UNIDADE 4. Introdução à Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas
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- Esther Covalski Aldeia
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1 UNIDADE 4. Introdução à Metodologia de Desenvolvimento de Sistemas 4.1 Motivação Sistemas de Informação são usados em diversos níveis dentro de uma organização, apoiando a tomada de decisão; Precisam estar integrados, de acordo com os processos estabelecidos entre as unidades de negócio; São recursos tecnológicos importantes para obtenção da Governança Corporativa; Áreas de TI (Tecnologia da Informação) devem estabelecer níveis de serviços tornando os recursos de tecnologia alinhados à missão e visão da organização; É fundamental que a alta administração esteja compromissada com os processos de TI no que diz respeito ao desenvolvimento de sistemas e outras soluções tecnológicas, como infra-estrutura ou segurança da informação; O estabelecimento de processos maduros para o desenvolvimento de sistemas de informação, pode permitir alta disponibilidade das soluções e qualidade dos serviços prestado pela TI. 4.2 Contexto A ausência de conhecimento sobre métodos e técnicas de desenvolvimento de sistemas, provoca discussões sobre prazos e outras questões contratuais no que diz respeito aos serviços de TI; Estabelecer processos, criar procedimentos e obter a documentação de sistemas de informação, pode tornar a organização menos dependente de pessoas ;
2 As unidades de negócios e seus usuários-chave devem ter acesso aos documentos de requisitos das aplicações; Um sistema de informação é desenvolvido com qualidade, quando a aplicação entregue ao usuário está de acordo com a documentação assinada e aceita pelo mesmo. 4.3 O que acontece muitas vezes... Realidade no desenvolvimento de sistemas: o João, gerente do Planejamento e Controle da Produção (PCP) de uma grande empresa de logística resolve formalizar um pedido ao setor de TI. O objetivo é alterar o processamento de escalas dos maquinistas. o Em uma reunião com a coordenação de TI, João começa a discutir o novo processamento, entrada e saída de dados para a nova rotina no sistema. Participam da reunião, além do coordenador de TI, um analista de sistemas. o Durante a reunião, muitas anotações foram feitas e as regras foram entendidas por todos. Ao final da reunião, João se dirige à equipe de TI pedindo os prazos para que solução esteja pronta, pois a Diretoria de Produção quer a análise das novas informações de escala o mais rápido possível. o O coordenador de TI se sentindo pressionado se dirige ao analista de sistemas informando-o da agilidade para a nova demanda, a qual deverá ficar pronta rapidamente. o O analista questiona o coordenador de TI como ficará a documentação do sistema, pois não poderá ficar pronta a tempo e a configuração do sistema ficará desatualizada, prejudicando o histórico de alterações
3 o O coordenador de TI assume o risco, e determina que a solução esteja pronta. Diante da realidade descrita anteriormente: o O analista não atualiza a documentação do sistema, e se preocupa apenas em alterar a aplicação seguindo as novas regras; o O sistema então poderá ficar com sua documentação desatualizada; o Isto pode gerar conseqüências ruins para o setor de TI e o restante da organização: As novas implementações ficarão conhecidas apenas pelo analista responsável; Cada vez mais a aplicação se torna dependente do analista; E se o analista responsável se desligar da empresa? Como obter novamente a documentação do sistema? A organização poderá ser prejudicada com este erro! Outro exemplo
4 4.4 Diante destas situações... Torna-se importante documentar sistemas; A área de TI deve estabelecer processos e metodologias para gerenciamento de projetos, visando estimar melhor os prazos, documentando e gerenciando a configuração do sistema para a implantação de novas soluções; É importante que os usuários sejam envolvidos nos processos de desenvolvimento das soluções tecnológicas, e conheçam a necessidade de procedimentos e documentação dos recursos de TI; Os sistemas de informação são ativos importantes dentro de uma organização, e, portanto, suas mudanças necessitam ser documentadas. 4.5 Envolvimento do usuário Estatísticas mostram que o envolvimento do usuário representa 15,9%, sendo o primeiro fator para o sucesso em projetos de software (STANDISH GROUP, 2009)
5 4.6 A importância da modelagem Entendimento sobre as metodologias de desenvolvimento de sistemas; Representação e documentação de regras de negócios; Uso de técnicas para modelagem de sistemas; Técnicas para documentação de processos; Modelagem por meio de ferramentas; Entendimento sobre a criação de banco de dados; Metodologia de desenvolvimento Uma metodologia de desenvolvimento de sistemas é uma abordagem utilizada para a produção de software economicamente viável de alta qualidade; Um conjunto de práticas recomendadas (por exemplo: planilhas, diagramas) que pode ser repetível durante o processo de produção de software; Todas baseiam-se na criação de modelos do sistema, os quais devem ser elaborados de acordo com um conjunto predefinido de notações e regras. 4.8 Processo X Metodologia Alguns autores consideram que processos incluem: o uma metodologia o pessoas o tecnologia (suporte de ferramentas) Outros consideram que uma metodologia é a especialização de um processo com um conjunto de métodos. Processo: como planejar e organizar as fases de desenvolvimento (desde a concepção até implantação)
6 Metodologia: como produzir os resultados (modelos e diagramas do sistema) de cada fase. Portanto, diferentes combinações de modelos e metodologias podem ser formadas: o Modelo em Cascata + APOO (Análise e Projeto Orientado a Objetos) o Iterativo + Análise e Projeto Estruturado o Cascata + Iterativo + APOO Combinação mais adequada depende de fatores organizacionais e econômicos de cada equipe ou empresa de tecnologia! 4.9 Histórico das metodologias de desenvolvimento de sistemas ~ Crise do Software o Desenvolvimento de software como arte através do desenho de telas e arquivos o Constantes erros de execução o Pouco tempo para coletar dados o Não cumprimento de prazos o Problemas de custos inesperados relacionados à correção de erros e adaptação do código o Código/documentação ilegível ou inexistente o Comunicação durante o desenvolvimento muito fraca o Falta de testes complexos o Insatisfação de usuários Surgem as metodologias de desenvolvimento de sistemas: o Análise Estruturada o Análise Essencial o Análise Orientada a Objetos
7 4.9.1 Análise estruturada Enfatiza a perspectiva das funções, principalmente nos processos. Utiliza as ferramentas: o Diagrama de fluxo de dados DFD o Dicionário de dados DD o Especificação da lógica de processos DFD Diagrama de Fluxo de Dados Utilizado para especificar o modelo dos processos do sistema, ou seja, como a informação é criada, armazenada e utilizada. A ênfase está nos processos. Devem ser simples para que possa ser compreendido facilmente pelo analista, pelo cliente e pela equipe de desenvolvimento. Os componentes do DFD são: processo, fluxo de dados, entidade externa e depósito de dados. Exemplo de DFD:
8 Processos representam rotinas que estão sendo executadas dentro do sistema. Um nome claro torna fácil compreender o que o processo está executando: o Use um formato verbo-substantivo para os processos mais detalhados. Ex.: CADASTRAR CLIENTE, ATUALIZAR ESTOQUE, etc. Os depósitos de dados são locais que permitem o armazenamento e a recuperação de informações. Para sua identificação é atribuído um número de referência antecedido pela letra D seguido de um número, por exemplo, D1, D2, D3, e assim por diante. Pode ser nomeado através de um substantivo. Exemplo: CLIENTE, ALUGUEL, PRODUTO, etc
9 Os fluxos de dados representam o movimento de dados de um ponto a outro. A sua ponta indica a direção do destino dos dados. Seu Nome também é representado através de um substantivo simples ou composto. Ex. : DADOS DO CLIENTE, RELATÓRIO DE VENDAS, ALUGUEL DE FITAS, etc Análise essencial É uma evolução da Análise Estruturada por adicionar a preocupação com o controle e faz uso de suas ferramentas para representar os requisitos do sistema. Para adotar a análise essencial na construção de sistemas, é necessário que o domínio do problema seja conhecido. Trata-se de se estabelecer os limites fronteiriços do que realmente deve ser feito, e do que realmente deve ser informatizado. Após conhecer o objetivo do sistema, o analista de sistemas deverá conhecer todas as atividades mais essenciais ligadas ao sistema a ser desenvolvido. Ou seja, se o sistema for para controle da locação e consulta do acervo de uma biblioteca de universidade, o analista deverá saber essencialmente: o Quem são os usuários da biblioteca? o Como alguém se torna usuário da biblioteca? o Como e quando entra e sai o acervo (livros, revistas, jornais, periódicos)? o Quais são os eventos essenciais existentes no sistema? o Quais são as regras e restrições envolvendo estes eventos?
10 o Quais as expectativas dos usuários sobre o sistema a ser desenvolvido? o Quais são os problemas atuais? o Quais as vantagens que o novo sistema proporcionará? Um exemplo do objetivo geral do sistema para controle da locação e consulta do acervo de uma biblioteca de universidade, seria: o Controlar os empréstimos, devoluções, reservas, consultas e cadastros do acervo de uma biblioteca universitária. Exemplo dos objetivos específicos essenciais: o Cadastrar empréstimos do acervo a usuários previamente cadastrados; o Registrar devoluções do acerto pelos usuários; o Efetuar Reservas do acervo para usuários; o Emitir cobranças de acervo emprestado com atraso na devolução; o Cadastrar novas obras no acervo; o Cadastrar Bibliotecas; o Emitir Estatística de obras mais retiradas; o Emitir Estatística de usuários mais ativos; o Emitir Relação das obras solicitadas não existentes; o Emitir Estatística dos usuários menos pontuais. Exemplo da Lista de Funções: o Empréstimos o Devoluções o Reservas o Cobranças o Cadastro de novas obras o Cadastro de Bibliotecas
11 o Estatística de obras mais retiradas o Estatística de usuários mais ativos o Relação das obras solicitadas não existentes o Estatística dos usuários menos pontuais Análise orientada a objetos Mudança do enfoque das funções para os dados. Preocupação em modelar de forma mais detalhada o sistema. Dificuldades em fazer alterações nas estruturas de dados nas abordagens tradicionais: o Se eu alterar a definição desse dado, quais programas serão afetados? Algumas possíveis vantagens do desenvolvimento orientado a objetos são: o Atualmente temos ferramentas completas para sua utilização (integrando especificação e implementação); o Melhor reutilização de código e de projeto; o Maior facilidade de manutenção; o Melhora a comunicação entre os usuários e os desenvolvedores do sistema. Algumas dificuldades são: o Usuários não pensam seus problemas de forma orientada a objetos. o Requisitos não são orientados a objetos. Requisitos de usuários são funcionais
12 4.9.4 Análise Estruturada/Essencial X Orientada a Objetos Nos métodos de análise estruturada e essencial, o comportamento do sistema e seus dados são considerados separadamente. Na orientação a objetos, comportamento e dados são integrados, encapsulando detalhes internos de um objeto
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