ESTUDO DAS PARASITOSES EM CRIANÇAS DE 4 A 12 ANOS EM UMA CRECHE NO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS-GO
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- Maria Figueiroa Guterres
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1 ESTUDO DAS PARASITOSES EM CRIANÇAS DE 4 A 12 ANOS EM UMA CRECHE NO MUNICÍPIO DE ANÁPOLIS-GO Ana Julia Andrade Batista Filha (FAA) Uélvia Moisés Assunção (FAA) Márcio Martins de Lima (FAA) Camila Hofmann Santos (FAA/UEG) camilahofmann@hotmail.com FAA - Faculdade Anhanguera de Anápolis-GO UEG - Universidade Estadual de Goiás 1. INTRODUÇÃO Parasitismo é a cooptação entre seres vivos, onde apenas um se beneficia, ou seja, o parasito usufrui do hospedeiro, pois este te fornece alimento. A infecção parasitária pode ser explicada, como a penetração e o desenvolvimento de um agente infeccioso, no homem ou animal (NEVES 2005). Estima-se que 25% da população mundial encontram-se parasitada por Ascaris lumbricoides e praticamente 50% alegam infecção por Entamoeba histolytica, avaliada como terceira causadora de morte no mundo perdendo apenas para malária e esquistossomose. Os parasitos se distribuem globalmente por mais de 150 países e hostilizam cerca de um bilhão de pessoas, os mais frequentes são: Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuria e Ancilostomídeos. Aproximadamente há 200 milhões de infectados só no continente americano, levando a óbito cerca de 10 mil pessoas por ano (MACEDO 2005). Entre as doenças parasitárias provocadas por helmintos intestinais, destacam-se: ascariodiose, tricuíase, enterobiose, ancilostomose e estrongiloidose; dentre as protozooses intestinais evidenciam-se pela sua importância na infância a giardíase e a amebíase (COSTA et al; 2009). Para que se desenvolva a infecção parasitária são necessários três fatores essências: as condições do hospedeiro, o parasito e o meio ambiente. No hospedeiro os fatores propensos incluem: idade, estado nutricional, fatores genéticos, culturais, comportamentais e profissionais. Já no parasito incluem: a resistência ao sistema imune do hospedeiro e os mecanismos de evasão ligados ás transformações bioquímicas e i- munológicas analisadas ao longo do ciclo de cada parasito (FREI et al 2008). A crescente urbanização desencadeou um aumento no mercado de trabalho feminino, portanto as creches passaram a ser o primeiro ambiente externo ao domestico frequentado pelas crianças, tornando-se potenciais ambientes de contaminação (GURGEL et al; 2006). As crianças são alvos fáceis para os parasitos e nelas as infecções podem ser mais graves (FERREIRA et al; 2006). Pode observar que as parasitoses o- correm em diferentes faixas etárias, começando a partir do primeiro ano de vida e aumentando progressivamente de 3 a 6 anos (COSTA et al 2009). Crianças maiores de 6 anos têm alta prevalência de parasitos, pois tem maior contato interpessoal e como solo, facilitando assim a transmissão e até o poliparasitismo. Já crianças menores de 2 anos observa-se uma freqüente infecção por Giardia lamblia devido a exposição á ambientes domiciliares ou não e presença de animais domésticos (KOMAGOME et al 2007). Uma das formas mais habituais de contaminação por parasitos é a ingestão de alimentos contaminados, por isso é indispensável que se tenha cuidado com os alimentos, higienizando-os bem antes de consumi-los, tampando-os para que estejam livres de poeira, moscas ou outros tipos de insetos que podem carrear a contaminação (MAMUS et al 2008). Lavar as mãos antes das refeições e após defecar, tomar banho todos os dias, cortar as unhas, não andar descalço, fazem 1
2 parte da educação de higiene individual, são indispensáveis para uma redução nos riscos de transmissão e pra uma boa saúde (ZAIDEN et al 2008). As enteroparasitoses podem causar danos muitas vezes preocupantes aos seus portadores, são estes: obstrução intestinal, a desnutrição, anemia por deficiência de ferro, e casos de diarreia e má absorção; podendo ocorrer outros agravos, a manifestação clinica é proporcional ao grau de parasitas contidos no individuo (MAMUS et al 2008). Entretanto a diarreia crônica é o sintoma mais comum em crianças acometidas pela doença, podendo causar anemia pela má absorção e infecções gastrointestinais, alterações no desenvolvimento antropométrico e cognitivo das crianças (FERREIRA et al 2006). A diarréia acomete milhões de pessoas pelo mundo, e é um dos fatores para a alta taxa de morbidade e mortalidade infantil (ANDRADE et al 2008). A falta de saneamento e abastecimento básico aliado á alimentação imprópria e pobreza são os principais fatores influentes a alta percentagem de mortalidade e morbidade infantil nos países em desenvolvimento. Nas classes de melhor renda econômica e educação instrucional pode observar um declínio na freqüência de infecções parasitarias, porém nas classes mais baixas economicamente e com grau de escolaridade menor pode se observar um aumento gradual dessas parasitoses intestinais (MACEDO 2005). Para um controle eficiente das parasitoses é indispensáveis uma ação terapêutica unindo a um saneamento básico qualificado e conscientização sanitária da população. Estudos revelam que ações educativas, maior participação da comunidade são de grande importância pra que haja uma baixa na freqüência das infecções por parasitos, mas para isso é necessário que se implante uma ação que condiz com a realidade da comunidade em que será realizada a ação (BARRETO 2006). O presente trabalho teve como objetivo a avaliação das parasitoses em crianças de 4 a 12 anos de uma creche filantrópica de Anápolis Goiás, bem como se pode avaliar quais as parasitoses encontradas, as condições e hábitos de vida e o perfil socioeconômico familiar. 1. MATERIAL E MÉTODOS O estudo teve como método a pesquisa quantitativa descritiva, foi realizado em uma creche filantrópica de Anápolis no período compreendido entre fevereiro a julho de 2011, sendo a amostragem utilizada composta por 34 crianças de ambos os sexos com idade entre 4 a 12 anos, que estudam na unidade selecionada, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido dos pais e do coordenador. Foi coletada 01 amostra de cada criança, com o auxílio de coletores que foram entregues aos pais ou responsáveis, as amostras foram analisadas no dia após a realização da coleta, sendo armazenadas na geladeira, sem adição de conservantes. A coleta de dados referentes às condições sócio-econômicas dos participantes foi realizada por meio da aplicação de um questionário fechado. O método escolhido para as analises foi o Método de Hoffman que se fundamenta em sedimentação espontânea, e foram examinadas duas lâminas de cada amostra. (NEVES, 2005). Os dados foram tratados utilizando o software Excel, e expressos na forma de tabelas e gráficos. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da associação anhanguera educacional LTDA de acordo com o protocolo nº 2026/ RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo foi composto por um total de 34 crianças, sendo que (47,06%) eram do sexo feminino, (52,94%) eram do sexo masculino com faixa etária entre 4 a 12 anos de idade, das obtidas 34 amostras obtidas, (50%) foram positivas para exames parasitológicos de fezes, desses (35,29%) das crianças 2
3 estavam infectadas por Giardia lamblia, (29,41%) infectadas por Endolimax nana, (17,65%) infectadas por Entamoeba coli e (17,65%) infectadas por Enterobius Vermiulares evidenciando a presença de helmintos nas amostras positivas. Diferentemente dos resultados encontrados neste estudo Saturnino et al (2003) evidenciou que de 100 crianças residentes no bairro de cidade nova em Natal-RN, (76%) das amostras foram positivas para parasitas intestinais (SATURNINO et al 2003). Neste estudo foram analisadas em relação as amostras positivas, que (17,65%) eram helmintos e (82,35%) eram protozoários comensais; desses (35,29%) eram cistos de Giardia lamblia. Fonseca e Silveira (2009) em estudo das parasitoses gastrointestinais em crianças de 0 a 12 anos atendidas pelo Laboratório Central do Município de Anápolis-GO (LACEMA) das 170 amostras evidenciou que maior incidência de infecção era causada por Giardia lamblia (41%) em crianças de 0 a 5 anos ( FONSECA, SILVEIRA, 2009). Das 17 amostras positivas para exames parasitológicos de fezes, notou-se infecção parasitaria em (54,94%) para o sexo masculino, e (47,06%) para sexo feminino. Pode se considerar que não houve diferença significativa para analisar os índices de resultados positivos (50%) e negativos (50%) para ambos os sexos. Em estudo realizado para prevalência de parasitas intestinais em crianças de uma escola municipal de Florianopolis - SC relata que protozoários intestinais comensais, Entamoeba coli e Endolimax nana, são responsáveis por (47,06%) das amostras positivas. A presença destes não constitui danos à saúde, porem indica contaminação fecal-oral estando à criança mais suscetível a aquisição dessas doenças (KUNZ et al 2008). Quanto a escolaridade dos pais das crianças que frequentam a creche (50%) possuíam ensino fundamental incompleto, semelhante aos resultados encontrados por Fonseca e Silveira (2009) evidenciou que os maiores índices de infecções parasitarias das 170 crianças atendidas pelo LACEMA, foram encontrados em crianças cujos pais tinham ensino fundamental incompleto (FONSECA; SILVEIRA 2009). De acordo com o questionário aplicado, observou-se que (88,23%) das residências possuíam água tratada e rede de esgoto, sendo assim a qualidade da água utilizada para beber, deve ser avaliada, porque pode causar inúmeros tipos de contaminação do trato gastrointestinal (NEVES, 2005). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relevância de trabalhos que pesquisam a frequência de parasitas em determinadas regiões tem fundamental importância, tanto pela avaliação de marcadores socioeconômicos e sanitários do local como pelo risco de problemas de saúde publica. A partir do estudo, verificou a presença de Giardia lamblia, Entamoeba coli e Endolimax nana e um helminto, Enterobius Vermiculares. Não houve variações significativas no numero de parasitas encontrados quanto ao sexo, este nível de semelhança na infecção parasitaria deve-se a convivência em mesmos ambientes escolares, familiares e até social. Este foi o primeiro trabalho que se dedicou ao estudo das parasitoses em crianças de 4 a 12 anos de uma creche no município de Anápolis-GO, que explorou um tema de fundamental importância que é a parasitose intestinal, ficam explicito que este é um problema relacionado a pessoas de classes e- conômicas menos favorecidas, sendo que a provável solução esta diretamente ligada a melhoria de saneamento básico, como com problemas de educação sanitária para toda a comunidade. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3
4 ANDRADE, F. de et al. Parasitoses intestinais em um centro de educação infantil público do município de Blumenau (SC), Brasil, com ênfase em Cryptosporidium spp e outros protozoários. Revista de Patologia Tropical, Blumenau, v. 37, n. 4, p , out-dez BARRETO, J. G. Detecção da incidência de enteroparasitos nas crianças carentes da cidade de Guaçuí ES. RBAC, Espírito Santo, v. 38, n. 4, p , COSTA, S. S. Ocorrência de parasitas intestinais em material subungueal e fecal em crianças de uma creche no município de Maceió Alagoas. Pediatria, São Paulo, v.31, n. 3, p , out FERREIRA, H. Estudo epidemiológico localizado da freqüência e fatores de risco para enteroparasitoses e sua correlação com o estado nutricional de crianças em idade pré-escolar. Publ. UEPG Biol. Health Sci., Ponta Grossa, v. 12, n. 4, p , dez FONSECA, K. C. L. E.; SILVEIRA, L. V. P. C. Estudo das parasitoses gastrointestinais em crianças de 0 a 12 anos atendidas pelo Laboratório Central do Município de Anápolis. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente. Anápolis, v. 12. n. 14, 2009 FREI, F.; JUNCANSEN, C.; RIBEIRO-PAES, J. T. Levantamento epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analítico decorrente do tratamento profilático. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 12, Dez GURGEL, R. Q.; CARDOSO, G. S.;SILVA, A. M. Creche: ambiente expositor ou protetor nas infecções por parasitas intestinais em Aracaju, SE. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Sergipe, v. 38, n. 3, p , mai-jun KOMAGOME, S. H. et al. Fatores de risco para infecção parasitária intestinal em crianças e funcionários de creche. Cienc. Cuid. Saúde, Maringá, v. 6, n.suplem 2, p , jan-mar KUNZ, Jaques Muriel Oliveira; VIEIRA, Abel Silva; VARVAKIS, Theopi; GOMES, Guilherme Araujo; ROSSETTO, Ana Leticia; BERNARDINI, Orlando Jose, ALMEIDA, Marilia Sirianni dos Santos; ISHI- DA, Maria Marcia Imenes. Parasitas Intestinais em Crianças de escola municipal de Florianopolis, SC, Educação Ambiental e Saude. Universdade Federal de Santa Catarina. Florianopolis SC 2008 MACEDO, H. S. Prevalência de parasitos e comensais intestinais em crianças de escolas da rede pública municipal de Paracatu (MG). RBAC, Paracatu, v. 37, n. 4, p , MAMUS, C. N. C. et al. Enteroparasitoses em um centro de educação infantil do município de Iretama/PR. Sabios: Rev. Saúde e Biol., Paraná, v.3, n. 1, p , jul-dez NEVES, D.P.; MELO, A.L.; VITOR, R.W.A.; Parasitologia Humana. São Paulo: Ateneu, 11 edição, p.494, SATURNINO, A. C ; RIBEIRO, D,J.F.; SILVA,E M. Relação entre a ocorrência de parasitas intestinais e sintomatologia observada em crianças de uma comunidade carente de Cidade Nova, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Analises Clinicas ZAIDEN, Marilúcia F. et al. Epidemiologia das parasitoses intestinais em crianças de creches de Rio Verde-GO. Medicina, Ribeirão Preto, v. 41, n. 2, p , abr- jun
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