ALCA: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E AS PRINCIPAIS BARREIRAS QUE A IMPEDIRAM DE TRANSFORMAR-SE EM UM BLOCO ECONÔMICO
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1 ALCA: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E AS PRINCIPAIS BARREIRAS QUE A IMPEDIRAM DE TRANSFORMAR-SE EM UM BLOCO ECONÔMICO Autores: ¹Thiago de Queiroz Francielle Nunes Fernanda Buszko Priscila Oliveira Michele Drabik Severo Diego Schardosin Orientador: ²Professor Eduardo Teixeira RESUMO Este artigo tem como objetivo caracterizar a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), apontando as principais barreiras que a impediram de se transformar em um bloco econômico. Trata-se de uma revisão bibliográfica, onde se analisou artigos científicos, livros e publicações em revistas científicas. A pesquisa foi realizada nos meses de agosto e setembro de Foi observado que a ALCA traria modestos ganhos para os países envolvidos. A diplomacia brasileira estava consciente de que a ALCA corria o risco de desaparecer e que por mais arrogante que fossem os EUA, o Brasil teria que dar um primeiro passo. Porém, o acordo de livre comércio ficou distante da posição de um bloco econômico e mais ainda de uma moeda única. A ALCA foi um sonho que não se realizou. Palavras-chave: ALCA. Principais Barreiras. ¹Aluno do Curso de Graduação Tecnológica em Comércio Exterior Faculdade Cesuca Cachoeirinha Rio Grande do Sul Brasil ²Professor da disciplina de Prática Profissional I Faculdade Cesuca 1
2 INTRODUÇÃO O presente artigo visa caracterizar a ALCA, apresentando seus objetivos, apontando as principais barreiras no qual a ALCA não se transformou em um bloco econômico. A primeira ideia de se estabelecer um mercado comum para todas as Américas nasceu no final do século XIX. O então presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland, convocou a primeira Conferência Interamericana e propôs a formação de uma união aduaneira para todas as Américas. A ideia não foi avante visto que encontrou muitas resistências, particularmente do Chile (MAIA, 2011 apud SOTERO, 1997). Em dez de dezembro de mil novecentos e noventa e quatro, por iniciativa dos Estados Unidos, dirigentes dos países das Américas reuniram-se em Miami, Flórida, e decidiram dar início a um ambicioso projeto de integração do continente americano. Seria criada, a partir de 2005, uma área de livre comércio compreendendo todos os países do continente (com exceção de Cuba). Essa área seria denominada Área de livre comércio das Américas (ALCA), em inglês, Free Trade Area of the Americas. A reunião ficou conhecida como I Cúpula das Américas (RATTI, 2006). Para Morini, Simões & Dainez (2011) a ALCA possuía muitos objetivos, dentre eles a eliminação de barreiras alfandegárias para circulação de bens e de serviços prevendo a abertura do mercado financeiro de um país americano aos mercados externos, diminuindo o controle sobre o capital, não sendo mencionadoo que a abertura dos mercados financeiros ampliaria a liberdade ao capital especulativo, que não financia a produção de bens. A ALCA agrupariaa 34 países das Américas (MAIA, 2011). Até 2005, foram realizadas oito Reuniões Ministeriais com os Ministros que representavam o comércio em seus países e três Cúpulas das Américas para decidirem as metas e regras da ALCA (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Nos últimos anos parece ter havido pouco interesse para se chegar a um resultado satisfatório. Estados Unidos e Brasil se desentenderam por vários motivos. Os outros 32 países que participariam da ALCA não demonstraram maior interesse. E assim passaram-se 11 anos desde a I Cúpula das Américas (RATTI, 2006). 2
3 De acordo com Maiaa (2011) há críticas positivas e negativas em relação a ALCA. Os conflitos entre os países componentes tornaram irrealizáveis as metas previstas. Na verdade, a ALCA foi um sonho que não se realizou. ALCA ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS Segundo Maia (2011), Richard Feinberg, em seu livro Summitry of de Americas, relata que a ALCA nasceu de uma improvisação diplomática. O vice-presidente dos Estados Unidos, Alberto Gore, foi à Cidade do México em novembro de 1993 para celebrar a ratificação do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) pelo Congresso Norte-americano. Entretanto ele tinha interesse em levar alguma idéia nova para apresentar durante sua estadia no México. Dessa forma ia surgindo a ALCA. Porém para Ratti (2006) a origem desse projeto pode ser identificada na Iniciativa para as Américas, lançada em junho de 1990 pelo presidente George Bush (pai). O interesse dos EUA na criação da ALCA pode ser atribuído à preocupação com o mercado consumidor de seus produtos, considerando a concorrência que sofrem em vários mercados mundiais. A ALCA representaria um mercado que se estenderia do Alasca à Patagônia, compreendendo uma população de 750 milhões de indivíduos (dados de 1995). A ALCA tinha comoo principal característica a sua grande abrangência, visando o fortalecimento da democracia, fomento ao livre comércio e garantia de desenvolvimento sustentável. E um dos seus desafios era estabelecer a criação de um Fórum Internacional de Justiça com o objetivo de esclarecer assuntos pendentes entre os países (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Objetivos da ALCA: a) Promoverr a prosperidade, mediante crescente integração econômica e livre comércio entre os países do hemisfério como fatores-chave para elevar o nível de vida, melhorar as negociações de trabalho dos povos das Américas e melhor proteger o meio ambiente; b) Estabelecer uma área de livre comércio em que serão progressivamente eliminadas as barreiras do comércio de bens e serviços e ao investimento, concluindo-sobjetivo já foi revisto. Especula-se que nada seja assinado antes de 2007, as negociações até Esse aguardando-sde 2006; o final das negociações da Rodada Doha prevista para encerrar em dezembro c) Ampliar a abertura de mercados mediante altos níveis de disciplina por meio de um acordo equilibrado e abrangente; 3
4 d) Estabelecer oportunidades para facilitar a integração das economias menores no processo da ALCA, de maneira a concretizar suas oportunidades e aumentar seu nível de desenvolvimento; e) Realizar políticas de libertação comerciais e ambientais, se apoiando mutuamente, levando em conta o trabalho empreendido pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e por outras organizações internacionais (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Participaram da ALCA todos os Estados membros ativos da OEA (Organização dos Estados Americanos), à exceção de Cuba. São eles: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Republica Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Santa Lucia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Esses mesmos autores relatam que o desenvolvimento da ALCAA iniciou-se em dezembro de 1994, naquela que foi chamada Primeira Cúpula das Américas, onde o objetivo alvo seria a eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias impostas ao comércio, permitindo também o livre fluxo de capitais entre os países membros. Nessa reunião de Miami, também ficou estabelecido que fosse feito um cronograma que permitiria a criação da zona de livre comércio até 2005 (MAIA, 2011). Em junho de 1995, ministros de Comércio reuniram-se em Denver Colorado, para reafirmar o compromisso de criar a ALCA, estabelecendo mecanismos para atingir esse objetivo em Na ocasião houve desentendimento entre delegações latino- à adoção de americanas e dos Estados Unidos sobre a vinculação da abertura comercial cláusulas trabalhistas (trabalho servil, de menores, etc.) e de proteção ao meio ambiente (RATTI, 2006). Para Morini, Simões & Dainez (2011) e Ratti (2006) nessa primeira Reunião dos Ministros do Comércio foram estabelecidos sete grupos de trabalho: 1) Acesso a mercados; 2) Procedimentos aduaneiros e regras de origem; 3) Investimentos; 4) Normas e barreiras técnicas ao comércio; 5) Medidas sanitárias e fitossanitárias; 6) Subsídios, antidumping e medidas compensatórias; 7) Economias menores (com objetivo de identificar e examinar as medidas relacionadas com o comércio existente em cada área específica). De acordo com Ratti (2006) em março de 1996 houve a segunda Reunião de Ministros em Cartagena, Colômbia. Ficou decidido que o início das negociações ocorreria nos encontros ministeriais a serem realizados em maio de 1997, em Belo 4
5 Horizonte. Houve encontros preparatórios em Florianópolis (setembro de 1996), Recife (fevereiro de 1997) e Rio de Janeiro (abril de 1997). Nessa segunda reunião houve um avanço nos trabalhos preparatórios, salientando a necessidade de finalizar o processo para o ano de 2005 (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Segundo Maia (2011) em maio de 1997, foi realizada uma terceira reunião, agora em Belo Horizonte. Ela se tornou importante porque, inicialmente, os Estados Unidos achavam que o MERCOSUL prejudicava a formação da ALCA e queriam que o início da redução das tarifas fosse bem rápido e não em 2005, como estava previsto em Miami. Esse mesmo autor relata que essa antecipação seria prejudicial para o MERCOSUL e particularmente para o Brasil, visto que o Brasil não estaria preparado para enfrentar os produtos norte-americanos que seriam colocados sem tarifas, ou com tarifas baixas, no MERCOSUL. Em face disso, o Brasil ponderou que não poderia diminuir tarifas, pois os produtos brasileiros eram altamente tributados nos Estados Unidos. A pressão brasileira foi apoiada pelos países do MERCOSUL, o que fortaleceu os argumentos brasileiros. Em resumo, as principais divergências de opinião foram: tempo necessário para o início da implantação da ALCA e definição das próximas etapas de negociação. Segundo Ratti (2006) na quarta Reunião Ministerial, realizada em março de 1998, em São José, Costa Rica, referendada pela II Cúpula das Américas, ocorrida em Santiago do Chile, em abril de 1998, os países participantes aprovaram os seguintes princípios: a) As negociações seriam conduzidas de forma transparente, baseadas no consenso e deveriam estar finalizadas até 2005; b) As decisões abarcariam todos os âmbitos de acordo e constituiriam um compromisso único, ou seja, nada seria acordado até que tudo estivesse acertado, não há, pois, possibilidade de adesão parcial; c) Os países poderiam negociar de forma individual ou em grupos sub-regionais; d) O acordo final deveria ser compatível com as regras da Organização Mundial do Comércio; e) A ALCA poderia coexistir com o MERCOSUL e demais acordos de integração continental. 5
6 Para Morini, Simões & Dainez (2011) na Quarta Reunião Ministerial da fase preparatória ficou acordadoo na ocasião que as reuniões seriam realizadas a cada dezoito meses. De acordo com Ratti (2006) a presidência do processo negociador seria rotativa, de acordo com a seguinte escala: - 09/05/98 a 31/10/99: Canadá - 01/11/99 a 30/04/01: Argentina - 01/05/01 a 31/10/02: Equador - 01/11/02 a 31/12/04 (ou até o final das negociações): co-presidência entre Brasil e Estados Unidos. Seguindo a escala, em novembro de 1999 ocorreu à quinta Reunião Ministerial em Toronto, Canadá e em abril de 2001 realizou-se a sexta Reunião Ministerial em Buenos Aires. No mesmo mês houve a III Cúpula Presidencial das Américas em Quebec, Canadá (RATTI, 2006). Até 2005, foram realizadas oito Reuniões Ministeriais com os Ministros que representam o comércio em seus países e três Cúpulas das Américas para decidirem as metas e regras da ALCA (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). QUADRO CONCEITUAL O quadro conceitual abaixo identifica algumas das perspectivas históricas referente aos primeiros passos para a criação e as decisões das metas e planos para o início da ALCA. Quadro Conceitual: Perspectiva Histórica da ALCA Ano Autor Acontecimentos 1994 Ratti, 2006 Por iniciativa dos Estados Unidos, dirigentes dos países das Américas reuniram-se em Miami, Flórida, e decidiram dar início a um ambicioso projeto de integração do continente americano Morini, Houve a segunda Reunião de Ministros em Cartagena, Colômbia. Ficou decidido que o início das negociações ocorreria nos 6
7 2011 encontros ministeriais a serem realizados em maio de 1997, em Belo Horizonte. Houve encontros preparatórios em Florianópolis (setembro de 1996), Recife (fevereiro de 1997) e Rio de Janeiro (abril de 1997) Dainez, 2011 Foram realizadas oito Reuniões Ministeriaiss com os Ministros que representavam o comércio em seus países e três Cúpulas das Américas para decidirem as metas e regras da ALCA Fonte: Elaborado pelos autores PRINCIPAIS BARREIRAS QUE IMPEDIRAM A ALCA DE TRANSFORMAR- SE EM UM BLOCO ECONÔMICO Muitos eram os desafios que a ALCA deveria trilhar desde a sua origem até a sua aplicabilidade. Idéias e críticas surgiram a todo o momento. Porém alguns percalços interromperam a sua real efetividade e concretização. O projeto da ALCA idealizava o fim das barreiras comerciais, investimentos e medidas de protecionismo que imperaram nas relações comerciais entre países americanos com os Estados Unidos da América. Por outro lado, existiam correntes de economistas que sugeriam que o ideal da ALCA seria aumentar o domínio norteamericano sobre a economia dos 33 países que pretendiam aderir a ALCA (MORINI, SIMÕES & DAINEZ, 2011). Para esses autores, o acordo seria consolidado com a Normativa da Organização Mundial de Comércio, sendo que todos os países teriam que participar de todas as fases do acordo, ou seja, os países não teriam como optar por participar somente em algumas provisões do acordo. O acordo final seria elaborado com base nos acordos regionais existentes na região, tais como a Comunidade Andina e o MERCOSUL. A ALCA despertou muita polêmica por muitos motivos. A Área de Livre Comércio das Américas tinha chance de se transformar no maior bloco comercial do planeta, reunindo 800 milhões de consumidores em 34 países, sob um PIB total de 12 trilhões de dólares. Para cada país que negociasse seu ingresso no grupo, estaria em jogo o destino de sua economia, o resultado do acordo poderia fazer seu setor produtivo 7
8 naufragar ou detonar um ciclo de desenvolvimento jamais visto (GURGEL, BITENCOURT & TEIXEIRA, 2002). De acordo com Gerteiny, não se pode esquecer, entretanto, que uma área de livre comércio das Américas, é um acordo para redução das barreiras tarifárias para produtos e serviços dos países integrantes do Bloco. O Brasil não poderia tentar negociar em separado, ele deveria se juntar à Argentina, (os dois maiores do MERCOSUL) e tentar conseguir um menor desgaste na negociação. Para os EUA, o MERCOSUL iria desaparecer quando a ALCA fosse criada. Os países latino-americanos recusaram esta opção e defendiam a sua manutenção. Morini, Simões & Dainez (2011) citam que outra particularidade apresentada no processo da ALCA foi o estabelecimento de um Comitê de Especialistas em Comércio Eletrônico. O comitê ficariaa responsável em estudar como ampliar os benefícios a serem derivados do mercado de comércio eletrônico no continente. Já o presidente Clinton, dos Estados Unidos, apresentou outra idéia, a de utilizar o chamado fasttrack: mecanismo pelo qual um acordo comercial, quando assinado pelo presidente dos EUA, deveria ser aprovado ou rejeitado na íntegra pelo Congresso, sem possibilidade de emendas legislativas nas negociações da ALCA (RATTI, 2006). Maia (2011) traz algumas das críticas positivas e negativas em relação à ALCA. Críticas negativas: - O Brasil teria perdas muito grandes nas exportações de produtos manufaturados, porque competiriamm com os dos Estados Unidos e Canadá; - O governo norte-americano poderia reduzir as tarifas alfandegárias. Entretanto, a dúvida é se iriam retirar as salvaguardas e as barreiras fitossanitárias, muitas vezes não procedentes; - Quantitativamente, a produção das empresas norte-americanas é maior que a das brasileiras. Isso lhes proporciona economia de escala, com redução de custos. Críticas positivas: - A situação econômica do México, antes de aderir ao NAFTA, era preocupante. Com a adesão ao NAFTA, recebeu um montante muito grande de investimento. Como consequência, hoje é uma das melhores economias da América Latina; - As exportações do México em 1993 estavam em torno de USD 40 bilhões. Em 2002, estavam em USD 146 bilhões; - Da mesma forma que o México se beneficiou com o NAFTA, o Brasil também poderia beneficiar-se, aderindo à ALCA; - A América Latina é uma grande compradora de exportações brasileiras. Se o Brasil não aderisse à ALCA, fatalmente perderia esses mercados, em benefício dos países membros desse bloco. Dividindo com os americanos a presidência das negociações, com fim previsto para 2005, os brasileiros tinham pretensões claras. A questão que impedia a ALCA era bastante simples: os Estados Unidos queriam acabar logo com todas as tarifas 8
9 alfandegárias no continente, mas não abriam mão de suas barreiras não alfandegárias, que protegiam os produtores locais da concorrência externa. Ou seja: a maior economia do planeta queria ampliar o mercado consumidor para seus produtos, mas não aceitava acabar com a proteção aos seus produtores. O Brasil tinha como objetivo mudar essa posição (GURGEL, BITENCOURT & TEIXEIRA, 2002). Segundo esses autores, se o Brasil aceitasse o acordo comoo os americanos queriam, seu território corria o risco de ser inundado por produtos importados, enquanto as exportações continuariam sob as condições de hoje. Nos Estados Unidos, as barreiras não alfandegárias (comoo cotas, subsídios e restrições fitossanitárias) afetariam justamente os produtos em que o Brasil é mais competitivo, como o suco de laranja, os calçados e o aço, entre dezenas de outros. Além da disputa comercial, o Brasil também colocou seu prestígio regional em jogo ao enfrentar os americanos na ALCA. Como o Brasil mantém em sua agenda externa o fortalecimento da relação com os vizinhos mais próximos, inclusive nas áreas política e diplomática, o papel do país como líder regional estaria seriamente comprometido em caso de enfraquecimento do MERCOSUL. O Brasil assegurou um pacto para que a ALCA não interferisse nos outros blocos comerciais do continente. Mas tudo isso poderia dar errado caso o Brasil desistisse da ALCA e os Estados Unidos fechassem acordos bilaterais com outros países sul-americanos, acabando de vez com o MERCOSUL (GURGEL, BITENCOURT & TEIXEIRA, 2002). METODOLOGIA Trata-se de um enfoque qualitativo, que segundo Sampieri (2006) é utilizado sobre tudo para descobrirr e refinar as questões de pesquisas. Com frequência está baseado em métodos de coletas de dados sem medição numérica, com as descrições e as observações. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que segundo Sampieri (2006) consiste em identificar, obter e consultar a bibliografia e outros materiais que sejam úteis para os objetivos do estudo, do qual se deve extrair e recompilar a informação relevante e necessária sobre o nosso problema de pesquisa. 9
10 Buscou-se utilizar ferramentas, tais como: Google acadêmico, livros, artigos e publicações em revistas científicas. A pesquisa foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2013 e compreendeu os seguintes termos: ALCA, blocos econômicos e principais barreiras que a impediram de transformar-se em um bloco econômico. CONCLUSÃO Verifica-se que a formação de blocos econômicos (em especial a ALCA) geraria aumento nos volumes importados e exportados agregados de todos os países-membros. A formação desse acordo comercial em estudo levaria, em geral, a maiores variações nos preços globais de exportações e importações para os países desenvolvidos. A análise do crescimento econômico é fundamental para orientar as decisões a respeito da integração comercial entre países e blocos econômicos. Tais indicadores revelam que a ALCA trariaa modestos ganhos para os países envolvidos, sendo que, para Argentina e Chile, alguns indicadores são desfavoráveis. É importante verificar que a liberalização comercial traz incrementos na produção e comercialização dos produtos de maiores vantagens comparativas nos países em questão, como é o caso, em geral, dos produtos agrícolas paraa os países em desenvolvimento e produtos manufaturados para os países desenvolvidos. Dessa forma, a redução dos subsídios à produção e tarifas de importação trariam ganhos para os países em desenvolvimentoo e aumentos nos fluxos de comércio para todos os países envolvidos. A diplomacia brasileira estava consciente de que a ALCA corria o risco de desaparecer e que por mais arrogante que fossem os EUA, o Brasil teria que dar um primeiro passo, o que finalmente, faria participar e ganhar a todos. Porém, o acordo de livre comércio ficou distante da posição de um bloco econômico e mais ainda de uma moeda única. BIBLIOGRAFIA GERTEINY, Gilbert Gilles. Como o MERCOSUL fica diante da ALCA. Disponível em < Acesso em 1 set
11 GURGEL, Ângelo Costa; BITENCOURT, Mayra Batista; TEIXEIRA, Erly Cardoso. Impacto dos acordos de liberalização comercial ALCA e merco euro sobre os países membros. Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, v. 56 (2): , abr/jun, Disponível em < Acesso em 02 set MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 14 ed:ed, Atlas, MORINI, Cristiano; SIMÕES, Regina Célia Faria; DAINEZ, Valdir Iusif. Manual de comércio exterior. 2 ed: Alínea Editora RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio.11 ed. São Paulo: Ed. Aduaneiras, SAMPIERI, Roberto Hernandez; COLLADO, Carlos Fernandez; LUCIO, Pilar Baptista; Metodologia de Pesquisa. Editora McGraw- Hill Interamericana do Brasil Ltda, 2006, 3 Edição. 11
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