REGIME DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SINERGIAS COM A PÓS AVALIAÇÃO
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1 REGIME DE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL, SINERGIAS COM A PÓS AVALIAÇÃO Sandra de Melo Nobre, Eng.ª Ambiente snobre@ecoservicos.pt ECOserviços - Gestão de Sistemas Ecológicos, Lda. Vila Real, 21 de Outubro 2010
2 DECRETO-LEI N.º 147 / 2008, DE 29 DE JULHO Transpõe para o quadro jurídico português a Directiva 2004/35/CE que aprovou, com base no princípio do poluidor -pagador, o regime relativo à responsabilidade ambiental aplicável à prevenção e reparação dos danos ambientais, com a alteração que lhe foi introduzida pela Directiva n.º 2006/21/CE, do Parlamento Europeu. 2
3 PRINCÍPIO DO POLUIDOR - PAGADOR Este regime legal alicerça-se na aplicação do princípio do poluidor pagador - reparador, implicando assim a responsabilização de qualquer operador cuja actividade seja potencialmente geradora de danos ambientais, ou tenha efectivamente causado danos ambientais e a partir da data de entrada em vigor do referido decreto lei ( 1 Agosto de 2008 ). 3
4 Consideram-se prescritos os danos causados quando hajam decorridos mais de 30 anos sobre a efectivação do mesmo. O regime de responsabilidade aplica-se a todas actividades ocupacionais lucrativas ou não. A garantia financeira é obrigatória para as actividades listadas no Anexo III do DL 147 / 2008 e só foi exigível a partir de 1 de Janeiro de 2010 A falta da garantia financeira constitui uma contra ordenaço ordenação ambiental muito grave. 4
5 NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE A - Responsabilidade Objectiva: Aplicável às actividades listadas no Anexo III e cuja actividade cause danos no ambiente independentemente de dolo ou negligência e sempre que se possa identificar a relação causa/efeito. O operador é obrigado a constituir a garantia financeira, que lhe permitirá em caso de acidente ambiental com dano significativo para o ambiente, implementar a medidas de reparação necessárias para repor o estado inicial. A responsabilidade pelo dano recai sobre toda a cadeia hierárquica. 5
6 Níveis de Responsabilidade B - Responsabilidade Subjectiva - Atribuída a actividades não incluídas no Anexo III e apenas quando se verifica culpa ou negligência.. A reter - Em caso de ocorrência de danos, o operador opoperador terá que provar que não tem culpa. 6
7 AS GARANTIAS FINANCEIRAS A garantia financeira tem como objectivo garantir que os operadores responsáveis pela ocorrência de danos significativos no ambiente, tenham capacidade financeira para implementar medidas de reparação. 7
8 Apólices de seguro - Apenas neste tipo de garantia, existem a transferência parcial do risco para terceiros. Garantias Bancárias A Garantia tem que ser do tipo first demand ou incondicional.não há transferência do risco. Em termos da actividade económica pode ser redutor na obtenção de outros financiamentos Participação em fundos ambientais Existe a partilha da garantia por vários operadores. Fundos próprios Exige a cativação de montantes financeiros por parte dos operadores. Este só poderá ser utilizado no âmbito da responsabilidade ambiental. 8
9 Qualquer tipo de garantia implica um esforço financeiro para operadores. Qual o montante da garantia? Quais os riscos ambientais? 9
10 Onde ir buscar informação? 10
11 SINERGIAS / COMPLEMENTARIDADE COM OUTROS INSTRUMENTOS Regime de AIA Decreto-Lei n.º 147/2008 Decreto-Lei n.º 197/2005 Regime de Prevenção e Controlo Integrado da Poluição IPPC Decreto-Lei n.º 173/2008 Regime de Prevenção e Controlo de Acidentes Graves que Envolvem Substâncias Perigosas Decreto-Lei n.º 254/
12 VECTORES / DESCRITORES AMBIENTAIS SOBRE QUE VECTORES AMBIENTAIS INCIDE O DECRETO-LEI N.º 147/2008? Incide sobre os recursos naturais: Espécies e habitats naturais protegidos Água Com enquadramento legal próprio D.L. n.º 58/2005 Solo (com risco significativo para a saúde humana) 12
13 VECTORES / DESCRITORES AMBIENTAIS SOBRE QUE VECTORES AMBIENTAIS INCIDE O DECRETO-LEI N.º 147/2008? Poluição atmosférica, apenas é coberta quando estão em causa danos nas espécies, habitats, água e solos. 13
14 O QUE SE ENTENDE POR DANOS AMBIENTAIS NOS DIVERSOS VECTORES AMBIENTAIS? Dano ambiental em é qualquer acção ou intervenção que produza efeitos adversos significativos e impeça a manutenção de estado favorável à conservação das espécies e dos habitats e alterações qualitativas e quantitativas das massas de água as quais não são recuperáveis naturalmente, num período de tempo aceitável. 14
15 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E REPARAÇÃO Até onde vão as Medidas de Reparação? 15
16 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS 16
17 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Momento de Referência - 30 de Julho de 2008 Em caso de acidente a medida de reparação deve repor a situação de 30 de Julho de Conhecer a situação ambiental dos solos, águas, espécies e habitats protegidos do local e da envolvente afectada em caso de ocorrência de danos ambientais, permite uma melhor defesa dos interesses ambientais e dos interesses de cada operador. 17
18 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Fontes de informação : - Estudos de Impacte Ambiental ( EIA ) - Relatórios documentos que decorrem da licença ambiental - Informação dos Sistemas de Gestão da Qualidade e do Ambiente A ter em atenção : O diagnóstico deve estender-se à área a afectar em caso de acidente. Fotografia da onda de cheia provocada pelo rebentamento do dique de rejeitados de uma fábrica de sulfato de alumínio 18
19 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Lacunas: As maiores lacunas de informação para obtenção de um bom diagnóstico são ao nível do conhecimento da área envolvente afectada. E em particular : 19
20 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Solos Solos - Caracterizados com base em elementos cartográficos publicados 20
21 CÁLCULO DA GARANTIA E DOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Águas Subterrâneas A caracterização da águas subterrâneas na maior parte dos casos, e em particular para áreas não inseridas em sistemas aquíferos, é escassa, quer em termos qualitativos quer em termos do comportamento hidrodinâmico das massas de água. 21
22 DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO Caracterização da área de influência Caracterização do estado de conservação dos vectores ambientais Presentes ( Julho 2008 ) 22
23 DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÃO 23
24 AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS Duas perspectivas em concorrência 1 - Avaliação do dano ambiental em termos de significância e magnitude ambiental 2 Tradução do dano / risco em termos financeiros 24
25 AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS Identificação das ocorrências Registadas no operador Ocorrências registadas Frequência anual Valoração do Dano associado Existe ou estão previstas medidas de prevenção Ex : Roturas de tubagens Transbordo de depósitos de águas contaminadas nº de Ocorrências em N anos Data Valor de referência do dano ambiental 2 X X 4 X X Sim ( Ex: medidas de retenção ) 25
26 CÁLCULO FINANCEIRO DO RISCO A determinação do risco de cada ocorrência é função da sua probabilidade de ocorrência e da sua magnitude. Um exemplo : Aplicação da Lei de Poisson P(X=x, t) = (e - λ t. (λ t) x ) / x! em que: μ = λ t σ 2 = λ t x número de eventos (acidentes) que ocorrem por ano, t=1 26
27 CÁLCULO FINANCEIRO DO RISCO Valor indicativo da garantia Financeira 27
28 CONCLUSÃO A monitorização ambiental representa um esforço financeiro importante para a maioria dos operadores, pelo deverá ser implementada de forma direccionada e com expressão temporal de modo a funcionar não apenas como uma ferramenta de inspecção, mas também de salvaguarda dos interesses dos operadores, permitindo uma melhor consciência dos estados de conservação dos habitats, dos recursos hídricos e dos solos na área envolvente. É importante que os operadores analisem as suas alternativas e opções de medidas de prevenção tendo em atenção a diminuição do risco ambiental e a sua tradução financeira. 28
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