Procedimento comum ordinário.
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- Rayssa Bento Neves
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1 Procedimento comum ordinário. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO Devido processo legal
2 PROCESSO E PROCEDIMENTO Inicialmente, é importante ressaltar a diferença entre os termos PROCESSO e PROCEDIMENTO, haja vista que não são sinônimos. O processo é o meio pelo qual o Estado realiza a resolução se conflitos. No entanto, o procedimento é o conjunto de atos processuais concatenados que se desenvolvem por todo o processo. Trata-se do iter, ou seja, o caminho dos atos que se desenvolvem por todo o processo. Destarte, com base no princípio do DEVIDO PROCESSO LEGAL previsto no Art. 5º, inciso LIV da Constituição Federal é imprescindível que os procedimentos estejam expressamente previstos e regulados na lei. Ademais, tais procedimentos devem respeitas os princípios constitucionais do processo penal derivados do devido processo legal (procedimentos legalmente previstos e justos) Neste tópico estudaremos o PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO A Lei /2008, alterou muito a matéria relativa ao procedimento comum ordinário. Atualmente, o procedimento comum ordinário é cabível para as infrações penais cuja pena seja igual ou superior a 4 (quatro) anos, conforme a disposição do Art º, inciso I do Código de Processo Penal. Senão vejamos: "Art O procedimento será comum ou especial. 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo. I - Ordinário, quando tiver objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade". NÃO SE ESQUEÇA: Para a definição do procecimento devem ser levadas em conta as qualificadoras, bem como as majorantes e as causas de diminuição de pena. Ademais, no caso de concurso de crimes (Arts. 69, 70 e 71) que sejam conexos prevalecerá a pena do crime mais grave, bem como se ambos os delitos possuirem procedimenos diferentes, mas, contudo, somados alcancem o limite mínimo de 4 (quatro) anos. Assim, é importante a análise do fluxograma do procedimento comum ordinário, que, regra geral, está regulado nos Arts. 395 a 405 do Código de Processo Penal: 1) RECEBIMENTO DA DENÚNCIA A denúncia será recebida pelo juiz, nos exatos termos dos Arts. 395 a 396 do Código de Processo Penal. Assim, uma vez oferecida a peça acusatória, o juiz deverá se manifestar sobre o seu recebimento ou não. Caso o juiz não receba a denúncia, caberá RESE conforme Art. 581, inciso I do Código de Processo Penal.
3 2) CITAÇÃO DO ACUSADO O Art. 396 do Código de Processo Pena determina que o juiz, ao receber a denúncia ou a queixacrime, determinará que o acusado seja validamente citado para responder à acusação no prazo de 10 (dez) dias. A citação poderá ser REAL (vide Art. 351 a 360 do CPP) ou FICTA que se subdivide em CITAÇÃO POR HORA CERTA (vide Art. 362 do CPP) e CITAÇÃO POR EDITAL (vide Art. 361 e seguintes do CPP). No caso de citação por edital, o prazo para a defesa apresentar sua resposta à acusação só começará a ser contado a partir do comparecimento pessoa do acusado ou do defensor constituido, conforme expressa determinação do Art. 396, parágrafo único do Código de Processo Penal. Ademais, caso não seja apresentada a resposta à acusação no prazo previsto, ou se o acusado, citado validamente, não constituir um defensor, o magistrado deverá nomear defensor para oferecê-la, concedendolhe vista dos autos do processo por 10 (dez) dias, conforme norma expressa do Art. 396-A do Código de Processo Penal brasileiro. Aliás, nesse sentido é o disposto no Art. 261 do CPP, em homenagem ao sagrado princípio constitucional da AMPLA DEFESA (vide Art. 5º, inciso LV da Constituição Federal). 3) RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO Esta RESPOSTA À ACUSAÇÃO, é decorrência dos princípios da AMPLA DEFESA e CONTRADITÓRIO (vide Art. 5º, inciso LV da Constituição Federal) e, deve ser realizada no prazo máximo de 10 (dez) dias a contar da citação (vide Súmula 310 do STF). A resposta à acusação exige capacidade postulatória, assim, só poderá ser oferecida por ADVOGADO ou DEFENSOR PÚBLICO. Na resposta à acusação o acusado poderá: Arguir preliminares; Alegar tudo o que interesse para à sua defesa (teses de atipicidade, dirimentes de culpabilidade etc.); apresentar documentos (vide Art. 231 e seguintes do CPP); apresentar justificações (teses de excludentes de antijuridicidade); requerer a produção de provas que entenda relevantes (arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito) etc.). 4) POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA Existe a possibilidade de absolvição sumária conforme previsão expressa do Art. 397, inciso I a IV do Código de Processo Penal. Assim, o juiz deverá absolver o réu sumariamente, ou seja, logo no início do procedimento, nas seguintes hipóteses: A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (vide Art. 23, incisos I a III c/c Arts. 24 a 25 do Código Penal); A existência manifesta de causa excludente da culpabildiade do agente, salvo inimputabilidade (vide Arts. 20 1º, 21, 22, 26, 27, 28, todos do Código Penal). Ademais, é importante sublinar que o dispositivo exclui a inimputabilidade, tendo em vista que em tais situações há necessidade de aplicação de medida de segurança; Que o fato narrado na denúncia evidentemente não constitiua crime, ou seja, trata-se das hipóteses de atipicidade do fato; e a extinção da punibilidade (vide Art. 107 do Código Penal). NÃO SE ESQUEÇA: A decisão que absolve sumariamente pode ser reexaminada em sede de recurso
4 de APELAÇÃO, com base no Art. 593, inciso I do CPP. No entanto, prevalece na doutrina, que a hipótese do Art. 397, inciso IV, ou seja, que declara a extinção da punibilidade, desafiará RESE (Art. 581, inciso VIII do CPP). 5) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, DEBATES E JULGAMENTO Caso o juiz entenda não ser hipótese de absolvição sumária, deverá, conforme disposto no Art. 399 do Código de Processo Penal, designar a data da audiência de instrução, debates e julgamento, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente de acusação. Na audiência de instrução, debates e julgamento, deverá, o juiz, observar as disposições do Art. 400 do Código de Processo Penal. As provas devem ser produzidas em uma audiência denominada una. No final da audiência, produzidas das as provas, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. No entanto, não havendo requerimentos de diligências, ou no caso de serem indeferidos, serão realizados os debates orais, concedendo, o juiz, 20 (vinte) minutos, para a acusação, bem como para a defesa, nesse sentido é o disposto no Art. 403 do Código de Processo Penal. NÃO SE ESQUEÇA: A audiência deve ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias contando da data de recebimento da denúncia ou queixa-crime, nesse sentido é o disposto no Art. 400, primeira parte, do Código de Processo Penal. 6) MEMORIAIS POR ESCRITO O juiz poderá, no caso de considerar a complexidade do caso, bem como o número de acusados, CONCEDER ÀS PARTES O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PARA A APRESENTAÇÃO DE MEMORIAIS ESCRITOS (vide Art º do CPP). NÃO SE ESQUEÇA: O prazo de 5 (cinco) dias concedido para as partes é SUCESSIVO, primeiro corre para a acusação e, depois, para a defesa. Ademais, caso o juiz defira a diligência requerida que foi considerada importante, a audiência será concluída sem as alegações e neste caso concederá, também prazo de 5 (cinco) dias para apresentação de memoriais escritos, após a realização da diligência requerida ou declarada de ofício (vide Art. 404, parágrafo único do CPP). 10) SENTENÇA Terminada a audiência, após a realização dos debates orais o magistrado deverá prolatar
5 SENTENÇA. Ademais, se o juiz conceder o prazo para apresentação de MEMORIAIS POR ESCRITO, assim que apresentados pelas partes, deverá prolatar SENTENÇA no prazo de 10 (dez) dias. Quiz 1 Caso o juiz receba a peça exordial, deverá: Determinar a intimação do acusado para que responda no prazo de 5 (cinco) dias. Determinar a citação do acusado para que responda no prazo de 5 (cinco) dias. Determinar a citação do acusado para que responda no prazo de 10 (dez) dias. Determina a notificação do acusado para que responda no prazo de 10 (dez) dias. 2 Se o juiz entender não ser hipótese cabível de absolvição sumária dever: Prolatar sentença no prazo de 10 (dez) dias.
6 Determinar a designação da audiência de instrução, debates e julgamento a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Determinar a designação da audiência de instrução, debates e julgamento a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias. Determinar a designação do julgamento. 3 Com relação ao procedimento comum ordinário, aponte a alternativa CORRETA: As partes, obrigatoriamente, em todas as oportunidades deverão apresentar suas alegações finais oralmente. As partes, obrigatoriamente, em todas as oportunidades deverão apresentar suas alegações finais por escrito. As partes devem apresentar suas alegações finais, primeiro oralmente e, depois por escrito, em homenagem ao princípio da ampla defesa. Se o juiz entender que a causa apresenta complexidade ou que possui muitos acusados, poderá conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias para a apresentação de memoriais por escrito. Referências ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 8.ed. Salvador, BA: JusPODIVM, BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
7 FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do garantismo penal. 4.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, LOPES, Aury. Direito Processual Penal. 9.ed. São Paulo: Saraiva, NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 14.ed. Rio de Janeiro: Forense, NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 22.ed. São Paulo: Atlas, REIS, Alexandre Cebrian Araújo. Direito Processual Penal esquematizado. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
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