Finanças Corporativas e Contabilidade Financeira
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- Luciana Sardeiro
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1 Finanças Corporativas e Contabilidade Financeira Davi Nakano Parte deste material foi gentilmente cedido pela Profa. Ana Maria Nelo (UFMA)
2 Estrutura das Demonstrações Contábeis Brasileiras
3 A função da Contabilidade Essa organização opera e faz negócios e... Os sócios constituem uma empresa ou organização... a Contabilidade Registra os dados e produz Relatórios Contábeis para Diversos usuários
4 Os usuários da Informação Contábil Investidores Bancos Administradores e analistas Informações Contábeis Empregados Governo Fornecedores Sindicatos
5 Alguns Princípios Contábeis Fundamentais Entidade Contábil Para quem é mantida a Contabilidade Pessoa Física Pessoa Jurídica Continuidade A entidade contábil encontra-se em operação, por prazo indeterminado
6 Patrimônio Bens Tangíveis e Intangíveis Móveis ou Imóveis Patrimônio Direitos Depósitos bancários Duplicatas a receber Títulos a receber Obrigações Dívidas com fornecedores Empréstimos Encargos e Impostos a pagar Contas a pagar
7 Patrimônio Patrimônio Líquido = Bens + Direitos - Obrigações
8 Relatórios Contábeis
9 Relatórios Contábeis Os dados coletados pela Contabilidade são periodicamente apresentados na forma de relatórios Alguns desses relatórios são obrigatórios por lei: Balanço Patrimonial (BP) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) A Demonstração de Fluxo de Caixa não é obrigatória no Brasil
10 Relatório da Diretoria: Relatórios Contábeis Demonstrações Financeiras Balanço Patrimonial Data / / (em duas colunas) Demonstração do Resultado do Exercício Data / / (em duas colunas) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Data / / (em duas colunas) Notas Explicativas
11 Relatórios Obrigatórios Obrigatórios Sociedades por Ações (SA) Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos Ltdas e Outras Balanço Patrimonial Balanço do Resultado Econômico (DRE + DLPA) Não Obrigatórios Demonstração do Fluxo de Caixa Demonstração do Valor Agregado Balanço Social Orçamentos
12 Relatórios Obrigatórios No caso das S A, os relatórios devem ter analisados por um auditor independente, que emite um parecer Algumas auditorias nacionais: Trevisan Boucinhas e Campos As Big Four (grandes auditorias internacionais): KPMG Deloitte Touche Ernst & Young PriceWaterhouseCoopers
13 Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
14 Balanço Patrimonial Ativo Para ser ativo é necessário que qualquer item preencha quatro requisitos simultaneamente: bens ou direitos; de propriedade da empresa; mensurável; benefícios. 3
15 Balanço Patrimonial Passivo Evidencia toda obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros Patrimônio Líquido Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários.
16 Acréscimos ao PL O patrimônio líquido não só é acrescidos com novos investimentos dos proprietários, mas também, e isto é mais comum, com os rendimentos resultantes do capital aplicado. Esse rendimento é denominado Lucro. O lucro resultante da atividade operacional da entidade, obviamente, pertencente aos proprietários que investiram na empresa (remuneração do capital investido). Do lucro obtido na empresa em determinado período, pela atividade empresarial, normalmente uma parte é distribuída para os donos do capital (dividendos) e outra parte é reinvestida no negócio, isto é, fica acumulada. 4
17 Obrigações da Empresa Tanto o Passivo quanto o PL são obrigações da empresa. No Passivo há as obrigações exigíveis com terceiros e, por isso, também é conhecido como capitais de terceiros. No PL há as obrigações com os proprietários da empresa. Entretanto, os proprietários, por lei, não podem reclamar a restituição do seu dinheiro investido; por isso, este grupo também é conhecido como Não Exigível. O proprietário só terá seu dinheiro de volta no encerramento da empresa
18 Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO Aplicação dos recursos PASSIVO Origem dos recursos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
19 Grupo De Contas Do Balanço Patrimonial Ativo = O Ativo está disposto em grupos de contas homogêneas ou de mesmas características. Os itens do Ativo são agrupados de acordo com a sua liquidez, isto é, de acordo com a rapidez que podem ser convertidos em dinheiro. 5
20 Contas do Ativo
21 Ativo Circulante Ativo Disponibilidade (Caixa e Bancos) Contas a Receber Estoques Investimentos Temporários Despesas do Exercício Seguinte
22 Ativo Deduções do Ativo Circulante Contas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida em dinheiro em decorrência dos maus pagadores, deve ser subtraída de Contas a receber, sob o título de Provisão para Devedores Duvidosos. Parte das Duplicatas a Receber, negociada com instituições financeiras com o objetivo da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser subtraída de contas a receber com o título Duplicatas Descontadas. Estoques = custos ou mercado dos dois o menor
23 Ativo Realizável a Longo Prazo São ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente) que o Circulante. Neste item são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, os diretores, acionistas etc. 6
24 Permanente Ativo São ativos que dificilmente serão vendidos, pois sua característica básica é não se destinarem à venda. Portanto, pode-se dizer que são itens sem nenhuma liquidez para a empresa. Outra característica do Ativo Permanente é que são itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do Circulante, é lenta. Seus valores variam constantemente, daí a denominação de Ativo Fixo. O Ativo Permanente subdivide-se em 3 grupos: Investimento, Imobilizado, Diferido
25 Investimento Ativo Permanente as participações (que não se destinam a venda) em outras sociedades e outras aplicações de características permanente que não se destinam a atividade operacional da empresa Ex. Uma empresa metalúrgica compra um galpão e o aluga para outra 7
26 Imobilizado Ativo Permanente as aplicações que tenham por objetivo bens destinados à manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóvel (onde está sediada a empresa), instalações, móveis e utensílios, veículos, máquinas etc.
27 Ativo Permanente Diferido São aplicações de recurso em despesas ou gastos, que contribuem para a obtenção de receita ou para a formação do resultados de mais de um exercício social, tais como: gastos pré-operacionais, gastos de reorganização, pesquisa e desenvolvimento de produtos etc. Diferentemente do Imobilizado, quase sempre se refere a serviços
28 Contas do Passivo
29 Passivo Circulante Passivo são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano. Exigível a Longo Prazo São as dívidas que serão liquidadas com prazo superior a um ano. 9
30 Passivo Resultado De Exercício Futuros São classificadas neste grupo as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. Devem compor este grupo as receitas recebidas ou faturadas antecipadamente que não corram o risco de devolução por parte da empresa, tais como aluguel recebido antecipadamente (com cláusula de não-reembolso).
31 Patrimônio Líquido Passivo Capital (investimento dos proprietários) Lucros Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucro
32 Exemplo Estruturar o Balanço Patrimonial da Cia EP em 31/12/2003 Dados: caixa: 1.800, dívidas com fornecedores: 4.000, capital social: , máquinas: 3.000, estoques: 6.500, Financiamentos a pagar a longo prazo: 7.320, gastos pré-operacionais: 200, lucros acumulados: 3.400, duplicatas a receber: 3.400, salários a pagar: 6.500, participações em outras empresas: 7.320, contas a pagar: 200, prédios: 4.000, impostos a pagar no curto prazo: 1.800, títulos a pagar no longo prazo: 3.000, títulos a receber no longo prazo:
33 Balanço Patrimonial: Cia EP ATIVO Circulante Caixa 1800 Estoques 6500 Duplicatas a receber 3400 Realizável a Longo Prazo Títulos a receber Permanente Investimentos Participações em outras empresas 7320 Imobilizado Máquinas 3000 Prédios 4000 Diferido Gastos pré-operacionais 200 Total PASSIVO Circulante Fornecedores 4000 Salários 6500 Contas a pagar 200 Impostos a pagar 1800 Exigível a Longo Prazo Financiamento L prazo 7320 Títulos a pagar 3000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Lucros acumulados 3400 Total 36220
34 Algumas análises a partir do BP Estrutura do capital Capital de terceiros (PC+ELP) / Capital próprio (PL) Perfil da dívida: curto prazo (PC) / longo prazo (ELP) Situação financeira Relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante Capital Circulante Líquido = AC - PC
35 Algumas análises a partir do BP Investimentos em Ativo Permanente Depende do negócio da empresa Regra geral, busca-se o maior retorno possível sobre o investido no Ativo Permanente
36 Exemplo Cia PRO (comercial) ATIVO Circulante Caixa 200 Estoques 300 Duplicatas a receber 500 PASSIVO Circulante Fornecedores 100 Impostos a pagar 1000 Outras dívidas 100 Total circulante 1000 Total circulante 1200 Realizável a Longo Prazo Títulos a receber 100 Permanente Investimentos 1000 Imobilizado 500 Diferido 500 Exigível a Longo Prazo Financiamento L prazo 1400 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 400 Lucros acumulados 100 Total 3100 Total 3100
37 Demonstração dos Resultados do Exercício
38 DRE A demonstração de resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as receitas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 10
39 DRE A DRE completa, exigida por lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisão Grupos de despesas, Vários tipos de lucro, destaque dos Impostos, etc.
40 DRE Receita Bruta - Deduções (impostos) Receita Líquida - Custos do período Lucro Bruto -Despesas Lucro Operacional -Perdas Lucro antes da Distribuição - Participação de terceiros Lucro Líquido - Participação dos proprietários Lucro Líquido retido na empresa
41 Exemplo Simplificado Demonstração do Resultado do Exercício em $ mil RECEITA BRUTA R$ ,00 ( - ) DEDUÇÕES IPI (R$ 3.000,00) ICMS (R$ 4.000,00) Abatimentos (R$ 1.000,00) RECEITA LÍQUIDA R$ ,00 ( - ) custo dos produtos vendidos (R$ ,00) LUCRO BRUTO R$ ,00 ( - ) Despesas Operacionais vendas (R$ 6.000,00) administrativas (R$ ,00) financeiras (R$ 2.000,00) variações monetárias (R$ 6.000,00) LUCRO OPERACIONAL R$ 6.000,00 DESPESAS E RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Venda de imobilizado com prejuízo (R$ 1.000,00) Perdas diversas (R$ 2.000,00) LUCRO ANTES DO IR R$ 3.000,00 Imposto de Renda
42 DRE Completa (Em geral se mostram os resultados dos dois últimos exercícios) Receita Bruta (-) IPI (-) ICMS (-) ISS (-) PIS (-) COFINS (-) Devoluções = Receita Líquida (-) Custo das Vendas = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Despesas com vendas Despesas Administrativas Despesas Financeiras Outras Despesas e Receitas Operacionais = Lucro Operacional Líquido Receitas Não Operacionais Despesas Não Operacionais (+/-) Resultado de CM = Lucro Antes do Imposto de renda Despesas Com Imposto de Renda Despesas com Contribuição Social = Lucro Depois do IR (-) Participação = Lucro Líquido
43 Lucro Líquido LL = é considerado uma sobra líquida à disposição dos sócios ou acionistas, cuja destinação é mostrada na DLPA. Até antes da Lei nº /76 era comum que a destinação do lucro fosse mostrada na própria DRE.
44 Lucro Líquido As quatro participações apresentadas na DRE são conhecidas pela expressão participação no lucro, a qual, por vezes, gera confusão, pois dá a entender que primeiro se obtém o lucro líquido para, após, efetuar o cálculo de tais participação. Todavia as participações devem vir antes do lucro líquido do exercício, funcionando na verdade como verdadeiras despesas.
45 Debêntures Tipos de Participações As companhias podem solicitar empréstimos ao público em geral pagando juros periódicos e concedendo amortizações regulares. Para tanto, emitirão títulos a longo prazo com garantias: São as Debêntures. A debênture poderá assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária, participação no lucro da companhia.
46 Tipos de Participações Empregados e Administradores é complemento à remuneração de empregados e administradores. Normalmente, é definido no estatuto ou contrato social um percentual sobre o lucro. A partir da Constituição de 1988, a participação dos empregados passou a ser obrigatória
47 Partes Beneficiárias Tipos de Participações Normalmente, são concedidas às pessoas que tiverem atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores, reestruturadores etc.). São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a Cia. pode criar a qualquer tempo. Os titulares desses títulos têm a participação (prevista em estatutos) nos lucros anuais (não dedutíveis para IR).
48 Contribuições Tipos de Participações Contribuições para instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados. São às doações às constituição de fundações com a finalidade de assistir seu quadro de funcionário. No que tange às participações dedutíveis, para efeito de IR, destaca-se que há limite fixado por aquela legislação.
49 Resumo: Participações Lucro Depois do IR (-) Participação de Debêntures (-) Participação de Empregados (-) Participação da Administração (-) Participação das Partes Beneficiárias
50 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
51 Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos Acumulados Esta demonstração possibilita a evidenciação clara do lucro do período, a sua distribuição e a movimentação ocorrida no saldo da conta Lucros ou prejuízos acumulados. Normalmente uma parcela dos lucros é distribuída entre os donos e acionistas da empresa (dividendos) Outra parte é reaplicada na empresa (lucro retido)
52 Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos Acumulados DRE ATIVO PASSIVO Dividendos a pagar 4000 Lucro PATRIMÔNIO LÍQUIDO Lucros Retidos 6000 DLPA
53 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados Estrutura Resumida Lucro Acumulado de Exercício(s) Anterior(es) + Lucro Líquido do Exercício Lucro Disponível (-) Reservas (no caso de S.A) (-) Dividendos Lucro Acumulado (Reinvestido, Patrimônio Líquido)
54 Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos Acumulados A DLPA é importante em razão do dividendo ser obrigatório, e também da possibilidade de segregar parcelas do lucro do exercício para a formação de reservas de lucros a realizar e reservas para contingências. Essas reservas estarão sujeitas à incidência do dividendo obrigatório no futuro, quando reverterem para a conta de lucros acumulados.
55 Demonstração Dos Lucros Ou Prejuízos Acumulados O artigo 186 da Lei das S. A estabelece: A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: O saldo do início do período, os ajustes de exercício anteriores e a correção monetária do saldo inicial; As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporados ao capital e o saldo ao final do período.
56 Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido O 2º do artigo 186 estabelece que a DLPA poderá ser incluída na DMPL, se esta for elaborada e publicada pela companhia.
57 BP ATIVO PASSIVO PL L. LÍQUIDO Lucros Acum. 200 DRE Receitas (- ) Custos Lucro Bruto (-) Despesas L.Líquido 700 DLPA Saldo em X = L.Líquido 700 Lucro Disponível 900 (-) Dividendos (400) Saldo 500
58 Modelo de DLPA Saldo de lucro acumulado do exercício anterior (+/-) Ajustes de exercícios anteriores (+) lucro líquido do exercício 20XX 20XX - 1 Lucro Total Disponível (-) Transferências para reservas de lucro a) Reserva Legal b) Reserva Estatutária c) Reservas para contingências d) Retenção de lucros e) Reserva de lucros a realizar (-) Dividendos Saldo de Lucros Acumulados no final do período
59 O que são Reservas Conceitos e Generalidades Em sua forma mais genérica, podemos dizer que as reservas representam a separação de parcelas provenientes de ganhos, com o objetivo de preservar o patrimônio líquido de uma sociedade Se uma empresa distribuísse entre seus proprietários todos os ganhos que auferisse, em breve provavelmente estaria com uma posição financeira bastante desfavorável. Portanto, ao invés de distribuir todos os seus ganhos, a empresa deve reservar uma parte dos mesmos para que possa continuar operando e se expandindo.
60 Classificação das Reservas Reservas de capital representam acréscimo do patrimônio líquido (ganhos) que não tramitam pela conta de resultado da companhia, nem são provenientes da reavaliação de ativos. Reserva de reavaliação a legislação brasileira permite a reavaliação de ativos, mediante avaliações efetuadas por peritos ou empresa especializada nessa função. Reservas e retenção de lucros conforme se deduz do próprio título, reservas de lucros são aquelas constituídas pela apropriação dos lucros da Companhia.
61 Correção Monetária do Capital Realizado a correção da conta capital realizado é a única que não é agregada à própria conta corrigida, sendo creditada numa conta específica.
62 Utilização das Reservas de Capital com exceção da conta reserva de correção monetária da conta de capital realizado, que só é utilizada para aumento do capital social, os demais tipos de reservas de capital podem ser utilizadas para qualquer das seguintes finalidades: aumento de capital, absorção de prejuízos resgate de partes beneficiárias, resgate, reembolso ou compra de ações, pagamento de dividendos às ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.
63 Reservas e Retenção de Lucros Reservas de lucros são aquelas constituídas pela apropriação dos lucros acumulados da companhia. Reservas Legal Reservas Estatutárias Reservas para contingências Reservas de lucros a realizar Reserva de lucros par expansão Retenção de pagamento de dividendo obrigatório
64 Reserva Legal Constituição Reservas de Lucros É constituída por força de lei 5% do Lucro Líquido do Exercício serão aplicados antes de qualquer destinação, na constituição da reserva legal. A reserva legal não excederá 20% do capital social. A Companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo da reserva, acrescido do montante das reservas de capital, exceder 30% do Capital Social.
65 Reservas Legais Finalidade Assegurar a integridade do capital social Só poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital
66 Constituição Reservas Estatutária O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: Indique, de modo preciso e completo a sua finalidade. Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados a sua constituição. Estabeleça o limite máximo da reserva.
67 Reservas para Contingência A assembléia geral poderá, por uma proposta dos órgãos da administração, destinar parte dos lucros líquidos à formação das reservas com a finalidade de compensar em exercício futuro. A diminuição dos lucros decorrente da perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado
68 Reservas para Contingência Condições para Criar a Reserva: A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. A reserva deverá ser revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justifiquem a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
69 Reservas de Lucros para expansão A assembléias geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção da proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração máxima de 5 anos, salvo no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento
70 Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos
71 Objetivos da DOAR DOAR apresentar de forma ordenada e sintética as informações relativas às operações financeiras e de investimentos da empresa. Auxiliar no processo decisório da empresa, principalmente para: Sócios, Bancos Financiadoras Investidores
72 Objetivos Evidenciar as alterações ocorridas na posição financeira da empresa. Explicar a variação ocorrida no Capital Circulante Líquido.
73 A DOAR permite conhecer Origens dos recursos Aplicações dos recursos Variações no Capital Circulante Líquido;
74 Das Operações Origens dos Recursos Resultado Ajustado Dos Acionistas: Integralização de Capital De Terceiros Ingresso de Novos Empréstimos Alienação de Imobilizados Alienação de Investimentos Resgate de Investimentos de LP
75 Aplicações de Recursos Aquisição de Imobilizado, ao Custo Adições aos Ativos Diferidos Integralização de Novos Investimentos Dividendos Propostos Pagos
76 Ciclo Operacional O Ciclo operacional demonstra o funcionamento operacional: as Mercadorias são vendidas, e seus valores transformados em Valores a Receber; quando do recebimento, esses valores transformamse em Caixa;
77 Ciclo Operacional Valores Circulantes = Das partes componentes desse Ciclo Operacional, as que representam valores do Ativo da empresa compõem seu Ativo Circulante, as que pertencem a seu Passivo formam o Circulante. Também são classificados como Circulantes os valores cujos recebimentos, consumos ou pagamentos fiquem dentro do prazo necessário ao ciclo completo.
78 Ciclo Operacional Valores Não Circulantes = Todos os outros valores do Ativo e do Passivo que não estejam inseridos no ciclo operacional da empresa ou que tenham seu pagamento ou recebimento marcados por prazo superior ao necessário para completar o ciclo são classificados em: Ativo e Passivo não Circulantes.
79 Capital Circulante Líquido Capital circulante líquido:é o valor monetário que resume a diferença entre o AC e PC, e não aparecem explicitamente no balanço patrimonial. O CCL pode ser: positivo negativo nulo (AC=PC).
80 Variações do Capital Circulante Líquido Causas das Variações Sempre que houver aumento de ativo circulante, ter-se-á um aumento de capital circulante líquido Quando ocorrer diminuição do passivo circulante, haverá outro aumento de capital circulante líquido; Diminuição do ativo circulante diminui o CCL e o aumento do Passivo Circulante também, e isso decorre diretamente da própria deficiência do CCL : (CCL = AC-PC)
81 Eventos que não Afetam o CCL Algumas alterações não provocam variação no CCL, e, de forma geral, pode-se afirmar que isto ocorre quando as causas provocam alteração somente dentro dos Valores Circulantes. Compras de mercadorias à vista ou a prazo. Alterações de itens não circulantes, não haverá modificação no CCL.
82 Eventos que não afetam o CCL Obtenção de Empréstimo no Curto Prazo Aumenta o Caixa - AC Aumenta o Passivo - PC Duas alterações de igual valor a variação do CCL =0 Pagamento de Determinado Fornecedor (-) Caixa = AC (-) Fornecedor = PC Alteração no Circulante Líquido = 0
83 Aumentos do CCL Obtenção de empréstimo a longo prazo Aumenta o caixa aumenta o CCL A origem da variação reside na alteração do Passivo não circulante. Venda de um Imóvel em Espécie ($) o Valor a Receber no Curto Prazo. (+) Caixa = AC (-) Imóvel = Ativo não Circulante Variação no CCL = será fornecida pela diminuição do Ativo não Circulante.
84 Venda De Mercadoria Custo = AC Clientes = AC Var. do CCL 500 Em função do lucro obtido = aumentou o valor do PL, ou seja, o passivo não circulante sofreria um aumento de $500, pelo acréscimo de Lucros Acumulados.
85 Aumentos: Aumentos e Diminuições Causas do aumento do CCL podem ser encontradas nos aumentos do Passivo não Circulante. Aumento de Capital Lucros obtidos Empréstimos a Longo Prazo etc. Diminuições do Ativo não Circulante Vendas de Imóveis; Recebimentos de Valores Realizáveis a Longo Prazo.
86 Variação do CCL (Diminuições) Originadas nas Diminuições no Passivo não Circulante Distribuições de lucros Dívidas a Longo Prazo que Passam a Curto Prazo Originadas nos Aumentos de Ativo não Circulante Compra de uma patente à vista; empréstimos a terceiros a longo prazo.
87 DOAR Origens dos Recursos Das Operações Lucro Líquido Ajustado dos acionistas Integralização de Capital de terceiros Empréstimos de LP Baixa de Imobilizado Venda de investimentos Total das Origens Aplicações de Recursos Aquisição de Imobilizado Integralização de Invest. Transferência de empréstimos de LP para o PC Dividendos propostos e pagos Total das Aplicações CCL = Origens - Aplicações
88 DOAR X DFC A tendência mundial é substituir a publicação da DOAR pela DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa); Se aprovadas as propostas das mudanças da Lei 6.404/76, a DOAR perderá o caráter obrigatório para publicação. A DFC ganhará obrigatoriedade.
89 Demonstração do Fluxo de Caixa Instrumento indispensável no planejamento e controle dos recursos financeiros da entidade e no processo de tomada de decisões financeiras. Relaciona os ingressos e desembolsos de recursos monetários de uma entidade em um determinado período de tempo,
90 Demonstração do Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa é uma demonstração que, na grande maioria dos países, está começando a ser usada há pouco tempo. O Conceito de disponibilidades abrange as aplicações financeiras (em alguns casos, aplicações até 90 dias são classificadas na DFC).
91 Objetivos da DFC Acompanhar o desempenho financeiro da empresa Equalizar os recebimentos com os diversos compromissos assumidos. Prognosticar eventual excesso ou escassez de recursos e permitir a tomada de medidas saneadoras de manutenção do equilíbrio entre os pagamentos e recebimentos de caixa
92 Elaboração da DFC Método Direto: se faz exclusivamente pela apresentação dos recursos provenientes das operações da empresa. Método Indireto: Parte-se do Lucro Líquido para, após os ajustes necessários, chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período pelas operações registradas na DRE.
93 Método Direto No método direto são demonstrados os recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa. Faz-se uma análise das contas patrimoniais e de resultados.
94 FLUXO DE CAIXA ATIVIDADES OPERACIONAIS - Movimentos de Recursos gerados pelas operações da empresa. Exemplos: Recebimentos de Clientes, Pagamentos de despesas. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS - Movimentos de Recursos gerados pelo Ativo Permanente e Realizável a Longo Prazo. Exemplos: Aplicações Financeiras, Aquisição ou Venda de Permanentes. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS - Movimentos de Recursos gerados pelo Capital Próprio e de Terceiros. Exemplos: Alterações de Capital e Financiamentos.
95 Método Indireto Para se chegar ao caixa produzido pelas operações normais da empresa, fazem-se ajustes mediante a comparação dos itens circulantes que estão diretamente vinculados às contas de Resultados, com exceção da própria conta de disponibilidades.
96 Principais Transações que Podem Afetar o Caixa Por Aumentos de Disponibilidades Integralização de Capital em Moeda Empréstimos e Financiamentos Vendas de Permanentes Vendas a Vista Recebimento de Duplicatas a Receber Recebimento de Receitas Financeiras Recebimentos de Dividendos Indenizações Recebidas
97 Principais Eventos que Podem Afetar o Caixa Por Diminuições de Disponibilidades Dividendos pagos a acionistas Encargos Financeiros pagos Amortizações de Empréstimos e Financiamentos Aquisições de Permanentes a Vista Compras a Vista de Estoques Quitação de Fornecedores Pagamentos de Despesas/Custos Quitação de Contas a Pagar e Outros Passivos
98 Principais Eventos que não Afetam o Caixa Depreciações, Amortizações e Exaustão Aumento de Passivos decorrentes de Valores Provisionados ( Provisões para Contingências, Provisões para Pagamentos a Efetuar ) Diminuições de Ativos decorrentes de Valores Provisionados ( Provisões para Perdas nos Estoques, Provisões para ajustes a Valor de Mercado etc )
99 DFC - Método Indireto Operações: Recebimento de clientes Pagamentos de fornecedores Pagamentos de Despesas Financiamentos Novos Empréstimos Pagamento de Empréstimos Integralização do Capital Investimentos Resgate de investimentos temporários Aplicações no imobilizado... Etc. (=) Variação Líquida no Disponível (+) Saldo Inicial no Disponível = Saldo Final
100 Índices Financeiros Índices financeiros são utilizados para avaliar o desempenho da empresa Formas de comparação entre índices: Comparativo setorial Série temporal Os índices são obtidos a partir das informações do BP e da DRE
101 Tipos de Índices Financeiros Índices de Liquidez, de Atividade, de Endividamento, de Lucratividade, de Mercado Índices de Liquidez, Atividade, Endividamento medem Risco Índices de Lucratividade medem Retorno Índices de Mercado medem Risco e Retorno
102 Principais Índices de Liquidez Liquidez corrente (curto prazo): Desempenho de recebimentos e desembolsos a curto prazo ILC = Ativo Circulante / Passivo Circulante Liquidez seca: Desempenho sem depender de estoques e descontando despesas antecipadas ILS = (Ativo Circulante - Estoques - Despesas antecipadas ) / Passivo Circulante
103 Outros Índices de Liquidez Liquidez imediata ILI = (Caixa + Bancos + Títulos a curto prazo) / Passivo Circulante Capital de giro líquido (Capital Circulante Líquido) CGL = Ativo circulante Passivo circulante (medido na DOAR)
104 Indicadores de Atividade Giro do estoque de produtos acabados GE = Custo dos produtos vendidos / Estoque médio de produtos acabados Prazo médio de estocagem PME = Estoque médio / Custo dos produtos vendidos x 360 (para prazo em dias)
105 Indicadores de Atividade Prazo médio de recebimento PMR = (Contas a Receber/vendas anuais) x 360 Prazo médio de pagamento: PMP = (Contas a pagar / compras anuais a prazo) x 360 É usual considerar as compras anuais como um percentual do custo dos produtos vendidos
106 Giro do ativo total Indicadores de Atividade GAO = Vendas / Ativo total
107 Indicadores de Endividamento Índice de Endividamento = Endividamento total / Ativo Total Endividamento total = Passivo Circulante + Exigível a longo prazo Relação capital de terceiros / próprio = Endividamento total / Patrimônio líquido
108 Indicadores de Endividamento Índice de Cobertura de Juros ICJ = Lucro Operacional (EBIT) / Juros pagos
109 Margem Bruta Índices de Lucratividade MB = Lucro Bruto / Vendas líquidas Margem Operacional MO = Lucro Operacional / Vendas líquidas Margem Líquida ML = Lucro líquido para acionistas / Vendas Líquidas
110 Lucro por ação Índices de Lucratividade Retorno sobre o ativo total ROI = Lucro líquido para acionistas / Ativo Total Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE = Lucro líquido para acionistas / PL
111 Outros Indicadores utilizados EBIT - Earnings before Interest and Taxes EBIT = Lucro Operacional (antes de impostos e juros) EBITDA - Earnings before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization EBITDA = Lucro Operacional + despesas com impostos, juros, depreciações e amortização) (EBIT + despesas com depreciação e amortização)
112 Índice preço / lucro Indicadores de mercado P/E = Preço de mercado da ação ordinária / lucro por ação Índice valor de mercado / valor contábil M/B = Preço de mercado da ação ordinária / valor contábil da ação ordinária Valor contábil da ação ordinária = Pl / número de ações ordinárias
DLPA Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
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