PROPOSTA DE MODELO PARA IMPLANTAÇÃO E PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM

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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL PROPOSTA DE MODELO PARA IMPLANTAÇÃO E PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM MARCELE ARIANE LOPES GARBINI CUIABÁ, MT OUTUBRO, 2012

2 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL PROPOSTA DE MODELO PARA IMPLANTAÇÃO E PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM MARCELE ARIANE LOPES GARBINI Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como um dos requisitos à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Edificações e Ambiental. Área de Concentração: Construção Civil Orientador: Professor Dr. Douglas Queiroz Brandão CUIABÁ, MT OUTUBRO, 2012

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5 A minha mãe, Arlene, pelo exemplo de vida e por nunca ter medido esforços para que um dia eu chegasse até aqui. A minha irmã Karoline, pelo incentivo permanente. Ao meu esposo, Jeferson, pelo seu companheirismo indispensável e compreensão pela minha ausência em tantos momentos. A vocês, em especial, dedico este trabalho. 4

6 5 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus que me deu inspiração e força para a realização do mestrado. Ao Professor Dr. Douglas Queiroz Brandão, por ter me despertado para a importância da BIM como tema de estudo, por sua paciência ao longo da orientação deste trabalho, de grande importância ao meu crescimento profissional e pessoal. Aos Professores Dr. Cláudio Cruz Nunes, Dr. José Afonso Botura Portocarrero e Dr. Sérgio Scheer pelas contribuições na banca de qualificação e pelo enriquecimento desta pesquisa. Aos demais professores da pós-graduação, pela competência e dedicação em seus ensinamentos e pelo respeito com que tratam todos os alunos. Aos colegas do curso pelas valiosas observações e companheiros nas disciplinas de pós-graduação. As amizades iniciadas no mestrado e que seguirão para a vida toda: Anelise Yano, Karina Colet e Mariana Abreu, pelo convívio, aprendizado, incentivo e inúmeras discussões sobre nossas dissertações. Aos escritórios que receberam a mim, sempre atenciosos e dispostos a contribuir com a pesquisa acadêmica. A CAPES pela bolsa concedida para a realização deste trabalho. A todos que, de alguma forma, me ajudaram a vencer esta etapa.

7 6 RESUMO GARBINI, M. A. L. Proposta de modelo para implantação e processo de projeto utilizando a tecnologia BIM. Cuiabá, f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Esta dissertação trata do modelo de processo de projeto utilizando a tecnologia BIM (Building Information Modeling) em escritórios de arquitetura. O conceito de BIM surgiu há mais de trinta anos, no entanto vem sendo divulgado com maior abrangência no mercado da construção civil apenas nos últimos dez anos. As vantagens de sua utilização são visíveis em projetos que foram desenvolvidos nesta tecnologia, considerando o aumento na rapidez e na qualidade de projetos entre outros benefícios que foram explanados neste trabalho. Para tanto, o objetivo principal desta pesquisa, foi propor a implantação da tecnologia BIM, apresentando um modelo de processo de projeto, a fim de auxiliar os escritórios de arquitetura a desenvolverem seus projetos com maior nível de eficiência. A base teórica desta pesquisa apresenta temas relacionados com o processo de projeto, o projeto e a tecnologia BIM. Fundamenta-se metodologicamente em estudos de casos múltiplos, interpretados qualitativamente e realizados em escritórios de arquitetura nas cidades de Cuiabá, São Paulo e Goiânia. Na preparação dos estudos foi elaborado um protocolo de pesquisa com questões para a coleta de dados nos escritórios. A condução dos estudos de caso foi de ordem exploratória: através de documentos, entrevistas e observação direta nos escritórios. As etapas para a entrevista foram elaboradas de acordo com informações como: dados da empresa; dados sobre o desenvolvimento dos projetos; dados sobre planejamento para implantação da tecnologia BIM; dados sobre tecnologia da informação; dados sobre processo de projeto e sobre procedimentos de trabalho. Após a validação, foi realizada uma análise comparativa destas informações. Nesta análise ficaram claras as mudanças ocorridas nos processos de projeto, nos procedimentos de trabalho e na capacitação da equipe técnica dos escritórios, nos quatro estudos de caso. O produto final desta pesquisa foi à criação de uma proposta para implantação da tecnologia BIM e de um modelo de processo de projeto, composto de diretrizes de trabalho, através de instrumentos para o desenvolvimento dos projetos nos escritórios de arquitetura. Palavras-chave: escritórios de arquitetura, processo de projeto, Building Information Modeling.

8 7 ABSTRACT GARBINI, N. A. L. Proposed model for implementation and design process using BIM in architectural offices. Cuiabá, f. Master s Dissertation (Master in Building Environmental Engineering) - Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, This work deals with the design process using BIM (Building Information Modeling) in architectural offices. The concept of BIM arose more than thirty years ago, however, it has been reported with greater coverage in the construction market just in the last ten years. The advantages of its use are visible in projects wich were developed with this technology, considering the increase in the speed and quality of projects, among other benefits that have been described in this work. Therefore, the main objective of this research was to propose a deployment technology for BIM in architectural offices and a model of the design process through the use of this technology in order to assist architectural firms to develop their projects with greater efficiency. The theoretical basis of this research presents issues related to the design process, design and BIM. It was conducted on methodologically multiple case studies, qualitatively interpreted and implemented in architectural offices in the cities of Cuiabá, São Paulo and Goiânia. In preparing the studies a research protocol issues was designed for data collection in offices. The conduct of the case studies had an exploratory order: through documents, interviews and observation in the offices routine. The steps to the interview included the company's data and investigation about the development of projects, the planning for implementation of BIM technology, information technology, the design process and the work procedures. After validation a comparative analysis of this information was performed. This analysis became clear the changes in design processes, work procedures and training of the technical staff of the offices in the four case studies. The last step of this research was to create a proposal for implementation of BIM and a model of the design process, composed of working guidelines and instruments for the development of projects in architectural offices. Keywords: architecture firms, design process, Building Information Modeling..

9 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Modelagem dos processos Figura 2 Fluxo do desenvolvimento do projeto Figura 3 Processo de projeto genérico aplicado nos escritórios de arquitetura Figura 4 O processo de tomada de decisão segundo Markus e Arch (1973) Figura 5 Desenvolvimento do projeto como processo criativo Figura 6 Modelo de processo de projeto Figura 7 Processo de projeto de edificações Figura 8 Processo de projeto Figura 9 Modelo do processo segundo Fabrício Figura 10 Modelo de processo de projeto Figura 11 Utilização da tecnologia BIM Figura 12 Pré-requisitos para o BIM Figura 13 Planejamento para implantação tecnologia BIM em escritórios Figura 14 Planejamento para implantação da tecnologia BIM Figura 15 Implantação BIM Figura 16 Delineamento da pesquisa Figura 17 Organograma do estudo de caso A Figura 18 Estrutura do processo de projeto tradicional: caso A Figura 19 Planejamento das etapas e níveis de detalhamento por etapa Figura 20 Fluxo do desenvolvimento do projeto Figura 21 Organograma do estudo de caso B Figura 22 Estrutura do processo de projeto tradicional: caso B Figura 23 Planos de modelagem Figura 24 Fluxo do desenvolvimento do projeto Figura 25 Organograma do estudo de caso C Figura 26 Estrutura do processo tradicional do escritório de arquitetura: estudo de caso C Figura 27 Fluxo do desenvolvimento do projeto Figura 28 Organograma do estudo de caso D Figura 29 Estrutura do processo tradicional: estudo de caso D Figura 30 Fluxo do desenvolvimento do projeto Figura 31 Processo de projeto tradicional Empresas investigadas Figura 32 Escritórios que utilizam roteiros para desenvolver seus projetos Figura 33 Criação do roteiro de processo de projeto Figura 34 Conhecimento dos escritórios em modelos de processo de projeto Figura 35 Eficiência de um modelo de processo de projeto Figura 36 Estrutura do planejamento e proposta modelo de processo de projeto em BIM 139 Figura 37 Exemplo de processo de projeto mapeado elaboração de maquete virtual Figura 38 Etapas do modelo Figura 39 Fase de concepção Figura 40 Fase de desenvolvimento

10 9 Figura 41 Fase de conclusão Figura 42 Fluxo do modelo de processo de projeto com uso da tecnologia BIM Figura 43 Comparação das etapas de projeto das empresas A, B, C, D e modelo proposto Gráfico 1 A chance de reduzir o custo de falhas do edifício em relação ao avanço do empreendimento Gráfico 2 Relação entre o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o custo das atividades... 26

11 10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Propostas para subdivisão do processo de projeto Quadro 2 Validação da pesquisa Quadro 3 Aplicação da pesquisa Quadro 4 Definição dos objetivos: empresa A Quadro 5 Informações sobre detalhamentos Quadro 6 Modelo de tabela para identificar os responsáveis por cada item do projeto Quadro 7 Controle de qualidade Quadro 8 Panorama geral: estudo de caso A Quadro 9 Definição dos objetivos Quadro 10 Definição de níveis de modelagem Quadro 11 Panorama geral: estudo de caso B Quadro 12 Definição de níveis de modelagem Quadro 13 Panorama geral: estudo de caso C Quadro 14 Planejamento BIM Quadro 15 Panorama geral dos estudos de caso Quadro 16 Exemplos de objetivos e prioridades BIM Quadro 17 Exemplo de uso do BIM Quadro 18 Exemplo de maturidade BIM Quadro 19 Exemplo de responsáveis pelo modelo Quadro 20 Exemplo de níveis de detalhamento Quadro 21 Exemplo de controle de qualidade Quadro 22 Novos profissionais com a implantação da BIM

12 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT AEC AGC AIA AsBEA BIM CAD CIB GM GPPIE GSA IAI IDM IFC IFD ISO MIT MVD RIBA TI TIC Associação Brasileira de Normas Técnicas Arquitetura, Engenharia e Construção Associated General Contractors of America American Institute of Architects Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura Building Information Modeling Computer Aided Design Conseil International du Bâtiment General Motors Modelo de referência para o gerenciamento de processo de projeto integrado de edificações General Service Administration International Alliance for Interoperability Information Delivery Manuals Industry Foundation Classes International Framework for Dictionaries International Standardization Organization Massachussetts Graphical Communications System Model View Definitions Royal Institute of British Architects Tecnologia da Informação Tecnologia da Informação na Construção

13 12 SUMÁRIO CAPÍTULO INTRODUÇÃO DELIMITAÇÃO DA PESQUISA E JUSTIFICATIVA QUESTÃO DA PESQUISA Objetivo Geral Objetivos Específicos ESTRUTURA DO TRABALHO CAPÍTULO PROCESSOS DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES CONTEXTO DEFINIÇÕES DE PROJETO O PAPEL DO PROJETO PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES As Etapas do Processo de Projeto Problemática do Processo de Projeto MODELAGEM DO PROCESSO DE PROJETO ESTUDOS DE MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO Markus e Arch (1973) Riba (1980) Melhado (1994) Novaes, Tzortzopoulos, Fabrício, GPPIE Romano, CAPÍTULO BIM (BUILDING INFORMATION MODELING) CONTEXTO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS CAD AO BIM Diferentes Tipos de CAD - Geométrico: Prancheta Eletrônica Diferentes Tipos de CAD - 3D: Maquete Eletrônica Diferentes Tipos de CAD - BIM: A Modelagem do Produto DEFINIÇÕES DE BIM MODELAGEM VIRTUAL PROJETO PARAMÉTRICO INTEROPERABILIDADE FLUXO PARA O DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM ADOÇÃO DA TECNOLOGIA BIM NO CONTEXTO INTERNACIONAL GUIAS DE IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA BIM EM ESCRITÓRIOS DE PROJETO... 61

14 Autodesk: Plano de Implantação BIM Associação Geral dos Empreiteiros dos EUA (AGC): Guia dos Contratantes para BIM Associação da Indústria da Construção do Reino Unido (AEC UK) Guia de Planejamento e Execução de Projeto BIM- PENN STATE/ Building Smart IMPLANTAÇÃO NO BRASIL PERSPECTIVAS PARA A BIM CAPÍTULO MÉTODO DE PESQUISA CONTEXTO ESTRATÉGIA DA PESQUISA UNIDADE DE ANÁLISE ESTRATÉGIA DA ANÁLISE QUALIDADE DA PESQUISA ESTRUTURA DA PESQUISA: Etapa Inicial Survey Planejamento: Estudo Piloto Planejamento: Coleta de Dados Estudos de Casos Múltiplos Análise dos Dados CAPÍTULO ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS CONTEXTO ESTUDO DE CASO A Estudo Piloto Descrição da Empresa A e a Obra em Estudo Processo do Projeto Tradicional Descrição do Desenvolvimento do Projeto com BIM Reunião com cliente e arquiteto Reunião com a equipe de projetos e a empresa coordenadora Reunião com equipe de projetos, empresa coordenadora e coordenação de projetos BIM Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso A Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso A ESTUDO DE CASO B Descrição da Empresa B e a Obra em Estudo Processo de Projeto Tradicional Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM Reunião com cliente, arquiteto e consultora de projetos escolares Reunião com arquiteto responsável pela equipe de projetos e líder BIM Reunião com equipe de projetos e líder BIM Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso B Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso B ESTUDO DE CASO C

15 5.4.1 Descrição da Empresa C e a Obra em Estudo Processo do Projeto Tradicional Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM Reunião com cliente e arquiteto Reunião com arquiteto responsável e equipe de projetos Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso C Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso C ESTUDO DE CASO D Descrição da Empresa D e a Obra em Estudo Processo de Projeto Tradicional Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM Reunião com cliente e arquiteto Reunião com coordenador do projeto e arquiteto Reunião com coordenador do projeto, equipe de projeto e consultoria da certificação LEED Reunião com coordenador do projeto, equipe de projeto e coordenador BIM Caso D Estrutura do Processo de Projeto Utilizando a Tecnologia BIM Implantação da tecnologia BIM e mudanças nos processos de trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso D Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso D ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO Panorama Geral dos estudos de caso Estrutura das empresas e características do processo de projeto tradicional Considerações sobre o desenvolvimento dos projetos com o uso da tecnologia BIM Considerações Sobre o Planejamento para Implantação da Tecnologia BIM Considerações Sobre a Tecnologia da Informação Considerações Sobre o Processo de Projeto Considerações Sobre os Procedimentos de Trabalho Considerações Sobre a Análise Comparativa CAPÍTULO PROPOSTA DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM CONTEXTO PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO da tecnologia bim ETAPAS DO PLANEJAMENTO Identificar Usos e Objetivos para o BIM Planejar Níveis de Maturidade BIM Processo de Projeto BIM Troca de Informações Infraestrutura Necessária Equipe Necessária PROPOSTA DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM Fase de Concepção Fase de Desenvolvimento Fase de Conclusão

16 6.4.4 Apresentação do Fluxo do Modelo de Processo de Projeto Completo e Considerações Finais CAPÍTULO CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerações sobre o método empregado Considerações sobre os estudos de caso Sobre o modelo proposto Contribuições da pesquisa Sugestões para trabalhos futuros REFERÊNCIAS GLOSSÁRIO APÊNDICE A - PESQUISA DE ESTUDOS SOBRE MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO: CONTRIBUIÇÕES PARA MELHORES PRÁTICAS UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM APÊNDICE B RESULTADO DA SURVEY REALIZADA PARA INVESTIGAR MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO ADOTADOS PELOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA

17 15 CAPÍTULO 1 1 INTRODUÇÃO A indústria, de maneira geral, passa por um momento de grandes transformações no Brasil. O setor da construção civil vem apresentando taxas elevadas de crescimento, sendo que só no segundo semestre de 2010 apresentou um registro de expansão de 16,4% em relação a igual período do ano anterior (CBIC, 2011). Com o crescimento do mercado no setor da construção de edifícios, várias mudanças ocorreram nos últimos anos, exigindo das empresas procedimentos de gestão rigorosamente associados à qualidade e produtividade. Conforme comentado por Peralta (2002), essas mudanças envolvem essencialmente o advento da globalização, aumento da competitividade, maior exigência dos clientes/usuários, desenvolvimentos tecnológicos, inovações por parte da indústria de materiais e componentes, mudança da cultura do setor, etc. Diante desses fatos, as empresas construtoras estão buscando alterar seus processos de produção no sentido de reduzir custos e adequar a realidade do produto ofertado às condições de mercado (MELHADO, 2005). A esse respeito, Fabrício (2002, p.1) comenta: [...] num contexto de incremento das exigências frente aos produtos e aos processos, as empresas têm buscado novos métodos, mais ágeis e mais competentes, para desenvolver produtos e serviços que respondam às crescentes exigências e mudanças do mercado e da sociedade. Apesar da sua relevância, a construção civil é considerada um setor atrasado em relação a outros setores industriais (TZORTZOPOULOS, 1999), não apresentando níveis desejados de qualidade, produtividade, segurança, ou mesmo custos, em face de peculiares como: processo de projeto fragmentado; os grupos tradicionais de projetos de edifícios são estruturados com uma espécie de equipe de revezamento, em que cada projetista desenvolve sua parte ou especialidade e passa o trabalho desenvolvido para o projetista seguinte, numa sucessão em que o projeto resulta da soma das contribuições individuais dos diversos projetistas e agentes decisórios. (FABRÍCIO; MELHADO, 1998). O projeto tem fator determinante sobre o desempenho de uma edificação e, nas décadas recentes, vem sendo apontado como o principal responsável pela origem de patologias nas construções (PICCHI, 1993). Na Europa, erros e falta de informação no projeto eram causas de 36 a 49% das falhas nas construções. E, no Brasil, pesquisa de 1989 indicava o projeto como origem de 46% dessas falhas, contra 22% oriundas da execução da obra. Em

18 16 pesquisa mais recente, foi demonstrado que projetos inadequados eram responsáveis por 60% das patologias apresentadas pelas construções estudadas (AMBROZEWICZ, 2003). Fabrício e outros (1998) citam, dentre as principais deficiências dos projetos, a ausência de informações necessárias às atividades de produção do edifício, ou mesmo a desconsideração da fase de produção nas soluções adotadas pelo projeto. Isso leva as equipes de obra a decidirem por si próprias a respeito de características que não foram previamente especificadas. Mas, nos últimos anos, a comunidade da construção vem se conscientizando da importância da melhoria do processo de projeto para o sucesso do empreendimento, adotando novos critérios de qualidade e competitividade. (ROMANO et al., 2001). Segundo Ayres (2009, p.3), processo de projeto é, essencialmente, uma sequência de aprimoramentos em um conjunto de informações a ser transmitido para as fases subsequentes. Mesmo pequenos projetos na indústria da construção produzem uma enorme quantidade de informações e, por isso, os benefícios do uso de tecnologias da informação (TI) são muitos. Entretanto, há uma grande distância entre a pesquisa em tecnologia da informação aplicada à construção civil e os métodos realmente praticados pela indústria no cotidiano, tanto no Brasil como nos outros países. A indústria da construção tem um caráter eminentemente conservador, o que torna difícil a incorporação dos avanços, mantendo um atraso tecnológico em relação a outros segmentos da indústria. (NASCIMENTO; SANTOS, 2001). Assim, de acordo com Brito (2001), a ineficiência do processo de projeto pode ser associada à reunião de dois importantes fatores: a) Problemas gerenciais, tais como comunicação deficiente entre os agentes do processo, indefinição de responsabilidades, entre outros; b) Subutilização dos sistemas Computer Aided Design (CAD) e tecnologias da informação existentes. Após quase 30 anos de existência dos sistemas CAD no mercado, seus usuários não usufruem de toda a potencialidade que esses oferecem. Atualmente, por outro lado, observa-se que uma parcela crescente de arquitetos e projetistas tem se empenhado em antecipar as inconsistências e conflitos frequentes do processo de projeto, com o desenvolvimento de projetos por equipes multidisciplinares, ampliando as atribuições dos diversos agentes, valorizando o papel da coordenação de projeto com potencial de integração nas variadas fases do processo (NOVAES, 1997). Um bom processo de projeto, conduzido com o auxílio de ferramentas de tecnologia de informação adequadas, é o pilar fundamental para a qualidade dos processos de construção e dos edifícios resultantes (MOUM, 2006).

19 17 A Building Information Modeling (BIM) é, conforme Eastman et al. (2008, p.13), uma tecnologia de modelagem e um grupo associado de processos para produção, comunicação e análise do modelo de construção. Este conceito envolve as tecnologias e os processos que devem ser utilizados na produção, na comunicação e análises dos modelos de construção. De acordo com Andrade e Ruschel (2009) a utilização de uma prática baseada em BIM pode ter um papel decisivo na melhoria das fases do projeto, auxiliando na geração de propostas coerentes com as solicitações dos clientes, na integração dos projetos, entre si e com a construção, na redução do tempo e do custo da construção. O uso do modelo virtual baseado em BIM como único repositório de informações do projeto, onde diversas entradas - feitas por diferentes especialidades e projetistas - são automaticamente traduzidas em múltiplas saídas como documentos de planilhas, desenhos técnicos e dados para a construção digital, proporciona o Modelo Único da concepção à produção (OLIVEIRA, 2011). A partir desse contexto será apresentada a estratégia da pesquisa, com a proposta de contribuir para o desenvolvimento de um modelo de processo mais adequado, utilizando a tecnologia BIM, a fim de atingir um maior grau de eficiência na sua utilização pelos escritórios de projeto de arquitetura. 1.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA E JUSTIFICATIVA Como consequência do início da difusão da tecnologia BIM no Brasil, existe a necessidade de formalizar e desenvolver conhecimentos sobre este tema. Além disso, de acordo com Koskela et al. (2011), a implementação da BIM não é considerada tão somente uma simples inovação tecnológica, mais que isso, trata-se de mudanças no ambiente sociocultural da indústria da construção civil. É importante discutir os problemas e as soluções já implementadas por profissionais e pesquisadores da área. Somente dessa forma, é possível delinear o que está sendo feito e onde é possível implantar melhorias, para que a implantação da tecnologia BIM aconteça de forma eficiente nos escritórios de projeto. Abordar a questão do desenvolvimento dos projetos em BIM nos escritórios de arquitetura se torna relevante, uma vez que, o processo de projeto tem início com a concepção do projeto arquitetônico. Dessa forma pode-se perceber a importância que o arquiteto tem ao

20 18 planejar da forma eficiente a utilização da tecnologia BIM em seus projetos, pois será dele o papel de exigir dos demais envolvidos no projeto, a adoção desta tecnologia. Fabrício e Melhado (2002) citam que, com a crescente informatização dos escritórios de projeto, verifica-se uma tendência, ou ao menos uma possibilidade, de estender as simulações mais adiantadas do processo de projeto, envolvendo cálculos e maquetes eletrônicas que podem, com o auxílio do computador, ser realizados de forma mais rápida e menos onerosa. Os mesmos autores ainda comentam que essa mudança denota novas possibilidades projetuais que permitem separar parte das habilidades projetuais ligadas a intuição para a simulação de possibilidades e análises comparativas dos desdobramentos de cada uma. Tzortzopoulos (1999) explica que a sistematização do desenvolvimento das atividades de projeto, bem como das informações necessárias em cada fase, são fatores essenciais para a melhoria do processo como um todo. Provavelmente a característica mais importante da modelagem está relacionada à visão sistêmica do processo, que demonstra que qualquer faceta do trabalho deve ser vista e analisada em relação ao todo (Figura 1). Como consequência, todas as atividades envolvidas podem ser mais facilmente controladas e relatadas enquanto uma estratégia coerente pode ser mantida através do todo (RIBA, 1980). É importante dizer que muitas pesquisas desenvolvidas, as quais tentam compreender de uma forma geral a natureza do projeto e sugerem ferramentas para que o mesmo possa ser desenvolvido sistematicamente, não tem sido suficientemente utilizadas na construção (AUSTIN et al., 1994).

21 19 Figura 1 Modelagem dos processos Fonte: Baseado em Tzortzopoulos (1999) As pesquisas em tecnologia BIM e o desenvolvimento de diferentes programas baseados nesta tecnologia têm proporcionado uma diferenciação nos processos de projeto de arquitetura, o que foi observado no cotidiano dos profissionais de projeto. Como delimitação desta pesquisa, estuda-se a realização de um modelo de processo de projeto utilizando a tecnologia BIM, mais precisamente no planejamento e implantação desta tecnologia nos escritórios de projeto de arquitetura. Serão levantadas as aplicações dessas tecnologias nos escritórios de projeto de arquitetura brasileiros. Abordar o desenvolvimento de modelos mais eficazes do processo de projeto justificase pela escassez de planejamento da implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura no Brasil, onde, assim como no exterior, essa tecnologia é restrita a poucos e grandes escritórios. Além disso, a prática de projeto requer uma preparação dos futuros arquitetos para o uso de tecnologias de modelagem virtual no mercado de trabalho, o que, por conseguinte, demanda investimentos desses escritórios.

22 QUESTÃO DA PESQUISA A questão principal desta pesquisa é: Como a tecnologia BIM vem alterando o desenvolvimento do processo de projeto nos escritórios de arquitetura? Para responder tal questão, é necessário responder às seguintes questões secundárias: Quais as melhores práticas de trabalho para que se consiga atingir maior grau de eficiência durante a elaboração dos projetos em BIM? Que modelo de processo de projeto permite adotar a tecnologia BIM de forma mais completa, podendo ser proposto a escritórios de arquitetura? Objetivo Geral Desenvolver um modelo de processo de projeto de edificações para escritórios de projeto de arquitetura, levando em consideração tanto o referencial teórico da tecnologia BIM como as melhores práticas de trabalho levantadas na pesquisa Objetivos Específicos Investigar os principais modelos nacionais e internacionais de processo de projeto de edificações existentes; Estudar ferramentas e diretrizes para a modelagem do processo de projeto que permitam representar os subprocessos envolvidos de forma clara e completa; Descrever as práticas adotadas no planejamento e implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura; Analisar o uso, as dificuldades encontradas e as mudanças provocadas pelo uso da BIM, através da análise de sua utilização; Definir o conteúdo básico do modelo do processo de projeto com o uso da tecnologia BIM, incluindo a definição das principais atividades a serem desenvolvidas, suas relações de precedência, a definição clara de papéis e responsabilidades dos principais intervenientes e do fluxo principal de informações do processo. 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho é apresentado em seis capítulos: introdução, revisão da literatura (processo de projeto, tecnologia da informação na construção civil e Building Information

23 21 Modeling), desenvolvimento da pesquisa (resultados preliminares), considerações finais e referências bibliográficas. O Capítulo Introdutório contém a problemática da pesquisa, sua delimitação, objetivos e justificativa para o tema abordado, bem como a estrutura da dissertação. A revisão da literatura está baseada nos temas: Processo de Projeto, BIM e Tecnologia da Informação, que são apresentados nos Capítulos 2 e 3, abordando questões de modelagem do processo de projeto. A partir desses modelos e sistemas, foram estabelecidas diretrizes para o desenvolvimento de modelos do processo. O Capítulo 4 descreve o método de pesquisa utilizado na elaboração deste trabalho. São apresentados os resultados de entrevistas realizadas e as fases em que foram subdivididos os estudos de caso, bem como as características gerais das empresas envolvidas. No Capítulo 5 são apresentadas as considerações finais e, finalizando, são apresentadas as referências bibliográficas, citações e fontes consultadas para elaboração deste trabalho.

24 22 CAPÍTULO 2 2 PROCESSOS DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES 2.1 CONTEXTO No Capítulo 1, foram apresentadas as diretrizes definidas para a realização desta dissertação, através da caracterização do problema de pesquisa e justificativa para o tema escolhido, bem como os objetivos e estrutura da dissertação. Para melhor compreensão do conceito de Processo de Projeto, este capítulo apresentará considerações e atividades relacionadas ao processo de projeto, como: etapas, modelagem e exemplos de modelos que foram pesquisados e definidos como exemplo, em função do grande número de citações encontradas na bibliografia. 2.2 DEFINIÇÕES DE PROJETO A grande maioria dos conceitos relacionados à palavra projeto, encontrados na literatura, trata o assunto como um procedimento de criação. Quando se trata de projeto de edificações, os conceitos apresentados na bibliografia diferem, de acordo com a ênfase de análise adotada por cada autor. Alguns autores conceituam o termo com pontos de vista variados. Markus e Arch 1 apud Tzortzopoulos (1999) apontam que a maior parte das descrições de projeto reconhece dois padrões básicos: o processo criativo e o processo gerencial. O processo criativo [...] descreve uma sequência de tomada de decisões que ocorre individualmente com cada projetista. Este é descrito através de modelos que buscam exprimir como os projetistas desenvolvem seu trabalho, a partir de um conjunto de informações previamente definidas. O processo gerencial, por sua vez, [...] é descrito através da subdivisão do processo em etapas, que divide o tempo total para a tomada de decisões em fases que se desenvolvem do geral e abstrato ao detalhado e concreto (TZORTZOPOULOS, 1999). Assim, é fundamental que haja um equilíbrio nas visões de projeto como processo criativo e como processo gerencial, pois fatores como a importância da interação entre os intervenientes e da sistematização das atividades e informações ao longo do desenvolvimento do projeto são muito importantes e devem ser considerados (TZORTZOPOULOS, 1999). 1 MARKUS, T.; ARCH, M. Optimisation by evaluation in the appraisal of building. In: Value in Building. London, Ed. Hutton e Devonald, Applied Science, 1973, p

25 23 Gray et al. 2 (1999 apud Tzortzopoulos) definem o projeto como uma forma de expressão pessoal e também uma forma de arte. Os autores consideram que o projeto é uma resposta aos requisitos do cliente, que requer criatividade e originalidade para seu desenvolvimento. Assim, definem o projeto como uma solução criativa e eficiente para um problema. Melhado (1994) define o projeto como uma atividade ou serviço integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas especificadas para uma obra, a serem consideradas na fase de execução. A NBR 5674 (ABNT, 1999) define projeto como uma descrição gráfica e escrita das propriedades de um serviço ou obra de Engenharia ou Arquitetura, definindo seus atributos técnicos, econômicos, legais e financeiros. Naveiro (2001) diz que uma conceituação de projeto vem da área de Sociologia da Inovação, a qual considera o projeto como um processo coletivo de construção de um artefato, cujo resultado final é maior do que a soma ou síntese das contribuições individuais dos participantes. Os autores destacam o aspecto coletivo e individual do projeto, onde o primeiro se concentra na equipe, trabalhando com as questões relacionadas a resolver um objetivo comum e o segundo se caracteriza pela atividade individual de criação, que se processa em cada membro de uma equipe ao projetar. De acordo com Nunes (2003), essas duas abordagens da natureza do processo de projeto - coletiva e individual - são complementares. Isso ocorre porque o processo de projetar é geralmente conduzido por uma equipe de profissionais, onde cada especialista cumpre um papel específico com a equipe e, simultaneamente, sendo obrigado a negociar condições e exigências com outros especialistas, a fim de chegar a soluções plausíveis. Aspectos que devem ser priorizados, ao nos depararmos com os recursos computacionais acrescidos de tecnologias de informação como suporte para as atividades de projeto. Chougui (2006) comenta que as tecnologias CAD permitem que os projetistas combinem diferentes métodos de projeto, usando cada um deles como questionamento do processo de projeto, tarefa, produto ou posicionamento do arquiteto frente às questões abordadas. Estas permitem analisar o desenvolvimento de projeto, onde a função do arquiteto 2 GRAY, C.; HUGES, W.; BENNETT, J. The successful management of design. Centre for strategic studies in construction University of Reading, 1994, 100 p.

26 é inserir parâmetros e analisar soluções, restrições pré-estabelecidas, para decidir uma solução final (OLIVEIRA, 2011). A utilização de ferramentas computacionais na prática de projeto tem enfrentado a barreira dos que acreditam que é essencial a fase manual do ato de projetar na concepção de projeto, no entanto, cada projeto possui características que os tornam mais adequados para determinadas tarefas, mas escolher o tipo de representação é uma decisão que deve ser tomada pelo profissional. Sobre essa questão Miyamoto et al., 2007 comenta que: [...] os meios tradicionais com desenhos manuais são mais simples e rápidos, mais indicados para representar um estímulo da imaginação, o esboço de uma ideia, um estudo de visualização de escala, análise rápida de volumes ou expressar estados emocionais. Enquanto que os meios digitais demandam um nível maior de definição geométrica, sendo assim, adequados ao desenvolvimento de detalhes, inclusive de projetos complexos, se destacando pela geração e articulação de diversos pontos de vista, possibilitando manipular imagens, realizar simulações e facilitar o arquivamento e busca de informações. Diante deste contexto, é possível dizer que as tecnologias computacionais oferecem grandes vantagens ao processo de desenvolvimento de projeto, no entanto, mesmo com o busca dos profissionais pelo computador, o desenho manual e o digital são complemento um do outro, e que juntos tornam o ato projetual e o desenvolvimento das ideias, mais rápidos e eficazes O PAPEL DO PROJETO Cooper e Press (1995) afirmam que um dos propósitos da atividade de projeto é conceber coisas que atendam a necessidades específicas, considerando, desta forma, que os produtos projetados devem preencher uma determinada função. No entanto, o projeto vem sofrendo uma evolução de conceitos significativa, que não só amplia seu escopo como reposiciona o seu papel no contexto do processo construtivo de edificações (PERALTA, 2002). Diante disso, estudos e pesquisas estão sendo realizados para que seja possível modificar o conteúdo da atividade de projeto, introduzindo uma filosofia baseada na tecnologia da informação e com princípios fundamentados na tecnologia BIM. Segundo Leusin (1995), mudanças na metodologia de concepção do edifício podem induzir fortes ganhos de produtividade, passando o projeto a incorporar o processo de trabalho enquanto conhecimento técnico, o que exige uma nova estrutura organizacional. A elaboração do projeto é considerada uma das principais fontes de melhoria de desempenho do produto

27 25 edificação, de diminuição de custos de produção, de diminuição de ocorrências de falhas, tanto no produto quanto no processo. Além disso, otimiza as atividades de execução. A fase de desenvolvimento de projeto é parte, portanto, do conjunto de atividades que caracterizam a construção, podendo ser entendida como um subsistema deste. Assim, é possível estabelecer interfaces com as demais fases da construção e seus agentes, atendendo de maneira mais eficiente às necessidades e requisitos dos clientes. As fases iniciais de concepção e desenvolvimento de projeto apresentam os menores custos de um empreendimento. Em contrapartida, as decisões tomadas nessas fases influenciam todas as fases subsequentes de produção e ciclo de vida do edifício. De acordo com Hammarlund e Josephson 3 (1994 apud Melhado), as fases iniciais de um empreendimento (estudo de viabilidade, concepção e projeto) têm maior capacidade de influenciar os custos totais da construção, por meio da identificação e correção de falhas e defeitos, conforme Gráfico 1. Gráfico 1 A chance de reduzir o custo de falhas do edifício em relação ao avanço do empreendimento Fonte: Hammarlund; Josephson, 1992 apud Melhado, 1994 Bertezini (2006) analisa, a partir da observação do Gráfico 1, que um projeto com informações adequadas é capaz de influenciar o custo global do empreendimento, proporcionando às organizações aumento das possibilidades de lucro e competitividade, garantindo, ainda, a qualidade de seus serviços e produtos, com redução de desperdícios e retrabalhos. No entanto, no Brasil o processo de projeto não é valorizado em termos de prazo e custos, refletindo no custo final do empreendimento e no prazo de sua execução, conforme 3 HAMMARLUND, Y.; JOSEPHSON, P.E. Qualidade: cada erro tem seu preço. Téchne, n. 1, p.32-34, nov/dez

28 demonstrado no Gráfico 2. O projeto é encarado como um ônus pelos empreendedores (MELHADO, 2005). 26 Gráfico 2 Relação entre o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o custo das atividades Fonte: Melhado,2005. De acordo com o gráfico proposto por Melhado, é atribuído um tempo maior para as etapas iniciais, gerando um acréscimo de recursos destinados às fases de projeto, o que pode ser questionado pelos empresários da construção civil, visto que no Brasil não existe uma cultura de investimento nas fases iniciais de projeto. Porém, sabe-se que em países desenvolvidos o tempo destinado às fases de projeto chega a ser igual ao tempo dedicado à execução do projeto, evitando, com isso, deficiências e desperdícios comuns na fase de execução, obtendo melhor desempenho do produto final. Ainda nesse contexto, Melhado e Violani (1992) comentam que: [...] existe uma frequente dissociação entre a atividade de projeto e a de construção, sendo que o projeto geralmente é entendido como instrumento, comprimindo-se o seu prazo e o seu custo, merecendo um mínimo de aprofundamento e assumindo um conteúdo quase meramente legal, ao ponto de torná-lo simplesmente indicativo e postergando-se parte das decisões para a etapa da obra. O projeto tem a função de subsidiar as atividades de produção em canteiro de obras, com todas as informações detalhadas, as quais não poderiam ser geradas no ambiente da obra. É preciso que os agentes do projeto valorizem um projeto detalhado que irá facilitar o planejamento e a programação das atividades da obra. 2.4 PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAÇÕES O termo Processo de Projeto pode ser definido nesta pesquisa com base na conceituação de Fabrício (2002, p.4):

29 O Processo de Projeto envolve todas as decisões e formulações que visam subsidiar a criação e a produção de um empreendimento, indo da montagem da operação imobiliária, passando pela formulação do programa de necessidades e do projeto do produto até o desenvolvimento da produção, o projeto as built e a avaliação da satisfação dos usuários com o produto. Menezes (2003) comenta que muito antes do aparecimento do processo Taylorista 4 de produção industrial e das novas filosofias de produção, o artesão criava, concebia e executava seu produto através das informações oriundas de seu talento e experiência acumulada. Na época, o artesão utilizava grosseiros rascunhos, e às vezes protótipos, que nada mais eram do que tentativas frustradas de execução do artefato. Com a revolução industrial e o surgimento de máquinas capazes de produzir componentes do artefato em larga escala, surge a necessidade de que outras pessoas pudessem montar o produto, mesmo que não detivessem os conhecimentos acumulados necessários para tal. Os operários, por sua vez, precisariam ter conhecimento sobre o que seria produzido, com informações, desenhos ou plantas, para a execução de determinados serviços. Exatamente quando através da teoria de Monge, hoje chamada de geometria descritiva, deu-se o nascimento do projeto do produto como hoje conhecemos (NAVEIRO, 2001). De acordo com o mesmo autor, ao fim do século XIX, apenas os pintores, escultores e artistas da forma detinham o conhecimento dos métodos de desenho e visualização. Houve então uma grande migração desses profissionais de grande habilidade intelectual e pouco conhecimento técnico da manufatura para a área da engenharia de projetos, distanciando cada vez mais quem cria (o projeto) de quem fabrica (a produção). Fabrício (2002) comenta que foi só no Renascimento que surgiu o uso sistemático na projetação de desenhos e métodos de forma antecipada e documentada. O estudo do projeto e seu processo são relativamente novos, pois apenas em 1962 a Conferência de Método de Projetos dá o pontapé inicial formal no estudo desta técnica como é hoje conhecida. O processo de projeto na construção de edifícios apresenta papel fundamental, pois passa por várias fases no seu ciclo de vida, desde os estudos de viabilidade, passando pela operação da obra e finalizando na sua demolição. Nestas etapas, cada agente envolvido no processo de construção tem objetivos, visões e culturas organizacionais particulares (TRISTÃO et al., 2004). De acordo com Ito (2007), uma característica do processo de projeto em todas as áreas é o uso de um número diferente de tipos de desenhos, que são associados com diferentes 27 4 Processo taylorista é o nome dado para designar um tipo de administração industrial que busca dinamizar o trabalho nas fábricas, com a finalidade de aumentar a produtividade.

30 28 estágios do processo, com rascunhos relativamente desestruturados e ambíguos ocorrendo no início do processo. Souza e Melhado (2008) apresentam um rápido histórico referente aos vários trabalhos desenvolvidos a respeito desse tema, com as diversas tendências de estudos. Até 1999, as pesquisas destacam o processo de projeto propriamente dito e sua gestão, apontando a interface do processo de projeto com tecnologia e o processo de produção. A seguir, a utilização do sistema de gestão da qualidade nos escritórios de projeto e o surgimento da gestão simultânea dos processos - os trabalhos de projeto passam a considerar os diversos profissionais envolvidos, bem como as suas interfaces. Segundo Abbud (2009), só em 2002 é que surgem os primeiros trabalhos sobre o processo de projeto, levando em consideração fatores como estratégia, gestão de pessoas e sistema de informações, com enfoque no uso de tecnologia da informação e comunicação, avaliação de desempenho e gestão de custos como ferramentas que subsidiam o processo de projeto. A tecnologia da informação vem apresentando grandes avanços no desenvolvimento de projetos, muitos dos problemas relacionados à incompatibilidade e erros nas informações transmitidas podem ser evitados. Com a análise de um modelo tridimensional colocado como centro de todos os envolvidos no projeto, de modo que todos podem acessá-lo, é possível antecipar grande parte dos erros de projeto As Etapas do Processo de Projeto Conforme citado anteriormente, o processo de projeto envolve todas as decisões e formulações que visam subsidiar a criação e a produção de um empreendimento (FABRÍCIO, 2004). O processo de projeto engloba não só os projetos de especialidades de produto, mas também a formulação de um negócio, a seleção de um terreno, o desenvolvimento de um programa de necessidades, bem como o detalhamento dos métodos construtivos através de projetos para produção e o planejamento da obra. É fato comum no setor de construção civil brasileiro que somente após a etapa de lançamento do empreendimento no mercado seja feita a contratação dos demais projetistas que irão participar do desenvolvimento do projeto (FABRÍCIO, 2002).

31 É comum que uma etapa de projeto de determinada especialidade dependa, para ser iniciada, do término de uma etapa de diferente especialidade, cujo grau de aprofundamento e maturação das decisões é equivalente ao da etapa (da outra especialidade) que se inicia. Por exemplo, o início do anteprojeto de estruturas e fundações tem como pré-requisito o anteprojeto de arquitetura terminado ou quase terminado. (FABRÍCIO, 2004a, p.9). Isso faz com que as práticas de processo de projeto possam ser classificadas como altamente hierarquizadas e desenvolvidas de maneira sequencial, com a equipe de projeto se modificando ao longo do processo de projeto, pela entrada e saída dos projetistas das diferentes especialidades. Para Fabrício (2004), o processo sequencial em uso possibilita que apenas o projetista de arquitetura tome contado direto com a programação do empreendimento. Os demais projetistas partem do projeto ou anteprojeto de arquitetura e das soluções adotadas para desenvolver soluções técnicas que complementem o projeto de arquitetura. Desta forma, o programa é apresentado para os projetistas de engenharia através de desenhos e soluções de projeto previamente adotados no projeto arquitetônico. A fragmentação e o sequenciamento desse processo fazem com que a possibilidade de colaboração entre projetistas seja bastante reduzida e problemática, faz também com que as modificações sugeridas por um projetista de determinada especialidade implique na revisão de projetos desenvolvidos por outras especialidades, significando retrabalho ou até mesmo o abandono de projetos inteiros. Ainda segundo Fabrício (2004), prevalece no processo de projeto uma visão cartesiana de que o todo é a soma de partes independentes. Isso é predominante na configuração dos processos de projeto tradicionais, nos quais se busca aperfeiçoar o todo a partir da otimização, em separado, das partes o que não é a verdade na maioria dos casos. Conforme descreve Melhado (2001), sem o intercâmbio intenso de informações entre os agentes durante a elaboração do projeto, este acaba ficando: mal definido, mal especificado e mal resolvido, levando a um acréscimo de custo e de tempo de execução. Resumindo a questão, tradicionalmente os projetos são desenvolvidos e orientados para definir o produto sem levar em consideração as implicações relativas às soluções adotadas. Falta de projetos executivos detalhados e de uma participação das construtoras e subempreiteiros durante o momento do processo de projeto leva decisões referentes aos métodos e sequências de construção para o canteiro, quando engenheiros de obras, mestres e oficiais acabam desenvolvendo sem tempo e sem condições adequados, como se dará a obra. (PICCHI, 1993, p.10). É comum encontrar nos textos técnicos dos pesquisadores do processo de projeto para a construção de edificações, diferentes subdivisões e etapas para o desenvolvimento do 29

32 30 projeto. As diferenças vão desde a nomenclatura utilizada, passando pelo número de etapas do processo de projeto, e chegando até mesmo na abrangência deste processo. No Quadro 1 são listados alguns exemplos da subdivisão sugerida pelos pesquisadores da área e pela normatização em vigor: Quadro 1 Propostas para subdivisão do processo de projeto (Continua) PESQUISADOR/AUTOR ETAPAS PROPOSTAS PARA O PROCESSO DE PROJETO Melhado (1994) Idealização do produto; Estudos preliminares; Anteprojeto; Projeto legal e projeto básico; Projeto executivo e projeto para produção; Planejamento e execução; Entrega da obra. NBR (1995) Levantamento; Programa de necessidades; Estudo de viabilidade; Estudo preliminar; Anteprojeto e/ou pré-execução; Projeto legal e/ou projeto básico; Projeto para execução. Souza et al. (1995) Levantamento de dados; Programa de necessidades; Estudo de viabilidade; Estudos preliminares; Anteprojeto; Projeto legal; Projeto pré-executivo, projeto básico e projeto executivo; Detalhes de execução e detalhes construtivos; Especificações técnicas; Coordenação e gerenciamento de projetos; Assistência a execução; Projeto As Built. Tzortzopoulos (1999) Planejamento e concepção do empreendimento; Estudo preliminar; Anteprojeto; Projeto legal e projeto executivo; Acompanhamento da obra; Acompanhamento do uso. AsBEA (2000) Levantamento de dados; Estudo preliminar; Anteprojeto; Projeto legal;

33 Quadro 1 Propostas para subdivisão do processo de projeto. (Conclusão) PESQUISADOR/AUTOR ETAPAS PROPOSTAS PARA O PROCESSO DE PROJETO ASBEA (2000) - Continuação Projeto executivo (subdividido em pré-executivo, projeto básico, projeto de execução, detalhes de execução; caderno de especificações; compatibilização; coordenação; gerenciamento dos projetos; assistência a execução da obra, serviços adicionais (opcional). Fonte: Adaptado de: Silva e Souza (2003) Pode-se observar que não existe uma padronização para as etapas de projeto, existindo diversos estudos sobre as mesmas. É possível identificar algumas coincidências entre os vários estudos, mostrando a importância que algumas etapas têm no contexto geral da elaboração do projeto. A etapa de levantamento de dados aparece quase em todas as citações encontradas, pois se trata do início do projeto, onde é preciso levantar todas as informações possíveis, incluindo legislações, programa de necessidades, informações legais e condições ambientais sobre o terreno e viabilidade do projeto. Esse conjunto de informações deve gerar um relatório com dados abrangentes de todo o projeto, compilando a elevada quantidade de informações adquiridas. Esse relatório e a introdução de instrumentos de controle nessa fase contribuem para aumentar a confiabilidade do processo de projeto. Para melhor entender como acontece o fluxo do projeto a Figura 2 apresenta um exemplo de fluxo de do desenvolvimento do projeto. 31

34 32 Figura 2 Fluxo do desenvolvimento do projeto Fonte: Adaptado Silva e Souza (2003). As fases do projeto, conforme apresentadas no Quadro 1 e na Figura 2, envolvem alguns tipo de procedimento para que seja desenvolvido o projeto, conforme Silva e Souza (2003): a) Procedimentos Técnicos: estabelecer diretrizes e padrões internos da empresa, a fim de padronizar todos os documentos e procedimentos entre os projetistas. b) Procedimentos Gerenciais: estabelecer padrões de gerenciamento interno dos projetos, como, por exemplo, o planejamento de atividades dos processos e padrões para a troca de dados e informações, padrões para registro e acompanhamento do histórico do projeto e outros. c) Procedimentos Operacionais: envolve a operacionalização dos processos e atividades de projeto, como, por exemplo, o cadastro de toda a equipe de projeto contratado, os padrões para envio de documentos e os padrões de operação dos softwares utilizados pela empresa.

35 A Figura 3 apresenta o processo de projeto genérico aplicado nos escritórios de arquitetura por Eckert, Cross e Johnson (2000). 33 Figura 3 Processo de projeto genérico aplicado nos escritórios de arquitetura Fonte: Adaptado Eckert; Cross; Johnson (2000) Problemática do Processo de Projeto Tzortzopoulos (1999) explica que, em função das diferentes formações, a linguagem utilizada por cada projetista é diferenciada em termos projetuais, sendo esse um dos fatores que ocasionam problemas de comunicação e compreensão de itens do projeto por diferentes projetistas. Outro fator importante é que os projetistas pertencem a distintas organizações, trabalham separadamente e, na maior parte dos casos, em locais fisicamente diferentes. Isso aumenta a segmentação entre eles, fato que pode ocasionar também o aumento da possibilidade de ocorrerem incompatibilidades entre os projetos. Campos (2010) explica que uma visão sistêmica do processo e seu entendimento por todos os participantes permite que os indivíduos compreendam melhor sua participação dentro

36 34 do processo e suas relações de interdependência. O contato entre especialistas intensifica o desempenho dos participantes e, consequentemente, melhora o produto do processo. A realização do projeto é dependente da eficiência da comunicação dentro do grupo de projeto, pois uma grande parte do trabalho de cada membro deve ser desenvolvida sob as restrições impostas pelas necessidades dos outros membros. A falta de padrões para a circulação das informações pode ser considerada como uma das razões de projetos deficientes (COSTA; ABRANTES 5, 1996 apud TZORTZOPOULOS, 1999). Pela multidisciplinaridade do processo, também surge a necessidade de se criar uma orientação dos trabalhos de cada um dos especialistas, segundo um mesmo conjunto de diretrizes, com a priorização das tarefas de acordo com os objetivos do empreendimento, e baseado em critérios voltados para a qualidade (MELHADO, 1994; RIBA 6, 1980 apud TZORTZOPOULOS, 1999). Esse conjunto de diretrizes deve ser desenvolvido levando em consideração as peculiaridades de cada tipo de empreendimento. Desta forma, o gerenciamento eficaz de um empreendimento deve avaliar que uma parte essencial da qualidade da edificação será decidida no projeto, e assegurar que todos os membros do grupo de projetos estejam cientes de que os diferentes aspectos influenciados por suas decisões contribuirão para o resultado final (COSTA; ABRANTES, 1996 apud TZORTZOPOULOS, 1999). Quando o conceito do projeto, os critérios estabelecidos e a tecnologia a ser utilizada não são bem definidos no início do processo podem ocorrer falhas, pois cada projetista pode assumir uma postura diferenciada em relação ao projeto a ser desenvolvido no que diz respeito aos benefícios, advindos da tecnologia utilizada ou do conceito utilizado no projeto. 2.5 MODELAGEM DO PROCESSO DE PROJETO Segundo Tzortzopoulos (1999): a modelagem tem como função definir o sequenciamento das tarefas que devem ocorrer ao longo do processo, descrevendo seu conteúdo e as informações necessárias ao seu desenvolvimento, bem como as produzidas por cada tarefa. O estudo de Tzortzopoulos estabelece diretrizes para a implementação de modelos de Processo de Projeto, dentre as quais são citadas as consideradas como relevantes: (a) a 5 COSTA, J. M.; ABRANTES, V. Design Management through Quality Evaluation. The Organization and Management of Construction: Shaping theory and practice. Volume two. Langford and A. Retik.1996, p RIBA (Royal Institute of British Architects). Handbook of Architectural Practice and Management. London, 1980.

37 35 definição clara das etapas e atividades do processo e de suas relações de precedência; (b) a necessidade de flexibilização dos modelos, visando atender aos diversos padrões e culturas das empresas existentes no mercado. Romano (2003) esclarece que a modelagem do processo de projeto é a etapa da análise de um sistema, em que são definidos os recursos, itens de dados e suas inter-relações. Já o modelo é a representação simplificada e abstrata de fenômeno ou situação concreta, e serve de referência a observação, estudo ou análise, baseada em uma descrição formal dos objetos, relações e processos, permitindo simular os efeitos de mudanças de fenômeno que representa. Abbud (2009) apresenta a modelagem de processos como sendo um conjunto de atividades de criação de modelos de processos para atender propósitos de representação, de comunicação, de análise, de síntese, de tomada de decisão ou de controle. A atividade é entendida como sendo qualquer ação ou trabalho específico, já o termo processo é entendido como o modo pelo qual se realiza uma operação, segundo determinadas normas, métodos ou técnica. Romano (2003) apresenta os objetivos que contribuem para a adoção de uma modelagem de processo de desenvolvimento de produto, a seguir: a) explicitar o know-how da organização; b) estabelecer uma base para planejar e especificar as funções, as informações, as comunicações, etc.; c) instituir uma base para a tomada de decisão sobre o processo; d) instalar uma base para simulações do funcionamento do processo, com identificação de problemas e possibilitando melhorias no processo; e) estabelecer parâmetros para a escolha e o desenvolvimento dos sistemas computacionais de suporte ao processo; f) determinar uma base para planejar o armazenamento dos conhecimentos para utilização posterior; g) melhorar a interação e a comunicação entre os participantes do processo, permitindo racionalizar e garantir o fluxo de informações; h) possibilitar uma maior eficiência na seleção, treinamento e adaptação de novos contratados ao processo. Tzortzopoulos (1999) destaca, ainda, os principais tópicos a serem abordados na busca da melhoria do processo de projeto: a consideração da forma como são analisados os requisitos do cliente ao longo do projeto, ponderando o desenvolvimento da solução de

38 36 projeto, o fluxo de informações e as necessidades de cada cliente interno ao longo do desenvolvimento do projeto, entre outros. Nesse contexto, é fácil perceber a importância da modelagem dos processos de trabalho para o eficiente desenvolvimento dos projetos em um escritório. Com a difusão da tecnologia BIM - propondo minimizar retrabalhos, diminuir prazos de entrega, trabalhar de maneira colaborativa, entre tantos outros - é preciso definir como essas etapas serão trabalhadas e de que forma a equipe poderá trocar essas informações, incluindo quais serão os resultados de cada etapa do projeto. 2.6 ESTUDOS DE MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO Diversos pesquisadores e consultores vêm trabalhando, nos últimos anos, no desenvolvimento de métodos e ferramentas para a gestão do processo de projeto, sendo todos unânimes em chamar a atenção para o grande potencial existente de melhoria e racionalização dos empreendimentos. Entre os principais, podem ser citados Markus e Arch (1973), RIBA (1980), Melhado (1994), Novaes (1996), Tzortzopoulos (1999), Fabrício (2002) e Romano (2003) Markus e Arch (1973) Markus e Arch (1973) apresentam um dos modelos do processo criativo mais citado na bibliografia. Os autores apresentam um modelo horizontal do processo, relacionado ao processo criativo, e um vertical, relacionado ao processo gerencial. O modelo horizontal é apresentado como uma maneira de compreender o pensamento dos projetistas, sendo subdividido em três estágios principais, podendo incluir vários ciclos, conforme apresentado na Figura 4. Este modelo reconhece que o projeto é um processo iterativo e aberto, o que não é levado em conta em alguns modelos do projeto como processo gerencial, que apresentam o projeto como uma sequência linear de passos determinísticos. Os principais estágios do modelo horizontal são os seguintes: a) Compreensão do problema (análise): Inclui a coleta de todas as informações relevantes e o estabelecimento de relações, restrições, objetivos e critérios para o desenvolvimento da solução;

39 37 b) Produção de uma solução de projeto (síntese): É a geração de soluções. A estrutura do problema pode sugerir parte da solução. O processo pode resultar em uma única solução, uma variedade de soluções ou um grupo de variações de um tipo básico. c) Estabelecimento do desempenho da solução (avaliação): Envolve a avaliação crítica das soluções sugeridas com os objetivos identificados na fase de análise. É um ato retrospectivo por meio do qual o projetista avalia a qualidade da solução, através de três passos básicos, sendo estes a representação da solução, a medição dos resultados (em termos de custos, espaço, flexibilidade, etc.), e avaliação dos resultados medidos. Figura 4 O processo de tomada de decisão segundo Markus e Arch (1973) Fonte: Adaptado de Tzortzpoulos (1999). Tzortzopoulos (1999) comenta que, em função da análise, o projetista poderá redesenhar ou reexaminar o projeto e desenvolver suas considerações. Ele irá desenvolver esta sequência quantas vezes forem necessárias para que possa tomar uma decisão, sendo que as definições de projeto são desenvolvidas do geral e abstrato ao particular e concreto. O desenvolvimento total do projeto através de seus subsistemas, componentes e pequenos detalhes, no estágio de análise, é chamado processo de decomposição (subdivisão do problema em detalhes). O estágio de síntese implica em um processo de recomposição (construção de uma solução completa a partir de seus componentes). A decisão e a comunicação representam a tomada de decisão e o fluxo de informações do projeto. De acordo com Tzortzopoulos (1999), uma crítica ao modelo de Markus e Arch (1973), proposta por Lawson (1980), sugere que o desenvolvimento de uma solução (síntese) pode demonstrar a necessidade de mais análises sobre o problema, principalmente pelo fato de que em um projeto o problema normalmente não é completamente conhecido por parte do

40 38 projetista. A própria proposição de uma solução pode demonstrar ao projetista outras soluções possíveis que inicialmente não haviam sido evidenciadas. Estes fatores não são demonstrados por este modelo Riba (1980) O modelo proposto pelo Royal Institute of British Architects (RIBA, 1980) descreve as atividades desenvolvidas no processo criativo de projeto, e sugere uma abordagem quanto à natureza e aos conteúdos das diversas fases nas quais as atividades podem ser agrupadas, assim como suas relações em uma sequência de tempo. A natureza do processo criativo do projeto é explicitada através de sua divisão em quatro fases: Fase 1 Assimilação: Consiste no acúmulo e ordenação de informações gerais e informações especificamente relacionadas ao problema em mãos; Fase 2 - Estudo Geral: Consiste de duas partes - (a) investigação da natureza do problema e (b) investigação das possíveis soluções; Fase 3 - Desenvolvimento: O desenvolvimento e refinamento de uma ou mais tentativas de soluções isoladas durante a fase 2; Fase 4 - Comunicação: A comunicação de uma ou mais soluções a pessoas de dentro ou fora do grupo de projeto. Segundo Tzortzopoulos (1999), esse modelo define que o processo de projeto, passando pelas quatro fases distintas, consiste em numerosas pequenas operações de tomada de decisão, todas seguindo um mesmo padrão. Quanto à transferência de informações entre as fases, é colocada a importância da retroalimentação, na busca de mais informação. Em termos simples, o processo é apresentado como um sistema, conforme o diagrama da Figura 5, uma progressão principal com retroalimentação ocasional. Figura 5 Desenvolvimento do projeto como processo criativo Fonte: Adaptado de RIBA (1980). O modelo apresentado é bastante semelhante ao de Markus e Arch (1973). A fase denominada assimilação é semelhante à de análise. As fases de estudo geral e de desenvolvimento são correspondentes à fase de síntese.

41 39 Uma contribuição advinda da subdivisão da síntese é o fato de ser explicitada a investigação da natureza do problema e das possíveis soluções de forma conjunta, e o desenvolvimento da solução adotada separadamente com relação a estas análises. Por outro lado, este modelo não descreve que deve ser tomada uma decisão a respeito de qual solução de projeto será desenvolvida. Uma crítica apresentada por Lawson (1980) é a de que o modelo não descreve claramente que a ordem do desenvolvimento do projeto não segue sempre as fases 1, 2, 3 e 4, nesta ordem. Assim sendo, o modelo não informa que os projetistas devem buscar informações sobre um determinado problema, estudá-lo, escolher uma solução e desenhá-la, e que isto não ocorre necessariamente nesta ordem. Outra crítica ao modelo é que este não leva em consideração que o desenvolvimento de soluções potenciais faz com que os projetistas compreendam mais claramente o problema de projeto. Isso é observado pela dificuldade em conhecer qual informação deve ser estudada na fase 1 antes de ser desenvolvida alguma investigação sobre o problema, descrita como integrando a fase Melhado (1994) O modelo apresentado por Melhado tem como objetivo ser uma linha guia do processo de projeto, apresentando procedimentos e definindo diretrizes para as suas principais etapas. Este modelo ainda engloba a participação dos principais agentes do empreendimento, e leva em consideração a formação das equipes multidisciplinares sob a orientação do coordenador de projeto. Abrange todas as etapas do projeto, desde sua concepção até operação e manutenção. Divide o processo em etapas sucessivas, e mostra a participação dos quatro principais agentes do empreendimento: empreendedor, equipe de projeto, construtor e usuário (Figura 6). Melhado (1994) subdivide e define o processo nas seguintes etapas: Idealização do produto: solução inicial para atendimento do programa de necessidades. Análise de viabilidade: avaliação da solução contra critérios de custo, tecnologia, restrições legais num processo interativo traduzido em Estudo Preliminar, base para a continuidade do desenvolvimento do produto. Formalização: concretização da solução, dando origem ao anteprojeto.

42 40 Detalhamento: detalhamento em paralelo do processo de projeto (Projeto executivo) e do projeto do processo (Projeto para produção). Planejamento e execução: etapa em que é feito o planejamento da obra. Entrega: etapa onde o produto é passado para o usuário, com o apoio inicial da construtora para a operação e manutenção e onde futuramente serão coletadas informações para a retroalimentação do processo. Como instrumento complementar, o autor recomenda, dentro da metodologia de coordenação de projetos, a prática da Análise Crítica, visando garantir o atendimento aos clientes do projeto e dos objetivos iniciais estabelecidos. A Análise Crítica pode, segundo o autor, ser realizada ao final de cada uma das etapas, porém não antes do detalhamento do projeto, pois perderá parte de sua eficácia. Figura 6 Modelo de processo de projeto Fonte: Adaptado de Melhado(1994). Como qualquer modelo, o fluxograma da Figura 6 deve ser adaptado ao tipo de empreendimento e às capacidades e necessidades dos agentes envolvidos. Além disso, ele pode ser ajustado às restrições e às possibilidades de cada equipe de projeto.

43 Novaes, 1996 Em sua tese de doutorado, intitulada Diretrizes para garantia da qualidade do projeto na produção de edifícios, Novaes (1996) propõe várias ações para a garantia da qualidade do projeto, ao longo das várias fases do processo de produção do edifício. A proposta do autor está sintetizada na Figura 7, na qual Novaes (1996) apresenta um fluxograma do processo de produção, com ênfase no processo de projeto. De acordo com Novaes, o processo de projeto desde a etapa de estudos de viabilidade e concepção do produto até a etapa de projeto executivo necessita ser alimentado por uma rede de informações (sobre o empreendimento, sobre o processo construtivo, condições de exposição) que, por sua vez, recebe a retroalimentação das fases posteriores do processo de produção. Em cada uma das três etapas do processo de projeto posteriores ao estudo de viabilidade estudo preliminar (EP), anteprojeto (AP) e projeto executivo (PE) o autor propõe a execução concomitante dos projetos do produto e dos projetos para produção. Figura 7 Processo de projeto de edificações Fonte: Adaptado de Novaes (1996). Merecem destaque os seguintes pontos da proposta de Novaes: todo o processo de projeto, desde a etapa de estudos de viabilidade e concepção do produto até a etapa de projeto executivo, necessita ser alimentado por uma rede de

44 42 informações (sobre o empreendimento, sobre o processo construtivo, condições de exposição) que, por sua vez, recebe a retroalimentação das fases posteriores do processo de produção; em cada uma das três etapas do processo de projeto posteriores ao estudo de viabilidade (EP, AP e PE), o autor propõe a execução concomitante dos projetos do produto e dos projetos para produção; ao longo das etapas do processo de elaboração do projeto, o autor propõe dois tipos de ações para o controle da qualidade de cada etapa: - controles de produção: têm como objetivo principal a integração das soluções adotadas nos projetos do produto e da produção. Segundo Novaes (1998), esses controles devem ser exercidos tanto no âmbito de cada profissional de projeto (autocontrole), "ao respeitar os parâmetros intrínsecos à disciplina de seu projeto específico e os dados contidos nas informações transmitidas pelos demais agentes (...)", bem como no âmbito da coordenação de projetos (compatibilização de projetos), a ser conduzida ao longo das etapas progressivas do processo; - controles de recepção (análise crítica de projetos): esse tipo de controle, de acordo com Novaes (1997), deve ser exercido "no âmbito das estruturas técnicas dos agentes da promoção e da produção, pública ou privada, clientes dos profissionais de projeto". Novaes observa ainda que a análise crítica deve ser efetivada através de um complexo exame dos aspectos técnicos do projeto, cabendo ao agente da produção a verificação da conformidade das soluções quanto aos aspectos de racionalização construtiva; enquanto, ao agente da promoção, a verificação da conformidade das soluções quanto às informações relativas ao empreendimento. Como forma de subsidiar as atividades de análise crítica, o autor propõe a utilização, para cada fase, de listas de verificação (check lists) e a sistematização de indicadores de qualidade e produtividade dos projetos Tzortzopoulos, 1999 O trabalho de Tzortzopoulos (1999), voltado para empresas de construção e incorporação de pequeno porte, apresenta um modelo geral do processo de projeto de edificações, descrevendo, através de gráficos e fluxogramas, as principais atividades e suas relações de precedência, assim como os papéis e responsabilidades dos principais intervenientes do processo.

45 43 Tzortzopoulos utiliza planilhas de insumo, processo e produto, que a partir das informações básicas necessárias à execução das atividades (insumos) e das informações que devem ser produzidas por elas (produtos), estabelece o fluxo principal de informações do processo. O modelo do processo de projeto definido por Tzortzopoulos é formado por sete etapas sequenciais, conforme Figura 8. As quatro primeiras, destinadas à concepção geral das edificações; a quinta, destinada ao detalhamento do projeto e elaboração dos projetos para produção; e, as duas últimas, destinadas à retroalimentação do processo a partir da obra e da utilização pelos clientes finais. Figura 8 Processo de projeto Fonte: Adaptado de Tzortzopoulos (1999). Como o fluxograma apresentado, a autora desenvolveu para cada uma das etapas, fluxogramas específicos, em que podem ser vistas as atividades envolvidas e suas relações de precedência, bem como a definição dos intervenientes necessários e o grau de participação de cada um.

46 44 O modelo se preocupou bastante em estabelecer etapas e organizá-las, visando o estabelecimento de um sistema de gestão, necessitando, contudo, de um maior detalhamento das tarefas específicas do projeto Fabrício, 2002 O modelo desenvolvido por Fabrício (2002), conforme Figura 8, tem por objetivo ser uma referência estratégica para a prática do projeto simultâneo, e não uma ferramenta para o planejamento operacional do projeto. O autor faz também uma consideração importante a respeito da utilização das técnicas específicas de planejamento de projetos, recomendando cautela, conforme suas palavras: [...] embora sejam técnicas poderosas e importantes para o avanço do planejamento de projetos no setor de construção, sua origem em outros setores industriais com culturas e disciplinas de desenvolvimento de produto é bastante diversa. Em geral, são técnicas bastante complexas e rígidas que demandam um conhecimento e uma sistematização do processo que não se compatibilizam com o estágio de desenvolvimento do setor de construção e com o domínio metodológico atual que as empresas de projeto têm sobre seus processos. A aplicação desse modelo passa pelo estabelecimento de uma cooperação mais estreita entre os agentes do projeto, envolvendo três interfaces principais de colaboração no projeto; a estas interfaces acrescenta-se a retroalimentação das fases de execução (i4 interface com a obra) e de uso (i1 interface com o cliente), conforme mostra a Figura 9. A interface um (i1) deve garantir a orientação do projeto às necessidades dos clientes/usuários, tendo início com a investigação das demandas do mercado/população que se deseja atender, e completando-se com a análise do desempenho do edifício, visando subsidiar novos projetos. A interface programa-projeto (i2) visa estabelecer uma colaboração entre a concepção do negócio e a especificação das necessidades com a criação e investigação projetual do produto. A interface entre os projetistas de especialidades (i3) é clássica e se relaciona com a busca de uma efetiva coordenação na atuação dos projetistas e no desenvolvimento em paralelo de diferentes disciplinas de projeto. A interface i4 está relacionada à construtibilidade dos projetos e à elaboração de projetos para produção que resolvam, antecipadamente, e de forma coerente com as especificações do produto, os métodos construtivos dos subsistemas da obra. A interface i5 representa a necessidade de acompanhamento da obra e elaboração do projeto as built, de forma a garantir a retroalimentação de futuros projetos.

47 45 Figura 9 Modelo do processo segundo Fabrício Fonte: Fabrício, Como tal, o autor propõe que o projeto seja subdividido de acordo com as fases de amadurecimento intelectual do projeto, em vez da maneira tradicional que estabelece as divisões em função do contrato. Em resumo, a adoção da estratégia do Projeto Simultâneo implica na adoção de medidas operacionais no sentido de promover o desenvolvimento de atividades de projeto, de diversas especialidades, em paralelo. Para tanto, definem-se etapas onde as diversas especialidades possam trabalhar simultaneamente e em interação. Tais etapas devem ser definidas de forma a englobar o trabalho dos vários especialistas em níveis de elaboração e detalhamento similares GPPIE Romano, 2003 Romano (2003) define o modelo GPPIE (Modelo de referência para o gerenciamento do processo de projeto integrado de edificações), com o objetivo de integrar o processo de projeto aos demais processos empresariais. É considerado um modelo complexo e organizado como processo, decomposto em três grandes subprocessos (Figura 10): pré-projetação, projetação e pós-projetação. Cada subprocesso é dividido em atividades de projeto que se organizam de forma sequencial e evolutiva. Ao final da hierarquia, o modelo é detalhado até o nível das tarefas, com resultados e produtos específicos.

48 46 Figura 10 Modelo de processo de projeto Fonte: Adaptado de Romano, A representação descritiva do modelo de referência para o GPPIE é constituída de oito planilhas, cada uma representando uma fase do processo descrita através de sete elementos: entradas, atividades, tarefas, domínios, mecanismos, controles e saídas. Romano (2003) explica que as atividades e tarefas representam o trabalho a ser realizado. As entradas são as informações ou objetos físicos a serem processados ou transformados pela tarefa. Os mecanismos são os recursos físicos e/ou informações necessárias para a execução da tarefa (documentos, metodologias, técnicas, ferramentas). Os controles são as informações usadas para monitorar ou controlar a tarefa. E, as saídas são as informações ou objetos físicos processados ou transformados pela tarefa. O mesmo autor comenta que a contribuição do modelo de referência para o gerenciamento do processo de projeto integrado de edificações é que, com uma visão detalhada de ações, serve de base ao desenvolvimento de modelos particulares a serem utilizados no planejamento, na comunicação, no treinamento, na análise, na síntese, na tomada de decisão e no controle dos projetos.

49 47 CAPÍTULO 3 3 BIM (BUILDING INFORMATION MODELING) 3.1 CONTEXTO No Capítulo 2 foram apresentados os aspectos teóricos relacionados à teoria de projetos, processo de projeto, modelagem e os modelos de processo mais citados na bibliografia. Este capítulo, por sua vez, apresenta conceitos relacionados à tecnologia da informação na construção civil, e como vem acontecendo a evolução das tecnologias computacionais, do CAD (Desenho Auxiliado por Computador) ao BIM (Building Informatin Modeling), como é o planejamento para sua implantação em escritórios de projeto e quais as perspectivas para seu uso. 3.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Os edifícios atuais são mais complexos do que aqueles da Revolução Industrial. O nível de complexidade dos projetos contemporâneos necessita de novos métodos de gerenciamento de informações e, apesar das mudanças ocorridas nas últimas décadas, o setor ainda não conseguiu se igualar ao nível de eficiência, produtividade e qualidade de outros setores da indústria (NASCIMENTO; SANTOS, 2001). De acordo com Florio (2007), para administrar esses tipos de projetos mais complexos, tem-se expandido o uso das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), possibilitando controlar dados digitais dos projetos com geometria mais complexa, assim como programar a sequência de atividades relativas à construção, reduzindo consideravelmente o tempo do processo de projeto. O uso de tecnologias computacionais contribui para mudar a maneira de concepção e construção dos desenhos - o profissional trabalha, conclui e envia, por meio eletrônico, para outros profissionais envolvidos no projeto. Florio (2007) explica que os projetos complexos exigem um processo colaborativo, envolvendo muitos profissionais. Há uma crescente pressão e exigência por parte dos contratantes para que as equipes de projetistas sejam capazes de coparticipar de todo o processo de projeto, com prazos menores e com maior qualidade. Esse paradoxo só pode ser desfeito se os profissionais utilizarem a TI de forma mais eficiente, para aperfeiçoar o processo.

50 EVOLUÇÃO DAS TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS CAD AO BIM Os computadores surgiram por volta do ano de No entanto, até a década de 1970 a utilização destes em projetos de edificações era inexistente. A origem dos desenhos auxiliados por computador, conhecidos como CAD, ocorreu no início da década de O pioneiro nesta área foi Ivan Sutherland, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que, em 1962, publicou uma tese intitulada "O homem-máquina e os sistemas de comunicação gráficos", mostrando a viabilidade da computação gráfica interativa. Em meados dos anos de 1960, vários projetos de pesquisa foram iniciados em universidades e corporações, como por exemplo, MIT, GM (General Motors), entre outros. Tais pesquisas resultaram nos primeiros sistemas auxiliados por computador (KLEIN, 1992). Segundo TURBAN et al., (2004), os softwares CAD permitem ao usuário criar e construir objetos a partir de figuras geométricas simples em duas dimensões e gerar imagens em três dimensões na tela do computador, que depois podem ser armazenados, manipulados e atualizados. Os desenhos elaborados no CAD podem ter capacidade para armazenar muito mais informações do que é visto na tela do computador ou impresso. A qualidade de um desenho não é medida somente pelo lado estético gráfico, mas pela quantidade de informações contidas, que, se manuseados adequadamente por todos os participantes do processo, contribuem para melhor qualidade de todos os projetos (PANIZZA, 2004). Segundo Ito (2006), embora a tecnologia exista para que profissionais trabalhem na maioria das disciplinas de uma forma mais eficiente, a grande maioria dos projetos do setor ainda é desenvolvida no método tradicional, ou seja, definindo e representando edifícios com desenhos 2D e documentos de texto, com pouco uso do potencial das tecnologias de TI. Além disso, a falta de conhecimento básico na aplicação de ferramentas CAD e a falta de padronização na geração de documentos impossibilitam a organização e o controle do fluxo de informações, assim como o ganho de produtividade, que poderia ser mensurado pela quantidade de informações trocadas entre integrantes envolvidos no processo do projeto Diferentes Tipos de CAD - Geométrico: Prancheta Eletrônica O tipo de CAD que conseguiu melhor desempenho para sua época anos 1990 foi o que se concentrava nas representações de informações através de primitivos geométricos (linhas, pontos, arcos), o chamado CAD geométrico. Este tipo de CAD popularizou-se e

51 49 tornou-se essencial aos projetistas, sendo muito raros os escritórios que atualmente não se utilizam dessa ferramenta (FABRICIO; MELHADO, 2002; TSE et al. 2005). De acordo com Scheer e Ayres (2007), os CAD geométricos também chamados de pranchetas eletrônicas, fizeram com que o CAD parecesse um método moderno frente à utilização dos desenhos a tinta nanquim. No entanto, essa analogia também revela o aspecto mais frágil da tecnologia CAD: apesar de eliminar tarefas repetitivas e complicadas e, ainda, facilitarem a correção dos desenhos, o auxílio ao processo de projeto vai pouco além de uma prancheta melhorada. Para Ibrahim et al. (2004), o foco da tecnologia desse CAD esteve sempre direcionado para a solução do problema da representação digital da geometria, e não necessariamente para a transmissão de informação através do desenho. Como consequência, embora tenha se tornado padrão para a indústria da construção, o CAD geométrico sempre foi um obstáculo para a comunicação eficiente entre os diversos agentes e os processos envolvidos na produção (SCHEER; AYRES, 2007) Diferentes Tipos de CAD - 3D: Maquete Eletrônica A utilização da terceira dimensão em um projeto CAD aumentou consideravelmente a quantidade de informações do projeto. No entanto, Scheer e Ayres (2007) explicam que o 3D apresenta a mesma característica de fragmentação da informação do CAD geométrico, tornando difícil a produção de informações estruturadas, que normalmente constituem o núcleo da documentação de um projeto (planta, cortes, elevações, etc.). De acordo com os mesmos autores, o CAD 3D são geralmente softwares cuja proposta básica é auxiliar no processo de desenho industrial, e não no projeto de edificações. Sperling (2002) explica que a confecção dessas representações, as chamadas maquetes eletrônicas, é o uso mais comum do CAD 3D pelos escritórios, sendo que o processo de projeto que dá origem às informações utilizadas na geração da maquete eletrônica, geralmente se desenvolve de forma bidimensional, em outro CAD, geométrico. Pelegrino 7 apud Sperling (2002) atribui às maquetes eletrônicas status inferior ao de um objeto 3D, estando estas mais para um objeto 2,5D (duas e meia dimensões), uma vez que se trata apenas do espessamento de uma das projeções bidimensionais (normalmente a planta), sem interações com as demais representações. 7 PELLEGRINO, P. et al. Arquitetura e Informática. Barcelona: Gustavo Gilli, 1999.

52 50 De acordo com Scheer e Ayres (2007), assim como a analogia da prancheta eletrônica, o termo maquete eletrônica faz parecer que se trata de uma modernização do processo de projeto. Porém, CAD 3D, usado para possibilitar a troca da maquete convencional pela sua versão eletrônica, praticamente não modifica o modo tradicional de produção dos projetos, resultando em pouca melhoria da qualidade da informação gerada e do desempenho do processo com um todo Diferentes Tipos de CAD - BIM: A Modelagem do Produto No final da década de 1980 deu-se início ao desenvolvimento da terceira geração do CAD, cujo principal objetivo foi a integração de informações geométricas com dados não geométricos através do estabelecimento de relacionamentos associativos e paramétricos (BIRX, 2006). Assim, entendem-se como informações geométricas as características do objeto como forma, posição e dimensões, e dados não geométricos que incluem características como custo, material, volume, resistência, especificações do fabricante, entre outras. Oliveira (2011) explica que a BIM é a terceira geração CAD/TI referente à modelagem da informação orientada ao objeto o modelo 4D parametrizado contendo todo o ciclo de vida do projeto da construção. BIM é mais um conceito de modelagem integrada, em que dados são compartilhados, esperando-se consistência e confiabilidade entre os participantes de várias disciplinas no processo de projeto da construção, baseado na engenharia simultânea (CRESPO; RUSCHEL, 2007). 3.4 DEFINIÇÕES DE BIM É possível dizer que a tecnologia BIM é uma sequência, uma evolução da tecnologia CAD, trazendo um novo paradigma para a indústria da construção. Apresenta inúmeros benefícios para o setor, que se encontra em um momento de grande expansão e precisa adotar tecnologias diferenciadas, adequando-se às exigências de alta qualidade do mercado. De acordo com Nevena (2009) sua força reside na possibilidade de comunicar-se facilmente em um formato mais apropriado dentro de um projeto mais complexo, facilitando a comunicação entre a equipe de projetos e participantes, incluindo proprietários, arquitetos, engenheiros, empreiteiros, construtores e usuários finais. Segundo Birx (2007), não é tão fácil definir BIM quanto é CAD. BIM é mais um processo que uma ferramenta de elaboração, podendo ser entendido tanto quanto processo de

53 projeto quanto ferramenta de desenho. Em termos de tecnologia, representa a transição do analógico para o digital, em que os projetos são conduzidos como modelos completos. Birx (2007) considera um erro pensar em BIM como mais uma forma de representação tridimensional, pois, com isso, perde-se seu potencial mais significativo: os benefícios de uma mudança de cultura projetual. Sperling (2002) aponta a forma pela qual ocorre a geração das informações como o impacto mais visível dessa tecnologia. Ao longo dos anos, a tecnologia BIM vem ganhando grande projeção, como no meio acadêmico, com o aumento na quantidade de artigos, conferências e livros, abordando o tema, e na prática profissional, com o aumento de profissionais dispostos a adotar essa nova tecnologia. As indústrias de software também já mostram grande interesse com o lançamento de novos programas que ajudam a trabalhar de forma plena com a tecnologia BIM. Apesar de ser considerada uma inovação recente, a tecnologia BIM é baseada em um conceito que foi introduzido, há mais de trinta anos, por Charles Eastman 8 Golberg, 2004): 51 (1976 apud Building Information Modeling integra toda a informação geométrica do modelo, as exigências e potencialidades funcionais e a informação do comportamento das partes, dentro de uma descrição simples de inter-relação de um projeto de um edifício sobre o seu ciclo de vida. Ele também inclui o relacionamento da informação processada com os cronogramas de construção e os processos de fabricação. Eastman et al. (2008), pesquisadores da tecnologia BIM, apresentaram a definição da tecnologia como sendo: Uma tecnologia de modelagem associada a processos para produzir, comunicar e analisar modelos da construção. Modelos de construção são caracterizados por: a) componentes da construção que são caracterizados com representação digital inteligente (objetos) que sabem o que são, e podem ser associados com gráficos computáveis, atributos dos dados e regras paramétricas; b) componentes que incluem dados e descrevem como estes se comportam, como são as análises e processos de trabalho, especificação e análises de energia; c) dados consistentes e não redundantes de tal forma que alterações nos dados são representadas em todas as vistas do componente; d) dados coordenados de tal forma que o modelo é representado de forma coordenada. Tse e Wong (2005) explicam que a tecnologia BIM é muito mais do que um modelo para visualização do espaço projetado. É um modelo digital composto por um modelo mestre que permite agregar informações para diversas finalidades, além do aumento de produtividade e racionalização do processo. 8 GOLBERG, H.E. AEC from the Ground up: The Building Information Model: Is BIM the future for AEC Design? Cadalyst AEC, Nov., 2004.

54 52 Kymmell (2008) explica que BIM constitui projeto e simulação de processos, em que a simulação é integrada e coordenada, contém todas as informações necessárias para planejar e construir um projeto. Na tecnologia BIM existe uma base de dados vinculada, consequentemente, cada vez que um usuário faz uma mudança, ocorre a atualização da base de dados e seus respectivos documentos, não existindo perda de informações, ou informações repetidas, como no processo atual, em que todos os desenhos normalmente são executados em arquivos separados. A equipe que envolve a elaboração do projeto como contratante, arquitetos, engenheiros, construtores trabalha nas diferentes fases, inserindo, extraindo, atualizando ou modificando essas informações, em torno de um modelo mestre baseado em informações necessárias para o planejamento e construção de um edifício (Figura 11). Essas características permitem à tecnologia BIM a realização de uma série de funções: estudos, planejamentos, análise ambiental, estimativas de custos, fabricação digital, detecção de interferências através da compatibilização de projetos. Suas funções podem ser aplicadas a várias áreas e sistemas de edificação: projeto estrutural, instalações elétricas, incêndio, ar condicionado, reconstrução, etc. Figura 11 Utilização da tecnologia BIM Fonte: Piniweb, 2011 Ruschel e Guimarães (2008) explicam que na elaboração do modelo devem estar envolvidos os diversos profissionais das diferentes disciplinas relativas ao projeto. Assim,

55 53 pode-se definir BIM como uma prática de projeto integrada e colaborativa na qual os envolvidos no processo convergem suas habilidades para elaboração de um modelo único (ANDRADE; RUSCHEL, 2009). É possível identificar que grandes mudanças estão acontecendo na forma de elaborar, construir e manter um edifício. A proposta dessa tecnologia em integrar todos os processos, mesmo sendo considerada uma integração ainda pequena, tem demonstrado grandes vantagens sobre os processos tradicionais (projeto arquitetônico e projeto estrutural). De acordo com Ruschel e Guimarães (2008), a evolução da tecnologia BIM, face às potencialidades apresentadas, é caracterizada por Tobin (2008) segundo três momentos evolutivos, denominados pelo autor como BIM 1.0, BIM 2.0 e BIM 3.0. A BIM 1.0 representa a emergência dos aplicativos baseados em objetos paramétricos, que substituem gradativamente os softwares de CAD tradicionais. As principais características da geração BIM 1.0 são: capacidade de coordenação de documentos, adição de informações aos objetos, e rápida produção de documentos. Com isso, geram-se documentos em tempo real, bem como, passa-se a trabalhar com modelos geométricos tridimensionais, com informações agregadas, substituindo modelos bidimensionais. A geração BIM 1.0 representa a prática atual de projeto na maioria dos escritórios que utilizam o BIM. Este estágio de consolidação do BIM caracteriza-se pela capacidade dos arquitetos em manipular informações a respeito de objetos e do espaço. Assim, o arquiteto passa a ser coordenador da informação. Para Tobin (2008), a mais significante característica do BIM 1.0 é que, apesar de todas as vantagens, a atividade de projeto ainda permanece isolada. Os projetistas definem o nível de detalhe e precisão dos modelos a serem utilizados, de acordo com suas necessidades. A era BIM 2.0 é também denominada por Tobin (2008) como The Big Bang in Reverse, pois, segundo o autor, é quando diversas galáxias de projetistas e de construtores, que viviam em constantes conflitos, repentinamente convergem para um ponto comum, desfrutando do potencial da tecnologia. Esta geração representa um momento difícil para os arquitetos, pois estes precisam conciliar as necessidades de diferentes profissionais de projeto, na obtenção de informações do modelo arquitetônico digital. É uma fase inicial de convergências e de popularização do uso de ambientes de interação, com o desenvolvimento de programas integrados de análise, desenvolvimento de modelos 4D (tempo), 5D (custo) e de muitas expectativas sobre as potencialidades do uso do BIM em todas as fases do projeto e construção (TOBIN, 2008).

56 54 Na geração BIM 2.0 a interoperabilidade e a colaboração tornam-se essenciais na atividade de projeto. A geração BIM 2.0 representa o início de uma mudança significativa para o processo de projeto de arquitetura. As mudanças ocorrem não apenas no gerenciamento das informações, mas, principalmente, nas atividades do processo de projeto, por meio de aplicativos que permitem a revisão, análise e avaliação de soluções de projeto de forma automática. Assim, o processo de síntese e de avaliação torna-se mais dinâmico e mais rápido, além de ocorrerem já nas etapas iniciais do processo de projeto. A era BIM 3.0 (TOBIN, 2008), por sua vez, representa a geração da prática integrada. O processo de projeto nesta era caracterizar-se-á por trabalhos em equipes multidisciplinares que utilizarão modelos integrados, cujos fluxos de informação acontecerão de forma contínua, sem perdas ou sobreposições. Assim, os diferentes profissionais de projeto e construção estabelecerão um modelo único para um propósito coletivo, que é a construção virtual do modelo do edifício, também chamado por Tobin (2008) de protótipo do edifício. Este está representado por uma rede centralizada de banco de dados em que o modelo BIM é construído de forma colaborativa em um ambiente virtual tridimensional (TOBIN, 2008). Esta futura geração BIM exigirá dos arquitetos a capacidade de reunir, filtrar e processar uma grande quantidade de informações que estarão disponíveis e deverão ser utilizadas com habilidade na geração da forma. Com o BIM 3.0, o processo de projeto tenderá a mudar significativamente, não apenas na forma dos projetistas se relacionarem com os demais profissionais da AEC, mas, também, na maneira de tratar os dados, relacionar-se com os clientes e incorporar as informações de projeto como instrumento efetivo de geração da forma. A implantação da tecnologia BIM nos escritórios traz implicações diretas no processo de projeto. Segundo Ruschel e Guimarães (2010), para que seja possível avaliar as principais mudanças, é preciso visualizar o processo de forma sistemática, enxergando suas características de gerador de informações, busca de soluções e apropriação de conhecimento. 3.5 MODELAGEM VIRTUAL Ayres (2007) define o termo modelo como uma estrutura de informação que permite integrar diferentes fases do desenvolvimento. É importante explicar que os desenhos bidimensionais, muitas vezes chamados de modelos, representam abstratamente um objeto real, não transmitem informação suficiente para que se tenha essa integração.

57 55 Ibrahim e outros autores (2003) propõem a distinção entre os termos modelagem gráfica e modelagem de informação, para designar os modelos de acordo com o seu objetivo principal. Modelos gráficos são construídos para permitir melhor visualização dos conceitos nas fases iniciais, ou, ainda, o resultado pretendido nas fases finais do desenvolvimento, e,em geral, não geram grande influência no processo de desenvolvimento como um todo. Podem ser citadas, como exemplo, as maquetes eletrônicas realizadas pelas construtoras para auxiliar nas campanhas de marketing do produto (SPERLING,2002). Já os modelos de informação, como os modelos BIM, seguem o paradigma da modelagem de produto: são principalmente veículos para a transferência eficiente de informação entre as fases do desenvolvimento (AYRES, 2007). Crespo e Ruschel (2007) relatam alguns benefícios do modelo virtual percebidos pela General Services Administration (GSA, EUA), dentre os quais pode-se destacar: a visualização da preservação histórica do entorno, redução de erros e omissões, visualização e otimização das fases do projeto e sequência da construção. Além disso, a equipe conduz o projeto com eficiência, exatidão e segurança. Oliveira (2011) comenta que as formas arquitetônicas contemporâneas requerem uma mudança de atitude e comportamento dos parceiros envolvidos em um projeto. A composição técnica complexa exige ferramentas virtuais que aperfeiçoem as formas e materiais, dentre outros aspectos. Isso significa que o software deve auxiliar o arquiteto nas escolhas projetuais, usando parâmetros de construtibilidade, informações dos componentes padrões de parceiros, disposição do canteiro de obras, o que facilita a execução da obra (EEKHOUT; GELDER, 2009). O modelo virtual, em conjunto com cronograma, entra com a proposta de visualização da sequência e andamento da obra, permitindo interação com o canteiro em todos os estágios da construção. Oliveira (2011) diz que essa interação não é possível com os meios de planejamentos mais utilizados, como o diagrama de Gantt, em que a visualização espacial fica a desejar e o planejamento é feito em diagrama de barras. A tecnologia BIM permite a coordenação dos canteiros de obras, materiais, e principalmente a troca de informações entre os agentes envolvidos. 3.6 PROJETO PARAMÉTRICO A modelagem paramétrica é um dos recursos que distingue um modelo BIM de qualquer modelo dos sistemas CAD genéricos. Os objetos baseados em modelagem

58 56 paramétrica não representam objetos com geometria e propriedades fixas. Mais do que isso, representam objetos com parâmetros e regras que determinam a geometria assim como algumas propriedades e características não geométricas (EASTMAN et al., 2008). No modelo paramétrico os objetos são definidos através da utilização de parâmetros com distâncias, ângulos e regras como anexado a, paralelo a, distante de. Estas relações permitem que cada elemento tenha uma variação de acordo com o seu parâmetro e relação contextual (EASTMAN et al., 2008). Segundo Martins (2011), um modelo paramétrico reconhece as características dos componentes e interações entre eles, mantendo uma relação consistente entre elementos do modelo quando este é manipulado. Por exemplo, em um projeto paramétrico de uma edificação, se é realizada alguma modificação na inclinação do telhado, automaticamente as paredes se ajustam a essa modificação. Ibrahim et al. (2004) acreditam que o nível de informação pode ser controlado, de acordo com a necessidade, desde o layout do projeto até detalhamentos construtivos ou análises de desempenho ao final. Ayres (2009) diz que os objetos paramétricos podem também ser referências diretas a produtos desenvolvidos por fabricantes, como janelas, peças pré-fabricadas, acessórios, etc. Estes objetos e suas atualizações podem ser obtidos diretamente via internet e futuramente ajustarem de modo automático o seu comportamento aos aspectos do projeto. Como exemplo, o mesmo autor cita os objetos, representando peças estruturais que se configuram automaticamente de acordo com os vãos e tipos de apoios definidos. A parametrização dá maior autonomia ao arquiteto para pesquisa de novas soluções e, ainda, com o auxílio de programas de análise, possibilita rapidamente a alteração de soluções projetuais com melhor desempenho, e acelera o processo de concepção de projeto e produção de modelos. Outros benefícios do uso do desenho parametrizado no processo de projeto também são apontados por diferentes arquitetos que fazem uso de tecnologias computacionais durante todo o processo, como a mediação entre criatividade e a otimização para escolha do material, da fabricação dos componentes e da construção do edifício (LEE; BEAURECUEIL, 2009). Os programas que têm em sua plataforma a tecnologia BIM estão em constante evolução, como a melhoria da tecnologia. As adaptações para melhor uso das ferramentas são realizadas a cada nova versão. Segundo Birx (2006), o período de transição da utilização do CAD geométrico para BIM durará mais de uma década.

59 57 Quando se utiliza a tecnologia BIM em um projeto, o processo é desenvolvido de forma inversa do que quando é realizado em CAD. Com a BIM, o projetista constrói o edifício virtualmente, utiliza objetos que simulam em forma e comportamento os elementos construtivos a serem empregados na construção, podendo inclusive realizar diversas simulações com a instalação de plug-ins 9. Dentro dessa construção virtual estará a base de dados onde são encontrados todos os parâmetros de cada elemento construtivo utilizado no projeto. Birx (2006) comenta que dessa forma a atenção do projetista é focada nas soluções projetuais, e não nos desenhos técnicos, que são em boa parte gerados automaticamente pelo computador. Consequentemente, a atenção é voltada ao processo construtivo, especificação do componente, etc. A tecnologia BIM representa uma nova geração de softwares orientados para modelar objetos e gerenciar a informação da construção durante todo o ciclo de vida do projeto. O modelo BIM representa digitalmente as características físicas e funcionais de um edifício ou empreendimento, constitui base de dados que pode e deve ser compartilhada ao longo de todo o ciclo de vida da construção (NIST, 2010). No entanto, apesar de todas essas vantagens, é importante lembrar que todo esse processo de troca de informações durante a elaboração dos projetos é feita através de um número sem fim de softwares de desenho. Só através da adoção de uma plataforma de dados neutra, é que será possível fazer toda essa troca de informações, sem a perda de dados, tornando dessa forma, a tecnologia BIM realmente eficiente e confiável. 3.7 INTEROPERABILIDADE De acordo com Grilo e Gonçalves (2009), a interoperabilidade pode ser definida como a habilidade de dois ou mais sistemas em trocar informações e utilizar essas informações que foram trocadas. A interoperabilidade atende à necessidade de compartilhar dados, permitindo a vários tipos de especialistas contribuírem para um trabalho realizado de forma compartilhada. As informações dos modelos devem ser dispostas em padrões abertos, para que outros sistemas ou softwares possam entendê-las com clareza. A busca então é por um padrão de 9 Na informática, um plugin ou módulo de extensão (também conhecido por plug-in, add-in, add-on) é um programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica. Disponível em:

60 58 informações para ser usado por todos os softwares, que será uma base para representação do modelo (NASCIMENTO; SANTOS, 2001). O padrão BIM é visto em diferentes softwares, o que faz da interoperabilidade um quesito importante para o trabalho multidisciplinar, integrando diversos especialistas (CRESPO; RUSCHEL, 2007). Diversos programas de modelagem e análise do modelo BIM, compatíveis com padrão IFC são utilizados hoje em dia, como: Archicad (Graphisoft), Revit (Autodesk), Vector Works Architect, Microstation (Bentley), entre outros. IFC (Industry Foundation Classes) é o modelo que está sendo apresentado, desde 1994, pela Aliança Internacional de Interoperabilidade e aprovado pela Organização de Padrões Internacionais, que viabiliza o intercâmbio de informações arquitetônicas e construtivas entre software com inteligência baseada no objeto. De acordo com Fu et al. (2006), o IFC é um tipo de linguagem focado na modelagem do produto e processos da indústria da AEC, é o principal instrumento pelo qual é possível estabelecer a interoperabilidade dos aplicativos de software para a indústria da construção, com tecnologia BIM. Santos (2009) apresenta as diferentes padronizações para interoperabilidade de BIM (Figura 12): a) Formato de troca - o IFC é apenas para compartilhar as informações; b) Biblioteca de referência para definir o que será compartilhado, o International Framework for Dictionaries (IFD); c) Requisitos da informação para definir qual informação a ser compartilhada. O foco do Information Delivery Manuals (IDM) e Model View Definitions (MVD) são padrões responsáveis pela especificação de qual e quando a informação será trocada. Figura 12 Pré-requisitos para o BIM Fonte: Adaptado de Santos, 2009

61 59 Este é um ponto importante para a participação de diferentes agentes da indústria da construção, mais importante ainda são os profissionais do Brasil serem impositivos quanto a sua participação no desenvolvimento do IFD Library, que vem a ser a biblioteca internacional que concentrará a semântica, significado e atributos dos componentes em várias línguas (OLIVEIRA, 2011). É importante a participação de profissionais do Brasil, uma vez que as soluções encontradas durante este desenvolvimento poderão servir também para os projetistas brasileiros. Conforme relata Ayres (2009), ainda existem vários desafios relacionados a interoperabilidade a serem superados, muitos ainda decorrentes das atuais práticas projetuais (contratação, responsabilidades, entregas) e responsabilidades legais. A modelagem de produto é uma ruptura significativa nos métodos tradicionais de projeto e vai exigir a adoção de muitas novas abordagens e procedimentos. 3.8 FLUXO PARA O DESENVOLVIMENTO DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM Com a pesquisa realizada nos sete modelos apresentados, é evidente que todas as tentativas de melhorar a gestão do processo de projeto devem ser iniciadas com um fluxomodelo que consiga atender às necessidades de todos os intervenientes envolvidos no projeto, levando-se em consideração a importância dos padrões de trabalho de cada empresa. Segundo Tzortzopoulos (1999), deve-se atentar para a definição do grau de detalhe do modelo. Este não deve ser muito genérico, não permitindo transparência e eficácia e, por outro lado, não deve ser muito detalhado, para que o mesmo não tenha difícil implementação em função do excesso de documentação criada. Algumas ferramentas auxiliam a atividade de modelagem, dentre elas destacam-se o fluxograma e as tabelas de insumo, processo e produto. Na elaboração de fluxogramas, é importante e atentar para que estes não se tornem longos e não percam sua eficácia. Para tanto, é necessária a subdivisão hierárquica do processo (TZORTZOPOULOS, 1999). O mesmo autor explica que deve ser definido um fluxograma geral do processo, e seu detalhamento, representado em fluxogramas específicos. Nestes devem ser definidas as relações de precedência entre as atividades, buscando possibilitar o planejamento do processo. Com relação às tabelas de insumos, vinda dos preceitos de transparência estabelecidos na Nova Filosofia de Produção, conforme Koskela (1992). Assim, tais tabelas definem

62 60 genericamente as tarefas representadas nos fluxogramas, descrevendo as características das informações necessárias à execução de cada atividade e as informações-produto geradas. Dentro do contexto de projetos multidisciplinares que a tecnologia BIM utiliza, constata-se a importância de que, em qualquer proposta defluxo-modelo para o processo de projeto, os nomes utilizados nas etapas do processo tenham um enfoque voltado à caracterização global do empreendimento, e não aqueles característicos das particulares disciplinas envolvidas. É fundamental definir, além dos intervenientes necessários em cada etapa, a ênfase, os objetivos e as atividades características de cada etapa, tanto globais quanto particularizadas para cada agente e disciplina envolvida. É a identificação e a comunicação desses aspectos de cada etapa que facilitará o entendimento de todos os intervenientes envolvidos sobre esse novo enfoque multidisciplinar do processo de projeto. Durante a elaboração do modelo devem ser previstas aprovações de atividades e/ou etapas do processo, propiciando assim que seja estabelecido o controle e a melhoria do mesmo. Ainda, deve-se considerar que usualmente a aceitação da etapa anterior é condição para o início da próxima etapa do processo (TZORTZOPOULOS, 1999). Com o desenvolvimento dessas diretrizes, é possível desenvolver um modelo que possa ser implantado e que possa ser retroalimentado. Daí a importância de ser flexível e adaptável a mudanças ao longo do desenvolvimento de novos projetos A implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura muda o processo de projeto atual, é possível identificar que com a utilização desta tecnologia nos projetos, os fluxos dentro de um escritório sofrem modificações, pois para desenvolver modelos paramétricos, com informações do projeto, é preciso identificar uma série de questões que só seriam levantadas em fases posteriores do processo. A tecnologia BIM é mais do que uma tecnologia ou uma ferramenta, ela representa uma grande mudança no processo de projeto, e essa mudança precisa ser vista pelos escritórios de arquitetura como uma evolução e não como uma revolução das tecnologias da informação, precisa ser vista como uma forma de ajudar os escritórios a alcançar a excelência em seus projetos. 3.9 ADOÇÃO DA TECNOLOGIA BIM NO CONTEXTO INTERNACIONAL Através dos vários estudos que foram e que estão sendo desenvolvidos sobre a tecnologia BIM, é possível identificar onde a sua adoção encontra-se mais avançada,

63 61 podendo-se dizer que os EUA e os alguns países da Ásia lideram esses estudos, já mostrando resultados de aplicações práticas, demonstrando os benefícios e desafios da tecnologia. De acordo com Andrade e Ruschel (2009), muitas instituições internacionais e governos têm investido nos últimos anos em pesquisas sobre BIM. Entre as organizações internacionais, podem ser citadas: Building Smart, National Institute of Building Sciences, Associated General Contractors of America (AGC), General Service Administration (GSA) e Innovation in Building and Construction (CIB), entre outros. Segundo os mesmos autores, em alguns países, órgãos governamentais têm incentivado o uso maciço da tecnologia BIM, seja por meio de investimentos em agências de pesquisa (como a GSA, nos Estados Unidos e a Senate Propertis, na Finlândia e a INNOVA da Europa), seja por regulamentações para a construção ou discussões sobre o uso da tecnologia BIM. De acordo com relatório McGraw-Hill Construction, associação americana que realiza pesquisa sobre a adoção da BIM pelos profissionais, em 2009, 49% dos entrevistados estavam usando ferramentas BIM. A passagem para a tecnologia BIM é recente, pois 2/3 dos usuários a tinham adotado nos últimos três anos. Outro dado importante é que, em 2007, ano da última pesquisa, 14% dos usuários se consideravam em nível avançado de aprendizagem, e esse número cresceu em 2009 para 42%, um índice três vezes maior. É importante saber das projeções futuras de adoção da tecnologia BIM, para que no Brasil se saiba o quanto ainda é preciso investir em pesquisas, tecnologias e treinamento de pessoal. No exterior, para direcionar os profissionais, existem inúmeros guias ou manuais de implantação, elaborados por associações da construção, universidades e órgãos do governo. É evidente que não conseguem atender às demandas específicas de cada projeto, ou de cada empresa, mas ajudam a preparar os profissionais, mostrando quais os caminhos necessários para a eficiente implantação da tecnologia BIM em seus escritórios GUIAS DE IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA BIM EM ESCRITÓRIOS DE PROJETO Durante a revisão de literatura, identificaram-se vários guias de implantação da BIM para escritórios, sendo que a maioria foi elaborada nos Estados Unidos, país onde a BIM encontra-se em estágio mais avançado. É importante conhecer quatro, para que seja possível identificar onde ocorreram as maiores mudanças na elaboração dos processos de projetos,

64 iniciando pela transformação organizacional dos escritórios e chegando até a forma de elaborar o projeto Autodesk: Plano de Implantação BIM A Autodesk é uma empresa de software de projeto e de conteúdo digital. Desde 1982 desenvolve tecnologias 2D e 3D, que possibilitam aos usuários ver, simular e analisar o desempenho de suas ideias sob condições realistas mais cedo no processo de projeto. O Plano de implantação BIM da Autodesk é dividido em dois capítulos, sendo o primeiro destinado à organização da empresa para a implantação da tecnologia BIM e o segundo destinado à organização do projeto a ser desenvolvido da tecnologia BIM, de uma forma geral, segue os conceitos apresentados pela Autodesk neste guia (Figura 13). Figura 13 Planejamento para implantação tecnologia BIM em escritórios Fonte: Adaptado Autodesk. O guia da Autodesk é bem completo, fornece informações detalhadas para o início da implantação do BIM nos escritórios, com exemplos, formulários padrão a serem preenchidos, auxiliando durante o processo, apresenta uma descrição de como trabalhar com a tecnologia, de modo bem genérico, assim, cada empresa pode adaptar o guia de acordo com a sua necessidade.

65 Associação Geral dos Empreiteiros dos EUA (AGC): Guia dos Contratantes para BIM 63 A AGC é a principal associação americana de construção, promove grandes encontros com os empreiteiros do país, propondo mudanças no que diz respeito à segurança no trabalho, expansão de uso de tecnologias eficientes e fortalecendo o diálogo entre empreiteiros e proprietários. O objetivo deste guia é explicar aos empreiteiros sobre a tecnologia BIM, incluindo seus benefícios, ferramentas e aplicativos (Figura 14). O conteúdo está organizado em cinco tópicos principais, conforme abaixo: Figura 14 Planejamento para implantação da tecnologia BIM GUIA DOS CONTRATANTES BIM IMPLANTAÇÃO BIM FERRAMENTAS SOFTWARE PROCESSO BIM DEFINIÇÃO RESPONSABILIDADE DEFINIR ÁREAS RISCO Fonte: Adaptado GSA Contractors Inicialmente, o guia aponta os diversos benefícios sobre BIM, incluindo a capacidade de identificar conflitos entre projetos, a capacidade de visualizar o que será construído em uma simulação, ocasionando menos erros e correções no canteiro de obras, maior confiança no projeto, ter opções de sequenciamento de obras. O guia aborda as questões econômicas, enfatizando os benefícios alcançados com a BIM, incluindo melhorias de produtividade, menores custos, menos erros de construção, aumentando a competitividade da empresa, compensando os custos de implantação em pouco tempo. Além de discutir aspectos mais amplos da BIM, este guia ainda fornece várias orientações e sugestões concretas sobre como começar a trabalhar com essa tecnologia, incluindo: como configurar a equipe, o início do projeto, quais ferramentas necessárias, custos

66 64 de software e hardware. Explica ainda sobre uma matriz chamada Exemplo Ferramentas BIM, destinada à orientação do contratante sobre as soluções BIM atualmente disponíveis em diversas categorias Associação da Indústria da Construção do Reino Unido (AEC UK) A associação foi criada em 2000, inicialmente para melhorar o processo de gestão da informação, produção e troca de arquivos na construção civil. Em 2009, novos membros e consultorias resolveram abordar o tema BIM, diante da necessidade crescente dentro da indústria da construção no Reino Unido, colaborando para um sistema unificado. Esse guia faz parte de um trabalho de padronização BIM no Reino Unido. Segue abaixo uma série de princípios de melhores práticas para ajudar na qualidade elevada e eficiência no trabalho em BIM, conforme o Guia do Reino Unido: Será nomeado um Coordenador de BIM para cada projeto; Todas as informações do projeto devem ser revistas regularmente para assegurar a integridade do modelo e do fluxo de trabalho do projeto; Desenvolver diretrizes claras para equipe interna e externa do projeto para manter a eficiência e integridade dos dados eletrônicos; Compreender e documentar o que será modelo e em que nível de detalhe; Definir os modelos a serem elaborados dentro de cada disciplina do projeto; Criar avisos de revisão que deverão ser feitas periodicamente para resolver questões importantes do projeto; Não abrir o arquivo central, e sim copiar e criar arquivos locais; O arquivo central deve ser recriado em intervalos regulares, a fim de eliminar dados redundantes; Um desenho deve conter informações de projeto exclusivamente com finalidade e utilização prevista no desenho, mantendo a eficiência dos detalhamentos do projeto e informações necessárias. Esse manual tem sua importância, pois descreve todos os detalhes da implantação, mais direcionada ao software da Autodesk, já direcionando o planejamento para quem vai adotar o Revit, criando as padronizações de trabalho, de arquivos, de trocas de arquivos, e padrões de organizações de nomes em diversos locais, mantendo uma padronização eficiente.

67 Guia de Planejamento e Execução de Projeto BIM- PENN STATE/ Building Smart 65 Este guia foi desenvolvido por meio de uma parceria da PENN STATE Universidade da Pensilvânia com o Building Smart Alliance, órgão encarregado de desenvolver o Padrão Nacional BIM nos EUA. Para implantar a tecnologia BIM, segundo este guia, é preciso que a equipe de projeto execute um planejamento de forma abrangente e detalhado. O Plano de Execução de Projeto BIM deve garantir que todas as partes do projeto estejam cientes das oportunidades e responsabilidades relacionadas com a implantação da BIM no projeto. Esse planejamento deve definir os usos adequados para o projeto BIM (autoria do projeto, estimativa de custos, coordenação do projeto). Assim que o plano é criado, a equipe pode acompanhar e monitorar seu progresso e conseguir o máximo de benefícios com a implantação da nova tecnologia. O guia proporciona um processo estruturado, dividido em quatro etapas: Identificar valor BIM, durante o projeto, planejamento, construção e fases operacionais; Criar mapas de processo de projeto para executar o projeto em BIM; Definir como será feita a entrega do projeto e o intercambio de informações; Desenvolver uma infraestrutura de como serão realizados os contratos, procedimentos de comunicação, tecnologia e controle de qualidade da implantação da tecnologia. Um dos passos mais importantes no processo de planejamento é definir claramente o valor potencial da BIM sobre o projeto e para os membros da equipe. Isso é realizado através da definição das metas globais para a implementação da BIM. Essas metas podem ser baseadas no desempenho do projeto e incluem itens como: reduzir o cronograma, alcançar maior produtividade, aumentar a qualidade, minimizar custos e pedidos de alteração, obter dados operacionais. Uma vez definidas as metas mensuráveis, na perspectiva de projeto e na perspectiva da empresa, pode-se então seguir para quais as utilizações especificas de BIM para a empresa. Uma vez que a equipe já identificou o valor da BIM e sua utilização dentro da empresa, é preciso fazer um mapeamento do processo de implantação da BIM. Inicialmente, pode ser feito um mapa mostrando o sequenciamento e interação, a fim de visualizar como o projeto é desenvolvido, o que permite que os membros da equipe entendam claramente como seus processos de trabalho interagem com os processos realizados por outros membros da

68 66 equipe. Após a elaboração desse mapeamento de forma mais ampla, são realizados mapas específicos para cada tipo de modelo a ser criado, como: energia, custos, 4D entre outros. Esse mapa vai mostrar o processo detalhado que é realizado por uma organização, ou em alguns casos, por várias organizações, como por exemplo, quando são realizadas análises de energia. Depois dos mapeamentos desenvolvidos, é preciso definir como serão feitas as trocas de informações entre os participantes do projeto. É importante definir os limites de acesso de cada membro, e quem será o responsável pelas atualizações. A infraestrutura de apoio para implantação da BIM precisará ser criada contendo: a estrutura de entrega de projetos, a linguagem dos contratos, os procedimentos de comunicação, a infraestrutura de tecnologia, identificação de procedimentos de controle de qualidade para garantir alta qualidade de informação. O procedimento para definir a infraestrutura é a criação de métodos de implantação para acompanhar o progresso da tecnologia nos projetos. Através do desenvolvimento e seguindo este plano, as equipes são capazes de ter um grande impacto sobre o grau de implantação e sucesso nos projetos em BIM. O procedimento leva tempo e recursos. Particularmente pela primeira vez uma organização estará envolvida neste nível de planejamento, mas os benefícios de desenvolvimento do plano detalhado superam em muito os recursos gastos IMPLANTAÇÃO NO BRASIL O processo de implantação da BIM no Brasil está em desenvolvimento e ainda precisa de melhorias para que possa de fato proporcionar avanços à construção civil brasileira. Segundo Covelo (2011), tem-se um atraso de 15 anos em relação aos países desenvolvidos quanto a tomar conhecimento, saber o que é integrar a cadeia produtiva, capacitar profissionais e trabalhar pela implantação. Dentro dessa realidade, ainda existe o desafio de capacitar projetistas para o novo trabalho, e, em alguns casos, vencer resistências culturais, principalmente dos profissionais que estão a mais tempo acostumados a trabalhar com tecnologias mais antigas, como o Autocad. Ainda é preciso investir em softwares que gerenciam as diferentes etapas da obra e em equipamentos que mais potentes que os utilizados atualmente nos escritórios de projeto, pelos quais nem todos estão dispostos a pagar. Além disso, outro problema é apontado pelas

69 67 empresas: não existem bibliotecas virtuais para a aquisição de itens prontos que são utilizados nas modelagens. Em outros países, como nos EUA, onde a tecnologia já é mais difundida, é possível adquirir todas as especificações de peças sanitárias, componentes elétricos, enquanto que no Brasil ainda é preciso fazer a modelagem desses itens. Outra questão importante a ser resolvida é a forma como se relacionam as áreas de projetos, planejamento, orçamento e canteiro. Hoje os processos acontecem de forma sequencial, e quando um escritório trabalha com a BIM, passa a fazer todo esse processo simultaneamente (COVELO, 2011). Como a BIM é uma simulação da realidade e essa simulação acontece do ponto de vista físico, de projeto, de custo e de prazo, tudo acontece ao mesmo tempo, comenta ainda o mesmo autor. Segundo Eastman (2008), no processo convencional, a carga de trabalho dos arquitetos seria menor nos estudos preliminares e aumentaria conforme o projeto se aproxima do executivo. Na BIM a curva se inverte, as decisões são antecipadas e uma carga maior de trabalho é deslocada para o anteprojeto (Figura 15). Figura 15 Implantação BIM Fonte: Adaptado de Eastman,2008. De acordo com Reis (2011), essa mudança faz com que algumas informações técnicas precisem ser definidas em etapas anteriores ao usual. Alguns escritórios têm recorrido ao auxílio de consultores de diferentes áreas para suprir a defasagem no fluxo de informações. Segundo Reis (2011), o projeto deve ser desenvolvido em BIM desde os estudos preliminares, pois o modelo 3D permite fazer testes e simulações, além de fornecer informação mais precisas para o embasamento das decisões iniciais, no entanto, mesmo as poucas construtoras que já trabalham com a BIM ainda não o fazem de forma plena. Na

70 68 prática, a integração entre projetos, orçamentos, planejamentos e obra ainda não está completa, e o mercado deve levar algum tempo para evoluir nesse sentido. Soibelman (2011) diz que a implantação requer uma definição clara das necessidades de cada incorporadora, pois o objetivo da BIM é melhorar o processo de como a empresa gerencia suas obras, e isso depende dos objetivos da empresa. O mesmo autor ainda explica que apesar das incontáveis possibilidades abertas pela BIM, a receita da implantação não é única em cada companhia. A empresa tem que, primeiro, encontrar um objetivo, decidir o que é importante para ela, e a partir disto definir um conjunto de softwares que irão implantar essa visão PERSPECTIVAS PARA A BIM O sucesso na aplicação de novas tecnologias baseadas em BIM no desenvolvimento do produto devem levar em conta fatores humanos e organizacionais, e deixar de considerar qualquer destes fatores durante a implementação da modelagem resulta em um investimento que gera baixo retorno ou até prejuízo (AYRES, 2009). Kymmel (2008) afirma que a indústria da construção só irá evoluir em direção ao BIM de forma mais concreta quando se tornar necessário, seja por exigência do contratante ou pela competição entre os projetistas e construtores, que levará à implantação como forma de manter sua sobrevivência no mercado. Somente a introdução de novos softwares não será isoladamente capaz de produzir efetivas mudanças nos processos da indústria da construção. Torna-se necessária uma abordagem colaborativa de todos os envolvidos na cadeia, a partir da integração dos agentes envolvidos no planejamento, projeto, construção e fornecimento, em busca de uma adoção mais generalizada, visando maior aproveitamento das possibilidades oferecidas pelo BIM (KYMMEL, 2008). A situação ideal para a definição dos elementos de projeto, por exemplo, seria que os fornecedores disponibilizassem seus catálogos num formato neutro, de forma que fosse possível baixar os objetos da internet com todas as especificações, incluindo-os diretamente no projeto. Com a disponibilidade dos componentes pelos fabricantes, seria possível reduzir o tempo gasto pelos projetistas com a modelagem, permitindo a inserção de objetos mais detalhados e alinhados aos produtos efetivamente disponíveis no mercado. Além disso, os fabricantes seriam responsáveis pela consistência das informações fornecidas, que poderiam ser atualizadas constantemente (LEUSIN et al., 2009). Outra grande

71 69 tendência, com a expansão do uso da BIM, é o surgimento de novos softwares complementares ligados à estrutura, instalações prediais, planejamento da construção, estimativas de custo e análises diversas, que poderão se comunicar com o modelo arquitetônico, tomando-o como referência para realizar uma tarefa especifica (LEUSIN et al., 2009).

72 70 CAPÍTULO 4 4 MÉTODO DE PESQUISA 4.1 CONTEXTO Os capítulos anteriores são resultantes de revisão da literatura, sendo abordados os temas de projeto, processo de projeto, TI e BIM, com o objetivo de explicar os fundamentos que podem embasar o trabalho de campo. Este capítulo, por sua vez, descreve o método da pesquisa utilizado para a elaboração desta dissertação, incluindo o desenvolvimento e o detalhamento das etapas, métodos e técnicas utilizadas para a coleta de dados e sua análise. 4.2 ESTRATÉGIA DA PESQUISA De acordo com Yin (1994), existem diversas estratégias de pesquisa como o experimento, o levantamento, a análise de arquivos, a pesquisa histórica e o estudo de caso. A escolha da estratégia de uma pesquisa depende de três fatores: o tipo da pesquisa, o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais e o foco que pode ser em fenômenos históricos ou em fenômenos contemporâneos (YIN, 1994). Como o problema apresentado no Capítulo 1 sugere o desenvolvimento da pesquisa inserida na realidade, pois precisa do envolvimento dos escritórios de arquitetura, optou-se pelo estudo de caso, visto que suas caracterizações se enquadram nos objetivos deste trabalho. Yin (1994) explica que a estratégia de estudo de caso mostra ser a mais adequada quando se colocam perguntas do tipo "como" e "por que" no problema. A questão "como" foi utilizada no problema ao perguntar como vem ocorrendo as mudanças no processo de projeto dos escritórios de arquitetura ao adotarem a tecnologia BIM. Yin (1994) caracteriza o estudo de caso como uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. O estudo de caso pode ser indicado quando o caso em pauta é crítico para testar uma hipótese ou teoria previamente explicitada, utilizados também nas etapas exploratórias em estudos pilotos para orientar estudos de casos múltiplos (WITICOSVSKI, 2012). Segundo Yin (1994), o tipo mais convincente e sólido é o estudo de casos múltiplos, e para escolher o número de casos necessário, o pesquisador deve refletir sobre o número de

73 71 replicações de caso que gostaria de ter no estudo. Conforme Yin (1994), ter mais de dois casos produzirá um efeito ainda mais forte do que fazer apenas um caso. A utilização de casos múltiplos deve seguir uma lógica de replicação, e não de amostragem. Os casos devem funcionar de uma maneira semelhante aos experimentos múltiplos, com resultados similares ou contraditórios previstos explicitamente no princípio da investigação. Em resumo, a justificativa para casos múltiplos deriva diretamente de seu entendimento de repetições literal e teórica. (YIN, 1994). Para tanto, nesta pesquisa foi realizado um teste piloto como forma de validação do protocolo de dados e do protocolo da entrevista (questões da coleta de dados nos escritórios de arquitetura) e 3 (três) estudos de caso em escritórios de arquitetura. 4.3 UNIDADE DE ANÁLISE Para que se entenda como os dados levantados nos estudos de caso se relacionam com o objetivo da pesquisa, é fundamental definir a unidade de análise da pesquisa e determinar os limites da coleta e análise dos dados (YIN, 1994). Segundo Yin (1994), a unidade está relacionada com dois aspectos. O primeiro é a maneira como o pesquisador define as questões iniciais do protocolo de coleta de dados, e o segundo é o núcleo de onde o pesquisador irá coletar os dados sem se dissipar do foco de estudo. No presente trabalho a unidade de análise é o processo de projeto de arquitetura, utilizando a tecnologia BIM, desde as fases iniciais, quando se inicia o planejamento até conclusão do projeto de arquitetura. 4.4 ESTRATÉGIA DA ANÁLISE Yin (1994) apresenta a estratégia da pesquisa como qualitativa ou quantitativa. A estratégia definida para esta pesquisa foi de ordem qualitativa. Na abordagem qualitativa interessa apreender as percepções comuns e incomuns presentes na subjetividade das pessoas envolvidas na pesquisa, notadamente na condição de objeto-sujeito. Prestam-se como instrumentos de coleta de dados nessa abordagem a entrevista, questionários abertos, registros fotográficos, filmagens, técnica de discussão em grupo, observação sistemática e participante e outras que o investigador poderá criar e ou adaptar (MARQUES et al., 2006).

74 72 Martins (2000) explica que os métodos qualitativos exigem um grande investimento de tempo e pessoal bastante qualificado para essa tarefa, considerando a grande variedade de material a que se pode ser acesso. Além disso, normalmente são grandes as exigências de tempo necessário para registrar os dados, organizá-los, codificá-los e fazer a análise. O problema mais sério, porém, parece residir no fato de que os métodos para análise e convenções a empregar não são bem estabelecidos, ao contrário do que ocorre com a pesquisa quantitativa: constatações inovadoras, globais e aparentemente inegáveis podem estar erradas, de fato (NEVES, 1996). No entanto, Downey e Ireland 10 apud Neves (1996), ressaltam que a coleta, a interpretação e a avaliação dos dados são problemáticas em qualquer tipo de pesquisa, seja ela quantitativa ou qualitativa, de forma que a pesquisa organizacional não constitui exceção. 4.5 QUALIDADE DA PESQUISA A validade da pesquisa está relacionada a um bom estudo de caso, coleta e análise imparcial dos dados (YIN, 1994). A credibilidade é essencialmente uma questão de controle de qualidade na coleta de dados, é preciso atenção nos detalhes para a elaboração de um bom trabalho e para isso é preciso manter a organização. Yin (1994) propõe a realização de testes que incluem validade do constructo, validade interna, validade externa e confiabilidade para julgar a qualidade do projeto. Nesta pesquisa foram adotados os testes da validade do constructo, da validade interna e externa e da confiabilidade, conforme apresentado abaixo no Quadro Downey, H. Kirk; IRELAN, R. Duane, Quantitative versus qualitative: the case of environmental assessment in organizational. Administrative Science Quarterly, v.24, n.4, December, 1979, p

75 Validade do constructo Quadro 2 Validação da pesquisa VALIDAÇÃO DA PESQUISA TESTE OBJETIVO APLICAÇÃO NESTA PESQUISA YIN (1994) YIN (1994) A autora (2012) - Utiliza fontes múltiplas de evidências; Validade interna Validade externa Confiabilidade - Estabelece encadeamento de evidências; - O rascunho do relatório do estudo de caso é revisado por informantes-chave. - Faz adequações ao padrão; - Faz construção da explanação; - Estuda explanações concorrentes. - Utiliza lógica de replicação em estudos de casos múltiplos. - Utiliza protocolo de estudo de caso; - Desenvolve banco de dados para estudo de caso. 4.6 ESTRUTURA DA PESQUISA: - Fontes de documentação, entrevistas e observação direta. - Comparações entre o conhecimento teórico (revisão bibliográfica) e prático (dados coletados no estudo de caso). - Análise de estudos de casos. Fonte: A autora (2012), baseado em Yin (1994) - Coleta de dados de estudo de caso realizados por observação direta, pesquisa documental e entrevistas. 73 O desenvolvimento da pesquisa e suas etapas são apresentados na Figura 16, e descritos nos itens a seguir. A proposta de trabalho baseia-se em cinco etapas distintas: etapa inicial; planejamento; preparação; condução e coleta; e, análise e conclusão.

76 74 Figura 16 Delineamento da pesquisa Fonte: A autora (2012) Etapa Inicial A elaboração da base teórica antes da coleta de dados é fundamental para o sucesso na pesquisa, norteando a determinação de quais dados devem ser coletados (YIN, 1994). A escolha para o referencial teórico seguiu as quatro etapas estabelecidas por Gil (1996): primeiramente foi feita uma leitura exploratória, ou seja, uma leitura rápida dos materiais para analisar se serviriam para a pesquisa ou não. Depois foi realizada a leitura seletiva, com o objetivo de determinar o material que de fato interessaria a pesquisa. Como terceira etapa foi feita a leitura analítica, a fim de compatibilizar e resumir as informações, e por último a leitura interpretativa dos textos selecionados. Esta fase foi de grande importância para um maior conhecimento dos modelos de processo de projeto existentes, tecnologia da informação, e tecnologia BIM, investigando fenômenos já evidenciados, assim como métodos de pesquisa já aplicados, técnicas de análise, e amostragem.

77 Survey A survey (Caron, 2007) foi executada para identificar quais os modelos de processo de projeto existentes da literatura, que são adotados pelos escritórios de arquitetura. Para a coleta de dados desta survey, foi adotado o questionário desenvolvido pela pesquisadora, conforme ANEXO 1. Não foram delimitados critérios para população dessa pesquisa, apenas que fossem escritórios de arquitetura. Foi disponibilizado o questionário via web, através de redes sociais e s, foram obtidos 50 questionários respondidos Planejamento: Estudo Piloto O teste piloto foi realizado em um escritório de arquitetura, onde se aplicou todas as questões do protocolo da pesquisa (entrevista) para avaliá-lo. O teste foi aplicado em um escritório de arquitetura, que posteriormente também participou do estudo, como caso A. Com o acompanhamento pela pesquisadora do processo de projeto desde a fase de concepção até a fase do anteprojeto, foi possível identificar como foi realizada a implantação da tecnologia BIM, as maiores dificuldades, as mudanças no processo de projeto, as dúvidas relacionadas à elaboração de templates, padronização dos arquivos, níveis de detalhamento das fases de projeto e elaboração de bibliotecas específicas para cada projeto. Esta pesquisa preliminar foi definida como a primeira etapa para o estabelecimento de critérios de seleção dos outros estudos de caso. Os procedimentos utilizados para coleta de dados, estruturação, descrição das informações e análise desta pesquisa deram suporte para a realização das pesquisas nos demais casos Planejamento: Coleta de Dados Conforme Gil (1996), a coleta de dados é feita através de vários procedimentos na unidade que está sendo analisada. Yin (1994) explica que é importante ter um banco de dados com todos os dados documentais, registros e outros para organização da pesquisa. Nesta pesquisa, foi utilizado um sistema manual para armazenamento de todas as informações dos estudos de caso, através de arquivos eletrônicos e arquivos físicos armazenados em pastas. As questões para a coleta de dados foram embasadas na base teórica deste trabalho e estruturadas, focando sempre para o objetivo da pesquisa. Estas questões foram aplicadas nos

78 76 escritórios por meio de entrevistas com arquitetos relacionados com o desenvolvimento da tecnologia BIM nos projetos. Em seguida, foram abordadas questões sobre a implantação da tecnologia BIM: como foi o planejamento inicial, como aconteceram os treinamentos e como foram definidos os padrões de trabalho, ou seja, foram abordadas questões relacionadas aos dados da tecnologia da informação existentes, bem como o plano de aquisições de novos computadores, a real necessidade de máquinas com maior capacidade de armazenamento de arquivos. Como último ponto foram apresentadas as metodologias de trabalho, a dinâmica do desenvolvimento dos projetos com a tecnologia BIM, mapeando o modelo de processo de projeto. Após todos esses questionamentos, chegou-se a conclusão sobre os pontos a serem analisados individualmente nos estudos de caso: Descrição da empresa analisada e a obra em estudo; Criação de mapa de processo de projeto referente a cada empresa; Acesso ao planejamento em BIM a fim de conhecer como aconteceu o processo; Apresentação dos pontos positivos e negativos dos planejamentos das empresas Estudos de Casos Múltiplos Como já citado anteriormente, esta investigação é baseada no método de estudo de casos múltiplos. Ao todo, foram realizados quatro estudos de casos nacionais. O Quadro 3 apresenta a aplicação da pesquisa com os casos posicionados de acordo com a ordem de entrevista, com as datas em que foram estudados e as fases da estrutura do roteiro e entrevista semiestruturada. Quadro 3 Aplicação da pesquisa Estudo de casos múltiplos Escritórios de Arquitetura Nome Cidade Roteiro Data A B C D Cuiabá Primeiras Questões Elaboração de entrevista semiestruturada- presencial 11/2011 São Paulo Aplicação de entrevista semi estruturada - presencial 12/2011 Goiânia Aplicação de entrevista semiestruturada via web 02/2012 São Paulo Aplicação de entrevista semiestruturada - via web 02/2012 Fonte: A autora (2012) O estudo de caso B, é um escritório de grande porte, que vem utilizando a tecnologia BIM há algum tempo, possui um departamento específico onde são desenvolvidos os projetos.

79 77 O primeiro contato foi via telefone para o agendamento de uma reunião com o responsável pela implantação e coordenação dos projetos em BIM. Em seguida, foi realizada a aplicação do questionário referente ao planejamento da tecnologia e ao processo de projeto na empresa. O estudo de caso C, é um escritório de médio porte, desenvolveu alguns projetos em BIM, no entanto, ainda encontra-se em fase de implantação, buscando ainda resolver problemas relacionados ao início da utilização da tecnologia. O primeiro contato foi via telefone, onde foram tiradas algumas dúvidas e levantados alguns questionamentos com o responsável pelos projetos. Neste caso, o questionário foi respondido totalmente por e algumas questões complementares realizadas também por . O estudo de caso D, com a tecnologia BIM já em estágio mais avançado, é um escritório de grande porte, com equipe BIM já definida, e encontra-se em fase de consolidação da tecnologia, conseguindo desenvolver os primeiros grandes projetos utilizando a BIM. O primeiro contato foi via telefone, onde foi feito o agendamento de uma reunião com o responsável pela implantação da tecnologia e coordenação da equipe BIM. A aplicação do questionário foi realizada por Análise dos Dados Conforme Gil (1996) a análise deve partir de duas etapas: a primeira consiste em finalizar a pesquisa com a simples apresentação dos dados, sendo a segunda interpretar os dados a procura dos mais amplos significados. Com esta mesma linha de raciocínio Yin (1994) afirma que a análise deve deixar claro que ela se baseou em todas as evidências. Segundo Miles e Huberman (1987), para fazer a análise, o pesquisador deve dispor de informações em série, criando matrizes de categoria, dispondo das evidências dentro dessas categorias e criando modos de apresentação dos dados. Para ser desenvolvido um modelo de processo de projeto utilizando a tecnologia BIM, utilizou-se como referência de etapas de projeto o modelo da ASBEA (2000) já citado neste trabalho na revisão bibliográfica. Para complementar o desenvolvimento do modelo, seguiuse a ilustração do processo de desenvolvimento do projeto e as etapas, descritas por Melhado (2005), onde o autor destaca além das etapas, os agentes envolvidos, as etapas do empreendimento e as disciplinas envolvidas. Neste trabalho primeiramente foi feito a análise individual de cada estudo de caso confrontando com as fontes de evidência. Após essa etapa, foi elaborado um quadro resumo dos resultados dos estudos de caso a fim de realizar uma análise comparativa dos resultados.

80 78 Com a análise dos dados dos estudos de caso, com a percepção adquirida pela autora durante toda a pesquisa e baseado em informações fornecidas pelos guias de implantação de desenvolvimento de projetos em BIM já citados neste trabalho, conseguiu-se chegar a uma proposta de implantação e modelo de processo de projeto com o uso da tecnologia BIM para escritórios de arquitetura.

81 79 CAPÍTULO 5 5 ESTUDO DE CASOS MÚLTIPLOS 5.1 CONTEXTO No Capítulo 4 apresentou-se o método de trabalho, explicando como os dados obtidos foram organizados e analisados, bem como, uma breve descrição dos escritórios onde foram realizadas as reuniões e as entrevistas. Para realizar a análise dos estudos de caso múltiplos, o trabalho foi dividido em duas etapas. A primeira, o estudo piloto, quando foi realizado o acompanhamento da implantação do BIM e elaboração do projeto em um escritório de arquitetura em Cuiabá. E, a segunda, quando foram analisados dados de outros três escritórios que também estavam trabalhando com a BIM. 5.2 ESTUDO DE CASO A ESTUDO PILOTO O estudo de caso é chamado de A para preservar a identidade da empresa. Após a realização do estudo piloto, houve a necessidade de um aprofundamento maior nos procedimentos relacionados ao planejamento para implantação da tecnologia BIM e nos seus processos de trabalho. Esse aprofundamento resultou na elaboração da entrevista semiestruturada, que foi aplicada posteriormente, em alguns casos de forma presencial, em outros via telefone e Descrição da Empresa A e a Obra em Estudo O caso A refere-se a um escritório de arquitetura fundado em 1992, localizado na cidade de Cuiabá, tendo como foco o mercado de projetos de condomínios residenciais e projetos de urbanismo. É um escritório com grande relacionamento com agentes imobiliários, possibilitando a viabilização de projetos de empreendimentos que atendam a necessidade de determinados nichos no mercado imobiliário. O quadro funcional da empresa é composto por onze arquitetos, cinco estagiários de arquitetura, um auxiliar administrativo, um auxiliar financeiro e dois arquitetos diretores do escritório. A intenção da empresa é manter a estrutura com este porte, conseguindo dessa forma, atender com qualidade a demanda de projetos. Toda a equipe do escritório, além das atribuições no desenvolvimento de projetos, acaba tendo atribuições extras no processo de projeto, tais como a aprovação dos projetos em

82 órgãos públicos e a gestão de arquivos e documentos, conforme organograma apresentado na Figura Figura 17 Organograma do estudo de caso A Fonte: A autora (2012) Este escritório encontra-se em fase inicial na utilização da tecnologia BIM, tendo desenvolvido alguns projetos de forma experimental. Para isso, possui dois arquitetos treinados na área Processo do Projeto Tradicional Durante o desenvolvimento da pesquisa, percebeu-se a importância de apresentar o processo de projeto tradicional do escritório, mostrando a forma de trabalho, antes da implantação da tecnologia BIM. Com isso, é possível identificar onde ocorreram as maiores mudanças durante o processo de projeto. As etapas do projeto tradicional realizado pelo escritório de arquitetura são sete: abertura, (primeiro contato com cliente), concepção do projeto (programa de necessidades), definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente), anteprojeto e projeto legal (aprovações legais), projeto executivo, detalhamentos e entrega final (projeto as built). Na etapa de abertura é realizada a reunião para apresentação do cliente ao arquiteto diretor do escritório, apresentando diversos projetos já realizados. É nessa primeira etapa que é realizada a negociação do projeto, definindo custos e elaboração do contrato.

83 81 Na etapa de concepção do projeto, é realizado o levantamento de dados do terreno e aspectos legais, é nessa etapa que são identificadas as necessidades do cliente e elaborado o programa de necessidades. Na fase seguinte é realizada a definição do projeto com a realização do estudo preliminar, de acordo com as definições do programa de necessidades. Após a elaboração e aprovação pelo cliente do estudo preliminar, é realizado o anteprojeto e o projeto legal, neste escritório eles consideram apenas uma etapa. A etapa de anteprojeto se caracteriza pelo desenvolvimento de plantas, cortes, fachadas e perspectivas. Neste momento, o projeto de arquitetura incorpora alguns itens essenciais dos projetos das demais especialidades, antecipando, possíveis interferências. Com o anteprojeto e projeto legal elaborado, entra-se com pedido de aprovação nos órgãos competentes. Na etapa de detalhamento do projeto, é realizado o fechamento dos projetos executivos, fase em que os projetos são detalhados para execução da obra. A etapa final é a entrega dos projetos e memoriais ao cliente para a formalização da conclusão do projeto. De acordo com o que foi descrito acima, segue Figura 18, apresentando o fluxo do processo de projeto tradicional do escritório de arquitetura.

84 82 Figura 18 Estrutura do processo de projeto tradicional: caso A Fonte: A autora (2012) Com a implantação da tecnologia BIM, houve algumas mudanças nesse processo. Acompanhou-se o processo de planejamento para que o projeto fosse desenvolvido em BIM, e com esse acompanhamento foi possível definir uma nova estrutura do processo de projeto Descrição do Desenvolvimento do Projeto com BIM O projeto em análise é um condomínio residencial, os dados foram obtidos através da participação da pesquisadora na coordenação dos projetos, presente em todas as reuniões de projeto, entre elas a que definiu o planejamento para que os projetos fossem desenvolvidos em BIM.

85 Reunião com cliente e arquiteto Foram acompanhadas pela pesquisadora oito reuniões para definição do programa de necessidades. Estas reuniões contaram com a presença do cliente, empresa coordenadora de projetos, arquiteto e gerente de projeto. Foram discutidos assuntos relacionados às necessidades do mercado, custo de construção e tipos de empreendimentos entregues na cidade de Cuiabá. Todas essas discussões resultaram em um empreendimento, com quinhentos e dezoito casas, cinco torres com vinte pavimentos em cada torre e com área de lazer completa para as unidades habitacionais, totalizando aproximadamente duzentos e trinta mil metros quadrados de área construída. Para o desenvolvimento da primeira fase do projeto, foi utilizado o CAD, pois o arquiteto acredita que nessa fase ainda existem muitas alterações no partido do projeto, não sendo adequado utilizar um software BIM Reunião com a equipe de projetos e a empresa coordenadora Após as reuniões para definição do programa de necessidades, tiveram início as reuniões com a empresa de coordenação de projetos. No total foram acompanhadas pela pesquisadora quatro reuniões, onde foi realizado o plano de desenvolvimento do projeto, tais como: cronograma do projeto, aprovações legais, elaboração do orçamento da obra e prazos de entrega dos projetos Reunião com equipe de projetos, empresa coordenadora e coordenação de projetos BIM Para definição do planejamento para elaboração dos projetos em BIM, houveram duas reuniões, acompanhadas pela pesquisadora, onde estavam presentes a coordenadora de projetos BIM, a coordenadora do projeto e o gerente de projeto do escritório de arquitetura. A empresa coordenadora dos projetos segue os conceitos de planejamento BIM do Guia da Penn State University, o qual estabelece alguns passos para o planejamento dos projetos e o primeiro definido foi a identificação dos objetivos do projeto ser realizado em BIM. Existe uma escala de importância dos objetivos, a qual é classificada em (a) alta, (b) média e (c)baixa. Neste empreendimento, o objetivo principal foi gerar os quantitativos para auxiliar na elaboração dos orçamentos do empreendimento, conforme apresentado no Quadro 4.

86 84 Quadro 4 Definição dos objetivos: empresa A PRIORIDADE DESCRIÇÃO DOS OBJETIVOS USO Alta Desenvolvimento do projeto de arquitetura Projeto Média Média Extração da documentação do projeto de arquitetura Extração de informações dos elementos para levantamento de quantitativos Fonte: Coordenação Projetos BIM, adaptado pela autora (2012) Projeto Orçamento Após a definição dos objetivos, foi preciso identificar quais seriam as fases do projeto e o que seria detalhado em cada fase, conforme mostra a Figura 19. Figura 19 Planejamento das etapas e níveis de detalhamento por etapa Fonte: Coordenação Projetos BIM, adaptado pela autora (2012) Neste empreendimento, o projeto foi dividido em três etapas: anteprojeto, projeto préexecutivo e projeto executivo. Para fazer a estruturação do modelo, foram criadas sub-etapas como: fachada, cobertura, vedações internas e vedações externas, escadas e acabamentos. Dentro dessas subetapas foram criados os níveis de informações que seriam detalhadas cada etapa. No Quadro 5 pode-se verificar a classificação criada para o detalhamento em cada etapa do projeto. A B C Quadro 5 Informações sobre detalhamentos INFORMAÇÃO Dimensionamento e posicionamento precisos; inclui materiais e especificações. Tamanho e localização geral; inclui parametrização das informações. Esquemático. Fonte: Coordenação Projetos BIM, adaptado pela autora (2012)

87 85 Dentro desse planejamento, criou-se uma tabela de identificação dos responsáveis pelo modelo, dessa forma foi possível visualizar o que cada membro da equipe desenvolveu, controlando o nível de qualidade do modelo (Quadro 6). Quadro 6 Modelo de tabela para identificar os responsáveis por cada item do projeto RESPONSÁVEIS ARQ COM TER FM MEP EST SUB Arquiteto Construtora Terraplanagem Gerente de Facilities Projetista de Instalações Engenheiro de Estruturas Subcontratados Fonte: Coordenação Projetos BIM, adaptado pela autora (2012) Existe ainda nesse planejamento, a diretriz para a escolha da categoria que deverá ser modelada cada fase do projeto, como por exemplo vedações exteriores, modeladas na categoria wall (parede). Com todas as informações planejadas e realizadas com eficiência, foram gerados os relatórios com as interferências entre disciplinas, lembrando que isso só foi possível porque existiam mais de uma disciplina modelada, neste caso, arquitetura e instalações de água. Para que esses relatórios fossem confiáveis, foram criadas estratégias para o controle de qualidade, garantindo a correta verificação dos projetos, conforme Quadro 7. Quadro 7 Controle de qualidade Verificação Objetivo Responsável Check lists visuais (Modelo e tabela) Checagem de interferências Verificação de padrões Integridade do Modelo Garantir que as informações estejam coordenadas e compatíveis, e que os requisitos de projeto foram seguidos. Detectar interferências construtivas entre as disciplinas. Verificar se os padrões BIM e de representação gráfica foram seguidos (fontes, dimensões, estilos de linhas, layers). Garantir a confiabilidade dos dados de projeto, evitando duplicidade de elementos. Fonte: Coordenação Projetos BIM, adaptado pela autora (2012) Escritório de Projeto Compatibilização Escritório de Projeto Escritório de Projeto Foi importante definir no início do projeto, quais seriam os pontos a ser verificados, para que esse planejamento fosse realmente eficiente. Durante o acompanhamento do projeto, identificou-se que apesar do escritório de arquitetura já ter desenvolvido alguns projetos utilizando a tecnologia BIM, esse era o primeiro a ser desenvolvido de forma planejada.

88 86 Por ser um projeto de grande dimensão, com vários agentes envolvidos, o processo se estendeu além do cronograma desenvolvido e por essa razão, foi realizado o acompanhamento até a fase de anteprojeto. De acordo com a descrição das etapas de trabalho que foram realizadas para desenvolver o projeto em BIM, segue a Figura 20, apresentado em forma de fluxo à descrição destas etapas. Figura 20 Fluxo do desenvolvimento do projeto (Continua)

89 87 Figura 20 Fluxo do desenvolvimento do projeto (Conclusão) Fonte: A autora (2012) Para entender melhor o processo de processo foram criadas fases como: concepção onde está incluído o processo de abertura, concepção do projeto e definição do programa de necessidades, seguindo com a fase de definição onde está incluído o estudo de viabilidade, planejamento do projeto e o estudo preliminar. A última fase é a de desenvolvimento onde está o planejamento para o projeto ser desenvolvido em BIM, a definição dos objetivos, a criação das etapas do modelo, a definição dos níveis de detalhe e responsáveis pelo desenvolvimento, seguindo com a criação das categorias em que os objetos serão modelados, o relatório de controle de qualidade e por último o anteprojeto finalizado. Como pode-se observar houve um aumento considerável de definições nas etapas de projeto. De acordo com Eastman (2008) esse aumento é consequência do grande número de

90 informações que são necessárias na fase inicial do projeto, pois as decisões são antecipadas e uma carga maior de trabalho é deslocada para o estudo preliminar e anteprojeto Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso A Com base no guia de planejamento e implantação da Penn State University, foi elaborada a entrevista semiestruturada nos escritórios de arquitetura, para verificar como foi à implantação da tecnologia BIM, o planejamento dessa implantação e quais as mudanças identificadas ao longo do desenvolvimento dos projetos. Nas entrevistas realizadas, o ponto inicial foi obter dados do escritório, como tempo de atuação no mercado, projetos realizados e equipe de funcionários. A segunda etapa da entrevista foi identificar como foi realizado o planejamento para realizar a implantação da tecnologia BIM, como adoção de guias de implantação, treinamento da equipe e primeiros projetos desenvolvidos. A terceira etapa da entrevista foi obter informações acerca do conhecimento do escritório sobre as necessidades de novos equipamentos e programas a serem adquiridos. A quarta etapa foi obter informações sobre o processo de projeto do escritório, configuração da equipe de trabalho e quais as mudanças identificadas utilizando a tecnologia BIM, a quinta e última etapa foi identificar como o escritório vem utilizando a tecnologia, com relação a padronização dos trabalhos e planejamento no desenvolvimento dos projetos. Instrumentos para o planejamento da empresa: objetivos, missão e expectativas com a implantação da BIM. Quais os objetivos principais da empresa para adotar a tecnologia BIM? O escritório buscava soluções para minimizar os erros nas modificações de projeto, uma vez que trabalha com projetos de grande porte e a cada alteração surgia uma grande quantidade de retrabalhos, tendo como consequência a demora em apresentar a nova proposta para o cliente. Com maior confiabilidade nas alterações de projeto, tem-se o aumento da qualidade, evitando identificar erros somente na fase da execução. O escritório ainda identificou a necessidade da implantação da BIM para realizar a compatibilização dos projetos, arquitetônico com demais disciplinas, no entanto, essa etapa ainda está em fase de estudo, pois nenhum dos projetistas com que o escritório trabalha, adotou a tecnologia BIM, não sendo possível realizar a compatibilização automática.

91 89 Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. A empresa buscou algum Guia de Implantação para implantar o BIM na empresa? Este escritório não tinha conhecimento de nenhum guia de implantação quando iniciou seus projetos. O fato de não ter um profissional especializado prestando consultoria no início da implantação, trouxe como consequência, problemas no desenvolvimento dos projetos, como atrasos na entrega e desenhos fora do padrão do escritório. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. Definição da equipe a ser treinada. A empresa mantém a equipe sempre atualizada, buscando novos cursos, palestras e seminários na área? Para a etapa de treinamento, o escritório escolheu dois arquitetos para fazer o curso de Revit (optou por esse software, por ser o mais utilizado no mercado nacional). Após esse treinamento, estes arquitetos começaram a desenvolver alguns projetos. Definição do projeto a ser desenvolvido em BIM. Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM? Quais foram as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento deste primeiro projeto? O escritório tem um grande número de projetos em desenvolvimento no escritório e optou por escolher um pequeno projeto residencial. Segundo relatado na entrevista pelo arquiteto responsável pelo desenvolvimento dos projetos, as dificuldades encontradas foram: (a) a equipe teve problemas com os prazos, pois o Revit demanda mais tempo para o desenvolvimento dos projetos, (b) não ter projetos completos já desenvolvidos que pudessem servir como base e a falta de padronização do software, com as necessidades de projeto do escritório. Ferramentas e Sistemas Qual o software utilizado para elaborar os projetos em BIM? Teve conhecimento inicialmente da necessidade da aquisição de hardwares e softwares? O escritório adotou o software Revit e encontrou algumas dificuldades no armazenamento de arquivos como: (a) os softwares que utilizam a tecnologia BIM exigem computadores com maior velocidade, e os computadores do escritório não estavam preparados, (b) os arquivos exigem um espaço muito maior para armazenamento, pois possuem um grande número de informações, (c) por causa do alto custo dos equipamentos, a troca foi realizada gradativamente.

92 A empresa buscou conhecer as mudanças que aconteceriam nos processos de trabalho ao utilizar a tecnologia BIM? A composição de sua equipe de projeto mudou, após a implantação do BIM? Como era a sua equipe de projetos antes da implantação do BIM? Com o desenvolvimento dos projetos, o arquiteto responsável foi identificando as mudanças ocorridas no desenvolvimento dos projetos. Segundo ele, anteriormente a equipe de projetos era dispersa, não existia uma divisão correta de trabalho entre as equipes, com isso, não havia entendimento, confiabilidade nos projetos. Tem-se como exemplo as alterações realizadas por um membro da equipe que não eram repassadas aos demais, gerando conflitos e erros de projeto. Outra questão foi à necessidade do entendimento do processo construtivo pela equipe de projetos, pois no Revit, cria-se um modelo ou protótipo, sendo necessário ter conhecimento do processo construtivo, materiais de acabamento e fases do projeto. Processo de projeto Com a adoção da tecnologia BIM é preciso maior número de informações do projeto na fase inicial estudo preliminar? Para trabalhar com projetos em BIM vocês identificaram a necessidade de profissionais com maior nível de qualificação? Por quê? Em razão da maneira de desenvolver os projetos, a antecipação de decisões próprias da fase de projeto executivo, permite que respostas sejam fornecidas antes, permitindo essa junção de fases de projeto, podendo trazer ganhos de produtividade como benefício. Com isso, viu-se a necessidade de profissionais qualificados, que entendam do processo construtivo, e que já tenham trabalhado na execução de projetos, para que possam projetar no Revit. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido template exclusivo do escritório? Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido biblioteca exclusiva do escritório? Foi adotado um padrão para nomenclatura das famílias e objetos a serem desenvolvidos? O escritório não desenvolveu um template exclusivo para desenvolver os projetos em BIM, tendo dessa forma enfrentado grandes dificuldades pela falta de padronização dos projetos. O escritório conseguiu um template simples que é disponibilizado na internet, e com isso começou a fazer seus projetos, não tendo conhecimento da importância da padronização. Com o desenvolvimento do projeto citado neste trabalho, a empresa coordenadora de projetos 90

93 orientou a equipe responsável para que desenvolvesse seu template, de acordo com as necessidades do escritório. Com relação a bibliotecas, o escritório vem desenvolvendo-as de acordo com as necessidades de cada projeto, não tendo ainda uma grande biblioteca do escritório já modelada, assim como, ainda não possui um padrão para nomes de arquivos e bibliotecas, importante para a organização dos dados do escritório. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. O escritório tem um planejamento do que tem que ser modelado? De acordo com a fase do projeto? Como foram definidas as fases dos projetos e quais seriam essas fases? Ainda descrevendo sobre as padronizações, é importante o escritório definir quais serão suas novas etapas de trabalho, de acordo com o que está sendo desenvolvido em cada projeto. Como esse escritório ainda encontra-se em uma fase inicial do processo de implantação essa estrutura de fases de projeto, bem como a estrutura organizacional, ainda está em fase de planejamento. Para a finalização da entrevista, o arquiteto, após ter desenvolvido alguns projetos, citou as principais barreiras encontradas e suas impressões sobre o BIM no futuro. 91 Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Principais barreiras para adoção da tecnologia BIM. Reflexões sobre as tendências do BIM para o futuro. Além da barreira dos altos custos de equipamentos e da assessoria de um profissional especializado, foi citada a importância do incentivo dos arquitetos proprietários em utilizar a tecnologia BIM. Por falta de conhecimento muitos arquitetos não querem trocar seu modo de desenvolver os projetos e com o avanço da tecnologia, quem não se adaptar a essas tecnologias irá perder espaço no mercado Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso A A estrutura da empresa é de médio porte, sendo os arquitetos diretores que gerenciam o escritório, desde as equipes de projetos aos profissionais administrativos. A implantação do BIM está em fase inicial, tendo o escritório desenvolvido pequenos projetos, subutilizando o software Revit, por falta de conhecimento adequado. No entanto, com a assessoria da empresa

94 coordenadora de BIM, avançou consideravelmente no desenvolvimento dos projetos, criando um planejamento adequado as necessidades do escritório. No Quadro 8 segue o panorama geral do estudo de caso A. Quadro 8 Panorama geral: estudo de caso A PANORAMA GERAL - CASO A OBSERVAÇÕES PANORAMA GERAL Objetivos da empresa para implantação - Melhorar a qualidade dos projetos e maior rapidez em alterações, compatibilização de projetos. Guias de implantação - Não utiliza Consultoria especializada - Não contratou Treinamento - Realizou treinamento com dois arquitetos do escritório. Dificuldades - Armazenamento dos arquivos e criação de novos padrões do escritório. Software utilizado Revit (Autodesk) Etapas do projeto (tradicional) -Abertura, (primeiro contato com cliente); -Concepção do projeto (programa de necessidades); -Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); -Anteprojeto e projeto legal (aprovações legais); -Compatibilização; -Projeto executivo e detalhamento; -Entrega dos projetos. Etapas do projeto (BIM) -Abertura, (primeiro contato com cliente); -Concepção do projeto (programa de necessidades); -Estudo de viabilidade; -Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); -Objetivos da modelagem; -Etapas do modelo; -Níveis de detalhamento; -Controle de responsabilidade; -Categorias de modelagem; -Controle de qualidade; -Anteprojeto; Mudanças identificadas - Maior compreensão do processo construtivo; - Equipe trabalhando de forma colaborativa. Qualificações profissionais - Busca de profissionais com experiência em obra; Padrões (template e bibliotecas) - Em fase de desenvolvimento; Plano de modelagem - Em fase de desenvolvimento; 5.3 ESTUDO DE CASO B Fonte: A autora (2012) Descrição da Empresa B e a Obra em Estudo O caso B refere-se a um escritório de arquitetura fundado em 1981, localizado na cidade de São Paulo. Atua nos seguintes segmentos: projetos residenciais, edifícios comerciais, edifícios de saúde e projetos de urbanismo. O quadro funcional da empresa é composto por sessenta e cinco arquitetos, vinte arquitetos de interiores, vinte e um projetistas (desenhistas), dez estagiários de arquitetura, dez

95 auxiliares administrativos e oito auxiliares financeiros. A Figura 21 apresenta o organograma da empresa. 93 Figura 21 Organograma do estudo de caso B Fonte: A autora (2012) Em torno de 30% da equipe desse escritório utiliza o Revit, número que está crescendo a cada novo projeto com a formação de equipes de projeto qualificadas. O arquiteto responsável pela tecnologia BIM no escritório, comentou que muito do potencial dessa tecnologia ainda não é utilizada, e acredita que o escritório ainda esteja em fase de ganhar experiência com a plataforma, pois o modelo desenvolvido é mais uma ferramenta de desenvolvimento de documentação e coordenação, mais isso não significa que o escritório não saiba utilizar todo o potencial oferecido Processo de Projeto Tradicional Apesar do número crescente de projetos sendo desenvolvidos em BIM, o escritório apresentou seu processo de projeto tradicional, quando desenvolve projetos em 2D. Basicamente, o processo de projeto do escritório obedece a uma estrutura de fases sequenciais: abertura, (primeiro contato com cliente), concepção do projeto (programa de necessidades), definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente), anteprojeto (aprovações legais), projeto executivo e detalhamentos e entrega final (projeto as built). O fluxo do processo de projeto inicia-se com uma reunião com o cliente contratante. Nessa reunião, são questionadas as expectativas do cliente em relação ao projeto quanto as características estéticas, funcionais, sistemas construtivos, prazos e custos. Também é definido nessa reunião quem será o coordenador do projeto, responsável pelo

96 94 desenvolvimento do cronograma do projeto e coordenar a equipe técnica. É nessa primeira etapa que é realizada a negociação do projeto, definindo custos e elaboração do contrato. Na etapa de concepção do projeto, são levantados documentos como consultas a órgãos públicos, legislação do uso do solo, e com as premissas do projeto é definido o programa de necessidades. Na fase seguinte é realizada a definição do projeto com a realização do estudo preliminar de acordo com o que foi definido no programa de necessidades. O estudo preliminar caracteriza-se por ser uma etapa onde a interface com o cliente é intensa, ou seja, o cliente é envolvido no processo de projeto. Aprovado o estudo preliminar, tem início o anteprojeto que é caracterizado pelo desenvolvimento e formalização das soluções adotadas na etapa anterior, representada com maior grau de detalhamento. A seguir, o anteprojeto é elaborado, encaminha-se aos órgãos competentes para aprovação. Com a finalização do anteprojeto, inicia-se a fase de detalhamento. Nessa etapa são executados todos os desenhos necessários à execução da obra. A etapa final é a entrega dos projetos e memoriais ao cliente para a formalização da entrega do projeto. De acordo com o que foi descrito acima, segue Figura 22, apresentando o fluxo do processo de projeto tradicional do escritório de arquitetura.

97 95 Figura 22 Estrutura do processo de projeto tradicional: caso B Fonte: A autora (2012) Nessa empresa, a equipe responsável pelo BIM identificou algumas mudanças durante o desenvolvimento dos projetos. Com o planejamento realizado houve a necessidade de buscar mais informações do projeto na fase inicial de desenvolvimento Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM O projeto em análise é a sede de uma escola de ensino médio. Os dados foram obtidos através de uma reunião com o arquiteto responsável pelo projeto, onde o mesmo passou todas as informações necessárias para este trabalho.

98 Reunião com cliente, arquiteto e consultora de projetos escolares Por se tratar de um projeto específico, onde existiam muitas particularidades, houve a necessidade da contratação de uma consultoria em projetos escolares, para que fosse definido o programa de necessidades. Com três reuniões, onde o arquiteto diretor do escritório, o arquiteto responsável pelo projeto e a consultora de projetos escolares estavam sempre presentes, foi definido o programa de necessidades, tendo o projeto, 15 salas de aulas, setores pedagógicos, administrativos, bibliotecas, quadras de esporte e setores de serviço, totalizando aproximadamente dois mil metros quadrados de área construída. Para apresentação do estudo preliminar, este escritório desenvolve os projetos no software Revit. Apesar das mudanças que ocorrem nessa fase, o arquiteto explicou que como o processo de desenvolvimento dos projetos está bem desenvolvido, eles preferem utilizar apenas um software Reunião com arquiteto responsável pela equipe de projetos e líder BIM Após as reuniões de definição do programa de necessidades, tiveram início as reuniões com o arquiteto responsável pelo projeto, que explicou à equipe, todo o programa e como deveria ser desenvolvido, com relação a detalhes e prazos de entrega. O líder BIM participou de todas as reuniões para que ele tivesse conhecimento de todo o projeto, a equipe responsável, o que deveria ser entregue, para a definição de estratégias a serem criadas para o desenvolvimento em BIM Reunião com equipe de projetos e líder BIM Para o início do estudo preliminar, foram definidas pelo líder BIM em duas reuniões, qual seria o plano de modelagem do projeto. Seguindo o guia desenvolvido pelo escritório, a primeira etapa a ser realizada é identificar os objetivos de modelagem do projeto, neste caso, os objetivos foram os descritos a seguir, conforme apresentado no Quadro 9. Quadro 9 Definição dos objetivos DESCRIÇÃO DOS OBJETIVOS Desenvolvimento do projeto de arquitetura Realizar compatibilização com estruturas Realizar extração de quantitativos Gerar 3D para apresentação ao cliente Fonte: A autora (2012) USO Projeto Projeto Projeto Projeto

99 97 O escritório de arquitetura vem desenvolvendo projetos em BIM há alguns anos, mantendo sua equipe sempre atualizada, oferecendo cursos nos Estados Unidos onde a tecnologia está mais avançada, dessa forma, o escritório desenvolveu seu próprio guia de implantação, estabelecendo definições para início do desenvolvimento dos projetos. O escritório adotou padrões para o desenvolvimento de projetos em BIM, como o relatório apresentado na Figura 23, onde ele controla o modelo que será criado, a autoria do projeto, o estágio do projeto e o responsável pela criação. Figura 23 Planos de modelagem Fonte: Estudo de Caso B, adaptado pela autora (2012) O escritório também define o que será modelado em cada fase do projeto, para isso criou padrões para níveis de detalhamento (ver Quadro 10), para que a equipe de projetos possa seguir e manter a qualidade das informações. Nível de Detalhe LOD 100 LOD 200 LOD 300 LOD 400 LOD 500 Quadro 10 Definição de níveis de modelagem Descrição Projeto conceitual, o modelo consiste em informações básicas, com nível de informações necessárias para análise de volume, construção do canteiro, orientação solar e custo por metro quadrado. Semelhante ao desenho esquemático, o modelo consiste em informações aproximadas de tamanho, forma, localização e orientação, com dados para gerar aplicações de critérios para análises gerais. Modelo de elementos adequados para a geração de documentos para construção. Este nível de desenvolvimento é considerado como o mais adequado para a fabricação e montagem. Normalmente esse nível de detalhe não está no escopo do arquivo, o que consiste em uma revisão de escopo antes do início do projeto. Nível final de detalhe, que representa o projeto como será construído. Modelo adequado para manutenção e instalação. Fonte: AIA Document, adaptado pela autora (2012) No projeto da escola em questão o nível de detalhe foi definido como LOD 200, pois o objetivo do modelo estava direcionado para documentação de projetos.

100 98 Com os dados obtidos na entrevista com arquiteto, identificou-se um planejamento consistente, que já vem sendo realizado há algum tempo, se adequando a novos estudos realizados e complementando com novos projetos. Existem outros padrões e relatórios para serem seguidos durante o desenvolvimento do projeto, no entanto, não puderam ser apresentados neste trabalho, pois não houve a autorização do escritório. De acordo com a descrição das etapas de trabalho que foram realizadas para desenvolver o projeto segue a Figura 24, apresentando em forma de fluxo a descrição destas etapas.

101 99 Figura 24 Fluxo do desenvolvimento do projeto Fonte: A autora (2012) Dentro da fase de concepção deste projeto está incluído o processo de abertura, concepção do projeto e definição do programa de necessidades, seguindo com a fase de

102 100 definição onde está incluída a reunião de equipe de projeto e a reunião para o planejamento BIM do projeto. Na fase de desenvolvimento está à elaboração do plano de modelagem com informações referentes ao modelo como os objetivos da modelagem e níveis detalhamento, após essas definições existe a elaboração do estudo preliminar e por último o anteprojeto finalizado Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso B Instrumentos para o planejamento da empresa: objetivos, missão e expectativas com a implantação do BIM. Quais os objetivos principais da empresa para adotar a tecnologia BIM? O escritório trabalha com um número muito grande de projetos e buscava principalmente automatizar fluxos de trabalho, aumentando a eficiência e rapidez em seus projetos, garantindo a qualidade dos mesmos. Utilizam ainda a tecnologia BIM para realizar simulações diversas para conforto lumínico e conforto térmico, além de otimizar processos de produção de imagens renderizadas e realizar simulações do cronograma de obra. Com relação ao planejamento para implantação, a empresa tem um cronograma interno de objetivos para atingir 100% de uso de softwares que permitem trabalhar em BIM, no entanto, isso também depende da maneira como foi contratado o projeto, como a construtora trabalha, mais o objetivo final é estar preparado para trabalhar da maneira mais completa em BIM. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. A empresa buscou algum Guia de Implantação para implantar o BIM na empresa? Por ter departamentos separados para cada tipo de trabalho, o escritório possui um departamento de tecnologia que realiza pesquisas sobre projetos em BIM já realizados, dificuldades encontradas, planejamento de implantação, e com essas informações desenvolve tudo o que o escritório necessita para trabalhar de forma mais eficiente, inclusive o guia. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. Definição da equipe a ser treinada. A empresa mantém a equipe sempre atualizada, buscando novos cursos, palestras e seminários na área?

103 No que se refere a realização de treinamento, o escritório escolheu quatro arquitetos para fazer o curso de Revit. Para manter a equipe técnica sempre atualizada, há sempre a disponibilidade de adquirir novos conhecimentos, seja através de cursos, seminários ou encontros semanais com dicas de usuários. Definição do projeto a ser desenvolvido em BIM. Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM? Quais foram as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento deste primeiro projeto? Apesar do grande número de projetos realizados, o escritório optou por escolher um grande projeto, acreditando ser a melhor forma de encontrar as maiores dificuldades durante o desenvolvimento. Segundo o arquiteto responsável, o escritório encontrou algumas dificuldades também no gerenciamento de arquivos, já que não existe um gerenciador de arquivos BIM ainda, e o número de informações é muito grande para controlar, outra questão foi o desempenho das máquinas do escritório, já que o Revit exige máquinas com maior velocidade e maior capacidade de armazenamento. Ferramentas e Sistemas Qual o software utilizado para elaborar os projetos em BIM? Teve conhecimento inicialmente da necessidade da aquisição de hardwares e softwares? Como o software Revit ou outro que tenha a tecnologia BIM exige máquinas com maior capacidade de armazenamento, o escritório encontrou dificuldades no início, pois seus computadores não estavam preparados. Ao começar a desenvolver os projetos, viu-se a demora em abrir ou salvar os arquivos, perdendo-se muito tempo. Ao longo de dois anos houve um investimento para a aquisição de máquinas melhores, e esses problemas foram resolvidos. A empresa buscou conhecer as mudanças que aconteceriam nos processos de trabalho ao utilizar a tecnologia BIM? A composição de sua equipe de projeto mudou, após a implantação do BIM? Como era a sua equipe de projetos antes da implantação do BIM? Ao longo do desenvolvimento dos projetos, o arquiteto identificou algumas mudanças decorrentes da nova forma de desenvolver os projetos. Segundo ele, hoje o projeto é dividido em pacotes, como interiores, fachada, estrutura, entre outras disciplinas do projeto. Cada arquiteto é responsável por um deles, há pouca troca de funções ou pessoas ajudando em 101

104 pacotes pelos quais não são responsáveis. Todo esse processo depende da etapa do projeto, do tamanho da equipe e do prazo de entrega. A mudança mais importante foi a criação da função de administrador de modelos, que define todos os passos do desenvolvimento do projeto e cria as diretrizes para a equipe técnica. Processo de projeto Com a adoção da tecnologia BIM é preciso maior número de informações do projeto na fase inicial estudo preliminar? Para trabalhar com projetos em BIM vocês identificaram a necessidade de profissionais com maior nível de qualificação? Por quê? O arquiteto comentou que é impossível não se pensar em detalhes construtivos já nas etapas iniciais, e isso contribui para que um profissional menos experiente tenha uma preocupação maior em aprender de alguma forma esses detalhes, pois ele irá trabalhar com elementos de construção de uma edificação e suas relações e não apenas com as linhas. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido template exclusivo do escritório? Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido biblioteca exclusiva do escritório? Foi adotado um padrão para nomenclatura das famílias e objetos a serem desenvolvidos? Como houve um planejamento e uma preocupação em desenvolver os projetos da forma mais completa possível, a equipe de tecnologia do escritório desenvolveu desde o primeiro projeto, os templates, de acordo com a necessidade do escritório, facilitando a organização dos projetos, com a criação da padronização desse elemento. Com isso, a cada projeto finalizado, a equipe de tecnologia realiza a atualização do template, complementando com novos padrões, mantendo-o sempre atualizado. Com a existência do BIM Manager (líder responsável pela estratégia de trabalho do BIM no escritório) é realizada semanalmente uma reunião de arquitetos de trabalham com o BIM nos projetos para discutir problemas e soluções dos projetos, necessidades e sugestões para melhorar a eficiência dos trabalhos. Alguns projetos mais complexos, com grande número de informações, são escolhidos como estudo de caso, auxiliando no desenvolvimento de novos projetos. A equipe do escritório realiza a atualização das bibliotecas a cada novo projeto finalizado, mantendo-a sempre atualizada. O padrão na nomenclatura auxilia no processo de gerenciamento das informações, já que o número de objetos modelados é muito grande. 102

105 Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. O escritório tem um planejamento do que tem que ser modelado? De acordo com a fase do projeto? Como foram definidas as fases dos projetos e quais seriam essas fases? No estudo de caso B o planejamento é baseado no padrão pré-existente dos projetos já desenvolvidos pelo escritório, basicamente as etapas de projeto são definidas como: estudo preliminar, anteprojeto e executivo (LOD 100, LOD 200 e LOD 300), em cada nível são definidas o que será modelado. Para a finalização da entrevista, o arquiteto responsável, após ter desenvolvido alguns projetos, citou as principais barreiras encontradas e suas impressões sobre o BIM no futuro, Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Principais barreiras para adoção da tecnologia BIM. Reflexões sobre as tendências do BIM para o futuro. Segundo o arquiteto, houve grandes avanços após começar a trabalhar em BIM. Como a maioria dos projetos é de grande porte, o tempo de elaboração diminuiu muito e a possibilidade de gerar quantitativos, fazer estudos solares com maior facilidade, gerar imagens em 3D automaticamente para estudos de volume, trouxe maior competitividade ao escritório Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso B A estrutura da empresa é de grande porte existindo uma estrutura organizada de trabalho, tendo coordenadores de projetos trabalhando com equipes de vários projetos. A implantação do BIM encontra-se em estágio avançado com o escritório desenvolvendo grandes projetos, no entanto, não conseguiu ainda utilizar de forma plena a tecnologia BIM pois os projetistas complementares ainda não trabalham nessa plataforma. No entanto, todos os arquitetos do escritório são otimistas ao comentar que utilizar a tecnologia BIM é um caminho sem volta, e que em breve todos os projetistas estarão adotando a tecnologia em seus projetos. No Quadro 11 segue o panorama geral do estudo de caso B.

106 104 Quadro 11 Panorama geral: estudo de caso B PANORAMA GERAL - CASO B OBSERVAÇÕES PANORAMA GERAL Objetivos da empresa para implantação - Melhorar a qualidade dos projetos, automatizar fluxos de trabalho, realizar compatibilização. Guias de implantação - Com sua equipe técnica treinada, elaborou um guia próprio do escritório. Consultoria especializada - Não contratou Treinamento - Realiza treinamento no seu departamento técnico, constantemente, mantendo a equipe sempre atualizada. Dificuldades - Dificuldade em entender o novo processo de trabalho. Software utilizado Revit (Autodesk) Etapas do projeto (tradicional) -Abertura, (primeiro contato com cliente); -Concepção do projeto (programa de necessidades); -Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); -Anteprojeto (aprovações legais); -Projeto executivo e detalhamentos -Entrega final (projeto as built). Etapas do projeto (BIM) -Abertura, (primeiro contato com cliente); -Concepção do projeto (programa de necessidades); -Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); -Objetivos da modelagem; (critérios da modelagem); -Plano de modelagem; -Nível de detalhamento; -Anteprojeto (aprovações legais); Mudanças identificadas - Mudança no processo de trabalho diário durante o desenvolvimento dos projetos. Qualificações profissionais - Busca de profissionais com experiência construtiva e experiência em desenvolver o modelo de forma mais completa. Padrões (template e bibliotecas) - Elaborado pela equipe técnica de acordo com os padrões do escritório. - Bibliotecas atualizadas a cada novo projeto desenvolvido. Plano de modelagem - Planejamento elaborado para cada projeto de acordo com as necessidades. Fonte: A autora (2012) 5.4 ESTUDO DE CASO C Descrição da Empresa C e a Obra em Estudo O caso C refere-se a um escritório de arquitetura fundado em 2000, localizado na cidade de Goiânia. Atua nos seguintes segmentos: projetos residenciais, projetos comerciais e projetos industriais. O quadro funcional da empresa é composto por um arquiteto, dois engenheiros, três estagiários de arquitetura e um auxiliar administrativo. A Figura 25 apresenta o organograma da empresa.

107 105 Figura 25 Organograma do estudo de caso C Fonte: A autora (2012) Esse escritório de arquitetura vem trabalhando com Archicad há dois anos, tem desenvolvido seus projetos de arquitetura, no entanto, ainda não conseguiu trabalhar com projetistas complementares, para realizar a checagem de interferências entre disciplinas, ou gerar quantitativos de forma mais completa Processo do Projeto Tradicional Apesar de esta empresa ser um pequeno escritório de arquitetura, o mesmo apresentou suas etapas de processo de projeto realizadas de forma tradicional, desenvolvidas pelo próprio arquiteto, que se baseou em seu conhecimento profissional. As etapas do desenvolvimento do processo de projeto realizado pelo escritório de arquitetura podem ser divididas em: abertura, (primeiro contato com cliente), concepção do projeto (programa de necessidades), definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente) e anteprojeto (aprovações legais). A etapa de abertura tem início com uma reunião com o cliente, que apresenta o terreno e traça as diretrizes gerais do projeto, nessa primeira etapa é realizada a negociação do projeto, definindo custos e elaboração do contrato. Na etapa de concepção do projeto, é realizado o levantamento de dados do terreno, aspectos legais e definido o programa de necessidades. Na etapa de estudo preliminar, o cliente participa do processo fazendo considerações e solicitando alguns ajustes no projeto. Normalmente, é na etapa de anteprojeto que se inicia a participação dos demais envolvidos no projeto. Portanto nessa etapa, dependendo do tipo de projeto faz-se a compatibilização entre as diversas especialidades, normalmente realizada pelo arquiteto. Geralmente não é realizada a etapa de detalhamento, o arquiteto explicou que o mercado que o escritório atende não tem interesse por esse tipo de projeto e por isso não remunera adequadamente e não entendem o prazo necessário para desenvolvê-los. A etapa final é a entrega dos projetos e memoriais ao cliente, no entanto, esse escritório não formaliza esta etapa.

108 De acordo com o que foi descrito acima, segue Figura 26, apresentando o fluxo do processo de projeto tradicional do escritório de arquitetura. 106 Figura 26 Estrutura do processo tradicional do escritório de arquitetura: estudo de caso C Fonte: A autora (2012) Com a implantação da tecnologia BIM, o arquiteto explicou que precisa tomar decisões de materiais e acabamentos na etapa de anteprojeto, ele comentou que essas decisões só seriam definidas na fase de projeto executivo Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM O projeto em análise é um prédio comercial. Os dados foram obtidos por meio de um primeiro contato via telefone, onde foi apresentada a pesquisa, explicando quais os objetivos. Após esse primeiro contato, o questionário foi enviado por , onde o arquiteto diretor do escritório passou todas as informações apresentadas nesta pesquisa Reunião com cliente e arquiteto O cliente apresentou na primeira reunião suas expectativas com relação ao projeto, explicando ainda todas as suas necessidades. Diante disso, iniciaram-se os projetos do prédio comercial de médio porte com cinco andares. Com seis reuniões, onde o arquiteto do escritório, o cliente e um estagiário de arquitetura sempre estavam presentes, foi definido o

109 107 programa de necessidades. Ao longo das reuniões houve várias alterações propostas pelo cliente, que era extremamente participativo. O programa final do projeto foi um edifício comercial de seis andares, com estacionamento no subsolo, lanchonete e espaços para lojas no térreo, e pavimento tipo com vãos livre para escritórios, totalizando aproximadamente dois mil e quinhentos metros quadrados de área construída. Para o desenvolvimento do estudo preliminar, o arquiteto utilizou o CAD, em razão de ainda estar ligado culturalmente a esse software. Ele desenvolve o estudo preliminar e após a definição do projeto, a equipe do escritório desenvolve os demais projetos em Archicad Reunião com arquiteto responsável e equipe de projetos Após as reuniões para definição do programa de necessidades, tiveram início às reuniões do arquiteto do projeto com sua equipe, definindo como o projeto deveria ser desenvolvido, com relação a detalhes e prazos de entrega. Nessa fase, com o estudo preliminar definido foi realizada o planejamento BIM do projeto, com as seguintes etapas: (a) modelagem a ser desenvolvida, (b) detalhes a serem executados e (c) desenvolvimento de bibliotecas necessárias ao projeto especifico que estava sendo desenvolvido. O escritório de arquitetura vem desenvolvendo projetos em BIM há dois anos, se definindo ainda em fase experimental do projeto. Para iniciar este projeto, o escritório segue os níveis de detalhamento da AIA Document, conforme Quadro 12. Nível de Detalhe LOD 100 LOD 200 LOD 300 LOD 400 LOD 500 Quadro 12 Definição de níveis de modelagem Descrição Projeto conceitual, o modelo consiste em informações básicas, com nível de informações necessárias para análise de volume, construção do canteiro, orientação solar e custo por metro quadrado. Semelhante ao desenho esquemático, o modelo consiste em informações aproximadas de tamanho, forma, localização e orientação, com dados para gerar aplicações de critérios para análises gerais. Modelo de elementos adequados para a geração de documentos para construção. Este nível de desenvolvimento é considerado como o mais adequado para a fabricação e montagem. Normalmente esse nível de detalhe não está no escopo do arquivo, o que consiste em uma revisão de escopo antes do início do projeto. Nível final de detalhe, que representa o projeto como será construído. Modelo adequado para manutenção e instalação. Fonte: AIA Document, adaptado pela autora (2012)

110 108 No projeto do prédio comercial o nível de detalhe foi definido como LOD 200, pois ainda encontram dificuldades de criar com mais informações, principalmente de outras disciplinas. Por se tratar de um escritório pequeno, não existem padrões criados para o início do desenvolvimento dos projetos. O arquiteto segue alguns guias que ele próprio adquiriu, mais não existe nada formalizado. De acordo com a descrição das etapas de trabalho que foram realizadas para desenvolver o projeto em BIM, segue a Figura 27, apresentando em forma de fluxo a descrição destas etapas. Figura 27 Fluxo do desenvolvimento do projeto Fonte: A autora (2012)

111 109 O processo de projeto desse escritório é classificado nas seguintes fases: concepção onde está incluído o processo de abertura, concepção do projeto e definição do programa de necessidades, seguindo com a fase de definição onde estudo preliminar. A última fase é a de desenvolvimento onde são desenvolvidos os detalhes do modelo BIM e as bibliotecas necessárias para o projeto e por último o anteprojeto Implantação da Tecnologia BIM e Mudanças nos Processos de Trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso C Instrumentos para o planejamento da empresa: objetivos, missão e expectativas com a implantação do BIM. Quais os objetivos principais da empresa para adotar a tecnologia BIM? O arquiteto diretor buscou o treinamento e implantação da BIM em seu escritório por ter conhecimento na proposta de rapidez durante elaboração de projetos e com isso, aumento da qualidade e detalhamentos e diminuindo prazos de entrega. O escritório busca ainda fazer a compatibilização entre as disciplinas, no entanto, ainda está em fase inicial, pois não encontrou nenhum projetista de estrutura, fundação ou instalações que trabalhe com BIM. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. A empresa buscou algum Guia de Implantação para implantar o BIM na empresa? Após pesquisas em diversos sites especializados, o arquiteto desenvolveu um pequeno manual para desenvolver os projetos em BIM. Com isso, ele criou procedimentos como: tabela com os níveis de detalhamento dos projetos e sua classificação e o desenvolvimento de bibliotecas - no entanto, por ser um escritório de pequeno porte, ainda não conseguiu implantar todo o planejamento necessário. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. Definição da equipe a ser treinada. A empresa mantém a equipe sempre atualizada, buscando novos cursos, palestras e seminários na área? Em treinamentos, o escritório escolheu dois arquitetos para fazer o curso de Archicad, e após esse treinamento começaram a desenvolver os projetos.

112 110 Definição do projeto a ser desenvolvido em BIM. Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM? Quais foram as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento deste primeiro projeto? O escritório trabalha com grande número de projetos, e optou por escolher um pequeno projeto residencial para desenvolver em BIM, para não correr o risco de atrasar outros projetos do escritório. No entanto, nesse primeiro projeto, e equipe de projetos teve dificuldades em entender o novo processo de trabalho, com muitas informações já no inicio do projeto e enfrentou algumas dificuldades na utilização do software. Ferramentas e Sistemas Qual o software utilizado para elaborar os projetos em BIM? Teve conhecimento inicialmente da necessidade da aquisição de hardwares e softwares? O arquiteto optou por escolher o Archicad por já ter trabalhando com esse software e já possui algum conhecimento, apesar de não ser o mais divulgado no mercado, ele acredita ser a melhor solução para seus projetos. Apesar de já ter conhecimento da necessidade de máquinas com maior capacidade de armazenamento, o escritório está trocando as máquinas conforme a necessidade, em razão do alto custo desses equipamentos. A empresa buscou conhecer as mudanças que aconteceriam nos processos de trabalho ao utilizar a tecnologia BIM? A composição de sua equipe de projeto mudou, após a implantação do BIM? Como era a sua equipe de projetos antes da implantação do BIM? Ao longo da implantação da BIM o arquiteto diretor começou a exigir profissionais mais qualificados para exercer os cargos de desenhista, comentou a necessidade do conhecimento do processo construtivo para aumentar a eficiência na utilização do Archicad. Antes da implantação do BIM, o trabalho de desenhar os projetos era lento e com menor qualidade de acabamento. Ele acredita também que a relação com o cliente ficou mais clara, em razão da apresentação do 3D já no início dos estudos. Processo de projeto Com a adoção da tecnologia BIM é preciso maior número de informações do projeto na fase inicial estudo preliminar? Para trabalhar com projetos em BIM vocês identificaram a necessidade de profissionais com maior nível de qualificação? Por quê? A equipe de projetos identificou que no início se intensifica a demanda por decisões de projeto, o que só acontecia na fase de detalhamento. Com isso houve a necessidade de

113 profissionais mais qualificados, pois é preciso conhecimento do projeto de forma global para poder iniciá-lo em BIM. Além de profissionais com capacidade técnica em obras, também identificou-se a necessidade de profissionais com capacidades em tecnologias da informação, elaborando estratégias de modelagem, para extrair o máximo de informações do modelo. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido template exclusivo do escritório? Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido biblioteca exclusiva do escritório? Foi adotado um padrão para nomenclatura das famílias e objetos a serem desenvolvidos? O escritório desenvolveu um template com os padrões utilizados, faz a atualização do template de acordo com as necessidades do cotidiano. Geralmente são detalhes para os elementos construtivos e de documentação que sofrem alterações. O template sempre fica localizado em uma pasta em rede, onde todos os computadores tem acesso. Ao atualizar ele é automaticamente implementado na rede, e por consequência nos computadores locais. As bibliotecas também foram elaboradas pela equipe do escritório, atualizando a cada novo projeto. O padrão de nomes para as famílias foi desenvolvido para auxiliar na organização dos arquivos, já que existe um número grande de famílias. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. O escritório tem um planejamento do que tem que ser modelado? De acordo com a fase do projeto? Como foram definidas as fases dos projetos e quais seriam essas fases? É sempre importante comentar que o planejamento para o início do projeto é muito importante, no entanto, nem todos os escritórios tem essa preocupação, principalmente os escritórios menores. Nesse escritório, de acordo com o projeto a ser modelado, decide-se o grau de detalhamento que será executado. O arquiteto explicou que não existe um plano de modelagem, definindo de forma geral as fases de modelagem e níveis de detalhe e suas classificações. 111

114 112 Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Principais barreiras para adoção da tecnologia BIM. Reflexões sobre as tendências do BIM para o futuro. O arquiteto comentou que uma das principais barreiras continua sendo o custo dos equipamentos, pois escritórios pequenos dificilmente possuem uma reserva para troca de computadores e instalações de novos softwares. Ele acredita que o BIM é uma ferramenta que diminui erros de projetos e de obra, e que vale a pena investir, pois os resultados serão visualizados em médio prazo Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso C A estrutura da empresa é de pequeno porte, existindo uma pequena estrutura para o desenvolvimento dos projetos. A implantação do BIM encontra-se em estágio inicial, tendo o escritório desenvolvido alguns projetos, no entanto, não conseguiu ainda utilizar de forma plena a tecnologia BIM, pois os projetistas complementares ainda não trabalham nessa plataforma. No Quadro 13segue o panorama geral do estudo de caso C. OBSERVAÇÕES Objetivos da empresa para implantação Guias de implantação Consultoria especializada Treinamento Dificuldades Software utilizado Etapas do projeto (tradicional) Quadro 13 Panorama geral: estudo de caso C PANORAMA GERAL - CASO C PANORAMA GERAL (Continua) - Aumentar a rapidez no desenvolvimento dos projetos; - Aumentar qualidade dos projetos; - Automatizar fluxos de trabalho; - Compatibilização dos projetos - Desenvolveu um guia próprio. - Não contratou - Realiza treinamento no seu departamento técnico, constantemente, mantendo a equipe sempre atualizada. - Dificuldade em entender o novo processo de trabalho e o software. Archicad (Graphisoft) -Abertura, (primeiro contato com cliente); -Concepção do projeto (programa de necessidades);

115 113 OBSERVAÇÕES Quadro 13 Panorama geral: estudo de caso C PANORAMA GERAL - CASO C PANORAMA GERAL (Conclusão) Etapas do projeto (tradicional) - Continuação - Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); - Anteprojeto (aprovações legais); Etapas do projeto (BIM) - Abertura, (primeiro contato com cliente); - Concepção do projeto (programa de necessidades); - Definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente); - Detalhes a serem desenvolvidos; - Bibliotecas; - Anteprojeto (aprovações legais); Mudanças identificadas - A relação com o cliente ficou mais clara pois já consegue visualizar desde a concepção o projeto em 3D; Qualificações profissionais - Busca de profissionais com facilidade para visualização tridimensional e as particularidades que existem nos elementos da arquitetura. Padrões (template e bibliotecas) - Elaborado pela equipe técnica de acordo com os padrões do escritório. - Bibliotecas atualizadas a cada novo projeto desenvolvido. Plano de modelagem - Em desenvolvimento. Fonte: A autora (2012) 5.5 ESTUDO DE CASO D Descrição da Empresa D e a Obra em Estudo O caso D refere-se a um escritório de arquitetura fundado em 1962, localizado na cidade de São Paulo. Atua nas mais diversas áreas como: edifícios comerciais, edifícios de saúde, projetos de urbanismo e projetos culturais. O quadro funcional da empresa é composto por setenta arquitetos, dez estagiários de arquitetura, três auxiliares administrativos. A Figura 28 apresenta o organograma da empresa.

116 114 Figura 28 Organograma do estudo de caso D Fonte: A autora (2012) Esse escritório utiliza a BIM em cerca de 60% dos seus projetos, utilizando o software Revit. Conforme os projetos são desenvolvidos e o conhecimento na tecnologia aumenta, o arquiteto diretor acredita que esse número irá aumentar, chegando, em três anos, a 100% dos projetos. O arquiteto divide a utilização da tecnologia BIM no escritório em duas etapas: a primeira onde os projetos executivos são desenvolvidos integralmente na plataforma BIM e a segunda etapa ainda depende de fatores externos, que são integrações com as necessidades dos clientes e atuação junto a projetos complementares Processo de Projeto Tradicional É de fundamental importância entender como funciona o processo de projeto tradicional dentro de um escritório, para conseguir realizar o planejamento em BIM, dessa forma segue abaixo os dados deste estudo de caso. As etapas do projeto tradicional realizado pelo escritório de arquitetura são nove: abertura, (primeiro contato com cliente), concepção do projeto (programa de necessidades), estudo de viabilidade, definição do projeto (estudo preliminar aprovado pelo cliente), identificação e solução de interfaces com demais disciplinas, anteprojeto (aprovações legais), projeto executivo, detalhamentos e entrega final. Na etapa de abertura, no caso de clientes privados, o início do processo de projeto é marcado pela intensa troca de informações, entre o cliente e o arquiteto. Para isso são

117 115 realizadas reuniões em que são apresentadas as necessidades e expectativas do cliente em relação ao projeto. Na etapa de concepção do projeto, é realizado o levantamento de dados do terreno, aspectos legais e definido o programa de necessidades. Com essas informações é possível fazer um primeiro estudo de viabilidade, sendo estudadas algumas opções de projeto. Na fase seguinte é realizada a definição do projeto com a realização do estudo preliminar e apresentação de uma imagem em 3D do projeto para melhor compreensão do projeto pelo cliente. Com as informações definidas no estudo preliminar, é realizada uma identificação com as interfaces do projeto, já propondo soluções para possíveis problemas na compatibilização do projeto. Na etapa seguinte, é realizado do anteprojeto, onde o mesmo só é desenvolvido após a aprovação do estudo preliminar pelo cliente. Com o anteprojeto elaborado, entra-se com pedido de aprovação nos órgãos competentes. Na etapa de detalhamento é realizado o fechamento dos projetos, executivo e complementares, fase onde é realizada a compatibilização com todas as disciplinas do projeto. Após a compatibilização, são realizados os detalhamentos necessários do projeto. A etapa final é a entrega dos projetos e memoriais ao cliente para a formalização da conclusão do projeto. De acordo com o que foi descrito acima, segue Figura 29, apresentado o fluxo do processo de projeto tradicional do escritório de arquitetura.

118 116 Figura 29 Estrutura do processo tradicional: estudo de caso D Fonte: A autora (2012) Descrição do Desenvolvimento do Projeto em BIM O projeto em análise é um edifício comercial. Os dados foram obtidos através de um primeiro contato telefônico com o coordenador do projeto, quando passou as primeiras

119 informações, após esse primeiro contato, os demais dados foram obtidos através do envio da entrevista via Reunião com cliente e arquiteto Para definição do partido do projeto, foram discutidas as várias especificidades existentes ao longo de oito reuniões com o cliente, para definição do programa de necessidades. Por se tratar de um grande projeto, com edifício comercial, estacionamento, lojas, restaurantes e questões referentes à certificação LEED, o cliente participou das reuniões de projeto. Este escritório utiliza o software Revit desde a fase de estudo preliminar, acreditam que é possível obter vantagens na utilização deste software desde a fase de concepção do projeto Reunião com coordenador do projeto e arquiteto Com a definição do programa de necessidades, iniciaram-se as reuniões com o coordenador do projeto a fim de definir as estratégias do trabalho de coordenação, alinhando com o arquiteto, questões relacionadas a cronograma de entrega de projeto, processos para aprovação em órgãos legais, definição de prazos para demais projetistas, bem como definir o prazo para entrega do orçamento do projeto Reunião com coordenador do projeto, equipe de projeto e consultoria da certificação LEED Como o cliente tinha a premissa a certificação LEED foram necessárias algumas reuniões de projeto para definir quais os itens que seriam considerados e qual o tipo de certificação que o projeto conseguiria alcançar. A certificação LEED certifica um empreendimento com um selo de sustentabilidade criando níveis de certificação conforme o atendimento aos padrões estabelecidos pela instituição responsável pelo selo Reunião com coordenador do projeto, equipe de projeto e coordenador BIM O cliente exigiu a utilização da tecnologia BIM por conhecer e acreditar que o projeto teria benefícios com sua utilização. As reuniões foram realizadas para definir estratégias de trabalho, como o planejamento dos projetos.

120 O escritório segue o planejamento da Penn State University, e adotou alguns padrões para iniciar os projetos em BIM, conforme Quadro Quadro 14 Planejamento BIM PLANEJAMENTO BIM DEFINIÇÃO PARA O PROJETO Definição dos objetivos do modelo Gerar 3D, realizar quantitativo e acompanhar cronograma. Forma de entrega do modelo Modelo será entregue ao cliente com todas as informações disponíveis Responsabilidades de todos os envolvidos no projeto Definição em reunião de qual pacote cada arquiteto será responsável Troca informações apenas pela intranet particular e Procedimentos de comunicação manter centralizadas essas informações com acesso a todos Troca de informações Salvar em IFC observar pois perde algumas informações Níveis de detalhamento Para esse projeto o nível de detalhe é 200 Fonte: Penn State University, adaptado pela autora (2012) Verifica-se a importância da definição dos objetivos do modelo como ponto inicial do projeto. Outra questão importante a ser definida é a forma de entrega do modelo ao cliente, como será entregue esse modelo, com todas as informações de todas as disciplinas, e como será feito o controle das alterações do projeto controle da autoria das informações contidas no modelo. Dentro do planejamento existe ainda a definição das responsabilidades de todos os envolvidos no projeto, onde são definidos os membros da equipe que irão desenvolver o modelo, e o que cada um irá fazer. Com isso o projeto se desenvolve com maior rapidez, com várias pessoas trabalhando em etapas diferentes, com a utilização do software é possível fazer a união desses arquivos a cada etapa finalizada. Para os procedimentos de comunicação do projeto, é importante definir como será feito o controle dessa comunicação, como será feita a troca de informações, a definição de qual tipo de arquivo será enviado, e por último o planejamento do nível de detalhamento. Existem ainda outros padrões e guias para serem seguidos durante o desenvolvimento do projeto, no entanto, não puderam ser apresentados neste trabalho, pois não houve a autorização do escritório Caso D Estrutura do Processo de Projeto Utilizando a Tecnologia BIM De acordo com a descrição das etapas de trabalho que foram realizadas para desenvolver o projeto em BIM, segue a Figura 30, apresentando em forma de fluxo a descrição destas etapas.

121 119 Figura 30 Fluxo do desenvolvimento do projeto (Continua) Figura 30 Fluxo do desenvolvimento do projeto (Conclusão)

122 120 Fonte: A autora (2012) Para entender melhor o processo de processo foram criadas fases como: concepção onde está incluído o processo de abertura, concepção do projeto e definição do programa de necessidades, seguindo com a fase de definição onde está incluído o planejamento do projeto as diretrizes para certificação LEED e o estudo preliminar. A última fase é a de desenvolvimento onde estão o planejamento para o projeto ser desenvolvido em BIM, os objetivos da modelagem, as formas de entrega do modelo, a definição das responsabilidades da equipe de projeto, a troca de informações, o nível de detalhe do projeto e por último o anteprojeto finalizado Implantação da tecnologia BIM e mudanças nos processos de trabalho Apresentação dos resultados da entrevista do estudo de caso D Instrumentos para o planejamento da empresa: objetivos, missão e expectativas com a implantação do BIM. Quais os objetivos principais da empresa para adotar a tecnologia BIM? A grande maioria dos escritórios de arquitetura apresentam os mesmos problemas no desenvolvimento dos projetos, neste escritório, o coordenador de projeto citou como um dos grandes objetivos da implantação da BIM, a melhoria da qualidade dos projetos.

123 Com relação ao planejamento para implantação, a empresa incluiu em um dos itens de sua missão o aprendizado contínuo de novas tecnologias, buscando sempre melhorar a entrega de seus projetos. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. A empresa buscou algum Guia de Implantação para implantar o BIM na empresa? Como se trata de um escritório consolidado e há muitos anos no mercado, possui profissionais qualificados que buscam sempre novas tecnologias, e é essa equipe que através de pesquisas acabou desenvolvendo o próprio guia do escritório para implantação da BIM. Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. Definição da equipe a ser treinada. A empresa mantém a equipe sempre atualizada, buscando novos cursos, palestras e seminários na área? Para a etapa de treinamento, o escritório escolheu três arquitetos para fazer o curso de Revit, existe a atualização a cada dois meses, por meio de cursos, seminários ou encontros semanais. Definição do projeto a ser desenvolvido em BIM. Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM? Quais foram as maiores dificuldades encontradas no desenvolvimento deste primeiro projeto? O escritório tem um grande número de projetos em desenvolvimento no escritório e optou por escolher um grande projeto residencial para desenvolver em BIM, para que pudesse identificar o maior número de dúvidas possível, definiu-se por esse projeto por existir um prazo maior de entrega. Nesse projeto, e equipe de projetos teve dificuldades em entender o novo processo de trabalho, tendo que buscar muitas informações na fase inicial de desenvolvimento. Ferramentas e Sistemas Qual o software utilizado para elaborar os projetos em BIM? Teve conhecimento inicialmente da necessidade da aquisição de hardwares e softwares? O arquiteto decidiu pelo software Revit, por ser da mesma empresa do Autocad, e ter as interfaces do programa parecidas. Realizou a troca de todos os computadores ao longo de um ano, após o início da utilização da tecnologia BIM. 121

124 A empresa buscou conhecer as mudanças que aconteceriam nos processos de trabalho ao utilizar a tecnologia BIM? A composição de sua equipe de projeto mudou, após a implantação do BIM? Como era a sua equipe de projetos antes da implantação do BIM? Com o desenvolvimento dos projetos, o coordenador de projeto identificou algumas mudanças que ocorreram após a implantação da BIM, explicou que foi criada uma equipe de apoio com quatro pessoas disponibilizadas totalmente para a implantação, treinamento, melhoria contínua e suporte para as equipes de projeto, no entanto, antes a equipe era dispersa e os projetos apresentavam várias falhas. Processo de projeto Com a adoção da tecnologia BIM é preciso maior número de informações do projeto na fase inicial estudo preliminar? Para trabalhar com projetos em BIM vocês identificaram a necessidade de profissionais com maior nível de qualificação? Por quê? O coordenador de projeto comentou que é difícil encontrar profissionais qualificados que realmente saibam trabalhar com o programa, e quando sabem, não conhecem o sistema construtivo de um prédio ou uma casa. Ele sente a necessidade de profissionais com facilidade com computador e novas tecnologias para dar conta das exigências do programa e do novo processo de trabalho. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido template exclusivo do escritório? Para a utilização nos projetos, foi desenvolvido biblioteca exclusiva do escritório? Foi adotado um padrão para nomenclatura das famílias e objetos a serem desenvolvidos? Como houve um planejamento e uma preocupação em desenvolver os projetos da forma mais completa possível, a equipe de tecnologia do escritório desenvolveu desde o primeiro projeto, os templates, de acordo com a necessidade do escritório, facilitando a organização dos projetos, com a criação da padronização desse elemento, a atualização é realizada da seguinte forma: converte-se a nova versão do programa, e atualizam-se as famílias. O restante vai sendo realizado a atualização a cada novo projeto. 122

125 Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. O escritório tem um planejamento do que tem que ser modelado? De acordo com a fase do projeto? Como foram definidas as fases dos projetos e quais seriam essas fases? Faz parte do planejamento para desenvolver projetos em BIM que o escritório tenha a divisão dos projetos em fases, dessa forma, o escritório criou: a fase inicial, que poderia ser definida como o levantamento de dados e estudo preliminar, após essa fase, vem o desenvolvimento, que poderíamos definir como anteprojeto e projeto executivo e a última fase que é a de documentos, onde são desenvolvidos memoriais, e toda a documentação do projeto. Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de bibliotecas, definição de níveis de informação, definição de novas fases, aspectos contratuais e entregas do modelo. Principais barreiras para adoção da tecnologia BIM. Reflexões sobre as tendências do BIM para o futuro. O arquiteto citou as principais barreiras encontradas e suas impressões sobre o BIM no futuro. Ele cita como principais barreiras, convencer a diretoria do escritório mudar de software, mudando processos de trabalho, trazendo inicialmente alguns prejuízos, citando ainda o alto custo de equipamentos para manter esses novos projetos. Apesar disso ele acredita que o BIM marca uma data importante na história em que a tecnologia se afirma imprescindível e fundamental para toda a cadeia da construção civil Considerações Gerais Sobre o Estudo de Caso D A estrutura da empresa é de grande porte, com equipe técnica própria desenvolvendo os projetos em BIM, mantendo sempre a atualização com treinamentos constantes. A implantação do BIM encontra-se em estágio avançado, tendo o escritório um planejamento para que em alguns anos todos os projetos sejam desenvolvidos em BIM. No Quadro 15 segue o panorama geral do estudo de caso D.

126 ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO A análise dos estudos de caso foi realizada pela análise qualitativa das informações que foram coletadas nos escritórios e obtidas por meio das entrevistas e das observações feitas pela autora. Nesta análise qualitativa apresenta-se o panorama geral dos estudos de caso, dados gerais da empresa, dados da estrutura da empresa, dados do processo de projeto, dados da implantação da tecnologia BIM, treinamento, planejamento, mudanças no processo, etapas do projeto, além de desenvolvimento de padrões no escritório. Ao final do capítulo são apresentadas as considerações finais sobre a análise da implantação da tecnologia BIM nos escritórios investigados e dos processos de projeto Panorama Geral dos estudos de caso O panorama geral da análise qualitativa foi realizado pela compilação dos dados de cada empresa, suas atividades e planejamentos realizados. O Quadro 15 apresenta o panorama geral da análise qualitativa.

127 125 Quadro 15 Panorama geral dos estudos de caso PANORAMA GERAL DOS ESTUDOS DE CASO (Continua) INFORMAÇÕES COLETADAS ESTUDO A ESTUDO B ESTUDO C ESTUDO D Ano de fundação DADOS E ESTRUTURA DA EMPRESA Localidade - Cuiabá/MT - São Paulo/SP - Goiânia/GO - São Paulo/SP Serviços mais realizados no escritório Equipe técnica - Projetos de condomínios; - Projetos de urbanismo arquitetos - 05 estagiários - Projetos residenciais; - Edifícios comerciais; - Edifícios saúde; - Projetos de urbanismo arquitetos - 20 arquitetos de interiores - 21 desenhistas - 10 estagiários - Projetos residenciais; - Edifícios comerciais; - Projetos industriais; - 01 arquiteto - 02 engenheiros civis - 03 estagiários - Projetos de urbanismo; - Edifícios comerciais; - Edifícios saúde; - Projetos culturais arquitetos - 10 estagiários BIM NO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Coordenador de projetos BIM Definições do plano de modelagem - Teve assessoria de um coordenador para o projeto específico citado neste trabalho - Objetivos do modelo - Níveis de detalhe - Etapas a serem desenvolvidas - Classificação dos detalhamentos - Responsáveis pelo modelo - Controle de qualidade - Líder BIM - Não possui - Coordenador BIM -Objetivos do modelo - Nome do modelo - Conteúdo - Estágio do projeto - Autoria do projeto - Criação do projeto - Níveis de detalhe - Classificação dos detalhamentos - Fases que serão modeladas - Níveis de detalhamento - Classificação dos detalhamentos - Objetivos do modelo - Forma de entrega do modelo - Responsáveis pelo modelo - Procedimentos de comunicação - Troca de informações - Níveis de detalhe

128 126 Quadro 15 Panorama geral dos estudos de caso PANORAMA GERAL DOS ESTUDOS DE CASO (Continuação) PLANEJAMENTO PARA IMPLNATAÇÃO BIM INFORMAÇÕES COLETADAS ESTUDO A ESTUDO B ESTUDO C ESTUDO D Objetivos para implantação - Minimizar erros nas - Melhorar qualidade do - Diminuir prazos de - Melhorar qualidade do modificações de projeto projeto entrega projeto. - Aumentar a rapidez na - Auxiliar nas modificações - Melhorar apresentação - Compatibilizar as elaboração dos projetos e de projeto dos projetos disciplinas envolvidas no qualidade - Automatizar fluxos de - Auxiliar nas modificações projeto. - Compatibilizar as trabalho de projeto disciplinas envolvidas no - Compatibilizar as - Compatibilizar as projeto. disciplinas envolvidas no disciplinas envolvidas no projeto. Guia de implantação Não possui O departamento de tecnologia desenvolveu um guia para o escritório Treinamento da equipe Dificuldades encontradas - Arquitetos fizeram curso de Revit - Dificuldades em manter-se atualizados. - Entender o novo processo de trabalho. - Falta de projetos finalizados para pesquisa. - Falta de template e biblioteca organizadas Arquitetos fizeram curso de Revit. - Encontros semanais para troca de dicas e informações. - Entender o novo processo de trabalho - Dificuldades do próprio software projeto. Desenvolveu seu próprio guia baseado em informações pesquisadas. - Arquitetos fizeram curso de Archicad - Dificuldades em manterse atualizado - Entender o novo processo de trabalho - Dificuldades do próprio software A equipe de tecnologia desenvolveu um guia baseado em informações pesquisadas. Arquitetos fizeram curso de Revit. - Treinamento a cada três meses. - Entender novo processo de trabalho - Dificuldades do próprio software

129 127 Quadro 15 Panorama geral dos estudos de caso PANORAMA GERAL OS ESTUDOS DE CASO (Continuação) PROCESSO DE PROJETO INFORMAÇÕES COLETADAS ESTUDO A ESTUDO B ESTUDO C ESTUDO D Configuração da equipe técnica antes da tecnologia BIM Configuração da equipe técnica depois da tecnologia BIM Exigência de profissionais mais qualificados Equipe dispersa, várias pessoas trabalhando no mesmo projeto. Falta de comunicação com vários erros de projeto. Equipe trabalhando de forma conjunta. Sim. Maior conhecimento de projeto e execução Falta de comunicação. Demora para alteração dos projetos. Erros de projeto que são observados apenas durante a obra. Criação do administrador de modelos - define todos os passos do desenvolvimento do projeto e passa as diretrizes para a equipe técnica. Sim. Maior conhecimento técnico Trabalho lento. Menor qualidade de acabamento. A relação com cliente ficou mais clara, através do projeto em 3D. A equipe desenvolve projeto em menor prazo. Sim. Profissionais com estratégias de modelagem. Equipe dispersa com várias falhas durante o desenvolvimento dos projetos. Falta de comunicação, gerando retrabalhos. Equipe trabalhando de forma conjunta. Foi criada uma equipe de apoio com quatro pessoas para a melhoria contínua dos projetos. Sim Profissionais com conhecimento em novas tecnologias. Desenvolvimento de template Não Sim Sim Sim PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Desenvolvimento de biblioteca Não Sim Sim Sim Desenvolvimento padrão para os nomes dos arquivos, bibliotecas e famílias. Planejamento de modelagem Em processo de estruturação Sim. Estudo Preliminar LOD 100, Anteprojeto LOD 200 e Executivo LOD 300 Não Sim Não Sim De acordo com o projeto define-se o que será modelado. Fase inicial Fase de desenvolvimento Fase de documentos

130 128 Quadro 15 Panorama geral da análise comparativa PANORAMA GERAL DA ANÁLISE QUALITATIVA (Conclusão) TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO INFORMAÇÕES COLETADAS ESTUDO A ESTUDO B ESTUDO C ESTUDO D Software utilizado Revit Revit Archicad Revit Novos equipamentos Adquiriu novos equipamentos. Adquiriu novos equipamentos Adquiriu novos equipamentos. Adquiriu novos equipamentos PROCEDIMENTOS DE TRABALHO Barreiras para implantação Reflexões sobre futuro -Custo elevado para aquisição de novas máquinas - Necessidade da criação de uma template. - Falta de incentivo por parte dos arquitetos diretores para capacitar uma equipe BIM. - Dificuldade no uso do software. - Ferramenta que diminuirá erros de projeto e de obra - Maior facilidade para realizar compatibilização e gerar tabelas de quantificação. - Custo elevado implantação. - Dificuldade de compreensão do termo BIM por parte dos contratantes. - Aprimoramento da utilização, popularizando sua utilização. - A nova forma de trabalhar é irreversível, com inúmeras vantagens, aumentando qualidade dos projetos. - Custo elevado para aquisição de novas máquinas. - Ferramenta que diminuirá erros de projeto e de obra - Maior facilidade para realizar compatibilização e gerar tabelas de quantificação. - Necessidade de alto investimento - Retirada de todos os envolvidos no projeto das respectivas zonas de conforto. - Forma de trabalho cada vez mais colaborativa e com novas tecnologia que irão permitir a interatividade entre mais áreas como a incorporação, vendas, pós-vendas, etc. Fonte: A autora (2012)

131 129 Conforme apresentado no Quadro 15, o processo de projeto utilizando a tecnologia BIM nos quatro escritórios sofreu mudanças que podem ser consideradas significativas quando comparado com o processo de projeto tradicional. Nas seções a seguir é apresentada uma análise dos casos estudados, na tentativa de se chegar a conclusões, confirmar situações consideradas comuns e também situações ou posturas realmente distintas Estrutura das empresas e características do processo de projeto tradicional As quatro empresas analisadas possuem estruturas diferentes, o que possibilitou identificar que apesar do tamanho do escritório, as dificuldades, objetivos e busca por melhor qualidade dos projetos apresentam algumas semelhanças. A empresa A é um escritório de projetos de arquitetura de médio porte e está em fase de implantação da BIM. Ela possui uma grande vantagem em relação às demais, pois teve assessoria de uma empresa especialista na área que contribuiu com muitas informações para a equipe de projetos. A empresa B, também de grande porte, encontra-se em estágio avançado, com processo consolidado e planejamentos definidos. Isto mostra que é possível através de um bom plano, conseguir alcançar a eficiência em projetos desenvolvidos com a tecnologia BIM apesar das dificuldades encontradas no início. A empresa C que é um escritório de pequeno porte, representa grande parte dos escritórios de arquitetura brasileiros, em que o arquiteto é proprietário do escritório e também quem desenvolve todos os projetos, com auxílio de estagiários. Esse tipo de escritório acaba encontrando maiores dificuldades, pois não está preparado financeiramente para investir em novas tecnologias, equipamentos necessários e treinamentos. No entanto, a empresa C demonstrou que é possível conseguir informações e avançar na utilização da tecnologia BIM em projetos de arquitetura. A empresa D é um escritório de arquitetura de grande porte e que tem conseguido grandes resultados em seus projetos. Possui uma equipe técnica específica para desenvolver projetos utilizando BIM. Isto permite obter um rápido retorno em termos de resultados, uma vez que os profissionais foram qualificados e receberam treinamento na tecnologia BIM. Comparando as quatro empresas, pode-se concluir que os escritórios com mais recursos físicos, financeiro e humano, obtém maior retorno se empregar novas tecnologias em projetos de arquitetura.

132 130 Outra conclusão é a de que existe uma barreira cultural que muitas vezes acaba sendo mais forte do que a própria condição do escritório em investir em cursos ou equipamentos. Ou seja, os escritórios de arquitetura de pequeno porte precisam entender que qualquer processo novo no início acaba trazendo custos excedentes, mas que isso não impede a evolução no desenvolvimento dos projetos. Assim, o volume de despesas iniciais deve ser tratado como investimento. Com relação ao processo de projeto tradicional, foi identificada a necessidade de apresentar essas informações uma vez que os escritórios utilizam o processo de projeto tradicional como base para realizar as mudanças necessárias, quando passa a utilizar a tecnologia BIM no desenvolvimento de seus projetos de arquitetura. Segue abaixo a figura 31 com a apresentação do processo de projeto das quatro empresas investigadas. Figura 31 Processo de projeto tradicional Empresas investigadas Fonte: A autora (2012). É possível perceber muitas semelhanças nos processos, pois a maioria dos escritórios de arquitetura utiliza as etapas definidas pelo processo proposto pela AsBEA (2000). Foi realizada uma survey a fim de identificar quais os modelos de processo de projeto mais

133 131 utilizados pelos escritórios de arquitetura brasileiros. A survey foi enviada por meio de e- mails e redes sociais e foram obtidas cinquenta respostas. Quando questionado aos escritórios, se utilizavam roteiros para desenvolver seus projetos, de cinquenta escritórios, trinta e oito responderam que sim (Figura 32), só que na maioria dos casos, os roteiros foram criados pelos próprios. Figura 32 Escritórios que utilizam roteiros para desenvolver seus projetos Existe algum roteiro para iniciar um projeto em seu escritório? Fonte: A autora (2012). Figura 33 Criação do roteiro de processo de projeto Você criou esse roteiro? Fonte: A autora (2012). O conhecimento dos escritórios em seguir um modelo de processo de projeto existente não é muito expressivo, sendo que os que seguem, se baseiam na AsBEA e no PMI (Project Management Institute) sendo este último relacionado a gestão dos projetos.

134 132 Figura 34 Conhecimento dos escritórios em modelos de processo de projeto. Você adequou de algum roteiro existente? Qual? Fonte: A autora (2012). Apesar da maioria dos escritórios não ter conhecimento sobre modelos de processo de projeto criados por pesquisadores da área a fim de otimizar os processos de trabalho, quando perguntados sobre a eficiência de um modelo bem desenvolvido na elaboração dos projetos, a maioria concordou que um modelo pode trazer resultados positivos ao escritório de arquitetura. Figura 35 Eficiência de um modelo de processo de projeto. Você acredita que seguir um modelo bem desenvolvido pode aumentar a eficiência do processo de projeto? Fonte: A autora (2012) Com isso conclui-se que apesar da falta de iniciativa dos escritórios de arquitetura em buscar melhores práticas de trabalho, existentes na literatura, nessa pesquisa, a maioria concordou que a adoção de um modelo de processo de projeto traz benefícios ao desenvolvimento dos projetos nos escritórios.

135 5.6.3 Considerações sobre o desenvolvimento dos projetos com o uso da tecnologia BIM 133 A função de coordenador de projetos BIM existe nas empresas A, B, e D. Na empresa B, este profissional é identificado como Líder BIM. Na empresa C não existe um responsável específico com funções relacionadas à BIM. Como se trata de um escritório de pequeno porte, essa função é exercida pelo arquiteto diretor. Na empresa A, a contratação de um coordenador BIM se deu no momento em que o escritório recebeu as diretrizes para a coordenação dos projetos de uma empresa construtora contratada pelo cliente. Com essa experiência, o arquiteto diretor identificou a necessidade de contratar um coordenador BIM para o escritório. Pode-se concluir desses dados que para uma eficiente implantação da tecnologia BIM, é de fundamental importância, a existência do papel do Líder BIM, pois é este profissional que irá coordenar o desenvolvimento dos projetos, a equipe técnica, assim como, identificar as necessidades do projeto, e o que precisa ser modelado. Além disso, é sua função criar os níveis de detalhamento e controlar a equipe de projetos de arquitetura para que o modelo de arquitetura seja finalizado com qualidade. Nos escritórios de pequeno porte, essa função pode ser exercida pelo arquiteto diretor do escritório, pois é ele que cria o planejamento e desenvolve os projetos. Quanto à definição do plano de modelagem, a empresa A, possui um plano com grande número de informações a serem definidas para o modelo. Devido ao fato da empresa A receber assessoria de uma empresa especializada, ela já está em processo de estruturação para criar o seu próprio plano de modelagem. A empresa D, possui um plano de modelagem completo, o qual define o projeto quanto às fases: inicial, desenvolvimento e documentos. Acredita-se que isto deve ao fato de o escritório ser de grande porte e ter um departamento de tecnologia BIM mais desenvolvido. A empresa C não possui um plano de modelagem. No entanto costuma definir as fases do projeto que serão modeladas de acordo com as necessidades de cada projeto. Além disso, a empresa C definiu o que será detalhado e buscou definir uma classificação para os detalhamentos a serem realizados. Como a empresa D é um escritório de grande porte, desenvolveu seu plano de modelagem desde o início da implantação de BIM. Este processo envolveu a criação dos níveis de detalhe: Estudo preliminar (LOD 100), Anteprojeto (LOD 200) e Executivo (LOD 300). Pode-se concluir que são os escritórios de maior porte que elaboraram plano de modelagem detalhado, com informações relacionadas a todo o desenvolvimento do projeto.

136 134 Isto é importante, pois através do plano de modelagem que o escritório conseguirá identificar o que será preciso mudar em seu processo de trabalho, e como serão desenvolvidos os modelos de arquitetura Considerações Sobre o Planejamento para Implantação da Tecnologia BIM Conforme pode ser observado no Quadro 15, as quatro empresas investigadas definiram objetivos de BIM: (a) melhorar a qualidade de seus projetos; (b) realizar a compatibilização entre disciplinas; e (c) aumentar a rapidez no desenvolvimento dos projetos. A empresa B acrescenta como objetivo a (d) automação dos fluxos de trabalho. As maiores dificuldades encontradas pelas quatro empresas durante a fase de implantação de BIM são: (a) entender o novo processo de trabalho, (novas definições, novos requisitos); (b) a mudança de processo de trabalho do escritório; (c) não possuir o domínio na utilização do software e (d) atrasos na entrega dos primeiros projetos. Com relação à utilização de guias de implantação disponíveis, nenhuma das quatro empresas os utilizou, nem mesmo de forma parcial. Todas criaram seus próprios guias, buscando informações em estudos acadêmicos e na experiência da própria equipe. No caso A, houve o auxílio de uma empresa que prestou assessoria. Esta empresa consultora desenvolveu o guia adotando conceitos do guia da Penn State University. Os resultados da pesquisa apontam que as empresas investigadas buscam um planejamento quanto à adoção de tecnologias de informação para processo de projeto de arquitetura. Porém desconhecem a existência de guias de implantação de BIM publicados em países onde esta tecnologia é mais difundida. Nas empresas B e D que possuem equipe e procuram se atualizar por meio de cursos, fóruns e troca de informações com outros usuários para manter-se atualizados. Contudo as empresas A e C, que são de porte menor, preferem se basear na experiência profissional, que geralmente é a do arquiteto responsável pelos projetos. Quanto aos treinamentos da equipe de projeto, as empresas A e C demonstram dificuldades em manter-se atualizada, por não oferecer treinamento contínuo aos arquitetos. Em razão disso os arquitetos tem buscado seu aprendizado na tecnologia BIM de forma individual. Por outro lado a empresa B, que possui um departamento de tecnologia promove encontros semanais para troca de ideias e novas informações com todos os usuários do escritório. A empresa D que possui uma equipe de tecnologia e oferece treinamento a cada três meses, mantem toda sua equipe técnica sempre atualizada.

137 135 Pode-se concluir que essas iniciativas trazem benefícios aos escritórios uma vez que a tecnologia de informação evolui constantemente, e por meio da educação continuada dos profissionais, a empresa mantém o processo BIM e se torna competitiva no mercado Considerações Sobre a Tecnologia da Informação Quanto aos softwares e aplicativos, as empresas dos casos A, B e D, adotam o software Autodesk Revit para desenvolver seus modelos de arquitetura, a empresa C adota o software Grafisoft Archicad. Contudo, as empresas investigadas sentem a necessidades de troca de equipamentos para utilização da tecnologia BIM, uma vez que os arquivos dos modelos contêm muitas informações e tornam os computadores lentos, e consequentemente aumenta o tempo de espera para realização do salvamento ou abertura dos arquivos. A previsão de compra de novos equipamentos para suportar projetos em BIM deve estar prevista no plano de implantação, daí sua importância Considerações Sobre o Processo de Projeto As empresas A, B e D caracterizaram suas equipes técnicas antes da implantação da tecnologia BIM como dispersas, havendo falta de comunicação e variados erros de projeto. Na empresa C o desenvolvimento de projetos era lento e com menor qualidade de apresentação. Com relação à implantação da tecnologia BIM, na empresa A, a equipe trabalha de forma conjunta, em razão da própria necessidade do software em oferecer a possibilidade de vários projetistas trabalharem no mesmo arquivo. Na empresa B houve a necessidade da criação de um administrador de modelos, para definir o desenvolvimento do projeto e passar as diretrizes para a equipe técnica. Na empresa C, a relação com o cliente ficou mais clara, pois o modelo virtual do projeto foi apresentado desde o início para o cliente. Na empresa D criou-se uma equipe de apoio para melhor desenvolvimento dos projetos. De uma forma geral, o emprego de BIM está propiciando a formação de equipes cujos membros são mais integrados e colaborativos. Quanto ao processo de projeto, as empresas A e B passaram a exigir profissionais com maior conhecimento de projeto e execução. A empresa C identificou a necessidade de profissionais com capacidade de desenvolver a modelagem de arquitetura de forma completa,

138 136 conseguindo as informações necessárias ao projeto. Na empresa D há necessidade de profissionais com conhecimentos sobre novas tecnologias de informação. Pode-se concluir que os escritórios de arquitetura sentem a necessidade de contratar profissionais com um novo perfil. Ou seja, projetistas de arquitetura com experiência em construção e conhecimento de processos construtivos e, modelagem de arquitetura. No entanto, para se alcançar este objetivo é preciso iniciar uma transformação no ensino de arquitetura, ensinando aos alunos o desenvolvimento de projeto com a utilização da tecnologia BIM. Caso contrário, essa tecnologia corre o risco de ser adotada apenas por grandes escritórios, que possuem a capacidade de treinar seus próprios arquitetos Considerações Sobre os Procedimentos de Trabalho Apenas as empresas B, C e D desenvolveram templates buscando informações com profissionais especializados e de acordo com as necessidades do escritório. Essas empresas também desenvolveram bibliotecas para seus projetos. Apenas as empresas B e D desenvolveram padrões para nomes de arquivos, bibliotecas e famílias, criando essas padronizações e mantendo os arquivos organizados desde o início da implantação de BIM. Conclui-se que é necessário elaborar padrões antes do início do desenvolvimento do projeto piloto, o qual deve ser de um projeto já construído e do próprio escritório. Nesse projeto piloto a equipe de projeto pode desenvolver o template de acordo com os padrões do escritório, identificar as principais bibliotecas que precisaram ser criadas e fazer o planejamento dos nomes dessas bibliotecas, dos arquivos e das famílias. Com a criação de um projeto piloto fica mais fácil desenvolver um novo projeto BIM, uma vez que os padrões estão desenvolvidos, facilitando o desenvolvimento de futuros projetos Considerações Sobre a Análise Comparativa Com a realização da análise comparativa foi possível identificar as necessidades de um escritório de arquitetura, quanto ao planejamento e desenvolvimento de projetos em BIM. Vários pontos abordados mostram que é necessário conhecer os conceitos da tecnologia BIM antes de sua implantação. O profissional responsável pela implantação de BIM deve buscar informações relacionadas a novos processos de trabalho, aquisição de novos equipamentos, elaboração de padrões BIM e treinamentos para a equipe de projeto.

139 137 Se os projetistas de arquitetura não entenderem os conceitos de BIM, utilizarão esta tecnologia apenas como uma ferramenta que pode gerar desenhos automaticamente e, consequentemente, estes projetistas não aproveitarão todo o seu potencial. É preciso conscientizar os proprietários de escritórios de arquitetura que a utilização de novas tecnologias, traz benefícios. No início esta implantação irá gerar custos e atrasos nos projetos, no entanto, em médio prazo, pode tornar o escritório mais competitivo em um mercado tão concorrido. Apesar das dificuldades encontradas no início da implantação, as empresas investigadas são unânimes em afirmar que a adoção da BIM é irreversível, não somente para que os escritórios aumentem a qualidade dos seus projetos, mas, sobretudo, que sobrevivam s novas exigências do mercado.

140 138 CAPÍTULO 6 6 PROPOSTA DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM 6.1 CONTEXTO No Capítulo 5 foram apresentados os resultados das análises dos estudos de casos realizados. Este capítulo apresenta a proposta para planejamento da implantação nos escritórios de arquitetura e um modelo para o processo de projeto utilizando a tecnologia BIM, com base nas informações obtidas durante a pesquisa. 6.2 PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA BIM Para a elaboração do planejamento para implantação da BIM em escritórios de arquitetura, foi utilizada toda a base teórica desta pesquisa, direcionando para a tecnologia BIM e seus processos de trabalho. Complementando a pesquisa bibliográfica, foram utilizados todos os dados compilados nos estudos de caso, bem como os resultados da análise comparativa. Por fim, foram utilizadas as percepções da autora adquiridas ao longo da pesquisa, auxiliando no fechamento da presente proposta de planejamento. A Figura 36 apresenta um melhor entendimento da estrutura deste planejamento e proposta para modelo.

141 139 Figura 36 Estrutura do planejamento e proposta do modelo de processo de projeto em BIM FASE DE CONCLUSÃO Fonte: A autora (2012). Foram definidas as etapas de planejamento conforme estão fundamentadas nos guias de implantação existentes. No decorrer da revisão bibliográfica, foram identificados os melhores guias de implantação da tecnologia BIM tais como: Building Execution Planning (2010) da Penn State University, Plano de Implantação BIM (2011) da Autodesk, Guia dos Contratantes para BIM (2009) e Guia da Associação da Indústria da Construção do Reino Unido (2009). Com os guias da Penn State e da Autodesk, verificou-se a existência de citações de autores brasileiros que pesquisam sobre a tecnologia BIM (podendo ser citado o Prof. Eduardo Toledo, da Universidade de São Paulo, que realizou uma apresentação no evento TIC- Tecnologias da informação na construção civil em 2011, apresentando o guia de implantação da Penn State University). Estes guias foram escolhidos como referência principal para a concepção do planejamento. Segue abaixo, a relação dos processos descritos para planejamento BIM apresentados pelo Building Execution Planning (2010) e pelo Guia BIM (2011) da Autodesk. Estratégia: definição da missão, metas e objetivos da empresa.

142 140 Usos: definição das estratégias específicas para implantação: como será comunicação entre equipes, a execução do modelo e o gerenciamento de informações. Processo: meios e métodos pelos quais o BIM será realizado, incluindo compreensão dos processos de trabalho atuais e desenvolvimento de novos processos. Informação: definição de como serão repassadas todas as informações do modelo, o desenvolvimento. Infraestrutura: recursos necessários para apoiar a implementação BIM, incluindo software e hardware. Equipe: novos papéis, responsabilidades, estrutura da equipe ou hierarquia e programação de treinamentos. A realização da análise comparativa dos estudos de caso, trouxe grande contribuição para a elaboração deste planejamento, por meio da compilação dos dados, reuniões, apresentações, bem como dos resultados dos questionários que foram respondidos pelos escritórios de arquitetura. Com a base teórica e a participação ativa, ou seja, o envolvimento da autora deste trabalho no estudo de caso A, analisando e vivenciando o desenvolvimento dos projetos e reuniões de planejamento, foi possível definir diretrizes que podem auxiliar os escritórios de arquitetura na elaboração deste planejamento. 6.3 ETAPAS DO PLANEJAMENTO Nas seções seguintes descreve-se cada etapa, bem como os procedimentos necessários para a elaboração de cada item do planejamento Identificar Usos e Objetivos para o BIM Como qualquer novo processo, a implantação da BIM dentro de um escritório terá uma curva de aprendizado associada. Em razão disso, é importante existir um planejamento adequado, pois a falta de familiaridade com a tecnologia pode trazer riscos para a implantação, como o atraso na entrega de projetos. É importante definir elementos de planejamento, tais como as metas e objetivos (Quadro 16) que a empresa busca ao implantar a tecnologia BIM, proporcionando maior

143 clareza ao processo, e assim reduzindo riscos para o escritório. Isso pode ser feito através de reuniões com a equipe de projetos, que definirá, a partir do projeto selecionado, quais são as suas necessidades para a utilização da tecnologia. Prioridade (de 1 a 3) Quadro 16 Exemplos de objetivos e prioridades BIM Descrição objetivo 1 Redução do cronograma de desenvolvimento de projeto Uso potencial da BIM Revisões nos projetos de arquitetura 2 Aumentar a eficiência do projeto Coordenação em 3D 1 Eliminar conflitos de arquivos Coordenação em 3D Nível de prioridade: 1.Alta; 2.Média; 3.Baixa Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010). 141 Outra questão importante a ser definida é como a BIM será utilizada nos projetos, com o objetivo de melhorar os processos internos de trabalho, deixando claras as atividades dos membros da equipe e a experiência necessária para cada etapa do projeto (Quadro 17). Quadro 17 Exemplo de uso do BIM FASE DO PROJETO IMPLANTAR (S/N/ Talvez) Líder principal USO DO BIM Responsáveis Outros participantes Nível Experiência (1-3) 3= Alto Comentários Definir níveis de Criação do projeto Sim Arquiteto Equipe Projeto 3 detalhamento Consultor Equipe projeto Definir qual tipo de Certificação LEED Sim 3 LEED Arquiteto certificação Modelar as informações Engenheiro de acordo com as Estimativa de custo Sim Arquiteto orçamentista 3 necessidades de Equipe projeto quantitativos. Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010) Planejar Níveis de Maturidade BIM Ao implantar a BIM em um escritório, é difícil estabelecer até onde será possível utilizar a tecnologia e os prazos estabelecidos. Com a criação de um planejamento de nível de maturidade (como mostrado no Quadro 18) é possível estabelecer o nível desejado para cada utilização da BIM, facilitando a organização e previsão de treinamentos, aquisição de novos equipamentos, criando as condições necessárias previamente.

144 142 Quadro 18 Exemplo de maturidade BIM Nível de Maturidade Descrição 0- Não existente A implantação da BIM ainda não foi incorporada aos processos de projeto atuais e ainda não tem metas e objetivos estabelecidos, 1- Inicial O início do processo já produz resultados com os objetivos específicos definidos. No entanto, o processo de trabalho ainda não é satisfatório. O ambiente de trabalho ainda não foi estabelecido com os novos processos. 2- Gestão O processo já é planejado e executado de acordo com o planejamento realizado. Já possui pessoas qualificadas e possuem recursos adequados para o trabalho. Os processos já são monitorados, controlados e revistos. 3- Definição O processo é feito sob medida para os padrões da organização, em concordância com as diretrizes do escritório. Existe uma descrição estabelecida que é seguida, todos os projetos servem de experiência para aprimoramento do trabalho. 4- Gestão de quantitativos São geradas estatísticas a partir de projetos desenvolvidos, buscando aumentar a qualidade e o desempenho dos objetivos definidos no início da implantação. Neste nível de maturidade, são identificadas ações corretivas. 5- Otimização O processo passa por melhoria contínua através de processos inovadores e melhorias tecnológicas baseados em quantitativos gerados constantemente. Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010). É importante que os escritórios consigam trabalhar plenamente em cada nível definido. Não é recomendado tentar passar ao nível mais alto sem primeiro alcançar e ter sucesso nos níveis mais baixos Processo de Projeto BIM Avançando no planejamento, é essencial entender e documentar o processo de projeto atual do escritório. Essa tarefa trará uma compreensão global dos processos realizados pela equipe e auxiliará no processo de transição para a tecnologia BIM. Os processos do escritório deverão ser documentados por meio de reuniões, pelo responsável para cada equipe do escritório ou pela observação de tarefas do dia a dia. Estes registros do processo devem ser elaborados usando preferencialmente algum tipo de mapeamento de processo definido em reuniões pela equipe do escritório. O mapa após definido deve ser revisado e corrigido até representar o fluxo de trabalho do escritório. Para realizar o mapeamento recomenda-se adotar o Building Execution Planning (2010) que cita dois importantes passos: 1) Elaborar um mapa com a visão geral do processo de projeto do escritório; 2) Elaborar mapas detalhados, com a sequência dos processos que serão executados, Nestes mapas também pode ser considerado os responsáveis por cada processo, qual o conteúdo da informação, como são as trocas de informações e o que será compartilhado com outros processos, conforme exemplo na Figura 37.

145 143 Figura 37 Exemplo de processo de projeto mapeado elaboração de maquete virtual Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010) Com os processos definidos é preciso revisar e definir a integração da BIM. Para isto é necessário incluir, substituir ou adicionar processos dentro do mapa. Com essa integração é possível identificar as necessidades como a compra de software, treinamento, criação de orientações de novos processos e verificações Troca de Informações Após o desenvolvimento dos mapas de processos, é preciso entender como serão realizadas as trocas de informações entre os projetistas da equipe. Para isso, a equipe precisa entender como cada informação é necessária para utilização da tecnologia BIM e quem é o responsável por controlar essas trocas de informação (Quadro 19). Quadro 19 Exemplo de responsáveis pelo modelo

146 144 RESPONSÁVEIS ARQ COM TER GF INST EST Arquiteto Construtora Terraplanagem Gerente de Facilities Projetista de Instalações Engenheiro de Estruturas Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010). Para determinar as informações para cada equipe de trabalho, segundo o Building Execution Planning (2010) existem duas questões principais que devem ser abordadas: 1) Que elementos da construção serão controlados? E quais informações seriam necessitam ser acompanhadas? 2) Qual o nível de desenvolvimento para cada elemento do modelo? Quando um elemento é identificado como importante para o desenvolvimento do modelo, é preciso determinar qual deve ser o nível de detalhe (NDD 11 ) necessário para conseguir extrair todos os benefícios deste modelo. É preciso criar uma classificação para os níveis de detalhamento de um projeto, o Quatro 20 mostra um exemplo criado pela AIA (The American Institute of Architects), quadro este que não é um padrão, sendo importante cada escritório criar o seu ou adotar algum existente, elaborado por alguma organização da indústria. Quadro 20 Exemplo de níveis de detalhamento NÍVEL DE DETALHE (NDD) DESCRIÇÃO NDD 100 Construção geral, com indicativo de área, altura, volume, localização e Esquema do projeto orientação que podem ser modelados em 3D NDD 200 Os elementos do modelo são modelados de forma geral, ou com Modelo de desenvolvimento de projeto quantidades aproximadas, tamanho, forma, localização e orientação. NDD 300 Os elementos do modelo são modelados como conjuntos específicos, Modelo de documentação da precisos em termos de quantidade, tamanho, forma, orientação e construção localização. NDD 400 Modelo da construção NDD 500 Registro do modelo Os elementos do modelo são modelados como conjuntos específicos e informações precisas de tamanho, forma, localização, quantidade e orientação com informações sobre fabricação, montagem e detalhamento da construção. Os elementos são modelados como conjuntos construídos reais e precisos em termos de tamanho, forma, localização, orientação, quantidade. Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010). 11 Abreviatura adotada pela autora, em substituição à abreviatura em inglês LOD (Level of Detail)

147 Infraestrutura Necessária Ao planejar todas as necessidades para implantar a tecnologia BIM é importante considerar todos os recursos necessários para executar todos os processos. Para cada utilização, a equipe de projeto deve determinar quem irá executar, e estabelecer um plano para deixar a equipe apta a desenvolver o projeto, de acordo com tamanho, complexidade, nível de detalhe, além de determinar quem irá supervisionar a equipe. Outra questão é o armazenamento de arquivos e sistemas de backup, estrutura de pastas de arquivos, padrão de nomenclatura para os arquivos, bibliotecas padrão necessárias e padrões para troca de informações, interna e externamente. A gestão e controle da qualidade também são muito importantes para o projeto. A qualidade de um modelo pode afetar o projeto, por isso o escritório deve ter processos de controle de padrão de qualidade, que deverão ser documentados e permitir uma fácil aplicação, garantindo a qualidade exigida para cada uso do modelo (Quadro 21). Quadro 21 Exemplo de controle de qualidade Verificação Objetivo Responsável Checklists visuais (modelo e tabela) Checagem de interferências Garantir que as informações estejam coordenadas e compatíveis, e que os requisitos de projeto foram seguidos. Detectar interferências construtivas entre as disciplinas Fonte: A autora (adaptado de Building Execution Planning, 2010). Escritório de Projeto Compatibilização A equipe do escritório também deve avaliar as necessidades da aquisição de software e hardware. As atualizações necessárias também devem ser consideradas, para garantir o bom desempenho do modelo. Equipamento inadequado resulta em menor produtividade e maior tempo e custo para cada uso da BIM. As formas de entrega do projeto precisam ser estabelecidas com base nas características de cada projeto. A equipe de projeto deve desenvolver uma linguagem de projeto BIM que precisa ser incorporada aos contratos, pois é preciso criar mecanismos de controle de autoria nas alterações do modelo ao longo da execução e manutenção do projeto Equipe Necessária Não ter a equipe adequada, constitui um dos fatores mais críticos para a implantação bem sucedida da BIM. Para montar essa equipe, é preciso considerar a estrutura

148 146 organizacional do escritório, os diferentes papéis e responsabilidades e a formação adequada de cada profissional envolvido. No desenvolver dos primeiros projetos, uma boa opção é a contratação de um consultor externo para resolver todas as dúvidas da equipe de projeto. No entanto, é necessário que este consultor entenda todos os processos adotados pelo escritório para que seu trabalho realmente seja eficiente. No entanto, conforme explica o Singapore BIM Guide (2012) dois possíveis novos perfis foram identificados com a implantação da BIM nos escritórios de projeto: o Gerente de Projeto BIM e o Coordenador BIM, conforme se pode ver no Quadro 22. Quadro 22 Novos profissionais com a implantação da BIM Papel Responsabilidades na gestão do modelo Responsabilidades BIM Gerente de Projeto BIM Coordenação do uso da BIM no projeto; determinação de atividades de compartilhamento de informações; controle de qualidade; planejamento; execução da BIM no escritório. - Supervisão; - Gestão e execução; Coordenador BIM Execução do projeto, formulação de estratégias de BIM em conjunto com o gerente de projetos; elaboração de mapa BIM para cada projeto; determinação dos usos da BIM para os projetos como simulações, análise e documentação. Fonte: A autora (adaptado de Singapore BIM Guide. 2012)). - Coordenação com a equipe de projeto; - Revisão do modelo. Essas duas novas funções podem ser realizadas por membros da equipe de projeto, como os gerentes de projeto ou coordenadores. Além de garantir que os objetivos sejam alcançados, o Gerente de Projeto BIM deve organizar a equipe para que todos trabalhem em conjunto, resolvendo os conflitos de projeto de forma eficiente, melhorando os processos do escritório, auxiliando na resistência à mudança de software e formas de trabalho. É de sua responsabilidade levar o processo de planejamento até sua fase final. A equipe que estará desenvolvendo os projetos em BIM precisará ter uma compreensão básica do que é BIM e o que isso significa para o escritório. Os profissionais envolvidos precisam ter domínio de um software específico e todos os processos que serão implantados. Esses processos poderão ser explicados à equipe pelo líder BIM, após o planejamento ter sido realizado. Durante o processo de planejamento, todas as informações que estão sendo criadas precisam estar documentadas e com acesso a todos os envolvidos no planejamento Assim as informações podem ser atualizadas e modificadas conforme a necessidade do escritório.

149 6.4 PROPOSTA DO MODELO DE PROCESSO DE PROJETO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM 147 Para elaboração do modelo, foram utilizadas as etapas de projeto consideradas pela ASBEA (2000). Para ilustrar o processo de desenvolvimento do projeto (fluxos) e as etapas, foi adotada a mesma disposição empregada por Melhado (2005), que destaca além das etapas do processo, os agentes envolvidos, as etapas do empreendimento e as disciplinas envolvidas. As etapas envolvem o levantamento de dados, o estudo preliminar, o anteprojeto, o projeto legal, o projeto executivo (subdividido em projeto pré-executivo, projeto básico, projeto de execução e detalhes de execução;) caderno de especificações; compatibilização; coordenação; gerenciamento dos projetos; assistência à execução da obra, serviços adicionais (opcional). De acordo com as informações coletadas nos estudos de caso, foi realizada uma adequação, de acordo com as necessidades exigidas pelo projeto quando o mesmo é desenvolvido com a BIM. Foram adotadas as seguintes etapas: (a) concepção, (b) desenvolvimento e (c) conclusão (Figura 38). Figura 38 Etapas do modelo Fonte: A autora, Segue nas seções a seguir, a inclusão das necessidades que a tecnologia BIM exige para elaboração dos projetos em cada uma destas três fases propostas Fase de Concepção A etapa inicial é marcada pelo primeiro contato entre o escritório de arquitetura e o cliente. Nessa primeira etapa é feita a identificação das necessidades do cliente para em seguida ser elaborada a proposta para elaboração do projeto. Após a aprovação desta proposta, é elaborado o contrato. Nesta fase é realizado o levantamento de dados do terreno, com a consulta a todos os órgãos legais necessários. Em seguida, é realizada a definição do

150 148 programa de necessidades juntamente com o cliente, seguindo então para o desenvolvimento do estudo preliminar. Após todo este processo de abertura e identificação de necessidades, é necessária a primeira reunião com o líder BIM* ou arquiteto diretor do escritório que pode desenvolver essa função. Isto para que sejam definidos os objetivos do modelo de arquitetura, apresentando a todos da equipe técnica quais as necessidades da modelagem do projeto. Após a identificação dos objetivos, é preciso definir como será realizada a troca de informações durante o desenvolvimento do projeto. Com isso identificam-se quais os projetistas envolvidos no projeto que trabalharão com a tecnologia BIM e como será realizada a troca de informações entre todos. Nesta etapa, são identificados quais são os membros da equipe técnica que possuem a qualificação necessária para a modelagem se necessita desenvolver para o projeto em questão. 12 A Figura 39 ilustra o fluxo de desenvolvimento desta primeira fase. Figura 39 Fase de concepção Fonte: A autora, * A função de Líder BIM pode ser exercida por um profissional específico para essa função ou também poder ser exercida pelo arquiteto diretor do escritório, que tenha se qualificado para desempenhar as funções exercidas pelo Líder BIM.

151 149 A importância de se definir os objetivos da modelagem já na fase de concepção é significativa. A equipe de projetos identificará antecipadamente as necessidades que este projeto exigirá ao longo do seu desenvolvimento, podendo assim definir melhores estratégias de trabalho, como a criação de bibliotecas necessárias para o projeto e a utilização de template adequado às informações que o projeto a ser desenvolvido exigirá. A mesma situação ocorre na definição das trocas de informações. Estas precisam ser detalhadas ainda nesta fase inicial, pois com esse planejamento, não se corre o risco de definir um membro da equipe técnica que não tenha a qualificação necessária para desenvolver o modelo, atrasando o desenvolvimento do projeto Fase de Desenvolvimento No estudo preliminar são aplicadas todas as informações recolhidas pelo arquiteto com o cliente, ou seja, é quando é elaborada a representação do projeto para apresentação, com o desenvolvimento de maquetes eletrônicas para melhor entendimento do volume do projeto. Com a utilização da tecnologia BIM, na fase de desenvolvimento do estudo preliminar, existem duas opções que podem ser realizadas: (a) sem detalhamentos, desenvolvendo imagens tridimensionais em outro programa para apresentação do cliente ou (b) com os principais materiais de acabamento definidos e geração de imagens tridimensionais para o cliente, com a utilização apenas do Revit. A segunda alternativa se mostra ideal, pois dessa forma, o escritório diminui retrabalhos, obtendo a imagem gerada a partir de um único software. A opção por desenvolver a imagem tridimensional ainda ocorre, em razão dos escritórios estarem ainda acostumados a definir acabamentos e materiais apenas na fase de projeto executivo. Com a tecnologia BIM estas definições podem ser realizadas e apresentadas ao cliente na fase de estudo preliminar. Com a aprovação do estudo preliminar, é preciso criar as etapas do modelo (exemplos: anteprojeto, executivo, projeto básico) e definir o nível de detalhamento de cada etapa que foi criada. Após a definição das etapas e dos níveis de detalhamento é preciso identificar em quais categorias serão elaboradas cada etapa do modelo (exemplos: categorias de janelas, portas, pisos, paredes). A Figura 40 ilustra o desenvolvimento proposto para a segunda fase.

152 150 Figura 40 Fase de desenvolvimento Fonte: A autora, Após todas essas definições, o planejamento para modelagem estará completo e o anteprojeto será desenvolvido de forma que, ao final, se consiga extrair as informações definidas no início do desenvolvimento do modelo de arquitetura Fase de Conclusão Faz parte da fase de conclusão o projeto executivo que é subdividido em: projeto préexecutivo, projeto básico, projeto de execução e detalhes de execução; caderno de especificações; compatibilização; coordenação; gerenciamento dos projetos; assistência à execução da obra, serviços adicionais (opcional). Com a tecnologia BIM, a busca de especificações de materiais de acabamento e a definição de materiais de construção podem ser realizadas na fase de anteprojeto.

153 151 Com essas questões definidas, a fase de conclusão que inclui a elaboração do projeto executivo tem seu tempo reduzido, pois os projetos já estão prontos. Também se ganha tempo com a questão dos detalhamentos, pois com a BIM esses detalhes já foram definidos no anteprojeto. O mesmo acontece com a compatibilização, pois caso os projetistas das demais especialidades trabalhem com BIM, faz-se a junção de todos os projetos, sendo possível realizar a compatibilização automaticamente. Para manter a qualidade do modelo, é preciso criar mecanismos de controle, para que seja possível realizar a correção do modelo e identificar possíveis erros. A seguir é apresentado o fluxo da fase de conclusão. (Figura 41). Figura 41 Fase de conclusão Fonte: A autora (2012) A etapa de controle da qualidade do projeto entra na fase de conclusão, pois é quando a equipe que desenvolveu o projeto irá fazer uma análise geral do modelo desenvolvido com base no que foi definido nos objetivos do projeto. Após essa análise será emitido um relatório com os itens que foram atendidos, e a justificativa quanto aos itens que não foram atendidos. É preciso definir como será a entrega do projeto, com a definição da autoria do projeto e como serão controladas as alterações no modelo ao longo da sua utilização.

154 6.4.4 Apresentação do Fluxo do Modelo de Processo de Projeto Completo e Considerações Finais 152 Com a apresentação dos fluxos divididos por fases, foi possível esclarecer onde a tecnologia BIM é incluída, quais suas necessidades e formas de trabalho. Segue na Figura 42 o fluxo completo do modelo de processo de projeto proposto como ideal. Figura 42 Fluxo do modelo de processo de projeto com uso da tecnologia BIM (Continua)

155 153 Figura 42 Fluxo do modelo de processo de projeto com uso da tecnologia BIM (Conclusão) Fonte: A autora, Os estudos de caso apresentados contribuíram fundamentalmente para a elaboração deste modelo. Com os dados obtidos e com a experiência vivenciada nos estudos de caso foi possível identificar o que se pode considerar como sendo erros de procedimentos durante a elaboração dos projetos. O modelo que é aqui proposto busca corrigir a sequencia das várias etapas (e consequentemente, os requisitos, participantes e produtos correspondentes), na busca de um modelo mais adequado, aqui considerado como ideal dentro do contexto de escritórios

156 que iniciam a implantação da BIM. A figura 43 apresenta, de forma mais resumida os fluxos das empresas investigadas em comparação com o fluxo proposto. 154 Figura 43 Comparação das etapas de projeto das empresas A, B, C, D e modelo proposto Fonte: A autora (2012) Nesta comparação, as principais mudanças que o modelo propõe são as seguintes: a) Foi retirada a fase de Definição porque o termo Desenvolvimento é mais adequado em razão de existir definições de projeto e início do desenvolvimento do projeto com a elaboração do anteprojeto. Foi acrescentada a fase de Conclusão em razão de que nas empresas investigadas o processo foi acompanhado até a fase

157 155 de anteprojeto e no modelo proposto, abrange a conclusão onde há necessidade de serem inseridas instrumentos de controle e entrega do modelo. b) A etapa de Identificação Dos Objetivos da Modelagem saiu da fase de Desenvolvimento e passou para a fase de Concepção porque é importante que os objetivos da modelagem do projeto sejam definidos antes do início do desenvolvimento do projeto, pois é onde se identifica as necessidades do modelo de arquitetura. c) A etapa de Definição das Trocas de Informações passou para a fase de Concepção porque como é nesse item que se identifica os membros da equipe que tem a habilidade necessária e quais os projetistas estarão envolvidos no projeto, é importante que isso seja definido antes do desenvolvimento do projeto. d) A etapa de Controle de Responsabilidades também passou a acontecer mais cedo, indo também para a fase de Concepção, pois as identificar os membros da equipe de desenvolverão o modelo, é preciso definir o que cada um irá fazer para na etapa final realizar o controle de qualidade. e) As etapas de: (a) Criação das etapas do modelo (b) Definição de níveis de detalhe (c) Definição das categorias de modelagem e (d) Elaboração do anteprojeto continuam na fase de desenvolvimento de projeto, pois são definições a serem realizadas após a aprovação do estudo preliminar. f) Na Conclusão o item Controle de Qualidade manteve-se no mesma fase, pois esse controle é realizado após a finalização do projeto. Mesma situação ocorre nos projetos executivos e detalhamentos que só são elaborados após aprovação do anteprojeto. g) A etapa Formas de entrega do modelo passou da fase de desenvolvimento, pois só é realizada com o projeto já finalizado e aprovado. É importante explicar que este fluxo de modelo pode ser adaptado de acordo com as características organizacionais do escritório que for implantá-lo. Em escritórios que estão iniciando o uso da tecnologia BIM, a implantação deste modelo poderá passar por algumas barreiras inicias, como a não adoção de alguns procedimentos de controle. Porém cabe salientar que a experiência dos escritórios cresce a medida que todos os membros da equipe técnica começam a conhecer e se envolver com novos processos de trabalho, novos softwares e novas formas de controle do projeto.

158 156 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS CAPÍTULO 7 O objetivo inicial proposto para este trabalho foi elaborar de um modelo de processo de projeto com o uso da tecnologia BIM para escritórios de arquitetura, a fim de contribuir para melhores práticas de trabalho. Entende-se que esse objetivo foi alcançado, não apenas pela realização dos estudos de caso, mas principalmente pela análise dos resultados desta pesquisa, apresentada no item 5.6, quando foram discutidos as formas de trabalho e o planejamento para implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura. 7.1 Considerações sobre o método empregado O método de investigação adotado nesta dissertação contribuiu positivamente para responder ao problema da pesquisa e alcançar os objetivos propostos. Todos os passos da pesquisa (revisão bibliográfica direcionada a tecnologia BIM, modelos e processos de projeto, apresentação clara da análise qualitativa, elaboração do protocolo de pesquisa, aplicação da entrevista nos escritórios de arquitetura, análise comparativa dos dados obtidos e, por fim, a proposta do modelo de processo de projeto) foram considerados satisfatórios para concluir o trabalho. A aplicação da entrevista contribuiu para uma análise qualitativa dos casos. Com a compilação de todas as informações, conseguiu-se responder ao problema da pesquisa, ou seja, foi possível confirmar o quanto a tecnologia BIM vem alterando o desenvolvimento do processo de projeto nos escritórios de arquitetura. Nas quatro empresas analisadas, a equipe técnica comentou que com o uso da tecnologia BIM a elaboração dos projetos passou a ser desenvolvida de forma colaborativa. Com profissionais trabalhando em um mesmo arquivo, foi verificada a diminuição dos erros projeto, aumentando a qualidade e a produtividade do escritório. O objetivo principal desta pesquisa, que foi propor melhores práticas de trabalho, apresentando um modelo de processo de projeto a fim de auxiliar os escritórios de arquitetura a fazer um planejamento para implantação e desenvolvimento dos projetos em BIM, também foi atingido. A proposta foi dividida em duas etapas: a primeira com diretrizes para auxiliar no processo de implantação e a segunda consequentemente para desenvolver os projetos em BIM.

159 157 Quanto aos objetivos específicos investigar os principais modelos nacionais e internacionais de processo de projeto de edificações existentes este objetivo foi atingido por meio de um extenso estudo sobre os modelos de processo de projeto apresentados na revisão bibliográfica, tendo contribuído para entender modelos de processo de projeto propostos por pesquisadores brasileiros. Outro objetivo específico estudar ferramentas e diretrizes para a modelagem do processo de projeto que permitam representam os subprocessos envolvidos de forma clara e completa foi alcançado através da revisão bibliográfica, pela qual foram destacados e utilizados como base os modelos propostos por Tzortzoupoulos (1999) e por Melhado (2005). O protocolo da pesquisa possibilitou atingir o objetivo específico descrever as práticas adotadas no planejamento e implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura. Com a entrevista foi possível entender como estes escritórios de arquitetura estão começando a trabalhar com a tecnologia BIM, quais os tipos de planejamento estão sendo feitos para implantá-la. Com isso confirmou-se que ainda encontramos em um estágio inicial da adoção da tecnologia, pois todos os escritórios ainda desenvolvem apenas os projetos de arquitetura, não existindo ainda a participação conjunta de arquitetos com projetistas das demais áreas e engenharias, para que possa ser feita a compatibilização. Além disso, análises como: adequação de iluminação, eficiência energética, conforto térmico, dentre outras, ainda não são possíveis. Como pressuposto desta pesquisa, tem-se que os escritórios de arquitetura não utilizam um planejamento formal e completo para começar a desenvolver seus projetos em BIM. Este pressuposto foi verificado e confirmado, visto que nenhum escritório possui um planejamento completo para o início do desenvolvimento de seus projetos com a BIM. No escritório onde houve planejamento, este não foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura, mas, sim, por uma empresa coordenadora de projetos, contratada pelo cliente. 7.2 Considerações sobre os estudos de caso. Por meio da pesquisa realizada constatou-se que a implantação e o desenvolvimento dos projetos com uso da tecnologia BIM ainda encontra-se em fase preliminar no Brasil, existindo poucas exceções, como os grandes escritórios de arquitetura, que por possuírem uma equipe mais estruturada, conseguem avançar na utilização da tecnologia. De uma forma geral, existe uma grande tendência dos escritórios de projeto não desenvolverem um planejamento adequado para implantação da tecnologia BIM. Entretanto,

160 158 nos casos estudados, a principal constatação é a de que os profissionais sabem da existência de guias de implantação, no entanto, dificilmente são adotados, em razão da falta de conhecimento de língua estrangeira por parte da equipe técnica (o que se deve lastimar face a globalização do mundo nas últimas décadas e pelas possibilidades de projeto conjunto com projetistas de outros países, permitidas com a evolução da internet É evidente que os escritórios anseiam por aumentar a qualidade e produtividade de seus projetos, e pretendem conseguir essas vantagens com a utilização da tecnologia BIM. No entanto, sem ter o conhecimento das mudanças no processo de trabalho que irão ocorrer e as necessidades do escritório em termos de equipe técnica e equipamentos, a tecnologia BIM pouco irá contribuir para a melhoria de seus projetos. É nítido verificar que, de modo geral, os escritórios de arquitetura apresentam dificuldades em mudar seu método de trabalho, com destaque para a utilização de novos softwares, como aqueles que utilizam em sua plataforma a tecnologia BIM. Os softwares ainda estão sendo subutilizados, pois as informações relativas a outros integrantes do processo não estão sendo agregadas ao modelo. Conclui-se que há um grande caminho a ser percorrido pelo setor de projetos da construção civil. É necessário a maior participação de fornecedores e outros projetistas no processo como um todo para que maiores vantagens sejam alcançadas com a tecnologia. Alinhar o desenvolvimento do processo de projeto utilizando a tecnologia BIM, com as reais necessidades dos escritórios de arquitetura, ainda pode ser considerado um grande desafio para a indústria da construção civil. Além disso, os escritórios de arquitetura estão envolvidos em práticas atuais de projeto, nas quais dificilmente chega-se à fase de projeto executivo, com todos os detalhamentos necessários para a execução da obra. Tais práticas colaboram para a baixa qualidade dos projetos e são grandes obstáculos para a introdução de melhorias no processo de desenvolvimento de projetos. Com toda certeza, são mudanças que deverão impactar também os cursos de arquitetura e engenharia de nosso país. Os estudantes de arquitetura necessitam ampliar seu conhecimento no campo tecnológico acerca de materiais de construção, sistemas e processos de construção. Uma visão integrada deverá chegar aos currículos destes cursos, bem como às possibilidades de estágios ao longo da graduação. Por outro lado, profissionais com o perfil interdisciplinar desejável para atuar dentro desta nova forma de desenvolver os projetos dificilmente serão formados de forma rápida e completa pelas universidades, de tal forma que, as dificuldades dos escritórios não serão resolvidas em curto prazo. Transpor as dificuldades

161 financeiras para aquisição de hardware e software será, certamente, mais fácil que resolver as lacunas de qualificação dos profissionais de projeto Sobre o modelo proposto É intenção da autora que o modelo proposto possa contribuir com os arquitetos e escritórios que objetivam a implantação da nova tecnologia e uma nova forma de desenvolver seus projetos. A proposta do modelo foi dividida em duas etapas: a primeira apresentando formas de realizar a implantação no escritório e a segunda para adotar o fluxo do modelo apresentado. A proposta procura auxiliar o arquiteto desde o planejamento para implantação da BIM, auxiliando nos procedimentos a serem verificados e implantados antes do início do desenvolvimento dos projetos. Para a implantação são propostas as diretrizes de execução, elaboração e controle do projeto, sendo detalhadas as etapas a serem cumpridas. Para a proposta do modelo, houve a preocupação de se criar e uma estrutura objetiva, um conjunto de procedimentos simples, que possa atingir os escritórios de arquitetura menores, aqueles que normalmente não adotam nenhum tipo de planejamento. Lembrando que os manuais existentes são direcionados para escritórios de grande porte. 7.4 Contribuições da pesquisa Como contribuições da pesquisa, foram escolhidos quatro principais instrumentos desenvolvidos nesta dissertação que podem ser replicados para outros estudos acadêmicos ou na prática para uso nos escritórios de arquitetura. Com relação às contribuições às acadêmicas: Método de pesquisa o método de pesquisa desenvolvido pode ser replicado em outras pesquisas de estudos de caso qualitativos. Protocolo de pesquisa o protocolo de pesquisa pode ser replicado para outros estudos que contenham foco nos assuntos de processo de projeto, implantação e processos de trabalho com o uso da BIM. Com relação às contribuições empresariais: Proposta para implantação da tecnologia BIM: foi desenvolvida uma proposta que pode ser adaptada ao porte do escritório de arquitetura, mas que, dentro de seu

162 160 conteúdo de forma geral, abrange todos os procedimentos que são necessários para uma implantação eficiente. Modelo de processo de projeto com uso da BIM: este modelo traz, como contribuição, a identificação e organização de todas as etapas necessárias para os escritórios trabalharem com BIM, por meio de um novo e adequado sequenciamento das atividades, relações de precedência, agentes envolvidos e produtos gerados em cada etapa. 7.5 Sugestões para trabalhos futuros Esta pesquisa teve como objetivo principal a proposição de um modelo de processo de projeto com o uso da tecnologia BIM a fim de auxiliar os escritórios de arquitetura a trabalhar com essa tecnologia de forma eficiente no desenvolvimento de seus projetos. Sendo uma proposta, faz-se necessária a sua aplicação na prática, com o objetivo de revisá-la e validá-la. A aplicação do modelo, portanto, constitui uma alternativa de investigação futura. Outras sugestões para trabalhos futuros podem ser: Propor e avaliar técnicas didáticas para ensino da BIM nos cursos de graduação e pós-graduação, como forma de verificar as dificuldades relacionadas ao ensino de projeto nos cursos de arquitetura e engenharia; Discutir de forma mais aprofundada sobre os temas que surgiram nas entrevistas, a exemplo da importância de se capacitar profissionais para desenvolver um modelo de qualidade; Produzir trabalhos relacionados aos custos envolvidos com a implantação da tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura. Assim como, investigações e levantamentos sobre redução de custos de construção decorrentes da adoção eficiente da BIM nos projetos. Identificar outros aspectos relacionados à tecnologia BIM, como o planejamento e gerenciamento da construção.

163 161 REFERÊNCIAS ABBUD, P. R. Design da informação: requisitos de projetos para um sistema de gerenciamento no processo projetual do produto edificação. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Engenharia e Faculdade de Arquitetura, Porto Alegre, AMBROZEWICZ, P. H. L. Qualidade na Prática: Conceitos e Ferramentas. Curitiba: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional do Paraná, Disponível em: < %20exerc%C3%ADcios/ModuloA%20SENAI.pdf>. Acesso em: 08 jan ANDRADE, M. L. V. X; RUSCHEL, R. C. Interoperabilidade de aplicativos BIM usados em arquitetura por meio do formato IFC. Gestão e Tecnologia de Projetos, v. 4, n. 2, p , nov ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Roteiro básico de desenvolvimento de projetos de arquitetura. In: Manual de contratação de serviços de arquitetura para espaços empresariais. São Paulo: Pini, 2000, cap. 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: Manutenção de edificações - Procedimento. 2. ed. Rio de Janeiro: ASSOCIAÇÃO GERAL DOS EMPREITEIROS DOS EUA (AGC). Guia dos Contratantes para BIM, AGC BIM Guide for Contractors. Disponível em: Acesso em: 10 jan ASSOCIAÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO DO REINO UNIDO AEC (UK) BIM. Protocol Project BIM Execution Plan. Disponível em: Acesso em: 10 jan AYRES, C. F. Acesso ao modelo integrado do edifício. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Construção Civil do Setor de Tecnologia, Curitiba, AYRES, C.; SCHEER, S. Diferentes abordagens do uso do CAD no processo de projeto arquitetônico. In: WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS, 7., 2007, Curitiba. Disponível em: < 57.pdf>. Acesso em: 12 nov AUTODESK. Autodesk Developer Center. Disponível em: < Acesso em: 05 abr AUSTIN, A. et al.. Manipulating the Flow of Design Information to Improve the Programming of Building Design. Construction Management and Economics, n. 5, p , set

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170 168 GLOSSÁRIO Cliente: a pessoa ou organização que utilizará o produto, o serviço ou o resultado do projeto. Equipe de projeto: todos os membros da equipe do projeto, inclusive a equipe de BIM, o gerente de projetos e o coordenador. Fase do projeto: um conjunto de atividades do projeto relacionadas de forma lógica que geralmente culminam com o término de uma entrega importante. Na maioria dos casos, as fases de projeto são terminadas sequencialmente, embora possam se sobrepor em algumas situações de projeto. Modelo: representação em escada reduzida de objeto ou obra de arquitetura, que, por caracterizar uma representação possui características específicas, reduzidas de um objeto real. Quando virtual, oferece a possibilidade de percursos interativos, animação solar, cálculo de iluminação, fabricação digital e soluções personalizadas. Processo colaborativo: troca de conhecimento e experiências, onde riscos, responsabilidades e sucessos são coletivos a partir de contribuições individuais. Projeto: um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Template (ou modelo de documento ): é um documento sem conteúdo, com apenas a apresentação visual (apenas cabeçalhos, por exemplo) e instruções sobre onde e qual tipo de conteúdo deve entrar a cada parcela da apresentação por exemplo, conteúdos que podem aparecer no início e conteúdos que só podem aparecer no final.

171 169 APÊNDICE A - PESQUISA DE ESTUDOS SOBRE MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO: CONTRIBUIÇÕES PARA MELHORES PRÁTICAS UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM.

172 170 O estudo a ser pesquisado, é parte integrante da dissertação que está sendo elaborada pela Arquiteta Marcele Ariane Lopes Garbini, no Programa de Pós Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal do Mato Grosso. O objetivo deste estudo é verificar como está sendo implantada a tecnologia BIM nos escritórios de arquitetura e apontar melhores práticas de trabalho, criando um modelo de processo de projeto. Esta pesquisa se propõe a não vincular o nome de sua empresa, apenas serão utilizados os resultados coletados durante a pesquisa. Portanto, o nome de sua empresa não será vinculado ao trabalho, sendo mantido em sigilo. Obrigada pela participação! Arquiteta: Marcele Ariane Lopes Garbini Orientação: Prof. Dr. Douglas Queiroz Brandão

173 171 ETAPAS DA ENTREVISTA 1 ETAPA-DADOS DA EMPRESA A- Empresa B- Serviços da empresa C- Equipe técnica e Atividade desenvolvida 2 ETAPA- DADOS DO PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO BIM D-Instrumentos para o planejamento da empresa: objetivos, missão e expectativas com a implantação do BIM E- Instrumentos para o planejamento da equipe: guias, treinamento e consultorias. F- Definição da equipe a ser treinada. G- Definição do projeto e ser desenvolvido em BIM 3 ETAPA - DADOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO H- Ferramentas e Sistemas 4 ETAPA - DADOS DO PROCESSO DE PROJETO TRADICIONAL I- Processo de projeto - fluxograma 5 ETAPA - PROCEDIMENTOS DE TRABALHO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM J-Instrumentos de trabalho: desenvolvimento de templates, desenvolvimento de biblioteca, definição de níveis de informações, definição de novas fases, etc.

174 172 1 ETAPA - DADOS DA EMPRESA A- EMPRESA 01- Cadastramento da empresa: Nome da Empresa: Endereço: Ano de início das atividades: Cidade: Telefone de contato: Website: Nome do entrevistado: Profissão? Função na empresa: 02- Qual a média anual em m2 dos serviços técnicos desenvolvidos pela empresa: de a de a de a de a de a de a de a acima de B- SERVIÇOS DA EMPRESA 03-Atuação de serviços desenvolvidos na empresa e/ou via terceirizados: SERVIÇO ESCALA Em que é realizado o projeto Residencial Unifamiliar Residencial Multifamiliar Comercial ATUAÇÃO Industrial Saúde Urbanismo Outros? Quais: Arquitetônico Interiores Instal. Elétricas Instal. Hidráulicas Estrutural Urbano Paisagismo Programação Visual Maquete Eletrônica Outros? Quais Observações Geral: PROJETO Legenda: ESCALA EM QUE SÃO REALIZADOS OS SERVIÇOS: (0) não realiza; (1) realiza via terceirização; (2) realiza;

175 173 C- EQUIPE TÉCNICA E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2- Cadastramento da equipe técnica interna e/ou externa PROFISSIONAIS QUANTIDADE DE PROFISSIONAIS DA EQUIPE TÉCNICA ATIVIDADE/ FUNÇÃO NOME OBS. ADICIONAL Interna Externa Arquiteto Arquiteto Projetista Arquiteto Interiores Engenheiro Civil Eng. Estrutural Eng. Elétrico Eng. Topógrafo Projetista Estagiário Arquitetura Administrativo Financeiro 3- Como é a estrutura organizacional (organograma) da empresa: PERGUNTAS E OBSERVAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A EMPRESA Perguntas e observações adicionais:

176 174 2 ETAPA - DADOS DO PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO BIM D-INSTRUMENTOS PARA O PLANEJAMENTO DA EMPRESA: OBJETIVOS, MISSÃO E EXPECTATIVAS COM A IMPLANTAÇÃO DO BIM. 4- Quais os objetivos principais da empresa para adotar a tecnologia BIM? diminuir prazo de entrega melhorar qualidade do projeto melhorar apresentação dos projetos exigência do cliente auxiliar nas modificações de projeto automatizar fluxos de trabalho compatibilização dos projetos Outros. Quais? 5- A adoção da tecnologia BIM faz parte da missão de sua empresa? 6- Tem um planejamento por etapas, estabelecendo até onde o escritório irá chegar? E em quanto tempo? Sim, se a resposta for essa, responda os itens abaixo: Não, siga para próxima etapa. Como seria esse planejamento, descreva as etapas. E- INSTRUMENTOS PARA O PLANEJAMENTO DA EQUIPE: GUIAS, TREINAMENTO E CONSULTORIAS. 7- A empresa buscou algum Guia de Implantação para implantar o BIM na empresa? Sim, qual seria este guia: Não, a empresa desenvolveu um guia próprio baseado em informações pesquisadas na internet. Outros, quais? F- DEFINIÇÃO DA EQUIPE A SER TREINADA 8- Como foi o processo de treinamento da equipe? A empresa contratou uma empresa especializada em BIM para fazer o planejamento da implantação BIM. A empresa contratou um consultor em BIM para fazer o planejamento da implantação e acompanhar o desenvolvimento do primeiro projeto. Foram escolhidos alguns arquitetos para fazer o curso de Revit ou outro software, e ele começou a desenvolver os projetos em BIM, sem consultoria. Foi contratado um especialista em BIM para desenvolver os projetos na empresa.

177 A empresa mantém a equipe sempre atualizada, buscando novos cursos, palestras e seminários na área? Sim Não Frequência: Uma vez por mês Uma vez a cada 3 meses Uma vez a cada 6 meses Uma vez por ano G- DEFINIÇÃO DO PROJETO A SER DESENVOLVIDO EM BIM 10- Como foi a escolha do primeiro projeto a ser desenvolvido em BIM A empresa escolheu um projeto já executado para fazer um "treinamento" primeiro. A empresa escolheu um projeto pequeno para desenvolver em BIM. A empresa escolheu um projeto grande para desenvolver em BIM, acreditando ser a melhor forma, pois assim, encontraria várias dificuldades e teria um conhecimento maior ao final do projeto. 11- Quais as maiores dificuldades entradas no desenvolvimento deste primeiro projeto Dificuldades no próprio software. Tamanho dos arquivos gerados. Dificuldades em entender o novo processo de trabalho - informações geradas, detalhamento, etc. Outras. Quais? H- FERRAMENTAS E SISTEMAS 3 ETAPA - DADOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 12- Qual o software utilizado para elaborar os projetos em BIM 13- Teve conhecimento inicialmente da necessidade da aquisição de hardwares e softwares I- PROCESSO DE PROJETO 4 ETAPA - DADOS DO PROCESSO DE PROJETO 14- A empresa buscou conhecer as mudanças que aconteceriam nos processos de trabalho ao utilizar o BIM? Sim

178 176 Não 15- A composição da sua equipe de projetos mudou, após a implantação do BIM? Sim Não 16- Como era a sua equipe de projetos antes da implantação do BIM? 17- Como ficou sua equipe de projeto após a implantação do BIM? 18- Com a adoção da tecnologia BIM é preciso maior número de informações do projeto na fase inicial - Estudo Preliminar? Sim Não 19- Para trabalhar com projetos em BIM vocês identificaram a necessidade de profissionais mais qualificados? Sim Não Por quê? 5 ETAPA - PROCEDIMENTOS DE TRABALHO UTILIZANDO A TECNOLOGIA BIM J- INSTRUMENTOS DE TRABALHO: DESENVOLVIMENTO DE TEMPLATES, DESENVOLVIMENTO DE BIBLIOTECAS, DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE INFORMAÇÃO, DEFINIÇÃO DE NOVAS FASES, ASPECTOS CONTRATUAIS E ENTREGAS DO MODELO. 20- Para utilização nos projetos, foi desenvolvido template exclusivo do escritório? Sim Não 21- Foi a equipe do escritório que desenvolveu o template?

179 177 Sim Não 22- Foi contrato uma empresa específica para desenvolver o template, de acordo com as necessidades dos projetos do escritório? Sim Não 23- De quanto em quanto tempo é feita essa atualização? 1 vez por mês 1 vez a cada 02 meses 1 vez a cada 03 meses 1 vez a cada 06 meses Não é feita a atualização 24- Quem faz a atualização? A equipe do escritório que desenvolveu. A empresa contratada para o desenvolvimento e atualização. Não é feita a atualização. 25- Como é feita a atualização deste template? 26- Para utilização nos projetos, foi desenvolvido biblioteca exclusiva do escritório? Sim Não 27- Foi adotado um padrão para a nomenclatura das famílias e objetos a serem modelados? Sim Não 28- O escritório tem um planejamento do que tem que ser modelado? De acordo com a fase do projeto? Sim Não Como é esse planejamento? 29 - Como foram definidas essas fases? E quais são essas fases? 30- Quais as principais barreiras para adoção do BIM? 31- Quais as suas reflexões sobre as tendências do BIM para o futuro? 32- Você tem algum comentário adicional que você considera importante?

180 178 APÊNDICE B RESULTADO DA SURVEY REALIZADA PARA INVESTIGAR MODELOS DE PROCESSO DE PROJETO ADOTADOS PELOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA.

181 Em que estado/país fica seu escritório de arquitetura? 2. Há quanto tempo tem seu escritório de arquitetura? 3. Qual a quantidade de funcionários do seu escritório de arquitetura?

182 Quais os projetos que seu escritório desenvolve? Dentro da categoria outros, foi solicitado para apresentar quais os outros tipos de projetos elaborados pelo escritório, obteve-se o seguinte resultado: Projetos de Hospitais, Projetos Institucionais, Loteamentos, Arquitetura Educacional, Arquitetura promocional. 5. Existe alguma roteiro para iniciar um projeto em seu escritório? 6. Se a respostar anterior for sim, responda: Você criou esse roteiro? 7. Você adequou de algum roteiro existente? Qual?

183 Você conhece modelos de processos de projeto desenvolvidos por pesquisadores brasileiros/estrangeiros? 9. Se conhece, já implantou algum desses em seu escritório? Qual?

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