessoal Temporal Espacial Conectores discursivos: Aditivos ou sumativos Conclusivos ou explicativos Contrastivos ou contra-argumentativos Intertexto Hipertexto Modo narrativo Modo lírico Modo dramático Tipologia textual Plurissignificação Aliteração Pleonasmo Anáfora Hipálage Prosopopeia Imagem Antítese Perífrase Hipérbole Eufemismo Ironia Metáfora Alegoria Símbolo Sinédoque > Lexicografia (DT. D) Obras lexicográficas Dicionário de aprendizagem Dicionário etimológico Terminologia Informação lexicográfica Entrada, artigo, termo > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) Configuração gráfica Sinais de pontuação Sinais auxiliares da escrita Aspas Formas de destaque Sobrescrito Subscrito Nota de rodapé Conhecimento gramatical e lexical Homonímia 43
8 Da teoria à prática Ensino do Português DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO atualizado pela nova ortografia (retirado de A. Língua, comunidade linguística, variação e mudança Conhecimento da língua e do seu uso pelos falantes, variação (geográfica, social ),normalização. A.1 Língua e comunidade linguística A.1.1 Comunidade e falante Comunidade linguística III Conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua (que não é obrigatoriamente a língua materna de todos) ou um mesmo dialeto para comunicarem entre si. Falante Sujeito considerado enquanto utilizador de uma língua, possuidor de um conhecimento linguístico ou elemento de uma comunidade linguística. O termo é sinónimo de falante-ouvinte. Competência linguística Capacidade intuitiva que o falante tem de usar a sua língua materna, decorrente do processo natural de aquisição da linguagem. Competência metalinguística Capacidade que um falante tem de manipular e refletir sobre unidades, processos e regras da gramática da sua língua. O desenvolvimento pleno da competência metalinguística depende, em grande parte, de instrução explícita e formal. A.1.2 Estatuto das línguas Língua oficial Língua usada no contacto de um cidadão com a administração do seu país. Em países com uma situação próxima do monolinguismo, a língua oficial coincide com a língua nacional. 44
9 Língua materna Língua com a qual um falante entra em contacto na infância, e que adquire em ambiente natural. Língua segunda, L2 Língua materna de uma comunidade que, sobretudo por razões de imigração ou de multilinguismo, é aprendida por outros falantes da mesma comunidade a um nível secundário em relação à sua primeira língua. É frequente o uso do termo língua não materna como equivalente de língua segunda, sobretudo quando refere uma língua que é aprendida em contexto escolar por falantes que não a têm como língua materna. Língua estrangeira Língua que, tomado determinado país, não é língua materna de nenhuma comunidade antiga, nem tem, nesse país, um reconhecimento oficial. Por vezes, este termo é usado como sinónimo de língua segunda ou L2. A.2 Variação e normalização linguística A.2.1 Variação Propriedade que as línguas têm de se diferenciarem em função da geografia, da sociedade e do tempo, dando origem a variantes e a variedades linguísticas. Variedades geográficas Diferentes formas que uma mesma língua assume ao longo da sua extensão territorial. A estas variedades chama-se também dialetos regionais ou, simplesmente, dialetos. Variedades do português Variedade europeia Variedade brasileira Variedades africanas Variedades sociais Também chamadas socioletos ou dialetos sociais, são variedades de uma língua usadas por falantes que pertencem à mesma classe social. Entre estes falantes há uma partilha de ambiente socioeconómico ou educacional. A disciplina que estuda as variedades sociais da língua ( sociolinguística ) considera uma série de fatores sociais de variação (chamados variáveis extralinguísticas ): classe social, nível de instrução, tipo de educação, idade, sexo, origem étnica, etc. 45
10 Da teoria à prática Ensino do Português IV O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO O que é o Acordo Ortográfico de 1990? Até ao início do século XX, a língua portuguesa não obedecia a nenhuma ortografia oficial. Reinava, pois, a arbitrariedade ortográfica, com a adoção de vários critérios, uns mais afins à fonética, outros mais simpáticos à etimologia, sem deixar de haver também casos em que o critério adotado era pura e simplesmente estético. Só com a implantação da República, em 1910, parece ter chegado uma intenção de ordem e de renovação, concretizada no contributo de prestigiados filólogos de então, os quais se empenharam decididamente na reforma ortográfica da língua. Assim, em 1911, Gonçalves Viana tinha já preparada uma importante reforma ortográfica para promulgação oficial em Portugal, à revelia do Brasil, que, apesar do número imensamente superior de falantes da língua, não foi consultado para tal reforma. Naturalmente, o Brasil não aceitou nem adotou os preceitos ortográficos portugueses de A partir de então, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras levaram a cabo várias iniciativas tendentes a encontrar critérios verdadeiramente linguísticos para a unificação das duas ortografias vigentes. Assim, foram várias as iniciativas levadas a cabo, ao longo do tempo, visando a referida unificação, mas nenhuma acabou por vingar. Podemos dizer que só em 1971 ocorre algo de importante na perspetiva da unificação ortográfica entre Portugal e o Brasil. Com efeito, nesta data, é promulgada no Brasil uma lei que suprime o acento circunflexo usado na distinção das palavras homógrafas. A mesma lei brasileira determina a supressão dos acentos circunflexos e dos acentos graves prevalecentes nos vocábulos derivados com o sufixo -mente (publicamente, unicamente, somente) e com os sufixos iniciados por -z- (avozinha, pezinho, sozinho), que eram igualmente responsáveis por uma quantidade razoável de desencontros ortográficos entre o português de Portugal e o do Brasil. Neste contexto de reformulação da acentuação gráfica da língua, Portugal promulga também, em 1973, um decreto-lei que ratifica estas mesmas regras de acentuação, dando lugar a um primeiro passo concreto no sentido da unificação ortográfica. Com esta simples medida resolveram-se cerca de 70% das divergências ortográficas existentes entre Portugal e o Brasil. Mas só em 1986 viria a ter lugar, no Rio de Janeiro, uma ampla reunião de representantes de todos os países de língua oficial portuguesa, incluindo observadores galegos que manifestavam o desejo de ver o galego assumido no marco 168
11 da lusofonia. Esta reunião consagrou um acordo ortográfico extremamente polémico. De facto, o dito acordo optava por soluções radicais que nenhum país de língua portuguesa foi capaz de assumir. É, pois, na onda desta polémica e com o espírito de moderar os excessos e favorecer um diálogo consentâneo e conclusivo que, posteriormente, já em 1990, se chega ao Acordo hoje designado por novo Acordo Ortográfico. Trata-se de um Acordo Ortográfico que, sem dúvida alguma, privilegia a fonética, aproximando, assim, aquilo que se escreve daquilo que se fala. Este Acordo é o que agora somos chamados a adotar. O que muda e o que não muda, para Portugal, com o Acordo Ortográfico? 1. Alfabeto São introduzidas as letras k, w e y, que passam a integrar oficialmente o alfabeto da língua portuguesa. Sendo assim, o alfabeto passa a ser constituído por 26 letras, a saber: a A á, b B bê, c C cê, d Ddê, e E é, f F efe, g G gê ou guê, h H agá, i I i, j J jota, k K capa ou cá, l L ele, m M eme, n N ene, o O ó, p P pê, q Q quê, r R erre, s S esse, t T tê, u U u, v V vê, w W dáblio, x X xis, y Y ípsilon, z Z zê As letras k, w e y usam-se: a) Nos antropónimos de origem estrangeira e nas palavras que deles derivam. Exemplos: Darwin darwinismo Kant kantiano b) Nos topónimos de origem estrangeira e nas palavras que deles derivam. Exemplos: Kosovo kosovar Washington washingtoniano c) Nas siglas, símbolos e unidades de medida internacionais. Exemplos: kg (quilograma), km (quilómetro) WC (Water Closet), WWW (World Wide Web) d) Nas palavras de origem estrangeira de uso corrente. Exemplos: kart, windsurfista, yoga 2. Maiúsculas e minúsculas Introduzem-se algumas alterações e estabelecem-se novas sistematizações no uso de maiúsculas e minúsculas. 169
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