AMERINI, F. Tommaso d Aquino e l intenzionalità. Pisa: Edizioni ETS, 2013, 223 p. (Coleção Philosophica, volume 117, série Viola)

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1 . Pisa: Edizioni ETS, 2013, 223 p. (Coleção Philosophica, volume 117, série Viola) Pedro Thyago dos Santos Ferreira* Há disputas acaloradas entre os medievalistas acerca do papel da intencionalidade na epistemologia tomista. Para alguns, a intencionalidade é condição necessária e suficiente para que haja conhecimento. As formas intencionais são intrinsecamente representativas (e, logo, cognoscíveis) e, por isso, só podem ser encontradas nos sentidos e no intelecto. 1 Para outros, a intencionalidade possui um papel subalterno, pois a condição necessária e suficiente para o conhecimento é a imaterialidade. As formas intencionais se tornam representativas e cognoscíveis quando unidas a substratos imateriais, ou seja, a faculdades cognitivas. 2 Fabrizio Amerini está entre os defensores do papel crucial da imaterialidade na epistemologia do Aquinate (pp ). Mesmo assim, admite que a intencionalidade permanece como tema importante e exaustivamente retomado no corpus thomisticum. Por isso, Tommaso d Aquino e l intenzionalità terá como objetivo investigar a teoria do conhecimento de Tomás de Aquino sob este aspecto. * Mestrando no Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e bolsista da Capes. 1 Cf. PASNAU, Robert. Theories of Cognition in the Later Middle Ages. Cambridge: Cambridge University Press, 1997; BROWER, Jeffrey E./BROWER-TOLAND, Susan. Aquinas on Mental Representation: Concepts and Intentionality, Philosophical Review 117 (2008), pp ; GEACH, Peter. Form and Existence In: DAVIES, Brian (ed.). Aquinas's Summa Theologiae: Critical Essays. Lanham: Rowman and Littlefield, 2006, pp (publicado originalmente em 1955). 2 Cf. WIPPEL, John F. Thomas Aquinas and the Axiom What is Received is Received According to the Mode of the Receiver In: Id. Metaphysical Themes in Thomas Aquinas II. Washington: Catholic University of America Press, 2007, pp ; MOSER, Robbie. Thomas Aquinas, esse intentionale, and the congnitive as such, The Review of Metaphysics 4 (2011), pp ; HERNÁNDEZ, Fernando Gabriel. El criterio de cognoscibilidad en Tomás de Aquino: entre la intencionalidad e la inmaterialidad, Revista de Humanidades 30 (2014), pp

2 26 Sua obra se divide em cinco capítulos. O primeiro apresenta algumas linhas teóricas que guiarão a investigação como um todo. O segundo, dividido em quatro partes, apresenta a teoria do conhecimento tomista, com especial ênfase na descrição das etapas do processo cognitivo. O terceiro e o quarto, partes centrais da obra, investigam de que modo a intenção se relaciona com as espécies inteligíveis e os conceitos (capítulo 3) e com o representacionalismo/realismo e a categoria de relação (capítulo 4). O último capítulo, composto de três partes, visa apresentar os pontos de contato entre intenção e linguagem mental/expressa. Nesta resenha procuraremos apresentar, e na medida do possível discutir, temas que consideramos relevantes ou controversos em cada capítulo. Nosso método de exposição será o seguinte: elencaremos, para cada capítulo, os assuntos a serem abordados; depois, apresentaremos a postura do autor, confrontando-a com outros comentadores citados ou não por ele; por fim, faremos, quando nos for possível, um balanço crítico de suas teses. No primeiro capítulo, Amerini afirma que os historiadores da filosofia medieval sempre atentaram ao tema da intencionalidade (p. 29). 3 Desta atenção, nasceram dois modos de lidar com a filosofia medieval e de relacioná-la com a atual. A primeira, chamada de Tese da Perenidade da Filosofia, afirma que a filosofia deseja resolver sempre os mesmos problemas, ainda que em contextos históricos e com formulações diferentes. A segunda, de nome Tese do Antianacronismo, sustenta que contextos e formulações diferentes implicam conteúdos filosóficos diferentes, de modo que os problemas da filosofia medieval nem sempre serão os mesmos dos de outras épocas. Embora Amerini não opte por uma linha, a maneira como articula filosofia atual e medieval deixa claro que seu ponto de análise é o primeiro. Para ele, o diálogo e a aproximação entre filosofia medieval e moderna/contemporânea são profícuos para ambos os lados, pois aquela tem intuições filosóficas úteis ao pensamento 3 Gli storici della filosofia medievale hanno sempre prestato attenzione al tema dell intenzionalità.

3 27 moderno/contemporâneo, e este oferece meios para uma análise mais problematizada da filosofia medieval (p. 41). O segundo capítulo expõe a teoria do conhecimento de Tomás. Há dois assuntos que merecem especial atenção: a prova da imaterialidade do intelecto e o processo de recepção das formas. Amerini apresenta o argumento da imaterialidade do intelecto (ausência de órgão corporal) assim: se o intelecto está em potência para todas as formas, então não pode ter em ato nenhuma forma em particular, portanto nem sequer a da materialidade ou corporeidade, pois se possuísse tal forma ela impediria o conhecimento das outras (pp ). 4 Ele salienta que há neste raciocínio uma aparente confusão entre natureza real e intencional, pois o fato de não ser constituído dos objetos que irá conhecer implica que o intelecto não tem previamente as formas intencionais daqueles objetos (do contrário, já os conheceria em ato) e não que a sua natureza, enquanto intelecto, seja imaterial. Assim, a inferência, de fato, não vai, sem passos intermediários, do que o intelecto conhece para o que ele é. Esta dificuldade ficou conhecida como falácia de conteúdo (content fallacy) e foi observada especialmente por Joseph Novak e Robert Pasnau. 5 O comentador, no entanto, oferece três alternativas para fundamentar a inferência e fugir da falácia. Primeiro, o intelecto recebe formas materiais e imateriais. Se ele fosse material, seria uma faculdade sensitiva e só receberia formas materiais. Disto se segue que ele é imaterial. Segundo, tendo em vista que a operação segue o modo de ser, se o intelecto recebe formas imateriais, então ele é imaterial. Terceiro, conhecer equivale, para o intelecto, à posse de uma forma inteligível. Por estar em potência para todas as formas, o intelecto pode recebê-las sem alteração em sua natureza. Ainda que a presença inteligível de 4 se l intelletto è in potenza a tutte le forme, l intelletto non può avere in atto nessuna forma in particolare, quindi nemmeno quella della materialità o corporeità, perché se avesse tale forma, essa impedirebbe la conoscenza delle altre forme. 5 Cf. PASNAU, Robert. Aquinas and the Content Fallacy, The Modern Schoolman LXXV (1998), pp ; NOVAK, Joseph. Aquinas and the Incorruptibility of the Soul, History of Philosophy Quarterly 4 (1987), pp

4 28 uma forma não altere a sua natureza, uma presença real, ao contrário, a alteraria. Logo, o intelecto não pode ser material. Contudo, tais argumentos, do modo como os entendemos, não alcançam o sucesso desejado, pois continuam a confundir a natureza intencional do intelecto com a sua natureza real. No primeiro caso, defende-se que faculdades materiais, como os sentidos, recebem formas que representam naturezas materiais e que faculdades imateriais, como o intelecto, recebem formas que representam naturezas materiais e imateriais. Ora, aqui continua a ocorrer passagem imediata do conteúdo da faculdade para sua natureza. No segundo, a imaterialidade é, ao mesmo tempo, tomada no sentido de inteligibilidade (aspecto intencional) e de ausência de materialidade (aspecto real). No terceiro, passa-se diretamente da presença intencional das formas, justificada pelo fato de não alterarem a essência do intelecto, para a natureza real imaterial do intelecto. Por estas três observações evidencia-se que as respostas de Amerini são também vítimas da falácia de conteúdo. 6 Outro tema importante deste capítulo é o processo de recepção das formas intencionais por parte do intelecto e dos sentidos. Uma das dificuldades deste processo consiste em descrever como se chega às espécies inteligíveis, que representam a essência do objeto, através da abstração dos fantasmas, que representam acidentes. Conforme o comentador, o mais natural seria que as espécies inteligíveis representassem a essência destas características acidentais e não a essência em si do objeto. Por isso, ele apresentará a seguinte hipótese: as espécies sensíveis são formas intencionais sensíveis que representam características acidentais do objeto. O fantasma é o conjunto ordenado delas em uma imagem. O papel do intelecto agente, pela abstração, será dar enfoque às características acidentais que apresentam relacionamento direto com a essência 6 Para uma interessante discussão sobre o posicionamento de Tomás e uma tentativa de reconstrução de seus argumentos cf. KLIMA, Gyula. Aquinas s Proofs of the Intellect from the Universality of Human Thought, Proceedings of the Society for Medieval Logic and Metaphysics 1 (2001), pp ; PASNAU, Robert. Comments on Gyula Klima, Aquinas s Proofs of the Immateriality of the Intellect, Proceedings of the Society for Medieval Logic and Metaphysics 1 (2001), pp ; KLIMA, Gyula. Reply to Bob Pasnau on Aquinas s Proofs for the Immateriality of the Intellect, Proceedings of the Society for Medieval Logic and Metaphysics 1 (2001), pp

5 29 do objeto através de dois critérios: (a) tais acidentes devem ser causa explicativa dos outros acidentes e (b) devem se referir ao objeto como um todo. No entanto, as informações selecionadas, que formam a espécie inteligível, são confusas, pois ainda não se sabe claramente a que tipo de essência se referem. Pela paulatina ação do intelecto, a essência à qual estes acidentes se relacionam torna-se mais nítida, até que o intelecto esteja apto a formar um conceito que a manifeste. Todavia, parece-nos que, ao invés de solucionar o problema, o autor o mantém. A noção de espécie inteligível proposta ainda é a de uma forma intencional dos acidentes do objeto, embora o seja daqueles mais fundamentais. 7 Ademais, a dificuldade percebida na passagem de formas intencionais que representam acidentes para formas intencionais que representam essências permanece. Se antes ela estava na passagem dos fantasmas à espécie inteligível, agora ela está no caminho da espécie inteligível, que representa os acidentes relacionados à essência, para o conceito, que representa a essência enquanto tal. Os capítulos 3 e 4 são, como já dissemos, o núcleo da obra. Pela amplitude dos temas tratados, enfatizaremos dois assuntos, a saber: de um lado, a relação entre conceito e espécie inteligível e, de outro, o representacionalismo/realismo de Tomás. Para Tomás, o conhecer é uma ação imanente, cumprida e sofrida pelo sujeito, que não ocasiona efeitos externos a si. No entanto, ele apresenta algo em comum com a ação transitiva, devido à produção do conceito, algo diferente 7 O que o autor defende parece estar em descontinuidade com a posição de Tomás, por exemplo, em Quodl., VIII, q. 2, art. 2 [Taurini, 68416]: quia sensus et imaginatio nunquam pertingunt ad cognoscendum naturam rei, sed solummodo accidentia, quae circumstant rem; et ideo species quae sunt in sensu vel imaginatione, non repraesentant naturam rei, sed accidentia eius tantum, sicut sensus repraesentat hominem quantum ad accidentalia, sed intellectus cognoscit ipsam naturam et substantiam rei. Unde species intelligibilis est similitudo ipsius essentiae rei, et est quodammodo ipsa quidditas et natura rei secundum esse intelligibile, non secundum esse naturale, prout est in rebus. Et ideo omnia quae non cadunt sub sensu et imaginatione, sed sub solo intellectu, cognoscuntur per hoc quod essentiae vel quidditates eorum sunt aliquo modo in intellectu.. Sobre a diferença entre as formas intencionais recebidas pelo intelecto e pelos sentidos cf. KENNY, Anthony. Intentionality. Aquinas and Wittgenstein In: DAVIES, Brian (ed.). Thomas Aquinas. Contemporary Philosophical Perspectives. Oxford: Oxford University Press, 2002, p. 248.

6 30 do próprio ato de inteligir, mas que não é um produto exterior à ação. O conceito (conceptus) teve interpretações diferentes ao longo das obras do Aquinate. Amerini observa que em seus primeiros escritos, 8 o filósofo medieval endossa que a espécie inteligível, a operação intelectual e o objeto são três fatores necessários para que ocorra o conhecimento, parecendo assimilar o conceito à espécie. No entanto, em seus escritos mais maduros, 9 defende que para haver conhecimento são necessários o objeto, a operação intelectual, o conceito e a espécie inteligível, definindo esta como aquilo pelo qual se conhece (id quo intelligitur) e aquele como aquilo que é conhecido (id quod intelligitur). O que certos autores, como Pasnau, 10 veem como uma evolução de pensamento, Amerini entende como uma clarificação ou precisão de certas intuições já presentes nos escritos mais jovens do filósofo (p. 133). Podemos sintetizar as semelhanças e diferenças entre espécie inteligível e conceito, tal como expostas pelo autor, afirmando que são semelhantes enquanto formas intencionais imateriais que representam uma determinada essência e que têm o intelecto como sujeito. Contudo, são diferentes, porque a espécie é uma forma intencional recebida pelo intelecto que possui informações ainda confusas e implícitas acerca da essência do objeto; já o conceito é uma forma intencional produzida e proferida pelo intelecto (verbum mental) que apresenta clara e explicitamente as informações antes confusas e obscuras contidas na espécie inteligível. O problema desta explicação é que, se a unirmos com as intuições apresentadas no capítulo 2 sobre a relação entre as espécies inteligíveis e os fantasmas, chegaremos à conclusão de que as espécies representam os acidentes ligados à essência do objeto, e não a sua essência. Como consequência, o conceito será uma representação clara e explícita destes acidentes, mas não da essência. O último assunto relevante dos capítulos 3 e 4 diz respeito à discussão sobre o modelo de conhecimento em Tomás de Aquino. Alguns pensadores, 8 Por exemplo, In Sent., I, d. 27, q. 2, art. 2, qla Por exemplo, Cont. Gent., I, 53; IV, 11; De Pot., q. 8, art Amerini indica PASNAU, Theories of Cognition in the Later Middle Ages, 1997, pp. 195ss.

7 31 como Claude Panaccio, 11 põem-no entre os representacionalistas; outros, como Étienne Gilson, 12 entre os realistas. Amerini, particularmente, tende a ver as duas posturas como possíveis e, por isso, mostra em que medida o filósofo medieval está em uma ou noutra classificação. Esta postura, deveras interessante, é apresentada de maneira mais clara na conclusão e, por isso, a seguiremos neste momento (pp ). Tomás é um representacionalista se por esta etiqueta se entender que a representação é crucial e indispensável em sua teoria do conhecimento, ainda que tal representação não seja o objeto primeiro do conhecimento intelectual, mas antes a coisa externa. Nesta versão simples do representacionalismo, o filósofo medieval defenderia que há descontinuidade entre o mundo externo material e o intelecto imaterial, de modo que o intelecto agente deve formar uma representação da coisa capaz de estar no intelecto possível. Ao contrário, ele é um realista direto se por esta classificação se entender que a coisa externa é conhecida por meio da representação e que esta não é conhecida anteriormente à coisa e nem do mesmo modo que ela. Tomás defenderia, assim, um realismo direto modificado, no qual se prega que o objeto não pode estar na mente tal como existe fora dela e que há semelhança entre a forma presente na coisa e a presente no intelecto. O quinto e último capítulo visa tratar da natureza linguística da operação intelectual e da relação entre linguagem e intencionalidade. Nele, Amerini é mais conjectural e discute com autores que negam a concepção de linguagem mental em Tomás de Aquino, especialmente Robert Pasnau. Nossa ênfase será em sua disputa com Pasnau e na hipótese de Amerini. De acordo com Pasnau, não é possível dizer que, para Tomás, o pensamento tem estrutura linguística, porque ele só se organiza desta maneira 11 Amerini indica PANACCIO, Claude. Aquinas on Intellectual Representation In: PERLER, Dominik (ed.). Ancient and Medieval Theories of Intentionality. Leiden/Boston/Köln: Brill, 2001, pp O comentador indica GILSON, Étienne. Réalisme thomiste et critique de la connaissance. Paris: Vrin, 1939.

8 32 depois que o sujeito aprende uma determinada língua. 13 Uma das dificuldades da tese de Pasnau, segundo Amerini, é deixar sem explicação o fato de o primeiro falante, antes de qualquer registro oral e escrito, conseguir passar do pensamento à linguagem oral e escrita sem antes ter aprendido uma língua. Por isso, diferente do que Pasnau pensa, o autor afirma que Tomás estaria disposto a aceitar que a simples posse de conceitos (junto com a admissão da capacidade de nossa mente de poder exercitar operações sobre estes) seria condição suficiente, além de necessária, para poder introduzir e falar uma linguagem com sucesso (p. 191). 14 Tal hipótese, no entanto, não é apresentada de modo sistemático pelo filósofo medieval. Seguindo o capítulo, poderíamos enumerar algumas intuições que Amerini percebe em Tomás e que favorecem a sua posição. Em primeiro lugar, os conceitos são encarados como definições e proposições mentais, denotando a existência de definições e proposições na linguagem. Segundo, mesmo que a linguagem oral/escrita seja algo com o qual o homem entra em contato antes de atribuir estrutura linguística ao pensamento, é o mecanismo linguístico presente no pensamento que fornece as categorias necessárias para a formação da linguagem oral/escrita. Terceiro, as partículas de ligação presentes na linguagem oral/escrita (conectivos e quantificadores) não representam aspectos da realidade externa, mas sim composições, feitas pelo intelecto, entre conceitos simples. Portanto, a atividade intelectual e as formas intencionais são naturalmente linguísticas, porque são expressas pela linguagem falada e escrita e também porque se referem à realidade externa e funcionam de modo tipicamente linguístico. Enquanto hipótese, a postura de Amerini é argumentativamente bem elaborada e interessante, espelhando uma tentativa, já feita em outro texto seu, de mostrar que, sobre o tema da linguagem mental, Ockham retomou certas teses tradicionais e presentes implicitamente em 13 O autor indica PASNAU, Robert. Aquinas on Thought s Linguistic Nature, The Monist 4 (1997), pp Tommaso sarebbe stato disposto ad accettare che il semplice possesso dei concetti (insieme con l ammissione della capacita della nostra mente di poter esercitare operazioni su di essi) sia una condizione sufficiente oltre che necessaria per poter introdurre e parlare un linguaggio con successo.

9 33 Tomás. 15 No entanto, o fato de ser um tema tratado de maneira imprecisa e pouco orgânica pelo Aquinate dificulta a avaliação tanto da interpretação de Amerini quanto da de Pasnau. Concluindo, percebemos que Tommaso d Aquino e l intenzionalità prima pela clareza, pelo rigor científico e, especialmente, pela exposição didática dos assuntos. Chama atenção a capacidade do autor em ser detalhista no tratamento de cada tema e em conciliar análise textual com discussão bibliográfica. Ademais, salta aos olhos sua segurança em comparar autores medievais, percebendo, especialmente entre Tomás, Ockham e Scotus, certas semelhanças no tocante à teoria do conhecimento e à noção de linguagem mental. Finalmente, outra qualidade do livro é a constante e abundante remissão às obras de Tomás de Aquino e à bibliografia secundária. 15 Cf. AMERINI, Fabrizio. Thomas Aquinas on Mental Language, Medioevo XXXVIII (2013), pp

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