Fofo. A viagem de. Telma Guimarães. Suplemento do Professor. Ilustrações de Mima Castro. Elaborado por Ana Paula Machuca Marcon

Transcrição

1 A viagem de Fofo Telma Guimarães Ilustrações de Mima Castro Suplemento do Professor Elaborado por Ana Paula Machuca Marcon

2 Sobre a história A viagem de Fofo conta a história de dois irmãos, Fabinho e Betinho, que se deparam com a morte do cachorrinho Fofo. O livro fala da dificuldade de superar a perda de um ente querido, no caso, o animal de estimação. Mostra o ritual da despedida sendo realizado com lembranças de momentos felizes e gestos que demonstram o carinho que a família tinha com Fofo. O tema é abordado com sensibilidade e expressa a importância de se tratar com verdade a morte de pessoas e bichos queridos. Os pais de Fabinho e Betinho proporcionam um momento de despedida e lembranças no qual as crianças podem expressar seus sentimentos. No momento em que Fofo é levado para o sítio do Dr. Marcos para ser enterrado, as crianças despedem-se dele deixando alguns objetos estimados para que o cachorrinho se sinta mais confortável. Os dias passam e a saudade do cachorrinho continua. No final da semana, uma surpresa: as crianças ganham uma bisneta de Fofo, à qual dão o nome de Xereta. Embora a nova cadelinha não substitua o amor da família pelo antigo cachorrinho, traz um pouco de alegria à casa e é até motivo de alguns sorrisos. A criança e o sentimento de luto O sentimento de perda para as crianças muitas vezes aparenta ser permanente ou confuso. Como elas não sabem lidar com esse novo sentimento e ainda não se expressam de maneira clara, normalmente demonstram suas frustrações por meio de comportamentos. Algumas atitudes que evidenciam raiva, culpa, revolta, ou até mesmo depressão, podem ser sinais de que a criança não está conseguindo lidar com a perda. Embora a morte seja parte natural da vida, ela precisa ser trabalhada de forma clara e verdadeira, sem mentiras bem-intencionadas para diminuir a dor da criança. Inventar explicações como o cachorro fugiu pode magoar e confundir ainda mais, criando falsas expectativas e esperanças não realistas. 2

3 A morte de um ente querido gera, tanto nos adultos quanto nas crianças, um sentimento de tristeza e desamparo. No caso dos pequenos, como ainda não sabem diferenciar e nomear os sentimentos, a situação torna-se mais complexa, o que faz com que necessitem da compreensão e do acolhimento dos adultos. Para que consigam elaborar o acontecimento da melhor forma possível, é importante que as crianças passem pelos rituais posteriores à morte, como enterrar o bichinho e valorizar as lembranças deixadas por ele. Aproveite para aprofundar o tema assistindo com eles a alguns dos filmes clássicos que contém cenas de morte, como: O rei leão, Bambi, A Branca de Neve etc. Uma sugestão é colocar os títulos dos filmes em votação e assistirem ao mais votado. Após a exibição, promova uma reflexão sobre a morte do personagem e os sentimentos que ficaram aparentes nas cenas do filme. Confeccionar mascote Uma excelente atividade para desenvolver responsabilidade nos alunos é a confecção de um mascote. Que tal fazer um bichinho para ser o mascote deles? Apresentamos a seguir a proposta de uma centopeia. Solicite com antecedência que os alunos tragam para a escola os materiais necessários. Materiais: tecido de algodão cru (aproximadamente 1 metro); retalhos de tecido em algodão com estampas variadas; barbante; cola colorida; algodão ou fibra para encher o bichinho; caneta para tecido. 3

4 Como fazer Enrole o tecido em forma de tubo e utilize cola quente para unir um lado ao outro. Com barbante, amarre uma das pontas do tecido e comece a encher a centopeia com algodão ou fibra. Amarre o tecido em alguns pontos para formar os gomos da centopeia. Dê um toque colorido ao bichinho fazendo o cabelo dele com retalhos de tecido cortados em tiras e fixando-os com cola quente. Faça olhinhos e boca com tecidos colados com cola quente ou desenhe-os com caneta para tecido. Depois de pronta a centopeia, os alunos devem dar um nome a ela. Para fortalecer o vínculo afetivo, proponha que a cada fim de semana um aluno leve a centopeia para casa e, ao retornar, conte como foi a experiência ou produza um relato para ficar anexado ao Livro de memórias da centopeia. Antes, estipule com os alunos os cuidados e a responsabilidade que devem ter ao levá-la para casa. Por exemplo: não esquecer de devolvê-la para a turma na segunda-feira; cuidar para não sujar ou rasgar. Caso aconteça, pedir que um adulto ajude a consertá-la; levá-la para passear onde você for; outros cuidados que a turma sugerir. A centopeia também pode ser substituída por uma planta. Nesse caso, os cuidados seriam: devolver a planta na semana seguinte; cuidar para que as folhas não rasguem; cuidar para que o vaso não quebre; regá-la de maneira correta, lembrando que as plantas necessitam de determinada quantidade de água, podendo morrer caso sejam regadas em excesso; colocá-la para tomar sol, se necessário. 4

5 Produção de manchetes Com base na parte da história em que a família relembra o fato de Fofo já ter sido notícia de jornal, realize com os alunos alguns exercícios utilizando manchetes. Escolha previamente um jornal de sua preferência, leve-o para a sala de aula e faça a leitura de algumas manchetes. A cada manchete lida, questione os alunos a respeito do que entenderam: Qual é o assunto da manchete? Já ouviram algo parecido com essa manchete? O que vocês podem falar sobre ela? Estimule os alunos a pensar em situações vivenciadas na escola e peça que escolham uma para escreverem sob a forma de manchete. Após a seleção, auxilie-os na escrita. Escreva um exemplo de manchete na lousa para que todos participem. Esse ensaio servirá de base para que eles consigam escrever uma manchete sozinhos na atividade. A atividade pode ser complementada com o seguinte trabalho: distribua uma manchete de jornal a cada aluno. Procure evitar temas violentos e negativos em geral. Em seguida, peça a eles que escrevam uma história ou notícia com base na manchete lida. Por fim, entregue o texto original do qual a manchete foi retirada para que os alunos o comparem com a história que escreveram. Caso seja necessário, a atividade pode ser feita em grupos. Álbum de fotografias da turma Seria oportuno produzir juntamente com a turma um álbum de fotografias. É um ótimo momento para promover a união deles. Peça que tragam algumas fotografias deles (ou façam cópias delas) de quando eram mais novos ou em situações do dia a dia. Se possível, fotografe os alunos durante uma semana nas atividades escolares; peça aos professores de outras disciplinas que façam o mesmo e apareçam nas fotos. Não se esqueça de pedir autorização dos pais ou responsáveis pelos alunos para realizar essa atividade. 5

6 Solicite aos alunos que criem legendas para as fotografias, escrevendo alguns textos curtos para serem incluídos no álbum. Comente que é possível que, futuramente, eles não convivam mais de forma tão próxima quanto agora. Portanto, o álbum é uma forma de relembrar os bons momentos que viveram juntos. Respostas do Suplemento de Atividades 1. Converse com os alunos e explique que cuidar de um bichinho é mais do que dar comida e água; antes de tudo, é manter com ele uma relação de amor e companheirismo. Os animais trazem felicidade para quem cuida deles, mas necessitam de cuidados especiais. Seus donos precisam: manter o local destinado a eles sempre limpo; verificar regularmente a quantidade de água e comida deles; vaciná-los de acordo com a orientação do veterinário; brincar com eles, levá-los para passear e darlhes carinho e atenção; ficar atentos a possíveis mudanças de comportamento e/ou sinais de doença. Se notarem qualquer sinal diferente, devem levá-los ao veterinário. 2. a) Betinho, o irmão mais novo de Fabinho, repetia tudo o que o irmão mais velho dizia e, em alguns momentos, chegou até a contar histórias das quais não participou como se tivesse participado. b) Resposta pessoal. Converse com os alunos sobre isso, perguntando se faziam o mesmo quando eram pequenos, se conhecem crianças que agem assim e os possíveis motivos por que isso ocorre. 3. Espera-se que os alunos relatem alguma perda, seja de uma pessoa querida ou de um animalzinho de estimação. Aproveite o momento para conversar com eles e abrir espaço para que falem um pouco a respeito da perda. Valorize todos os depoimentos e comente, com naturalidade, que todos sofrem com as perdas, mas que elas são inevitáveis, pois são o curso natural da vida. É importante que apenas os alunos que se sentirem à vontade falem sobre isso. 4. Resposta pessoal. Muitas vezes as crianças têm a noção de tempo um pouco limitada, não conseguem imaginar que um dia algo poderá acabar ou um ente querido irá falecer. Mas é preciso explicar a elas que tudo que é vivo tem um ciclo. Trabalhar o tempo de vida de uma planta ou animal é uma boa maneira de apresentar esse tema aos alunos. Converse com eles sobre o ciclo de vida de pessoas, vegetais e animais explicando que eles nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Caso haja tempo, explore melhor o conteúdo com pesquisas e atividades. Em uma roda de conversa, peça que cada um dê sua opinião sobre o assunto. Com base na hipótese levantada por Fabinho, os alunos devem expor seus pensamentos sobre como seria o mundo se ninguém partisse. Haveria lugar para todos? 5. Se julgar adequado, solicite que levem para a sala de aula fotografias de situações que viveram com seus animais de estimação ou com a família. Em uma roda de conversa, eles devem mostrar as fotografias aos colegas e contar como foi o momento representado. 6