Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Transcrição

1 Número do /002 Númeração Relator: Relator do Acordão: Data do Julgamento: Data da Publicação: Des.(a) Sandra Fonseca Des.(a) Sandra Fonseca 31/07/ /08/2012 EMENTA: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADES DE ATENDIMENTO GOVERNAMENTAL - CENTRO DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA DOM BOSCO E SÃO BENEDITO - PROCESSO EXTINTO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, POR LITISPENDÊNCIA - AGRAVO RETIDO - NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS - QUESTÃO QUE É OBJETO DO APELO - CARÊNCIA RECURSAL - FALTA DE INTERESSE SUPERVENIENTE - PREJUDICIALIDADE - NÃO-CONHECIMENTO - PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DOS ADOLESCENTES SENTENCIADOS PARA UNIDADES DE INTERNAÇÃO DEFINITIVA E DE SEMILIBERDADE EXISTENTES NA CAPITAL E NA REGIÃO METROPOLITANA - AUSÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA COM AÇÃO ANTERIOR QUE PRETENDIA A INTERDIÇÃO LIMINAR SOMENTE DO CEIP DOM BOSCO, COM PEDIDO DE REESTRUTURAÇÃO FÍSICA E DE PESSOAL DA UNIDADE-INOCORRÊNCIA DE CONEXÃO OU CONTINÊNCIA - NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVAS - IMPOSSIBILIDADE DO PROSSEGUIMENTO DO JULGAMENTO, NA FORMA DO ART. 515, 3º, DO CPC - RECURSO PROVIDO - SENTENÇA ANULADA - PROSSEGUIMENTO DO FEITO. - O critério finalístico e a abrangência do conteúdo da apelação impõem ao agravo retido a carência recursal por falta de interesse superveniente, na medida em que a insurgência relativa ao agravo retido esta contida na matéria veiculada na apelação. - Somente haverá litispendência quando a ação ajuizada possuir as mesmas partes, causa de pedir e pedido de outra causa ainda não julgada. - Não existe litispendência entre ação que pretende a interdição 1

2 liminar e reestruturação de Centro de Internação Provisória de adolescentes infratores, ao fundamento de falta de estrutura física e de pessoal do local, e outra, posteriormente proposta, que pede a transferência, para unidades de internação definitiva, de adolescentes já sentenciados e cumprindo medidas de semiliberdade e internação, ao fundamento da superlotação e dos problemas dela conseqüentes, gerados pela indevida manutenção dos adolescentes já julgados. Ausência de identidade dos pedidos e das causas de pedir. - Inocorrência de conexão ou continência. - Necessidade de instrução probatória. Impossibilidade do prosseguimento do julgamento, na forma do art. 515, 3º, do CPC. - Sentença anulada. APELAÇÃO CÍVEL Nº /002 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - APELANTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - APELADO(A)(S): ESTADO DE MINAS GERAIS - INTERESSADO: CEIP - CENTRO DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA DOM BOSCO, CEIP - CENTRO DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA SÃO BENEDITO A C Ó R D Ã O Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em Julgar prejudicado o agravo retido. Dar provimento à apelação, para anular a sentença, determinando o prosseguimento do processo com a reabertura da instrução probatória. DESA. SANDRA FONSECA RELATORA. DESA. SANDRA FONSECA (RELATORA) 2

3 V O T O Cuida-se de recurso de apelação interposto pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, visando à reforma da r. sentença de fls.254/257, que, nos autos ação da apuração de irregularidades em entidades de atendimento, especificamente Centro de Internação Provisória Dom Bosco e Centro de Internação Provisória São Benedito, julgou extinto processo, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, V, do CPC, reconhecendo a ocorrência de litispendência, em relação ao processo nº Em suas razões recursais de fls.258/279, o apelante requer, preliminarmente, o conhecimento do agravo retido de fls.215/219, interposto em face da decisão que negou pedido de produção de provas. Alega, em síntese, que a providência pretendida na presente ação é corrigir a superlotação dos Centros de Internação Provisória (CEIP) Dom Bosco e São Benedito; superlotação esta gerada em razão do fato de adolescentes já sentenciados a cumprir medidas de semiliberdade e internação, continuarem indevidamente lotados nos centros de internação provisória, quando deveriam ser transferidos para unidades de internação definitiva. Afirma que não há identidade entre a ação ora ajuizada e aquela proposta em 2007, uma vez que a última pretendia a interdição da CEIP Dom Bosco, em razão de falta de condições mínimas estruturais de higiene e segurança, ausência de atividades pedagógicas e terapia ocupacional, em razão de superlotação. Concluiu pela inocorrência de litispendência ou coisa julgada, e sustentou que a superlotação e a manutenção de adolescentes já julgados nos CEIP encontra-se demonstrada e viola direitos dos internos, requerendo, caso não se dê provimento ao agravo retido, o prosseguimento do julgamento, na forma do art. 515, 3º, com o julgamento de procedência dos pedidos iniciais. 3

4 Contra razões às fls.280/284, requerendo a distribuição do presente recurso à 3ª Câmara Cível, por prevenção, em razão da conexão da presente ação com o processo nº , conhecida em grau de recurso por aquela c. Câmara. No mérito requere a manutenção da sentença. Parecer da douta Procuradoria-Geral de Justiça, às fls. 290/300-TJ, pelo provimento do agravo retido e da apelação. Agravo retido. O apelante requer, preliminarmente, o conhecimento do agravo retido de fls.215/219, interposto em face da decisão de fls.213v que negou pedido de produção de provas requeridas às fls.169. Compulsando os autos, verifica-se que o apelante, nas razões do recurso apelatório, requereu que, com o afastamento da litispendência, seja dado o prosseguimento ao feito, na forma do art. 515, 3º, do CPC, por entender já estar a causa madura para julgamento. Desta forma, a questão sobre a necessidade de produção de provas foi absorvida pelo recurso apelatório. Com efeito, no caso dos autos, o critério finalístico e a abrangência do conteúdo da apelação impõem ao agravo retido a carência recursal por falta de interesse superveniente, porque perde o objeto o agravo retido que contém matéria veiculada na apelação. Tribunal: Neste sentido, mutatis mutandi, é a jurisprudência deste eg. "EMENTA: AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO - DESPACHO QUE DETERNINA EMENDA DA INICIAL - INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO RETIDO - DECISÃO ABSORVIDA PELA SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO POR INÉPCIA DA INICIAL - AGRAVO PREJUDICADO - 4

5 APELAÇÃO - INÉPCIA DA INICIAL - NÃO OCORRÊNCIA - DESNECESSIDADE DE SE INDICAR NA INICIAL A OCORRÊNCIA DE FATO SUPERVENIENTE À CELEBRAÇÃO DO CONTRATO PARA JUSTIFICAR O PEDIDO DE SUA REVISÃO - Se o agravo retido foi interposto contra decisão interlocutória que restou absorvida pela sentença que julgou extinto o processo, sem resolução de mérito, por inépcia da inicial, há que se dá-lo por prejudicado, pois a questão será objeto de análise na própria apelação ao final interposta. (...)" (TJMG, Apelação Cível /001, Relator: Des. Evandro Lopes da Costa Teixeira, data do julgamento: 11/01/2012). A questão sobre a necessidade de produção de provas será analisada, portanto, caso afastada a litispendência, juntamente com o pedido de prosseguimento do julgamento de mérito, na forma do art. 515, 3º, do CPC, restando prejudicado o agravo regimental. Com estes fundamentos, julgo prejudicado o agravo retido. Litispendência, conexão e continência. A digna Juíza de primeiro grau entendeu haver litispendência entre a presente ação, e outra anteriormente ajuizada pelo Parquet (processo nº ). Para a configuração de litispendência, é imprescindível que dois processos pendentes apresentem identidade entre todos os elementos da ação. Assim, apenas haverá litispendência quando a ação ajuizada possuir as mesmas partes, causa de pedir e pedido de outra ainda não julgada. No caso dos autos, da atenta leitura da inicial da presente ação (fls.02/10), bem como da inicial da ação reputada como causadora da litispendência (fls.222/235), bem é de ver que, apesar 5

6 da identidade entre as partes, não se configurou a litispendência, já que não são as mesmas a causa de pedir e do pedido. Com efeito, na ação primeva, o pedido constitui-se em requerimento de interdição liminar da CEIP Dom Bosco (item 1, do pedido (fls. 234), bem como seja "compelido o Estado de Minas Gerais a dotar o CEIP Dom Bosco de condições dignas para o atendimento de adolescente autor de ato infracional acautelado provisoriamente" (item 5, do pedido). Tal pedido teve como causa a falta de condições físicas e de pessoal, de higiene e de segurança da referida unidade, para o atendimento dos adolescentes, bem como a ausência de atividades pedagógicas e terapia ocupacional, em razão de superlotação. Noutro giro, a presente ação busca o encaminhamento dos adolescentes já julgados, e ainda lotados nos centros de internação provisória Dom Bosco e São Benedito, para unidades de internação e unidades de semi-liberdade da Capital, bem como seja doravante o Estado obrigado a diligenciar as transferências, no prazo máximo de 48h a contar da guia de execução ou do pedido de vaga, dotando os centros de agentes sócio educativos e técnicos, nos seguintes termos: "a) que providencie, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a distribuição e encaminhamento dos adolescentes já julgados pela VIJ da Capital e com medias socioeducativas de internação por prazo indeterminado ou semiliberdade aplicadas, ainda mantidos indevidamente no CEIP DOM BOSCO e CEIP SÃO BENEDITO, às unidades de internação e demais unidades de semiliberdade que servem a capital, e providenciando, no mesmo prazo, o reforço de pessoal (agentes socioeducativos e técnicos que se fizer necessário (...) b) que doravante cuide de diligenciar, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar do recebimento da guia de execução ou do pedido de vaga, a transferência do CEIP DOM BOSCO e SÃO BENEDITO para unidades de internação ou semiliberdade (...)" (fls.09, 6

7 grifos no original). Por sua vez, a causa de pedir da presente ação está na superlotação gerada em razão da indevida permanência dos adolescentes já julgados nos centros de internação provisória, quando existem vagas nos centros de internação e semiliberdade, sustentando, ainda, o autor, que a manutenção de adolescentes já julgados nos CEIP também viola direitos dos internos que passam pela internação provisória, uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente determina, em seu artigo 123, a rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração. Desta forma, considerando que as unidades de internação adequadas existentes podem comportar a demanda mantida nos CEIP Dom Bosco e São Benedito, a fim de evitar a violação de direitos humanos dos adolescentes internados, requer as transferências. Esclareça-se que os pedidos de transferência dos internos com medidas de internação e semiliberdade decretadas, feitos na ação primeva (itens 2.1 e 2.2, fls.234), consistiam em mera conseqüência do pedido liminar de interdição da CEIP Dom Bosco, tanto que foi requerida, também, a transferência dos internos que cumpriam devidamente medidas provisórias (item 2.3). Da mesma forma, o pedido de interdição parcial feito na segunda ação, configura, tão somente, pedido de penalidade, em caso de descumprimento do pedido principal. Em outras palavras, enquanto a primeira ação pretendia a interdição liminar e reestruturação da CEIP Dom Bosco, em razão de falta de condições básicas, a segunda ação pretende a transferência de internos indevidamente mantidos nos CEIP Dom Bosco e São Benedito, ao fundamento da superlotação e dos problemas dela conseqüentes, gerados pela indevida manutenção dos adolescentes já julgados. Desta forma, verifica-se que as ações são distintas, não havendo identidade dos pedidos e das causas de pedir, e, nem 7

8 mesmo, coincidência entre os CEIP, já que a ação primeva refere-se tão somente ao CEIP Dom Bosco, enquanto a presente ação refere-se a este último e ao CEIP São Benedito. Não há também conexão entre as causas, que determine a reunião dos processos. Com efeito, reputam-se conexas duas ou mais ações quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir (art. 103, do CPC). Como acima explanado, não há identidade entre as causas de pedir das duas ações. No que se refere ao objeto, verifica-se que, segundo lição de ERNANE FIDÉLIS DOS SANTOS, "O objeto do pedido pode ser imediato e mediato. Imediato é a providência jurisdicional que se invoca; mediato, o objeto concreto sobre o qual tal providencia deve recair. (...). O objeto referido no art. 103 e apenas o mediato, pois o imediato tem caráter de generalidade." (Manual e Direito Processual Civil, vol. 1, 13ª edição, Saraiva, fls.168/169). Nesta esteira, bem é de ver que não existe entre as ações identidade dos objetos mediatos, já que, o "objeto concreto" sobre o qual a providência deve recair, na ação primeva, é a própria estrutura da CEIP Dom Bosco, que o autor ministerial pretendia liminarmente interditar, e, a final, reformar, sendo o pedido de transferência de internos mera conseqüência da interdição liminar; enquanto que, na segunda ação, o "objeto concreto" a que se refere o pedido são os próprios internos dos CEIP Dom Bosco e São Benedito, com medidas de internação e semiliberdade, mantidos indevidamente nos centros provisórios, cuja transferência é pedida. Não há que se falar, também, em continência de ações, já que é necessário para se configurar tal fenômeno a identidade das partes e da causa de pedir (art. 104, do CPC), o que, como se viu acima, não se verifica quanto a causa de pedir. 8

9 Com estes fundamentos, mister se faz a anulação da r. sentença recorrida, afastando-se o julgamento de litispendência, negando-se, todavia, o pedido de reconhecimento de conexão o continência. Pedido de prosseguimento do julgamento. Ultrapassadas as questões referentes à ocorrência de litispendência, conexão e continência, mister se faz a análise da possibilidade do prosseguimento do julgamento, na forma do art. 515, 3º, do CPC: " 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento". No caso dos autos, bem é de ver que, apesar da extinção do processo sem julgamento do mérito, a causa não versa sobre questão exclusivamente de direito, e nem esta em condições de imediata decisão. Como acima se asseverou o fundamento do pedido do autor ministerial é a superlotação gerada pela indevida manutenção de adolescentes já julgados nos centros de internação provisória, bem como as conseqüências danosas da superlotação para o funcionamento dos centros e a possibilidade de transferência para as unidades de internação e semiliberdade. Ora, tais questões são eminentemente de fato, e da sua prova depende o julgamento do feito, não havendo, por outro lado, prova documental suficiente para o julgamento. Com efeito, os documentos de fls. 17/19 e 33/34, retratam a situação das CEIP no momento da propositura da ação, razão pela qual não são hábeis a retratar a situação atual. 9

10 Noutro giro, de acordo com o relatório subscrito pela psicóloga judicial Marcela Silva Andrade, do Setor de Acompanhamento das Medidas Privativas de Liberdade - SAMRE (fls. fls.30/32), também datado de 2010, não há superlotação no Centro de Internação Provisória São Benedito; não há adolescentes com medida de semiliberdade; e os adolescentes com medida socioeducativa de internação aplicada, freqüentam as atividades de reforço escolar. Quanto ao Centro de Internação Provisória Dom Bosco, o relatório atesta que permanece em estado de superlotação, o que interfere diretamente na ação socioeducativa a ser desenvolvida no Centro. Demonstra que adolescentes já sentenciados com medida de semiliberdade são mantidos no CEIP Dom Bosco, mas que, sem embargo, o encaminhamento tem ocorrido com mais agilidade. Quanto aos adolescentes com medida socioeducativa de internação aplicada, vê-se que realizam oficinas de caráter pedagógico, todavia, muitos não freqüentam a escola da unidade por falta de vagas. O relatório ainda ressaltou que o direito à escolarização formal dos adolescentes que estão irregularmente nos centos provisórios está sendo violado, uma vez que o reforço escolar não é considerado escola formal. Apesar dos indícios de violação dos direitos dos adolescentes mantidos no Centro de Internação Provisória Dom Bosco,vê-se que há uma tentativa por parte da direção geral de atender aos interesses dos internos. Como se depreende do referido relatório: "(...) Percebe-se que há uma iniciativa das direções de geral, de atendimento e de segurança de que as atividades aconteçam de forma mais sistemática (...)" (fls. 31). Ademais, apesar da alegação do apelante de que as unidades de internação e semiliberdade têm capacidade para comportar o número de adolescentes sentenciados que são mantidos 10

11 nos Centros de Internação Provisória, também há a informação de que não há vagas nos Centros Socioeducativos. Assim, não restou demonstrado que as unidades de internação e semiliberdade podem receber os adolescentes. Desta forma, as circunstancias fáticas referentes ao caso ainda demandam a respectiva demonstração, pelo que não é possível o prosseguimento do julgamento, na forma do art. 515, 3º, do CPC, cabendo as partes, e a digna Juíza de primeiro grau, em sua função diretiva do processo (art. 130, do CPC), requerer e determinar as provas que entendam cabíveis. Com estes fundamentos, portanto, DOU PROVIMENTO ao recurso, para anular a r. sentença recorrida, afastando o reconhecimento de litispendência, bem como determinando o prosseguimento do feito, com a reabertura da fase instrutória, na maior brevidade possível. É como voto. DES. EDILSON FERNANDES (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. ANTÔNIO SÉRVULO - De acordo com o(a) Relator(a). SÚMULA: "JULGARAM PREJUDICADO O AGRAVO RETIDO. DERAM PROVIMENTO À APELAÇÃO, PARA ANULAR A SENTENÇA, DETERMINANDO O PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO, COM A REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA." 11