OCORRÊNCIA DE PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM FEZES DE GATOS DOMICILIADOS

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1 132 OCORRÊNCIA DE PARASITOS GASTRINTESTINAIS EM FEZES DE GATOS DOMICILIADOS Brigitte Brennecke de Mattos 1 ; Bárbara Melina Viol² RESUMO - As parasitoses gastrintestinais são frequentes em todos os seres vivos, se tratando de felinos são de grande relevância, pois podem ocasionar inúmeras doenças que são transmitidas ao homem. Esta pesquisa teve como objetivo determinar a ocorrência de parasitos gastrintestinais em fezes de gatos domiciliados, a fim de ressaltar a importância destes animais na epidemiologia de parasitos gastrintestinais em síntese, as zoonoses, enfatizando os cuidados e higiene dos animais domésticos. Para realizar o exame parasitológico de fezes utilizaram-se duas técnicas: sedimentação espontânea (Hoffman), e a técnica de centrífugo-flutuação (Faust). As amostras fecais foram doadas voluntariamente pelos proprietários dos gatos domiciliados e os dados como idade, raça, sexo e acesso á rua foram coletados a partir de conversa informal. Foram analisadas trinta amostras de fezes, de dez Felis catus domesticus, onde os requisitos: sexo, faixa etária, acesso á rua e raça foram de suma importância para caracterizar os animais infectados. Dos dez animais analisados, cinco possuíam parasitos em suas fezes, dentre eles: Toxoplasma gondii (60%), Giardia sp. (20%) e Taenia sp. (20%). Percebeu-se a prevalência de parasitoses em animais desprovidos de raça definida, e com livre acesso á rua. Os animais de companhia possuem um papel importante diante da sociedade, são adquiridos na intenção de levar bem estar às pessoas, porém estes animais devem ser tratados com cuidado, para que não disseminem parasitos para as pessoas à sua volta. Os resultados desta pesquisa mostram que deve ser feito o controle periódico das parasitoses em gatos e a utilização correta de medicamentos antiparasitários. Unitermos: Felinos, Parasitoses, Zoonoses. LA APARICIÓN DE PARÁSITOS GASTROINTESTINALES EN LAS HECES DE LOS GATOS DOMICILIO RESUMÉN - Las parasitosis gastrointestinales son frecuentes em todos los seres vivos, tratándose de felinos son de gran importancia, ya que pueden ocasionar varias enfermedades transmisibles al hombre. Este estudio tiene como objetivo determinar la presencia de parásitos gastrointestinales en materia fecal de gatos con propietario, con la finalidad de destacar la importancia de estos animales en la epidemiología de lãs parasitosis gastrointestinales, es decir en las zoonosis, resaltando los cuidados e higiene de los animales domésticos. Para realizar el examen parasitológico de la materia fecal se utilizaron 2 (dos) técnicas: Sedimentación espontánea (Hoffman), y la técnica de flotación/sedimentación (Faust). Las muestras fueron donadas voluntariamente por los propietarios de los gatos estudiados y los datos tales como: edad, raza, sexo y acceso a la calle fueron colectados a partir de entrevista informal. Fueron analizadas 30 (treinta) 1 Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela FAP- Faculdade de Apucarana ( ); Apucarana, Paraná, Brasil. Monografia de trabalho de Conclusão de Curso. bry_purple@hotmail.com ² Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela FAP Faculdade de Apucarana ( )- Apucarana, Paraná, Brasil; Especialista em Biologia Aplicada à Saúde pela UEL Universidade Estadual de Londrina ( ) Londrina, Paraná, Brasil; Mestranda em Ciências da Saúde pela UEM Universidade Estadual de Londrina (2009-atual) Maringá, Paraná, Brasil; Coordenadora do departamento de Ciências Biológicas da FAP - Faculdade de Apucarana; barbara@fap.com.br

2 133 muestras de materia fecal de Felis catus domesticus en los que los requisitos de edad, sexo y acceso a la calle fueron de importancia para caracterizar los animales estudiados. De los 10 (diez) animales estudiados 5 (cinco) contenían parásitos en su materia fecal, dentro de ellos: Toxoplasma gondii (60%) Giardia (20%) y Taenia sp. (20%). Fue demostrada la prevalencia de parasitosis gastrointestinales en animales desprovistos de raza definida y con libre acceso a la calle. Los animales de compañía poseen un papel importante en la sociedad humana, son adquiridos con la intención de proporcionar bienestar a sus dueños, sin embargo estos animales deben ser tratados con cuidado para que no diseminen estos parásitos con riesgo para las personas que cuidan de ellos. Los resultados de este estudio muestran la necesidad del control periódico de las parasitosis en gatos y la correcta utilización de medicamentos antiparasitarios. Unitermos: Felinos, Parasitosis, Zoonosis. INTRODUÇÃO Os endoparasitos gastrintestinais são facilmente encontrados em todos os seres vivos, principalmente entre os que não possuem uma higiene correta, na lavagem das mãos, alimentos e no cozimento dos mesmos. Porém estes parasitos podem não ser benéficos, e ao contaminarem o homem, podem levá-lo á morte. O parasitismo é uma relação, entre dois seres vivos, o hospedeiro que cede a alimentação e o abrigo, e um parasito, que se beneficia. A relação: parasito x hospedeiro deve ser equilibrado, pois com a morte do hospedeiro, o parasito fica desamparado. Mas apesar de ser um convívio aparentemente benéfico para o parasito, em alguns casos não traz nenhum benefício para o hospedeiro, muito pelo contrário, pode acarretar inúmeros problemas de saúde pública, ocasionando graves endemias e o desequilíbrio da saúde da população (Neves, 2003). Desta maneira, segundo Neves (2003, p.6), para que uma doença causada por um parasito seja comprovada, é obrigatória a averiguação de alguns fatores: a) Inerentes ao parasito: número de exemplares, tamanho, localização, virulência, metabolismo, etc. b) inerentes ao hospedeiro: idade, nutrição, nível de resposta imune, intercorrência de outras doenças, hábitos, uso de medicamentos, etc. Para que ocorra a disseminação destes parasitos, eles devem estar na forma de larvas ou ovos, e a partir disto, podem se instalar em qualquer ser vivo, que ofereça as condições necessárias para sua sobrevivência. Para que ovos e larvas mantenham-se vivos nas fezes do hospedeiro, faz-se necessário que a temperatura seja moderada e a umidade esteja alta (Rey, 2008). Animais que possuem uma alimentação saudável, podem ser mais resistentes ao parasitismo, do que aqueles que sofrem de desnutrição (Urquhart et al, 1998, p 227). Os parasitas gastrintestinais em felinos são de grande relevância, pois são causadores de inúmeras doenças, agravando o problema de saúde pública. O recente aumento da aquisição de gatos como animal de companhia tem feito com que esta área de estudo fosse explorada, a fim de controlar as zoonoses causadas por gatos domiciliados e errantes. Gatos errantes possuem uma pré-disposição a ser um enorme alvo de contaminação, e causador da dispersão de fezes parasitadas, em locais públicos, como: parques infantis, praças, bancos de areia e jardins, sendo um fator de risco de contaminação para o homem e animais domésticos (Ragozo et al, 2002). Com exceção da toxoplasmose, todas as outras doenças coccídias não possuem patogenia em relação ao gato, porém, são extremamente patogênicas para seus hospedeiros intermediários. O gato é contaminado quando ocorre a ingestão de ovos esporulados, que poderiam estar contidos em suas próprias fezes ou, de algum outro animal parasitado, mas pode também contrair uma parasitose, na ingestão de um hospedeiro intermediário, no caso de ratos, aves, ou algum outro animal que estiver contaminado (Leitão; Meireles, 1983). A raça talvez possa influenciar no contágio por parasitoses, há indícios de que algumas raças

3 134 são mais suscetíveis á contaminação do que outras. Também existem evidências de que um animal macho pode ser mais sensível á um parasito em relação á uma fêmea (Ragozo et al, 2002). O presente estudo determinou a frequência de diferentes gêneros de helmintos e protozoários gastrintestinais em amostras fecais de gatos domiciliados (Felis catus domesticus), a fim de ressaltar a importância destes animais na epidemiologia de parasitos gastrintestinais, em síntese, as zoonoses. Também promoveu a conscientização dos proprietários de gatos, quanto á higiene dos diversos locais onde o mesmo habita, dando ênfase na importância da medicação antiparasitária para o felino. Através da realização das análises laboratoriais das fezes, foi possível identificar, as relações entre a presença de parasitos e as características de seus hospedeiros, como raça, sexo, idade e acesso á rua. Considerando que animais também são possuidores e transmissores de doenças parasitárias, e os proprietários de animais de estimação devem estar frequentemente verificando a saúde de seu pet, pois caso contrário, poderão contribuir para a disseminação das zoonoses, colocando, desta forma sua própria saúde em risco. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi apresentado como monografia de Trabalho de Conclusão de Curso; a instituição onde foram realizadas as análises dos dados não possui Comitê de Ética para pesquisa com animais, por esse motivo não houve avaliação de comitê uma vez que se utilizaram apenas amostras das fezes dos animais sendo coletados e doados pelos proprietários dos animais; não havendo contato direto com os gatos. Foram coletadas 30 amostras fecais de 10 Felis catus domesticus, três amostras por gato, com intervalo de uma semana, as fezes foram fornecidas pelos proprietários dos animais, retiradas em seu próprio domicílio. Os respectivos proprietários forneceram alguns dados em relação ao gênero, idade, raça e acesso à rua, de seu animal. Foram esclarecidos ao proprietário, os procedimentos para a coleta das fezes frescas, e foi fornecido o material para o armazenamento das fezes. As amostras fecais foram coletadas frescas, no piso, campo ou no recipiente onde o felino defecou. Para a coleta foi conveniente o uso de luvas plásticas, frasco estéril ou saco plástico estéril. O material foi mantido em refrigerador por um dia caso o exame não possa ser realizado no mesmo dia. Após coletadas, as amostras foram levadas até o Laboratório de Parasitologia da Faculdade de Apucarana, para a realização das análises. As análises foram realizadas de duas maneiras, através do método de flutuação, chamado centrífugo-flutuação ou método de Faust, e do método de sedimentação que é a técnica de sedimentação espontânea, chamada também de método de Hoffman, Pons e Janer, ou método de Lutz. A técnica de centrífugo-flutuação em sulfato de zinco (método de Faust) é utilizada para a pesquisa de cistos de protozoários, o que permite encontrar ovos leves. A técnica de sedimentação espontânea (método de Hoffman) permite que sejam encontrados ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários. Após o término das análises experimentais e resultados em mãos, estes foram utilizados para formular tabelas e gráficos, relacionando, sexo, idade, raça e acesso à rua, à quantidade e diversidade de parasitos encontrados em cada amostra utilizando o programa Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisadas 30 amostras fecais de gatos domiciliados, que variam entre a idade de quatro meses á dezessete anos, sendo machos e fêmeas. Os resultados presentes na tabela 01 e na figura 01 demonstram o percentual de infecções positivas e negativas, obtidas através do exame coproparasitológico realizado pelo método de Hoffman (sedimentação espontânea),

4 135 onde foi possível através da observação microscópica do sedimento, encontrar ovos de helmintos, cistos e oocistos de protozoários, causadores de várias patogenias em Felis catus domesticus. Na rotina dos laboratórios de analises clínicas é comum utilizar dois métodos de exame coproparasitológico, pois cada método identifica uma forma diferente de parasito, no caso o Hoffman serve para a pesquisa de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários, enquanto o Faust consiste na pesquisa de cistos de protozoários, o que permite encontrar ovos leves. Sem a utilização das duas técnicas o resultado não terá significância. Podemos notar a presença de Toxoplasma gondii (3,33%) e Taenia sp (3,33%) através da tabela demonstrativa de resultados para o método de Hoffman. Tabela 1: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o método de Hoffman. HOFFMAN PARASITOS POSITIVO NEGATIVO TOTAL N % N % N % Toxoplasma 1 33, , gondii 7 Giardia lamblia Taenia sp 1 33, , N= número de indivíduos por amostra; %=percentual de indivíduos por amostra positiva ou negativa. Figura1: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o método de Hoffman.. Através do método de Faust (centrífugo-flutuação), foi descoberta a infecção por Toxoplasma gondii (6,66%) em dois gatos domésticos, e Giardia lamblia (3,33%) em um gato, porém não nota-se a presença de poliparasitoses como pode perceber através da tabela 02 e com melhor visualização na

5 136 figura 2. Tabela 2: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o método de Faust. FAUST PARASITOS POSITIVO NEGATIV TOTAL O N % N % N % Toxoplasma 2 6, , gondii 4 Giardia lamblia 1 3, , Taenia sp N= número de indivíduos por amostra; %=percentual de indivíduos por amostra positiva ou negativa. T. gondii Giardia sp Taenia sp Figura 2: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o método de Faust. No trabalho de Coelho et al.(2008), encontrou-se um percentual semelhante ao do presente trabalho, em relação à infecção por Giardia sp, sendo observado 5,9% de amostras positivas utilizando a técnica de Faust. Na pesquisa de Oliveira et al (2008), também foi encontrado o parasito Giardia sp., porém em amostra de fezes de um felino silvestre conhecido como Gatomaracajá, utilizando a técnica de Hoffman, diferentemente do presente estudo onde foi encontrado através da técnica de Faust em felino domesticado. Já no trabalho de Muller et al (2005), observou em sua pesquisa de parasitas intestinais em felinos silvestres, a presença de Giardia sp. em 38,5% dos animais estudados porém não ressaltou a técnica utilizada para tal resultado. Na tabela 03 observa-se a predominância do parasito Toxoplasma gondii em fêmeas (100%) com menos de 1 ano de idade (50%), a Giardia lamblia predominou sobre macho

6 137 (33,3%) com menos de 1 ano de idade (25%). O monoparasitismo foi prevalente em todos os animais analisados, não havendo associação de dois ou mais parasitos. Tabela 3: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos em amostras de fezes de gatos domiciliados. GÊNERO IDADE PARASITO Macho Fêmea <1 Ano >1 Ano S N % N % N % N % Toxoplasma 1 33, gondii 0 Giardia lamblia 1 33, Taenia sp 1 33, TOTAL N= número de indivíduos por amostra; %=percentual de indivíduos por amostra positiva.. Os resultados encontrados no trabalho de Funada et al., (2007) demonstram que a idade tem grande relevância na frequência de parasitos em cães e gatos domiciliados, pois em 81,1% dos gatos parasitados a idade era menor que 1 ano, o que podemos observar também no presente estudo, na tabela 3. Em relação ao gênero Funada et al. (2007) não constatou diferenciação na infestação por parasitoses, mas na presente pesquisa foram encontrados resultados que demonstram que os machos foram mais suscetíveis às infecções. Nas figuras 03 e 04 podem ser observados claramente os resultados descritos na tabela anterior, onde a prevalência de Toxoplasma gondii foi a fêmeas e dos demais parasitos encontrava-se em ambos os gêneros. Quanto ao fator idade também se observa prevalência de Toxoplasma gondii em animais maiores de um ano. T.gondii Giardia sp Taenia sp Figura 3: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o fator gênero.

7 138 T.gondii Giardia sp Taenia sp Figura 4: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o fator idade. No trabalho de Langoni et al.(2001) averiguou-se maior incidência de T. gondii entre as fêmeas (21,59%) de gatos domésticos do que em machos (17,48%), o que também pode ser notado na tabela 03 no presente estudo. Os resultados da tabela 04 e figura 5 demonstram a relevância para o fator raça em relação ao número de infecções parasitárias encontradas nas fezes dos gatos domiciliados. Observa-se a prevalência de Toxoplasma gondii, Giardia lamblia e Taenia sp em animais sem raça definida (SRD), já os gatos de raça não apresentaram nenhum tipo de parasitose gastrintestinal. Tabela 4: Número de infecções causadas por parasitoses gastrintestinais com relevância para o fator raça. PARASITOS RAÇA Siamês Angorá SDR N % N % N % Toxoplasma gondii Giardia lamblia Taenia sp TOTAL N= número de indivíduos por amostra; %=percentual de indivíduos por amostra positiva.

8 139 T.gondii Giardia sp Taenia sp Figura 5: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o fator raça. No trabalho de Funada et al.(2007), observou-se que não houve significância quanto à quantidade de gatos de raça ou sem raça infectados, porém no presente estudo verifica-se que animais de raça não apresentaram infecções, já os animais ditos vira- latas mostraram-se mais suscetíveis à infecção por parasitas, enquanto na pesquisa de Langoni et al. (2001), foi verificado que de 135 animais sem raça definida, 18,5% foram reagentes á Toxoplasma gondii, e 56 de raça, 21,43% foram reagentes á toxoplasmose. Os percentuais de gatos infectados e que possuem livre acesso à rua foram maiores quando comparados com os gatos que não vão para as ruas. Estas informações como, raça e acesso á rua foram adquiridas através de coleta de dados com os proprietários dos animais em conversa informal. Pode ser observado na tabela 05 e figura 06. Tabela 5: Número de infecções causadas por parasitoses gastrintestinais com relevância para o fator acesso à rua. PARASITOS Acesso à Rua POSITIVO NEGATIVO N % N % Toxoplasma gondii Giardia lamblia Taenia sp TOTAL N= número de indivíduos por amostra; %=percentual de indivíduos por amostra positiva ou negativa.

9 140 Positivo Negativo T.gondii Giardia sp Taenia sp Figura 6: Prevalência de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos para o fator acesso à rua. Em uma pesquisa realizada por Serra et al. (2003) foi observado o monoparasitismo em 31,8% dos gatos errantes, e que a probabilidade de infecções em gatos errantes foi maior do que em gatos domiciliados, ao comparar com o presente estudo é visto que, os animais que possuem acesso à rua também estão enquadrados no monoparasitismo, e foi averiguado que animais com acesso à rua são mais sensíveis à infecção por parasitoses do que aqueles que não tem acesso. Através de E.P.F dos gatos domiciliados foi possível identificar parasitoses gastrintestinais através dos métodos de Hoffman e Faust, cujos são muito eficientes, porém com técnica de centrífugo flutuação (Faust) foi identificado um maior número de parasitos. Dentre os parasitos o Toxoplasma gondii destaca-se como o mais encontrado nas fezes dos gatos, de dez animais em três o Toxoplasma gondii foi identificado, a Giardia lamblia estava presente em apenas um gato, e a Taenia sp. também foi verificada em um animal. Em relação ao gênero, o presente estudo constatou maior infestação de parasitos em gatos machos, porém em relação ao parasito em fêmeas o Toxoplasma gondii foi mais encontrado. O fator idade teve significância para a pesquisa, considerando que animais com menos de um ano apresentaram-se mais suscetíveis às infestações do que animais mais velhos. O número de animais parasitados com livre acesso à rua foram maiores do que em animais que não possuem acesso. Esta pesquisa mostra que mesmo os animais domiciliados estão carentes de cuidados com a higiene e medicação antiparasitária, pois os gatos são potenciais zoonóticos e devem ser tratados com atenção para que não representem risco à saúde pública. CONCLUSÃO O presente estudo determinou a frequência de diferentes gêneros de helmintos e protozoários gastrintestinais em amostras fecais de gatos domiciliados (Felis catus domesticus), a fim de ressaltar a importância destes animais na epidemiologia de parasitos gastrintestinais, em síntese, as zoonoses. Através dos resultados obtidos e analisados, constatamos que os gatos domiciliados podem ser hospedeiros intermediários ou definitivos de protozoários e helmintos com grande

10 141 potencial zoonótico, por isso é de grande relevância o levantamento de dados sobre parasitoses em animais domésticos. Sugere-se que o controle das doenças ocasionadas por parasitos gastrintestinais deve ser feito através da visita periódica ao médico veterinário, utilização de medicação antiparasitária e cuidados com a higiene tanto dos felinos como dos proprietários, em relação ao manuseio do animal e dos alimentos, diminuindo assim a infestação por parasitos, e a contaminação dos locais habitados. Considerando que animais também são possuidores de doenças parasitárias, e proprietários dos animais de estimação devem estar frequentemente verificando a saúde de seu pet, pois caso contrário, poderão contribuir para a disseminação das zoonoses, colocando, desta forma sua própria saúde em risco. AGRADECIMENTOS Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente me apoiaram na realização deste trabalho. À Prof. Esp. Bárbara Melina Viol e às meninas do Laboratório de Saúde da FAP por disponibilizarem os materiais e seu tempo em função do meu trabalho. Aos felinos pesquisados, Morena, Branca de Neve, Cacau, Café, Kyrara, Berenice, Joaquim, Eugênio, Alfredo e Zé Carlos. Aos proprietários dos gatos pesquisados pela preocupação com seus animais, fornecendo dados e amostras para as análises. REFERÊNCIAS Coelho, W.M.D; Amarante, A.F.T. do; Soutello, R.V.G. de; Lima, V.M.F.de; Meireles, M.V; Gennari, S.M; Apolinário, J. de.c; Bresciani, K.D.S. Ocorrência de endoparasitos em felinos do município de Andradina, São Paulo, Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.v.15, n.2, supl.1, ago., p.79, Funada, M.R.; Pena, H.F.J.; Soares, R.M.; Amaku, M.; Gennari, S.M. Frequência de parasitos gastrintestinais em cães e gatos atendidos em hospital-escola veterinário da cidade de São Paulo.Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.., v.59, n.5, p , Langoni, H.; Silva, A. V.; Cabral, K. G.; Cunha, E. L. P.; Cutolo, A. A. Prevalência de toxoplasmose em gatos dos Estados de São Paulo e Paraná. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science. São Paulo, v. 38, n. 5, p , Leitão, J.L.S.; Meireles, J.A.F.S. Doenças parasitárias do cão e gato. Portugal: Litexa, Muller, G.C.K; Greinert, J.A; Silva Filho, H.H. Freqüência de parasitas intestinais em felinos mantidos em zoológicos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 57, n. 4, p , Neves, D.P. Parasitologia Humana. 10. ed. São Paulo: Atheneu, Oliveira, C.B; Soares, J.F; Silva, A.S.da; Silva, M.K.da; Salomão, E.L; Monteiro.S.G. Ocorrência de Giardia sp. E Cryptosporidium sp. em Leopardus weidii de vida livre. Ciência Rural. Santa Maria, v. 38, n. 2, p , Ragozo, A.M.A.; Muradian, V.; Ramosesilva, J.C.; Caravieri, R.; Amajoner, V.R.; Magnabosco, C.; Gennari, S.M. Ocorrência de parasitos gastrintestinais em fezes de gatos das cidades de São

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