CURSO TJMG Nível Médio Oficial de Apoio Nº
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1 CURSO TJMG Nível Médio Oficial de Apoio Nº DATA 28/06/2016 DISCIPLINA Atos de Ofícios Criminais PROFESSOR Leonardo Barreto MONITOR Paula Moura AULA 03/08 Ementa 6.5 Suspensão condicional do processo (art. 89)... 1 II PROCEDIMENTOS Noções gerais Procedimento comum ordinário Procedimento Comum Sumário Suspensão condicional do processo (art. 89) Trata-se de acordo feito entre MP e réu, tem como objeto o cumprimento de obrigações por parte deste último e o processo ficará suspenso pelo prazo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, findo tal prazo e cumprida integralmente as condições fixadas no acordo ocorrerá a extinção da punibilidade. Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena.
2 A iniciativa é exclusiva do MP. A oferta de suspensão será encaminhada no mesmo momento que a denúncia. A proposta será encaminhada se três requisitos forem preenchidos: pena mínima igual ou inferior a um ano de prisão (o limite máximo é irrelevante); não estar o réu sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime; art. 77 CP. Art A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. Suspensão condicional da pena é diferente de suspensão condicional do processo. A primeira significa que, o réu é condenado a uma pena de até 2 anos e permite-se a ele o não cumprimento da pena, mas sim de algumas obrigações, devendo corresponder aos requisitos do art. 77, CP. Súm. 696, STF: REUNIDOS OS PRESSUPOSTOS LEGAIS PERMISSIVOS DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, MAS SE RECUSANDO O PROMOTOR DE JUSTIÇA A PROPÔ-LA, O JUIZ, DISSENTINDO, REMETERÁ A QUESTÃO AO PROCURADOR-GERAL, APLICANDO-SE POR ANALOGIA O ART. 28 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. Período de prova: é o período em que o processo fica suspenso enquanto o réu irá cumprir as obrigações. As obrigações dividem-se em: - Legais: 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de freqüentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. - Judiciais 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. Poderá ocorrer a revogação do acordo de forma: - Obrigatória
3 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. Obs. Processado por outro crime e não contravenção penal. - Facultativa Extinção da punibilidade 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. No período de prova, suspensão, não correrá a prescrição do crime. Obs. A suspensão condicional do processo, ainda que preenchidos os três requisitos legais para a celebração do acordo, não poderá ocorrer em duas situações: no âmbito da justiça militar (art. 90-A da Lei 9.099/95); no âmbito da lei Maria da Penha, (art. 41 da lei /06 e Súm. 536, STJ). Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. Súm. 536, STJ A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. Art. 41 da Lei /06. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de Não gera efeito para condenação, maus antecedentes ou reincidência. II PROCEDIMENTOS 1 Noções gerais O art. 394, CPP aponta subespécies do procedimento comum: ordinário, sumário, sumaríssimo. O ordinário será aplicado aos crimes com grande potencial ofensivo, crimes com pena máxima de prisão igual ou superior a quatro anos. No sumário a pena máxima será menor de quatro anos e maior de dois anos. Enquanto, o sumaríssimo será empregado nos crimes de menor potencial ofensivo. O ordinário terá aplicação subsidiária a todos os demais procedimentos, art. 394, 5º. Art O procedimento será comum ou especial. 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. Obs. A Lei nº /16 acrescentou o art. 394-A ao CPP que afirma: Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias..
4 2 Procedimento comum ordinário Denúncia/queixa-crime Recebimento citação resposta escrita à acusação Absolvição sumária Designar AIJ AIJ fase de diligências alegações finais sentença final. Denúncia/queixa-crime é o primeiro ato do rito. O momento para o autor arrolar as testemunhas é o da apresentação da denúncia/queixacrime, caso não o faça ocorre a preclusão, isto é, extingue-se a chance/prazo para apresentar do rol. Poderão ser arroladas até 8 testemunhas. O juiz deverá julgar pelo recebimento ou rejeição da peça acusatória, denúncia/queixa (art. 35, CPP). O recebimento significa juízo de admissibilidade da causa positivo, ou seja, o juiz admite que a ação siga, reconhecendo que não há vícios na denúncia/queixa-crime. A rejeição implica em juízo de admissibilidade da causa negativo. Art A denúncia ou queixa será rejeitada quando I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. Denúncia ou queixa inepta é aquela que possui algum vício processual que impede o seguimento da ação. Justa causa é o mesmo que suporte probatório mínimo, isto é, a ação para seguir deverá ter o mínimo de provas. 581, I, CPP. Contra a rejeição da denúncia ou queixa caberá o recurso em sentido estrito (RESE), art. Art Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa; Contra o recebimento da denúncia ou queixa não cabe recurso, mas caberá o habeas corpus (ação autônoma de impugnação). Citação é o ato que comunica ao réu a existência de ação penal instaurada em seu desfavor e abre prazo para que ele se defenda por escrito. Trata-se de peça obrigatória. O réu é citado para encaminhar resposta escrita à acusação (arts. 396, 396-A, CPP): Art Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
5 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. A defesa deve ser apresentada no prazo de 10 dias. No caso de citação por edital o prazo é contado a partir do momento que o defensor for constituído ou o réu comparecer pessoalmente. Caso o réu não apresente defesa no prazo, o juiz irá nomear defensor dativo para praticar o ato. Defensor dativo ou ad hoc : é o advogado nomeado, pelo juiz, para a prática do ato. Exceção de incompetência: defesa que tem como tese a incompetência territorial do juízo. Tal petição que deverá ser apresentada em apartado. Incompetência territorial: o processo deveria caminhar onde o crime ocorreu, mas ele se processa em local diverso. Não encaminhando a exceção de incompetência resulta na prorrogação da competência daquele juiz, que até então, era incompetente. A lei não determina o número de testemunhas que podem ser arroladas pelo réu, contudo, por analogia, ele também poderá nomear até 8 testemunhas. Absolvição sumária (art. 397, CPP): é julgamento de mérito, em que o réu é absolvido antes da instrução probatória. A instrução probatória é a fase de colheita de prova. Art Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Ex. Inexigibilidade de conduta diversa) III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. (Ex. Prescrição do crime) Obs. Para o D. Penal crime é todo fato típico, ilícito, culpável. Sendo o réu inimputável não cabe absolvição sumária e o rito seguirá até a sentença final, a inimputabilidade, neste caso, refere-se aquela prevista no art. 26,CP. Para esse réu será aplicada uma medida de segurança, no final do rito, por meio de sentença. Art É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A sentença no caso de inimputável será chamada absolutória imprópria, nos termos do art. 386, parágrafo único, III, CPP, pois o réu é absolvido, mas é aplicado a ele medida de segurança. Contra essa sentença, o MP pode oferecer recurso de apelação, art. 593, I, CPP.
6 Art Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; O juiz irá designar audiência de instrução e julgamento (AIJ) em até 60 dias A AIJ é una, ainda que o ato seja fracionado em mais de um dia. Princípio da concentração da matéria probatória, é que toda e qualquer prova oral será colhida em audiência. A ordem dos depoimentos está prevista no art. 400, CPP: 1) Ofendido 2) Testemunhas da acusação 3) Testemunhas da defesa 4) Réu O réu deverá ser o último a prestar o depoimento, para que sua ampla defesa seja protegida. Invertendo o juiz a ordem, dará margem à nulidade relativa. Art Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº , de 2008). 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído pela Lei nº , de 2008). 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes. Fase de diligências (art. 402, CPP) Art Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. Alegações finais: em regra, serão orais. Prazos: - MP: 20 min. podendo ser prorrogado por mais 10 min; - Assistente de acusação (caso ele exista): 10 min., o prazo é improrrogável. Assistente de acusação é o advogado, nomeado pela vítima do crime, que poderá reforçar a acusação na hipótese de ação penal pública. - Defesa: é igual o prazo da acusação como um todo, isto é 20 min. prorrogáveis por mais 10 min. e se existir a presença do assistente da acusação e esse for ouvido a defesa terá mais 10 min. Esses prazos são válidos para cada réu, por isso, o juiz poderá conceder que as alegações finais sejam escritas, prazo de 5 dias.
7 Obs. De acordo com a lei (arts. 403, 3º e 404, parágrafo único do CPP), as alegações finais escritas (memoriais) só podem ser oferecidas em três situações: se o juiz deferiu a realização de diligência requerida na fase anterior; se houver complexidade da causa; se houver excessivo número de réus. Art Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº , de 2008). 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 404, Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. Sentença: em regra ela será oral, exceção escrita e em 10 (dez) dias. Obs. Pela lei, a sentença escrita só poderá ser proferida nas três situações em que se permite as alegações finais escritas. Obs. Sentença escrita fora do prazo legal não é nula, portanto válida. Pois, o prazo do juiz é impróprio, isto é, o descumprimento do prazo não gera nenhuma consequência. Obs. De acordo com a jurisprudência, alegações finais e sentenças escritas fora das três hipóteses legais não provocam qualquer nulidade, por ausência de prejuízo. 3 Procedimento Comum Sumário Existem cinco diferenças entre o procedimento comum ordinário e o procedimento comum sumário: 1) Número de testemunhas: 5 (cinco) para cada parte; 2) Prazo da AIJ: 30 dias; 3) Inexiste a fase de diligências; 4) Inexistem alegações finais escritas, isso é, são sempre orais; 5) Não há sentença escrita; Obs. No procedimento comum sumário o oferecimento de alegações finais escritas e a prolação de sentença escrita não provocam qualquer nulidade, por ausência de prejuízo. Obs. Em duas situações a infração de menor potencial ofensivo deverá seguir os termos do procedimento comum sumário, conforme art. 538, do CPP. São elas: se o réu não for encontrado para ser citado (art. 66, parágrafo único, da lei 9.099/95); se houver complexidade da causa (art. 77, 2º e 3º da lei 9.099/95).
8 Art Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado. Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei. Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis. 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei. 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.
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