Políticas de Inovação no Brasil. Naercio Menezes Filho, Bruno Komatsu, Andrea Lucchesi e Marcela Ferrario

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1 Políticas de Inovação no Brasil Naercio Menezes Filho, Bruno Komatsu, Andrea Lucchesi e Marcela Ferrario Policy Paper Nº 11 Agosto, 2014

2 Políticas de Inovação no Brasil Naercio Menezes Filho, Bruno Komatsu, Andrea Lucchesi e Marcela Ferrario Naercio A. Menezes Filho Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Centro de Políticas Públicas (CPP) Rua Quatá, nº São Paulo, SP - Brasil naercioamf@insper.edu.br Bruno Kawaoka Komatsu Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Centro de Políticas Públicas (CPP) Rua Quatá, nº São Paulo, SP - Brasil brunokk@insper.edu.br Andrea Lucchesi Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Centro de Políticas Públicas (CPP) Rua Quatá, nº São Paulo, SP - Brasil a.lucchesi.2107@gmail.com Marcela Ferrario Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Centro de Políticas Públicas (CPP) Rua Quatá, nº São Paulo, SP - Brasil mnferrario@gmail.com Copyright Insper. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou integral do conteúdo deste documento por qualquer meio de distribuição, digital ou impresso, sem a expressa autorização do Insper ou de seu autor. A reprodução para fins didáticos é permitida observando-se a citação completa do documento. 2

3 Políticas de Inovação no Brasil * Naercio Menezes Filho, Bruno Komatsu, Andrea Lucchesi e Marcela Ferrario Centro de Políticas Públicas do Insper Sumário Executivo A produtividade do trabalho no Brasil cresceu apenas 0,4% ao ano entre 1996 e 2005 e 2% entre 2006 e 2011, abaixo de vários países emergentes. Para aumentar o crescimento da produtividade é necessário aumentar a taxa de inovações diretas por parte das empresas, a absorção de tecnologia dos países na fronteira e a realocação da produção e do emprego para as firmas mais eficientes. A inovação e a capacidade de absorção dependem da concorrência no mercado, políticas de incentivos, capital humano e práticas gerenciais. Apesar de várias políticas de incentivos à inovação, o Brasil tem baixa produção de patentes e gastos em P&D, principalmente no setor privado. Isso ocorre porque a maior parte dos incentivos acaba sendo absorvida por um número pequeno de grandes empresas. Além disso, o governo brasileiro tem fornecido várias formas de proteção e subsídios para essas empresas, o que desestimula a concorrência e a adoção de práticas gerenciais modernas. Por fim, o país tem carência de capital humano, pois a qualidade da educação básica é muito ruim e o número de graduados nas áreas científicas pequeno. Esses fatores explicam a falta de inovações no Brasil. Para aumentar a taxa de inovações e o crescimento da produtividade o Brasil precisa estimular a concorrência, com redução de tarifas de importação e impostos, diminuição da burocracia para abertura de novas firmas e fechamento de empresas ineficientes. Além disso, é necessário melhorar a qualidade da nossa educação básica, aproximar as universidades das empresas e coordenar nossos esforços de inovação. * Agradecemos os comentários de Ricardo Sennes e a Ricardo Camargo, da Prospectiva, e a assistência de pesquisa de Caio Baldorini e Ana Carolina Sebe. 3

4 Innovation Policies in Brazil Naercio Menezes Filho, Bruno Komatsu, Andrea Lucchesi e Marcela Ferrario Centro de Políticas Públicas do Insper Executive Summary Labor productivity in Brazil grew only 0.4% p.a. between 1996 and 2005 and 2% between 2006 and 2011 (Conference Board). This productivity growth is still below other emerging economies and it seems to be decreasing recently. Fundamental components of productivity growth are direct firm-level innovation, technological transfers from the frontier and product market reallocation. For innovation to happen, countries have to develop their absorptive capacity and tacit knowledge. But these factors depend on competition, regulation, human capital and sound management practices. Despite many recent policies and incentives to innovation, Brazil has low levels of technological adoption and R&D expenditures. This happens because the subsidies end up absorbed by a small number of big firms. Moreover, the Brazilian government has in recent years provided big firms with many forms of subsidies and protection against competition. Finally, bad managerial practices abound and human capital is very low. This seems to explain the absence of innovations and productivity growth in Brazil. In order to increase the rate innovations and productivity, Brazil has to increase competition, with import tariffs and tax reductions, reduce the costs of doing business, improve the quality of education, connect universities and firms and coordinate all the existing innovation policies. 4

5 1. Introdução A produtividade do trabalho no Brasil é baixa em comparação com outros países e vem crescendo a um ritmo relativamente lento. A Figura 1 (dados da Conference Board, 2013) mostra que a produtividade do trabalho no Brasil em 2011 era cerca de 20% daquela dos EUA, atrás de diversos países como Argentina, México, Chile e África do Sul. 1 Além disso, entre 2006 e 2011, a produtividade do trabalho brasileira cresceu significativamente menos do que a da média das maiores economias emergentes (2% a.a. contra 6,5% a.a.), como mostra a Figura 2. Por exemplo, o crescimento da produtividade entre 2006 e 2011 foi de 3,4% na Rússia, 5,9% na Índia, 10,4% na China, e 3,1% na Indonésia. Além disso, em 2011 a produtividade do trabalho cresceu somente 0,7% no Brasil e a estimativa para 2012 é de crescimento negativo. Figura 1 Produtividade do Trabalho relativa aos Estados Unidos 2011 United States France Canada United Kingdom Finland South Korea Portugal Argentina Mexico Chile South Africa Brazil 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fonte: The Conference Board Total Economy Database, January 2013, Acesso em agosto de A produtividade do trabalho foi calculada como a razão entre o PIB real e o total de trabalhadores. 5

6 Figura 2 Média Anual de Crescimento da Produtividade do Trabalho, PIB Real e Pessoal Ocupado ,8 7 6,5 6 % 5 4 4, ,2 2,1 0 Produtividade do Trabalho PIB Real Emprego Principais Economias Emergentes Brasil Fonte: The Conference Board Total Economy Database, January 2013, Acesso em agosto de Como consequência, o PIB brasileiro também cresceu menos do que a média das economias emergentes no período (4,2% contra 7,8%), enquanto o emprego cresceu a uma taxa maior do que a média das mesmas economias (2.1% contra 1,2%). Ou seja, grande parte do crescimento econômico nos últimos anos ocorreu com a redução do desemprego, ao invés do aumento de produtividade, ao contrário dos demais países emergentes. Como a taxa de desemprego já está bastante reduzida atualmente, teremos que mudar esse padrão de crescimento, se quisermos aumentar nossa taxa de crescimento. Um dos componentes fundamentais para o crescimento da produtividade é a inovação de produto ou processo, ou a imitação/transferência de tecnologia. Para que isso seja possível, é necessário que o país desenvolva sua capacidade de absorção ou conhecimento tácito. Nesse artigo, nós procuramos investigar quais são fatores mais importantes para o desenvolvimento dessa capacidade de inovação/absorção, analisando o caso brasileiro em detalhes e comparando-o com os de outros países. Nós começamos esse artigo investigando o que dizem os modelos econômicos modernos a respeito dos determinantes dos investimentos em P&D e seus efeitos sobre a inovação e transferências de tecnologia. Em seguida, a seção 3 examina as políticas de incentivo à inovação no Brasil e a seção 4 faz uma avaliação do sucesso dessas 6

7 políticas, com base na literatura existente. Na seção 5 levantamos alguns indícios de gargalos que afetam a produtividade. Investigamos, em seguida, as políticas de incentivo à inovação em outros países, para comparar com o caso brasileiro. Por fim, a seção final conclui. 2. Modelos Econômicos: Concorrência, Subsídios e Inovação 2.1. A concorrência estimula a inovação? Nessa sessão tentaremos entender o que dizem os modelos econômicos modernos sobre os efeitos de mais concorrência no mercado sobre a inovação e revisar as evidências empíricas sobre os efeitos dos subsídios governamentais para as atividades de P&D. Nos modelos de crescimento tradicionais (baseados no trabalho do economista Joseph Schumpeter), a elevação da competição e do grau de imitação inibiria o crescimento econômico, pois reduziria a renda advinda das inovações. Para Aghion, Harris e Vickers (2001), entretanto, a competição de mercado estimula o crescimento, pois faz as empresas buscarem os ganhos monopolísticos advindos da inovação ( escape competition ). No mesmo sentido, a imitação ou transferência de tecnologia (até certo nível) também estimula o crescimento. Mantendo o grau de competição constante, o efeito de se elevar o nível de imitação acima de zero é de elevar a taxa de crescimento. Em um livro recente, Aghion e Griffith (2005) procuram sistematizar as últimas pesquisas teóricas e empíricas nesta área, para saber se, afinal, mais competição conduz a um aumento ou diminuição das inovações e do crescimento econômico. Os autores concluem que a redução de barreiras à entrada de produtos importados tem, em geral, um efeito positivo sobre a inovação e o crescimento econômico. Entretanto, este efeito é mais forte para as firmas e indústrias que estão mais perto da fronteira do conhecimento tecnológico, pois elas conseguem competir mais facilmente com os produtos importados através da inovação. Além disto, o efeito da competição sobre o crescimento depende fortemente das instituições do país. Quanto mais flexível for o mercado de trabalho, por exemplo, maior será o efeito da competição sobre o crescimento. 7

8 Acemoglu, Akcigit, Bloom e Kerr (2013) investigam o efeito de políticas industriais sobre o crescimento econômico e bem-estar, em um modelo com inovação, crescimento da produtividade e realocação, com entrada e saída de empresas. Os autores concluem que políticas que subsidiam as empresas já existentes são prejudiciais para a economia, uma vez que grande parte dessas empresas torna-se ineficiente depois de um tempo. Como grande parte do crescimento da produtividade decorre da entrada de novas firmas eficientes, a política ótima é estimular a saída de firmas ineficientes e estimular a entrada de novas firmas e os investimentos em P&D. Além disso, uma linha recente da literatura tem enfatizado a importância de práticas gerenciais para o crescimento da produtividade. Bloom, Sadun e Van Reenen (2012), por exemplo, mostram que boa parte do crescimento da produtividade nos EUA nos últimos anos (em contrapartida à estagnação europeia), ocorreu nos setores que usam intensivamente as tecnologias de informação. Os autores mostram que esse é um fenômeno associado a empresas americanas, pois mesmo as empresa dos EUA que operam na Europa também experimentaram um crescimento grande da produtividade, nos mesmos setores responsáveis pelo maior crescimento da produtividade nos EUA. Isso parece ter ocorrido pela adoção de melhores práticas gerenciais pelas firmas americanas. Mas, o que determina a qualidade das práticas gerenciais? Segundo Bloom e Van Reenen (2010), um dos principais fatores é a concorrência no mercado. Os países com melhores práticas gerenciais são aqueles com menos firmas na cauda inferior da distribuição de desempenho. Nos Estados Unidos, por exemplo, as firmas ineficientes perdem parcelas de mercado e eventualmente desaparecem. Além disso, impostos elevados e políticas distorcidas que beneficiam firmas familiares também são prejudiciais ao bom gerenciamento. Educação e presença de multinacionais, em adição, são importantes para a qualidade da gerência. Em suma, os modelos teóricos e as evidências empíricas recentes mostram que uma maior concorrência estimula a adoção de práticas gerenciais modernas, a inovação e o aumento da produtividade. 8

9 2.2. É necessário subsidiar a inovação? Os governos devem subsidiar as atividades inovadoras ou deve deixar tudo para o mercado? Griffith, Redding e Van Reenen (2004) apresentam as duas faces da atividade de P&D. A primeira é que a P&D estimula a inovação da própria empresa investidora. A segunda é que a P&D facilita a imitação/transferência de tecnologia (capacidade de absorção ou conhecimento tácito). Os investimentos em P&D aumentam a habilidade das firmas de imitar e têm papel importante na adoção de tecnologias existentes (transferência de tecnologia), especialmente para países em desenvolvimento, que estão atrás da fronteira tecnológica. Ou seja, o processo de catch up é mais rápido em países e firmas que estão atrás da fronteira tecnológica e que investem de maneira significativa em P&D. Os autores mostram que o capital humano e o comércio internacional têm efeitos importantes sobre essas duas faces da P&D. Estudos empíricos mostram que as taxas de retorno social são bastante superiores às taxas de retorno privado, o que é uma das principais justificativas para o subsídio de atividades de P&D (Griffith, 2000; Hall e Mairesse 1995; Griliches, 1992). A taxa de retorno privado é o impacto de P&D realizada em uma firma em particular, sobre a sua produtividade. No Reino Unido, ela está entre 10% e 30%. (Griffith, 2000). Já a taxa de retorno social é o impacto das atividades de P&D realizadas em uma firma sobre as atividades inovativas de outras firmas. Essas outras firmas podem ser do mesmo setor de atividade, do mesmo país ou de países ou setores relacionados. No Reino Unido, as taxas de retorno social ao nível da indústria (de manufaturados principalmente) variam entre 17% e 34% (Griffith, 2000). As decisões das firmas de investir em P&D estão baseadas no seu retorno privado, o que acaba por gerar muitas vezes sub-investimentos no setor. Assim, o governo deveria conceder incentivos à iniciativa privada, de acordo com a taxa de retorno social. Entretanto, os tipos de políticas de subsídio são numerosos e diversos. As políticas diretas são: funding direto por parte do governo para laboratórios, universidades ou empresas, investimento na formação de capital humano, leis de patente e subsídios à P&D. As políticas indiretas são as que fomentam a competição e regulação, em particular nas indústrias com alto P&D, como a farmacêutica e a de telecomunicações. 9

10 Estudos empíricos recentes sugerem que os subsídios são um instrumento efetivo, apesar de haver diversas questões sobre a magnitude ótima. Por exemplo, Bloom, Griffith e Van Reenen, (2002) estimam que um subsídio de 10% nos gastos com P&D os fazem aumentar 1% no curto prazo e 10% no longo prazo, em países da OECD. Mas, num mundo em que as firmas multinacionais têm papel importante, algumas questões ainda estão em aberto: estamos preocupados em aumentar os gastos com P&D no Brasil ou realizados pelas firmas brasileiras? É possível conceder subsídios no montante necessário para aumentar P&D em determinado país sem criar outras distorções na economia? A análise das políticas de inovação adotadas recentemente no Brasil que será feita a seguir, e os casos da Coreia do Sul e de Israel, irão nos ajudar a responder essas questões. 3. Legislação de Apoio à Inovação Nessa seção temos como objetivo descrever resumidamente as iniciativas e políticas de apoio à inovação mais recentes, especialmente aquelas implementadas a partir do governo Lula ( ). Essas iniciativas, que começaram com o lançamento da Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) em 2004, representaram, segundo o governo, uma alteração na concepção governamental sobre as atividades inovadoras e do apoio às mesmas, levando a inovação ao centro da política de competitividade. Na década anterior (final dos anos 90), houve a criação dos Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia, que se mantêm como um dos mais importantes instrumentos de financiamento direto à C&T nos dias de hoje. Em linhas gerais, há três canais pelos quais o governo pode atuar em relação ao processo inovativo (Alvarenga et al., 2012). O governo pode, em primeiro lugar, estimular e realizar investimentos em infraestrutura básica de CT&I, com a formação de mão-de-obra e construção de laboratórios e estruturas de apoio à inovação. O segundo tipo de atuação seria de apoio indireto via incentivos fiscais, para a redução do custo de realização de P&D. O governo pode ainda realizar políticas de apoio direto, com medidas como subvenção direta às empresas, créditos com juros reduzidos e condições favoráveis e recursos não reembolsáveis para parcerias com instituições de pesquisa públicas ou sem fins lucrativos. Descreveremos resumidamente as principais políticas dessas duas últimas modalidades e as iniciativas mais recentes do governo federal de 10

11 apoio à inovação (maiores detalhes sobre as políticas podem ser encontrados no Apêndice, no final do texto) Políticas de Apoio Indireto à Inovação Tecnológica O principal instrumento de apoio indireto à inovação no Brasil atualmente é o incentivo fiscal instituído pelo capítulo III da Lei nº de 2005, a chamada Lei do Bem, criada no contexto da PITCE. A Lei do Bem tinha como objetivo reduzir os riscos associados ao investimento em P&D através da utilização de incentivos fiscais para empresas que realizavam essas atividades. Em contraste com mecanismos anteriores, 2 a Lei se caracteriza por permitir de forma automática a utilização de incentivos fiscais por empresas que realizam pesquisa e desenvolvimento tecnológicos, sem apresentação de projeto prévio. Ela possibilita benefícios para P&D em empresas tributadas com base no lucro real (que são as grandes empresas) e a principal mudança introduzida foi a dedutibilidade dos gastos com P&D da base de tributação (lucro real) de IRPJ (Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) na proporção de 160%, podendo chegar a 180%. Os benefícios da Lei do Bem foram posteriormente expandidos, tanto em abrangência setorial, quanto em escopo (maiores detalhes dos objetivos e legislação são fornecidos no Apêndice, no final do texto) Políticas de Apoio Direto à Inovação Tecnológica A maioria das políticas de apoio direto foi constituída no Brasil há algumas décadas e hoje em dia apresentam grande importância no fomento à inovação. Atualmente elas são executadas principalmente por duas instituições, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). A Finep é uma empresa pública criada em 1967, ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desde 1971 ela possui a função de Secretaria Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico, e Tecnológico (FNDCT), que provê recursos para seus programas e ações. Parte dos recursos do FNDCT são provenientes dos Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia, criados em 1999; esses recursos são provenientes de fontes diversas e sua utilização é vinculada a setores estratégicos, sendo 2 Nos referimos aos Programas de Desenvolvimento Tecnológico da Indústria (PDTI) e da Agricultura (PDTA), implementados em

12 sujeita à aprovação de conselhos formados por membros da comunidade científica, do governo e do setor privado. Atualmente a Finep tem suas diretrizes orientadas pelo Plano Brasil Maior e quatro conjuntos de mecanismos de financiamento principais para empresas: Financiamento reembolsável para empresas, com condições favoráveis. Programa de Venture Capital. Subvenção econômica. Recursos não reembolsáveis para Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) nacionais, para a realização de projeto de pesquisa científica, tecnológica ou de inovação O BNDES é uma empresa pública federal criada em 1952, e que atualmente se constitui como o principal instrumento de financiamento de longo prazo para segmentos diversos da economia. A inovação foi incorporada como uma prioridade em seu Plano Corporativo 2009/2014, de modo que o banco tem como objetivo apoiar operações ligadas à formação de capacitações e ao desenvolvimento de ambientes inovadores. Há uma série de mecanismos pelos quais o BNDES apoia as empresas inovativas: linhas e produtos de financiamento à inovação (BNDES Inovação, BNDES automático, Cartão BNDES e BNDES Limite de crédito), programas de apoio setoriais, e recursos diretos não reembolsáveis às empresas. Araújo (2012) também destaca a participação do banco em fundos de venture capital e provimento direto de venture capital para investimento. Chamamos a atenção para linhas de fomento conjuntas do BNDES e da Finep a empresas, em que os mecanismos de apoio direto são utilizados em conjunto. Trata-se do Programa Inova Empresa, lançado em 2013, que articula o PBM com a ENCTI (que descreveremos em seguida). Ele possui cinco características principais: Foco nos setores estratégicos (Energia; P&G; Complexo da Saúde; Cadeia Agropecuária; Aeroespacial e Defesa; TICs; Sustentabilidade), para onde se direciona a maioria dos recursos. Sinergia com programas de inovação baseados em projetos integrados envolvendo empresas e instituições de pesquisa; 12

13 Acesso por meio da porta única de entrada, que integra diversos mecanismos de apoio à inovação (crédito, subvenção, não reembolsável e participação de capital); Descentralização institucional para micro e pequenas empresas; Grande escala de recursos: 0,7% do PIB (R$28,5 bilhões para 2013 e 2014). O programa ainda tem como objetivo a unificação de focos em desafios setoriais (aos quais são associadas tecnologias genéricas, como biotecnologia, nanotecnologia, microeletrônica e novos materiais), para dar um sentido único à política de inovação Plano Brasil Maior (BPM), , e Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), O Plano Brasil Maior (PBM) foi proposto no governo Dilma (a partir de 2011), como uma iniciativa de continuidade e aprofundamento das políticas industriais e de competitividade anteriores, a PITCE e do Plano de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Em linhas gerais, trata-se de uma iniciativa que envolve diversos Ministérios e agências federais, que são coordenados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Ela se organiza em dois tipos de medidas, sistêmicas e setoriais: as primeiras envolvem ações horizontais que visam reduzir custos, aumentar a produtividade e promover a defesa comercial; as últimas incluem medidas diversas específicas aos setores selecionados, orientadas por diretrizes produzidas em conselhos setoriais que tinham participação do setor privado. Em relação às políticas anteriores, o PBM apresenta maior abrangência setorial (com incentivo ao comércio exterior e aos setores de comércio e serviços), aumento do escopo de atuação das instituições de ciência e tecnologia (ICT), regulamentação de contratos com cláusulas de risco tecnológico (Araújo, 2012). Além disso, o PBM apresenta um conjunto de ações de suporte à competitividade do setor produtivo brasileiro, com diversas medidas de redução de custos, e medidas de defesa comercial. O PBM possui dez metas para 2014 que estão detalhadas na Tabela 1, abaixo. 13

14 Tabela 1: Metas do Plano Brasil Maior para 2014 Posição-Base Meta (2014) 1. Ampliar o investimento fixo em % do PIB 18,4% (2010) 22,40% 2. Elevar dispêndio empresarial em P&D em % do PIB (meta compartilhada com Estratégia Nacional de Ciência e 0,59% (2010) 0,90% Tecnologia e Inovação ENCTI) 3. Aumentar a qualificação de RH: % dos trabalhadores da indústria com pelo menos nível médio 53,7% (2010) 65,00% 4. Ampliar valor agregado nacional: aumentar Valor da Transformação Industrial/Valor Bruto da Produção 44,3% (2009) 45,30% (VTI/VBP) 5. Elevar % da indústria intensiva em conhecimento: VTI da indústria de alta e média-alta tecnologia/vti total da 30,1% (2009) 31,50% indústria 6. Fortalecer as MPMEs: aumentar em 50% o número de MPMEs inovadoras 37,1 mil (2008) 58,0 mil 7. Produzir de forma mais limpa: diminuir o consumo de energia por unidade de PIB industrial (consumo de energia em tonelada equivalente de petróleo tep por unidade de PIB industrial) 8. Diversificar as exportações brasileiras, ampliando a participação do país no comércio internacional 9. Elevar participação nacional nos mercados de tecnologias, bens e serviços para energias: aumentar Valor da Transformação Industrial/Valor Bruto da Produção (VTI/VBP) dos setores ligados à energia 10. Ampliar acesso a bens e serviços para qualidade de vida: ampliar o número de domicílios urbanos com acesso à banda larga (meta PNBL) 137,0 150,7 tep/r$ milhão tep/r$ (2010) milhão 1,36% (2010) 1,60% 64,0% (2009) 66,00% 13,8 milhões de 40 mi domicílios (2010) domicílios Fonte: MDIC. Disponível online em: Por fim, a ENCTI foi instituída de forma articulada ao PBM, constituindo a base dos estímulos para a realização de objetivos daquele plano relativos à inovação. Ela 14

15 procura lidar com cinco desafios principais: a redução da defasagem científica e tecnológica que separa o Brasil das nações mais desenvolvidas; a expansão e consolidação da liderança brasileira na economia do conhecimento da Natureza; a ampliação das bases para a sustentabilidade ambiental e desenvolvimento de uma economia de baixo carbono; a consolidação do novo padrão de inserção internacional do Brasil; e a superação da pobreza e redução das desigualdades sociais e regionais. Em relação à promoção de inovação nas empresas a ENCTI possui como objetivos: ampliar a participação empresarial nos esforços tecnológicos do Brasil; ampliar recursos destinados ao desenvolvimento da base científica nacional e à inovação tecnológica; fortalecer a pesquisa e a infraestrutura de C&T para proporcionar soluções criativas às demandas da sociedade brasileira e uma base robusta ao esforço de inovação; ampliar o capital humano capacitado para atender demandas por pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em áreas estratégicas. Destacamos no contexto da ENCTI a criação da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), que tem como objetivo complementar a atuação de agências do governo no sentido de aumentar a articulação institucional entre universidade, centros de pesquisa e empresas no desenvolvimento de inovação. Criada sob o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Embrapii deverá ter participação do setor privado em sua gestão e financiamento. A exemplo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a nova empresa se orientará pelo atendimento à demanda de alguns setores, porém com a utilização da rede de institutos de pesquisa já existentes Avaliação das Políticas de Inovação Nessa seção faremos um levantamento da evolução das atividades inovadoras das firmas brasileiras, para entendermos em que medida as políticas de inovação descritas acima conseguiram efetivamente aumentar a capacidade de inovação dessas firmas. Além disso, faremos um breve levantamento de estudos que trazem resultados 3 Por enquanto somente três instituições: Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT; Instituto Nacional de Tecnologia INT; e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia SENAI-CIMATEC/BA 15

16 France Spain Portugal Czech Rep. India Brazil Turkey Norway Canada Korea South Africa Hungary Denmark China Italy Australia Japan Ireland UK Singapore Belgium Austria Netherlands US Greece Poland Chile Switzerland Finland Slovak Rep. Iceland Israel Russia Mexico Luxembourg Sweden Germany New Zealand econométricos sobre a avaliação do impacto de algumas das políticas destacadas acima sobre os indicadores de inovação. O estudo de Araújo (2012) mostra que os novos incentivos à inovação fizeram do Brasil um dos ambientes tributários mais generosos para esse tipo de atividade, entre economias emergentes e países da OCDE. A Figura 3, abaixo, mostra que em 2008 o Brasil era o sexto país com a maior taxa de subvenção 4 aos gastos em P&D entre os países selecionados, atrás somente da França, Espanha, Portugal, República Checa e Índia. Frente a um quadro como esse, é inevitável nos colocarmos a questão: com um dos ambientes tributários mais favoráveis à P&D em todo o mundo, como o Brasil está se saindo frente aos demais países? Figura 3 Taxa de Subvenção para Países Emergentes e OCDE ,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0-0,1 Grandes Empresas PMEs Fonte: OECD Science, Technology and Industry Scoreboard Indicadores de Inovação Em primeiro lugar, devemos notar o grande aumento nos gastos em C&T como proporção do PIB no Brasil (Figura 4, abaixo) nos últimos anos. Os dispêndios em C&T 4 A taxa de subvenção é calculada como - e representa o quanto o governo contribui (em deduções, crédito tributário, depreciação acelerada) para cada real investido na margem em P&D pelas empresas (Araújo, 2012). 16

17 % em relação ao PIB incluem gastos com P&D experimental e atividades científicas e técnicas correlatas. 5 Podemos observar que o percentual passou de 1,29% em 2000 para 1,65% em 2011, divididos quase meio a meio entre gastos públicos e privados. O aumento de gastos em C&T parece ter se refletido no aumento da produção científica. O chamado boom científico brasileiro, destacado por diversos autores (por exemplo, Frischtak et. al., 2013; Araújo, 2012), expressa o bom desempenho científico do Brasil em anos recentes, medido pela quantidade de publicações. A Figura 5, abaixo, mostra que entre 1996 e 2012 o número de artigos publicados no Brasil cresceu 5,4 vezes, enquanto que na América Latina a variação foi de 3,5 vezes e no mundo, 114%. A participação das publicações brasileiras nas publicações mundiais, em consequência, aumentou de 0,8% para 2,4% no mesmo período (ver Figura 6), compatível com a parcela do Brasil na população mundial. Figura 4 Gastos Nacionais em C&T 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 1,6 1,62 1,65 1,46 1,39 1,29 1,32 1,31 1,26 1,24 1,28 1,29 0,83 0,87 0,86 0,73 0,73 0,74 0,77 0,68 0,65 0,65 0,64 0,66 0,77 0,75 0,79 0,56 0,59 0,63 0,61 0,59 0,64 0,63 0,65 0, Gastos Empresariais Gastos Públicos Gastos Totais Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia, acesso em 29/07/ Atividades relacionadas à P&D e que contribuem para a geração, difusão e aplicação do conhecimento científico-tecnológico; incluem serviços científicos e tecnológicos como: bibliotecas, centros de informação e documentação, museus de ciência e/ou tecnologia, zoológicos, jardins botânicos; levantamentos topográficos, hidrológicos e geológicos; observações meteorológicas, sismológicas e astronômicas de rotina; coleta de informações sobre fenômenos humanos, sociais, econômicos e culturais com a finalidade de compilar dados estatísticos periódicos (censos populacionais, estatísticas de produção, distribuição e consumo, estudos de mercado e estatísticas culturais); testes, padronização, metrologia e controle de qualidade para análise, controle e testes de materiais, produtos, dispositivos e processos. 17

18 Figura 5 Variação do Número de Artigos Científicos % 542% 500% 400% 351% 300% 200% 100% 0% 114% Brasil América Latina Mundo Fonte: Elaboração própria com dados de SCImago. (2007). SJR SCImago Journal & Country Rank. Disponível online em: Acesso em 13 de dezembro de Vale notar o crescimento tanto da participação brasileira no número de publicações como no número de citações internacionais, como podemos ver na Figura 6, abaixo. Isso significa que o impacto das publicações nacionais sobre o conhecimento científico parece ter sido acompanhado pelo crescimento das publicações. No entanto, o percentual de colaborações internacionais nas publicações se reduziu no período, passando de 37% em 1996 para 25% em 2012, segundo dados da mesma fonte. Figura 6 Proporção de Publicações Brasileiras e de Citações Estrangeiras em Relação ao Total 3,0% 2,5% 2,4% 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% 0,8% 0,4% 1,3% Publicações Citações Estrangeiras Fonte: Elaboração própria com dados de SCImago. (2007). SJR SCImago Journal & Country Rank. Disponível online em: Acesso em 13 de dezembro de

19 Figura 7 Gastos Totais em P&D (% PIB) 2010 Israel Finland Korea Sweden Japan Denmark US Germany Austria Australia France Slovenia Singapore Belgium Netherlands Canada Average UK China Ireland Estonia Portugal Czech Rep. Spain Italy Brazil Hungary Malaysia Turkey Lithuania Poland Slovakia Argentina Latvia Cyprus Mexico Chile 1,16 1,84 4,35 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 % Fonte: Unesco Institute for Statistics. Elaboração própria. Em contraste com os bons números da produção científica, o desempenho pouco competitivo do Brasil em relação aos esforços inovativos se apresenta em diversos indicadores. A figura 7, acima, mostra que em uma comparação de gastos totais com P&D entre 35 países representativos da economia mundial em 2010, 6 o Brasil aparece 6 A Seleção de países foi inspirada em Atkinson (2011). 19

20 na 24ª posição, com um percentual (1,16% do PIB), muito inferior ao da Coréia do Sul (3,7%), da Finlândia (3,9%) e Israel (primeiro lugar, com gastos equivalentes a 4,3%). Para comparar países ao longo do tempo, selecionamos quatro países cujos gastos totais com P&D eram relativamente próximos aos do Brasil em 2000: China, Espanha, Itália e Portugal. Podemos ver pela Figura 8 que em 2000, com a exceção da Itália, os demais países gastavam menos em proporção ao PIB que o Brasil; no entanto, os percentuais de todos aqueles países superavam os brasileiros em 2010 (entre 1,26% e 1,76%, contra 1,16% do Brasil). Figura 8 Evolução dos Gastos Totais em P&D (% PIB) 1,80 1,60 1,40 % 1,20 1,00 0,80 0, Brazil China Italy Portugal Spain Fonte: Unesco Institute for Statistics. Elaboração própria. O governo é capaz de realizar investimentos arriscados em P&D, que não teriam retornos comerciais de curto prazo, e que, porém, poderiam gerar inovações importantes. O indicador de gastos do governo com P&D expressa os esforços de um país nas fases iniciais da pesquisa e mais distantes da fase comercial do desenvolvimento de produtos. Na comparação entre países em 2010, o Brasil se situa na mediana de 31 países selecionados. 7 Podemos ver na Figura 9, abaixo, que o percentual de gastos do governo brasileiro com P&D (0,61%) é pouco mais de metade dos gastos do primeiro colocado (a Áustria, com 1,08%). De fato, os gastos brasileiros como 7 Os dados desagregados da África do Sul, Austrália, Bélgica, Israel e Suécia não estão disponíveis para

21 proporção do PIB são maiores do que aqueles de países que reconhecidamente se encontram entre os líderes mundiais de inovação, como o Reino Unido e o Japão. Figura 9 Gastos Governamentais em P&D (% PIB) Austria Finland Korea US Germany Singapore Denmark France Slovenia Estonia Portugal Canada Spain Czech Rep. Brazil Average UK Japan Italy Ireland Hungary Argentina Poland China Malaysia Lithuania Cyprus Slovakia Turkey Mexico Latvia Chile 0,61% 0,59% 1,08% 0,00% 0,20% 0,40% 0,60% 0,80% 1,00% 1,20% Fonte: Unesco Institute for Statistics. Elaboração própria. Apesar do alto dispêndio governamental com P&D, esse gasto é bastante focado em poucas áreas. A maior parte desses gastos foi destinada às instituições de Ensino Superior (pouco mais de 56%, ver Figura 10), com parcela significativa indo também para a agricultura e para pesquisas não orientadas (respectivamente 11% e 12%). A concentração dos gastos no ensino superior pode explicar o bom desempenho dos brasileiros em termos de produção internacional. 21

22 Figura 10 Distribuição dos Gastos Públicos em P&D por Objetivo Socioeconômico Brasil, , % ,9 0,8 0,7 0,1 7,3 0,9 1,0 0,3 2,9 12,1 5,5 1,1 Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia, acesso em 15/07/ Esses dados introduzem um dos pontos do debate, sobre o papel das universidades e instituições de pesquisa e sua relação com as empresas no processo inovativo. No geral, as universidades parecem estar voltadas primordialmente para a formação de quadros pela graduação e publicação de artigos. Dessa forma, um dos braços da política de inovação teria que abranger as universidades e estabelecer um papel específico para sua relação com o setor privado. Outro indicador importante do esforço de inovação são os gastos das empresas com P&D como proporção do PIB. Na comparação com 31 países em 2010 (Figura 11, abaixo), em termos de gastos privados com P&D, o Brasil se situava em 22º lugar, abaixo de Portugal, Espanha e Itália, com um percentual (0,53%) ainda significativamente abaixo da média (0,93%). Cabe lembrar que essa situação ocorre em um dos ambientes tributários mais generosos aos investimentos em P&D (Araújo, 2012), como destacamos anteriormente. 22

23 Figura 11 Gastos Empresariais em P&D (% PIB) 2010 Korea Finland Japan Denmark Germany US China Austria Slovenia France Singapore Average Ireland Canada UK Czech Rep. Estonia Portugal Malaysia Spain Italy Hungary Brazil Turkey Mexico Lithuania Latvia Slovakia Poland Chile Argentina Cyprus 0,53% 0,93% 2,68% 0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 2,50% 3,00% Fonte: Unesco Institute for Statistics. Elaboração própria. Patentes são títulos de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado e são amplamente utilizados como indicadores da atividade de inovação. Em uma comparação com outros países, os números brasileiros relacionados às patentes ainda são muito pequenos, apesar do bom ritmo de crescimento observado nos últimos anos. Segundo dados do USPTO (United States Patent and Trademark Office) mostrados na Figura 12, abaixo, em 2012 o Brasil apresentou números de pedidos e de concessões de Patentes de Invenção (de respectivamente 679 e 256 em 2012) maiores do que os de outros países em desenvolvimento como a 23

24 Milhares Argentina (141 e 67) e o México (355 e 153), porém ainda muito inferiores aos de Hong Kong (1.070 e 739), Índia (5.663 e 1.734) e Coréia do Sul ( e ). Figura 12 Pedidos e Concessões de Patentes de Invenção junto ao USPTO , , ,2 0,1 0,7 1,1 29,5 5,7 6,5 0,4 12,5 Pedidos Concessões Fonte: United States Patent and Trademark Office (USPTO), acesso em 17/07/ Figura 13 Crescimento do Número de Pedidos e de Concessões de Patentes % 300% 250% 200% 150% 100% 50% 0% 330% 287% 209% 161% 166% 131% 130% 104% 97% 71% 41% 57% 50% 31% 62% 66% 61% 56% 65% 24% 29% 23% Pedidos Concessões Fonte: United States Patent and Trademark Office (USPTO), acesso em 17/07/ No entanto, como podemos ver na Figura 13, acima, entre 2005 e 2012 o Brasil apresentou crescimento relativo significativo dos pedidos de patentes (130%) ficando, atrás somente da Índia (com aumento de 287%). No número de concessões, o Brasil 24

25 Milhares apresentou crescimento de 161%, ficando próximo a Israel (166%), atrás da Coréia do Sul (209%) e novamente da Índia (330%). É importante notar, além disso, que os dados sobre patentes no Brasil (ver Figura 14), do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), mostram que a maioria dos pedidos são registrados por não residentes 8 (75% em 2011) e é basicamente o crescimento desses pedidos nos anos 2000 (78% entre 1999 e 2011) o que explica a variação do total de pedidos. Em contraste, o número de pedidos de residentes se manteve no mesmo patamar ao longo do mesmo período (com uma variação de 26% entre 1999 e 2011). A assimetria entre os indicadores de patentes e o crescimento do número de publicações científicas pode estar relacionada ao fato de que entre os critérios para o bom desempenho acadêmico há o número de publicações. Essa medida, porém, não possui relação direta com a aplicação do conhecimento produzido na forma de inovações no mercado, e então o estímulo nas instituições de pesquisa não é direcionado para a realização de patentes e licenciamentos. Figura 14 Pedidos de Patentes Depositados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), por Origem do Depositante Brasil ,6 20,8 21,6 13,5 14,3 14,6 20,2 20,1 20,4 13,3 12,6 12,7 21,8 14,5 23,2 16,0 24,9 17,5 26,8 26,0 19,0 18,2 28,1 20,9 31,8 24, ,2 6,5 7,1 7,0 7,5 7,7 7,3 7,2 7,4 7,9 7,8 7,3 7, Residentes Não-residentes Total Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia, acesso em 15/07/ O INPI considera como Residentes no Brasil as pessoas físicas ou jurídicas com obrigações tributárias e cadastrais e com residência em caráter permanente no Brasil. Os Não-Residentes são as pessoas que não residem em caráter permanente no Brasil. 25

26 A Figura 15 mostra o número de pesquisadores por mil empregados. Os pesquisadores em P&D são elementos fundamentais para o desenvolvimento de uma economia baseada em conhecimento e tecnologia. A comparação com base nessa variável reforça o fato de que a situação do Brasil é de relativo atraso: o país se encontra em 31º na lista de países selecionados, abaixo da Argentina e do país mais populoso do mundo, a China. Figura 15 Pesquisadores por Mil Empregados 2010 Finland Denmark Singapore Korea Sweden Japan Portugal France UK Austria Canada Belgium Germany Slovenia Ireland Estonia Spain Lithuania Average Slovakia Netherlands Czech Rep. Hungary Italy Latvia Poland Malaysia Argentina Turkey Cyprus China Brazil Mexico Chile 1,5 6,8 16,7 0,00 5,00 10,00 15,00 Fonte: Unesco Institute for Statistics. Elaboração própria. 26

27 Vamos analisar com mais detalhes as atividades de inovação das empresas brasileiras. Utilizaremos dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC), realizada pelo IBGE. 9 Consideraremos somente os resultados para as empresas industriais, que possuem uma série histórica comparável desde o ano Segundo a PINTEC, as empresas inovadoras são aquelas que implementaram um produto e/ou processo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado. 11 Os esforços dessas empresas nesse sentido, ou seja, de ampliar o seu acervo tecnológico, são chamadas atividades inovativas. Há diversos tipos de atividades inovativas e entre eles estão as atividade internas de P&D. 12 Até 2008, no Brasil o total de empresas industriais inovadoras estava aumentando em ritmo mais acelerado do que o do total de empresas. A Figura 16 nos mostra que a proporção de empresas industriais que realizaram alguma inovação aumentou continuamente desde o triênio , de forma especialmente acelerada entre e (passando de 33% no primeiro para 38% no último). Entre os dois últimos triênios, no entanto, houve redução da participação das empresas inovadoras, o que parece indicar que o problema de inovação brasileiro está se agravando. 9 A PINTEC é uma pesquisa que investiga as atividades inovativas de empresas no Brasil. Ela abrange as unidades dos setores industriais, de telecomunicações, informática e serviços relacionados e de pesquisa e desenvolvimento, sediadas no território nacional, que estejam registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e que tenham 10 ou mais pessoas ocupadas em 31 de dezembro do ano de referência. Ela foi realizada nos anos 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011 e possui resultados referentes a somente a esses anos (no geral, variáveis quantitativas) ou aos triênios que terminaram nesses anos (a maioria das variáveis qualitativas). Em 2008 a pesquisa passou a adotar uma nova classificação de atividade (a CNAE 2.0) e com isso deixa de abranger o setor de Reciclagem, que deixou de ser considerado como atividade industrial. 10 Os serviços só passaram a ser abrangidos pela PINTEC a partir de A inovação de produto e/ou processo novo ou substancialmente aprimorado se refere à empresa, não sendo necessariamente novo no mercado ou setor de atuação. 12 As demais atividades inovativas incluem aquisição externa de P&D; aquisição de outros conhecimentos externos; aquisição de software ou de máquinas e equipamentos especificamente inovação; treinamento para desenvolvimento de inovação; introdução de inovações tecnológicas no mercado; projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição. 27

28 Figura 16 Proporção (%) de Empresas Industriais que Realizaram Inovações 39% 37% 35% 33% 31% 29% 27% 25% 38% 36% 33% 33% 32% Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria. Entre as empresas inovadoras aumentou a proporção daquelas que tiveram apoio do governo, mas o percentual daquelas que registraram patentes está estagnado se comparado com Na Figura 17 podemos observar que o crescimento das beneficiárias de programas do governo entre as empresas inovadoras foi mais acelerado entre os três últimos triênios, passando de 19% em para 35% em A mesma Figura nos mostra que a proporção das empresas inovadoras que realizaram inovação com depósito de patentes passou de 8% em para 7,5% em Figura 17 Proporção das Empresas Inovadoras que Realizaram Inovações com Depósito de Patentes e com Apoio do Governo 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 05% 00% 35% 23% 17% 19% 19% 08% 06% 06% 07% Patentes Apoio do Governo Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria. Obs.: a informação sobre inovação com depósito de patentes não se encontra disponível nas tabelas divulgadas pelo IBGE para a PINTEC O dado de patentes para o triênio não se encontra disponível. 28

29 R$ Milhões (valores de 2011) Um terceiro dado relevante é a aparente concentração das atividades de P&D a partir de 2003, com maior gasto por empresa, como podemos ver pela Figura 18. Entre as empresas inovadoras, a proporção daquelas que gastaram com P&D interno passou de 33% em 2000 para 14% em Assim, houve uma redução absoluta dessas empresas, que diminuíram de pouco mais de para cerca de No sentido oposto, nesse mesmo período os gastos totais com P&D aumentaram de cerca de R$9,4 bilhões para R$15,2 bilhões (em valores constantes de 2011). 14 O gasto médio por empresa, em consequência, mais do que dobrou, passando de pouco mais de R$1,2 milhões em 2000 para R$2,6 milhões em Figura 18 Proporção de Empresas Inovadoras que Realizaram Dispêndio em Atividades Internas de P&D e Gasto Total com essas Atividades 35% 30% 33% 12,8 15, % 20% 15% 10% 9,4 8,4 18% 9,7 17% 11% 14% % 2 0% Proporção Gastos Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria. Apesar desse aumento dos gastos médios, os indicadores de gastos como proporção das receitas também não são animadores. A Figura 19, abaixo, nos mostra que os gastos com atividades internas de P&D, como proporção das receitas de vendas, se mantiveram no mesmo patamar desde 2000, com pequeno aumento em Em contraste, os gastos em todas as atividades inovativas como proporção das mesmas receitas tiveram queda de 3,8% em 2000 para 2,4% em Como o valor médio de gastos com P&D aumentou, ao que parece a concentração ocorreu em empresas com maiores volumes de receitas. 14 Deflacionamos os valores com base no IGP-DI, da FGV. 29

30 Figura 19 Proporção de Gastos com Atividades Inovativas e com Atividades Internas de P&D em Relação ao Total de Receitas 4,5% 4,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% 3,8% 2,5% 2,8% 2,5% 2,4% 0,6% 0,5% 0,6% 0,6% 0,7% ** 2011** Atividades Inovativas P&D interno Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria. Obs.: atividades inovativas representam atividades de implementação de produto e/ou processo novo ou substancialmente aprimorado e incluem atividades internas de P&D. Figura 20 Proporção de Beneficiárias de Programas do Governo entre as Empresas Inovadoras, por Faixas de Pessoal Ocupado 60% 55% 50% 40% 30% 20% 10% 35% 34% 33% 17% 16% 16% 15% 40% 41% 30% 31% 19% 20% 0% Total De 10 a 29De 30 a 49De 50 a 99 De 100 a 249 De 250 a 499 Com 500 e mais Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria Por último, a desagregação por tamanho da empresa (número de pessoal ocupado), nos mostra que foram as maiores empresas aquelas que proporcionalmente mais utilizaram programas de apoio do governo. Vemos pela Figura 20, acima, que o percentual das beneficiárias de programas do governo foi maior entre as empresas de 30

31 maior porte. Novamente a proporção de beneficiários foi especialmente alta quando consideramos somente os incentivos fiscais à P&D (Figura 21). Apesar do grande potencial inovador, as pequenas empresas pouco se beneficiam dos estímulos do governo. Figura 21 Proporção das Beneficiárias de Incentivos Fiscais à P&D entre as Empresas Inovadoras, por Faixas de Pessoal Ocupado 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 3% 0,7% 0,6% 1% 0,2% 1% 0,3% 2% 0,4% Total 6% De 10 a 29De 30 a 49De 50 a 99 De 100 a 249 2,6% 17% De 250 a 499 6,5% 39% Com 500 e mais Fonte: PINTEC/IBGE. Elaboração Própria. Obs.: até 2003, inclui os incentivos fiscais à P&D da Lei e da Lei a partir de , além desses, inclui os incentivos à P&D da Lei nº (Lei do Bem). Em resumo, os indicadores de esforços inovativos do Brasil mostram que no geral, mesmo com alguns avanços pequenos, a comparação internacional nos coloca em uma posição de relativo atraso. Apesar das políticas brasileiras de apoio à inovação serem bastante avançadas e favorecerem fortemente a inovação do ponto de vista do incentivo fiscal, os indicadores ainda se mostram comparativamente ruins. Não parece haver ainda a contrapartida de produção de inovação para o bom desenvolvimento observado na produção científica. A realização de inovações está se concentrando em empresas com maior porte em termos de receita, e empresas maiores em termos de pessoal ocupado se beneficiam relativamente mais do apoio do governo. As grandes empresas possuem um papel importante no processo de inovação de uma economia, como difusores de tecnologia em seus respectivos clusters (com a capacitação e difusão de práticas gerenciais modernas entre seus fornecedores). No entanto, é necessário verificar se é isso o que de fato está ocorrendo, ou se o caso é de proteção de empresas pouco eficientes, o que pode desacelerar a substituição dessas por empresas novas e 31

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