Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental

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1 Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental Avaliação Ambiental nos Hotéis de Brasília Selecionados pela FIFA para a Copa de 2014 Autora: Maialú Ferreira Neves Orientadora: Prof a Dra. Maria Albertina P. M. Costa Brasília - DF 2012

2 MAIALÚ FERREIRA NEVES AVALIAÇÃO AMBIENTAL NOS HOTÉIS DE BRASÍLIA SELECIONADOS PELA FIFA PARA A COPA DE COPA 2014 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do título de Mestra em Planejamento e Gestão Ambiental. Orientadora: Prof a P. M. Costa. Dra. Maria Albertina Brasília DF 2012

3 N516a Neves, Maialú Ferreira Avaliação ambiental nos hotéis de Brasília selecionados pela FIFA para a copa de / Maialú Ferreira Neves f. ; il.: 30 cm Dissertação (mestrado) Universidade Católica de Brasília, Orientação: Profa. Dra. Maria Albertina P. M. Costa 1. Impacto ambiental Avaliação. 2. Turismo Hotelaria. 3. Copas do mundo (Futebol). 4.Eventos especiais. I. Costa, Maria Albertina P. M., orient. II..Título. CDU 504:640.41

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5 AGRADECIMENTO Agradeço a Deus, aos meus pais, irmão pelo apoio e pela presença. Ao meu marido, minha fortaleza, meu amor e companheiro. Aos meus filhos Cauê e Luna que me fizeram entender o que é amar incondicionalmente. A minha querida orientadora prof. Dra. Maria Albertina P. M. Costa que me apoiou e acreditou em mim, sempre me motivando a seguir. Aos membros da banca Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos e Prof a. Dra. Lucijane Monteiro de Abreu pelos ensinamentos e sugestões. Aos participantes da pesquisa e aos hotéis que abriram suas portas permitindo a realização deste trabalho.

6 RESUMO Referência: NEVES, Maialú Ferreira. Avaliação Ambiental dos Hotéis de Brasília Selecionados pela FIFA para a Copa de f. Dissertação do Programa de Planejamento e Gestão Ambiental Universidade Católica de Brasília, Brasília, Em 2014 o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol e Brasília é uma das cidades escolhidas para receber esse megaevento esportivo. Eventos como esse, de grande porte e repercussão internacional, possuem grande potencial econômico, mas geram também impactos ambientais. O trabalho procurou avaliar as ações ambientais implementadas nos hotéis credenciados pela FIFA na cidade sede de Brasília tendo como foco a redução do uso da água, da energia e da geração de resíduos sólidos verificando como os hotéis estão se preparando para a "Copa Verde" de Para isso foi realizado um levantamento por meio de pesquisa bibliográfica e de campo em 18 hotéis credenciados pela FIFA para Copa do Mundo da FIFA 2014 levantando se os hotéis possuem certificações ambientais ou de sustentabilidade e se realizam ações ambientais de gestão do uso da água, da energia e dos resíduos sólidos com vistas a melhorar seu desempenho ambiental. Como resultado da pesquisa verificou-se que a maioria dos hotéis não possui certificação ambiental, no entanto a maior parte dos hotéis estudados teve desempenho ambiental bom ou muito bom no que tange as ações ambientais implementadas com foco na redução do consumo de água, energia e geração de resíduos sólidos. Concluiu-se que essas são realizadas na maioria dos hotéis, porém de forma isolada e com pouco planejamento das ações ambientais. Palavras-chave: Avaliação ambiental. Hotelaria. Copa do mundo da FIFA Brasília. Megaeventos.

7 ABSTRACT In 2014 Brazil will host the FIFA World Cup and Brasilia is one of the cities chosen to receive this mega sport event. Events like this, large scale and international repercussion, have great economic potential, but also generate environmental impacts. This study aimed to evaluate the environmental initiatives implemented in FIFA selected hotels in host city Brasília, focusing on reducing water and energy consumption and solid waste generation and checking how the hotels are being prepared for the 2014 "Green Cup". For this, a research was conducted by means of literature and surveys in 18 of the FIFA-accredited hotels for 2014 World Cup checking if hotels have environmental or sustainability certifications and if they accomplish environmental actions of consumption management of water, energy and solid waste in order to improve their environmental performance. As a result of the research it was found that most hotels do not have environmental certification, however most of them had good or very good environmental performance regarding environmental actions implemented focusing on reducing water and energy consumption and solid waste generation. It was concluded that these are performed in most hotels, but in isolation and with few environmental action planning. Keywords: Environmental evaluation. Hotel industry. FIFA world cup Brasília. Mega events.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO HISTÓRICO DA RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE, TURISMO DE EVENTOS E A HOTELARIA Os megaeventos esportivos e sua relação com a questão ambiental O setor hoteleiro no Brasil, as políticas públicas e a inserção das questões ambientais GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL APLICADAS NA HOTELARIA USO DA ÁGUA NA HOTELARIA USO DE ENERGIA NA HOTELARIA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GESTÃO AMBIENTAL, SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL NA HOTELARIA Carta Ambiental da Rede Accor e o Planet 21 - Programa de Desenvolvimento Sustentável da Accor Rede Meliá Hotels Internacional NBR ISO 14001: 2004 e sua aplicação na hotelaria NBR 15401: 2006 Meios de Hospedagem - Sistema de Gestão da Sustentabilidade - Requisitos HIPÓTESE OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA DADOS COLETADOS: Levantamento bibliográfico Pesquisa de campo DADOS PROCESSADOS: RESULTADOS E DISCUSSÃO RESULTADOS Resultados - Planejamento e Gestão Ambiental Resultados - Água Resultados - Resíduos Sólidos DISCUSSÕES CONCLUSÃO

9 9 RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS APÊNCICE A - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL PARA MEIOS DE HOSPEDAGEM CREDENCIADOS PELA FIFA NO DISTRITO FEDERAL ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E INFORMADO

10 10 1 INTRODUÇÃO Em 2014 o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol e Brasília é uma das cidades escolhidas para receber esse megaevento esportivo. Eventos como esse, de grande porte e repercussão internacional, possuem grande potencial econômico nos mais diversos setores da economia, e a hotelaria, inserida no setor de serviços, é uma das atividades beneficiadas. É importante colocar, no entanto, que tanto a construção de novos empreendimentos hoteleiros para este megaevento bem como a sua operação, assim como qualquer atividade econômica, traz impactos para o meio ambiente. Esses impactos precisam ser estudados e faz-se necessário pensar em ações capazes de reduzir os impactos negativos, aproveitando o melhor que a atividade turística pode proporcionar. Os turistas brasileiros e estrangeiros estão cada vez mais conscientes de seu poder enquanto consumidores e exigem melhor qualidade dos produtos que consomem, incluindo aí a qualidade ambiental. Atualmente o consumidor se preocupa em saber a procedência do produto que compra, como ele foi feito, e procura reduzir os impactos negativos de seu consumo. Para tanto exige das empresas uma postura de responsabilidade ambiental e social. A hotelaria, por ser um produto turístico e do setor de serviços, possui algumas especificidades: o consumidor é que se desloca até o produto; este produto é produzido e consumido no mesmo momento, não há como armazenar ou estocar o produto hoteleiro (as diárias são vendidas ou serão perdidas); é um produto intangível, o consumidor só verá o que comprou no momento do consumo e esse consumo é uma experiência que pode ser sentida. Sua qualidade está ligada não só a critérios mínimos de infraestrutura que são esperados dos hotéis de acordo com a categoria comprada, mas também a expectativa criada pelo cliente dos serviços oferecidos e suas experiências de consumo anteriores podem influenciar no atendimento ou não dessas expectativas. Assim, os critérios ambientais e de sustentabilidade tem ganhado espaço na hotelaria nos últimos anos tanto pela exigência do consumidor que quer diminuir os impactos negativos que causa durante sua viagem, como por questões de competitividade no mercado turístico, visto que o hotel pode reduzir custos de água

11 11 e energia, que representam uma boa parte dos gastos na hotelaria; melhorar sua imagem junto aos hóspedes; evitar multas por danos ambientais. Outro fator importante é que o governo federal tem realizado algumas ações que buscam incentivar a redução dos impactos ambientais que resultam de um grande evento como a copa de 2014, um exemplo disso é a criação de linhas de financiamento específicas para a hotelaria para reformas e construção de empreendimentos hoteleiros sustentáveis. É importante enfatizar, no entanto, que apenas as ações governamentais, sozinhas, não são suficientes para tornar a copa de 2014 uma copa verde ou sustentável. A Fédération Internacionale de Football Association (FIFA), desde 2006 na Copa do Mundo da Alemanha, adotou um programa chamado Green Goal que busca reduzir os impactos negativos causados nos megaeventos esportivos por ela coordenados com foco em quatro aspectos: água, energia, lixo e transporte. A partir de então, a FIFA passou a realizar uma série de exigências ambientais com relação a construção das arenas que recebem os jogos, e até mesmo no que tange ao transporte público, para tentar reduzir os impactos negativos gerados pelo evento. Em um evento deste porte, é preciso que haja parceria entre governo, organizadores e a iniciativa privada. Neste sentido, a participação dos meios de hospedagem na redução dos impactos de sua operacionalização é fundamental para garantir uma copa mais verde. No hotel o turista faz uso de água, energia e gera resíduos sólidos, e a depender das ações ambientais adotadas pelo hotel, a viagem desse turista será mais, ou menos, impactante. Neste sentido, este estudo procurou levantar se os hotéis escolhidos e credenciados pela FIFA estão se preparando para reduzir os impactos ambientais negativos causados por sua operacionalização. O estudo dá ênfase em três aspectos ambientais: uso da água, da energia e geração de resíduos sólidos.

12 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO Muitos são os enfoques ligados ao conceito de turismo. Um dos pontos convergentes do conceito de turismo é que para que haja turismo é necessário o deslocamento das pessoas (turistas). Para fins desta dissertação preferiu-se utilizar o conceito adotado pelo Ministério do Turismo (MTur), estabelecido pela Organização Mundial de Turismo (OMT), [...] as atividades que as pessoas realizam durante viagens e estadas em lugares diferentes de seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras. (OMT, 2001 apud BRASIL, 2006, p. 4). A história do turismo se confunde com a história do turismo de eventos e com a história da hotelaria. Para que haja turismo é preciso haver deslocamento e consequentemente a hospedagem e a alimentação surgem como serviços obrigatórios para que a atividade turística se desenvolva. Os Jogos Olímpicos na Grécia antiga foram os primeiros registros do turismo de eventos e da hotelaria. Além disso, outros eventos de cunho religiosos e comerciais, também na antiguidade, deram origem ao que conhecemos hoje como turismo e ao próprio setor hoteleiro. Segundo Prates (2006) o primeiro hotel que se tem notícia foi criado na Grécia antiga para receber os turistas que vinham para os Jogos Olímpicos e tinha m 2. Os romanos também foram responsáveis pela expansão das hospedarias, segundo Serafim (2005): As estradas romanas foram, sem dúvida, o princípio da hospedagem com fins lucrativos ou de benefícios. Diferentemente das hospedagens das Olimpíadas, as pousadas romanas faziam parte do sistema econômico das cidades, gerando um comércio entre os viajantes e os moradores e até mesmo a troca de mercadorias entre cidades. Essa transformação ocorreu, principalmente, após o grande "boom" de meios de hospedagem nessas estradas. Ainda segundo Serafim (2005) foi no final da Idade Média na Europa que apareceram os primeiros estabelecimentos hoteleiros exclusivamente comerciais. Aos poucos os países criaram leis e normas para o setor hoteleiro. A França, por exemplo, já dispunha de leis reguladoras dos estabelecimentos e serviços hoteleiros no ano de 1254 (século XIII), enquanto na Inglaterra isso aconteceu em 1446 (século XV). No ano de 1514 (século XVI), os hoteleiros de Londres foram reconhecidos legalmente. (SERAFIM, 2005)

13 13 Enquanto atividade organizada, o turismo surgiu no séc. XIX, quando Thomas Cook organizou a primeira viagem coletiva para um congresso. Logo, a primeira viagem organizada que se tem notícia na história do turismo foi uma viagem para um evento. (MATIAS, 2010). Segundo Serafim (2005) "[...] o desenvolvimento da Hotelaria está intimamente ligado ao desenvolvimento dos meios de transportes.", assim como o turismo. Primeiro as hospedarias foram sendo construídas ao longo das estradas e eram preparadas para receber carruagens e cavalos, algumas contavam até com estábulos. Com o surgimento dos trens, as hospedarias das estradas sofreram um grande impacto negativo, os meios de hospedagem começaram a se localizar mais próximos as ferrovias e depois com surgimento dos navios, nos portos. Apesar disso, os estabelecimentos não eram de qualidade, os banheiros eram coletivos. Um dos últimos marcos da história da hotelaria no século XIX foi a construção, em 1870, o primeiro estabelecimento hoteleiro em Paris, considerado o início da hotelaria planejada. As inovações foram o banheiro privativo em cada quarto e a uniformização dos empregados. O pioneiro foi o suíço César Ritz. (SERAFIM, 2005). Nos Estados Unidos, no final do séc. XIX e início do séc. XX a classe média começou a ser vista como clientela. Um marco da hotelaria americana e mesmo mundial a época foi o Tremont House de Boston, inaugurado em 1829 (SERAFIM, 2005). Suas inovações físicas eram marcantes: oferecia quartos com acomodação privada, single e double (o conceito anterior ainda era de grandes quartos com muitas camas). Todos com portas e fechaduras. Cada quarto tinha sua bacia e jarro para higiene pessoas. Oferecia um sabonete de cortesia. O surgimento do mensageiro. (SERAFIM, 2005). É importante ressaltar no entanto que o turismo só se desenvolveu realmente no século XX, com o automóvel e com a melhoria das estradas e com o aparecimento da aviação civil comercial. Outro fator bastante importante para o desenvolvimento do turismo enquanto atividade econômica foram as conquistas

14 14 trabalhistas, pois foi a partir daí que o homem começou a ter mais tempo destinado ao lazer. Os historiadores sugerem que o advento do turismo de massa começou na Inglaterra durante a Revolução Industrial, a ascensão da classe média e o advento dos meios de transporte relativamente baratos. A criação de linhas aéreas comerciais, depois da Segunda Guerra Mundial, e a evolução dos aviões a jato na década de 1950 assinalaram o rápido crescimento e expansão das viagens internacionais. (THEOBALD, 2001, p.27). Essa grande expansão do turismo internacional trouxe o turismo de massa e também o aumento do número de eventos dos mais diversos tipos no mundo e com isso vieram também, ao longo dos anos, a preocupação com os impactos negativos que estes tipos de turismo podem trazer as cidades receptoras e aos atrativos turísticos, principalmente os atrativos naturais. 2.1 HISTÓRICO DA RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE, TURISMO DE EVENTOS E A HOTELARIA Ainda no séc. XX inicia-se a preocupação com as questões ambientais no mundo, o que reflete diretamente no turismo e na hotelaria. O marco inicial da preocupação com a questão do crescimento econômico sem limites de exploração e impactos para o meio ambiente foi em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em Estocolmo. Mas é a partir do final da década de 80, com o relatório Nosso Futuro Comum, publicado em 1987, pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) das Nações Unidas (ONU), que o conceito de desenvolvimento sustentável é criado [...] o desenvolvimento que procura atender às necessidades e aspirações do presente sem comprometer a possibilidade de atendê-las no futuro (p.44). É com a Eco 92, realizada na cidade do Rio de Janeiro, um grande evento com foco em decisões ligadas ao meio ambiente, também conhecida como Rio 92, que aumentou o comprometimento em se aliar o crescimento econômico com a responsabilidade com o meio ambiente. É nessa época que o conceito de desenvolvimento sustentável começa a ser mais difundido. É importante colocar que a sustentabilidade deve estar baseada em um tripé, deve ser: econômica, ambiental e sociocultural. A sustentabilidade econômica é

15 15 essencial para a sobrevivência do negócio, e deve garantir a equidade na distribuição dos benefícios vindos das atividades econômicas desenvolvidas. A sustentabilidade ambiental garante que o desenvolvimento será compatível com a conservação e manutenção da fauna e da flora, garantindo o equilíbrio dos ecossistemas existentes e o seu uso racional, preservando-os para as futuras gerações. A sustentabilidade deve ser vista como uma condição ótima de desenvolvimento. Deve ser buscada durante todo processo de planejamento e implementação de uma atividade. Assim, a sustentabilidade do turismo precisa ser pensada não apenas em ambientes com grandes atrativos naturais, mas também em outras modalidades de turismo, como o turismo de eventos e na própria hotelaria, e sobretudo nas cidades, locais onde a pressão da atividade turística sobre o meio ambiente são significativos. Surge então o conceito de turismo sustentável, que é diferente do conceito de ecoturismo, apesar de muitas vezes estes serem confundidos. [...] a Organização Mundial de Turismo OMT e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PNUMA referem-se ao Ecoturismo como um segmento do turismo, enquanto os princípios que se almejam para o Turismo Sustentável são aplicáveis e devem servir de premissa a todos os tipos de turismo em quaisquer destinos. (BRASIL, 2006, p. 11) Para que o turismo sustentável se torne uma realidade é necessário que os diversos atores sociais do turismo - governo, ONGs, comunidade local, turistas e empresários, dentre os quais os do setor hoteleiro - participem de todo projeto de planejamento, implantação e monitoramento do turismo. Segundo a publicação da Agenda 21 para a Indústria de Viagens e Turismo da World Travel and Tourism Council (WTTC) em parceria com a OMT e a Earth Council (apud WWF-BRASIL, 2001, p ), algumas ações necessárias para buscar a sustentabilidade no desenvolvimento do turismo são: projetar a sustentabilidade assegurar que as novas tecnologias e produtos sejam projetados para minimizar a poluição, ser mais eficientes, apropriados cultural e socialmente e disponível mundialmente; parcerias para o desenvolvimento sustentável formar parcerias para trazer sustentabilidade de longo-prazo;

16 16 eficiência na conservação e administração de energia reduzir o uso de energia e reduzir o risco potencial às condições atmosféricas; manejo responsável de recursos hídricos - proteger a qualidade dos recursos hídricos e usar os recursos existentes de maneira eficiente e equilibrada; administração do desperdício de água minimizar a geração de efluentes de forma a proteger o ambiente aquático, salvaguardar a flora e conservar e proteger a qualidade dos recursos de água doce; redução do desperdício, reutilização e reciclagem minimizar o uso de recursos, maximizar a qualidade do produto e reduzir a geração de resíduos; substâncias perigosas evitar o uso ou ter o controle para manejo adequado; envolvimento de pessoal, clientes e comunidades em assuntos ambientais proteger e incorporar os interesses das comunidades locais nos projetos e assegurar que as lições ambientais aprendidas pelos funcionários, clientes e comunidades sejam colocadas em prática; planejamento e manejo do uso de terra lidar de uma maneira equilibrada com os múltiplos interesses sobre o uso da terra, assegurando que o desenvolvimento não seja paisagisticamente inadequado, e contribuir para a conservação do meio ambiente e das culturas paralelamente à geração de renda; transporte reduzir ou controlar emissões prejudiciais na atmosfera e outros efeitos do transporte no meio ambiente. A hotelaria, sendo um dos serviços essenciais para que o turismo de fato ocorra, não pode ficar indiferente a questão ambiental e as exigências cada vez maiores dos consumidores, principalmente em alguns tipos de turismo mais ligados a contemplação da natureza. O turismo de eventos, em especial os megaeventos esportivos também precisa se alinhar com essas exigências e se comprometer com o país que sedia o evento para que o legado do evento tenha um saldo positivo, principalmente quando tratamos de temas relacionados aos impactos ambientais Os megaeventos esportivos e sua relação com a questão ambiental Segundo dados do Caribbean Tourism Organization, "50 milhões de viagens são realizadas anualmente no mundo, com objetivo de participar de eventos ou grupos de incentivo. E US$ 30 bilhões é a movimentação estimada do segmento MICE 1 no mundo." (apud BRASIL, 2010a, p. 7). O mesmo estudo aponta ainda o perfil diferenciado do turista de eventos internacionais, ele tem um gasto médio maior, idade entre 30 e 45 anos e alto poder aquisitivo. 1 MICE - Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions

17 17 Desde 2006 o Brasil tem se destacado no cenário mundial em relação a captação de eventos internacionais passando a figurar entre os dez países que recebem mais eventos internacionais no mundo. Em 2008 foi o 7 o no ranking do International Congress and Convention Association (ICCA), um grande salto, já que em 2003 estava na 19 a posição. (BRASIL, 2010a). Se levarmos em conta apenas os eventos esportivos, o Brasil também tem se destacado na captação de muitos megaeventos esportivos como os Jogos Panamericanos em 2007 e os Jogos Mundiais Militares em 2011, ambos no Rio de Janeiro; a Copa das Confederações que ocorrerá em 2013; A Copa do Mundo em 2014; e os Jogos Olímpicos em 2016, também no Rio de Janeiro. Faz-se importante aqui definir o que é um megaevento e o que o diferencia um megaevento de um evento de menor porte. Assim, megaevento é definido por Roche (1994, p.19 apud MATIAS, 2008, p. 177) como "[...] um acontecimento de curta duração, com resultados permanentes por longo tempo nas cidades e/ou países que o sediam e está associado à criação de infra-estrutura [sic] e comodidades para o evento.. Neste sentido, os megaeventos mais do que utilizarem os espaços de eventos já existentes, criam novos espaços e infraestrutura promovendo com isso efeitos de longo prazo para as cidades que os sediam. Além disso, projetam o país e as cidades-sede em âmbito internacional, promove oportunidades de investimento tanto durante a fase do pré-evento e evento, como no pós-evento. Especialistas traçam um cenário positivo de crescimento do turismo, tanto interno, devido a melhoria da economia brasileira nos últimos anos, quanto internacional, com a Copa do Mundo da FIFA de 2014 e também as Olimpíadas em 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo (ASCOM): Entre 2007 e 2010, o número de turistas saltou de 155,9 milhões para 186 milhões, um crescimento de 20%. Os megaeventos esportivos marcados para os próximos anos e o legado deixado por eles sinalizam para uma tendência de expansão ainda maior do mercado. Além da Copa do Mundo e das Olimpíadas, o setor turístico também conta com o crescimento econômico do país e ascensão social que fez surgir a nova classe média; e ainda o crescimento do prestígio internacional do Brasil, com consequente aumento da visibilidade do país no mundo. A soma desses fatores leva os técnicos do Ministério do Turismo a projetar crescimento ainda maior para o setor nos próximos anos. (BRASIL, 26/09/2011)

18 18 Com isso, as políticas públicas do turismo se voltam para a preparação para estes grandiosos eventos que trazem consigo diversos impactos. Impactos podem ser descritos, então, como os efeitos advindos de uma ação, empreendimento ou projeto que podem ser sentidos no meio ambiente, entendido dentro de uma concepção mais ampla, que engloba a dimensão natural, social, cultural e construída. (UCB VIRTUAL, 2007, p.1) Assim, impacto turístico é qualquer modificação que ocorre em decorrência do desenvolvimento da atividade turística em uma localidade. Estes impactos acontecem em diversas dimensões: econômica, social, cultural, ambiental e política. Essa modificação pode ser benéfica ou não, então dizemos que os impactos do turismo podem ser positivos ou negativos. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) classifica o Impacto Ambiental como: [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, provocada pela irresponsabilidade nas atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; à biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais. (BRASIL, 1986, Art. 1 o ). Segundo a norma NBR 14001: 2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), " Impacto ambiental é qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização." (ABNT, 2004, p.2). A mesma norma define aspectos ambientais como "[...] elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente." (ABNT, 2004, p.2). E acrescenta em nota que " [...] um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental significativo." (p.2). É preciso então estudar e pensar nos diversos aspectos que envolvem receber um megaevento esportivo. Um evento deste porte traz consequências, impactos, positivos e negativos. Há uma tendência a se falar e divulgar mais os aspectos positivos de se receber um megaevento, afinal, os impactos econômicos

19 19 positivos são sentidos anos antes do evento acontecer e perduram também após o seu acontecimento. São empregos que são gerados, aumenta-se a renda, muitos investimentos são feitos, tanto no que tange a infraestrutura, como para a qualificação profissional, transporte, mobilidade urbana, segurança, e tudo isso pode propiciar novas oportunidades de negócios. Pode-se ter uma ideia da abrangência do impacto que um megaevento como este pode ter sobre a economia com base em um estudo realizado em 2010 da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Ernst e Young chamado "Brasil Sustentável: impactos socioeconômicos da Copa de 2014". A projeções feitas são colocadas na citação abaixo: O cenário de referência adotado neste estudo aponta que a Copa do Mundo de 2014 vai produzir um efeito cascata surpreendente nos investimentos realizados no País. A economia deslanchará como uma bola de neve, sendo capaz de quintuplicar o total de aportes aplicados diretamente na concretização do evento e impactar diversos setores. Além dos gastos de R$ 22,46 bilhões no Brasil relacionados à Copa para garantir a infraestrutura, e a organização, a competição deverá injetar, adicionalmente, R$ 112,79 bilhões na economia brasileira, com a produção em cadeia de efeitos indiretos e induzidos. No total, o País movimentará R$ 142,39 bilhões adicionais no período , gerando 3,63 milhões de empregos-ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a população, o que vai impactar, inevitavelmente, o mercado de consumo interno. (ERNST E YOUNG; FGV, 2010, p. 3). O estudo coloca ainda que os setores que mais se beneficiarão são a construção civil, alimentos e bebidas, serviços prestados às empresas, serviços de utilidade pública (energia, água, esgoto, gás, limpeza urbana) e serviços de informação. Os gastos estimados somam R$ 29,6 bilhões sendo 12,5 bilhões de reais do setor público (42%) e 17,16 bilhões de reais do setor privado (58%) (ERNST E YOUNG; FGV, 2010). Todos esses impactos econômicos estimados geram também outros impactos sociais e ambientais: A análise de impactos socioeconômicos não pode estar dissociada dos aspectos ambientais em um megaevento como a Copa do Mundo, que costuma servir de espelho para ações futuras. Assegurar o desempenho para o desenvolvimento sustentável nesse tipo de competição global significa contribuir para a redução de custos sociais e ambientais, de ineficiências e desperdícios, além de colaborar para maior integração com a sociedade e com o desenvolvimento contínuo das pessoas, das

20 20 comunidades e dos relacionamentos entre a sociedade e o meio ambiente. (ERNST e YOUNG; FGV, 2010, p. 16). Para que o desenvolvimento do turismo e todo potencial turístico sejam bem aproveitados se faz imprescindível um planejamento que vise à sustentabilidade da atividade turística como um todo. Assim, buscar a sustentabilidade em outros segmentos do turismo como o segmento do turismo de eventos é fundamental para que a atividade turística reduza os seus impactos sobre o ambiente natural e sobre as comunidades receptoras. O turismo de eventos, e em especial os megaeventos esportivos, podem trazer a cidades receptoras uma série de impactos visto que a cidade recebe um grande número de visitantes em um período curto, sobrecarregando a infraestrutura local caso não haja um planejamento adequado. A realização de um evento de grande porte, como a Copa do Mundo de Futebol, implica diversos efeitos sobre o meio ambiente. Dentre os impactos ocasionados, destacam-se as emissões de dióxido de carbono, promovidas pelos deslocamentos aéreos; a produção extraordinária de lixo e dejetos; e também o consumo de energia e água potável. (BRASIL, [entre 2008 e 2010], p. 30) Apesar de ser relativamente recente a inserção da questão ambiental em megaeventos, tanto o Comitê Olímpico Internacional (COI), como a FIFA têm se preocupado em incentivar ações ambientais para minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente. Os primeiros indícios de preocupação com os impactos ambientais em megaeventos foi do COI, em 1994, no centenário dos Jogos Olímpicos em Paris, no congresso olímpico, no qual estabeleceu-se que "[...] depois do esporte e da cultura, o meio ambiente é a terceira área mais importante do movimento olímpico. (TRIGUEIRO, 2003, p. 1 apud MATIAS, 2008). Já em 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, houveram as primeiras ações com objetivo de minimizar os impactos ambientais dos Jogos (MATIAS, 2008). Foi a primeira vez que houve de fato uma preocupação em estabelecer ações que visassem a redução dos impactos ambientais de um megaevento esportivo. Em 1992, o governo australiano ao ter a cidade de Sidnei eleita como Cidade Aspirante dos Jogos Olímpicos do ano 2000, lançou um concurso para selecionar o melhor projeto (dossiê) de captação do evento. O Greenpeace, que é uma das mais famosas organizações não

21 21 governamentais que trabalha pela preservação do meio ambiente se inscreveu no concurso e, entre mais de uma centena de propostas concorrentes, a da entidade foi classificada entre as cinco finalistas. Muito do projeto do Greenpeace foi absorvido pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Sidnei 2000 SOCOG, marcando uma parceria entre as duas organizações, fazendo de Sidnei um marco da história dos Jogos Olímpicos, isto é, a cidade dos primeiros Jogos Olímpicos Verdes. (MATIAS, 2008, p. 184). Algumas das ações ambientais realizadas em Sydney em 2000 são citadas por Matias (2008, p. 185), Banheiros com válvulas especiais para redução de consumo de água em chuveiros e vasos sanitários; Coleta seletiva de lixo em todos os lugares de Sidnei foram colocadas caixas coletoras especificando o tipo de resíduo; Conservação de água metade da água utilizada na Vila Olímpica e nas sedes das competições era água tratada das chuvas e água do próprio esgoto purificada; Copos e garrafas foram reciclados; Entulho - a meta final era entulho zero, isto é, tudo que precisou ser destruído para preparar a cidade teve seus materiais reaproveitados na construção da própria infraestrutura. O projeto das sedes foi concebido visando dar um uso as mesmas após os jogos. O que não seria aproveitado pela cidade foi desmontado, reutilizado ou reciclado; Indústrias várias surgiram para que projetos fossem implantados, como casas que aproveitassem o sol no inverno e a sombra no verão, com ventilação natural para não precisar de ar-condicionado; Indústria de roupa se volta para as fibras naturais; Limpeza completa dos materiais tóxicos na Baía de Homeblush (próxima às principais sedes dos jogos), que por décadas serviu de depósito de substâncias poluentes da indústria química Union Carbide, que produzia o agente laranja para a Guerra do Vietnã; Lixo foi implantado um sistema para transformar lixo, como: restos de comida, pratos e embalagens de alimento biodegradáveis em adubo. Esses materiais foram decompostos em uma usina comercial, e o adubo produzido vendido para jardinagem. O lixo orgânico foi responsável por cerca de 75% dos detritos produzidos durante os Jogos. A fabricação do adubo foi uma alternativa muito melhor do que jogá-lo em aterros sanitários; Madeiras as madeiras utilizadas nas construções vieram de áreas aprovadas de reflorestamento destinadas ao comércio; Mobília de papelão reciclável para o escritório dos voluntários; Parque aquático com ar-condicionado que não rouba calor das piscinas, voltado para o público; Polícia Ambiental foi criada para fiscalizar obras e produtos; Programação cultural o Sidney 2000 Olympic Arts Festival ficou responsável pela programação cultural da cidade, que teve espetáculos de dança, teatro, música, filmes e mostras; Proteção à biodiversidade mudança do projeto original das instalações olímpicas para permitir a sobrevivência de uma das únicas colônias de reprodução do sapo verde e dourado do mundo;

22 22 Redução do uso de PVC, um plástico considerado tóxico optou-se por outros materiais ou mesmo tipos de plásticos menos poluentes nas construções; Refrigeradores com tecnologia greenfreezers, tecnologia essa que utiliza gases naturais, portanto, não poluentes; Sistema de transporte sem carros - foram os primeiros Jogos Olímpicos em que quase todos; que compareceram às competições usou transporte público. Novas linhas de trem foram construídas para propiciar um transporte menos poluente e mais eficiente. Todos os espectadores que portavam ingresso tiveram transporte público gratuito; Talheres, pratos e xícaras descartáveis foram fabricados com produtos não poluentes derivados da fibra da cana-de-açúcar e da glucose do milho, pois poderiam ser jogados fora junto com os alimentos, porque foram feitos de matéria orgânica, sendo de fácil decomposição ou então quando necessário os alimentos foram servidos em pratos de cerâmica reutilizáveis. Foi sugerido aos espectadores que ao terminar a refeição e/ou lanche, jogar - prato, restos de alimento, garfo e faca - no cesto apropriado; Tocha Olímpica foi construída em alumínio reciclado e teve como combustível uma mistura de butano gás de isqueiro que libera menos gás tóxico e quase nenhuma fumaça para a atmosfera; Vila Olímpica - com 665 residências foi provida com energia solar, voltada principalmente para o aquecimento de água, foi o maior complexo de energia solar do mundo; e outros. A Alemanha foi pioneira em 2006, no que se refere a Copa do Mundo, procurando reduzir os impactos ambientais negativos. [...] Este movimento, sob a orientação do comitê local e das cidades-sede, e com o apoio da FIFA, levou à criação do programa ambiental denominado Green Goal, ou Gol Verde, e tornou-se um dos principais legados do evento. O foco do programa recaiu sobre quatro principais áreas: água, lixo, energia e transporte. (BRASIL, [entre 2008 e 2010], p. 31). Segundo Matias (2008, p. 193) as ações propostas e implementadas na copa de 2006 da Alemanha foram: Água reduzir o consumo em 20%, utilizar água captada da chuva para regar os gramados; Banheiros os do estádio de Munique foram dotados de sistema de descarga seca; [...]Energia para reduzir o consumo de energia em 20%, foram instalados gerenciadores de energia de ultima geração, no estádio de Munique, para reduzir o consumo de energia todos os dias, seja em dia de jogo ou não. Os outros estádios possuíam painéis de captação de energia solar, para geração de energia limpa; [...] Lixo reduzir em 20% nas áreas esportivas. Para evitar o desperdício, foram adotados copos reutilizáveis. O espectador

23 23 depositava uma caução de 1 Euro pelo copo que iria utilizar, sendo que cada pessoa teria o direito a apenas um copo por jogo; [...] Transporte quem comprou ingresso para assistir aos jogos de qualquer um dos 12 estádios, podia utilizar esse ingresso para ter acesso gratuito ao local do jogo, por meio de transporte público durante 24 horas, de acordo com o plano de ingresso Kombi; Transporte o Acordo Kombi de Ingresso custou cerca de 2 milhões de Euros para o Comitê de Organização da Copa do Mundo de 2006, mas evitou a emissão de gases causadores do efeito estufa no meio ambiente; Projetos de Proteção Climática a FIFA, a Associação Alemã de Futebol e vários patrocinadores e parceiros da Copa do Mundo de 2006 garantiram o investimento de U$ 1,6 milhão em projetos em vários lugares do mundo, para em longo prazo minimizar o efeito estufa e tornar o evento neutro em termos climáticos. Os projetos foram: Construção de fábrica de biogás para gerar combustível a partir de esterco bovino substituindo querosene e madeira para 700 famílias de Tamil Nadu, na Índia; Construção de fábrica para gerar combustível a partir de restos de serragem da indústria do papel, para substituir o uso do carvão vegetal em fazendas de cítricos, África do Sul; Construção de fábrica para coletar metano de uma estação de tratamento de esgoto em Sebokemg Township, sudeste de Joanesburgo, África do Sul. Nos Jogos Olímpicos de Pequim - China, em 2008, o foco dado no que tange as ações ambientais foi a redução do nível de poluição do ar. Segundo PNUD (2007 apud MATIAS, 2008, p. 192) algumas ações ecológicas realizadas em Pequim foram: Ônibus - movidos a hidrogênio para o transporte oficial dos atletas, pois eles reduzem a poluição, já que liberam apenas vapor d água pelo escapamento para promover o uso de transporte público limpo; Campanhas - serão [sic] veiculadas na rede de televisão chinesa sobre os temas: poluição do ar, mudanças climáticas, acesso a água potável e consumo sustentável da água. A idéia [sic] faz parte do Programa de Conscientização Ambiental da China, que visa chamar a atenção da população do país para os assuntos relacionados ao meio ambiente. Os Jogos Olímpicos oferecem esta oportunidade para projetar assuntos ambientais em nível nacional e global, e envolver as pessoas para trabalharem em prol do assunto; Campanhas para chamar a atenção para as mensagens da campanha em favor da sustentabilidade ambiental serão utilizados os mascotes dos Jogos Olímpicos, chamados Fuwa que representam a chama olímpica e quatro animais populares da China, que são: peixe, panda, antílope tibetano e andorinha; Curso criação de Máster Business Administration MBA com foco em preservação ambiental; e Outros. A África do Sul, que recebeu a copa do mundo em 2010, também incluiu a questão ambiental na sua agenda de organização do evento. A África do Sul, foi o

24 24 primeiro país africano a sediar uma copa do mundo e procurou atender as exigências da FIFA no que tange as questões ambientais, o chamado Green Goal adotado pela FIFA após a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. O compromisso foi minimizar impactos do megaevento nos seguintes aspectos: conservação da água e energia; gestão de resíduos; transporte e mobilidade e de compensação de carbono. Segundo o site oficial do governo brasileiro para Copa de 2014 ( O legado ambiental da Copa de 2010, na África do Sul se reflete na eficiência energética, na proteção da água, na gestão do lixo e nos transportes. É o que explica o conselheiro Brett Herron, da Cidade do Cabo. [...] Nossas principais preocupações foram, desde o início, buscar a eficiência energética, proteção da água e gestão integrada do lixo, além de assegurar a mobilidade, o transporte e o acesso, preservando a paisagem e a biodiversidade e investindo em construções sustentáveis, explicou Herron. Como resultado, Herron aponta a economia registrada de 15% no uso de eletricidade, por meio de sistemas de iluminação mais eficientes; de 27% de redução do desperdício de água, com alternativas de reúso de água não potável na irrigação dos gramados e jardins; e captação para reciclagem de 58% no volume de lixo proveniente dos jogos. Também no transporte, conseguiu-se convencer 53% dos espectadores a utilizarem transporte público ou meios não motorizados, como bicicletas. (PASSOS, 28/09/2011). No que se refere ao setor hoteleiro especificamente, o Green Goal Action Plan da Copa do Mundo da FIFA 2010 para a Cidade do Cabo, publicado pela Konrad Adenauer Stiftung (KAS) (2008) em parceria com o governo da Cidade do Cabo - África do Sul, definiu um projeto chamado Environmental accreditation system for accommodation sector: GreenStaySA. O objetivo do projeto era o desenvolvimento de um sistema de certificação ambiental para meios de hospedagem, como foco principalmente em hotéis, hospedarias e Cama e Café para garantir a conformidade ambiental dos meios de hospedagem para a Copa do Mundo da FIFA Ainda segundo a KAS (2009) em Green Goal Progress Report da Copa do Mundo da FIFA 2010 para a Cidade do Cabo, o GreenStaySA é um recurso de informação On line e um sistema de certificação ambiental que fornece orientação e apoio as instalações hoteleiras que desejam melhorar a sua pegada ecológica.os recursos e ferramentas desenvolvidos pelo selo ambiental "GreenStaySA" incluem: uma ferramenta de auto avaliação para os hotéis verificarem sua performance

25 25 ambiental e um manual técnico para ajudar os meios de hospedagem a realizar suas intervenções ambientais. Em 2012, os Jogos Olímpicos foram realizados em Londres, e a questão ambiental e as ações de sustentabilidade como um todo foram preocupações do COI. Neste sentido, apesar de bastante recente, os jogos de Londres foram considerados um excelente exemplo no que tange a organização do evento e a preocupação com as questões ambientais e sociais que um evento deste porte pode trazer para a cidade que o sedia. Segundo o site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as olimpíadas de Londres apresentaram medidas sustentáveis que servirão de exemplo para os futuros organizadores de megaeventos esportivos, tais como: O Parque Olímpico foi criado em uma área antes contaminada por atividade industrial, e fornece novos habitats para vida selvagem bem como diminuição significativa de inundação; O estádio Olímpico e Paraolímpico mais sustentável da história foi concluído a tempo, com a reutilização de tubos de gás em grande parte da sua construção; As Olimpíadas e Paraolimpídas de Londres 2012 são as primeiras a medira pegada de carbono ao longo de todo o projeto; As Olimpíadas e Paraolimpídas de Londres 2012 são as primeiras a se comprometerem a não destinar lixo a aterros, tendo reutilizado ou reciclado 98% do lixo na fase de demolições e 99% na construção do parque olímpico; Londres 2012 se comprometeu a promover viagens a pé e de bicicleta, bem como o uso de transportes públicos, entre habitantes de Londres e turistas; Londres 2012 também está utilizando um novo guia de avaliação de sustentabilidade desenvolvido pela Global Reporting Initiative, que foi cofundada pelo PNUMA. (ONU, 26 Jul. 2012). O Brasil será o próximo a sediar os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo em 2014, com as seguintes cidades-sede - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal; e os Jogos Olímpicos, em 2016, no Rio de Janeiro. Além disso, seriará também a Copa das Confederações em Segundo o site oficial da FIFA ( no que tange aos meios de hospedagem, a FIFA escolheu a empresa MATCH Hospitality, sediada em Zurich - Suíça, como a empresa detentora dos direitos de comercialização dos

26 26 pacotes oficiais de venda de acomodações, ingressos, etc. por meio do Programa de Hospitalidade da FIFA. Em junho de 2012, a FIFA apresentou na RIO +20 sua estratégia de sustentabilidade da Copa do Mundo da FIFA de 2014, para a parte ambiental o objetivo estratégico é "A FIFA e o LOC vão trabalhar para reduzir o impacto negativo sobre o meio ambiente da preparação e organização da Copa do Mundo da FIFA 2014 focando nos resíduos sólidos, água, energia, transporte, aquisição e mudança climática, e para usar o evento para aumentar a conscientização sobre meio ambiente" (FIFA, 2012, p. 10, tradução nossa). Neste mesmo documento são apontadas questões estratégicas que serão trabalhadas tais como a promoção da proteção ambiental no Brasil; compensação da emissão de carbono do evento; transporte e logística; resíduos sólidos; água; consumo sustentável; consumo consciente de energia, eficiência energética e uso de energia renovável). É importante colocar que o documento acima não detalhou as ações para as questões estratégicas apresentadas. Diversas ações estão sendo realizadas para receber os turistas nestes megaeventos, tanto no que tange a infraestrutura como com relação a qualificação de mão de obra. O Brasil quer ser exemplo de sustentabilidade e se tornar conhecido por organizar a Copa "Verde". É importante entender que as ações governamentais são fundamentais para redução dos impactos ambientais em megaeventos, mas a iniciativa privada e a própria FIFA e o comitê organizador do evento também podem contribuir muito para redução dos impactos sobre o meio ambiente. Por ser um evento cujo aspecto turístico é ressaltado, é fundamental que o trade turístico e os organizadores do evento também se preparem para receber os turistas internacionais que são exigentes tanto com relação à qualidade dos serviços prestados, como também com relação a preocupação dos empreendimentos com qualidade ambiental. Neste sentido, os hotéis precisam assumir responsabilidades na redução dos impactos causados por sua operação. A redução dos impactos do turismo deve ser uma ação conjunta entre governo, iniciativa privada, o comitê organizador local e os próprios turistas, que devem exigir uma postura mais responsável dos estabelecimentos prestadores de serviços e da própria organização do evento.

27 27 Desta forma, a Copa de 2014 irá gerar oportunidades não apenas sob o enfoque do aspecto econômico, mas também sociocultural e ambiental. Receber uma Copa do Mundo faz com que o país sede se torne uma vitrine e seja visto por milhões de pessoas no mundo. É uma oportunidade de mostrar sua cultura, suas belezas, de melhorar aspectos ligados a infraestrutura e serviços prestados, qualificar a mão de obra para o turismo e com isso gerar produtos com maior qualidade e ambientalmente mais responsáveis. É importante lembrar no entanto que a beleza da festa e seu legado, assim como a imagem que o Brasil irá deixar na mídia internacional irá depender dos investimentos realizados e da organização evento considerando os diversos atores envolvidos. A iniciativa privada, e em especial o setor hoteleiro e o de alimentos e bebidas, precisam estar preparados para bem receber o turista, e mais do que isso, precisam se preparar para ajudar a reduzir os impactos ambientais causados pela visitação. Aspectos como a redução do uso de água e energia ajudarão não só a reduzir custos para o hotel, mas também podem garantir que durante o evento não falte estes recursos naturais tanto para os hóspedes como para a população local, visto que a população flutuante (turistas) irá aumentar a demanda por estes recursos na cidade em um curto período de tempo. É importante ressaltar que apesar da importância do tema da implementação de sistemas de gestão ambiental e do incentivo aos hoteleiros para que certifiquem ambientalmente seus meios de hospedagem para Copas do Mundo, não foi possível encontrar estudos que tratassem especificamente do tema gestão ambiental ou certificação ambiental na hotelaria em que o foco seja a Copa do Mundo. Grande parte dos estudos encontrados sobre a Copa tem seu foco no legado deixado por este tipo de evento, principalmente no aspecto econômico e social. Não foi possível encontrar informações sobre exigências ou critérios ambientais para escolha das acomodações que são credenciadas pela FIFA para a Copa de 2014 no Brasil. Segundo Whelan [entre 2010 e 2012] da Match Services, empresa que responde pela escolha dos meios de hospedagem credenciados pela FIFA, os critérios para escolha dos hotéis são: local do evento; faixas de preços; distância do estádio; instalações e serviços e classificação. Pode-se observar que dos critérios citados nenhum tem o foco ambiental. Apesar disso, algumas medidas de incentivo tem sido observadas por parte do governo federal, que serão relatadas a seguir.

28 O setor hoteleiro no Brasil, as políticas públicas e a inserção das questões ambientais Para entender melhor o setor hoteleiro é preciso trabalhar antes de tudo alguns conceitos fundamentais como o de meios de hospedagem, sua tipologia e classificação, bem como conhecer algumas leis e normas fundamentais para a hotelaria. A Lei Geral do Turismo, Lei de 17 de setembro de 2008, determina em seu artigo 23 o que são os Meios de Hospedagem: Consideram-se meios de hospedagem os empreendimentos ou estabelecimentos, independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de freqüência [sic] individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária. (BRASIL, 2008, art. 23). A mesma lei define também que os prestadores de serviços turísticos, dentre os quais estão os meios de hospedagem, devem ser cadastrados no Ministério do Turismo. Esse cadastro geral dos prestadores de serviços turísticos foi instituído pela portaria n o 130, de 26 de julho de 2011 do Ministério do Turismo e é denominado Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), de caráter obrigatório para todos os meios de hospedagem. Apesar de obrigatório, vale resaltar que esse cadastro ainda não é obedecido por grande parte dos meios de hospedagem visto que em pesquisa para o levantamento dos meios de hospedagem cadastrados no Distrito Federal foram encontrados apenas 46 meios de hospedagem cadastrados no site do Cadastur ( 2012) sendo que um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2011 sobre os meios de hospedagem no Brasil, aponta que existem 222 meios de hospedagem no Distrito Federal (incluíram-se neste estudo motéis, hotéis, apart-hotéis, pensões, pousadas, albergues turísticos e outros), sendo que deste total, 151 são classificados como hotéis ou apart-hotéis (IBGE, 2012).

29 29 Além disso, os meios de hospedagem têm outra obrigação instituída pela portaria n o 177, de 13 de setembro de 2011 do MTur, eles devem preencher a Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH) e o Boletim de Ocupação Hoteleira (BOH) que integram o Sistema Nacional de Registro de Hóspedes (SNRHos). A adesão a esse cadastro obrigatório bem como o registro dos hóspedes são importantes para que o governo conheça melhor os prestadores de serviços turísticos e com isso possa planejar melhor as suas ações para o desenvolvimento do turismo no país. Além disso, esse cadastro (Cadastur) é uma garantia para o consumidor de que o prestador de serviço turístico atende aos requisitos legais necessários ao funcionamento da empresa. Segundo o site do Cadastur do Ministério do Turismo ( o registro no Cadastur traz também ao prestador de serviço uma série de vantagens que são dadas pelo Ministério do Turismo como poder participar de eventos, feiras e ações realizadas pelo Mtur e Embratur, acesso a linhas de financiamentos específicas para o turismo, participação em programas de qualificação promovidos pelo Mtur. (BRASIL, 2012a). É importante registrar que muitas dessas normas e legislações do Ministério do Turismo, tais como a portaria n o 130, portaria n o 177, foram publicadas a partir de 2011 e fica claro que há um esforço do governo federal para que a implementação dessas normas seja feita o mais brevemente possível, visando a Copa do Mundo de Outra importante norma publicada pelo MTur em 2011 foi a portaria n o 100, de 16 de junho de 2011 que institui o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem (SBClass). Esse novo sistema trabalha com a classificação dos meios de hospedagem por estrelas (categorias) de acordo com cada tipo de hospedagem. Esse é o grande diferencial da nova classificação, os requisitos exigidos para uma pousada 5 estrelas é diferente dos exigidos para um resort 5 estrelas e isso torna mais fácil adesão a classificação, uma vez que respeita o porte do empreendimento e sua finalidade. O SBClass conceitua cada um dos tipos de hospedagem: Hotel - Meio de hospedagem com serviços de recepção e alimentação. Resort - Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que oferece serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento. Hotel Fazenda - Hotel instalado em uma fazenda ou outro tipo de exploração agropecuária e que oferece vivência em ambiente rural.

30 30 Cama & Café - Meio de hospedagem oferecido em residências, com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, em que o dono more no local, com café da manhã e serviços de limpeza. Hotel Histórico - Hotel instalado em edificação com importância histórica. Pousada - Meio de hospedagem de característica arquitetônica predominamente horizontal, com até três pavimentos, 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção e alimentação. Flat/Apart-hotel - Meio de hospedagem em edifício com serviços de recepção, limpeza e arrumação, constituído por unidades habitacionais que dispõe de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, com administração e comercialização integrada. (BRASIL, 2010b, p. 6-7) 1 abaixo: As categorias de cada um dos tipos de hospedagem é relacionada no Quadro Quadro 1 - Classificação de Meios de Hospedagem de 2011 Tipo de meio de hospedagem Hotel Resort Hotel Fazenda Cama e Café Hotel Histórico Pousada Flat/ Apart-hotel Categoria 1 a 5 estrelas 4 e 5 estrelas 1 a 5 estrelas 1 a 4 estrelas 3 a 5 estrelas 1 a 5 estrelas 3 a 5 estrelas Fonte: BRASIL. MTur. Portaria n o 100, 16 de junho de 2011, Art. 7 o Outra observação importante a se fazer é que apenas os meios de hospedagem que utilizam a classificação oficial do Mtur poderão utilizar a categoria de "estrelas". Destaca-se que este Sistema de Classificação dos Meios de Hospedagem não tem o caráter obrigatório, como acontece com o Cadastur. O meio de hospedagem irá adotá-lo se tiver interesse, mas para adotar a classificação oficial a empresa deve ser obrigatoriamente cadastrada no Cadastur. Sendo assim, é esperado que o número de meios de hospedagem cadastrados no Cadastur cresça, primeiro em função da fiscalização que será mais acirrada com a proximidade da Copa do Mundo de 2014, e segundo em função dos meios de hospedagem quererem obter a classificação oficial. Muitos empreendimentos no entanto, principalmente aqueles ligados a uma rede hoteleira internacional, já possuem um padrão de qualidade próprio e bastante conhecido pelos turistas estrangeiros, o que faz com que estes estabelecimentos, muitas vezes, não tenha interesse ou não vejam vantagens em aderir a classificação oficial.

31 31 É importante colocar também um grande avanço obtido com essa nova classificação, já que ela estabelece requisitos de sustentabilidade para esses meios de hospedagem. Além dos requisitos de sustentabilidade há também requisitos de infraestrutura e de serviços que são divididos em mandatórios e eletivos. O Mtur fez uma parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para avaliação dos requisitos e obtenção da classificação. Essa parceria como Inmetro é importante para dar maior credibilidade ao Sistema de Classificação. O meio de hospedagem para ser classificado na categoria pretendida deve ser avaliado por um representante legal do Inmetro e demonstrar o atendimento a 100% dos requisitos mandatórios e a 30% dos requisitos eletivos (para cada conjunto de requisitos). A validade da classificação é de 36 meses, a contar da data de sua concessão. Durante esse período,deve ser realizada uma nova avaliação para verificar a manutenção do atendimento aos requisitos da matriz de classificação. Esta nova avaliação deve ocorrer em torno de 18 meses após a concessão inicial. (BRASIL, 2010b, p. 11) O Quadro 2 mostra os requisitos de sustentabilidade que são mandatórios e os que são eletivos por tipo de meio de hospedagem e categoria na nova classificação hoteleira. Quadro 2 - Requisitos de Sustentabilidade da Matriz de classificação do SBClass Ação Sustentável Mandatório Eletivo Medidas permanentes de treinamento para colaboradores. Atendimento às sugestões e reclamações dos hóspedes. Medidas permanentes para redução do consumo de energia elétrica e de água. Hotel - 3 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 1 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Hotel - 1 a 2 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 1 a estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas

32 32 Ação Sustentável Mandatório Eletivo Medidas permanentes para redução, separação e coleta seletiva dos resíduos. Medidas permanentes de seleção e qualificação de fornecedores (critérios ambientais). Medidas permanentes de sensibilização para os hóspedes em relação à sustentabilidade Medidas permanentes para geração de trabalho e renda para a comunidade local Monitoramento das expectativas e impressões dos hóspedes em relação aos serviços ofertados, incluindo pesquisas de opinião, espaço para reclamações e meios para solucioná-las. Medidas permanentes para valorizar a cultura local Cama & Café - 1 a 4 estrelas. Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 1 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 1 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Hotel - 4 e 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel - 4 e 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel Fazenda - 4 e 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 4 a 5 estrelas Pousada - 4 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 4 a 5 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas. Pousada - 1 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Hotel Fazenda - 3 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 3 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel - 1 a 3 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas. Pousada - 1 a 5 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Hotel - 1 a 3 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 3 estrelas Hotel Histórico - 3 estrelas Pousada - 1 a 3 estrelas Flat/Apart-Hotel - 3 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Cama & Café - 1 a 4 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas Hotel Fazenda - 1 a 2 estrelas Pousada - 1 a 2 estrelas Hotel - 1 a 5 estrelas Resort - 4 e 5 estrelas

33 33 Ação Sustentável Mandatório Eletivo Flat/Apart-Hotel - 3 a 5 estrelas Fonte: Elaborado com base nas cartilhas do SBClass, MTur, 2010(b,c,d,e,f,g,h, i). Hotel Fazenda - 1 a 5 estrelas Hotel Histórico - 3 a 5 estrelas Pousada - 1 a 5 estrelas É interessante observar que os únicos requisitos mandatórios do SBClass para todos os tipos de meios de hospedagem são os relacionados a redução no uso da água, da energia e dos resíduos sólidos. É importante verificar, no entanto, que a norma trabalha a questão ambiental como um todo, tendo em vista que o conceito de meio ambiente abarca também questões como a valorização da cultura e a geração de trabalho e renda para as comunidades locais. Isso mostra que a inserção da questão ambiental começou a tomar espaço na hotelaria nos últimos anos, tanto pela própria exigência do mercado, cada vez mais globalizado e com consumidores cada vez mais exigentes, como também com o incentivo do governo, por meio de políticas públicas com foco no desenvolvimento mais sustentável do turismo. No final do mês de setembro de 2012 os primeiros meios de hospedagem receberam a classificação oficial do Ministério do Turismo segundo o site oficial do Ministério do Turismo para o SBClass ( são 19 meios de hospedagem que já receberam a classificação oficial, dentre os quais dois estão localizados em Brasília. (BRASIL, 2012b). Há também uma campanha de difusão da sustentabilidade no turismo chamada Passaporte Verde do Ministério do Turismo e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) junto com o PNUMA que incentivam o turista a fazer escolhas responsáveis dos produtos que adquirem em viagens. Para tanto foi criada uma cartilha que traz questionamentos que o turista deve fazer antes, durante e após a sua viagem. A ideia é fazer o turista escolher lugares onde há uma maior preocupação com a sustentabilidade. Na questão da hospedagem, por exemplo, a cartilha traz algumas ações que os meios de hospedagem podem fazer para se tornar mais sustentáveis e consequentemente sugere que o turista verifique se o hotel em que ele se hospeda os possui, são eles (BRASIL, 2012c, p ):

34 34 Incorporar os princípios socioambientais à administração e ao treinamento das pessoas, que devem ser capacitadas para exercerem suas atividades de modo responsável; Reduzir o consumo indireto de energia, aquele embutido na fabricação dos itens de consumo, buscando oferecer produtos naturais, especialmente vegetais, feitos na região; Reduzir o impacto ambiental de novos projetos e construções, visando a preservação do cenário natural, sua fauna e flora, e levando em consideração a cultura local na arquitetura. Materiais naturais, técnicas construtivas de baixo impacto e baixo consumo energético merecem sua atenção; Controlar e diminuir o uso de produtos agressivos ao ambiente, como amianto, CFCs, pesticidas e materiais tóxicos, corrosivos ou inflamáveis; Utilizar energias alternativas, como a solar e eólica, sempre que possível no planejamento das novas construções e instalações; Consumir água com racionalidade e eficiência, por exemplo, coletar e utilizar a água da chuva quando possível; Quando utilizar detergentes, optar pelos de menor impacto ambiental, utilizar desinfetantes e outros agentes químicos quando extremamente necessário. Não permitir que haja qualquer vazamento de esgoto ou dejetos poluidores. Tomar as iniciativas necessárias para acabar com a poluição sonora e visual. Adotar a prática dos 5 Rs da conduta ambiental: Repensar hábitos e atitudes; Recusar produtos que agridam a saúde e o meio ambiente; Reduzir a geração e o descarte; Reutilizar para aumentar a vida útil dos produtos; Reciclar e transformá-los num novo produto. Além disso, na mesma cartilha ainda são passadas dicas para os turistas sobre atitudes que ele, turista, deve tomar para reduzir seus impactos em sua estadia (BRASIL, 2012c, p ): Evite o uso desnecessário de água e de produtos químicos, utilizando por mais de um dia suas toalhas de banho e rosto. Ligue o ar-condicionado, sempre com portas e janelas fechadas, e ventiladores apenas quando necessário. Recolha todo o lixo que você produzir e separe materiais recicláveis de restos orgânicos. Utilize sacolas reutilizáveis de pano ou papel ao invés dos saquinhos plásticos nas compras. Na praia, utilize protetor solar resistente à água para não poluir o mar e prejudicar a fauna marinha. Apague as luzes e desligue os equipamentos do ambiente ao sair. Feche a torneira enquanto escova os dentes. Você pode gastar apenas dois litros de água ao invés de 60 com essa prática. Não retire plantas, nem leve lembranças do ambiente natural para casa. Deixe pedras, flores, frutos, sementes e conchas onde você encontrou para que outros também possam apreciá-los. Não compre animais silvestres, prefira admirá-los no seu hábitat natural. Ajude na educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade de disseminar essa atitude responsável.

35 35 O governo federal também disponibiliza, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), duas linhas de financiamento para os meios de hospedagem que são específicas com foco na implementação ou melhoria do desempenho ambiental. Segundo o site do BNDES ( essas linhas de financiamento são: o BNDES ProCopa Turismo - Hotel Eficiência Energética, em que o empreendimento deve obter o selo de certificação de eficiência energética nível "A" dentro do Programa de Eficiência Energética nas Edificações - PROCEL Edifica da Eletrobrás; e o BNDES ProCopa Turismo - Hotel Sustentável, em que o empreendimento deve ter selo de certificação no Sistema de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem - NBR 15401:2006, para os hotéis que buscam a certificação de sustentabilidade na hotelaria. (BNDES, 26/09/2012). De forma geral, inicialmente os hotéis têm acesso ao financiamento do BNDES ProCopa Turismo, que é um financiamento específico para a Copa, mas que não tem o foco ambiental, e quando adquirem um dos dois selos citados acima, após a finalização da construção, reforma, ampliação ou modernização, tem acesso a prazos diferenciados para pagar o financiamento. Este programa de financiamento teve o prazo de vigência prorrogado até 30 de junho de 2013 (antes o prazo era dezembro de 2012) e a dotação orçamentária passou de 1 bilhão para 2 bilhões. (BNDES, 26/09/2012). Como pode-se observar, a preocupação ambiental é um fator cada vez mais presente e a Copa de 2014 pode ser um elemento impulsionador para ações como essas de incentivos para financiamentos que proporcionem alternativas para a melhoria ambiental nos hotéis. A preocupação com a redução de impactos na hotelaria é relativamente recente no Brasil, apesar de ter começado quase de forma simultânea no mundo e no Brasil devido a globalização. A série ISO 14001, uma das certificações ambientais mais conhecidas no mundo, foi publicada pela primeira vez apenas em 1996 e atualmente está em sua segunda edição, publicada em Apenas no ano 2000, o Brasil teve seu primeiro hotel certificado ISO 14001:1996, o hotel das Cataratas, antigo hotel Tropical das Cataratas que a época pertencia a rede Tropical (RICCI, 2002).

36 36 A copa do mundo de 2014 no Brasil pretende ser uma "copa verde", e para tanto, faz-se necessário uma maior integração das ações ambientais. Assim, é de suma importância que a iniciativa privada se insira e se comprometa com a redução dos impactos ambientais advindos de suas operações. As empresas turísticas precisam se mobilizar para reduzir os impactos que o turismo gera sobre os recursos naturais, é uma questão de sobrevivência econômica inclusive, visto que a atratividade das destinações depende diretamente da conservação dos atrativos naturais e culturais. Percebendo a mudança e as novas exigências no perfil do consumidor, principalmente do turista estrangeiro, é cada vez mais comum a existência de empreendimentos hoteleiros com foco "ecológico". Uma das formas de garantir que o empreendimento é realmente ambientalmente correto é verificar se ele tem ou não alguma cerificação ambiental. A certificação ajuda a passar confiança ao consumidor, garantindo serviços de qualidade e/ou dentro de uma política de qualidade ambiental e de responsabilidade social. É importante colocar que muitos empreendimentos turísticos realizam ações ambientais, mas não necessariamente possuem uma certificação ambiental ou um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implementado. No Brasil algumas experiências vêm sendo desenvolvidas nesta área. Desde de o nascimento da norma ISO 14001, em 1996 até os dias atuais, diversas certificações na área de turismo e meio ambiente ou turismo e sustentabilidade já apareceram, algumas delas específicas do setor hoteleiro. No Brasil podemos destacar alguns programas de certificação criados em âmbito nacional como o Programa Hóspedes da Natureza, da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) que hoje já não está mais em vigor, mas que foi uma importante e pioneira iniciativa no Brasil; o Selo de Roteiros de Charme, da Associação de Roteiros de Chame também brasileira e a NBR 15401:2006, Requisitos para Meios de Hospedagem, do Instituto de Hospitalidade (IH) em parceria com a ABNT. Algumas outras certificações ambientais de âmbito internacional estão presentes no Brasil como é o caso da própria NBR ISO 14001:2004, Biosphere Hotels, Leadership in Energy & Environmental Design (LEED), PLANET 21 da Rede Accor, PROCEL, dentre outros selos. As principais certificações ambientais e de sustentabilidade presentes no Brasil e os programas de sustentabilidade presentes em algumas redes hoteleiras presentes em Brasília

37 37 serão aprofundadas no próximo capítulo, bem como algumas boas práticas de redução no consumo da água, energia e resíduos sólidos.

38 38 3 GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL APLICADAS NA HOTELARIA Para entender um pouco mais a importância das ações com foco na redução dos impactos ambientais na hotelaria é preciso conhecer melhor as principais ações ambientais e os respectivos aspectos ambientais da atividade hoteleira. O Quadro 3 mostra as principais ações e aspectos ambientais em cada setor da hotelaria. Quadro 3 - Ações e Aspectos Ambientais na Hotelaria Atividade/ Produto/ Serviço Pesquisa mercadológica Construção do hotel Recepção Reservas Unidades Habitacionais Cozinha e Restaurante Lavanderia Governança Gerência Principais Ações Ambientais Consumo de combustível e energia elétrica. Geração de resíduo sólido doméstico Consumo de combustível, energia elétrica, água Geração de resíduos sólidos (entulho) Geração de poeira Geração de ruídos Retirada de vegetação Terraplanagem Consumo de energia elétrica Geração de resíduo sólido doméstico Consumo de energia elétrica Geração de resíduos sólidos (material de escritório) Consumo de energia elétrica, água Resíduos sólidos domésticos Lançamento de esgoto Consumo de energia elétrica,água, gás de cozinha Resíduos sólidos domésticos Resíduos Oleosos Lançamento de esgoto Consumo de água, energia elétrica Resíduos de sabão Consumo de água, energia elétrica Resíduos de sabão e produtos de limpeza Consumo de energia elétrica, Resíduos sólidos (materiais de escritório) Principais Aspectos Ambientais Alteração da qualidade do ar e do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade sonora, do ar, do solo e da água Esgotamento de recursos naturais Mudança na paisagem Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade da água e do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade da água, do ar e do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade da água e do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade da água e do solo Esgotamento de recursos naturais Alteração da qualidade do solo

39 39 Fica fácil perceber a importância de se identificar os principais aspectos que causam impactos ambientais. Por meio de um diagnóstico dos principais aspectos ambientais é possível planejar e definir as ações necessárias para minimizar os impactos gerados. Neste sentido, os principais impactos relacionados a operacionalização de um meio de hospedagem estão ligados ao uso da água, da energia e a geração de resíduos sólidos. Além disso, o uso da água e da energia afetam também diretamente a lucratividade da empresa hoteleira. 3.1 USO DA ÁGUA NA HOTELARIA Para bem receber o hóspede, um hotel utiliza consideravelmente os recursos hídricos em sua operação: seja nas áreas de lavanderia, no restaurante, nas áreas de lazer (piscinas, saunas, duchas, etc.), e na limpeza, jardinagem, seja no uso pessoal do hóspede nas Unidades Habitacionais (UHs). Um ponto importante quando se trata dos recursos hídricos é a manutenção periódica para verificar se existem vazamentos. Muitas vezes o vazamento ocorre quando a UH está ocupada e a manutenção é feita apenas após a saída do hóspede. Esse é um ponto importante e que precisa da conscientização dos colaboradores da governança, que fazem a limpeza das UHs e dos próprios hóspedes para informar ao setor de manutenção os vazamentos observados. Assim, por utilizar uma grande quantidade de água, os hotéis também geram uma grande quantidade de efluentes que causam poluição, uma vez que grande parte dos municípios brasileiros ainda não possui tratamento adequado de esgoto, muitas vezes lançando diretamente nos rios, lagos e no mar. Reduzir o uso da água na operação hoteleira faz-se essencial tanto pela redução dos custos de operação, quanto pela redução do lançamento de esgoto nos recursos hídricos que, na maioria das vezes, são essenciais para atratividade da destinação turística. Abaixo são listadas algumas ações que podem ajudar a reduzir os impactos ambientais sobre os recursos hídricos na hotelaria (RICCI, 2002): Tratamento das águas servidas e seu reuso para rega de jardins e limpeza de garagens, chão, utilização nas descargas, etc.; Captação de água da chuva para uso não potável; Utilizar máquinas de lavar louça com baixo consumo de água;

40 40 Utilizar para lavagem das roupas máquinas com baixo consumo de água ou serviço terceirizado que priorize a redução do uso da água em seus processos de lavagem ou mesmo lavagem a seco; Utilizar materiais de acabamento que possam ajudar na economia de água como torneiras automáticas ou com sensor, descargas de baixo consumo, arejadores de torneiras e chuveiros, dentre outros. 3.2 USO DE ENERGIA NA HOTELARIA Outro recurso natural essencial para o funcionamento de um hotel é a energia que é utilizada em todos os setores do hotel, indo desde o aquecimento da água do banho do hóspede até para o uso de todo tipo de equipamentos utilizados no dia-adia tanto do hóspede como dos colaboradores. A energia também é um dos pontos chave de custos para os empreendimentos hoteleiros, sendo assim, o incentivo ao uso racional deste recurso é essencial para redução de custos. Nesse sentido, o hotel deve buscar sempre que possível, fazer uso de energia proveniente de recursos renováveis em sua produção. Alguns equipamentos e recursos podem ser utilizados pelos empreendimentos para tentar reduzir o gasto com energia do hotel (RICCI, 2002): Procurar sempre que possível utilizar a luz e ventilação natural; Procurar aquecer a água de piscinas e até mesmo das UHs com energia proveniente de aquecimento solar, já que o Brasil é uma país que favorece o uso deste tipo de energia; Utilizar recursos economizadores de energia como cartões economizadores ou dispositivos que cortem a energia da UH quando o hóspede sai do quarto, uso de sensores de presença nos corredores, utilizar lâmpadas de LED ou fluorescentes; Dar preferência para compra de equipamentos com selo PROCEL de eficiência energética "A", com baixo consumo de energia; monitorar o gasto energético semanal se atentando para a mudança de gasto energético quando equipamentos novos forem instalados, consertados ou regulados;

41 41 realizar a manutenção e limpeza de equipamentos e máquinas periodicamente; definir a previsão de troca de equipamentos por outros energeticamente mais eficazes; treinar os colaboradores para que utilize as máquinas de lavar louça, lavar roupa e secadoras preferencialmente quando estiverem cheias, salvo se for comprometer a qualidade de atendimento ao cliente; se o hotel possuir mais de um andar, tentar distribuir os hóspedes do hotel em um só pavimento quando o hotel estiver com baixa taxa de ocupação. 3.3 GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Segundo a Lei de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, são resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010j, Art. 3 o, Inciso XVI) Para que haja uma gestão eficaz dos resíduos sólidos em meios de hospedagem é preciso realizar um levantamento dos tipos de resíduos gerados em cada uma das áreas do hotel. Com este tipo de ação é possível conhecer quais resíduos podem ser reciclados, reutilizados e até mesmo onde se pode reduzir a produção de resíduos. Segundo Carvalho, Naime e Blanco (2009, p. 25): Mais do que simplesmente criar novas rotinas e fazer com que funcionários e hóspedes as adotem, a proposta de implantar um programa de coleta seletiva do lixo no hotel exige uma verdadeira mudança de mentalidade. Primeiro, por parte de quem comanda o processo; depois, de quem trabalha no hotel; e, em terceiro, de quem frequenta o hotel. Carvalho, Naime e Blanco (2009, p. 25) citam os tipos de resíduos gerados na hotelaria: Lixo orgânico, restos de alimento proveniente da cozinha e por vezes dos

42 42 eventos realizados no hotel; Lixo seco, papéis, tecidos, vidros, latas; Lixo químico, restos de produtos da lavanderia, cozinha e limpeza (produtos para limpeza pesada); Lixo Tóxico, baterias e pilhas. Assim, parte importante do processo de implantação de uma gestão de resíduos sólidos é a educação e sensibilização dos colaboradores que serão multiplicadores junto aos clientes. Por vezes o hotel até realiza a separação do lixo em seus processos administrativos, mas não realiza campanhas junto aos hóspedes. No Brasil, a coleta seletiva do lixo ainda não é uma realidade na maioria das capitais e municípios, assim, os administradores hoteleiros ficam receosos de pedir ao hóspede que realize a separação e grande parte dos hóspedes realmente não se esforça para realizar a separação do lixo. Além disso, como muitos municípios e cidades não realizam a coleta seletiva do lixo, o hotel precisa realizar convênios ou acordos com cooperativas para reciclar parte de seu lixo. Em alguns casos, as próprias camareiras separam alguns tipos de lixo que são mais lucrativos como é o caso das latas de alumínio, papelão e revendem. Alguns hotéis também revertem o dinheiro da venda do lixo que pode ser reciclado para seus funcionários como forma de incentivo na participação das campanhas. Garabini (2008, p.51) coloca que "O gerenciamento é um conjunto de práticas que tratam os resíduos de forma eficaz e segura". A autora coloca ainda que esse gerenciamento pressupõe a elaboração de um plano de manejo integrado dos resíduos sólidos que procure reduzir a quantidade e o potencial poluidor dos resíduos. Para tanto, um dos métodos mais utilizados são os 3 R's: reduzir a quantidade de resíduos gerados; reutilizar sempre que possível embalagens e produtos; e reciclar utilizando os resíduos na fabricação de novos produtos. Assim, algumas medidas que podem ser adotadas nos hotéis para a gestão dos resíduos sólidos são (RICCI, 2002; CARVALHO, NAIME E BLANCO, 2009): Realizar a segregação e coleta seletiva do lixo; Realizar compostagem dos materiais orgânicos ou encaminhar para cooperativa que a realize sempre que possível; Dar preferência ao uso de produtos que sejam biodegradáveis ou que não sejam tóxicos para limpeza do hotel;

43 43 Procurar reduzir a quantidade resíduos gerados como embalagens dando preferência a aquisição de produtos em larga escala e reduzindo o uso de produtos descartáveis sempre que possível; Reutizar produtos sempre que possível, a reutilização não muda as características físico-químicas do resíduo, um bom exemplo é o reuso de papel como rascunho, utilizar embalagens de pano para embalar as roupas da lavanderia; Reciclar os resíduos gerados tais como vidros, plásticos, papéis, metais, materiais eletrônicos (peças de computador principalmente), a reciclagem muda os aspectos físico-químicos dos produtos e é inserida novamente na cadeia produtiva como matéria prima; Dar preferência de compra para produtos que sejam reciclados ou que tenham em sua produção controle do uso da água, energia e da produção de resíduos sempre que não prejudique a qualidade do produto e a segurança do hóspede. Os resíduos orgânicos podem ser doados para cooperativas que realizam a compostagem e reaproveitado como adubo orgânico nos jardins do hotel. Deve-se dar destinação correta a pilhas, baterias, cartuchos de tinta para impressora, lâmpadas fluorescentes (são tóxicas se quebradas), embalagens de pesticidas, e todo tipo de material tóxico ou perigoso que cause impactos ambientais significativos ao meio ambiente. Implementar a coleta seletiva inclusive nas unidades habitacionais, dividindo o lixo em plástico, vidro, metal, papel obedecendo sempre os padrões de cores estabelecidos internacionalmente. Eletrodomésticos, eletroeletrônicos e computadores trocados por mais novos, mas que ainda estão em condições de uso também podem ser doados. Os que não podem ser recuperados devem ser enviados para reciclagem. Os óleos e gorduras vegetais utilizados nas cozinhas dos hotéis devem ter destinação correta.

44 GESTÃO AMBIENTAL, SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL NA HOTELARIA A gestão ambiental tem um papel importantíssimo na hotelaria visto que é por meio de ações de gestão ambiental que é possível reduzir os impactos ambientais negativos. Para Valle (2002, p. 69), gestão ambiental consiste em: Um conjunto de medidas e procedimentos bem-definidos que, se adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos, por um empreendimento sobre o meio ambiente. O ciclo de atuação da gestão ambiental deve cobrir desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado e durante todo período de seu funcionamento. Deve também contribuir para a melhoria continua das condições ambientais, de segurança e saúde ocupacional de todos os seus colaboradores e para um relacionamento sadio com os segmentos da sociedade que interagem com o empreendimento e a organização. Segundo Andrade et al. (2000 apud Silva Filho, 2008, p. 7) gestão ambiental: [...] é um processo contínuo e adaptativo, no qual a empresa adequa suas metas e objetivos com relação à proteção do ambiente, à saúde e à segurança de seus empregados, clientes e comunidade, definindo e redefinindo estratégias e recursos para atingir os objetivos definidos para um determinado prazo, através da constante troca com o meio ambiente externo. Moreira (2001 apud Silva Filho, 2008, p. 8) coloca a diferença entre gestão ambiental e sistema de gestão ambiental: Gestão Ambiental é quando a empresa tem uma postura reativa diante das exigências legais para implantar equipamentos e sistemas tecnológicos que atenue, reduzam ou eliminem determinado resíduo ou agressão ambiental. O Sistema de Gestão Ambiental é quando a empresa possui uma visão estratégica em relação ao meio ambiente, e que age não só em função dos riscos, mas passa a perceber as oportunidades de mercado com essas atitudes. Além da redução de impactos sobre o meio ambiente, a implementação de Sistemas de Gestão Ambiental contribui para redução de custos e para a imagem do empreendimento, trazendo benefícios econômicos em longo prazo. É fundamental, porém, que o empreendimento procure divulgar as ações realizadas aos hóspedes e

45 45 colaboradores bem como conscientizá-los da importância do envolvimento de cada um. Ao falarmos de sistemas de gestão ambiental precisamos necessariamente falar também de certificação ambiental. Um dos principais objetivos de uma empresa ao certificar-se é tornar-se mais competitiva, visto que a certificação ambiental contribui para redução dos custos de produção, melhora a gestão da empresa e a qualidade de seus produtos e serviços, com isso, a empresa ganha a atenção do consumidor e melhora a sua imagem. Para o consumidor o selo é a garantia de que ele está consumindo um produto ou serviço que realmente respeita o meio ambiente na execução de seus processos, repeita os seus funcionários, a comunidade onde ela está inserida. Na hotelaria e no próprio turismo essa garantia é de extrema importância, uma vez que o mercado oferece diversos produtos que se dizem ecológicos ou ecoturísticos quando na verdade não o são. Assim, quanto mais conhecida é a certificação ambiental no local em que o empreendimento está implantado, melhor. No setor hoteleiro, a escolha por um selo que seja internacionalmente conhecido se faz importante para que o turista estrangeiro reconheça e saiba o valor do selo certificador. Segundo a publicação Certificação em Turismo da WWF-Brasil (2001), existem dois tipos de básicos de programas de certificação: os baseados em avaliação de sistemas de gestão interna (processos) e os baseados no cumprimento de normas externas e mensuráveis (desempenho). O ideal é que o programa de certificação seja fundamentado tanto em processos como em desempenho. As primeiras iniciativas para certificação ambiental no âmbito da hotelaria no Brasil datam de 1999, com os seguintes programas: o Selo do Roteiros de Charme da Associação dos Roteiros de Charme; o Programa Hóspedes da Natureza, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH); a Carta Ambiental da Rede Accor, destes apenas o Selo Roteiros de Charme e a Carta Ambiental da Rede Accor serão detalhados tendo em vista que o Programa Hóspedes da Natureza não existe mais. A Carta Ambiental da Rede Accor foi substituída por um programa chamado Planet 21, que trabalha agora a sustentabilidade nos hotéis da rede, a rede Meliá Hotels Internacional também realiza ações sustentáveis em seus hotéis e vários hotéis da rede possuem certificações ambientais ou de sustentabilidade (ISO 14001:

46 , Biosphere Hotels, uma certificação ambiental da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) específica para meios de hospedagem; Eco-management and Audit Scheme (EMAS), uma certificação presente apenas na Europa, não é específica para meios de hospedagem e a Earthcheck, específica para viagens e turismo). Uma importante certificação com foco na sustentabilidade na hotelaria é a NBR 15401:2006 Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem - Requisitos, que é brasileira. Além desses, existe outro importante Sistema de Gestão Ambiental como a NBR ISO 14001: Requisitos que serão abordados a seguir. As informações levantadas sobre as certificações foram retiradas, em sua maioria, das próprias normas ou dos sites das empresas que possuíam programas de qualidade ambiental Carta Ambiental da Rede Accor e o Planet 21 - Programa de Desenvolvimento Sustentável da Accor A rede Accor é uma rede hoteleira francesa. Em 1997, na França, é criada a Carta Ambiental que recomendava 15 medidas a serem implementadas nos hotéis da rede. Essa Carta Ambiental passou a ser adotada no Brasil em Em 2005 houve uma atualização da Carta Ambiental que passou a contar com 65 medidas ambientais (ACCOR, 2012). Segundo Leão et al. (2011, p. 97) a Carta Ambiental ACCOR define medidas relacionadas a Gestão dos Resíduos e Reciclagem, Controles Técnicos, Arquitetura e Paisagem, Sensibilização e Formação, praticados por cada unidade hoteleira da rede.". A Carta Ambiental da Rede Accor contava com 65 medidas divididas nos seguintes tópicos: informação e sensibilização; energia; água; águas residuais; resíduos; camada de ozônio; biodiversidade; e compras ecológicas. Quais sejam: INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO 01. Sensibilizamos os nossos colaboradores para a proteção ambiental 02. Integramos a preservação ambiental às nossas funções 03. Sensibilizamos os nossos clientes para a proteção ambiental 04. Propomos aos nossos clientes meios de transporte menos poluentes 05. Definimos os objetivos de restrição do consumo

47 47 ENERGIA 06. Analisamos os nossos consumos mensalmente 07. Fazemos uma lista das melhorias técnicas 08. Organizamos a manutenção preventiva 09. Garantimos a otimização da utilização das instalações técnicas 10. Instalamos um sistema de iluminação eficaz nas fachadas 11. Utilizamos lâmpadas fluorescentes compactas para a iluminação permanente (24 horas) 12. Utilizamos lâmpadas fluorescentes compactas nos quartos 13. Utilizamos Leds para painéis luminosos externos 14. Utilizamos Leds para sinalização das saídas de segurança 15. Utilizamos mini-bares econômicos nos hotéis 16. Isolamos as tubulações que transportam fluídos quentes/frios 17. Utilizamos caldeiras econômicas 18. Recuperamos a energia do sistema de ventilação 19. Utilizamos um sistema de ar-condicionado econômico de energia 20. Recuperamos a energia do sistema de climatização 21. Utilizamos painéis solares para a produção de água quente sanitária 22. Utilizamos painéis solares para o aquecimento da água das piscinas 23. Damos prioridade à energia verde ÁGUA 24. Definimos os objetivos de controle do consumo 25. Analisamos os nossos consumos mensalmente 26. Utilizamos os redutores de débito nas torneiras 27. Utilizamos os redutores de débito nas duchas 28. Utilizamos banheiros econômicos no que diz respeito ao consumo de água 29. Utilizamos uma lavanderia econômica no que diz respeito ao consumo de água 30. Propomos uma reutilização das toalhas 31. Propomos uma reutilização dos lençóis 32. Eliminamos os sistemas de refrigeração nos quais há perda de água 33. Utilizamos a água da chuva ÁGUAS RESIDUAIS 34. Recolhemos os óleos alimentares utilizados 35. Recolhemos as gorduras alimentares 36. Tratamos ou encaminhamos para tratamento as águas residuais 37. Reciclamos as águas residuais RESÍDUOS 38. Reciclamos as embalagens de papel/cartão 39. Reciclamos papéis, jornais e revistas 40. Limitamos a utilização de embalagens não reutilizáveis para o abastecimento do hotel 41. Reciclamos as embalagens de vidro 42. Reciclamos as embalagens plásticas 43. Reciclamos as embalagens metálicas 44. Organizamos uma triagem nos quartos 45. Limitamos a embalagem individual dos produtos de higiene nos quartos

48 Reciclamos os resíduos orgânicos do restaurante 47. Reciclamos os resíduos verdes dos jardins 48. Tratamos as pilhas/baterias do hotel 49. Tratamos as pilhas/baterias dos clientes 50. Reciclamos os resíduos elétricos e eletrônicos 51. Reciclamos os cartuchos 52. Tratamos os tubos/lâmpadas fluorescentes compactas CAMADA DE OZÔNIO 53. Suprimimos as instalações que contêm CFC 54. Verificamos a estanquidade dos nossos equipamentos BIODIVERSIDADE 55. Reduzimos a utilização de inseticidas 56. Reduzimos a utilização de herbicidas 57. Reduzimos a utilização de fungicidas 58. Utilizamos adubos orgânicos 59. Utilizamos plantas adaptadas ao contexto local 60. Regamos de forma equilibrada 61. Plantamos pelo menos uma árvore por ano 62. Participamos de ações pela preservação do ambiente local COMPRAS ECOLÓGICAS 63. Utilizamos papel ecológico 64. Utilizamos produtos com rótulo ecológico 65. Favorecemos a agricultura biológica (MIOTTO, 2007) Apesar de ter sido criada ainda em 1997, a Carta Ambiental possui ações ambientais bastante atuais para a hotelaria. Alguns pontos como a questão da sensibilização dos colaboradores e clientes e as compras ecológicas são fundamentais para o sucesso de um programa com foco na redução de impactos ambientais. Sensibilizando os colaboradores é possível reduzir desperdícios (de água, energia) e gerar menor quantidade de resíduos. A compra ecológica, além de favorecer outras empresas também preocupadas com os processos ambientais em sua produção, ajuda a reduzir a poluição e a geração de resíduos sólidos. Em abril de 2012 a rede Accor lançou um novo programa, desta vez com um foco mais amplo, na sustentabilidade, chamado PLANET 21. Este programa foi dividido em sete pilares: saúde; natureza; carbono; inovação; local; emprego e diálogo. Cada um desse pilares priorizaram três metas a serem atingidas até (ACCOR, 2012) No quesito "Saúde" os três aspectos priorizados com metas até 2015 são:

49 49 1. garantir um ambiente interno mais saudável em 85% dos hotéis - em 2011, 68% dos hotéis já haviam cumprido essa meta; 2. promover o uso de alimentos saudáveis, com pratos equilibrados em 80% dos hotéis da rede - em 2011, 62% dos hotéis já atingiram essa meta; 3. prevenção de doenças, treinamento de 95% dos funcionários na prevenção de acidentes - em % já haviam sido treinados. No quesito "Natureza" as metas para 2015 são: 1. Redução do uso da água em 15% no período de 2011 a No período de 2006 a 2010 foram reduzidos 12%; 2. Expandir a reciclagem de resíduos sólidos para 85% dos hotéis da rede, em % dos hotéis já reciclavam os seus resíduos; 3. Proteção da Biodiversidade - a meta é que em % dos hotéis participem do programa de reflorestamento "Plant for the Planet", em % haviam participado do programa Plant for the Planet. No quesito "Carbono": 1. Redução do uso de energia em 10% entre 2011 e Entre 2006 e 2010 houve redução de 5.5%. 2. Redução da Emissão de CO2 em 10% entre 2011 e Aumento do uso de energias renováveis em 10% nos hotéis, em 2011 esse aumento foi de 4%. No quesito "Inovação": 1. Encorajar o eco-design - Ter em % dos apartamentos com pelo menos 3 itens ecológicos (roupa de cama, papel, etc.). Em 2011, 13% dos hotéis já haviam alcançado essa meta. 2. Promoção de Edifícios Sustentáveis - ter 21 hotéis novos ou reformados certificados como edifícios sustentáveis. Em 2011, haviam 3 hotéis com essa certificação. 3. Apresentar ofertas e tecnologias sustentáveis em 20% dos hotéis da rede em No quesito "Local":

50 50 1. Proteção das crianças contra o abuso sexual, treinamento de 70% dos colaboradores para combater o turismo sexual infantil até Em 2011, 49% dos colaboradores já haviam recebido treinamento; 2. Compra de alimentos da comunidade local - 70% dos hotéis oferecendo alimentos vindos da comunidade local em Em 2011, 51% dos hotéis já ofereciam alimentos adquiridos localmente. 3. Proteção de ecossistemas - 100% dos hotéis evitando o consumo de frutos do mar ameaçados de extinção em Atualmente, 68% dos hotéis já o fazem. No quesito "Emprego": 1. Apoiar o crescimento do empregado e suas habilidades - ter 75% dos gerentes promovidos por seleção interna. Essa meta já foi atingida em Tornar a diversidade de gênero um trunfo - 35% dos gerentes dos hotéis serão mulheres em Em 2011, ela eram 27% dos gerentes. 3. Melhorar a qualidade de vida no trabalho - realizar uma pesquisa com os empregados a cada 2 anos em 100% dos hotéis da rede em % já fazem essa pesquisa. No quesito "Diálogo": 1. Condução do negócio de forma aberta e com transparência - a meta para 2015 é que a rede Accor seja incluída em 6 índices internacionais reconhecidos como socialmente responsáveis. Em 2011, já havia sido reconhecido em 4 índices. 2. Envolver os hotéis franqueados e gerenciados promovendo a adoção de certificação ambiental - Em 2015 ter 40% dos hotéis com a cerificação ISO ou Earthcheck. Em 2011, 25% dos hotéis já estavam certificados. 3. Compartilhar o compromisso ambiental com os fornecedores - ter 100% dos contratos de aquisição em conformidade com a Carta de Aquisições 21 da empresa. Em 2011, 45% dos hotéis já atendiam a essa meta. Um aspecto bastante importante do novo programa, o Planet 21, é a promoção da adoção de certificações ambientais. Com essa política a rede poderá garantir um melhor planejamento das ações ambientais que realiza. Um ponto

51 51 importante também é que começa-se a trabalhar o meio ambiente não só com base em aspectos ambientais, mas também culturais e sociais. A rede Accor é composta pelos seguintes hotéis: Sofitel; Pullman; MGallery; Grand Mercure; Novotel; Suite Novotel; Mercure; Adagio; Ibis; Ibis Styles; Ibis Budget; Hotel F1; Thalassa Sea & Spa e Orbis Hotels. No Brasil são 171 hotéis, sendo 2 no Distrito Federal, que foram credenciados pela FIFA (ACCOR, 2012) Rede Meliá Hotels Internacional A rede Meliá Hotels Internacional é uma rede espanhola e que está presente no Brasil desde 1992 e administra atualmente 14 hotéis, sendo 3 hotéis em Brasília cadastrados pela FIFA. A rede possui ações voltadas para sustentabilidade, com diversas ações sociais e ambientais. Possui uma Política Global de Sustentabilidade definida e um Manual de Desenvolvimento Sustentável que deve ser seguido por todos os hotéis da rede. (MELIABRASIL, 2012) Segundo a publicação Memoria de Sostenibilidad 2011, a empresa conta com hotéis que possuem 4 tipos de certificações, duas delas ambientais e duas em sustentabilidade. As certificações ambientais são a ISO 14001:2004 e a EMAS, esta última presente apenas na Europa. As de sustentabilidade são: a Earthcheck e a Biosphere Hotels, ambas específicas da área de turismo e hotelaria. (MELIACERCA, 2012) A empresa possui projeto com foco na eficiência energética, de água e na redução da emissão de CO 2 chamado SAVE, os 14 hotéis do Brasil participam deste projeto. No Brasil os hotéis da rede Meliá estabeleceram parceria com a WWF-Brasil e realizam campanhas com foco ambiental junto aos hóspedes NBR ISO 14001: 2004 A NBR ISO 14001: 2004 é uma das certificações mais conhecidas hoje e já serviu de base para construção de diversas certificações, como é o caso da NBR 15401: Requisitos de Sustentabilidade para Meios de Hospedagem. A ISO 14001:2004 vem sendo implementada em empresas dos mais diversos ramos de atividade e de vários setores produtivos em todo mundo.

52 52 Segundo o WWF-Brasil (2001) o sistema da ISO está baseado na avaliação de gestão interna, ou seja, a empresa busca atender os requisitos de gestão ambiental estabelecidos internacionalmente (no caso, pela norma NBR ISO 14001) e deve cumprir também a legislação ambiental local. Para que um SGA em conformidade com as normas ISO seja implementado o comprometimento da alta direção é o primeiro passo fundamental. Segundo a NBR ISO 14001:2004, a sua implementação é dividida em cinco etapas que compõe o ciclo do PDCA, que são iniciais para as palavras em inglês Plan (planejar), Do (fazer), Check (checar) e Action (ação). Um dos pontos fundamentais da ISO 14001:2004 é o compromisso com a melhoria contínua dos processos da empresa. A Figura 1 abaixo ilustra como ocorre o ciclo de implementação da NBR ISO 14001:2004: Figura 1 Sistema de Gestão Ambiental Objetivando a Melhoria Contínua Compromisso da Alta Administração Política Ambiental da Empresa Planejamento Análise pela Administração Melhoria Contínua Implementação e Operação Verificação e Ação Corretiva

53 53 Valle (2002) coloca a importância da política ambiental de uma empresa. A definição de uma política ambiental mostra o comprometimento da empresa com o meio ambiente para os seus stakeholders e a sua definição é a primeira etapa para implementar a NBR ISO 14001:2004. [...] a política ambiental da empresa deve expressar um compromisso ambiental formal, assumido perante a sociedade, definindo suas intenções e princípios com relação a seu desempenho ambiental. Deve incluir o compromisso com a melhoria contínua, a prevenção da poluição e o atendimento à legislação e às normas ambientais aplicáveis. A política ambiental da organização deve ser de conhecimento de todos os seus colaboradores e deve também estar disponível para o público (VALLE, 2002, p. 70). A segunda etapa é a etapa de planejamento. Nessa fase é importante realizar um levantamento do empreendimento identificando os principais aspectos ambientais e seus impactos negativos sobre o meio ambiente. Além disso faz-se necessário levantar todas as normas e legislação ambiental aplicáveis à atividade exercida pela empresa, aqui no caso o meio de hospedagem. Com o levantamento em mão é possível estabelecer as prioridades que ajudarão a definir os objetivos e metas ambientais da empresa, que devem ser documentados e compatíveis com a política ambiental da empresa. É importante colocar que as metas devem ser quantificadas e devem definir prazos para sua execução. Para cada meta deve ser definido um indicador de desempenho, tornando possível verificar se a meta está ou não sendo alcançada no prazo estipulado. Outro ponto fundamental na fase de planejamento é definir os recursos humanos, financeiros e tecnológicos necessários a implantação do Programa de Gestão Ambiental (PGA). O SGA é operacionalizado por meio de Programas de Gestão Ambiental (PGAs), cada programa tem seus objetivos e metas que devem ser alcançados em intervalos de tempo definidos, sendo revisados e reavaliados depois deste período. Valle (2002, p. 72) coloca que a fase de implementação e operacionalização precisa definir estruturas e responsabilidades, promover conscientização e treinamento, assegurar a comunicação interna e externa entre as partes interessadas, manter o controle da documentação e assegurar a preparação e o atendimento de emergências.

54 54 Para tanto é importante a figura do gerente ambiental, que vai ser responsável pela coordenação e implementação dos PGA, é ele que vai gerir todo o SGA. Será responsável por manter contato com todos os setores da empresa, motivando os colaboradores a atingirem seus objetivos e metas ambientais. No que se refere ao tema ambiental, ele é o responsável pela relação externa da empresa com a comunidade, fornecedores e parceiros. Outro ponto importante para conseguir atingir os objetivos e metas definidos é a definição dos treinamentos quem tenham foco na área ambiental. O desempenho ambiental dos colaboradores dependem muito destes treinamentos visto que é nesses momentos que se pode realizar a conscientização ambiental do colaborador e mostrar a importância das suas atitudes para minimizar impactos ambientais negativos na empresa. Além disso, os colaboradores serão os multiplicadores junto aos fornecedores, clientes e comunidade onde a empresa está inserida, sendo assim, o cuidado com o seu treinamento e conscientização é imprescindível. A norma NBR ISO 14001:2004 exige que os procedimentos sejam documentados e que se faça sua manutenção sempre que abranger situações em que a sua ausência possa acarretar desvios em relação à política ambiental e aos objetivos e metas da empresa. O controle de documentos deve permitir que esses sejam facilmente localizados, documentos obsoletos devem ser retirados para que não haja uso não intencional e as versões atualizadas devem estar disponíveis em cada setor. (ABNT, 2004). É na fase de verificação e ação corretiva que as ações que estão sendo implementadas serão verificadas para saber se estão em conformidade com o que foi planejado e com os requisitos da NBR ISO 14001:2004. Essa verificação é feita, periodicamente, por meio do monitoramento e da medição dos resultados das ações planejadas. Outro ponto exigido é se sejam criados procedimentos para a identificação, manutenção e o descarte dos registros da empresa. (ABNT, 2004). Ainda na verificação são realizadas as auditorias internas e externas. As auditorias tem como objetivo a identificação de não conformidades com fim de realizar as correções necessárias para corrigir os rumos e prevenir impactos negativos. A última etapa é a de análise do SGA pela alta administração que permitirá verificar as áreas que precisam ser aperfeiçoadas garantindo a busca pela melhoria contínua do Sistema de Gestão Ambiental. É neste momento que os objetivos e

55 55 metas são reavaliados, verificando-se seu cumprimento ou não e o que foi feito para corrigir as não conformidades apresentadas nas auditorias. É preciso estabelecer uma periodicidade para realização da fase de análise pela alta administração, que deve ser obrigatoriamente documentada. (ABNT, 2004) NBR 15401: 2006 Meios de Hospedagem - Sistema de Gestão da Sustentabilidade - Requisitos Esta norma tem a adesão da ABNT e é acreditada pelo Inmetro. Por ser uma norma voltada para a sustentabilidade com foco exclusivo nos meios de hospedagem, acaba sendo mais completa que a NBR ISO 14001:2004, pois trata não só de aspectos ecológicos, como também da sustentabilidade sociocultural e econômica, muito importantes no turismo. (ABNT, 2006) O Sistema de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem NBR 15401:2006 tem como principais referências a NBR ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade), a NBR ISO (Sistema de Gestão Ambiental). Assim como a NBR ISO têm como referência básica o ciclo PDCA (Plan Do Check Act), no entanto, ela especifica os requisitos relativos a sustentabilidade dos meios de hospedagem, estabelecendo critérios mínimos de desempenho em relação a sustentabilidade. A norma se aplica aos aspectos que possam ser controlados pelo empreendimento ou sobre os quais ele possa exercer influência. (ABNT, 2006). A NBR 15401:2006 segue basicamente os mesmos passos do SGA da norma NBR ISO 14001:2004, mas seu conteúdo possui requisitos específicos para os aspectos socioculturais e econômicos. Assim, o primeiro passo é a direção do empreendimento estabelecer a Política de Sustentabilidade da empresa, que: Seja apropriada ao tipo, a escala e a localização do empreendimento; inclua um comprometimento com o atendimento aos Princípios do Turismo Sustentável, à legislação e normas aplicáveis e aos compromissos subscritos pelo empreendimento; inclua comprometimento com o atendimento às expectativas dos clientes quanto à qualidade; inclua comprometimento com o atendimento às expectativas de outras partes interessadas quanto ao desempenho sociocultural e ambiental do empreendimento; inclua comprometimento com a melhoria contínua da eficácia do sistema de gestão da sustentabilidade;

56 56 proporcione uma estrutura para estabelecimento e análise crítica dos objetivos da sustentabilidade; seja comunicada e entendida por todos no empreendimento; seja documentada, implantada e mantida; esteja exposta e disponível para as partes interessadas; seja analisada criticamente para manutenção da sua adequação. (ABNT, 2006, p. 5) O próximo passo trata da responsabilidade da direção do empreendimento. Conforme a norma NBR 15401:2006, a direção deve fornecer os recursos essenciais a implementação da norma sejam eles humanos, de qualificações específicas, tecnológicos, de infraestrutura ou financeiros e assim como na NBR ISO 14001:2004 deve designar uma pessoa responsável pelo Sistema de Gestão da Sustentabilidade. O terceiro passo é o de planejamento, em que são levantadas a legislação e as normas aplicáveis ao setor, mapeados os aspectos ligados a sustentabilidade do empreendimento, traçados objetivos e metas que devem ser documentados e compatíveis com a política de sustentabilidade da empresa. Para atingir os objetivos e metas de sustentabilidade devem ser criados programas de gestão da sustentabilidade, nos quais serão atribuídas as responsabilidades, definidos os meios e os prazos para atingir esses objetivos e metas. Os objetivos e metas de sustentabilidade, segundo a norma, devem incluir: [...] emissões, efluentes e resíduos sólidos; conservação e gestão do uso da água; eficiência energética; seleção e uso de insumos; saúde e segurança dos clientes e trabalhadores; qualidade e satisfação do cliente; trabalho e renda; comunidades locais; aspectos culturais; áreas naturais, flora e fauna; e viabilidade econômica. (ABNT, 2006, p. 6 e 7) O quarto passo é o de implantação e operação, em que a norma de sustentabilidade é bastante parecida com as normas da ISO e ISO 9001, sendo uma mistura das duas. Ambas citam: comunicação - o estabelecimento de procedimentos para a comunicação interna e externa da empresa; documentação do sistema de gestão - exigi-se que o empreendimento descreva os principais processos do sistema de gestão e as interações

57 57 entre eles, devendo ser fornecida também orientação sobre a documentação relacionada; controle de documentos estabelecendo e mantendo procedimentos para o controle de todos os documentos; registros - são estabelecidos e mantidos procedimentos para identificar, manter e descartar registros. controle operacional identificação das operações e atividades associadas aos aspectos relacionados com a sustentabilidade onde medidas de controle necessitam ser aplicadas. A norma NBR 15401:2006 tem um item a mais neste quesito que é o estabelecimento de critérios para inspeção e liberação dos serviços; competência, conscientização e treinamento neste ponto a NR 15401:2006 ficou mais parecida com a NBR ISO 9001:2000 (gestão da qualidade), determinando: quais são as competências necessárias para o pessoal do empreendimento e que elas estejam em consonância com a NBR 15401:2006; que seja fornecido treinamento ou sejam tomadas outras ações que satisfaçam a essas necessidades de competência; que seja avaliada a eficácia das ações executadas e sejam mantidos registros de educação, treinamento, habilidade e experiência dos colaboradores bem como das avaliações feitas; e que seja assegurado que os colaboradores estão cientes quanto à pertinência e importância de suas atividades, de como elas contribuem para atingir os objetivos da sustentabilidade, das consequências de não realizar os procedimentos como especificados e dos impactos ambientais, socioculturais ou econômicos que advém de suas atividades e dos benefícios resultantes da melhoria do seu desempenho pessoal. (NBR 15401:2006) A parte de registros, que na NBR ISO 14001:2004 fica dentro do passo verificação e ação corretiva, ficou, na norma de meios de hospedagem dentro do passo implementação e operação. O quinto passo da norma de meios de

58 58 hospedagem é o de verificação, monitoramento e ações corretivas, onde o empreendimento deve estabelecer e manter procedimentos documentados: Para monitorar e medir, periodicamente, as características principais de suas operações e atividades que possam ter um impacto significativo sobre a sustentabilidade e para avaliação periódica do atendimento à legislação e as regulamentações pertinentes; para definir responsabilidade e autoridade para tratar e investigar não conformidades, adotando medidas para mitigar quaisquer impactos e para iniciar e concluir ações corretivas e preventivas. (ABNT, 2006, p. 9). O sexto passo da NBR 15401:2006 trata da análise crítica pela direção do empreendimento, que deve ser documentada e feita anualmente (no mínimo), no qual "[...] são abordadas a eventual necessidade de alterações na política, objetivos e outros elementos do sistema de gestão da sustentabilidade à luz dos resultados do monitoramento, da mudança das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria continua." (ABNT, 2006, p. 9). O último passo da norma é referente à transparência, comunicação e promoção do turismo sustentável, e coloca que "[...] o empreendimento deve estabelecer e manter procedimentos para comunicar às partes interessadas e ao público em geral o seu comprometimento com o turismo sustentável, sua política e o cumprimento dos objetivos e metas." (ANBT, 2006, p. 9). Coloca ainda que "as ações de comunicação e marketing devem adotar padrão de ética e não poluir ou degradar o meio ambiente" (ABNT, 2006, p.9). Como se pode perceber, a NBR 15401:2006 tem quase os mesmos passos da NBR ISO 14001:2004. A diferença, é que a NBR15401:2006 determina requisitos ambientais, socioculturais e econômicos para o turismo sustentável, o que garante a sustentabilidade do empreendimento. Além disso, esses requisitos indicam algumas ações necessárias para alcançar a sustentabilidade nos meios de hospedagem. Como o foco deste trabalho é apenas a parte de gestão ambiental com foco na redução do consumo de água, energia e na geração de resíduos sólidos serão mostrados aqui apenas os requisitos ambientais ligados a esses aspectos. Os requisitos ambientais da NBR 15401: 2006 trabalham os seguintes temas: Preparação e Atendimento a Emergências Ambientais; Áreas Naturais, Flora e Fauna; Arquitetura e Impactos da Construção no Local; Paisagismo; Emissões,

59 59 Efluentes e Resíduos Sólidos; Eficiência Energética; Conservação e Gestão do Uso da Água; Seleção e Uso dos Insumos. Apenas para conhecimento, os requisitos socioculturais trabalhados na norma são: comunidades locais; trabalho e renda; condições de trabalho; aspectos culturais; saúde e educação; populações tradicionais. Já os requisitos econômicos são: viabilidade econômica do empreendimento; qualidade e satisfação dos clientes; saúde e segurança dos clientes e trabalhadores Requisitos Ambientais para o Turismo Sustentável - Norma NBR 15401:2006 No que se refere aos resíduos sólidos o empreendimento hoteleiro deve, segundo os requisitos de Emissões, efluentes e resíduos sólidos "[...] planejar e implementar medidas para reduzir, reutilizar ou reciclar os resíduos sólidos." (ABNT, 2006, p.12). Deve também definir um local específico e vedado para resíduos sólidos contaminantes caso faça uso de tais insumos. A etapa de planejamento deve estabelecer metas específicas para redução, reutilização e reciclagem para os resíduos dentro da realidade do local. A gestão dos resíduos deve utilizar práticas como: Aquisição preferencial de produtos em embalagens para grandes quantidades, quando compatível com as condições ambientais locais; prevenção do uso de embalagens descartáveis; utilização de recipientes adequados para a coleta; separação e coleta seletiva quando não existente no município; reutilização dos resíduos orgânicos, inclusive como insumo de produção para as comunidades locais (ABNT, 2006, p.12) A gestão dos resíduos sólidos muito importante para a sustentabilidade do turismo pois evita uma série de impactos negativos que pode comprometer a atratividade da destinação turística. Qual é o turista que deseja ficar em um lugar sujo, com mal cheiro ou em praias e rios poluídos? A gestão dos resíduos sólidos evita a contaminação do solo, da água e do ar, além de não poluir a paisagem, não contribuir para a proliferação de animais como ratos e insetos, evita matar animais silvestres pela ingestão de lixo e ainda pode gerar renda com a sua venda através da coleta seletiva.

60 60 A implementação da coleta seletiva nos meios de hospedagem se faz urgente e é essencial. O hotel deve separar seu lixo de acordo com as normas da coleta seletiva. O programa de educação ambiental deve andar lado a lado com a gestão de resíduos para que a separação dos resíduos aconteça de forma mais eficaz. No que se refere a Eficiência Energética, a NBR 15401:2006 diz que "[...] o empreendimento deve planejar e implementar medidas para minimizar o consumo de energia, em particular de fontes não renováveis" (ABNT, 2006, p.13). Os requisitos colocados na norma são: Controlar e registrar o consumo de energia (em kwh por hóspede/noite) de fontes externas e de fontes próprias renováveis e não renováveis; estabelecer metas de consumo, considerando a demanda, o seu desempenho histórico e o levantamento de referências regionais de consumo em estabelecimentos do mesmo patrão. As metas de consumo devem considerar o "consumo fixo" e o "consumo variável". recomendação de que se faça uso de fontes de energia renováveis, levando em conta os aspectos de viabilidade econômica e ambiental; implantar um procedimento para assegurar que as luzes e equipamentos elétricos permaneçam ligados apenas quando necessário; que os procedimentos de aquisição de equipamentos e insumos que consomem energia incluam como critério sua eficiência energética e a possibilidade de uso de fontes de energia alternativas; que a arquitetura das construções utilize técnicas para maximizar a eficiência energética, tais como isolamentos térmicos de paredes e forros, ventilação natural, otimização do uso da sombra, da ação dos raios solares sobre a edificação e da iluminação natural, minimização de fugas e perdas de calor nas instalações hidráulicas, de aquecimento e refrigeração, e a utilização de equipamentos e dispositivos de aquecimento ou refrigeração com eficiência energética maximizada; redução do consumo de energia dos meios de transporte próprios e utilizados nas suas atividades efetuando manutenções regulares, planejando o uso da frota otimizando a sua eficiência, escolhendo trajetos e horários mais eficientes e treinando os motoristas em condução econômica; informar ao cliente o seu comportamento com a economia de energia e encorajar o seu envolvimento. (ABNT, 2006, p. 13 e 14). Na hotelaria o gasto energético é um dos itens de maior custo para o empreendimento, por isso, elaborar um programa para reduzir o gasto energético irá ajudar não só a reduzir os impactos ambientais, mas também a dar maior sustentabilidade econômica para o empreendimento em longo prazo. No que se refere a conservação e gestão do uso da água, a norma NBR 15401:2006 coloca que "[...] o empreendimento deve planejar e implementar medidas que minimizem o consumo de água e assegurem que seu uso não

61 61 prejudique o abastecimento das comunidades locais, da flora, da fauna e dos mananciais" (p. 14). Os requisitos impostos pela norma são: Controlar e registrar o consumo de água de fontes externas e de fontes próprias; estabelecer metas de consumo (fixo e variável), considerando a demanda, o seu desempenho histórico e o levantamento de referências regionais de consumo em estabelecimentos do mesmo patrão; planejar e implementar medidas que asseguram que a captação e o consumo de água não comprometam a sua disponibilidade para as comunidades locais, flora e fauna, a vazão dos corpos d água e o nível e proteção dos mananciais, preservando o equilíbrio dos ecossistemas, tais como: utilizar dispositivos para economia de água (torneiras, válvulas redutoras de consumo em banheiros, lavabos, chuveiros e descargas); programa específico como trocas não diárias de roupa de cama e toalhas; programas de inspeção periódica nas canalizações e sua manutenção com vistas à minimização das fugas de água. Devem ser mantidos registros dessas inspeções e reparos; captação e armazenamento de águas pluviais; preservação e revitalização dos mananciais de água; promover, quando aplicável, o uso de águas residuais tratadas para atividades como rega, lavagem de veículos e outras aplicações; realizar o controle da qualidade da água utilizada e assegurar a potabilidade daquela utilizada para o consumo humano, através da realização periódica de ensaios de potabilidade da água de acordo com a legislação e normas vigentes ou quando houver necessidade; monitorar a qualidade da água de piscinas e estabelecer procedimentos para minimizar o consumo de água para este fim; informar ao cliente o seu comportamento com a economia de água e encorajar o envolvimento de hóspedes e colaboradores. (ABNT, 2006, p. 14 e 15) O monitoramento da qualidade da água e as inspeções, limpeza das caixas d água são ações importantes para garantir a saúde dos hóspedes, colaboradores e moradores da região de forma geral. O programa de gestão do uso da água deve contemplar a redução do consumo da água e os cuidados para que não ocorra a sua contaminação e deve estar ligado ainda ao programa de educação ambiental do empreendimento. Por ser bastante ligado a questão da poluição, contaminação da água e do solo e da geração de resíduos sólidos o requisito de Seleção e Uso de Insumos também será relatado. A NBR 15401:2006 diz que o empreendimento deve "[...] planejar e implantar medidas para minimizar a utilização de insumos com potenciais impactos ao meio ambiente e promover o consumo responsável em relação a

62 62 sustentabilidade" (p. 15). Ainda segundo a mesma norma o meio de hospedagem deve: Estabelecer um procedimento para identificação dos insumos adquiridos com potenciais ambientais negativos significativos, estabelecendo critérios para sua especificação e para a seleção de fornecedores de modo a minimizar os impactos decorrentes da operação do empreendimento; efetuar o controle de pragas respeitando a legislação vigente, segundo métodos e com o uso de substâncias que minimizem impactos aos trabalhadores, aos vizinhos e comunidades locais, à fauna silvestre, à flora, aos solos, corpos d água e à atmosfera; Deve efetuar inspeção periódica para assegurar a validade dos controles de pragas e dos produtos de higiene e limpeza; utilizar produtos de limpeza biodegradáveis; utilizar sabonetes e cosméticos para uso dos clientes e trabalhadores biodegradáveis. Sendo conveniente o uso de dosadores para estes produtos. (ABNT, 2006, p. 15). Ao comprar os insumos necessários à implementação e operacionalização do hotel, deve-se sempre dar preferência a produtos que possam ser reciclados, reutilizados, biodegradáveis, que não sejam tóxicos e corrosivos. Deve-se também dar preferência a empresas que tenham responsabilidade ambiental e social durante a fabricação de seus produtos e a prestação de serviços. É preciso também conscientizar colaboradores, clientes e a comunidade para o consumo de produtos sustentáveis e divulgar a legislação dos direitos do consumidor. São muitas as ações com foco na melhoria da qualidade ambiental no turismo e em especial nos meios de hospedagem nos últimos anos. Como podemos perceber essa preocupação é crescente, cada vez mais existem certificações ambientais ou de sustentabilidade que garantem ao consumidor que ele está realmente consumindo um produto ambientalmente amigável. A copa de 2014 no Brasil é uma ótima oportunidade dos meios de hospedagem brasileiros se adequarem a essa realidade internacional que busca a sustentabilidade em suas operações.

63 63 4 HIPÓTESE Os hotéis escolhidos oficialmente pela FIFA em Brasília em sua maioria realizam ações ambientais com foco na redução do uso de água, da energia e na geração dos resíduos sólidos.

64 64 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Realizar estudo de avaliação das ações ambientais implementadas nos hotéis oficialmente escolhidos pela FIFA em Brasília tendo como foco a redução do uso da água, da energia e da geração de resíduos sólidos com vistas a Copa de OBJETIVOS ESPECÍFICOS Descrever e analisar as principais ações de gestão ambiental implementadas nos hotéis oficialmente escolhidos pela FIFA em Brasília para a Copa de 2014.

65 65 6 METODOLOGIA Para realização do trabalho foi utilizada a pesquisa descritiva já que o objetivo era realizar um levantamento sobre ações ambientais quanto uso da água, energia e geração dos resíduos sólidos nos hotéis credenciados pela FIFA na cidade-sede de Brasília. 6.1 DADOS COLETADOS: Levantamento bibliográfico - foi feito levantamento bibliográfico para verificar o estado da arte quanto a certificação ambiental e iniciativas adotadas pelos hotéis credenciados pela FIFA em Brasília Pesquisa de campo - O universo de hotéis credenciados pela FIFA é de 29 meios de hospedagem, sendo 25 meios de hospedagem localizados no Plano Piloto e 2 na orla do Lago Paranoá e 2 em Taguatinga. A pesquisa foi realizada de 16 a 30 de novembro de 2012 e todos os hotéis foram visitados e houve tentativa de marcar entrevista com a gerência em todos os hotéis. Foram aplicados no total 18 questionários, com questões do tipo fechada (verificar Apêndice A) nos hotéis credenciados pela FIFA para a Copa de 2014 em Brasília. No questionário privilegiou-se questionamentos que trabalhassem os três aspectos a serem analisados: gestão da água, energia e resíduos sólidos, bem como procurou-se realizar um levantamento quanto a adesão ou não a algum tipo de certificação ambiental. Sendo assim, o questionário foi estruturado em 6 partes divididas da seguinte forma: Cabeçalho e Identificação, contendo informações de cunho sigiloso que foram utilizados, mas sem identificar o hotel ou a pessoa que foi entrevistada. Trabalhavam dados sobre a tipologia do meio de hospedagem, número de unidades habitacionais, etc.; Planejamento e Gestão Ambiental, em que foram feitos levantamentos com relação a existência de certificação ambiental no hotel ou de ações de planejamento e gestão ambiental, independente do hotel ter passado por uma auditoria externa; Água, em que são questionadas ações ambientais específicas sobre a gestão da água; Energia, em que são questionadas ações ambientais específicas sobre a gestão da energia; e Resíduos Sólidos, em que são

66 66 questionadas ações ambientais específicas sobre a gestão dos resíduos sólidos do empreendimento. O questionário foi estruturado com questões com respostas sim e não em sua maioria. Em algumas questões são dadas opções para verificar quais são os tipos de dispositivos, equipamentos e recursos utilizados pelo hotel para a gestão da água, energia e dos resíduos sólidos e em outras abriu-se pequenos espaços de resposta para citar que o entrevistado colocasse informações que especificariam o que foi pedido no questionamento. 6.2 DADOS PROCESSADOS: Para o processamento dos dados foi utilizado o programa Excel 2007 da Microsoft. A análise dos dados coletados foi realizada com base nas respostas dadas nos questionários e foram criados gráficos com os percentuais totais para as questões com respostas sim e não, neste tipo de questão foi realizada uma análise quantitativa para qualificar. Desta forma pode-se obter uma visão geral de como os empreendimentos credenciados pela FIFA tem tratado a questão ambiental em suas operações. Para uma análise mais detalhada da atuação dos hotéis, visando entender as ações e/ou iniciativas ambientais, optou-se por criar um sistema de avaliação de acordo com o envolvimento do hotel nos quesitos: planejamento e gestão ambiental; água; energia; resíduos sólidos. Conforme descrito no Quadro 4 foi feita uma análise geral com base na pontuação total dos estabelecimentos estudados: Quadro 4 - Sistema de avaliação dos hotéis pesquisados Planejamento e Gestão (20 questões) Excelente - mais de 85% Água (9 questões) Muito bom - 84% a 70% Bom - 69% a 50% Energia ( 9 questões) Razoável - 49% a 30% Resíduos Sólidos (12 questões) Ruim - 29% ou menos

67 67 Cada quesito (planejamento e gestão ambiental; água; energia e resíduos sólidos) foi analisado primeiramente de forma separada e posteriormente foi realizada uma análise conjunta de todos os quesitos pesquisados. Considerou-se 50 pontos a pontuação máxima (100%) total que poderia ser obtida por cada hotel. As questões tiveram o mesmo peso. Algumas questões do questionário não foram consideradas na análise, são elas: Planejamento e gestão ambiental: questão 1; itens 3.1 e 3.2 da questão 3; itens 4.1, 4.2 e 4.3 da questão 4; questão 22. Água: questão 26 e item Energia: questão 36 e item 36.1; questão 38. Resíduos sólidos: questão 54. Para se considerada na análise final a questão precisava obedecer a dois critérios, precisava analisar o posicionamento do hotel frente a uma ação ambiental e precisava ser uma questão de resposta sim ou não.

68 68 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO Hoje o Distrito Federal possui 222 estabelecimentos de hospedagem perfazendo unidades habitacionais segundo uma pesquisa do IBGE sobre meios de hospedagem realizada em É importante colocar que este total inclui hotéis (inclusive hotéis históricos, resorts e hotéis-fazenda), apart-hotéis, pousadas, motéis, pensões, albergues turísticos. (IBGE, 2012). Os hotéis credenciados pela FIFA em Brasília se enquadram, segundo a tipologia realizada pelo estudo do IBGE em 2011, basicamente em duas tipologias: hotéis e apart-hotéis. Contando apenas essas duas tipologias verificou-se que existem 149 hotéis com unidades habitacionais e 2 apart-hotéis com 310 unidades habitacionais no Distrito Federal (IBGE, 2012). Assim, essas duas tipologias representam 79,87% do total de unidades habitacionais do DF. Participaram da pesquisa apenas os hotéis credenciados pela FIFA, que perfazem 29 hotéis e apart-hotéis em Brasília. Dos 29 hotéis credenciados, 18 participaram da pesquisa de campo, o que representa quase 62% do universo estudado. Os 18 hotéis estudados perfazem 3225 unidades habitacionais, sendo assim, representam quase 35% do total de unidades habitacionais dos hotéis e apart-hotéis do DF. Os hotéis que não responderam o fizeram basicamente por dois motivos: o gerente ou responsável não teve tempo durante as semanas em que a pesquisa foi realizada, ou o gerente preferiu não responder a pesquisa. É importante colocar também que alguns gerentes respondiam por mais de um hotel credenciado pela FIFA. Os resultados da pesquisa são apresentados a seguir. 7.1 RESULTADOS Com relação a tipologia dos meios de hospedagem, a maioria (78%) dos meios de hospedagem pesquisados é composta por hotéis, seguidos por aparthotéis/flat (17%) e hotel histórico (5%). Neste item da pesquisa foi utilizado a nova tipologia de meios de hospedagem do Sistema de Brasileiro de Meios de Hospedagem (SBClass). Essa tipologia é importante para a pesquisa, uma vez que

69 69 os Apart-hotéis/flats, muitas vezes também são utilizados como moradia, o que pode reduzir o número de leitos disponíveis para época do evento da Copa. A grande maioria dos hotéis pesquisados (78%) pertence a uma rede hoteleira (14 empreendimentos), apenas dois efetivamente não estão ligados a nenhuma cadeia hoteleira (11%), outros dois (11%) não pertencem a rede hoteleira, mas são administrados por uma rede hoteleira internacional Resultados - Planejamento e Gestão Ambiental O primeiro questionamento teve seu foco na missão do empreendimento, primeiramente para saber se o meio de hospedagem tinha "uma missão definida e escrita", e em caso afirmativo, "se a responsabilidade ambiental estaria inserida na missão da empresa". Dos empreendimentos entrevistados, 67% possuem missão escrita e definida e (33%) não possuem a missão da empresa definida. No entanto, apenas (33%) têm a responsabilidade ambiental inserida na missão da empresa (Gráfico 1). Gráfico 1 - A responsabilidade ambiental está inserida na missão da empresa? 33% 67% Sim Não Um ponto importante do trabalho foi levantar quantos dos meios de hospedagem estudados "possuíam alguma certificação ambiental", neste quesito, 3 empreendimentos hoteleiros (17%) afirmam possuir a certificação Biosphere Hotels, uma certificação específica do setor turístico com foco na sustentabilidade do

70 Número de hotéis 70 turismo patrocinada pelo Instituto de Turismo Responsable (ITR) junto com a UNESCO e que é uma certificação bastante reconhecida internacionalmente. Os três hotéis que possuem esta certificação são administrados pela mesma rede hoteleira internacional. Um outro hotel está implementando selo (programa) da própria rede hoteleira (5%). Mas a maioria (78%) não possui certificação ambiental e nem está implementando (Gráfico 2). Gráfico 2 - Possui alguma certificação ambiental ou de sustentabilidade? Sim Não Em fase de implementação As empresas hoteleiras de forma geral já começam a perceber a importância de se obter uma certificação ambiental. Quando perguntados se "há intenção de implementar uma certificação ambiental nos próximos 2 anos", grande parte dos hotéis disse que sim (72%), um hotel (6%) disse que não sabia dizer se há intenção da direção de implementar, 11% disseram que não vão implementar e outros 11% deixaram a questão sem resposta. Os que não pretendem implementar alegaram dois posicionamentos: "possui outras prioridades" e "custo estrutural". Para os hotéis que pretendem implantar uma certificação foi solicitado que indicassem textualmente qual seria a certificação que seria implementada, o resultado pode ser observado no Gráfico 3.

71 71 Gráfico 3 - Certificações ambientais escolhidas para serem implementadas no futuro 31% 46% 23% Não definida PROCEL ISO Dos 13 empreendimentos que pretendem implementar uma certificação ambiental no futuro (Gráfico 3): seis (46%) ainda não haviam definido qual certificação seria implementada; três (23%) citaram o selo PROCEL do programa PROCEL Edifica da Eletrobrás, que foca na Eficiência Energética nas Edificações. É importante colocar que os três hotéis pertencem a uma só rede hoteleira nacional. quatro (31%) citaram a norma NBR ISO 14001:2004, sendo que três deles são administrados por uma mesma rede hoteleira internacional (a mesma que já possui a certificação Biosphere Hotels) e pensam em implementar a certificação já no ano de Gráfico 4 - Possui política ambiental definida e divulgada? 56% 44% Sim Não

72 72 Nos hotéis pesquisados, a maioria (56%) não possui uma política ambiental definida, 44% afirmam possuir uma política ambiental (Gráfico 4). Para os hotéis que "possuem uma política ambiental definida e divulgada", foi questionado se eles "divulgavam a política ambiental para seus colaboradores, fornecedores e clientes". Os oito empreendimentos responderam que divulgavam para os colaboradores e para os clientes, mas apenas 6 divulgam para os fornecedores. Os dois hotéis que não divulgam aos fornecedores pertencem a uma mesma rede hoteleira. Quando perguntados sobre "o comprometimento da alta direção com a gestão ambiental do hotel", cerca de 61% respondeu que a alta direção é sim comprometida com a gestão ambiental da empresa, 33% colocou que não são comprometidos com a gestão ambiental e cerca de 6% deixou sem resposta, como mostra o Gráfico 5. Gráfico 5 - Comprometimento da alta direção com a gestão ambiental do hotel 6% 33% 61% Sim Não Sem Resposta Como se pode observar no Gráfico 6, 22% dos hotéis possuem uma gerência específica de meio ambiente no hotel. A maior parte (50%) dos hotéis estudados não possui uma gerência específica, mas a gestão das ações ambientais da empresa estão presentes nas outras gerências. Os outros 22% responderam somente que não há gerência específica e apenas um hotel (6%) respondeu que possui uma gerência específica de meio ambiente, mas não no hotel e sim na rede hoteleira.

73 73 Gráfico 6 - Há uma gerência específica para Meio Ambiente? Sim 22% Sim, apenas na rede 50% 6% Não 22% Não, mas as ações ambientais estão presentes nas outras gerencias No que tange ao "envolvimento dos gestores nas atividades e ações de melhoria do desempenho ambiental do hotel", todos os participantes (100%) responderam que há sim o envolvimento dos gestores. Dos hotéis pesquisados, poucos (22%) possuem dados dos impactos ambientais positivos e negativos causados em sua operação, (78%) não possuem dados referentes aos impactos ambientais que causam, como mostra o Gráfico 7. Gráfico 7 - Diagnóstico dos impactos ambientais causados 33% 67% Sim Não Um dado bastante preocupante mostrado na pesquisa é que a maioria absoluta dos hotéis (94%) não possui metas ambientais definidas. Apenas um hotel disse possuir metas ambientais definidas (Gráfico 8).

74 74 Gráfico 8 - Possui metas ambientais definidas? 6% Sim Não 94% Outras duas questões ligadas a questão das metas ambientais foram feitas para os que respondiam sim: "Foram estabelecidas ações para as metas definidas?" e "Possui mecanismos de controle de desempenho para as metas ambientais?" Para ambos questionamentos, o único hotel que possuía metas ambientais respondeu positivamente. Quando perguntados sobre a existência de recursos financeiros, materiais e humanos específicos para as ações ambientais a maioria dos hotéis (56%) respondeu que sim, há recursos específicos para esta destinação. Os outros 44% negaram a existência de recursos específicos para este fim. Dos 10 estabelecimentos que responderam positivamente, 8 disseram possuir recursos financeiros e 9 disseram possuir recursos materiais e humanos (Gráfico 9).

75 Número de hotéis Número de hotéis 75 Gráfico 9 - Alocação de recursos financeiros, materiais e humanos Financeiros Materiais Humanos Sim Não Com relação a existência de um programa de sensibilização, mobilização e treinamento dos colaboradores voltado para meio ambiente, metade (50%) dos hotéis disseram possuir um programa específico e a outra metade (50%) não possui programa específico. Dos que disseram possuir um programa específico, 5 estabelecimentos abrangem no programa a redução do uso da água, 8 abrangem a redução do uso de energia e 7 hotéis trabalham com seus colaboradores a questão da gestão dos resíduos sólidos, conforme mostra o Gráfico 10. Gráfico 10 - Possuem programas de sensibilização, mobilização e treinamento dos colaboradores voltado para meio ambiente Sim Não Sem Resposta 2 0 Água Energia Resíduos Sólidos Outros

76 76 Outro questionamento feito foi com relação a exigência de desempenho ambiental para os fornecedores do hotel. Neste quesito, apenas 28% fazem exigências de desempenho ambiental aos seus fornecedores, os outros 72% não o fazem, conforme o Gráfico 11 explicita. Gráfico 11 - Há exigência de desempenho ambiental para os fornecedores do hotel? 28% 72% Sim Não Com relação ao apoio a projetos de conservação ambiental ou a participação em algum programa ambiental, 8 empreendimentos disseram participar (44%) e citaram os programas dos quais participam, os outros 56% não participam de nenhum programa ou projeto de conservação ambiental. Os projetos apoiados aparecem no gráfico 12. Gráfico 12 - Programas e projetos apoiados Comunidade de reciclagem 56% 17% 17% 5% 5% Plant for the Planet WWF Brasil, Hora do planeta, tem 2 nascentes adotadas. Ong Nordesta Reflorestamento Não

77 77 No que tange ao questionamento "possui equipe preparada e treinada para atendimento de emergências ambientais?", apenas um hotel respondeu positivamente. Quanto a "realização de sensibilização e esclarecimento dos hóspedes para as ações ambientais" houve um equilíbrio, metade respondeu sim e a outra metade respondeu não. No questionamento sobre a divulgação de suas ações ambientais junto a comunidade, 44% estabelecimentos fazem este tipo de divulgação e 56% hotéis não o fazem (Gráfico 13). Gráfico 13 - Divulga as ações ambientais junto à comunidade? 44% 56% Sim Não Com relação a possuir "controle de registro dos processos de desempenho ambiental da empresa", 44% hotéis possuem algum tipo de controle de registro e a maioria (56%) não possuem este tipo de controle, conforme mostra o Gráfico 14.

78 78 Gráfico 14 - Possui controle de registro dos processos de desempenho ambiental da empresa? 44% 56% Sim Não No último questionamento realizado na parte de planejamento e gestão ambiental, foi perguntado aos empreendimentos hoteleiros credenciados se houve, por parte da FIFA, algum tipo de exigência no que tange aos aspectos ambientais. O resultado foi que a maioria (78%) colocou que não houve nenhum tipo de exigência, 17% que correspondem a 3 hotéis (que são administrados por uma mesma rede hoteleira) preferiu deixar sem resposta. Um único empreendimento (5%) respondeu que houve exigências, mas não soube dizer quais (Gráfico 15). Gráfico 15 - Houve alguma exigência ambiental da FIFA para o credenciamento do hotel? 6% 94% Sim Não

79 79 Para ter uma melhor visualização e melhor avaliar o desempenho das empresas pesquisadas no quesito Planejamento e Gestão Ambiental, optou-se por pontuar as respostas que são ambientalmente mais corretas. Foram selecionadas as questões que efetivamente tivessem o desempenho ambiental da empresa medido, sendo assim ficaram de fora as questões descritas na metodologia deste trabalho. Das empresas pesquisadas, nenhuma se classificou com uma atuação "excelente" (acima de 85% de aproveitamento), 22% teve uma atuação "muito boa" (entre 84% e 70%), 22% teve uma atuação "boa" (69% a 50%), 6% teve uma atuação "razoável" (49% a 30%), 50% teve uma atuação ruim (29% ou menos), como mostra o Gráfico 16. Gráfico 16 - Desempenho geral dos hotéis pesquisados para Planejamento e Gestão Ambiental Planejamento e Gestão Ambiental 22% 22% 6% 50% Ruim Razoável Bom Muito bom Resultados - Água O primeiro questionamento é se "o hotel já realizou diagnóstico de gasto de água". Desta forma pôde-se observar se o hotel sabe onde há maior gasto de água, em qual setor. Com essa informação é possível tomar decisões mais acertadas no que tange aos investimentos que podem ser realizados para redução do uso de água. A pesquisa mostra que a maioria dos hotéis (83%) já realizou este tipo de

80 80 diagnóstico, 11% respondeu que não fez e apenas um hotel (6%) não respondeu a questão (Gráfico 17). Gráfico 17 - Já realizou diagnóstico de gasto de água? 11% 6% 83% Sim Não Sem Resposta O segundo questionamento realizado no que se refere a gestão do uso da água foi se "o hotel realizava um controle de gasto de água por pernoite/hóspede". Neste caso, 72% dos hotéis pesquisados disseram ter este tipo de controle, 28% responderam que não possuem este controle, como mostra o Gráfico 18. Gráfico 18 - Possui controle para saber o gasto médio por pernoite/hóspede? 28% 72% Sim Não

81 81 Foi perguntado também se havia metas específicas mensais para água. Neste caso, a maioria (61%) dos empreendimentos hoteleiros possuíam metas para a água. 39% dos hotéis pesquisados colocaram que não possuem metas para o gasto de água (Gráfico 19). Gráfico 19 - Possui metas específicas mensais para água? 39% 61% Sim Não O abastecimento de água é feito exclusivamente pela CAESB - Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília em todos (100%) os estabelecimentos hoteleiros pesquisados. Quando perguntados se o hotel faz reuso da água, apenas um hotel (6%) disse realizar este procedimento, os outros 17, que representam 94% não fazem reuso da água. Outro questionamento foi sobre a captação de água da chuva para outros usos, o resultado é que nenhum dos hotéis possui este tipo de sistema. No que concerne ao uso de equipamentos e recursos que reduzem o consumo de água, 78% possuem algum tipo de dispositivo que ajuda a reduzir o consumo da água. Apenas 4 hotéis (22%) disseram não possuir nenhum equipamento de redução de consumo. No Gráfico 20 pode-se observar os equipamentos mais comumente utilizados pelos hotéis pesquisados.

82 Número de hotéis 82 Gráfico 20 - Equipamentos mais comumente utilizados para redução do consumo da água Sistema de irrigação para plantas Arejador nas torneiras e chuveiros Torneiras automáticas Sim Não Válvulas de descarga de baixa vazão misturadores de monocomando Máquinas de lavar louça economizadoras de água Máquinas de lavar roupa economizadoras de água Outros Com relação ao questionamento sobre a realização de campanhas junto aos hóspedes de incentivo a redução do uso da água, 12 empreendimentos (68%) disseram realizar este tipo de ação e 6 deles (32%) não realizam este tipo de ação. Quando se trata do incentivo a redução do consumo de água pelos colaboradores em seus processos de trabalho, o resultado já é bem diferente, 96% dizem incentivar essa redução do consumo de água. Apenas um hotel respondeu negativamente essa questão. A última questão da parte de gestão do uso da água trata da manutenção periódica e preventiva dos chuveiros, torneiras e encanamentos. Nesta questão 89% dos hotéis responderam que realizam esse tipo de ação preventiva e 11% não realizam. No que tange ao desempenho ambiental com foco na gestão do consumo da água o gráfico abaixo mostra o panorama geral do desempenho dos hotéis pesquisados, apenas o questionamento: o abastecimento de água é feito apenas pela CAESB? não foi considerado para pontuação.

83 83 Gráfico 21 - Desempenho geral dos hotéis pesquisados para Gestão da Água Água 33% 11% 6% Ruim Razoável 50% Bom Muito bom Com relação ao uso da água, o Gráfico 21 de desempenho geral dos hotéis para água, mostra que houve melhor resultado em comparação com o desempenho geral de planejamento e gestão. Metade dos hotéis possui um desempenho considerado "bom" e 33% um desempenho "muito bom". Ainda assim, 11% possui um desempenho ruim e 6% razoável, nenhum hotel atingiu o patamar "excelente" Resultados - Energia O primeiro questionamento feito ao hotéis com foco no uso de energia foi se o hotel já realizou algum diagnóstico do uso de energia, 78% dos hotéis pesquisados responderam que já fizeram um diagnóstico do gasto de energia do hotel, 11% respondeu que não fez diagnóstico e outros 11% não respondeu a questão (Gráfico 22). Gráfico 22 - Já realizou diagnóstico de gasto de energia? 11% 11% Sim 78% Não Sem Resposta

84 84 Outro questionamento realizado foi se o hotel possui mecanismos de controle para saber o gasto médio de energia por pernoite/hóspede, e neste caso 78% responderam positivamente e 22% negativamente. Com relação a definição de metas mensais de gasto de energia, houve um equilíbrio nas respostas dadas. 50% definem metas e 50% não definem metas específicas para redução no consumo de energia aproximando-se mais do resultado obtido na parte de planejamento e gestão ambiental (Gráfico 23). Gráfico 23 - Possui metas específicas mensais para gasto de energia? 50% 50% Sim Não Foi perguntado também aos hotéis se o abastecimento de energia é realizado apenas pela Companhia Energética de Brasília (CEB), neste caso 17 hotéis colocaram que sim, são abastecidos apenas pela CEB e um hotel colocou que compra parte da energia de uma empresa por meio de um gerador. Essa empresa vende energia mais barata que a concessionária de energia local. Quanto a utilização de energia solar para o aquecimento da água, apenas um hotel realiza este tipo de ação, os outros 17 hotéis não fazem uso de energia solar para aquecimento da água. No entanto, quando se trata da escolha da eficiência energética de aparelhos e equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, todos os hotéis têm preocupação em dar preferência a compra de aparelhos com maior eficiência energética. Essa resposta refletiu diretamente na média da eficiência energética dos aparelhos e equipamentos citados pelos hotéis. 83% dos hotéis afirmam ter equipamentos com eficiência energética A e B do selo PROCEL. 11% afirma possuir, em sua maioria, o

85 Número de hotéis 85 selo B e C. E um hotel (6%) afirma possuir aparelhos de pouca eficiência energética, equivalente a C e D, como mostra o Gráfico 24. Gráfico 24 - Eficiência Energética de aparelhos e equipamentos do hotel de forma geral 11% 6% 83% A e B B e C C e D Ainda segundo a pesquisa, cerca de 89% dos hotéis possuem algum tipo de equipamentos e recursos que reduzem o consumo de energia, apenas 11% não possui nenhum tipo de economizador de energia. O Gráfico 25 mostra os economizadores mais utilizados pelos hotéis. Gráfico 25 - Equipamentos e recursos mais utilizados pelos hotéis pesquisados Sensores de presença nos corredores Sensores de presença nas UH Cartões economizadores 8 Lâmpadas fluorescentes Lâmpadas de LED Ambientes arejados 0 Sim Não Ambientes que favorecem o uso de iluminação natural Outros

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