RESUMO. Palavras-chave: Parasitas intestinais, Qualidade de rios, Saúde pública
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- Emanuel Gentil Vieira
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1 OCORRÊNCIA DE OVOS DE HELMINTOS E CISTOS DE PROTOZOÁRIOS E SUA RELAÇÃO COM SÓLIDOS TOTAIS E FRAÇÕES NA ÁGUA E NO SEDIMENTO DE UM RIO POLUÍDO COM ESGOTOS Daniele Idalino Janebro (*) Graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Estadual da Paraíba (2000). Mestranda na área de concentração de Saneamento Ambiental pelo Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)- Sub-Programa UFPB/UEPB. Bolsista da CAPES. Beatriz Susana Ovruski de Ceballos Professora Adjunta do Dep. De Engenharia Civil - Área de Eng. Sanitária e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba DEC/CCT/UFPB. Cordenadora do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil (AESA/DEC/CCT/UFPB). Annemarie König Professora Adjunta do Dep. De Engenharia Civil - Área de Eng. Sanitária e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba DEC/CCT/UFPB. Coordenadora da Área de Engenharia Sanitária e Ambiental (AESA/DEC/CCT/UFPB). Endereço (*) : Av. Mal Floriano Peixoto, 1919 Bairro: Alto Branco Campina Grande PB CEP: Brasil Tel: (83) / dijanebro@bol.com.br RESUMO As parasitoses intestinais ocupam lugar de destaque entre as doenças infecciosas, por sua alta prevalência e incidência na população mundial, particularmente nas regiões norte e nordeste, devido ao alto índice de desnutrição, baixo nível sócioeconômico, condições ambientais favoráveis e falta de saneamento básico. Na Paraíba, apenas 12,8% da população é beneficiada com sistema de esgoto e são poucas as estações de tratamento que funcionam adequadamente, lançando no meio ambiente efluentes com elevada contaminação fecal. A taxa de mortalidade infantil é de 6,8% e a expectativa de vida, em torno de 66 anos. Em Campina Grande (PB), a segunda maior cidade do estado da Paraíba, com habitantes, destacam-se rios e açudes urbanos com elevada poluição orgânica e fecal, dentre eles, o Rio Bodocongó (75 km), situado na bacia do mesmo nome (981 Km 2 ) que é integrante do sistema de macrodrenagem urbano. Este açude recebe efluentes domésticos e industriais, e serve de suprimento de água para diversas atividades. Esta pesquisa objetivou analisar a diversidade e freqüência de ovos de helmintos e cistos de protozoários na água e no sedimento do Rio Bodocongó, no semi-árido paraibano, e comparar com os níveis de sólidos totais e frações dos mesmos. Em um trecho de 54,4 km do rio, foram demarcados 7 pontos e amostrados no período 12/99 a 05/01. Em cada ponto foram coletadas 20 amostras de água e 5 de lodo. Os métodos modificados de Bailinger (helmintos) e de Ritchie (protozoários) foram utilizados nas amostras de água e para o lodo (helmintos) se empregaram as técnicas de Meyer et al. e Yanko. Constatou-se a presença de ovos de Ascaris (detectados em maiores números) nos quatro primeiros pontos, independentemente do método aplicado em ambos tipos de amostras. Nenhum ovo foi detectado nos três últimos pontos, sugerindo alta capacidade de autodepuração do rio, que pode ser relacionada principalmente à sedimentação, visto que a freqüência de aparecimento de ovos foi consideravelmente maior no sedimento. Os valores de ovos parasitas ao longo do leito do rio não se associaram significativamente com os níveis de sólidos suspensos na água e sólidos totais no sedimento, embora perfis de concentração semelhantes tenham sido registrados para a contagem de ovos e para os níveis de SST considerando distância e tempo (Stott, 1999). Conclui-se que: 1) a contaminação fecal desse corpo aquático constitui sérios riscos de disseminação hídrica de helmintos para a população que usa essas águas; 2) os sedimentos do fundo são concentradores de ovos de parasitas e podem retornar a água com a agitação da mesma ou revolvimento do fundo; 3) não se observa uma associação definida entre SST e concentração de ovos de helmintos neste ambiente lótico. Palavras-chave: Parasitas intestinais, Qualidade de rios, Saúde pública 1
2 INTRODUÇÃO O crescimento desordenado das cidades associado à degradação ambiental, os baixos investimentos em saneamento básico e saúde pública, a pobreza da maior parte da sociedade devido à concentração da renda e o conseqüente desemprego são fatores responsáveis pela permanência do subdesenvolvimento e pela manutenção dos quadros endêmicos de parasitoses e outras doenças infecciosas, atualmente possíveis de serem controladas tais como: hepatite A, salmoneloses, shigeloses, cólera, tuberculose, coqueluche, entre outras. As parasitoses caracterizam-se por causar estados mórbidos prolongados, gerando grande número de enfermos, cujo tratamento eleva os orçamentos familiares e do estado pela improdutividade do individuo e pelos custos de assistência médica e hospitalar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) relaciona cinco parasitoses entre as seis doenças infecciosas mais perniciosas que afligem a humanidade: malária, leishmaniose, tripanosomíase, oncocercose e esquistosomose. As helmintíases são as enfermidades mais comuns no homem: mas de milhões de indivíduos a nível mundial estão infectados por Ascaris e, aproximadamente, 800 milhões por Necator americanus ou Ancylostoma duodenale, 500 milhões por Trichuris trichiura. Estes parasitos causam anemia, obstrução intestinal, prolapso retal, diarréia e morte de aproximadamente indivíduos/ano (Tay et al.,1991 apud Jiménez, 2001). As parasitoses apresentam alta incidência na América Latina pelos baixos níveis sóciais, econômicos e nutricionais da população, associadas com a deficiência de saneamento básico. A longa persistência e as doses infectivas baixas dotam os helmintos de maior potencial de infecção que as bactérias patogênicas. Os nematóides Ascaris, Thichuris trichiura, Hymenolepis nana, Ancylostoma duodenale e Necator americanus, e os protozoários Entamoeba histolytica e Giardia lamblia são facilmente disseminados entre a população pela ingestão de água e alimentos contaminados e pelas deficiências higiênicas. Um levantamento feito por Pellon e Texeira entre 1948 e 1953 em escolares de 17 Estados brasileiros mostrou que dos 70 milhões de habitantes (censo de 1960), 65 milhões estavam parasitados por algum helminto, e destes 50 milhões tinham Ascaris ; 25 milhões ancilostomídeos; 30 milhões Trichuris trichiura; 6 milhões Schistossoma mansoni e cerca de 10 milhões Enterobius, Strongyloides, Taenia sp. e Hymenolepis sp. Não há inquéritos recentes com uma amostragem tão representativa, mas Pessôa & Martins (1982) considerando estudos regionais, observaram que não houve alterações significativas desse quadro. No México, dados recentes (Jiménez, 2001) mostram que os helmintos intestinais de maior incidência em ordem decrescente relacionados à porcentagem de mortalidade são: Ascaris (33-9); Trichuris trichiura (28-81%); Enterobius vermicularis (66% em escolares); Necator americanus e Ancylostoma duodenale (26%); Taenia solium e Hymenolepis nana (8%); T. saginata e Strongyloides stercolaris (3%). Sabe-se desde meados do século XIX que a água desempenha um papel importante na propagação de doenças infecciosas do trato intestinal, que se tornam endêmicas caso não se corte a cadeia de transmissão homem-água-homem. As infecções por enteroparasitas propagam-se em uma população pela dispersão do patógeno entre os indivíduos vulneráveis, sendo a contaminação da água por excretas o principal veículo tanto em comunidades com precárias condições de saneamento como nas cidades de países desenvolvidos, como ocorreu em Milwaukee (USA), onde uma epidemia de Cryptosporidioses em 1993, devido à contaminação da água potável, provocou casos de diarréia e mais de 100 mortes numa população total de um milhão de habitantes (Geldreich, 1996). Entretanto, o controle da qualidade microbiológica da água ainda se baseia na determinação de coliformes (fecais ou termotolerantes e E.coli), recomendando-se a determinação de helmintos com avaliação de sua viabilidade somente em águas de esgotos tratadas e destinadas ao reuso (WHO, 1989). É importante estender essas determinações também para as águas superficiais destinadas a usos múltiplos, pela contaminação crescente destas águas, pelo seu uso em recreação de contato primário, irrigação irrestrita e até para consumo humano. No estado da Paraíba (Brasil) são numerosos os rios e açudes poluídos com esgotos que escoam pelas bacias de drenagem, devido às deficiências das redes coletoras e dos tratamentos das águas residuárias. Em Campina Grande (PB), a segunda maior cidade do estado ( habitantes) destaca-se o Rio Bodocongó (75 km), situado na bacia do mesmo nome (981km 2 ) e integrante do sistema de macrodrenagem urbano. Atravessa zonas urbanas e rurais, recebe efluentes domésticos e industriais, e serve de suprimento de água para diversas atividades, o que é preocupante para a saúde pública. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade e a freqüência de ovos de helmintos e cistos de protozoários na água e no sedimento de um trecho do Rio Bodocongó (Paraíba-Brasil) e comparar os resultados nesses mesmos locais, dos níveis de sólidos totais e suas frações. 2
3 MATERIAIS E MÉTODOS O local de estudo foi o Rio Bodocongó, num trecho de aproximadamente 54,4 km e situado na bacia do mesmo nome, localizada no Sudeste do Estado da Paraíba, Brasil. Foram amostrados sete pontos (água e sedimento) demarcados ao longo do rio em estudos anteriores e georeferenciados com GPS. Na extensão escolhida para o presente estudo, o rio atravessa áreas urbanas e agrícolas e recebe os efluentes de uma estação de tratamento de esgotos. A jusante desse ponto incrementam-se as atividades agrícolas irrigadas e seu uso para balneabilidade e lavagem de roupas. As coletas foram mensais e ocorreram no período 11/12/1999 a 18/05/2001 para as amostras de água e de 18/01 a 18/05 de 2001 para o sedimento. Para a pesquisa de ovos de helmintos na água foi utilizado o método de Bailinger modificado (WHO, 1989) e para cistos de protozoários o método de Ritchie modificado (NEVES, 2000). No sedimento foram pesquisados ovos de helmintos pelas técnicas de Meyer et al. (1978) e Yanko (1987). Tanto para as amostras de água como para as de sedimento foram determinados sólidos totais, fixos e voláteis (método gravimétrico) segundo APHA (1995). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os métodos existentes para identificação e quantificação de cistos de protozoários e ovos de helmintos em água e sedimento derivam da parasitologia médica e foram desenvolvidos para detectar estes parasitas nas fezes humanas. Cada técnica tem suas vantagens e desvantagens e sua capacidade de recuperação é muito variável. Portanto nenhum método irá concentrar todos os parasitas com a mesma eficiência. No presente trabalho, independente do método, os ovos de foram isolados na água apenas nos quatros primeiros pontos do rio. Os métodos modificados de Bailinger e Ritchie foram utilizados e o primeiro (desenvolvido para ovos de helmintos) forneceu as maiores freqüências de aparecimento: aproximadamente duas vezes mais altas do que pelo método de Ritchie. Este último foi desenvolvido para cistos de protozoários embora permita também isolar ovos de helmintos. Com esta técnica se obtiveram menores valores de, entretanto observou-se maior diversidade do que com o método de Bailinger (Figuras 1 e 2). Freqüência de aparecimento de ovos de ,7 5,6 6,5 19,9 31,7 54,4 Distância (km) férteis (Bailinger) viáveis (Bailinger) Ascaris férteis (Ritchie) não férteis (Ritchie) Figura 1- Comparação das freqüências de aparecimento dos ovos de Ascaris pelos métodos modificados de Bailinger e Ritchie em amostras de água do Rio Bodocongó (PB-Brasil) no período de 11/12/99 a 18/05/01. 3
4 ST Sólidos Totais e Frações (mg/l) ,0 3,7 5,6 6,5 19,9 31,7 54,4 3 1 Freqüência de Parasitos STF STV E. coli (Ritchie) G. lamblia (Ritchie) H. nana (Ritchie) T.trichiura (Ritchie) Percurso do Rio (km) Figura 2- Freqüência de aparecimento de ovos de helmintos e cistos de protozoários pelo método modificado de Ritchie em amostras de água do Rio Bodocongó (PB-Brasil) no período de 11/12/99 a 18/05/01. A Figura 2 também mostra as flutuações dos sólidos totais nos diferentes pontos ao longo do rio: houve decréscimos ao longo dos 3,7 km iniciais devido à sedimentação e aumentos gradativos a jusante, com forte contribuição da fração fixa (de 64 até 78%). A fração dos sólidos voláteis teve flutuações sob a influência das algas, não havendo correspondência com os valores de ovos e cistos dos parasitas. Os ovos de foram isolados do sedimento dos quatro primeiros pontos independentes do método e em concentrações mais elevadas do que na água, devido à sedimentação. O método de Yanko forneceu maiores freqüências de isolamento e maior diversidade (Figura 3) Freqüência de aparecimento de ovos de helmintos ,0 3,7 5,6 6,5 19,9 31,7 54,4 Distância (km) férteis (Meyer) viáveis (Meyer) férteis (Yanko) inférteis (Yanko) viáveis (Yanko) duodenale (Yanko) H. nana (Yanko) Sólidos Totais (mg/l) T. trichiura (Yanko) 0 Sól. totais (mg/l) Figura 3- Freqüência de aparecimento de ovos de helmintos em amostras de sedimento do Rio Bodocongó (PB- Brasil) relacionada com sólidos totais no período de janeiro a maio de
5 CONCLUSÃO A quantificação dos ovos de helmintos em pontos demarcados ao longo do rio, tanto na água como no sedimento, mostrou que neste último as freqüências de aparecimento foram sempre significativamente maiores que na água. Esses resultados evidenciaram que a sedimentação foi o principal mecanismo que os removeu da fase líquida. Estes, ao sedimentarem no rio, fazem parte dos sólidos totais. Os mecanismos de autodepuração contribuíram com essa remoção, que foi ainda favorecida pelo percurso sinuoso do rio que diminui a turbulência em vários trechos originando Wetlands naturais onde as raízes das macrófitas agem como filtros e facilitam a decantação e retenção desses ovos. Os ovos mais freqüentes na água e no lodo foram os de Ascaris, em sua maioria viáveis, principalmente após as descargas dos efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto de Campina Grande-PB (Brasil). O isolamento de ovos viáveis, ou seja, de alta infectividade, representam um risco real à população que faz uso dessas águas, visto que as doses infectivas são extremamente baixas (1 ovo embrionado). Não foi observada uma relação direta entre ovos de helmintos, cistos de protozoários e sólidos totais, provavelmente pelas variações das freqüências de aparecimento dos ovos e dos cistos, associada tanto à intermitência desses parasitos nas descargas fecais da população servida pela rede coletora e, portanto na água residuária, como pelo próprio percurso do rio com seções de maior e de menor turbulência que facilitam o arrasto ou a sedimentação dos ovos; por outro lado, deve-se considerar também a contribuição com ovos de helmintos e cistos de protozoários das águas de escoamento superficial da bacia de drenagem, e as influências das variações sazonais das épocas de estiagem e de chuvas. Provavelmente essas entradas múltiplas ou contribuições diversas flutuantes com ovos e cistos, dificultam a associação entre SST e esses parasitas em sistemas aquáticos naturais; diferindo quanto ao que pode ocorrer em sistemas controlados, como em estações de tratamento de esgotos bem operadas e em condições ótimas de funcionamento. Em relação à saúde pública, os resultados evidenciam riscos elevados de contaminação para os usuários dessas águas, no geral pequenos agricultores, mulheres e crianças de baixa renda que precisam dessa fonte de água para higiene pessoal, recreação e irrigação. Na maioria dos casos dos agricultores e da população ribeirinha, uma parcela significativa do salário familiar tem origem na venda das culturas. Deve-se lembrar que a WHO (1989) sugere para o uso irrestrito de esgotos tratados na irrigação um limite de até 1 ovo/l de. Embora as determinações aqui efetuadas não sejam estritamente quantitativas, em todas as amostras positivas foram observados valores superiores a 1 ovo/l. Essas condições foram mais evidentes nas amostras coletadas nos 6,5 km iniciais do rio, que estão fortemente influenciadas pela descarga do efluente da Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Campina Grande-PB (vazão de 330L/s). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA - Standard methods for the examination of water and wastewater. 19 th. Washisgton D.C.: American Public Health Association, GELDREICH, E. E. La amenaza mundial de los agentes patógenos transmitidos por el agua. In: La Calidad del agua potable em América Latina. Ponderación de los riesgos microbiológicos contra los riesgos de los subproductos de la desinfección química. ILSI Argentina. OPS/OMS, JIMÉNEZ, C.B.E. La contaminación ambiental em México: causas, efectos e tecnología apropriada. México: Limusa, Colegio de Ingenieros Ambientales de México, C., Instituto de Ingeniería de la UNAM y FEMISCA, MEYER, K.B.; MILLER, K.D.; KANESHIRO, E.S. Recovery of Ascaris eggs from sludge. Jour Parasitol., v:64, n.2, NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana. 10ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, PESSÔA, S. B. ; MARTINS, V. Parasitologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S., STOTT, R. et al. Capacity of constructed wetlands to remove parasite eggs from wastewaters in Egypt. Water Science Technology, v.40, n. 3, WHO. Health Guidelines for the Use of Wastewater in Agriculture and Aquaculture. World Health Organization, Technical Report Series 778. Geneva: World Bank, YANKO W., Ocurrence of pathogens in didtribuition and marketing municipal sludges. In: Enviromental regulation and technology: control of pathogens and vector attraction in sewage sludge. Rapport U.S. EPA 625/r-92/013, 149. Washington: EPA,
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