REAVALIAÇÃO DE BENS BASE LEGAL PARA O PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE BENS
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1 1 de 5 31/01/ :34 REAVALIAÇÃO DE BENS BASE LEGAL PARA O PROCEDIMENTO DE AVALIAÇÃO DE BENS Até , a Lei 6.404/76 (também chamada Lei das S/A), em seu artigo 8º, admitia a possibilidade de se avaliarem os ativos de uma companhia pelo seu valor de mercado. Na reavaliação abandonava-se o custo do bem original, corrigido monetariamente até , e utilizava-se o novo valor econômico do ativo, obtido a partir de um laudo de avaliação. O valor da reavaliação do ativo imobilizado é a diferença entre o valor líquido contábil do bem e o valor de mercado, com base em laudo técnico elaborado por três peritos ou entidade especializada. EXTINÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO A PARTIR DE A partir de , a Reserva de Reavaliação foi extinta, por força da Lei /2007. Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social de Serão classificadas como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. Portanto, as referências, a partir de , à conta Reserva de Reavaliação, neste texto, devem ser entendidas como da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial. O LAUDO DE AVALIAÇÃO O laudo, para se proceder à reavaliação, é elaborado por três peritos, ou então por uma empresa especializada, nomeados em Assembléia, devendo conter, no mínimo as seguintes informações: a) a descrição detalhada de cada bem avaliado e da documentação respectiva; b) a identificação contábil dos bens; c) os critérios utilizados para a avaliação, especialmente quanto à fundamentação técnica; d) o valor atribuído a cada bem; e) a vida útil remanescente do bem; f) a data da avaliação. CONTABILIZAÇÃO DO LAUDO DE AVALIAÇÃO Quanto à contabilização, dizia o artigo 182, 3º da Lei 6.404/76, na redação anterior à Lei /2007: "Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo nos termos do art. 8º, aprovado pela assembléia geral." A partida da reavaliação será debitada no próprio ativo reavaliado. Assim, a diferença entre o valor do laudo e o constante na contabilidade será acrescida a este último. O ativo, com novo valor contábil, não precisa estar subdividido, mostrando o valor anterior e o acréscimo pela reavaliação. Deverá ter um único total, já que o controle do valor reavaliado será efetuado na conta de reserva, do patrimônio líquido. Nada impede, porém, para fins de controle contábil, que haja desdobramento do valor na contabilidade, constando de valor original + valor reavaliado. É, aliás, recomendável tal procedimento, especialmente com relação aos bens imóveis, já que o artigo 437 do Regulamento do Imposto de Renda exige esta segregação contábil em subconta distinta de que registra o valor do bem, no caso de incorporação da reserva de reavaliação ao capital social. Imóvel constante na contabilidade pelo valor de ,00, com depreciação acumulada de ,00. O laudo de avaliação, elaborado segundo os critérios determinados pelo art. 8º da Lei 6.404/76, informa que o valor do
2 2 de 5 31/01/ :34 bem é de ,00. Lançamento contábil para registrar a reavaliação: D Imóveis Parcela de Reavaliação (Ativo Imobilizado) C Reserva de Reavaliação (Patrimônio Líquido) ,00 O valor de ,00 é obtido deduzindo-se do valor da avaliação, de ,00, o valor contábil, de ,00 ( ,00 valor do bem ,00 depreciação). CONTABILIZAÇÃO OBRIGATÓRIA DOS TRIBUTOS DIFERIDOS Segundo dispõe a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 19.2 que trata dos Tributos sobre Lucros, item , o montante dos tributos sobre a diferença entre o valor contábil e sua correspondente base fiscal deve ser integralmente provisionado, no momento do registro da reavaliação, mediante a utilização de conta retificadora da reserva de reavaliação. Desta forma, para atendimento da norma respectiva, teríamos que debitar a conta de reserva de reavaliação e creditar contas de exigibilidades. Reavaliação de imóveis, no valor de ,00. A alíquota do IRPJ é de 25% e da CSLL é de 9%. Então teremos a seguinte contabilização dos tributos diferidos: D Reavaliação de Imóveis (Reservas de Reavaliação Patrimônio Líquido) ,00 C IRPJ Diferido Reavaliação de Bens (Passivo Não Circulante) ,00 C CSLL Diferida - Reavaliação de Bens (Passivo Não Circulante) ,00 Nota: posteriormente, transfere-se a parcela de tributação de curto prazo (com base na realização a ocorrer) para as contas do passivo circulante. RESERVA DE REAVALIAÇÃO VALORES DEVEDORES Pode ocorrer a hipótese de o Laudo de avaliação determinar valor menor que o contábil para determinado bem ou até para todos os bens. Neste caso, haverá reavaliação devedora (redução do valor do bem). O lançamento será o inverso do exemplificado anteriormente. - Valor contábil do bem ,00 valor original menos ,00 valor da depreciação = ,00 - Valor atribuído pelo Laudo de avaliação ,00 - Valor da Reavaliação ,00 menos ,00 (valor contábil do bem) = menos 5.000,00. Lançamento contábil: D Reserva de Reavaliação Bem Imóvel 1 (Patrimônio Líquido) C Parcela de Reavaliação - Imóveis (Imobilizado) 5.000,00 REALIZAÇÃO DA RESERVA DE REAVALIAÇÃO A reserva de reavaliação é considerada realizada na proporção em que se realizarem os bens reavaliados, devendo ser transferida para lucros ou prejuízos acumulados. Devem ser considerados como realizados os valores de reavaliação na medida da ocorrência dos seguintes fatos: a) depreciação, amortização ou exaustão do valor da reavaliação dos bens computada como custo ou despesa operacional no período; b) baixa dos bens reavaliados em virtude de alienação ou perecimento.
3 3 de 5 31/01/ :34 Registrou-se no período depreciação sobre parcela de reavaliação de bens, no valor de. A realização será contabilizada como segue: C Lucros ou Prejuízos Acumulados (Patrimônio Líquido) PROCEDIMENTOS DE CONTABILIZAÇÃO A PARTIR DE Por força da NBC T 19.6 de observância obrigatória a partir de (Resolução CFC 1.004/2004), além dos procedimentos já explanados anteriormente, deve-se atentar para os seguintes: REGISTRO DAS DEPRECIAÇÕES, AMORTIZAÇÕES OU EXAUSTÕES Para os bens reavaliados, devem ser registradas as depreciações, amortizações ou exaustões correspondentes até a data-base do laudo de avaliação. BENS COM REAVALIAÇÃO CREDORA E DEVEDORA A contrapartida credora da reavaliação pode ser creditada como receita não operacional quando a entidade tiver registrado como despesa, até o limite desta, uma perda decorrente de reavaliação negativa, relacionada com o mesmo bem. Um conjunto de subitens de determinado bem teve a seguinte avaliação efetuada em laudo: Contabilização: Item Avaliação Valor Contábil Reavaliação , , , , ,00 (10.000,00) TOTAL , , ,00 1. Pelo registro da reavaliação devedora do subitem : D Ajustes Devedores na Reavaliação de Bens (Conta de Resultado) Histórico: P/ajuste decorrente de Laudo de Avaliação, subitem Pelo registro da reavaliação credora do subitem : a) Registro como receita não operacional, até o limite do ajuste devedor do bem: D Parcela de Reavaliação (Ativo Imobilizado) C Ajustes Credores na Reavaliação de Bens (Conta de Resultado) Histórico: P/ajuste parcial decorrente de Laudo de Avaliação, subitem b) Registro do restante da reavaliação credora ( ,00 menos já contabilizados em a ): D Parcela de Reavaliação (Ativo Imobilizado) C Reserva de Reavaliação (Patrimônio Líquido) Histórico: P/reavaliação cfe. Laudo, item 750 do imobilizado. CONTROLE INDIVIDUALIZADO
4 4 de 5 31/01/ :34 A entidade deve manter controle individualizado que identifique o valor da reavaliação de cada bem e dos tributos incidentes sobre a reavaliação, para determinação de sua realização por depreciação, amortização, exaustão ou baixa. REAVALIAÇÃO NEGATIVA Na hipótese de reavaliação negativa, apurada em função de o valor dos laudos de avaliação ser inferior ao valor líquido contábil, o registro contábil deve ser efetuado da seguinte forma: PRIMEIRA REAVALIAÇÃO Quando o saldo da reserva de reavaliação for devedora (reavaliação negativa), na primeira reavaliação dos bens, este valor deve ser registrado como despesa não operacional, no resultado do exercício em que a reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão para perdas. Esta provisão somente deve ser reconhecida se a perda for considerada irrecuperável. Empresa realizou a primeira reavaliação de bens, sendo que o laudo de avaliação apontou um valor de ,00. Na contabilidade, o valor dos respectivos bens é de ,00. Teremos então uma reavaliação negativa de ,00, que a administração da entidade considera irreversível. Contabilização: D Provisão para Perdas do Imobilizado (Conta de Resultado) ,00 Nota: se a reavaliação negativa não for considerada irreversível pela administração, a contabilização será: ,00 REAVALIAÇÕES SUBSEQÜENTES O imobilizado deve ser reduzido em contrapartida à reserva de reavaliação, correspondente aos mesmos bens e originada de reavaliações anteriores. Os tributos registrados no passivo sobre a reavaliação devem ser reduzidos proporcionalmente à redução da reserva de reavaliação. Empresa realizou uma segunda reavaliação de bens, sendo que o laudo de avaliação apontou um valor de ,00. Na contabilidade, o valor dos respectivos bens é de ,00, e o saldo da Reserva de Reavaliação (no Patrimônio Líquido) é de ,00 e do IRPJ e CSLL Diferidos é de ,00. Teremos então uma reavaliação negativa de ,00 relativamente ao novo Laudo, contabilizados como segue: 1. Registro da redução da Reserva de Reavaliação pelo novo Laudo: ,00 2. Registro da redução proporcional dos tributos: Cálculo da redução: Saldo da Reserva de Reavaliação antes da contabilização da redução: ,00 Redução da Reserva de Reavaliação conforme novo Laudo: ,00
5 5 de 5 31/01/ :34 % de redução da Reserva de Reavaliação: ,00 dividido por ,00 = 75,757576%. Redução do IRPJ e CSLL Diferidos: ,00 x 75,757576% = ,15. D IRPJ e CSLL Diferidos (Passivo Não Circulante) C Reavaliação de Imóveis (Reservas de Reavaliação Patrimônio Líquido) ,15 Nota: se o saldo da Reserva de Reavaliação for insuficiente para registro de redução do ativo, esta insuficiência deve ser registrada conforme os procedimentos tratados no tópico Primeira Reavaliação. TRIBUTOS SOBRE A REAVALIAÇÃO O passivo dos tributos incidentes sobre a reserva de reavaliação não deve ser constituído para ativos que não se realizam por depreciação, amortização ou exaustão, como é o caso de terrenos, e para os quais não haja qualquer perspectiva de realização por alienação. A parcela correspondente aos tributos incidentes sobre a reavaliação deve ser registrada no passivo Passivo Não Circulante, sendo transferida para o passivo circulante, à medida que os ativos forem sendo realizados. As eventuais oscilações nas alíquotas dos tributos devem ser reconhecidas em contrapartida da reserva de reavaliação. DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO OU EXAUSTÃO Após a reavaliação, a depreciação, a amortização ou a exaustão dos bens reavaliados devem ser calculadas e registradas sobre o novo valor, considerando a vida útil econômica remanescente, indicada no laudo de avaliação. VEDAÇÃO DE AUMENTO DE CAPITAL A reserva de reavaliação não pode ser utilizada para aumento de capital ou amortização de prejuízo, enquanto não realizada. DIVULGAÇÃO As informações sobre a reavaliação efetuada pela entidade devem ser divulgadas em notas explicativas, destacando, no mínimo: a) as bases da reavaliação e os avaliadores, no ano da reavaliação; b) o histórico e a data da reavaliação; c) o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores; d) o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou exaustões sobre a reavaliação, e baixas posteriores; e) o tratamento quanto a dividendos e participações; f) o tratamento e os valores envolvidos quanto aos tributos diferidos. Clique aqui se desejar imprimir este material. Clique aqui para retornar. Guia Contábil - Índice
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