PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DOS PROFISSIONAIS NO CONHECIMENTO E USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
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- Arthur Amaral Gentil
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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE - Campus de Cascavel - Centro de Ciências Sociais Aplicadas ESCOLA DE GOVERNO DO PARANÁ Gerência Executiva da Escola de Governo CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FORMULAÇÃO E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DOS PROFISSIONAIS NO CONHECIMENTO E USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE ROSA ANI HEINZMANN Cascavel Dezembro 2008
2 ROSA ANI HEINZMANN PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DOS PROFISSIONAIS NO CONHECIMENTO E USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Formulação e Gestão de Políticas Públicas. Orientador: Ivonei Freitas da Silva UNIOESTE Cascavel Dezembro 20008
3 ROSA ANI HEINZMANN PROPOSTA DE UM INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA IDENTIFICAR AS DIFICULDADES DOS PROFISSIONAIS NO CONHECIMENTO E USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Formulação e Gestão de Políticas Públicas, da UNIOESTE Campus de Cascavel/Escola de Governo do Paraná. Data da aprovação: / / Banca Examinadora: Prof. Ms. Ivonei Freitas da Silva Orientador Universidade Estadual do Oeste do Paraná Prof. Ms. Geysler R. F. Bortolini Universidade Estadual do Oeste do Paraná Prof. Ms. Marcio Miura Universidade Estadual do Oeste do Paraná
4 AGRADECIMENTOS A Deus, pela vida, força e lucidez. Em especial a minha família, que não mediu esforços para contribuir com este trabalho. Os meus pais, pelo dom da vida e pela transmissão dos ensinamentos e pela dignidade com que conduziram minha educação. Aos colegas de trabalho, pela compreensão e contribuições, minha gratidão. Agradeço ao meu orientador, professor Ivonei Freitas da Silva, de quem tive o apoio na construção deste trabalho.
5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO Tema e problema do trabalho Objetivo geral Objetivos específicos Justificativa Metodologia Estrutura do trabalho SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Sistemas de Informação Planejamento das ações saúde a partir das informações em saúde Sobre os sistemas de informação em saúde Sistema de informação de mortalidade Sistema de informações de agravos e notificação Sistema de informação de nascidos vivos Sistema de informação ambulatorial Sistema de informações hospitalares Sistema de informação de insumos estratégicos Sistema de informação de febre amarela e dengue Sistema nacional de informação de vigilância sanitária Sistema de informações sobre a qualidade da água para o consumo humano Sistema de informação da atenção básica Sistema de informação de vigilância alimentar e nutricional Cadastro nacional de estabelecimentos de saúde Cadastro nacional do SUS Sistema de informações do programa de humanização do pré-natal, parto e puerpério Sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos Sistema informatizado para acompanhamento da execução do incentivo à assistência farmacêutica na atenção básica Avaliação do programa de imunização ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA O Contexto da pesquisa Os resultados da pesquisa sobre os Sistemas de Informação em Saúde nos Municípios da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde Síntese e análise dos resultados CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...58 APÊNDICE...61 APÊNDICE A - Instrumento de pesquisa...62
6 APÊNDICE B - Resultado da pesquisa sobre o nível de conhecimento acerca dos Sistemas de Informação...65 APÊNDICE C - Resultado da pesquisa quanto às dificuldades encontradas no uso dos Sistemas de Informação...67
7 RESUMO Este trabalho monográfico tem como objetivo a apresentação de um instrumento de pesquisa visando obter um panorama do nível de conhecimento dos profissionais de saúde e as principais dificuldades que estes encontram no uso dos dados dos Sistemas de Informação em Saúde para o planejamento local dos 25 municípios da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde. Após a análise dos resultados da pesquisa apresenta-se proposta de capacitação dos profissionais no conhecimento dos Sistemas de Informação em Saúde objetivando a formulação de políticas, planos, programas, projetos, análise da situação e determinação de prioridades em saúde aliada a detecção das necessidades e da oferta de ações e serviços. Palavras chave: instrumento de pesquisa, profissionais de saúde, sistemas de informação em saúde, capacitação, planejamento.
8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS API CADSUS CNES CIB DATASUS DO HIPERDIA MS SI SIA SIH SIM SINAN SIAB SIES SINASC SMS SISAGUA SIFAB SIS SISFAD SISPRENATAL SISVAN SUS Avaliação do Programa de Imunização Cadastro do SUS Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde Comissão Intergestores Tripartite é o fórum de negociação entre a União, o Estado e os Municípios na implantação e operacionalização do Sistema Único de Saúde, SUS. Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde (MS), cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). Departamento de Informática do SUS Declaração de Óbito Sistema de Informação de acompanhamento do Programa de Hipertensão e Diabetes. Ministério da Saúde Sistema de Informação Sistema de Informação Ambulatorial Sistema de Informação Hospitalar Sistema de Informação de Mortalidade Sistema de Informação de Agravos e Notificação Sistema de Informação da Atenção Básica Sistema de Informação de Insumos Estratégicos Sistema de Informação de Nascidos Vivos Secretaria Municipal de Saúde Sistema de Informações Sobre a Qualidade da Água para Consumo Humano Sistema de Incentivo à Assistência Farmacêutica Sistema de Informação em Saúde Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue Sistema de Informações do Programa de Humanização do Pré-Natal, Parto e Puerpério Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional Sistema Único de Saúde
9 9 1. INTRODUÇÃO 1.1. Tema e problema do trabalho Tema: O uso de sistemas de informação em saúde para a gestão municipal no âmbito da 10ª Regional de Saúde. Problema: A falta de planejamento nas ações de uma gestão governamental acarreta em má distribuição de recursos públicos, ineficiente prestação de serviços públicos à sociedade, dificuldades na gerência de pessoas e recursos materiais. Na área de saúde isso é agravado, pois atinge diretamente a saúde das pessoas que dependem dos serviços públicos. Pressupõe-se que os municípios da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde alimentam e têm acesso aos sistemas de informação em saúde disponibilizados pelo Ministério da Saúde. No entanto, parece que os municípios não têm feito uso dessas informações para o planejamento local em saúde. Percebe-se que as informações disponibilizadas pelos Sistemas de Informação em Saúde não são utilizadas de forma efetiva no planejamento pelas Secretarias Municipais de Saúde especialmente porque tanto os gestores como as equipes não conhecem todos os dados e/ou informações disponíveis nestes sistemas. A partir de observações empíricas nas Secretarias Municipais de Saúde da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde verificou-se que um dos principais motivos da não utilização dos Sistemas de Informação pela gestão local é o não conhecimento dos sistemas, dos dados que estes fornecem. Pressupõe-se que a não institucionalização do planejamento, aliada ao entendimento de que os dados não são fidedignos e a insuficiente capacitação das equipes também são fatores que contribuem para o não uso dos dados no planejamento das ações de saúde. Para compreender essa problemática faz-se mister responder a uma questão, quais as dificuldades encontradas no uso dos diversos sistemas de informação em saúde pela gestão municipal? E, a partir da análise das respostas a essa questão, sugerir ações no sentido de propor à gestão municipal a institucionalização do planejamento a partir da análise dos Sistemas de Informação disponibilizados pelo Ministério da Saúde a todas as Secretarias Municipais de Saúde.
10 10 É através da leitura e utilização dos indicadores contidos nos Sistemas de Informação que o gestor público municipal tem a possibilidade de estruturar os planos, programas e projetos adequados à realidade local. Os Sistemas de Informação em Saúde disponibilizados pelo ministério da Saúde e pesquisados são: Sistema de Informação de Mortalidade; Sistema de Informações de Agravos e Notificação; Sistema de Informação de Nascidos Vivos; Sistema de Informação Ambulatorial; Sistema de Informações Hospitalares; Sistema de Informação de Insumos Estratégicos; Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue; Sistema Nacional de Informação de Vigilância Sanitária; Sistema de Informação da Atenção Básica; Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional; Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde; Cadastro Nacional do SUS; Sistema de Informações do Programa de Humanização do Pré-Natal, Parto e Puerpério; Sistema de Cadastramento e Acompanhamento dos Hipertensos e Diabéticos; Sistema Informatizado para Acompanhamento da Execução do Incentivo à Assistência Farmacêutica na Atenção Básica e Avaliação do Programa de Imunização, os quais, alimentados adequadamente, fornecem bancos de dados com indicadores que contribuem para o planejamento da saúde pública municipal. Para avaliar quais as dificuldades encontradas no uso dos Sistemas de Informação em saúde na gestão municipal pelas equipes locais de saúde nos 25 municípios da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde fez-se necessária a aplicação de um questionário, que foi respondido tanto por gestores como por trabalhadores de saúde envolvidos na gestão. A partir da análise dos dados coletados nos questionários chegou-se aos resultados que apontam para um nível de conhecimento insuficiente acerca dos Sistemas de Informação (SI) e que o planejamento local em saúde não está institucionalizado na rotina de trabalho das equipes de saúde. Verificou-se também que os dados/informações sobre a saúde da população e os procedimentos realizados pela equipe são lançadas nos SI pelos técnicos da equipe, mas, não é feita uma leitura regular destes no sentido de avaliar o impacto das ações Objetivos Objetivo geral Propor um instrumento de pesquisa para identificar as dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde dos municípios da área de abrangência da 10ª Regional de Saúde
11 11 na utilização dos Sistemas de Informação em Saúde visando o planejamento das ações da gestão municipal em saúde Objetivos específicos a) identificar os motivos porque os gestores de saúde dos municípios abrangidos pela 10ª Regional de Saúde não usam os Sistemas de Informação no planejamento das ações em saúde. b) demonstrar que os sistemas de informação são subutilizados pela gestão pública municipal de saúde na administração e planejamento. c) apresentar quais são os diversos sistemas em saúde disponibilizados pelo Ministério da Saúde e que dados apresentam para a gestão, e ainda, a importância da alimentação correta dos dados. d) construir um questionário que identifique as dificuldades encontradas pelos profissionais de saúde no conhecimento e uso dos sistemas de informação em saúde e) aplicar o questionário, avaliar/agrupar/analisar as respostas dos gestores e trabalhadores de saúde das prefeituras no âmbito da 10ª Regional de Saúde. f) conhecer e classificar em nível de importância as dificuldades que os trabalhadores de saúde encontram desde a alimentação dos dados até o uso efetivo da informação para gestão. g) lançar proposta de capacitação dos profissionais de saúde lotados nas Secretarias Municipais de Saúde visando habilitá-los a utilizar os diferentes Sistemas de Informação no processo de planejamento local Justificativa O uso dos Sistemas de Informação pode ser um fator decisivo para o planejamento das ações na área de saúde, até porque o planejamento consistente leva em consideração os dados da realidade. Neste sentido, os sistemas de informação devem ser alimentados com os dados da saúde da população de um determinado município, e estes dados devem compor um banco de dados local, regional e nacional que tem grande relevância na forma de um instrumento para o planejamento das ações de saúde, desde a implementação de programas locais até projetos de ação regionais. Trata-se de assunto relevante, pois, a partir das informações destes sistemas é que a gestão terá subsídios para planejar as ações em nível local. O conhecimento dos dados e
12 12 indicadores de saúde possibilitará à equipe estruturar políticas que vão ao encontro das necessidades reais da população atuando na prevenção e promoção da saúde. O papel da Regional de Saúde centra-se no apoio às ações municipais, tendo como missão essencial a assessoria na implementação das ações de saúde nos municípios. A Secretaria de Estado da Saúde objetiva institucionalizar o planejamento a partir do desenvolvimento de estratégias junto à gestão municipal contemplando o uso dos diversos Sistemas de Informação disponibilizados pelo Ministério da Saúde. O gestor municipal, por sua vez é responsável pelas ações de saúde que inclui a promoção, a proteção e a recuperação da saúde dos cidadãos. Para que estas ações sejam efetivas há que se pensá-las de forma planejada. Neste sentido o papel de assessoria da Regional é essencial. Tem-se, entretanto, que os diversos Sistemas de Informação são subutilizados nas secretarias Municipais de Saúde como ferramenta de gestão. Para tanto, conhecer os porquês das dificuldades do uso dos diversos sistemas é essencial, daí justifica-se a presente proposição. A experiência leva a algumas hipóteses elencadas abaixo: - Os Sistemas de Informação em Saúde são subutilizados como ferramentas de gestão por que são muito complexos e os gestores não sabem fazer a leitura dos dados disponíveis. - Os profissionais que alimentam os diversos dados nos sistemas encontram uma série de dificuldades. Há que se identificar estas dificuldades e em que nível estas se encontram, se são operacionais, institucionais ou tem outra origem e traçar um plano de ação para saná-las. - Conhecer quais as dificuldades enfrentadas pelos técnicos que prestam assistência para utilização dos diferentes Sistemas de Informação na ação diária visando o alcance das metas pactuadas. - Os gestores municipais são os responsáveis pelas ações de saúde em nível local. Entretanto, não se concebe um trabalho efetivo sem planejamento. Planeja-se a partir de informações concretas, estas por sua vez, são resultados dos dados trabalhados. Há que se identificar como os gestores usam os sistemas de informação na gestão das ações, se sabem usá-los e ainda se conhecem os sistemas e a sua importância no processo de planejamento municipal das ações de saúde. - Outra questão essencial é conhecer como se dá o planejamento em saúde a partir dos dados existentes.
13 Metodologia Os dados apresentados e analisados neste trabalho são frutos de uma pesquisa realizada junto às equipes municipais de saúde dos 25 municípios da 10ª Regional de Saúde. Para construção do instrumento de pesquisa procedeu-se a leitura de diversos trabalhos realizados em saúde, principalmente trabalhos de pesquisa junto às equipes em que houve a implantação de Sistemas de Informação em Saúde, com o objetivo de construir indicadores de acompanhamento referente à atenção à saúde da população e a integração com sistemas nacionais de informação, especialmente o artigo Avaliação do Projeto Gestão Saúde em Rede : um primeiro olhar do período pós-informatização na perspectiva da gestão (RIEVRS, 2006). Foi realizada a construção e a aplicação de um questionário com 09 (nove) perguntas fechadas. Optou-se por perguntas do tipo fechadas tendo em vista o curto espaço de tempo para realização da pesquisa, da tabulação de dados, análise e estruturação do presente trabalho. De modo geral, quem atua na gestão é o Secretário Municipal, um técnico na área de saúde e um técnico na área administrativa que o assessoram diretamente, por isso o objetivo inicial era entrevistar pelo menos 03 (três) trabalhadores de saúde de cada município desde que os mesmos atuassem diretamente na gestão, entretanto tendo em vista o prazo exíguo para realização dos trabalhos não foi possível aplicar o questionário a todos. Foram perquiridos 49 trabalhadores de saúde dos 25 municípios, assim distribuídos: em 06 (seis) municípios foram aplicados 03 questionários; em 13 (treze) aplicou-se 02 (dois) questionários e nos 05 (cinco) restantes aplicou-se 01 (um) questionário de forma direta, onde, o trabalhador de saúde respondeu às questões com acompanhamento do entrevistador. O instrumento de pesquisa foi aplicado a gestores e trabalhadores de saúde ligados à gestão das Secretarias Municipais de Saúde, ou seja, àqueles de atuam diretamente nas ações de planejamento. Destes encontrou-se os seguintes cargos: 19 enfermeiros; 14 secretários municipais de saúde; 04 técnicos administrativos; 04 digitadores; 02 agentes administrativos; 01 diretor administrativo; 01 médico veterinário; 01 gerente de divisão; 01 biólogo; 01 técnico de enfermagem; e, 01 agente de execução. Ao final, após a coleta e tabulação das respostas, procedeu-se uma análise das mesmas a fim de verificar os motivos do não uso dos Sistemas de Informação como um instrumento para o planejamento de ações em saúde no âmbito dos municípios.
14 Estrutura do trabalho No capítulo 2, apresenta-se, um breve referencial teórico onde os assuntos abordados são os Sistemas de Informação, o Planejamento em Saúde a partir dos Sistemas de Informação além da descrição sucinta dos Sistemas de Informação em Saúde disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde às Secretarias Municipais de Saúde e que são regularmente alimentados por estas, sendo em sua maioria obrigatórios por força de portarias ministeriais. Para conhecer um pouco da realidade fez-se necessário a aplicação de um instrumento de pesquisa, no terceiro capítulo deste trabalho está exposta a análise detalhada dos dados do questionário aplicado a trabalhadores de saúde dos 25 municípios de área de abrangência de 10ª Regional de Saúde. Nas considerações finais lança-se uma proposta de ação do Governo do Estado no sentido de instrumentalizar os trabalhadores de saúde dos municípios para que haja um efetivo uso das informações em saúde contidas nos diversos Sistemas de Informação objetivando, em última análise, a melhoria da atenção à saúde cidadão, numa linha de cuidado englobando a proteção, promoção e recuperação da saúde.
15 15 2. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 2.1. Sistemas de Informação Campos (1994), afirma que o Sistema de Informação é uma combinação estruturada de informação, recursos humanos, tecnologia de informação e práticas de trabalho, organizados de forma a permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização. Para Bio (1985), um Sistema de Informação é conceituado como sendo um conjunto de partes interdependentes no seu todo que podem ser partes de um todo maior. Um Sistema de Informação pode ser definido com um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em organizações e outras organizações. (LAUDON E LAUDON, 1999). Combinando os conceitos acima, tem-se que os Sistemas de Informação são compostos por elementos essenciais, quais sejam, a organização propriamente dita, os recursos humanos e a tecnologia. Com relação à organização há que se considerar necessária maturidade administrativa para implementação de um Sistema de Informação adequado às necessidades organizacionais. Os recursos humanos por sua vez necessitam de conhecimentos específicos e desenvolver a capacidade técnica para utilizar os Sistemas e os dados disponibilizados nestes. A tecnologia, por sua vez, deve estar minimamente adequada às necessidades do trabalho. De acordo com Laudon e Laudon (2004), os Sistemas de Informação podem auxiliar as organizações a estender seu alcance global, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e, talvez, transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios. Neste sentido, usar com habilidade, conhecimento e técnica os Sistema de Informação em Saúde (SIS) é indispensável para o sucesso também na gestão pública. A utilização dos SIS como instrumento para dar sustentação ao planejamento é essencial, pois, levará à decisões mais acertadas e de acordo com a realidade melhorando as ações em saúde sejam elas, de vigilância, de promoção, proteção ou de recuperação da saúde dos cidadãos. Além disso, pode causar impacto direto na organização do trabalho da equipe, e conseqüente aumento no nível de satisfação dos trabalhadores de saúde e dos cidadãos que utilizam o Sistema Único de Saúde.
16 16 Para Dias (2004) a relação que existe entre o Planejamento Estratégico de uma empresa com a informação disponível no âmbito corporativo é consideravelmente forte, pois os parâmetros que orientam o seu desenvolvimento são as informações geradas, acessadas, transformadas e consumidas em todos os níveis hierárquicos. Ainda, de acordo com O Brien (2001), Sistema de Informação é um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma organização. Entretanto, além da tecnologia que envolve hardware, software, as redes, acesso è rede mundial de computadores, os bancos de dados, as informações extraídas deste e os recursos humanos há um componente essencial no planejamento público, qual seja, o componente político. De nada adianta viver num período em que existe grande agilidade na disseminação de informações tendo em vista os Sistemas de Informação e a facilidade de acesso via rede mundial de computadores se a gestão pública não está preparada para incorporar esse instrumental a serviço do processo de trabalho. Para tanto, assim como nas empresas as informações são fontes geradoras de negócios, propiciando oportunidades de negócios aumentando a lucratividade, no setor público, especialmente no setor saúde os SIS devem ser utilizados como instrumental a serviços do planejamento das ações visando a melhoria das condições de trabalho, de atenção ao cidadão permitindo intervenções em tempo real visando a melhoria da qualidade de vida da população. Para que isso ocorra, ou seja, para que a institucionalização do planejamento a partir de Sistemas de Informação em Saúde seja uma realidade é essencial que os trabalhadores de saúde dominem o uso dos SIS e valorizem os dados neles contidos. O processo da valorização dá-se desde a inserção dos dados nos SIS até a leitura destes e o uso no tempo e oportunidades adequados compartilhando as informações com a equipe de trabalho realizando, por conseguinte, ações coordenadas e um trabalho cooperativo objetivando alcançar a melhoria da qualidade do trabalho e conseqüentemente dos indicadores de saúde. Assim como a administração de uma organização necessita identificar problemas e oportunidades e a maneira de utilizar os SI para aumentar sua capacidade de reação ao mercado, os gestores públicos da saúde, da mesma forma, necessitam conhecer os indicadores apresentados pelos SIS transformando em vontade política o uso sistemático destes instrumentos.
17 Planejamento das ações saúde a partir das informações em saúde As áreas de informação e informática em saúde têm assumido papel cada vez mais relevante em nível mundial, sendo bastante positivas as experiências de alguns países, particularmente aqueles com sistemas públicos de saúde que priorizaram a gestão da informação como estratégia para avançar nas suas políticas de saúde, tendo como meta a melhoria das ações de saúde (NAFFAH FILHO, 2006). Enfatiza o autor, que Brasil tem compartilhado da mesma preocupação, pois o Ministério da Saúde estabeleceu como um de seus objetivos prioritários a definição de uma política nacional de informação e informática em saúde, entendendo-a como essencial para alcançar uma maior eqüidade, qualidade e transparência dos serviços de saúde. Sobre o uso da tecnologia na saúde, Évora (in: Lopes, 2002) menciona três categorias do que pode ser chamado de tecnologia dos cuidados em saúde: a tecnologia biomédica, a qual utiliza máquinas e aparelhos complexos na assistência ao paciente; a tecnologia da informação, que se refere à matriz eletromecânica utilizada para administrar e processar informações; e a tecnologia do conhecimento, caracterizada pela interposição de aparelhos eletrônicos entre o paciente e o enfermeiro de forma a influenciar na prática técnica. No presente estudo o foco de interesse é a tecnologia da informação, que se refere à matriz eletromecânica utilizada para administrar e processar informações. Percebe-se nitidamente que houve uma mudança no perfil da aplicação da informática e dos sistemas de informação que era basicamente utilizada pra estudos teóricos passando a ser aplicada nos ambientes de trabalho. Entendendo-se a informática como instrumento de processamento de dados das diversas áreas num sistema complexo de saúde como é o Sistema Único de Saúde os SI passam a consubstanciar instrumental essencial no planejamento da gestão e nas ações de saúde. Estudos apontam para o fato de que nas informações em saúde prevalecem os modelos pautados na lógica da oferta de informações isso devido a duas principais motivações de acordo com Marteleto (2007), em primeiro lugar, as novas tecnologias eletrônicas e digitais aumentam as possibilidades de organização, tratamento, recuperação e uso dos conhecimentos, o que acarreta uma abundância informacional que parece favorecer a visão unilateral dos processos de comunicação/informação. A segunda motivação dessa prevalência estaria relacionada à visão do que seja ciência presente no imaginário científico e social. Afirma ainda a autora que apesar da expansão e importância do conhecimento
18 18 científico para diferentes esferas e atores sociais nos dias de hoje, ainda se faz presente no campo científico e nas políticas de ciência e tecnologia uma visão positivista e elitista da ciência e das possibilidades de apropriação dos seus produtos e informações pela sociedade. E, de acordo com Ribeiro et al (2007), a complexidade das tarefas governamentais na atualidade sugere que processos de interação virtual, capazes de agilizar a circulação e troca de informações entre governos e sociedade nos espaços de produção de políticas públicas, podem contribuir para intervenções mais resolutivas e sintonizadas com a heterogeneidade e diversidade dos problemas sociais. Um aspecto relevante é que nas sociedades onde a informação tem peso no desenvolvimento de ações na gestão pública e que a atuação está voltada para a política institucional há uma constante contribuição no desempenho das tarefas dos funcionários e das organizações desencadeando a transformação da realidade onde a garantia dos direitos individuais são assegurados por políticas públicas. A atuação dos profissionais de saúde, orientados por relatórios concisos que refletem a realidade, construídos a partir de dados de SIS orientam o aperfeiçoamento dos planos, programas e s projetos governamentais que se convertem em ação voltada para as necessidades da população possibilitando o planejamento das ações além de se converterem em processo de prestação de contas à sociedade viabilizando efetivo controle político e social. Neste contexto, a produção e socialização de informação, vinculadas ao alargamento dos espaços de discussão pública, são identificadas como insumos fundamentais para ações institucionais orientadas à constituição de processos de planificação social democráticos. (GUENDEL, in: RIBEIRO et al, 2007). Evidencia Ribeiro et al (2007), que a associação entre informação, tecnologia e política vem sendo abordada a partir de diferentes perspectivas: como requisito para aliviar o déficit estrutural e funcional do sistema político, como condição para a eficiência e democratização da gestão governamental, como recurso de "empoderamento" da sociedade civil e como meio para reduzir distâncias entre nações mais e menos desenvolvidas, entre outras aproximações não menos importantes, como já mencionado. Existe um movimento estruturado em nível nacional, através da Comissão Intergestores Tripartite - CIB, comissão esta, composta por representantes dos três níveis de governo o que tem ampliado a discussão na atualização do acompanhamento dos diversos indicadores de saúde desencadeando ações de regulação e acompanhamento do planejamento dos gestores visando à integração regional, macro regional, estadual e nacional, principalmente a distribuição de recursos de forma eqüitativa entre as unidades federadas.
19 19 Nesse escopo, o artigo de Ilara Moares e Maria Nélida Gómez, Informação e Informática em Saúde: caleidoscópio contemporâneo da saúde citado por Marteleto (2007), partindo do pressuposto da formação de um intercampo de informação e informática em saúde na contemporaneidade, composto por processos sócio-políticos e epistemológicos, pretende estudar as possibilidades de uma ação informacional no campo da saúde, capaz de ampliar as respostas do Estado na melhoria das condições de vida da população brasileira. O conhecimento das condições de saúde da população, o perfil epidemiológico desta, ou seja, os determinantes das doenças, a freqüência, e tipo de doenças que acometem determinada população são fornecidos pelos SIS. Proporcionam ao gestor dados adequados e suficientes para construção de um diagnóstico e análise da situação desencadeando em planejamento efetivo com o estabelecimento de prioridades. Impulsionam, por conseguinte, a implementação de novos projetos de ação, proporcionando indicadores de avaliação e monitoramento das ações de saúde. E ainda, são instrumentos para elaboração de análise e estudos de situações específicas, como por exemplo, da mudança do perfil epidemiológico, das tendências de mortalidade, e, fonte de informação sobre fatores de risco que ameaçam a saúde da população. Para Naffah Filho (2006), um dos principais objetivos de um Sistema de Informação é garantir dados e informações de qualidade para que os diferentes gestores do sistema de saúde possam executar as ações adequadas de planejamento e de serviços e atividades em saúde, tendo sempre como objetivo uma melhoria da saúde do cidadão. Conta-se com diversos SI implantados nas Secretarias Municipais de Saúde, este são alimentados via internet, sendo que os bancos de dados ficam disponíveis para gestão, fornecendo informações sobre doenças, dados epidemiológicos, alertas sanitários, livros e revistas eletrônicas, de educação em saúde além de aplicações de tele-medicina, legislação vigente, manuais de orientação dos programas, e protocolos clínicos. De acordo com Teixeira, (2004) a observação, ainda que assimétrica da realidade, tem revelado que a alimentação obrigatória dos bancos de dados de base nacional pouco tem contribuído para apoiar o processo de tomada de decisão local. Percebe-se um desconhecimento sobre as potencialidades das informações para o processo de formulação e monitoramento das políticas e ações de saúde. A operacionalização de gestão descentralizada do SUS no conjunto das unidades político administrativas da Federação requer o empoderamento dos trabalhadores de saúde e dos gestores locais no sentido de dominar os diversos SI disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
20 20 É preciso, todavia, uma ação mais concreta dos governantes no sentido de instrumentalizar os profissionais de saúde. Para que ocorram as mudanças institucionais, gerenciais e administrativas exige-se, além de atualização permanente das informações governamentais a produção de conhecimentos capazes de levar a reorganização do cuidado à saúde da população; informações sensíveis a atender situações locais, e acima de tudo, trabalhadores de saúde capacitados que podem contar com condições de trabalho a fim de implementar as políticas de saúde. Parafraseando Teixeira (2004), a utilização dessas informações no processo de tomada de decisão, recai sobre a necessidade de formação gerencial que incorpore o conhecimento epidemiológico às práticas de gestão, associada ao entendimento da relação entre organização de serviços e enfrentamento dos problemas prioritários de saúde da população sob a responsabilidade sanitária daquele gestor. O necessário fortalecimento da capacidade gerencial passa invariavelmente por iniciativas de capacitação, formação e educação permanente em saúde. Estas ações contribuirão no uso adequado das informações disponíveis nos Sistemas de Informação em Saúde as quais servem de suporte no planejamento em saúde além de contribuir com a racionalização dos Sistemas de Informação disponibilizados pelo Ministério da Saúde Sobre os sistemas de informação em saúde Os sistemas de Informação em Saúde são desenvolvidos pela equipe do Departamento de Informática do SUS - DATASUS, disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde a todos os gestores municipais, estaduais bem como aos prestadores de serviços do SUS, estando disponíveis na página do DATASUS: Na página de abertura encontram-se uma série de orientações com a explicação: Em Sistemas e Aplicativos, estão estruturadas as opções para os principais sistemas de processamento de dados do DATASUS, com descrição sumária, principais objetivos e configuração mínima de equipamento para sua utilização. Informações adicionais podem ser obtidas através dos núcleos estaduais de fomento e cooperação técnica. A concepção de integração sistêmica dos produtos, base para a construção do Sistema Nacional de Informações em Saúde (SNIS), qualifica o avanço na produção e utilização das informações. E ainda, É importante ressaltar que a gratuidade na distribuição dos produtos subsidia a construção de uma parceria na tarefa de informatização do SUS.
21 21 Cabe aqui esclarecer que a quase totalidade dos Sistemas de Informação são de alimentação obrigatória, por força de portarias ministeriais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, Sistema de Informação em Saúde SIS é um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. Esta definição encontra-se em diversos documentos publicados por órgão oficiais de saúde do país, especialmente em documento elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina no site: SistemasInformacaoSaude.pdf. Considera-se que a transformação de um dado em informação exige, além da análise, a divulgação, inclusive, recomendações para a ação. Na saúde como em qualquer outra atividade a informação é obtida através da análise dos dados, sendo esta redutora de incertezas e valoroso instrumento de detecção de prioridades. A análise dos dados e a organização estruturada destes levam a um planejamento responsável orientando para execução de ações com o estabelecimento de prioridades possibilitando às transformações necessárias da realidade Entende-se, por conseguinte, que o planejamento é um processo de tomada de decisão e implementação de ações visando atingir um objetivo desejável com base numa situação atual. Neste sentido, é importante que a equipe local conheça os diversos Sistemas de Informação em Saúde, pois, uma vez que os dados passam ser, além de alimentados localmente e analisados pela equipe geram subsídios para o planejamento local. Outro aspecto relevante é que conhecendo os Sistemas de Informação em Saúde a equipe poderá contribuir para melhoria da qualidade dos dados além de contribuir com o aperfeiçoamento dos sistemas. Ainda hoje há uma centralização dos dados, o que por um lado é salutar, pois a criação e manutenção de bancos de dados que centralizam as informações é essencial para que se possa ver o todo do país. Por outro lado, a centralização da análise ocasiona atrasos na programação de intervenções mais ágeis e efetivas, uma vez que a demora do retorno para o nível local causa acomodação de equipe e demora na intervenção da realidade. Conhecer os Sistemas de Informação e o conjunto de passos de cada um destes é fundamental para garantir a fidedignidade dos dados e sua utilização em tempo real, sem perder de vista que os Sistemas de Informação em Saúde são ferramentas valiosas na melhoria da qualidade da gestão na saúde e da assistência aos cidadãos.
22 22 A seguir, far-se-á uma breve exposição dos Sistemas de Informação mais utilizados pelos gestores municipais, estaduais e federal. Para construção desta utilizou-se basicamente leituras acerca dos SI na página oficial do DATASUS e os manuais dos diversos SIS, que podem ser encontrados no site do Ministério da Saúde Sistema de informação de mortalidade O Ministério da Saúde disponibiliza aos gestores municipais e estaduais de saúde o Sistema de Informações de Mortalidade SIM que tem como objetivo o cadastro dos óbitos a partir da declaração de óbito DO. Este sistema oferece dados de relevância para definição de prioridades nos programas de prevenção e controle de doenças a partir das declarações de óbito. É uma ferramenta importante para os gestores, pesquisadores e entidades da sociedade; aos gestores têm especial importância, pois, fornece dados essenciais para a vigilância sanitária e epidemiológica, além de estatística de saúde e demografia Sistema de informações de agravos e notificação O Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN é disponibilizado pelo Ministério da Saúde para todos os gestores municipais e estaduais devendo ser alimentado regularmente quando da notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam de lista de doenças de notificação compulsória. A alimentação regular das informações sobre as doenças de notificação obrigatória como diarréias, dengue, malária, meningite, que estão ocorrendo, em qual localidade, a idade e o sexo das pessoas, permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de uma determinada doença ou agravo em determinada população ou área geográfica. Tem como objetivo principal o fornecimento de subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, contribui na democratização da informação ao permitir que os profissionais de saúde têm acesso, bem como, na identificação de uma realidade epidemiológica em determinada área ao indicar riscos aos quais determinado grupo de pessoas está sujeito. Visa, principalmente, o controle de doenças e agravos de notificação compulsória com base em informações sobre o número de casos segundo semanas epidemiológicas.
23 23 Relevante destacar que seu uso regular faz um instrumento essencial no auxílio do planejamento em saúde, pois, passa a indicar prioridades e ao subsidiar análises epidemiológicas e tomadas de decisões permite a avaliação do impacto das intervenções da gestão Sistema de informação de nascidos vivos O Sistema de Informação de Nascidos Vivos SINASC foi implantado pelo Ministério da Saúde a partir de 1990 com o objetivo de obter informações sobre os nascimentos tornou obrigatória a alimentação dos dados em todos os estabelecimentos de saúde que fizerem atendimento a partos. O instrumento de coleta de dados é a Declaração de Nascidos Vivos DN a qual fornece informações sobre o nascimento, sobre as mães e sobre os recém-nascidos, sobre a gestação e o parto, oferecendo dados epidemiológicos de determinada área geográfica e estimativas de níveis e padrões de fecundidade em determinada região e faixa sócio econômica. Além disso, apresenta variáveis importantes como: sexo, peso ao nascer, tipo de parto, local de ocorrência, duração da gestação, número de consultas prénatais realizadas, grau de instrução da mãe. Este sistema regularmente alimentado pelos serviços de saúde e forma um banco de dados disponível para pesquisas e para os gestores; fornece o número de nascidos vivos, as características da mãe, do parto e da criança ao nascer, além de compor os dados para o cálculo da taxa de mortalidade infantil, cujo denominador é o número de nascidos vivos. Possibilita estudos sobre os riscos a que estão expostas as crianças além de fornecer importantes dados epidemiológicos que viabilizam o planejamento de ações de vigilância integral à saúde da mulher e da criança; proporciona dados para implementação de ações em hospitais na área de vigilância em saúde e no direcionamento de ações da gestão em saúde local Sistema de informação ambulatorial O SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS é alimentado por todos os estabelecimentos de saúde que prestam serviços ao SUS (Ministério da Saúde, 2004). Para o estabelecimento de saúde, tem como objetivo principal a apresentação dos procedimentos realizados em determinado período visando a contrapartida financeira, entretanto, para o gestor é fonte de dados de avaliação e planejamento.
24 24 Este SI contém informações que agilizam os procedimentos de pagamento dos serviços produzidos e permitem analisar o perfil da oferta de serviços ambulatoriais, através do acompanhamento das programações físicas e orçamentárias e das ações de saúde realizadas em determinado prestador de serviços ao SUS. Traz variáveis importantes como a identificação e caracterização da unidade prestadora e procedimentos específicas realizados, além de apontar indicadores do quantitativo de consultas médicas ou outro tipo de procedimento por habitante ao ano e por consultório ou equipamento/estabelecimento, exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas geral ou por especialidade. Os gestores têm no Sistema de Informação Ambulatorial instrumento importante de informação da capacidade instalada em tem-se conhecimento da rede ambulatorial como, serviços de pronto-socorros, unidades básicas de saúde, consultórios médicos e odontológicos, policlínicas, clínicas especializadas, laboratórios, serviços de radiologia, entre outros. Este sistema tem importância vez que além de demonstrar a capacidade, estrutura instalada de serviços ambulatoriais, e a necessidade de atualização do cadastro, retrata o quantitativo de serviços prestado e as distorções na programação. Traz o quadro de moléstias podendo haver a confrontação entre as patologias mais freqüentes podendo ser realizada análise no número de consultas habitante ano, a freqüência da realização de procedimentos. Como é possível a análise da situação cadastral e o acompanhamento das ações dos estabelecimentos de saúde, possibilita ao gestor ações de regulação, controle, avaliação a auditoria além de planejamento em saúde Sistema de informações hospitalares O Ministério da Saúde disponibilizou para todos os gestores e estabelecimentos de saúde que prestam serviços ao SUS o Sistema de Informações Hospitalares SIH/SUS que tem por objetivo inicial a apresentação de informações por parte dos prestadores de serviços dos procedimentos hospitalares realizados a fim de viabilizar o pagamento da produção dos serviços hospitalares, em suma, processa as Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) realizadas pelo SUS. Processando as informações da produção hospitalar disponibiliza aos gestores mensalmente informações sobre recursos destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as principais causas de internação por serviço no município no estado e no país. Os dados que por um lado são lançados pelo prestador como forma de comprovar os internamentos e receber a contrapartida demonstram aos gestores informações sobre a
25 25 saúde da população, pois, mostram a relação dos procedimentos mais freqüentes as causas de internamentos realizados mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantidade de leitos ocupados por especialidade médica e o tempo médio de permanência do paciente no hospital, entre outras informações. O SIH traz também indicadores importantes como o tempo médio de permanência geral ou por causa específica, o valor médio da internação geral ou por causa específica, a proporção (%) de internações por causa ou procedimento, a taxa de mortalidade hospitalar geral ou por causa específica, a taxa de internamentos de uma determinada população, entre outros. Disponível em âmbito nacional para consulta, através de tabulações via Internet, informa também a capacidade instalada em termos do número dos hospitais, do quantitativo de leitos, as especialidades destes, quantos são públicos ou privados credenciados ao SUS, e, sua resolutividade, sendo desta forma, importante ferramenta a serviço do planejamento da gestão possibilitando atividades de regulação, controle, avaliação e auditoria, além de ações das vigilâncias epidemiológica e sanitária Sistema de informação de insumos estratégicos O Sistema de Informações de Insumos Estratégicos SIES visa disponibilizar as informações necessárias à gestão de recursos do Programa de Dispensação de Insumos para diversas ações em saúde, por exemplo, vacinas, insulina. Tem como meta realizar o controle da aquisição e da distribuição feita aos estados dos insumos e imunobiológicos adquiridos através dos Convênios, Contratos e Portarias realizadas entre o Ministério da Saúde e os Laboratórios Nacionais e consolidação dos dados de distribuição tais como o quantitativo, a data de distribuição e o estado da federação para onde forma distribuídos. Objetiva fornecer documento técnico contendo informe sobre aquisição de insumos, por laboratório nacional (fabricante), período e tipo de insumo estoque destes, sobre a distribuição dos insumos de aquisição nacional, para os estados, relacionando os insumos, número dos pedidos recebidos e atendidos por UF, data do pedido e quantidade autorizada através do SIES - Sistema de Informação de Insumos Estratégicos; análise sobre os preço unitário e preço total por insumo, no ano visando análise comparativas dos gastos realizados com as aquisições de soros e vacinas provenientes dos Laboratórios Nacionais. E ainda, fornecer informações sobre a distribuição de insumos adquiridos, para os estados/região, relacionando o número dos pedidos recebidos e atendidos por Unidade da
26 26 Federação, data do pedido e quantidade autorizada através do SIES - Sistema de Informação de Insumos Estratégicos. Além de fornecer documento contendo análise dos informes sobre os preços unitários e preço total por insumo, no ano visando análise comparativa dos gastos realizados com as aquisições de soros e vacinas provenientes dos Laboratórios Nacionais. Os municípios cadastram via on-line os pacientes podendo visualizá-los posteriormente no próprio sistema, o gestor pode acompanhar a distribuição de recursos de forma equilibrada e controlada. Possibilitando a gestão de recursos e controle dos próprios para Insumos Estratégicos de Saúde com vistas ao atendimento da Emenda Constitucional nº 29/ Sistema de informação de febre amarela e dengue O Sistema de Informações de Febre Amarela e Dengue SISFAD tem por objetivo vigiar sistematicamente o índice de infestação predial de uma área delimitada, isto é, o percentual de imóveis com a presença do mosquito transmissor da febre amarela e dengue baseado no número total de imóveis visitados, a fim de facilitar o pronto diagnóstico, isto é, saber da presença do mosquito e da magnitude desta presença. (SIFAD, 2000). Este sistema tem por objetivo apontar a presença do mosquito a fim de desencadear ações de combate dos focos ou do controle nos casos em que não se faz possível o uso de inseticidas. São os municípios que prestam as informações a fim de que se conheça a realidade possibilitando saber o índice de infestação predial pelos mosquitos Aedes aeyipti bem como quais são os hábitos destes e em que tipo de local se encontra. A partir das informações alimentadas pelos gestores municipais gera-se um banco de dados regional. Este banco de dados regional é consolidado pelo estado passando a integrar o banco de dados nacional no Ministério da Saúde sob a coordenação da Fundação Nacional de Saúde. Neste sentido, de acordo com Roseli La Corte dos Santos (2002), a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) recebe de todos Estados brasileiros, por intermédio do Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue (FAD), dados sobre a infestação de Aedes aegypti e Ae. albopictus. As informações são oriundas de amostras coletadas com vistas à determinação dos índices de infestação em áreas com a presença de Ae. aegypti. Além disso, também são geradas informações da vigilância entomológica, com uso de larvitrampas ou ovitrampas, para municípios inicialmente sem infestação.
27 27 Verifica-se que o SISFAD é uma ferramenta de suma importância no planejamento das ações de combate á dengue tanto em nível local, municipal, regional, estadual e federal, pois, possibilita conhecer a realidade sobre os níveis de infestação pelo vetor que é o mosquito Aedes eagypti, o transmissor da doença Sistema nacional de informação de vigilância sanitária O Sistema Nacional de informações de Vigilância Sanitária SINAVISA objetiva fornecer informações e ferramentas gerenciais e operacionais que possibilitam a criação de um banco de dados dos estabelecimentos de saúde, da tramitação dos processos, do acompanhamento das vistorias, entre outros. Neste sentido, é importante ferramenta para os gestores municipais, estaduais e federal de saúde, pois, além da troca de informações contempla o acompanhamento da ações tanto por parte dos gestores como das equipes da Vigilância Sanitária. Para enfatizar a importância do SINAVISA como ferramenta de gestão transcreve-se a conceituação encontrada no site da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas(2008) este é tido como o Sistema de Informação que tem a finalidade de dotar a Vigilância Sanitária de ferramentas gerenciais e operacionais capazes de agilizar registros, análises e, sobretudo auxiliar a instituição no planejamento e execução de ações, tanto para o corpo técnico quanto para gestão de VISA Sistema de informações sobre a qualidade da água para o consumo humano O Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) tem o objetivo de coletar registrar, transmitir e disseminar os dados gerados rotineiramente, provenientes das ações de vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. A produção dessas informações é fundamental para nortear as decisões e o direcionamento das práticas da vigilância em todos os níveis do SUS. De acordo com esta portaria o sistema divide-se em três módulos: o cadastro, o controle e a vigilância. Com o cadastro forma-se um banco de dados de todos os sistemas de abastecimento de água e das soluções alternativas de coleta desta. Este cadastro é realizado em nível local sob responsabilidade da Vigilância Ambiental em Saúde do município. É também a Vigilância local responsável pelo controle alimentando o sistema com as informações do monitoramento da qualidade da água que é
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