Problemas Sociais Contemporâneos 2595

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1 Problemas Sociais Contemporâneos 2595 Apontamentos de: Leontina Agostinho Data: 2006/2007 Livro: Problemas Sociais Contemporâneos Autor: Hermano Carmo Este documento é um texto de apoio gentilmente disponibilizado pelo seu autor, para que possa auxiliar ao estudo dos colegas. O autor não pode de forma alguma ser responsabilizado por eventuais erros ou lacunas existentes. Este documento não pretende substituir o estudo dos manuais adoptados para a disciplina em questão. A Universidade Aberta não tem quaisquer responsabilidades no conteúdo, criação e distribuição deste documento, não sendo possível imputar-lhe quaisquer responsabilidades. Copyright: O conteúdo deste documento é propriedade do seu autor, não podendo ser publicado e distribuído fora do site da Associação Académica da Universidade Aberta sem o seu consentimento prévio, expresso por escrito.

2 I. ESTUDAR OS PROBLEMAS SOCIAIS Dos Problemas sociais aos problemas sociológicos: O que são problemas sociais 1. Rubington e Weinberg um problema social é uma alegada situação incompatível com os valores de um significativo número de pessoas, que concordam ser necessário agir para a alterar. 2. Spector e Kitsuse um problema social é constituído pelo conjunto das acções que indivíduos ou grupos levam a cabo ao prosseguirem reivindicações relativamente a determinadas condições putativas. A primeira definição centra-se na situação que é considerada problema, a segunda definição privilegia o processo pelo qual uma situação é considerada como problema. A definição consensual é difícil porque depende da perspectiva (dos sociólogos) que se adopta. Os problemas sociais, imbuídos de um significado social (porque se definem em função de um conjunto de valores sociais), ao passarem pelo crivo do método científico, adquirem um significado sociológico, isto é, reflectem valores sociológicos relativos às perspectivas teóricas e metodológicas seguidas (Pais). Para que um problema social possa ser considerado problema sociológico deve possuir as condições de regularidade, uniformidade, impessoalidade e repetição. A problematização sociológica dos problemas sociais implica mesmo a desconstrução destes, o desmantelar do significado social de maneira a criar um significado de acordo com o discurso científico (Quivy, Campenhoudt 1992). Os investigadores sociais debruçam-se sobre uma realidade autoconstruída e encontram representações sociais que moldam a realidade e condicionam os próprios investigadores. Transformação de problema social em problema sociológico aludindo aos fenómenos da juventude (Pais) e da velhice (Fernandes). A juventude É problematizada relativamente a aspectos variados como a inserção profissional, a emancipação adulta, a toxicodependência, a crise dos valores tradicionais. Mas, problematizar sociologicamente a juventude será questionar se os jovens sentem estes problemas. Será questionar a definição de jovem, quais as soluções que a sociedade preconiza para os problemas da juventude e quais as suas consequências. A velhice Constitui um problema para algumas sociedades e não para outras. Foi com a industrialização, a urbanização e o envelhecimento demográfico que começaram a criar-se as condições para a definição da velhice enquanto problema social a ser solucionado. Problematizar a velhice enquanto problema social será questionar que transformações ocorreram nas famílias e na sociedade portuguesa que possam explicar a emergência do problema social quais os efeitos sociais da institucionalização de espaços e práticas especificamente orientados para as gerações mais velhas A questão do positivismo versus relativismo: O conhecimento sociológico pode ser situado num contínuo epistemológico que vai do Positivismo ao Relativismo. 2

3 A sociologia positivista Defende a procura de leis sociais (à semelhança das leis do mundo natural) a partir de um método indutivo-quantitativo, e advoga uma separação absoluta entre a Ciência e a Moral, isto é, entre os factos e os valores (Lapassade, Lourau, 1973). Para a ciência positivista é possível conhecer objectivamente a realidade social, uma vez que existem critérios universais do conhecimento e da verdade. Estuda situações objectivas, que são definidas como problemas em razão de características que lhe são próprias. Daí a necessidade de se conhecerem as suas causas e de se chegar à elaboração das leis que regem o fenómeno. Posição relativista Não existe nenhum critério universal para o conhecimento e para a verdade. Todos os critérios utilizados serão sempre internos ao sistema cogniscente e, como tal, serão relativos e não universais. A definição é sempre relativa, será antes de mais um rótulo colocado a determinadas situações, e não uma característica inerente à situação em si mesma. Assim, o que importa estudar é a definição subjectiva dos problemas sociais A aplicabilidade da ciência e o desenvolvimento teórico: Um problema pressupõe uma solução. Os problemas sociais, que têm um significado social, requerem uma solução social. Durante o século XIX o desenvolvimento das ciências sociais, sociologia, esteve intimamente ligado ao estudo das preocupações humanas para as quais os actores sociais pensaram e desenvolveram soluções humanas, isto é, sociais. A percepção dos fenómenos ligados à industrialização, à urbanização e ao desenvolvimento tecnológico proporcionaram o nascimento de um novo tipo de cientistas, que deviam aplicar à realidade social o método científico, que tanto sucesso demonstrava no mundo natural. Desde o início, os sociólogos tentam equacionar o que Rubington e Weinberg denominam de mandato duplo: 1. Por um lado, dar atenção aos problemas existentes na sociedade, numa perspectiva de correcção da realidade social, através de conhecimento empíricos adquiridos (estudam os problemas sociais.); 2. Por outro lado, desenvolver teórica e metodologicamente a sociologia enquanto ciência (estudam problemas sociológicos ). A ênfase que cada sociólogo coloca num prato ou noutro da balança condiciona o modo como problematiza a sociedade e o seu trabalho como investigador. Hester e Eglin, consideram que o primeiro tipo de perspectiva pode ser denominado de sociologia correctiva que parte dos seguintes pressupostos: Equivalência de problema social a problema sociológico; As questões sociológicas derivam das preocupações sociais; O grande objectivo do estudo sociológico é a melhoria dos problemas sociais; Preocupação central com as causas ou etiologia dos problemas; Compromisso com os princípios positivistas da ciência; 3

4 Para estes autores, a sociologia correctiva falha nos seus propósitos precisamente porque não separa a aplicabilidade da ciência do seu corpus teórico-metodológico, e não reconhece os viezes que tal situação origina. Ao concentrar-se em responder à questão porque é que os comportamentos acontecem, não questiona porque é que as situações são definidas como problema, aceitando as definições socialmente estabelecidas. Encara as pessoas como objectos e não como sujeitos que constroem a realidade social. Kurt Lewin defendia que uma boa teoria é sempre prática, e a prática empírica é sempre indispensável ao desenvolvimento teórico. A separação entre os dois domínios é um falso problema. Sociologia de Intervenção é a questão da aplicabilidade da sociologia e doutras ciências sociais. A Sociologia de Intervenção não é uma especialidade ou ramo sociológico, mas sim um modo de ver o trabalho do cientista social que, em vez de isolar assepticamente o investigador do seu objecto de estudo, o desafia a ser contaminado por este, o leva intervir activamente na realidade que estuda e a não separar os papéis de investigador e de cidadão. A investigação social deve ser utilizada para melhorar a sociedade, segundo princípios humanista de solidariedade de libertação. 1.2 As perspectivas de estudo dos problemas sociais As perspectivas da sociologia Positivista Patologia Social No século XIX as disciplinas como a biologia e a medicina influenciaram os sociólogos a adoptarem a analogia do organismo ao seu objecto de estudo: a sociedade. Adoptaram igualmente um modelo médico de diagnóstico e de tratamento. Os problemas sociais são entendidos como doenças ou patologias sociais. O pensamento organicista do britânico Herbert Spencer defende que a sociedade e os seus elementos podem sofrer malformações, desajustamentos e doenças, à semelhança dos organismos vivos. Pressupõe um estado de saúde ou de normalidade do organismo, sendo que as pessoas e as situações interfiram com este estado de normal funcionamento do organismo social são assim considerados problemas sociais. Para a corrente da Patologia Social, um problema social é uma violação de expectativas morais. A condição de saúde ou normalidade do organismo é definida por valorações do Bem do Mal. A patologia pode ser encontrada no indivíduo ou no mau funcionamento institucional. Os primeiros autores desta corrente, meados do século XIX até cerca da I Guerra Mundial enfatizaram as más formações dos indivíduos. Foi a perspectiva do Homem Delinquente, da escola positiva italiana de criminologia, donde se destacaram Cesare Lombroso, Ferri e Garófalo. Para Cesare Lombroso, era claro que a explicação do comportamento criminal dos indivíduos estava em características fisiológicas particulares dos indivíduos, tamanho de maxilares, assimetria facial, orelhas grandes ou a existência de um número anormal de dedos. No século XX avançaram-se outras explicações de base psicológica ou biológica, ao nível de anormalidade cromossomática (um duplo cromossoma Y) ou 4

5 predisposição genética para a extroversão ligada a comportamentos de violação de normas. Na década de 1960 entram-se nas deficiências na socialização Aqui os problemas sociais seriam o resultado da incorporação de valores errados pelos indivíduos, fruto de uma sociedade doente. Neste sentido, a solução para os problemas sociais passaria pela educação moral da sociedade e pela incorporação de valores moralmente correctos. Vytautos Kavolis propôs a conceptualização de patologia como sendo um comportamento destrutivo ou auto-destrutivo. Para Kavolis a definição de comportamento destrutivo seria possível em termos absolutos, isto é, igual em todas as sociedades humanas. A patologia social estudaria os comportamentos destrutivos, como patologias sociais, e igualmente as condições que causassem ou contribuíssem para a existência desse comportamento. Rosenquist defende que é impossível chegar a uma definição objectiva do que é patológico a única forma de se estudarem os problemas sociais é passando ao lado do que constitui a sua condição problemática e aceitar o julgamento social como um dado Desorganização Social Com a década de 1920, a perspectiva da desorganização social ganha claramente terreno na sociologia norte-americana. Esta nova abordagem iniciou um pensamento sociológico mais voltado para o amadurecimento e para o desenvolvimento teórico e metodológico da sociologia enquanto ciência. Rubington e Weinberg, autores da patologia social trabalharam com conceptualizações e termos emprestados de outras ciências e consideraram sobretudo a aplicabilidade prática dos conhecimentos sociológicos na resolução de problemas sociais. Em contraste, os autores da perspectiva da desorganização social (teóricos desta teoria foram: Charles Cooley, Thomas, Znainiecki e William Ogburn) utilizam um conceito claramente sociológico e que apresenta um maior potencial de operacionalização do que o conceito de patologia social. Cooley fez a distinção entre: Grupos primários, em que os indivíduos vivem relacionamentos face a face, mais intensos e duradouros; Grupos secundários, onde as relações sociais são mais impessoais e menos frequentes. Este autor definiu a desorganização social como sendo a desintegração das tradições. As regras sociais deixam de funcionar. Thomas e Znaniecki (no seu estudo sobre os imigrantes polacos) concepctualizaram a desorganização social como a quebra de influência das regras sociais sobre os indivíduos. Ogburn centrou-se no conceito de desfasamento cultural. Para a perspectiva da desorganização social a sociedade não é um organismo mas sim um sistema composto por várias partes interdependentes. As partes do sistema cultural podem modificar-se a ritmos diferentes, produzindo um desfasamento no sistema que origina a desorganização social. 5

6 Robert Park, Ernest Burgess e Rodrick McKenzie, estudaram a organização espacial da cidade, o fenómeno da urbanização é central para a perspectiva da desorganização social ao estar relacionado com o enfraquecimento das relações face a face e das tradições sociais. Park afirmou que a organização social se baseia nas tradições e nos costumes e que tudo o que perturba os hábitos sociais, ou seja, a mudança social, tem potenciais efeitos desorganizadores. A desorganização social e por conseguinte os problemas sociais, têm uma distribuição desigual pelas zonas da cidade, apresentando maior intensidade numa zona de transição, onde se concentram os migrantes recentes (imigrantes e população vinda das zonas rurais) e onde é maior a quebra do peso das tradições. Apesar do conceito de desorganização social se tenha revelado de grande utilidade para a compreensão de um mundo onde a mudança começava a ser mais rápida, começaram também a ser postas em evidência as fraquezas desta perspectiva. Críticas de Marshal Clinard ao conceito de desorganização social: O seu poder explicativo para a sociedade em geral é reduzido, por ser um conceito demasiado vago e subjectivo. Será mais adequado para a análise de grupos mais específicos e não para toda a sociedade. Confundiu-se desorganização social com mudança social, o que desde já deixa por explicar porque é que nem todas as mudanças originam desorganização, e implica que se prove que a situação anterior era de desorganização. É um conceito fortemente sujeito aos julgamentos de valor do investigador, tal como o conceito de patologia. Por um lado, tende-se a considerar desorganização numa perspectiva negativa, como se todas as situações de desorganização sejam por essência más. Aplicou-se o conceito de desorganização social a situações que não são de desorganização, mas que, pelo contrário, traduzem outros tipos de organização, de que é um exemplo típico do que se passa nos bairros de lata. O sistema social pode acolher em si focos de desorganização ou a existência de comportamentos desviados sem que tal comprometa o seu funcionamento, desde que outros objectivos do sistema estejam a ser alcançados, contrabalançando as influências destabilizadoras que possam existir. No seguimento da crítica anterior, ao constatarmos a existência de diferentes formas de organização social, não podemos inferir que tal situação seja desastrosa para a sociedade, podendo pelo contrário ser indispensável para a manutenção da coesão social. Outra crítica também importante é que a perspectiva da desorganização social utiliza frequentemente explicações circulares para os problemas de desorganização (Aggleton 1991) ou seja o mesmo facto é considerado indicador e causa de desorganização social (exp. desemprego) Conflito de Valores: Outro modo de ver os problemas sociais é considerá-los como o reflexo de um conflito de valores na sociedade relativamente a uma dada situação. Ou seja, 6

7 confrontos de grupos sociais com interesses diferentes, em que o conflito é a dinâmica central da vida social. A patologia social e a desorganização social equacionaram os problemas sociais como condições objectivas menosprezando a definição subjectiva que os indivíduos pudessem fazer da situação em causa. Assim o conflito de valores evidência a importância da definição subjectiva sem a qual a condição objectiva de base não seria só por si um problema social. Os teóricos desta corrente (com especial impacto nos ano 30 e anos 50 grande Depressão e II guerra mundial) foram Richard Fuller e Richard Myers e distinguiram três tipos de problemas que afectam as sociedades: 1. Problemas físicos 2. Problemas remediáveis 3. Problemas morais Problemas físicos que não são causados pela acção humana (sismos) existe um consenso geral de que a condição objectiva é indesejável e nada se pode fazer para controlar as causas do problema. Mas podem surgir conflitos quanto ao que fazer para tratar as suas consequências. Problemas remediáveis (delinquência juvenil), apresentam consenso quanto à indesejabilidade da situação e quanto à necessidade de agir para a corrigir, mas criamse conflitos no que diz respeito ao conteúdo da acção, ou seja, o que fazer. Problemas morais (consumo de marijuana, eutanásia) são os mais complexos, pois não existe consenso quanto à própria indesejabilidade da situação. Os problemas podem passar de um tipo para outro, acompanhando as mudanças nos valores sociais. Segundo Fuller e Myers, os problemas sociais evoluem segundo três fases: 1. A tomada de consciência do problema quando os grupos sociais começam a encarar uma dada situação incompatível com os seus valores, reconhecendo a necessidade de agir. 2. Fase de determinação política um processo de clarificação dos valores e das posições em presença e definição de propostas de acção. 3. Fase das reformas na qual são postas em prática determinadas soluções para o problema, que podem ser levadas a cabo por agentes públicos ou por organizações privadas Comportamento Desviado: Em meados do século XX havia cada vez maior disposição para a integração entre teoria, pesquisa empírica e aplicação prática. Esta intenção de integrar campos está na base da perspectiva de comportamento desviado. Observou-se uma clara tentativa de conciliar as duas grandes escolas que dominavam o pensamento académico da sociologia norte-americana: 1. A Escola de Harvard, de ênfase teórica, 2. A Escola de Chicago, empírica e descritiva. Durkheim o conceito de anomia significava uma ausência de normas para quebrar as regras. Em períodos de mudança rápida, as regras que normalmente limitam os 7

8 indivíduos perdiam essa influencia, deixando-os à deriva e sujeitos à frustração o que podia levar ao suicídio. Merton Conceito de anomia refere-se ao desfasamento entre metas culturais a atingir e os meios que a sociedade proporciona para o efeito. A estrutura cultural de uma dada sociedade coloca uma série de metas a atingir pelos seus membros, numa certa hierarquia de importância. Para o prosseguimento das metas culturais, a estrutura social proporciona os meios considerados aceitáveis. Se determinadas metas culturais forem enfatizadas mas os indivíduos não dispuserem dos meios sancionados pela estrutura social, estaremos perante uma situação de anomalia. Merton referiu que a sociedade norte-americana que sobrevaloriza o valor do sucesso, deixa de lado largos segmentos da população sem os meios para o alcançar. Daqui resulta que o comportamento desviado é entendido como normal em relação a situação anormais. O comportamento desviado dependerá da assimilação das metas culturais e das normas institucionais, e da acessibilidade dos meios legitimados pela sociedade. Segundo Merton, o desfasamento entre meios e metas dá origem a quatro tipos de adaptação individual: 1. Inovação na qual as metas são mantidas mas são utilizados novos meios para as alcançar (roubar, ou subornar); 2. Ritualismo pelo qual se renuncia às metas, mas se sobrevaloriza os meios; 3. Evasão na qual tanto os meios como as metas são renunciados (alcoolismo); 4. Rebelião quando se pretende instaurar novas estruturas de metas e de meios. Podemos analisar diversos tipos de problemas sociais com este modelo de análise, desde os que envolvem comportamentos delinquentes ou criminosos, à burocracia, movimentos ecologistas e fundamentalismos vários, entre outros. Edwin Sutherland desenvolveu a teoria da associação diferencial, centrando-se no processo pelo qual se dá o comportamento desviado. Mais tarde, Edwin Sutherland em conjunto com Donald Cressey, apresenta em nove pontos este processo de génese do comportamento criminoso: 1. O comportamento criminoso é aprendido, não é inato; 2. É aprendido pela interacção com outros indivíduos num processo de comunicação; 3. A aprendizagem mais importante é feita em grupos primários; 4. A aprendizagem envolve, por um lado, as técnicas necessárias ao crime e, por outro lado, os motivos, as racionalizações e as atitudes a ele ligadas; 5. Os motivos e os impulsos são aprendidos segundo a definição favorável ou desfavorável aos códigos legais; 6. Um indivíduo torna-se delinquente pela razão de encontrar um excesso de definições favoráveis à violação da lei em detrimento das definições desfavoráveis à violação da lei; 7. A associação diferencial varia em termos de frequência, duração, proximidade e intensidade; 8

9 8. O processo de aprendizagem dos comportamentos criminosos e não criminosos integra todos os aspectos normalmente envolvidos em qualquer tipo de aprendizagem; 9. As necessidades e os valores gerais (segurança, riqueza material) que são reflectidos pelo comportamento criminoso não explicam este mesmo comportamento, uma vez que outros comportamentos não criminosos também os reflectem. Os sociólogos da corrente do comportamento desviado consideraram que as teorias da anomia e da associação diferencial se completavam, e desenvolveram tentativas de síntese das duas teorias. Albert Cohen (1968) na sua teoria da sub cultura delinquente sustentou que os jovens da classe trabalhadora enfrentavam uma situação de anomia no sistema escolar, pensado segundo os valores da classe média. Na a escola eram ensinados os valores mas eram vedados os meios legítimos para os poderem atingir. Em resultado, os jovens uniam-se e formavam uma cultura própria que violava os códigos legais. As novas normas eram socializadas através do processo da associação diferencial. Richard Cloward e Lloyd Ohlin (1966) teoria da oportunidade sustentam que não basta considerarmos a estrutura de oportunidades legítimas na génese do comportamento delinquente; é igualmente essencial ter em conta a estrutura de oportunidades ilegítimas. Não é só uma questão de ausência de oportunidades legais, mas também da presença de oportunidades ilegais. A perspectiva do comportamento desviado entende que os problemas sociais reflectem, de forma mais ou menos directa, violações das expectativas normativas da sociedade, sendo que todo o comportamento que viola essas expectativas é um comportamento desviado. A solução para os problemas de comportamento desviado deverá passar pela ressocialização dos indivíduos e pela mudança da estrutura social de oportunidades, para que sejam aumentadas as oportunidades legítimas e diminuídas as oportunidade ilegítimas As perspectivas da Sociologia Relativista: Três perspectivas que seguem uma visão relativista da ciência, de base interaccionista (o labeling e o construtivismo social) e estruturalista (a perspectiva crítica). Nelas se defende, em oposição ao positivismo, que o conhecimento é socialmente construído. Se assim é, a questão é saber como é que a realidade faz sentido para as pessoas e através de que processos estas dão e partilham significados sociais Labeling: Na descrição da teoria de labeling ou teoria da rotulagem os nomes importantes foram Georg Herbert Mead, Blumer e Goffman. Mead (concebeu a formação do Ego como o resultado das interacções sociais com Outros Significativos) Os indivíduos aprendem a ver-se como objectos sociais e comportam-se de acordo com esta percepção. As pessoas interagem fundamentalmente através de símbolos (sons, imagens) e os seus significados emergem da interacção social. O comportamento irá depender do entendimento que fizerem desses símbolos, num processo de reajustamento continuado. 9

10 Herbert Blumer desenvolveu a ideia de que os significados não são dados, mas requerem uma interpretação activa por parte dos actores sociais envolvidos. Erving Goffman introduziu o conceito de identidade social, para se referir às qualidades pessoais que permanecem constantes em diferentes situações. Defendeu ainda que a identidade social pode ser consolidada pelas reacções dos outros ao comportamento dos indivíduos. Se as reacções forem negativas, as pessoas podem ser forçadas a aceitar uma spoiled identity, processo que Goffman define como de estigmatização. Embora os autores acima referidos terem sido fundamentais para a teoria do labeling, os nomes pioneiros da perspectiva propriamente dita são Edwin Lemert e Howard Becker. Edwin Lemert defendeu a teoria de que o desvio é definido pelas reacções sociais e introduziu os conceitos de desvio primário e desvio secundário. Esta distinção de conceitos baseia-se noutra distinção que Lemert estabeleceu entre comportamento desviado e papel social desviado. O desvio primário comporta causas biológicas e sociais. Mas a causalidade dos papéis sociais desviados, ou desvio secundário, reside na interacção social entre o indivíduo que é definido como desviado e a sociedade onde se insere. A reacção social ao desvio primário está assim na origem do desvio secundário. Segundo Lemert a Sequência de interacção que leva ao desvio secundário pode esquematizada da seguinte forma: 1. Ocorrência do desvio primário; 2. Sanções Sociais; 3. Recorrência do desvio primário; 4. Sanções sociais mais pesadas e maior rejeição social; 5. Continuação do desvio, agora com possível hostilidade e ressentimento por parte do indivíduo desviado para com aqueles que o sancionam; 6. O coeficiente de tolerância chega a um ponto crítico, que se reflecte nas acções formais de estigmatização do indivíduo levadas a cabo pela comunidade; 7. Fortalecimento do comportamento desviado como reacção à estigmatização e às sanções; 8. Aceitação do estatuto de desviado por parte do indivíduo estigmatizado e consequentes ajustamentos com base no novo papel social. Esta perspectiva é reforçada por Howard Becker ao introduzir o conceito de labeling, que deu o nome a esta corrente, e o conceito de carreira desviante. Becker defendeu que o comportamento desviado é aquele que a sociedade define como desviado. Para que alguém seja rotulado de desviado é necessário percorrer uma série de fases sequenciais, num processo de interacção dinâmico, a que Becker apelidou de carreira desviante. O que a perspectiva do labeling constatou é que nem todos os que violam as normas são rotulados de desviados, o que nos leva a considerar que, em última instância, todo 10

11 este processo traduz uma certa equação do poder na sociedade: quem define as regras, que aplica os rótulos, quem é rotulado. A crítica à corrente labeling é que por um lado, afirmar que o desvio é originado antes de mais pela formulação das regras que são violadas e pelas reacções a esta violação das normas, soa como uma desculpabilização e desresponsabilização dos comportamentos em vez de uma explicação dos mesmos. Por outro lado, para posições politicas mais à esquerda, a corrente do labeling ficou aquém do que podia ter ido na critica social ao concentrar-se unicamente no processo de criação e imposição dos rótulos sociais, sem ter ligado este processo com as desigualdades na estrutura social Perspectiva Crítica: A perspectiva crítica é também denominada de perspectiva radical e centrou-se na questão da influência do poder na definição dos comportamentos desviados e dos problemas sociais, e numa concepção alargada da contextualização social do desvio. A fundamentação desta corrente está no pensamento marxista. Tem assim uma postura de conflito na génese dos problemas sociais. Segundo a tradição marxista, os modos de produção da infra-estrutura económica determinam relações sociais distintas. No estádio capitalista de desenvolvimento, a divisão social mais importante é a que separa os que possuem os meios de produção, a classe capitalista, dos que têm unicamente a sua força de trabalho para vender, e que constituem a classe trabalhadora. Para a perspectiva crítica os problemas sociais advêm das relações sociais impostas pelo modo de produção, e traduzem a necessidade de controlo da classe capitalista e a necessidade de resistência e acomodação das classes exploradas. O tipo e a gravidade dos problemas sociais ficam particularmente dependentes das condições económicas conjunturais e da consciência de classe que os trabalhadores possam ter. A solução para os problemas sociais reside na mudança (revolucionária) do sistema social de classes para uma sociedade sem classes, ou seja, sem exploração humana, sem injustiças e sem desigualdades. Os anos 70 são uma década de crise de profunda crítica social e foi um período de renascimento das grandes discussões teóricas. Os autores mais significativos são Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young que deu o nome à corrente da nova criminologia ou criminologia radical. Segundo eles, o desvio deve ser analisado de forma materialista e histórica: Materialista porque deve ser analisado o contexto material e Histórica porque se deve relacionar o desvio com a evolução histórica dos modos de produção. Esta perspectiva tem sido fortemente criticada por autores positivistas que argumentam ser este tipo de abordagem mais uma ideologia do que uma teoria científica. Ou seja a perspectiva crítica centrou-se na explicação da génese das leis e no funcionamento das instituições de controlo e negligenciou a explicação dos comportamentos desviados. Outra critica é relativa à ênfase dada por esta corrente às questões de classe e de poder económico, esquecendo-se de outras fontes de conflito social como o género, a idade ou diferenças raciais. 11

12 Construtivismo Social: Refere-se a correntes teóricas cuja ideia central e geradora é a de que as pessoas criam activamente a sociedade. Os autores Peter Berger e Thomas Luckmann defendem que a sociedade é uma produção humana e o Homem é uma produção social. A sociedade é ao mesmo tempo uma realidade objectiva e subjectiva. È objectiva porque é exteriorizada, relativamente aos actores sociais que a produzem, e é objectivada, sendo constituída por objectos autónomos dos sujeitos sociais. É uma realidade subjectiva porque é interiorizada através da socialização. Para John Kitsuse e Malcolm Spector a questão deverá ser colocada antes de mais, saber porque é que algumas situações são consideradas problemas sociais e outras não, tentando explicar o surgimento do próprio rótulo de problema social. Só através da problematização sociológica será possível chegar a uma teoria social dos problemas sociais. A condição objectiva do problema social é, portanto, posta de lado pela perspectiva construtivista pois esta não é essencial para a existência de um problema social. É a definição subjectiva do problema social que se revela essencial para a existência do mesmo e como tal só esta deve ser investigada pelos sociólogos. (violência conjugal, trabalho infantil) situações que só se converteram em problemas sociais quando se estabeleceu com sucesso um movimento de reivindicação que definia estas situações como problemas e onde os mass media tiveram uma enorme importância. Um problema social só se constitui em razão de todo um processo de reivindicação e reacção social. Importa identificar quem define uma dada situação, real ou virtual, como problema social; quais as razões que apresenta, quem reage a esta pretensão e que tipo de dinâmica se estabelece entre as duas partes. Somente após o estudo empírico do processo de definição de cada problema social é que podem ser elaboradas possíveis soluções para o mesmo. Ao contrário das correntes que abordámos anteriormente, a perspectiva construtivista não apresenta soluções a priori para os problemas sociais. Ou estudamos a delinquência juvenil, investigando aspectos como as causas do comportamento desviado pelos jovens, a evolução dos casos de delinquência; Ou a sua distribuição pelos estratos socio-económicos; Ou então estudamos o problema social da delinquência juvenil, ou seja, como é que a sociedade veio a reconhecer este fenómeno como problema social, e neste caso não é essencial que se saibam as causas do comportamento desviado em questão. SÍNTESE: Sumário das sete perspectivas de abordagem dos problemas sociais. Aspectos chave: Perspectiva Definição de Problema Social Patologia Social Violação de expectativas morais Pessoas Desorganização Social Falha no funcionamento das regras sociais Situação incompatível com os Elemento Central Regras sociais 12

13 Conflito de Valores valores de um grupo social Valores e Interesses Comportamento Violação de expectativas Papéis sociais Desviado normativas Labeling Resultado da reacção social a alegada violação de normas ou Reacções sociais expectativas Perspectiva Radical Resultado da exploração da classe Relações trabalhadora sociais de classes Processo pelo qual grupos sociais Construtivismo Social reivindicam que uma dada Processo de situação é um problema social reivindicação 13

14 II. PERSPECTIVAS POLÍTICO-DOUTRINÁRIAS SOBRE OS PROBLEMAS SOCIAIS 2.1 Os problemas sociais e a alteração do papel do Estado: Os modos como os problemas sociais têm sido encarados pela sociedade, bem como foram concebidos e implementados os sistemas para lhes dar resposta, evoluíram significativamente ao longo da história humana. Principalmente nas sociedades préindustriais O Estado Protector: Estado protector é o modelo, que segundo alguns autores, surgiu com a desagregação da sociedade do Ocidente medieval que se encontrava no poder do soberano. O poder não uma simples capacidade de obrigar, mas que traduz a resultante da tensão entre tal capacidade e a vontade de obedecer. A centralização registada resultou de duas tendências Um processo de concentração da capacidade de obrigar por parte do poder político, de que foram expressão entre outras, a criação dos exércitos nacionais e a concentração progressiva do poder tributário; A emergência de um consenso crescente sobre a vontade de obedecer, do sector que mais tarde se viria a chamar sociedade civil. O modelo de Estado que daqui resultou, privilegiou os fins de segurança e de justiça em detrimento do fim de bem estar social que, por regra, foi remetido para a sociedade civil, ainda que por vezes se tenham observado incursões orientadoras dessa actividade por parte de acções das casas reais e aristocracia. Um modelo de intervenção claramente assistencial como é o caso Das Misericórdias. Estado Protector Desagregação da sociedade feudal Concentração da capacidade de obrigar pelo poder político Maior consenso na vontade de obedecer por parte da sociedade civil Estado Protector Objectivos: Produzir segurança Reduzir a incerteza Fins dominantes do Estado: Segurança Justiça Características dominantes do aparelho de Estado: Pequena dimensão Organização relativamente difusa Pilotagem centralizada 14

15 Para garantir a eficiência do Estado Protector, o príncipe recorreu a dois tipos de pessoas: Políticos profissionais e semi-profissionais que pertenciam a grupo de clérigos, literatos humanistas, nobreza cristã, gentries inglesa e os juristas. Aos funcionários profissionais que pouco a pouco foram aumentando na Europa em função da progressivamente maior complexidade dos problemas que ao Estado competia resolver. A Administração financeira, da técnica guerreira e da actividade jurídica com um profissionalismo especializado, deu origem ao predomínio do absolutismo do príncipe em que os funcionários profissionais auxiliaram e foram indispensáveis para vencer o poder feudal O Estado Providência: Com a revolução industrial e a emergência de problemas económicos e sociais que daí resultaram, o Estado foi chamado a assumir funções de regulação e de orientação cada vez maiores tendo emergido a consciência de que o Bem-Estar constituía um fim do Estado. As tendências foram para um papel cada vez mais intervencionista da Administração Pública. Estado Providência Revolução Industrial Problemas económicos Problemas sociais Crescimento e radicalização das funções do Estado Estado Providência Objectivos: Produzir segurança Reduzir a incerteza Promover a regulação e a orientação socio-económica Fins dominantes do Estado: Segurança Justiça Bem-estar Características dominantes do aparelho de Estado: Dimensão progressivamente maior Organização progressivamente mais complexa Pilotagem progressivamente mais profissionalizada 2.2 As perspectivas liberais: A perspectiva liberal foi resultado de uma lenta sedimentação de natureza económica, doutrinária e política que ocorreu na Europa a partir do século XV. 15

16 2.2.1 Génese: Com a expansão europeia e a consequente diversificação de mercados e acumulação de capitais, a burguesia consolidou-se como classe social e intensificou-se com a Revolução Industrial emergindo uma nova ordem económica internacional. A ordem política foi alterada, apresentando traços com a centralização do Poder real e o consequente enfraquecimento da velha aristocracia apoiada na ascensão da burguesia. Surgiram diversas doutrinas económicas e sociais, como o mercantilismo, a fisiocracia e todo um corpo filosófico que procurou limitar o despotismo do príncipe que criou condições para a revolução francesa. Para os adeptos da perspectiva liberal, os problemas sociais e económicos resultam de uma acção desastrada do Estado que, na mira de os resolver, intervém em demasia nos mecanismo de regulação do mercado. O liberalismo deve ser compreendido no seu sentido mais global (como uma) doutrina baseada na denúncia de um papel demasiado activo do Estado e na valorização das virtudes reguladoras do mercado (Rosanvallon) As Teses: 16

17 Génese económica Movimentos de legitimação doutrinária Génese política Expansão (séculos XV e XVI) (implica diversificação de mercados; acumulação de capital) Mercantilismo Fisiocracia Centralização do poder real Industrialização Nova ordem económica (consolidação da burguesia) Movimentos de reacção aos excessos do Príncipe que culminam na Revolução francesa Guerras religiosas (séculos XVII) Consolidação da nova ordem política (o Estado-Nação ao serviço da economia subsidiada) Liberalismo Defensores do liberalismo positivista clássico Adam Smith, Jeremias Bentham, Burke, Humbold Defensores do liberalismo utópico Paine e Godwin Defensores do neoliberalismo Robert Nozick ou John Rawls. Em todos estes autores encontramos uma forte crítica à excessiva dimensão do Estado, variando, no entanto, nos critérios definidores das suas funções e na definição do seu campo de actuação. É o caso mais recente, da corrente neoliberal, que deve ser entendida como um crítica, da crítica à economia de mercado. De acordo com a teoria das internalidades de Rosanvallon a acção do Estado tem efeitos imprevistos (internalidades) que pervertem as intenções de justiça e de promoção do Bem-Estar das suas políticas. Por exemplo o ciclo vicioso das despesas públicas apresentado por Rosanvallon: O crescimento das necessidades dos cidadãos (económicas, sociais, de segurança, etc.) implica uma pressão sobre o Estado no sentido de as colmatar (aumento da procura de Estado). O aumento da procura de Estado, obriga este a concentrar recursos e articulá-los para dar resposta às necessidades (aumento da oferta de Estado). 17

18 Para que a oferta de Estado cresça, este é obrigado a fazer mais despesas públicas. O aumento das despesas públicas determina um aumento dos impostos para lhes fazer face. O aumento da carga fiscal sobrecarrega os cidadãos o que, naturalmente, lhes aumenta as necessidades e a procura de Estado, e assim sucessivamente. No que respeita aos problemas sociais e económicos, o pensamento liberal tem evoluído, ainda que partilhe de uma ideia comum: o mercado é melhor regulador que o Estado e, por consequência, os problemas socio-económicos devem ser atacados predominantemente pela sociedade civil. A posição liberal face aos problemas socio-económicos pode resumir-se em dois aspectos: A maior parte dos problemas sociais e económicos resultam de uma excessiva intervenção do Estado. A resolução dos problemas sociais e económicos deveria ser deixada aos mecanismos (naturais) de auto-regulação do mercado As limitações: Os críticos à perspectiva liberal apontam-lhes as seguintes limitações: Os limites da acção do Estado são em regra insuficientemente operacionalizados Os efeitos imprevistos do funcionamento do mercado que condicionam fortemente a emergência e o agravamento dos problemas socio-económicos não são convenientemente equacionados. Suzanne de Brunhoff faz referência à contradição entre a apregoada liberalização de pessoas, bens, serviços e capitais tese central da corrente liberal e a realidade observada no terreno muitas vezes proteccionistas. Segundo esta autora um cenário de guerra económica implica, por parte dos decisores políticos, uma atitude de nacionalismo económico. As funções económicas e sociais do Estado procuram atingir dois objectivos: Reforçar a frente de combate económica, apostando em políticas de obtenção de encomendas no estrangeiro e em estratégias de financiamento e de proteccionismo dos sectores sociais mais fortes, como os segmentos que apostam no desenvolvimento tecnológico e nas exportações; Ajudar a tratar dos feridos da guerra económica (pobres e novos pobres, jovens, mulheres, idosos, imigrantes e desempregados de regiões industriais sinistradas). Neste cenário, o reforço da frente de combate é normalmente mais forte que a ajuda ao tratamento dos feridos da guerra económica, criando-se um ambiente tendente a retirar os direitos sociais e económicos aos cidadãos. 2.3 As perspectivas marxistas ( ): Génese: O pensamento marxista enquadra-se historicamente na Europa do século XIX, revolução industrial. 18

19 A sua teoria deve ser entendida como uma teoria em permanente evolução, por vezes contraditória. Escreveu o Manifesto com Engels. Os seus comentadores apontam três tipos de correntes que lhe serviram de referência: a filosofia alemã (Hegel e Feurbach) o socialismo francês (Proudhon e Saint Simon) e a economia política inglesa (Ricardo e Adam Smith) As teses: O pensamento de Marx relativamente ao papel do Estado não é idêntico ao longo da sua obra: Desde uma posição idealista defendida na Gazeta Renana, em 1843, em que descrevia a possibilidade da existência de uma associação de homens verdadeiramente livre num estado idealizado, concebido, com base no modelo hegeliano, como uma incarnação da razão. Passando pela afirmação de que o Estado era uma expressão da alienação humana semelhante à religião, ao direito e à moralidade, um biombo que esconde as verdadeiras lutas inter-classes, assumindo-se como instrumento da classe dominante (ideologia alemã) uma mera comissão de gestão dos assuntos da burguesia (Manifesto). Até à afirmação de que poderia desempenhar, apesar de todas as críticas, algum papel positivo em favor das classes oprimidas (A guerra civil em França), ou mesmo que poderia ser, quando em situação de ditadura do proletariado, instrumento de mudança para a sociedade comunista. (Crítica do Programa de Gotha). Apesar da aparente ambivalência, parece ser constante o reconhecimento do importante papel que cabe ao Estado como instrumento da classe dominante (burguesia ou proletariado) nas funções de regulação e orientação da sociedade global. Na perspectiva marxista os problemas económicos e sociais são resultantes da situação de exploração de uma classe em benefício de outro, de uma permanente luta de classes, poderemos entender as duas estratégias defendidas por esta corrente, consoante detenha ou não o controle do Estado: Quando o Estado não é controlado pela classe trabalhadora Às organizações desta classe cabe fazer pressão, para que o poder político lhe faça concessões, no sentido de prevenir e atenuar os problemas sociais; assim deve ter atenção a conquista do poder pela classe trabalhadora. Quando o Estado é controlado pela classe trabalhadora, Deve centralizar a definição de rumos e a articulação de meios para fazer face aos problemas sociais e económicos; neste sentido, deve-lhe competir um papel dominante no planeamento e organização da economia e da protecção social As limitações: Críticas à perspectiva marxista Do ponto de vista doutrinário, ao privilegiar a luta de classes como instrumento de intervenção, o marxismo provocou danos elevados na coesão social, lançando as classes sociais umas contra as outras, gastando consideráveis 19

20 energias sociais necessárias ao crescimento económico e ao desenvolvimento social, em nome da igualdade e em detrimento da liberdade. Do ponto de vista político, as que o acusam de falta de eficácia e de eficiência uma vez que, nos países em que foram aplicadas as concepções marxistas os resultados obtidos foram muito inferiores aos previstos (ineficácia), e os avanços conseguidos foram-no frequentemente a custos económicos e sociais muito elevados (ineficiência), uma vez que exigiram uma máquina estatal excessivamente pesada. 2.4 As perspectivas conciliatória: Se nos reportarmos a três valores centrais de Revolução Francesa, a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, os dois primeiros são de cariz liberal (liberdade) e marxista (igualdade), um em detrimento do outro. O elemento Fraternidade foi remetido para a esfera da sociedade civil, pois não é politicamente tão relevante como o da Liberdade e Igualdade. Procurando conciliar as doutrinas liberal e marxista, emergiu uma terceira tendência no século XIX que veio dar origem ao que se convencionou chamar Estado- Providência Os fundamentos: Os fundamentos da intervenção do Estado relativamente aos problemas sociais e económicos podem encontrar-se na constatação de efeitos imprevistos (positivos ou negativos) do funcionamento do mercado a que Pigou chamou externalidades. Esta teoria servia de suporte para legitimar a intervenção do Estado no próprio interior da lógica liberal, criando paradoxalmente uma fonte inesgotável de motivos de extensão do estado-regulador Os pilares do Estado Intervencionista: A expressão Estado-Providência surge na França no segundo império, criada por pensadores liberais hostis ao aumento das atribuições do Estado, mas igualmente críticos em relação a uma filosofia individualista demasiado radical. Procurava fazer referência a um modelo de Estado intervencionista, que na Alemanha da década de 1880 era apelidado de Estado Social e no Reino Unido nos anos 40 do século XX de Estado de Bem-Estar. Este modelo de Estado integrou três tipos de contribuições principais: 1. O primeiro pilar: o seguro obrigatório de Bismark Bismark (1879/1880) em resposta à pressão conjugada, do movimento trabalhista alemão devida à situação de alto risco em que se encontravam os trabalhadores da indústria e da acção de grupos de académicos e políticos que se juntaram, para denunciar os malefícios das opções liberais e para defender uma intervenção do Estado no combate aos problemas sociais. A resposta política a tal conjuntura foi um conjunto de leis que procuraram melhorar a protecção social dos trabalhadores através de mecanismos de seguro obrigatório, numa altura em que os sistemas de protecção eram meramente mutualistas. As leis estruturantes de tal sistema foram as seguintes: Lei da responsabilidade limitada dos industriais em caso de acidentes de trabalho (1871); 20

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