O livro que falava com o vento e outros contos
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- Cássio Bergmann Cruz
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1 LER a partir dos 10 anos GUIA DE LEITURA MARIAALZIRACABRAL O livro que falava com o vento e outros contos JOSÉ JORGE LETRIA Ilustrações de Alain Corbel
2 Apresentação da obra O Livro Que Falava com o Vento e Outros Contos contém um conjunto de sete contos que divertem e ensinam. Falam sobre os livros, o saber, a escrita, os escritores. Mas, acima de tudo, directa ou indirectamente, o grande tema destes contos é a imaginação «[ ] um sopro que nos invade e que usa a linguagem para poder contar todas as histórias que andam pelo mundo, nas asas do vento, em busca de ouvintes que queiram escutá-las, para depois as contarem outra vez, sempre com a esperança de conquistarem novos leitores.» Leitura da obra 1 Contos mais breves uma sessão de leitura, em voz alta, de 45 minutos. 1. «O rato de Alexandria», pág. 17; 2. «O rei dentro do livro», pág. 33; 3. «A caneta viajante», pág. 41; 4. «O sábio, o califa e o saber», pág. 57. Contos mais longos duas sessões de leitura de 45 minutos ou uma de 90 minutos, com momentos de leitura em voz alta 2 e momentos de leitura silenciosa. 1. «O livro que falava com o vento», pág. 5; 2. «A arca do menino que inventava poetas», pág. 25; 3. «História com mata-borrão», pág O jovem poderá ler todos os contos da colectânea ou apenas alguns. A leitura poderá ou não ser sequencial. 2 O jovem deve ter o livro aberto durante os momentos de leitura em voz alta, de forma a seguir o texto que está a ser lido. Por um lado, será uma forma de manter a atenção durante um período de tempo mais longo; por outro lado, a ilustração ajudará, em certas situações, a compreender o que está ser ouvido. 2
3 Antes, durante e depois da leitura Antes de cada sessão, a propósito do que vai ser lido, o adulto (professor, pai ou outro) pode estabelecer diálogo com o jovem como forma de motivação e de apoio à leitura. Contos mais breves 1. Antes da leitura Diálogo sobre figuras e factos que se relacionam directa ou indirectamente com o conto que vai ser lido. Previamente, o adulto recolhe alguma informação, fornecendo-a ao jovem de forma a despertar-lhe a curiosidade sobre o que vai ser lido. Deve-se, sempre que possível, partir de uma imagem para o diálogo. a) «O rato de Alexandria» (pág. 17): a biblioteca de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo. Imagem: mosaico da batalha de Issus, mostrando Alexandre e o seu cavalo Bucéfalo; fotos do filme Alexandre, o Grande. b) «O rei dentro do livro» (pág. 33): reis portugueses; outros reis: rei Artur, Ricardo, Coração de Leão, etc. Imagem: estátua de D. Afonso Henriques (Guimarães ou castelo de São Jorge, em Lisboa). c) «A caneta viajante» (pág. 41): instrumentos de escrita ao longo dos tempos (pincel, pena de pato, caneta de aparo, ponteiro de ardósia, caneta de tinta permanente, lápis, esferográfica, máquina de escrever, computador). Imagem: Caneta de tinta permanente ou ponteiro de ardósia. d) «O sábio, o califa e o saber» (pág. 57): O que é um sábio? citar alguns nomes (Galileu, Newton, Leonardo da Vinci, etc.). Imagem: Mona Lisa. 2. Durante e depois da leitura A leitura destes contos pode ser feita sem pausas e conduzir a actividades tais como: identificação das personagens e locais da acção; reconto da história; dramatização improvisada do conto. 3
4 Contos mais longos A título de exemplo, sugere-se a exploração de dois dos contos mais longos. «O livro que falava com o vento» 1. Antes da leitura O jovem manuseia o livro, de forma a aperceber-se de que se trata de um objecto. ASPECTO EXTERIOR a) Observa a capa, a contracapa e a encadernação este livro tem as folhas 1 unidas com cola e a capa mole ou brochada. Observa livros com outro tipo de encadernação: cartonados e cosidos; brochados e cosidos. Observa ou toma conhecimento, através do diálogo, da existência de livros mais luxuosos com capa de tecido, de carneira, de couro, de pergaminho, de metal, etc. b) Lê o título do livro e o nome do autor. c) Formula hipóteses sobre a história que vai ouvir e sobre quem será o narrador ou narradores (O próprio autor? O livro? O vento? Uma outra personagem?). d) Distingue narrador e autor (o adulto colabora neste exercício, lembrando histórias em que existem diferentes narradores. Ex.: Memórias de Um Cavalinho de Pau, de Alexandre Parafita, n. 2 da Série Laranja desta Colecção). ASPECTO INTERIOR E CONTEÚDO a) Abre o livro. Observa a folha de rosto ou frontispício; lê a ficha técnica e verifica o número da edição do livro que vai ler (através do diálogo, o jovem ouve e dá exemplos de livros que têm várias edições; ao ser feita uma nova edição, o autor pode fazer alterações ao texto, e daí resulta uma nova versão da obra; ouve falar de «edições de bolso»). b) Verifica o número de páginas; consulta o índice que lhe dá a saber que o livro contém sete contos ou histórias (O que é uma história? Diferentes tipos de histórias: de amor, de aventura, policiais, de cavalaria, de capa e espada, de viagem, de mistério, etc.). 1 Trata-se, na realidade, de cadernos com 16 páginas cada um. 4
5 c) Revê os conceitos de «personagem», «enredo» e «desfecho» (refere as duas personagens do conto, apresentadas no título; imagina se a história terá um enredo simples ou complicado; explica com exemplos o que é o desfecho de uma história). O adulto fornece à criança o registo escrito do vocabulário essencial para a leitura do conto 1 : Autor, n. Carneira, n. Desfecho, n. Edição, n. escritor. pele de carneiro preparada. conclusão ou desenlace do enredo. conjunto dos livros impressos na mesma ocasião. Encadernação, n. processo de acabamento de um livro que consiste em coser as folhas, para formar cadernos, colocando-lhe uma capa. Enredo, n. História, n. Leitor, n. Página, n. Personagem, n. Versão, n. as peripécias da história. narrativa ou relato de acontecimentos. quem lê. cada uma das faces da folha. Cada folha tem duas faces ou páginas: frente e verso. figuras da narrativa que agem e fazem avançar a acção. variante. 2. Durante a leitura Leitura em voz alta dos sete primeiros parágrafos até «[ ] a partir dos sons dispersos que andavam no ar e nas páginas do livro de leitura.», pág. 8. Controlo da leitura: o jovem descreve a personagem principal do conto, ou seja, o livro (aspecto exterior e conteúdo), indica o local onde ele se encontrava e o que sentia o narrador por ele. Relê passagens do texto que justifiquem as suas afirmações. 1 O registo escrito deverá ser arquivado no dossiê previsto para o efeito (consultar pág. 8 deste Guia). 5
6 Leitura silenciosa do ponto onde terminou a leitura em voz alta até à pág. 14 «[ ] o vazio deixado por aquele romance que tantas surpresas me trouxera.» Controlo da leitura: o jovem explica o que aconteceu, «há poucas semanas», na cidade, e os efeitos que se sentiram na casa do narrador; explica ainda a propriedade mágica do livro, o que ele disse ao narrador, a reacção do narrador a esta conversa, a proposta do livro para convencer o narrador da verdade do que dizia, a forma como o narrador aceitou a proposta, o que o vento disse ao livro, o que aconteceu ao narrador durante a conversa do livro com o vento e o que aconteceu ao livro. Relê passagens do texto que justifiquem as suas afirmações. Leitura em voz alta do ponto onde terminou a leitura silenciosa até ao final do conto. Controlo da leitura: o jovem reconta o desfecho da história e relê, em voz alta, a parte do texto em que o narrador explica o que é para ele a imaginação. 3. Depois da leitura (sugestões) a) Leitura dialogada da conversa do livro com o narrador. b) Leitura dialogada da conversa do vento com o livro. c) Dramatização do conto (actividade oral). d) O que é para mim a imaginação? e) Actividade de escrita: imaginar um outro conto que obedeça a um dos seguintes títulos: «O livro que falava com o mar»; «O livro que falava com as árvores»; «O livro que falava com as pessoas», «O livro que falava com as estrelas», etc. EXEMPLO: O livro que falava com o mar Introdução: Como era o livro e onde vivia? O que lhe contava o mar? Desenvolvimento: O livro parte numa viagem por mar. O que vê? Que novas histórias aprende? Conclusão: Como regressa o livro? 6
7 «A arca do menino que inventava poetas» 1. Antes da leitura a) O jovem relembra os contos desta colectânea que já leu. b) Explica o que é para ele um poeta. c) Refere o nome de alguns poetas que conhece. O adulto pode indicar, se não forem referidos, os nomes de Luís de Camões e de Fernando Pessoa, e apresentar, em traços muito gerais, aspectos importantes das obras de ambos os poetas. 2. Durante a leitura Leitura em voz alta dos seis primeiros parágrafos até «[ ] não se sabe lá muito bem porquê.», pág. 27. Controlo da leitura: o jovem descreve a personagem principal do conto, ou seja, o menino; indica os motivos que preocupavam as pessoas crescidas a propósito do menino. Relê passagens do texto que justifiquem as suas afirmações. Leitura silenciosa do ponto onde terminou a leitura em voz alta até a «[ ] quando era ainda muito pequenino na África do Sul.», pág. 29. Controlo da leitura: o jovem indica o nome de todos os amigos do menino, mostra como eram diferentes pela sua personalidade e gostos e aquilo que tinham em comum; a relação diária que o menino tinha com os seus amigos; o que tornou essa relação ainda mais próxima; por que razão se podia comparar este menino com uma árvore mágica; que línguas falava o menino. Relê passagens do texto que justifiquem as suas afirmações. Leitura em voz alta do ponto onde terminou a leitura silenciosa até ao final do conto. Controlo da leitura: o jovem reconta o desfecho da história. Relê os três versos perdidos que saíram da arca. 3. Depois da leitura (sugestões) Desenhar a arca do menino. Para cada um dos heterónimos mencionados no conto (Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Bernardo Soares, António Mora e Alexander Search) é reservada uma gaveta da arca, onde deverá, também, constar alguma informação sobre eles (pesquisar em bibliotecas, na internet, etc.). 7
8 É importante que a criança seja estimulada a guardar as suas memórias de leitura: comentários a personagens, episódios, lugares ; textos inspirados nas histórias lidas; descobertas motivadas pelas actividades realizadas; ilustrações A organização, pela criança, de uma sequência de registos e de documentos que considere interessantes permitir-lhe-á construir um memorando de acontecimentos significativos na sua aventura pelo mundo da ficção. Guias de leitura também disponíveis on-line, em
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